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Direito Processual Civil I

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Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
DIREITO	
  PROCESSUAL	
  CIVIL	
  I	
  
1	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Teoria	
  Geral	
  do	
  Processo	
  Civil	
  
2	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
3	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Meios	
  de	
  Solução	
  de	
  ConBlitos	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
REVISÃO	
  DOS	
  MEIOS	
  DE	
  SOLUÇÃO	
  DE	
  CONFLITOS	
  
	
  
ª  É	
   pressuposto	
   para	
   que	
   haja	
   necessidade	
   de	
   u<lização	
   de	
   um	
   meio	
   de	
   solução	
   de	
  
conflitos	
  a	
  existência	
  de	
  um	
  conflito	
  de	
  interesses	
  (crise	
  no	
  plano	
  do	
  direito	
  material)	
  
ª  Autotutela	
  –	
  é	
  o	
  mais	
  an<go	
  meio	
  de	
  solução	
  de	
  conflitos,	
  vedado	
  atualmente	
  pelo	
  art.	
  
345,	
  Código	
  Penal	
  
ª  Atualmente	
  a	
  autotutela	
  é	
  uma	
  exceção,	
  prevista	
  de	
  forma	
  expressa	
  em	
  determinadas	
  
hipóteses	
  no	
  ordenamento	
  jurídico	
  (ver	
  arts.	
  578	
  e	
  644	
  e	
  art.	
  1.210,	
  Código	
  Civil)	
  
ª  Autocomposição	
  –	
  permi<da	
  atualmente,	
  pode	
  se	
  dar	
  de	
  forma	
  unilateral	
  ou	
  bilateral,	
  
através	
   da	
   desistência,	
   submissão	
   ou	
   transação,	
   podendo	
   ocorrer	
   de	
   forma	
  
extraprocessual	
  ou	
  endoprocessual	
  
ª  Heterocomposição	
  –	
  caracteriza-­‐se	
  pela	
  presença	
  de	
  um	
  sujeito	
  estranho	
  ao	
  conflito	
  de	
  
interesses,	
  tendo	
  como	
  seu	
  principal	
  expoente	
  a	
  jurisdição	
  
4	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Jurisdição	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
REVISÃO	
  DA	
  JURISDIÇÃO	
  
	
  
ª  Para	
   compreensão	
   da	
   jurisdição	
   é	
   essencial	
   a	
   compreensão	
   da	
   Teoria	
   de	
   CarneluX,	
  
u<lizando-­‐se	
  os	
  conceitos	
  de	
  pretensão	
  e	
  lide	
  
	
  
ª  O	
  que	
  é	
  pretensão?	
  Pretender,	
  para	
  a	
  doutrina	
  italiana,	
  é	
  afirmar	
  a	
  <tularidade	
  de	
  um	
  
direito.	
   Passa	
   a	
   ser	
   a	
   expecta<va	
  de	
  que	
   a	
   futura	
   sentença	
   venha	
   a	
   reconhecer-­‐lhe	
   a	
  
existência	
  
ª  CarneluX	
  trabalha	
  sua	
  teoria	
  baseada	
  no	
  conceito	
  de	
  lide	
  
ª  O	
  que	
  é	
  a	
   lide?	
  É	
  o	
  conflito	
  de	
   interesses	
  qualificado	
  por	
  uma	
  pretensão	
  resis<da,	
  ou	
  
seja,	
  um	
  conflito,	
  que	
  deverá	
  ser	
  dirimido	
  (resolvido)	
  pelo	
  Poder	
  Judiciário	
  
ª  Trata-­‐se	
  do	
  núcleo	
  do	
  processo	
  civil,	
  é	
  a	
  meta	
  de	
  sua	
  existência	
  –	
  a	
  resolução	
  da	
   lide,	
  
compor	
  a	
  lide,	
  conforme	
  o	
  ordenamento	
  jurídico	
  
ª  Contudo,	
   a	
   lide	
   não	
   é	
   pressuposto	
   para	
   a	
   existência	
   do	
   processo,	
   segundo	
   crí<ca	
   de	
  
doutrina	
  mais	
  contemporânea,	
  pois	
  não	
  explicaria	
  o	
  fenômeno	
  da	
  jurisdição	
  voluntária	
  
5	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Jurisdição	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
REVISÃO	
  DA	
  JURISDIÇÃO	
  
	
  
ª  Jurisdição	
  é	
  o	
  poder	
  de	
  conhecer	
  e	
  decidir	
  com	
  autoridade	
  
	
  
ª  É	
  o	
  poder	
  das	
  autoridades	
  judiciárias	
  regularmente	
  inves<das	
  no	
  cargo	
  de	
  
“dizer	
  o	
  direito”	
  no	
  caso	
  concreto	
  
ª  O	
   ato	
   jurisdicional	
   é	
   pra<cado	
   pela	
   autoridade	
   estatal,	
   através	
   de	
   um	
  
terceiro	
  imparcial	
  
ª  Não	
  é	
  a	
  subs<tu<vidade	
  que	
  define	
  a	
   jurisdição,	
  mas	
  sua	
   imparcialidade,	
  
configurando-­‐se	
  como	
   jurisdição	
  o	
  que,	
  para	
  algumas	
  doutrinas,	
  não	
  era,	
  
como	
  é	
  o	
  caso	
  da	
  jurisdição	
  voluntária	
  
6	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Jurisdição	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
REVISÃO	
  DA	
  JURISDIÇÃO	
  
	
  
ª  É	
   a	
   função	
   soberana,	
   que	
   tem	
   por	
   finalidade	
   estabelecer,	
   mediante	
  
provocação	
   do	
   interessado	
   ou	
   de	
   quem	
   tem	
   o	
   dever	
   de	
   provocar,	
   a	
  
aplicabilidade	
  de	
  determinada	
  norma	
  jurídica	
  
ª  É	
   função	
   de	
   exercício	
   reservado,	
   observados	
   determinados	
   princípios	
   e	
  
critérios	
  formais	
  
ª  É	
  a	
  faculdade	
  que	
  o	
  Poder	
  Judiciário	
  tem	
  de	
  pronunciar	
  concretamente	
  a	
  
aplicação	
  do	
  direito	
  obje<vo	
  
ª  A	
  função	
  estatal	
  de	
  aplicar	
  as	
  normas	
  da	
  ordem	
  jurídica	
  em	
  relação	
  a	
  uma	
  
pretensão	
   7	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Jurisdição	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
REVISÃO	
  DA	
  JURISDIÇÃO	
  
	
  
ª  O	
  ato	
  jurisdicional	
  é	
  pra<cado	
  pela	
  autoridade	
  estatal	
  
ª  O	
  juiz	
  o	
  realiza	
  como	
  dever-­‐função,	
  sendo	
  inafastável,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  
5º,	
  inc.	
  XXXV,	
  CF88	
  
ª  O	
  ato	
  jurisdicional	
  tem	
  como	
  condição	
  um “terceiro	
  imparcial”	
  
ª  O	
  juiz	
  é	
  esse	
  terceiro	
  imparcial	
  relação	
  ao	
  interesse	
  sobre	
  o	
  qual	
  recai	
  sua	
  
a<vidade	
  
ª  Trata-­‐se	
  de	
  a<vidade	
  do	
  estado	
  com	
  eficácia	
  vincula<va	
  
ª  É	
  função	
  exclusiva	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  
8	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Processual	
  e	
  Direito	
  Material	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
DIREITO	
  MATERIAL	
  
	
  
Conjunto	
  de	
  normas	
  -­‐	
  Conjunto	
  de	
  normas	
  que	
  regulam	
  os	
  comportamentos	
  dos	
  
integrantes	
  de	
  uma	
  sociedade	
  
Valores	
   sociais	
   -­‐	
  Baseado	
   nos	
   valores	
   de	
   cada	
   sociedade	
   em	
   um	
   determinado	
  
período	
  
	
  
Suporte-­‐fáOco	
  -­‐>	
  Consequência	
  Jurídica	
  
	
  
