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Aspectos Historicos da Ocupacao das Terras Brasileiras

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Aspectos Históricos da 
Ocupação das Terras Brasileiras
4 períodos: 
 Regime Sesmarial (1500/1821)
Regime de Posse (1821/1850)
Regime da Lei de Terras (1850/1889)
Período Republicano (1889 em diante)
 
Origem da legislação agrária brasileira: Direito Português
 As terras eram propriedade do Rei por direito de conquista: logo, a propriedade particular no Brasil tem origem na permissão da Coroa.
Capitanias Hereditárias&
Regime Sesmarial
Em 1534, o Rei de Portugal, Dom João III, decidiu dividir o Brasil em 15 Capitanias Hereditárias, assim chamadas porque seriam pedaços de terras governados por capitães-mores e que passariam de pai para filho. A decisão procedeu da dificuldade de administrar o país e principalmente, pelos contrabandistas que roubavam o pau-brasil.
Regulmentação: Carta Foral de 06/10/1531
o sistema de capitanias hereditárias foi adotado como um sistema de administração indireta em que a Coroa abria mão de várias obrigações e gastos com a colonização, repassando-as para a responsabilidade de particulares. O donatário, recebedor da capitania hereditária, tinha entre outros direitos, realizar a doação de sesmarias para os demais colonizadores
As capitanias eram imensos tratos de terras que foram distribuídos entre fidalgos da pequena nobreza, homens de negócios, funcionários burocratas e militares. Entre os capitães que receberam donatarias, contam-se feitores, tesoureiros do reino, escudeiros reais e banqueiros.
A capitania seria um estabelecimento militar e econômico voltado para a defesa externa e para o incremento de atividades capazes de estimular o comércio português.
O capitão-mor e o governador representavam os poderes do rei como administradores e delegados, com jurisdição sobre o colono português ou estrangeiro, mas sempre católico. Aliás, esta era uma das exigências para a doação de terras.
Sesmaria era uma concessão gratuita , mas condicionada, a homens de família e posses, obrigados a construir torres ou fortalezas, para defende-las e levar gente e navios. Se as condições não fossem cumpridas tornavam-se terras devolutas.
Deveres/Cláusulas/Condições:
Aproveitamento (cultura mais comum: cana-de-açúcar)
Medição e Demarcação (definido pela capacidade de aproveitamento por parte do sesmeiro.) No final do século XVII, com os primeiros conflitos pela posse da terra, se definiu um tamanho tradicional: 3.000 “braças craveiras” (cada braça=2,2m)
Registro da Carta em livro próprio
Pagamento de foro (tamanho/fertilidade/distância)
Esses registros de terras servem para apresentar algumas informações como o local onde as pessoas viviam; revelar informações pessoais e familiares; se a propriedade foi herdada, doada ou ocupada e quais eram seus limites; se havia trabalhadores e como era constituída a mão-de-obra; em que região ficava tal propriedade; etc.
Todas as posses e sesmarias formadas foram legitimadas em registros públicos realizados junto às paróquias locais. A Igreja, nesse período da Colônia, encontrava-se unida oficialmente ao Estado. Dessa forma, os vigários (ou párocos) das igrejas eram quem faziam os registros das terras ou certidões, como a de nascimento, de casamento, etc. Somente com a proclamação da República, em 1889, Estado e Igreja se separaram.
“Se é inegável que o regime sesmarial garantiu o povoamento do interior do País, precisa reconhecer que os 322 anos de vigência do regime sesmarial favoreceram, no Brasil, a consolidação do latifúndio.” (ROCHA et al)
Ao longo da colonização, os proprietários das sesmarias tornaram-se os grandes proprietários de terra que compunham a elite colonial. Ocupando o topo da hierarquia social, não só concentravam terras, mas também abriam caminho para a conquista de vários outros direitos restritos aos seus semelhantes. Não raro, os sesmeiros ocupavam importantes cargos públicos, integravam os altos postos das instituições militares e garantiam seus interesses em desfavor da maioria da população.
Regime de Posse
Regulamentação: Resolução nº76, de 17/07/1822
Não há mecanismos de acesso à propriedade, e o sistema de sesmarias é suspenso por esse decreto, começando a vigorar o reconhecimento/legalização da posse.
Constituição de 1824: reconhece o direito de propriedade “em toda a sua plenitude”. Propriedade se caracteriza como um direito absoluto, admitida a desapropriação por utilidade pública, desde que a terra e benfeitorias fosse pagas previamente.
“(...)no Brasil o sistema de propriedade territorial estava em completa balbúrdia e quase que em parte alguma se podia dizer com certeza se o solo era particular ou público” (Lígia Osório)
Regime da Lei de Terras
Regulamentação: Lei 601, de 18/09/1850 (Lei de Terras)
Estabelece a compra como único meio de se apropriar das terras devolutas (a não ser na faixa de fronteira). As sesmarias tinham que ser revalidadas e as posses legitimadas (condição: cultura e moradia habituais + medição da terra em prazo determinado pelo governo, que estabelecia limite máximo de tamanho), ou seja, transformadas em propriedade.
Terras devolutas: aquelas que não eram privadas e nem se destinavam a um fim público.
Obrigação de registrar as terras possuídas perante os vigários das paróquias (Registros do Vigário). Registro era pago por palavra.