ª  Composto	
  por	
  4	
  comportamentos	
  básicos:	
  
ª  Dever	
  ou	
  obrigação	
  –	
  indicam	
  um	
  determinado	
  comportamento	
  
ª  Faculdade	
  –	
  possibilidade	
  de	
  licitamente	
  pra<car	
  um	
  ato	
  
ª  Poder	
  –	
  poder	
  de	
  realizar	
  um	
  ato	
  e	
  produzir	
  determinado	
  efeito	
  jurídico	
  
ª  Sujeição	
  –	
  um	
  dos	
  sujeitos	
  sofre	
  as	
  consequências	
  de	
  um	
  poder	
  de	
  outro	
  
	
  
Crise	
   –	
   em	
   algumas	
   situações	
   o	
   direito	
   material	
   deixará	
   de	
   ser	
   cumprido	
   por	
  
alguma	
  das	
  partes,	
  gerando	
  uma	
  crise	
  no	
  seu	
  cumprimento	
  
	
  
	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Processual	
  e	
  Direito	
  MaterialConceitos	
  Fundamentais	
  
DIREITO	
  PROCESSUAL	
  
	
  
DisOnção	
  entre	
  conjunto	
  de	
  normas	
  -­‐	
  Normas	
  de	
  direito	
  processual	
  não	
  confundem-­‐se	
  com	
  as	
  
normas	
  de	
  direito	
  material,	
  mas	
  dão	
  eficácia	
  a	
  essas	
  úl<mas	
  quando	
  da	
  lesão	
   	
  (crise	
  no	
  direito	
  
material)	
  
	
  
Caráter	
  Instrumental	
  –	
  A	
  tutela	
  processual	
  serve	
  à	
  tutela	
  do	
  direito	
  no	
  plano	
  material	
  quando	
  
há	
  inobservância	
  daquele	
  que	
  deveria	
  ter	
  um	
  determinado	
  comportamento	
  
Interdependência	
   –	
  A	
   inobservância	
   das	
   normas	
   de	
   direito	
  material	
   e	
   a	
   realização	
   do	
   direito	
  
através	
  de	
  um	
  dos	
  meios	
  de	
  solução	
  de	
  conflitos	
  (jurisdição)	
  vincula	
  de	
  forma	
  relevante	
  o	
  direito	
  
material	
  ao	
  direito	
  processual	
  
Função	
  –	
  O	
  direito	
  processual	
   vai	
   regular	
   a	
   forma	
  de	
  prestação	
  da	
   jurisdição	
  para	
   solução	
  da	
  
crise	
  (lesão)	
  no	
  direito	
  material	
  
	
  
Correspondência	
   -­‐	
  A	
   tutela	
   processual	
   ao	
   direito	
   lesado	
  deve	
   corresponder	
   à	
   tutela	
   prestada	
  
pelo	
  direito	
  material	
  à	
  lesão	
  come<da	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Processual	
  e	
  Direito	
  Material	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
DIREITO	
  PROCESSUAL	
  
Regras	
   Processuais	
   –	
   tendo	
   em	
   vista	
   as	
   várias	
   espécies	
   de	
   jurisdição,	
   trabalhista,	
  
militar,	
   penal,	
   cível,	
   etc.,	
   as	
   normas	
   processuais	
   são	
   agrupadas	
   em	
   códigos	
   ou	
   leis	
  
especializados,	
  conforme	
  o	
  ramo	
  em	
  que	
  se	
  instaurou	
  o	
  conflito	
  
Conceito	
   -­‐	
  Direito	
  processual,	
   como	
   instrumento,	
  é	
  portanto	
  o	
  conjunto	
  de	
  normas	
  
que	
  regula	
  o	
  meio	
  de	
  composição	
  dos	
   lilgios,	
  ou	
  seja,	
  é	
  o	
  conjunto	
  de	
  normas	
  que	
  
regula	
  a	
  prestação	
  jurisdicional	
  
Natureza	
  –	
  independente	
  da	
  origem	
  do	
  lilgio,	
  que	
  pode	
  se	
  dar	
  no	
  mais	
  privado	
  ramo	
  
do	
   direito,	
   terá	
   sempre	
   natureza	
   pública,	
   sendo,	
   portanto,	
   ramificação	
   do	
   Direito	
  
Público	
  
	
  
Relação	
   Jurídica	
   Processual	
   –	
   não	
   se	
   confunde	
   com	
   a	
   relação	
   jurídica	
   de	
   direito	
  
processual,	
   podendo,	
   inclusive,	
   ser	
   ex<nta	
   sem	
   macular	
   a	
   pretensão	
   de	
   direito	
  
material	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Processual	
  e	
  Direito	
  Material	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
DIREITO	
  PROCESSUAL	
  
ª  O	
  direito	
  processual,	
  sem	
  o	
  direito	
  material,	
  seria	
  inú<l	
  
ª  O	
  direito	
  material,	
  sem	
  o	
  processual,	
  seria,	
  em	
  alguns	
  casos,	
  ina<ngível,	
  em	
  face	
  de	
  
eventuais	
  crises	
  
ª  A	
   tutela	
   processual	
   ao	
   direito	
   lesado	
   deve	
   corresponder	
   à	
   tutela	
   prestada	
   pelo	
  
direito	
  material	
  à	
  lesão	
  come<da	
  
ª  Normas	
   de	
   direito	
   processual	
   não	
   confundem-­‐se	
   com	
   as	
   normas	
   de	
   direito	
  
material,	
  mas	
  dão	
  eficácia	
  a	
  essas	
  úl<mas	
  quando	
  da	
  lesão	
  
ª  Daí	
   porque	
   o	
   direito	
   processual	
   deve	
   garan<r	
   materialmente	
   a	
   efe<vidade	
   do	
  
direito	
  material,	
  não	
  de	
  forma	
  meramente	
  formal	
  ou	
  abstrata	
   12	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Desenvolvimento	
  das	
  Origens	
  do	
  Processo	
  Civil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
Família	
  –	
  O	
  Direito	
  Processual	
  Civil	
  Brasileiro	
  origina-­‐se	
  na	
  família	
  romano-­‐germânica,	
  
nascida	
  primi<vamente	
  da	
  cultura	
  romana	
  
	
  
Primórdio	
  –	
  nos	
  primórdios	
  o	
  processo	
  era	
   confundido	
   com	
  o	
  mis<cismo	
   religioso,	
  
sem	
  qualquer	
   traço	
   de	
   racionalidade,	
   sendo	
   segredo	
   dos	
   ponlfices	
   a	
   revelação	
   do	
  
direito	
  
	
  
CaracterísOca	
   raOficadora	
   -­‐	
  O	
   terceiro	
   imparcial,	
   primi<vamente,	
   só	
   surgia	
  
depois	
  que	
  o	
  par<cular	
   já	
  <nha,	
  à	
  força,	
  realizado	
  o	
  seu	
  direito,	
  tendo	
  uma	
  
caracterís<ca	
  sancionadora	
  e	
  ra<ficadora	
  do	
  exercício	
  privado	
  do	
  direito	
  
Fases	
   do	
   Direito	
   Romano	
   -­‐	
  O	
   direito	
   processual,	
   em	
   Roma,	
   desenvolve-­‐se	
  
através	
  de	
  3	
   fazes	
  dis<ntas,	
  desde	
  as	
   legis	
  ac?ones,	
  passando	
  pelo	
  período	
  
formulário	
   (ordo	
   judiciorum	
   privatorum)	
   e	
   encerrando-­‐se	
   com	
   a	
   cogni?o	
  
extra	
  ordinem	
   13	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Desenvolvimento	
  das	
  Origens	
  do	
  Processo	
  Civil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
PERÍODO	
  DAS	
  LEGIS	
  ACTIONES	
  –	
  Tem	
  início	
  no	
  período	
  mais	
  primi<vo,	
  desde	
  a	
  fundação	
  e	
  
vai	
  até	
  o	
  ano	
  de	
  149	
  a.C.,	
  sendo	
  o	
  período	
  de	
  maior	
  rigor	
  formal	
  
	
  
Exis<am	
  basicamente	
  5	
  ações	
  (legis	
  ac?ones,	
  ou	
  ações	
  de	
  lei):	
  
	
  
a)  Ac?o	
   sacramen?	
   (sacramentum)	
   -­‐	
   u<lizada	
   em	
   todas	
   as	
   causas	
   quando	
   não	
  
exis<sse	
  procedimento	
  específico	
  
b)  Iudicis	
  postula?o	
  -­‐	
  pedia-­‐se	
  ao	
  juiz	
  para	
  reclamar	
  o	
  objeto	
  de	
  uma	
  es<pulação	
  
c)  Condic?o	
   -­‐	
   citação	
   para	
   que	
   o	
   demandado	
   comparecesse,	
   dentro	
   de	
   30	
   dias,	
  
para	
  designação	
  de	
  um	
  magistrado;	
  
d)  Manus	
  iniec?o	
  -­‐	
  para	
  a	
  execução	
  de	
  um	
  julgamento;	
  
e)  Pignoris	
  capio	
  -­‐	
  para	
  recebimento	
  de	
  determinada	
  dívida.	
  
	
  
Falta	
  de	
  atenção	
  à	
  forma	
  =	
  improcedência	
  -­‐	
  A	
  falta	
  de	
  atenção	
  à	
  solenidade	
  implicava	
  na	
  
improcedência	
   do	
   pedido,	
   por	
   exemplo:	
   ao	
   se	
   reivindicar	
   um	
   escravo,	
   o	
   autor	
   devia	
  
empunhar	
   uma	
   varinha,	
   dizendo	
   “afirmo	
   que	
   este	
   homem	
   me	
   pertence	
   pelo	
   direito	
  
segundo	
  sua	
  condição,	
  assim	
  como	
  disse,	
  toquei-­‐o	
  com	
  esta	
  varinha	
  (vindicta)”	
  
14	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Desenvolvimento	
  das	
  Origens	
  do	
  Processo	
  Civil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
Período	
   Formulário	
   -­‐	
   Tem	
   início	
   com	
   o	
   encerramento	
   do	
   período	
   das	
   legis	
  
ac?ones	
  e	
  vai	
  até	
  294	
  d.C.,	
  quando	
  Diocleciano	
  reforma	
  o	
  processo	
  civil	
  romanoFórmulas	
  -­‐	
  Não	
  exis<am	
  mais	
  as	
  5	
  ações,	
  mas	
  na	
  realidade	
  inúmeras	
  “fórmulas”	
  
para	
  solucionar	
  lilgios,	
  que	
  eram	
  u<lizadas	
  pelos	
  magistrados/pretores,	
  con<das	
  
no	
  albun,	
  que	
  eramaptas	
  a	
  compor	
  toda	
  e	
  qualquer	
  lide	
  que	
  se	
  apresentasse	
  
	
  
Fases	
  -­‐	
  Caracterizava-­‐se	
  por	
  duas	
  fazes	
  dis<ntas,	
  a	
  instancia	
  in	
  iure	
  e	
  a	
  instancia	
  
in	
  judicio	
  
Instancia	
  in	
  iure	
  -­‐	
  A	
  ação	
  era	
  proposta	
  perante	
  o	
  pretor	
  (instancia	
  in	
  iure),	
  o	
  qual	
  
concedia	
  a	
  fórmula	
  
Instancia	
  in	
  iudicio	
  -­‐	
  Concedida	
  a	
  fórmula	
  as	
  partes	
  eram	
  encaminhadas	
  para	
  o	
  
juiz	
  (instancia	
  in	
  iudicio)	
  
Contrato	
  entre	
  as	
  partes	
   -­‐	
  A	
  aceitação	
  da	
   fórmula	
  pelas	
  partes	
   correspondia	
  a	
  
verdadeiro	
  contrato	
  e	
  se	
  chamava	
  de	
  li?s	
  contesta?o	
   15	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Desenvolvimento	
  das	
  Origens	
  do	
  Processo	
  Civil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
Período	
  Da	
  Cogni9o	
  Extra	
  Odrinem	
  -­‐	
  Desapareceu	
  a	
  forma	
  in	
  iure	
  e	
  in	
  iudic?o	
  e	
  o	
  processo	
  
passa	
  a	
  ser	
  escrito	
  
Juiz	
  funcionário	
  do	
  Estado	
  -­‐	
  processo	
  passou	
  a	
  se	
  concentrar	
  nas	
  mãos	
  de	
  um	
  único	
  juiz,	
  
que	
  passou	
  a	
  ser	
  funcionário	
  do	
  Estado	
  
	
  
Fase	
  postulatória	
  -­‐	
  A	
  narra?o	
  era	
  a	
  exposição	
  do	
  autor	
  e	
  a	
  contradic?o	
  a	
  defesa	
  do	
  réu	
  
Coação	
   Estatal	
   -­‐	
   Após	
   a	
   prolação	
   da	
   sentença	
   ocorria	
   a	
   execução,	
   em	
   que	
   o	
   Estado	
  
u<lizava	
  da	
  coação	
  
Essa	
  fase	
  foi	
  essencial	
  para	
  o	
  surgimento	
  do	
  proc.	
  civil	
  moderno.	
  
	
  
Fase	
   Pós-­‐romana	
   -­‐	
   Com	
   a	
   queda	
   do	
   Império	
   Romano	
   o	
   processo	
   sofreu	
   acentuadas	
  
influências	
  dos	
  povos	
  bárbaros	
  que	
  dominavam	
  a	
  Europa,	
  principalmente	
  dos	
  germânicos	
  
e	
   durante	
  muito	
   tempo	
   o	
   processo	
   caminhou	
   sem	
   nenhum	
   cunho	
   cienlfico,	
   chegando	
  
época	
  em	
  que	
  predominavam	
  os	
  “juízos	
  de	
  Deus”	
  e	
  as	
  ordálias	
  
16	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Desenvolvimento	
  Processo	
  Civil	
  no	
  Brasil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
ORDENAÇÕES	
  DO	
  REINO	
  
	
  
Ordenações	
   Filipinas	
   -­‐	
   Foram	
   man<das	
   as	
   Ordenações	
   Filipinas	
   (1603)	
   após	
   a	
  
independência	
  do	
  Brasil,	
  desde	
  que	
  não	
  contrariassem	
  a	
  soberania	
  do	
  país;	
  elas	
  têm	
  forte	
  
influência	
  do	
  direito	
  romano	
  e	
  do	
  direito	
  canônico	
  
CaracterísOcas	
   enquanto	
   vigoraram	
   as	
   ordenações	
   -­‐	
   O	
   processo	
   possuía	
   as	
   seguintes	
  
caracterís<cas:	
   forma	
  escrita;	
   as	
  partes	
  não	
  par<cipavam	
  da	
   inquirição	
  das	
   testemunhas	
  
(para	
  provar	
  mo<vos	
  de	
  suspeita	
  deviam	
  usar	
  da	
  contradita);	
  valorização	
  do	
  princípio	
  do	
  
disposi<vo	
  (autor	
  e	
  réu	
  eram	
  os	
  donos	
  do	
  processo	
  e	
  a	
  sua	
  movimentação	
  era	
  privilégio	
  
das	
  partes)	
  
REGULAMENTO	
  737	
  
	
  
Primeiro	
   código	
   de	
   processo	
   -­‐	
  De	
   1850,	
   foi	
   o	
   primeiro	
   Código	
   Processual,	
   mas	
   apenas	
  
regulava	
  o	
  processamento	
  de	
  causas	
  comerciais	
  	
  
Aplicação	
   em	
   causas	
   cíveis	
   -­‐	
   Em	
   1890:	
   é	
   estendido	
   aos	
   demais	
   feitos	
   civis	
   pelo	
  
Regulamento	
  763	
  
	
  