“Os que se apossarem de terras devolutas ou alheias, a nelas derribarem matos, ou lhes puserem fogo, serão obrigados a despejo, com perda de benfeitorias e demais sofrerão a pena de dois a seis meses de prisão e a multa de 100$000 além da satisfação do dano causado.” (art.2º)
A fase republicana
Manutenção do direito à propriedade pela Constituição de 1891 e todas seguintes
Passa aos estados as terras devolutas :
“Tanto a Coroa como os proprietários eram incapazes, em geral, de localizar com exatidão as terras que lhe pertenciam. [Os estados] receberam um espólio incerto nos limites e anárquico na titulagem.”
Código Civil de 1916: regulamentação dos contratos agrários, usucapião, direito de vizinhança, etc.
Estatuto da Terra: Lei 4.504/64
Constituição Federal de 1988
Código Civil de 2002
Diferenciando a posse da propriedade
PROPRIEDADE
É o que consiste no poder jurídico do homem sobre uma coisa determinada, afetando-a direta e imediatamente sobre todos ou sobre certos respeitos. 2- Diz-se do poder jurídico a todos oponível, e exercido direta e imediatamente sobre coisa certa que se lhe subordina. 
Tratava-se de um direito absoluto, com efeito erga omnes
o proprietário tem como faculdades usar, gozar e dispor de seu bem, assim como direito de reavê-lo de quem injustamente o possua (art.1228 do novo Código Civil).
Função social da propriedade
“A propriedade, portanto, não seria mais aquela atribuição de poder tendencialmente plena, cujos confins são definidos externamente, ou, de qualquer modo, em caráter predominantemente negativo, de tal modo que, até uma certa demarcação, o proprietário teria espaço livre para suas atividades e para a emanação de sua senhoria sobre o bem. A determinação do conteúdo da propriedade, ao contrário, dependerá de centros de interesses extra-proprietários, os quais vão ser regulados no âmbito da relação jurídica da propriedade.”
“Pelo novo CC, a propriedade, sem deixar de ser um direito subjetivo, um jus, passa a ser considerada, também, um munus, exprimindo, simultaneamente, um direito e um dever. Assim, deixa de ser um direito pleno, retirando-se da propriedade privada sua incondicional prevalência, e, destarte, não se legitimando todo e qualquer ato ou omissão do proprietário, na medida em que o seu conteúdo depende de interesses extraproprietários, inseridos na relação jurídica de propriedade, pelo estatuto jurídico que dá configuração à sua função social”.
POSSE
Pelo novo Código Civil, “considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.” (art.1196). Portanto, aquele que usa é possuidor, aquele que usa, goza e dispõe também o é.
Para Savigny, a posse se constitui de dois
elementos básicos: o corpus e o animus domini. O primeiro se refere ao elemento material da posse, e o segundo ao elemento psicológico. Para o jurista alemão, possuidor é aquele que, além do corpus, possui animus domini em relação à coisa, ou seja, possui a coisa como sua. Aquele que não age como dono, não manifestando essa vontade, é mero detentor e não possuidor. Desta forma, a posse existe de maneira autônoma à propriedade, já que é a vontade e a possibilidade de dispor da coisa como se sua fosse que caracteriza a posse jurídica. Para ele, portanto, a posse é um fato social que produz efeitos jurídicos.
EFEITOS:
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Como perceber a diferença?
Não há que falar em ilegitimidade de Pedro José Philomeno Gomes Figueiredo para figurar no pólo passivo do referido processo administrativo por ter sido transferida a propriedade da Fazenda Dulcinéia.
O fato de constar no quarto e no quinto aditivos ao contrato social da impetrante, registrados na Junta Comercial do Estado do Ceará em 17.5.2007 e 10.12.2007, a incorporação da Fazenda Dulcinéia ao seu patrimônio, antes da notificação da vistoria ocorrida em 08.5.2008, não tem o condão de torná-la proprietária desse imóvel.
O novo Código Civil brasileiro (Lei 10.406/02) assim dispõe em seus arts. 108, 1.227 e 1.245:
“Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
(…)
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
(…)
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.”
Dessa forma, a propriedade de bens imóveis somente se transfere após o devido registro do respectivo título translativo, que no presente caso apenas se deu em 1º.12.2008, conforme certificado no verso da fl. 267. À época da vistoria constava como proprietário, no Cartório de Registro de Imóveis (Cartório de Notas e Registros Públicos de Chorozinho – CE), Pedro José Philomeno Gomes Figueiredo, não a impetrante.
Entendo, assim, que não houve nulidade no Processo Administrativo 54130.000229/2008-53, porquanto o então proprietário, Pedro José Philomeno Gomes Figueiredo, foi devidamente notificado da vistoria pelo Incra.
Estatuto da Terra : 
duas definições iniciais
Art. 1º Esta Lei regula os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.
§ 1º Considera-se Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade.
§ 2º Entende-se por Política Agrícola o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, que se destinem a orientar, no interesse da economia rural, as atividades agropecuárias, seja no sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de industrialização do País.
Constituição Federal de 1988
Art.5° Dos Direitos e Garantias Individuais
 