17	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Desenvolvimento	
  Processo	
  Civil	
  no	
  Brasil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
CÓDIGOS	
  ESTADUAIS	
  
	
  
ConsOtuição	
  Republicana	
  de	
  1891	
  -­‐	
  dividiu	
  a	
  Jus<ça	
  Federal	
  da	
  Jus<ça	
  Estadual,	
  bem	
  
como	
  o	
  poder	
  de	
  legislar	
  sobre	
  processo,	
  alcançando	
  aos	
  estados	
  a	
  possibilidade	
  de	
  editar	
  
normas	
  processuais	
  
Códigos	
  Processuais	
  Estaduais	
  -­‐	
  Era	
  marcado	
  pela	
  dicotomia,	
  havendo	
  um	
  Direito	
  
Processual	
  da	
  União	
  x	
  Códigos	
  Estaduais	
  de	
  Processo	
  
	
  
CÓDIGO	
  DE	
  1939	
  
	
  
Retorno	
  ao	
  processo	
  unitário	
  -­‐	
  A	
  Cons<tuição	
  de	
  1934	
  ins<tui	
  o	
  processo	
  unitário,	
  
impedindo	
  que	
  os	
  Estados	
  legislassem	
  sobre	
  essa	
  matéria,	
  que	
  agora	
  era	
  competência	
  da	
  
União	
  
	
  
CÓDIGO	
  DE	
  1973	
  
	
  
Código	
  Atual	
  -­‐	
  Lei	
  n.	
  5.869/73,	
  com	
  Projeto	
  do	
  Min.	
  Alfredo	
  Buzaid,	
  atualmente	
  em	
  vigor,	
  
mas	
  tendo	
  sofrido	
  inúmeras	
  reformas	
  com	
  a	
  finalidade	
  de	
  dar	
  maior	
  agilidade	
  aos	
  feitos	
  
que	
  tramitam	
  no	
  Brasil	
   18	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Desenvolvimento	
  Metodológico	
  do	
  Processo	
  Civil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
PRAXISMO	
  
Período	
  e	
   forma	
  de	
  estudo	
   -­‐	
  Vigorou	
  até	
  a	
   segunda	
  metade	
  do	
  século	
  XIX	
  e	
  o	
  
processo	
  não	
  era	
  estudado	
  como	
  uma	
  ciência	
  autônoma	
  
PráOco	
   -­‐	
   O	
   direito	
   processual	
   civil	
   era	
   algo	
   eminentemente	
   prá<co,	
   sendo	
   o	
  
processo	
  um	
  apêndice	
  do	
  direito	
  material	
  
Sequência	
  de	
  atos	
  de	
  praxe	
  -­‐	
  Era	
  compreendido	
  apenas	
  como	
  forma	
  de	
  solução	
  
dos	
  conflitos	
  através	
  de	
  uma	
  mera	
  sequencia	
  ordenada	
  de	
  atos	
  que	
  de	
  praxe	
  se	
  
realizavam	
  
Confusão	
  de	
  elementos	
  essenciais	
   -­‐	
  A	
  Ação	
  era	
  confundida	
  com	
  a	
  ac?o	
   	
  havia	
  
confusão	
  entre	
  conceitos	
  básicos	
  como	
  processo	
  e	
  procedimento	
  
Falta	
  de	
   separação	
   -­‐	
  Confundia-­‐se	
  o	
  direito	
  material	
   com	
  o	
  direito	
  processual,	
  
que	
  era	
  a	
  inflamação	
  do	
  primeiro	
  
19	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Desenvolvimento	
  Metodológico	
  do	
  Processo	
  Civil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
PROCESSUALISMO	
  
	
  
Início	
  da	
  ciência	
  processual	
  -­‐	
  Em	
  1868	
  Oskar	
  Von	
  Bulow	
  percebe	
  que	
  há	
  uma	
  dis<nção	
  entre	
  a	
  
relação	
  de	
  direito	
  material	
  e	
  a	
  relação	
  de	
  direito	
  processual;	
  a	
  relação	
  de	
  direito	
  material	
  não	
  se	
  
confundia	
   com	
   a	
   relação	
   de	
   direito	
   processual,	
   pois	
   a	
   primeira	
   poderia	
   inexis<r,	
   enquanto	
   é	
  
inegável	
   que	
   asegunda	
   exis<u,	
   quando	
   estavam	
   presentes	
   os	
   chamados	
   pressupostos	
  
processuais	
  
Ramo	
  autônomo	
  -­‐	
  Surge	
  aí	
  a	
  fase	
  do	
  processualismo,	
  onde	
  o	
  Direito	
  Processual	
  Civil	
  passa	
  a	
  ser	
  
compreendido	
  como	
  ramo	
  autônomo	
  do	
  direito	
  
Prejuízo	
   à	
   instrumentalidade	
   -­‐	
   Essa	
   fase	
   prejudicou	
   a	
   relação	
   do	
   direito	
   processual	
   com	
   o	
  
direito	
   material,	
   produzindo	
   um	
   processo	
   incapaz	
   de	
   evoluir	
   conjuntamente	
   com	
   os	
   fatos	
  
sociais,	
  pois	
  buscava-­‐se	
  uma	
  ciência	
  atemporal	
  e	
  com	
  isso	
  desconectou-­‐se	
  o	
  processo	
  civil	
  dos	
  
anseios	
  sociais	
  
Falta	
  de	
  capacidade	
  de	
  realizar	
  o	
  direito	
  material	
  -­‐	
  Ele	
  não	
  era	
  capaz,	
  assim	
  como	
  não	
  foi,	
  de	
  
responder	
  à	
  altura	
  da	
  demanda	
  evolu<va	
  das	
  relações	
  humanas;	
  o	
  processo	
  esqueceu-­‐se	
  da	
  sua	
  
maior	
  finalidade,	
  que	
  sempre	
  foi	
  a	
  realização	
  do	
  direito	
  material	
  
20	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Desenvolvimento	
  Metodológico	
  do	
  Processo	
  Civil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
INSTRUMENTALISMO	
  
Processo	
  é	
  instrumento	
  -­‐	
  O	
  processo	
  passa	
  a	
  ser	
  visto	
  e	
  compreendido	
  como	
  um	
  
instrumento	
  para	
  a	
   realização	
  de	
  direito	
  material,	
   cabendo,	
   então,	
   à	
   jurisdição	
  
declarar	
  a	
  vontade	
  concreta	
  do	
  direito	
  
PosiOvismo	
   -­‐	
  É	
  marcado,	
   ainda,	
   pelo	
   posi<vismo,	
   sendo	
   amplamente	
   regulado	
  
pelos	
  ordenamentos	
  jurídicos,	
  estabelecendo-­‐se	
  os	
  limites	
  do	
  direito	
  processual	
  
como	
   elemento	
   essencial	
   ao	
   controle	
   jurisdicional;	
   jurisdição	
   ocupa	
   o	
   papel	
  
central	
  do	
  estudo	
  processual	
  
	
  
Juiz	
  aOvo	
   -­‐	
  O	
   juiz	
  passa	
  a	
  ser	
  mais	
  a<vo	
  e	
  não	
  mais	
  passivo	
  na	
  relação	
   jurídica	
  
processual	
  e	
  o	
  maior	
  valor	
  a	
  ser	
  alcançado	
  é	
  o	
  da	
  efe<vidade	
  
	
  
ConsOtucionalização	
   -­‐	
  A	
  Cons<tuição	
   está	
   aí	
   apenas	
   sob	
   a	
   ó<ca	
   das	
   garan<as,	
  
visualizada	
  mais	
  como	
  salvaguarda	
  do	
  cidadão	
  ao	
  arbítrio	
  Estatal	
   21	
  
Prof.	
  Me.	
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  Metodológico	
  do	
  Processo	
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Conceitos	
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INSTRUMENTALISMO	
  
CríOcas	
   -­‐	
  A	
   fase	
   instrumentalista,	
   embora	
   tenha	
   colaborado	
  para	
  o	
   avanço	
  
do	
  processo	
  sofre	
  duras	
  crí<cas	
  
Problema	
   da	
   jurisdição	
   como	
   núcleo	
   do	
   processo	
   -­‐	
   A	
   primeira	
   dela	
   é	
   a	
  
colocação	
  da	
  jurisdição	
  (e	
  sua	
  função	
  declaratória	
  de	
  direito)	
  como	
  cerne	
  dos	
  
estudos	
   processuais.	
   Com	
   isso,	
   diminui-­‐se	
   o	
   papel	
   do	
   juiz	
   e	
   das	
   partes	
   ao	
  
longo	
  do	
  processo	
  
Não	
  é	
  aOvidade	
  meramente	
  declaratória	
  -­‐	
  A	
  jurisdição	
  não	
  apenas	
  declara	
  o	
  
direito,	
   mas	
   reconstrói	
   a	
   ordem	
   jurídica	
   através	
   do	
   processo,	
   com	
   as	
  
afirmações	
   dos	
   seus	
   par<cipantes.	
   A	
   jurisdição	
   como	
   cerne	
   unilateraliza	
   o	
  
estudo	
  do	
  processo	
  e	
  deixa	
  de	
  lado	
  o	
  seu	
  viés	
  par<cipa<vo	
  (das	
  partes)	
  
22	
  
Prof.	
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  Metodológico	
  do	
  Processo	
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Conceitos	
  Fundamentais	
  
FORMALISMO-­‐VALORATIVO	
  
Quarta	
  e	
  mais	
   recente	
   fase	
   -­‐	
  Trata-­‐se	
  da	
  quarta	
   fase	
  metodológica	
  e	
  mais	
   recente,	
  
concebendo	
   um	
   processo	
   formulado	
   a	
   par<r	
   de	
   valores	
   como	
   o	
   da	
   Jus<ça,	
   da	
  
igualdade,	
  par<cipação,	
  efe<vidade	
  e	
  segurança	
  
Respaldo	
   axiológico	
   -­‐	
   Cria-­‐se	
   aí,	
   portanto,	
   uma	
   base	
   axiológica	
   sobre	
   a	
   qual	
  
trabalharão	
  princípios,	
  regras	
  e	
  postulados	
  norma<vos	
  aplica<vos	
  que	
  influenciam	
  na	
  
compreensão	
  do	
  fenômeno	
  processual	
  
Valores	
  se	
  sobrepões	
  à	
  técnica	
  -­‐	
  A	
  técnica	
  fica	
  em	
  segundo	
  plano,	
  representando	
  um	
  
mero	
   meio	
   à	
   realização	
   do	
   direito	
   material,	
   jamais	
   permi<ndo-­‐se	
   que	
   a	
   forma	
   se	
  
sobreponha	
  aos	
  valores	
  que	
  orientam	
  o	
  processo	
  
Finalidade	
  do	
  processo	
  -­‐	
  O	
  fim	
  do	
  processo	
  não	
  é	
  mais	
  a	
  simples	
  realização	
  do	
  direito	
  
material,	
   mas	
   a	
   concre<zação	
   da	
   jus<ça	
   segundo	
   as	
   par<cularidades	
   do	
   caso	
  
concreto	
   23	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Constitucionalização	
  do	
  Processo	
  Civil	
  no	
  Brasil	
  
Conceitos	
  Fundamentais	
  
PRIMEIRA	
  CONSTITUCIONALIZAÇÃO	
  	
  
	
  
ª  Representa	
   o	
  momento	
   em	
   que	
   se	
   inicia	
   o	
   estudo	
   das	
   garan<as	
   cons<tucionais	
   relacionadas	
   ao	
  
processo	
  
ª  Vai	
  até	
  a	
  formalização	
  desses	
  direitos	
  na	
  cons<tuição	
  de	
  1988	
  
ª  Elas	
   limitam	
  o	
  arbítrio	
  do	
  Estado.	
  Os	
  princípios	
  –	
  e	
  diversos	
  deles	
  –	
  passam	
  a	
  ser	
  encartados	
  pela	
  
cons<tuição.	
  
SEGUNDA	
  CONSTITUCIONALIZAÇÃO	
  	
  
ª  O	
  processo	
  passa	
  a	
  ser	
  compreendido	
  sob	
  a	
  ó<ca	
  dos	
  direito	
  fundamentais	
  
ª  A	
   nova	
   teoria	
   das	
   normas	
   (Humberto	
   Ávila)	
   e	
   a	
   metodologia	
   dos	
   direito	
   fundamentais	
   são	
  
efe<vamente	
  incorporados	
  ao	
  direito	
  processual	
  civil	
  
ª  A	
   proibição	
   à	
   proteção	
   insuficiente,	
   de	
   proteção	
   excessiva	
   e	
   de	
   retrocesso	
   dos	
   direito	
  
fundamentais,	
   bem	
   como	
   a	
   dimensão	
   obje<va	
   do	
   direito	
   impõe	
   que	
   se	
   faça	
   uma	
   interpretação	
  
conforme	
  os	
  direito	
  fundamentais.	
   24	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  de	
  Acesso	
  à	
  Jurisdição	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Previsão	
  ConsOtucional	
  -­‐	
  Previsto	
  cons<tucionalmente	
  no	
  Art.	
  5o,	
  XXXV,	
  sendo	
  conhecido	
  
como	
  direito	
  fundamental	
  de	
  acesso	
  a	
  jus<ça	
  
Amplitude	
  -­‐	
  Esse	
  acesso	
  deve	
  ser	
  o	
  mais	
  amplo	
  possível,	
  sem	
  qualquer	
  restrição,	
  a<ngindo	
  
autor	
  e	
  réu,	
  impondo-­‐se,	
  ainda,	
  uma	
  tutela	
  adequada	
  e	
  tempes<va	
  (CF88,	
  5o.	
  LXXVIII)	
  
	
  
Direito	
  de	
  todas	
  as	
  partes	
  -­‐Não	
  é	
  direito	
  único	
  do	
  autor,	
  através	
  da	
  Ação,	
  mas	
  é	
  direito	
  do	
  
réu,	
   que	
   tem	
   o	
   direito	
   de	
   ser	
   ouvido	
   e	
   de	
   par<cipar	
   em	
   todos	
   os	
   momentos	
   do	
  
procedimento	
  
AOnge	
   direitos	
   coleOvos	
   -­‐	
   A<nge	
   não	
   só	
   os	
   direitos	
   individuais,	
   mas	
   hoje	
   os	
   direitos	
  
cole<vos,	
  como	
  do	
  consumidor	
  e	
  ambiental	
  
Direito	
  à	
  adequação	
  do	
  procedimento	
  ao	
  Direito	
  Material	
   -­‐	
  E	
  não	
  encampa	
   somente	
  o	
  
direito	
  de	
  acesso	
  à	
  jurisdição,	
  mas	
  a	
  criação	
  de	
  meios	
  hábeis	
  à	
  realização	
  do	
  direito,	
  pois	
  
acesso	
   sem	
   resolução	
   do	
   conflito	
   não	
   gera	
   resultado,	
   como	
   mandado	
   de	
   segurança,	
  
habeas	
  data,	
  habeas	
  corpus,	
  etc	
  
25	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  ao	
  Processo	
  Justo	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamento	
  ConsOtucional	
  -­‐	
  Tem	
  como	
  fundamento	
  o	
  art.	
  5º,	
  LIV,	
  da	
  CF88,	
  ao	
  afirmar	
  que	
  “ninguém	
  
será	
   privado	
  da	
   liberdade	
  ou	
  de	
   seus	
   bens	
   sem	
  o	
  devido	
  processo	
   legal”;	
   tem	
   como	
   fundamento	
  o	
  
Direito	
  ao	
  Devido	
  Processo	
  Legal	
  
Fonte	
   de	
   normas	
   e	
   princípios	
   –	
  o	
  Direito	
   Fundamental	
   ao	
   Processo	
   Justo	
   é	
   o	
   alicerce	
   do	
   processo	
  
jurisdicional	
  brasileiro	
  e	
  dela	
  emanam	
  inúmeras	
  outras	
  normas	
  e	
  princípios	
  