XXIII. a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV. a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
XXV. no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 
XXVI. a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
 
Pequena propriedade rural - Definição - Imóvel rural - Conceito - Configuração - Impenhorabilidade - Observância do módulo rural e não do parcelamento mínimo - Distinção entre ambos - Âmbito de aplicabilidade de cada um. O art. 5, XXVI da Constituição Federalestabelece que a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva. A impenhorabilidade da pequena propriedade rural produtiva se define pelo módulo rural da região, também nos termos do inciso X do art. 649 do CPC e não pela unidade de parcelamento mínimo. O art. 649 do CPC em seu inciso X estabelece a impenhorabilidade do imóvel rural até um módulo, o qual por sua vez é definido pelo art. 4º , II e III e 65 da Lei n. 4.504/64. A unidade de parcelamento mínimo é fixada apenas para impedir o fracionamento do imóvel em área a ela inferior, impedindo a alienação ou constrição de área inferior, constituindo, a fração de parcelamento, a dimensão mínima em que o imóvel pode ser dividido (art. 8º da Lei n. 5.868/72). Não se confunde, assim, com o módulo rural.
Art. 4°Para os efeitos desta Lei, definem-se: 
II - "Propriedade Familiar", o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros; 
III - "Módulo Rural", a área fixada nos termos do inciso anterior; 
CAPÍTULO III
Da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. 
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. 
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. 
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício. 
§5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. 
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: 
I. a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; 
II. a propriedade produtiva. 
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social. 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I. aproveitamento racional e adequado; 
II. utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio 
ambiente; 
III. observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV. exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente: 
I. os instrumentos creditícios e fiscais; 
II. os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização; 
III. o incentivo à pesquisa e à tecnologia; 
IV. a assistência técnica e extensão rural; 
V. o seguro agrícola; 
VI. o cooperativismo; 
VII. a eletrificação rural e irrigação; 
VIII. a habitação para o trabalhador rural. 
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. 
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária. 
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. 
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional. 
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária. 
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. 
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei. 
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional. 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

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