Proteção	
  das	
  partes	
  -­‐	
  Exige	
  a	
  realização	
  de	
  um	
  estado	
  ideal	
  de	
  prote<vidade,	
  buscando	
  interpretar	
  as	
  
regras	
  processuais	
  e	
  afastar	
  aquelas	
  que	
  não	
  contemplam	
  a	
  proteção	
  das	
  partes	
  no	
  processo	
  
	
  
Processo	
  Devido	
  -­‐	
  Processo	
  justo	
  é	
  processo	
  devido,	
  sendo	
  condição	
  para	
  o	
  alcance	
  de	
  uma	
  decisão	
  
justa	
  o	
   respeito	
  às	
  normas	
  estabelecidas	
  pelo	
   legislador	
  que	
  dão	
  contorno	
  à	
   realização	
  da	
  a<vidade	
  
jurisdicional,	
  protegendo	
  a	
  parte	
  de	
  excessos	
  e	
  assegurando	
  garan<as	
  fundamentais	
  
A	
  quem	
   incumbe	
  estabelecer	
  o	
  Devido	
  Processo	
   Lega?	
  É	
   tarefa	
  do	
   legislador	
   estabelecer	
  o	
  Devido	
  
Processo	
  Legal,	
  organizando	
  e	
  formalizando	
  a	
  estrutura	
  processual	
  
Dever	
  do	
  Juiz	
  -­‐	
  O	
  juiz	
  tem	
  o	
  dever	
  de	
  o<mizar	
  a	
  realização	
  de	
  um	
  processo	
   justo,	
  afastando	
  normas	
  
que	
  não	
  contemplam	
  a	
  efe<vidade	
  processual,	
  garan<ndo	
  às	
  partes	
  a	
  realização	
  de	
  todas	
  as	
  garan<as	
  
cons<tucionais	
  fundamentais	
  
26	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  à	
  Tutela	
  Adequada	
  e	
  Efetiva	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamento	
   consOtucional	
   -­‐	
   Tem	
   também	
   fundamento	
   no	
   art.	
   5º,	
   XXXV,	
   da	
   CF88,	
   pois	
   não	
  
basta	
   o	
   acesso	
   à	
   jus<ça	
   se	
   a	
   tutela	
   jurisdicional	
   não	
   for	
   adequada	
   e	
   efe<va,	
   no	
   sen<do	
   de	
  
promover	
  a	
  realização	
  justa	
  do	
  Direito	
  Material;	
  A	
  lei	
  ou	
  a	
  falta	
  dela	
  não	
  pode	
  afastar	
  a	
  proteção	
  
ao	
  Direito,	
  pois	
  tutela	
  é	
  proteção	
  
	
  
Adequação	
  –	
  A	
  tutela	
  deve	
  ser	
  adequada,	
  pois	
  estará	
  atenta	
  às	
  necessidades	
  do	
  direito	
  material	
  
deba<do	
  tutelando-­‐o	
  de	
  forma	
  a	
  compreender	
  a	
  peculiaridade	
  de	
  relações	
  jurídicas	
  dis<ntas	
  
EfeOvidade	
  –	
  precisa	
  ser	
  efe<va,	
  porque	
  deverá	
  realizá-­‐lo	
  concretamente,	
  sendo	
  o	
  resultado	
  da	
  
demanda	
   o	
   mais	
   aderente	
   possível	
   ao	
   direito	
   material,	
   alterando	
   a	
   realidade	
   de	
   forma	
   a	
  
assegurar	
  a	
  parte	
  o	
  cumprimento	
  das	
  decisões	
  e	
  a	
  proteção	
  ao	
  direito	
  
Conflito	
   –	
   Sempre	
   que	
   se	
   fala	
   em	
   adequação	
   e	
   efe<vidade	
   promove-­‐se	
   um	
   debate	
   sobre	
   a	
  
necessidade	
  de	
  ponderação	
  entre	
  valores	
  como	
  segurança	
  jurídica	
  e	
  efe<vidade	
  
Análise	
  do	
  caso	
  concreto	
  -­‐	
  Implica	
  a	
  necessidade	
  de	
  análise	
  do	
  caso	
  Concreto,	
  pois	
  ela	
  deve	
  ser	
  
capaz	
  de	
  proteger	
  os	
  direito	
  deba<do	
  na	
  causa	
  
Obrigação	
  do	
  Estado	
  -­‐	
  Com	
  isso	
  obriga-­‐se	
  o	
  Poder	
  Público	
  a	
  prever,	
  por	
  exemplo,	
  ritos	
  especiais,	
  
com	
  níveis	
  de	
  cognição	
  adequados	
  e	
  proporcionais	
  
27	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  ao	
  Juiz	
  Natural	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamentos	
  ConsOtucionais	
   -­‐	
  Tem	
   fundamento	
  nos	
   ar<gos	
  Arts.	
   5o.	
   LIII	
   e	
   XXXVII,	
  
privilegiando	
   a	
   independência	
   e	
   a	
   imparcialidade	
   jurisdicional;	
   O	
   órgão	
   deve	
   ser	
  
imparcial,	
   que	
   é	
   nota	
   essencial	
   à	
   jurisdição	
   e	
   por	
   isso	
   deve	
   ser	
   exercida	
   de	
   forma	
  
autônoma	
  e	
  independente	
  
Competência	
  -­‐	
  Exige-­‐se	
  a	
  predeterminação	
  dos	
  critérios	
  para	
  fixação	
  da	
  competência	
  
	
  
GaranOas	
   aos	
   magistrados	
   -­‐	
   Justamente	
   por	
   isso	
   se	
   dá	
   a	
   criação	
   de	
   garan<as,	
  
também,	
  aos	
   juízes,	
   tais	
   como	
  a	
  vitaliciedade,	
   inamovibilidade	
  e	
   irredu<bilidade	
  de	
  
subsídio	
  
Conceito	
   -­‐	
   Juiz	
   natural	
   é	
   juiz	
   competente,	
   autônomo,	
   impacial	
   e	
   escolhido	
  
aleatoriamente	
  e	
  não	
  se	
  pode	
  pensar	
  em	
  processo	
  justo	
  sem	
  esses	
  elementos	
  
	
  
Valores	
   assegurados	
   também	
   pelo	
   CPC	
   -­‐	
  O	
   CPC	
   concede	
   às	
   partes	
   outra	
   série	
   de	
  
garan<as	
   que	
   visam	
   a	
   imparcialidade,	
   tais	
   como	
   as	
   normas	
   que	
   regulam	
  
impedimento	
  e	
  suspeição,	
  bem	
  como	
  a	
  vedação	
  de	
  instauração	
  de	
  processo	
  de	
  o{cio	
   28	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  à	
  Igualdade	
  Processual	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamento	
  ConsOtucional	
  -­‐	
  Tem	
  fundamento	
  no	
  Art.	
  5o	
  Inciso	
  I,	
  CF88	
  
Isonomia	
   -­‐	
   Impõe	
   que	
   o	
   processo	
   seja	
   organizado	
   de	
   forma	
   isonômica,	
   não	
  
permi<ndo	
   a	
   concessão	
   de	
   privilégios	
   a	
   qualquer	
   das	
   partes,	
   assegurando-­‐se	
  
igualdadede	
  tratamento	
  (art.	
  125,	
  I,	
  CPC)	
  
Reestabelecimento	
   de	
   diferenças	
   -­‐	
   A	
   diferença	
   econômica,	
   cultural,	
   técnica,	
  
etc.,	
  entre	
  as	
  partes	
  pode	
  impor	
  algumas	
  diferenças	
  no	
  processo	
  e	
  isso	
  deve	
  ser	
  
reequilibrado	
  materialmente	
  pelo	
  Estado	
  
Tratando	
  desiguais	
  de	
  forma	
  desigual	
   -­‐	
  Portanto,	
  a	
  desigualdade,	
  muitas	
  vezes	
  
prevista	
   legalmente,	
   serve	
   como	
   instrumento	
   para	
   promoção	
   da	
   igualdade	
   no	
  
processo,	
  como	
  é	
  o	
  caso	
  do	
  prazo	
  em	
  dobro	
  em	
  algumas	
  situações,	
  do	
  reexame	
  
necessário,	
  etc.	
  
Paridade	
  de	
  armas	
  -­‐	
  A	
  criação	
  da	
  paridade	
  de	
  armas,	
  como	
  como	
  ocorre	
  com	
  a	
  
criação	
  e	
  o	
  aparelhamento	
  das	
  defensorias,	
  a	
  inversão	
  do	
  ônus	
  da	
  prova	
  buscam	
  
diminuir	
  a	
  desigualdade	
  econômica	
  entre	
  as	
  partes	
   29	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  ao	
  Contraditório	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamentos	
   ConsOtucionais	
   -­‐	
   Tem	
   fundamento	
   nos	
   Art.	
   5o.	
   LIV	
   e	
   LV,	
   configurando-­‐se	
  
como	
  o	
  elemento	
  que	
  permite,	
   de	
   forma	
  atualmente	
  mais	
   ampliada,	
   a	
   par<cipação	
  das	
  
partes	
  no	
  processo	
  
	
  
Aspecto	
  histórico	
  -­‐	
  Tem	
  início	
  com	
  uma	
  compreensão	
  absolutamente	
  formal	
  do	
  processo,	
  
com	
   um	
   juiz	
   passivo,	
   que	
   só	
   recebe	
   informações,	
   assumindo-­‐se	
   um	
   viés	
   de	
   total	
  
bilateralidade	
  
	
  
Direito	
  de	
  influência	
  -­‐	
  É	
  a	
  previsão	
  de	
  que	
  as	
  partes	
  têm	
  o	
  direito	
  de	
  atuar	
  e	
  influenciar	
  na	
  
decisão	
  judicial	
  
Também	
  aplica-­‐se	
  contraditório	
  em	
  face	
  do	
  magistrado	
  -­‐	
  Não	
  está	
  focado	
  unicamente	
  na	
  
manifestação	
  da	
  parte	
  contrária,	
  mas	
   também	
  na	
  manifestação	
   judicial,	
  pois	
  o	
   juiz	
  deve	
  
buscar	
  dialogar	
  equita<vamente	
  com	
  ambas	
  as	
  partes	
  
Implicações	
   –	
   termina	
   por	
   implicar	
   num	
  amplo	
   acesso	
   à	
   produção	
   e	
   ao	
   debate	
   sobre	
   a	
  
prova	
   30	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  à	
  Ampla	
  Defesa	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamento	
  ConsOtucional	
   -­‐	
  Tem	
   fundamento	
  no	
   art.	
   5º,	
   LV,	
   CF88,	
   permi<ndo-­‐se	
   às	
   partes,	
  
incialmente,	
  o	
  direito	
  de	
  efetuar	
  suas	
  alegações,	
  apresentar	
  provas	
  e	
  contraditar	
  as	
  contrárias	
  e	
  
ter	
  toda	
  essa	
  argumentação	
  valorizada	
  na	
  análise	
  jurisdicional	
  
É	
   diferente	
   de	
   contraditório	
   -­‐	
   Direito	
   à	
   ampla	
   defesa	
   não	
   se	
   confunde	
   com	
   direito	
   ao	
  
contraditório,	
   pois	
   esse	
   é	
   o	
   direito	
   que	
   assegura	
   à	
   parte	
   a	
   par<cipação	
   no	
   processo,	
  
influenciando	
  a	
  decisão	
  jurisdicional	
  e	
  garan<ndo	
  a	
  sua	
  par<cipação	
  
Direito	
  à	
  cognição	
  -­‐	
  Direito	
  à	
  ampla	
  defesa	
  é	
  direito	
  à	
  cognição	
  plena	
  e	
  exauriente,	
  dispondo-­‐se	
  
aos	
  envolvidos	
  a	
  possibilidade	
  de	
  alegar	
  toda	
  a	
  matéria	
  disponível	
  para	
  tutela	
  de	
  suas	
  posições	
  
jurídicas	
  e	
  produzir	
  provas	
  exaus<vamente	
  
	
  
RelaOvização	
   da	
   Ampla	
   Defesa	
   -­‐	
   Os	
   cortes	
   cogni<vos	
   (plano	
   horizontal	
   e	
   ver<cal)	
   deverão	
  
ocorrer	
  através	
  da	
  lei,	
  com	
  fundamento	
  em	
  razões	
  cons<tucionais	
  
Implicações	
   -­‐	
   Envolve	
   a	
   concessão	
   de	
   prazos	
   razoáveis	
   para	
   defesa	
   e	
   pronunciamento	
   das	
  
partes,	
   conhecimento	
   dos	
   elementos	
   necessários	
   para	
   os	
   atos	
   relevantes	
   do	
   processo,	
  
possibilidade	
  de	
  esclarecimento	
  de	
  fatos,	
  direito	
  de	
  omi<r-­‐se,	
  etc.	
   31	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  à	
  Prova	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamento	
  ConsOtucional	
  -­‐	
  Direito	
  fundamental	
  à	
  prova	
  –	
  Art.	
  5o.	
  LVI,	
  garante	
  
à	
   parte	
   a	
   ampla	
   produção	
   probatória,	
   principalmente	
   ao	
   determinar	
   que	
   as	
  
provas	
   ilícitas	
   são	
   inadmissíveis,	
   o	
   ordenamento	
   estaeleceque	
   são	
   admissíveis	
  
todas	
  as	
  ob<das	
  através	
  de	
  meios	
  lícitos	
  
Previsão	
  no	
  CPC	
  -­‐	
  A	
  legislação	
  infracons<tucional	
  (CPC,	
  art.	
  322),	
  estabelece	
  que	
  
todos	
  os	
  meios	
   legais	
  e	
  moralmente	
   legí<mos,	
  ainda	
  que	
  não	
  especificados	
  em	
  
lei,	
  são	
  aptos	
  para	
  provar	
  a	
  verdade	
  
Implicações	
  -­‐	
  Não	
  é	
  lícito	
  aqui,	
  por	
  exemplo,	
  que	
  o	
  julgador	
  indefira	
  determinada	
  
prova	
  em	
  face	
  do	
  seu	
  conhecimento	
  prévio	
  a	
  respeito	
  da	
  alegação	
  
	
  
32	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  à	
  Publicidade	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamentos	
   ConsOtucionais	
   -­‐	
   Direito	
   fundamental	
   à	
   publicidade	
   –	
   Art.	
   93,	
  
incisos	
   IV	
  e	
  X	
  CF,	
  estabelece	
  que,	
   via	
  de	
   regra,	
   todos	
  os	
   julgamentos	
  do	
  Poder	
  
Judiciário	
  são	
  públicos,	
  sob	
  pena	
  de	
  nulidade	
  
Publicidade	
  -­‐	
  A	
  publicidade	
  não	
  diz	
  somente	
  com	
  o	
  ato	
  ser	
  público,	
  acessível	
  aos	
  
cidadãos,	
  mas	
   também	
  de	
   informar	
   a	
   todo	
   e	
   qualquer	
   cidadão,	
   não	
   só	
   àquele	
  
que	
  na	
  audiência	
  ou	
  sessão	
  esteve	
  presente,	
  através	
  de	
  publicações	
  oficiais	
  
Consequência	
   da	
   inobservância	
   -­‐	
   A	
   falta	
   dessas	
   publicações	
   é	
   mo<vo	
   de	
  
invalidade	
  processual	
  
RelaOvização	
  -­‐	
  O	
  direito	
  fundamental,	
  é	
  evidente,	
  é	
  rela<vizado	
  quando	
  direitos	
  
fundamentais	
   de	
  maior	
   grado	
  entram	
  em	
   choque	
   com	
  eles,	
   como	
  é	
  o	
   caso	
  da	
  
in<midade	
  (art.	
  5o.	
  LX).	
  
33	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Direito	
  Fundamental	
  à	
  Motivação	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamento	
  ConsOtucional	
  -­‐	
  Direito	
  fundamental	
  à	
  mo<vação	
  –	
  Art.	
  93,	
  IX,	
  CF,	
  
impõe	
   que	
   o	
   pronunciamento	
   dos	
   órgãos	
   do	
   Poder	
   Judiciário	
   devem	
   ser	
  
mo<vados	
  
Livre	
  convencimento	
  moOvado	
  -­‐	
  Assim,	
  portanto,todas	
  as	
  suas	
  decisões	
  devem	
  
apontar	
   as	
   escolhas	
   que	
   envolveram	
   a	
   individualização	
   da	
   norma	
   aplicada,	
   o	
  
suporte	
  fá<co,	
  consequências	
  jurídicas	
  decorrente	
  do	
  fato,	
  o	
  contexto	
  em	
  que	
  se	
  
deu	
  essa	
  compreensão	
  
Compreensão	
   da	
   norma	
   aplicada	
   -­‐	
   Na	
   mo<vação	
   a	
   parte	
   tem	
   o	
   direito	
   de,	
  
através	
  da	
  sua	
  leitura,	
  compreender	
  todos	
  os	
  elementos	
  usados	
  pelo	
  magistrado	
  
para	
  tomada	
  da	
  sua	
  decisão	
  
Tem	
  influência	
  em	
  outros	
  DF	
  -­‐	
  Esse	
  direito	
  influencia	
  diretamente	
  outros	
  direitos	
  
fundamentais,	
  como	
  o	
  do	
  contraditório,	
  processo	
  justo,	
  etc.	
   34	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Direito	
  Fundamental	
  à	
  Razoável	
  Duração	
  
Direitos	
  Fundamentais	
  Processuais	
  
Fundamento	
  ConsOtucional	
  -­‐	
  Tem	
  fundamento	
  no	
  art.	
  5º,	
  LXXVIII,	
  CF88	
  e	
  impõe	
  
que	
  a	
   tutela	
   jurisdicional	
  deve	
   ser	
   tempes<va,	
  pois	
   jus<ça	
  que	
  vem	
   tarde	
  é,	
   ai	
  
fim	
  e	
  ao	
  cabo,	
  injus<ça	
  
Sem	
  dilações	
  -­‐	
  Processo	
  com	
  duração	
  razoável	
  é	
  processo	
  sem	
  dilação	
  indevidas,	
  
entregando	
  à	
  parte	
  uma	
  tutela	
  célere	
  e	
  efe<va	
  
Ações	
  complexas	
  -­‐	
  A	
  aferição	
  da	
  razoabilidade	
  de	
  duração	
  do	
  processo	
  reclama	
  
atenção	
  para	
  a	
  complexidade	
  da	
  causa,	
  para	
  o	
  comportamento	
  das	
  partes	
  e	
  para	
  
o	
  comportamento	
  das	
  autoridades	
  judiciais	
  
35	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Princípios,	
  Regras	
  e	
  Postulados	
  Normativos	
  Aplicativos	
  
Estruturação	
  das	
  Normas	
  Processuais	
  
PRINCÍPIOS	
  
	
  
ª  Eram	
  tradicionalmente	
  os	
  pilares	
  da	
  estrutura	
  do	
  sistema	
  processual	
  
ª  Serviam	
  para	
  informar	
  o	
  desenho	
  e	
  o	
  ins<tuto	
  das	
  normas	
  processuais	
  
ª  Contemporaneamente,	
  deixaram	
  de	
  ser	
  pilares	
  e	
  passaram	
  a	
  ser	
  um	
  “estado	
  de	
  coisas”	
  a	
  ser	
  promovido	
  
ª  São	
  dire<vas	
  de	
  caráter	
  geral,	
  com	
  alto	
  grau	
  de	
  generalidade	
  e	
  de	
  indeterminação,	
  com	
  força	
  vincula<va	
  
ª  São	
  normas	
  abertas	
  a	
  estabelecer	
  um	
  programa	
  e	
  uma	
  direção	
  finalís<ca.	
  
REGRAS	
  
	
  
ª  São	
  normas	
  de	
  condutas,	
  que	
  impõe	
  determinados	
  comportamentos,	
  às	
  partes	
  e	
  ao	
  órgão	
  judicial	
  
POSTULADO	
  NORMATIVOS	
  
	
  
ª  São	
  normas	
  de	
  métodos	
  que	
  visam	
  a	
  orientar	
  na	
  solução	
  de	
  questões	
  surgidas	
  com	
  a	
  aplicação	
  do	
  direito	
   36	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Princípios	
  da	
  Segurança	
  e	
  da	
  Efetividade	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  Pode-­‐se	
  dizer	
  que	
  são	
  sobrenormas	
  jurídicas	
  processuais,	
  que	
  sobrepairam	
  as	
  demais	
  
ª  Orientam	
  inclusive	
  o	
  juiz	
  na	
  condução	
  do	
  processo	
  civil	
  
ª  O	
  princípio	
  da	
  segurança	
  está	
  in<mamente	
  relacionado	
  com	
  o	
  juiz	
  imparcial,	
  contraditório,	
  
mo<vação	
  das	
  decisões,	
  direito	
  à	
  prova,	
  etc.	
  
ª  O	
  direito	
  fundamental	
  à	
  efe<vidade	
  do	
  processo	
  decorre	
  basicamente	
  do	
  ar<go	
  5,	
  XXXV,	
  
CF88	
  
ª  O	
  da	
  segurança	
  decorre	
  do	
  art.	
  5,	
  LIV,	
  que	
  estabelece	
  o	
  devido	
  processo	
  legal	
  
ª  É	
  basicamente	
  o	
  direito	
  de	
  a	
  parte	
  receber	
  do	
  juiz	
  uma	
  decisão	
  de	
  mérito	
  adaptada	
  à	
  
natureza	
  das	
  situações	
  subje<vas	
  tuteláveis,	
  de	
  modo	
  à	
  que	
  seja	
  plenamente	
  sa<sfeito	
  
ª  São	
  princípios	
  conflitantes.	
  
37	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Princípios	
  da	
  Demanda	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  Trata-­‐se	
  do	
  poder	
  exclusivo	
  da	
  parte	
  pedir	
  a	
  tutela	
  jurisdicional	
  
ª  A	
  parte	
  quem	
  vai	
  fixar	
  o	
  objeto	
  material	
  do	
  processo	
  (arts.	
  2º,	
  128	
  e	
  264)	
  
ª  O	
  princípio	
  da	
  demanda	
  diz	
  com	
  a	
  disponibilidade	
  do	
  direito	
  subje<vo	
  das	
  partes	
  
ª  Cabe	
  exclusivamente	
  à	
  parte	
  decidir	
  se	
  irá	
  ou	
  não	
  exercer	
  o	
  seu	
  direito	
  subje<vo	
  
ª  Com	
  isso	
  veda-­‐se	
  que	
  o	
  juízo	
  preste	
  jurisdição	
  sem	
  que	
  haja	
  expresso	
  requerimento	
  da	
  
parte	
  
ª  Tal	
  norma	
  vem	
  expressamente	
  prevista	
  no	
  art.	
  2º	
  do	
  CPC,	
  além	
  de	
  outros	
  espalhados	
  
pelo	
  código,	
  como	
  nos	
  arts.	
  128,	
  294	
  e	
  460,	
  todos	
  do	
  CPC	
  
ª  Assim,	
  o	
  juiz	
  está	
  vinculado	
  ao	
  pedido	
  formulados	
  judicialmente	
  pelas	
  partes,	
  sendo-­‐lhe	
  
vedado	
  entregar	
  coisa	
  diversa	
  ou	
  em	
  quan<a	
  dis<nta	
  da	
  requerida	
  
38	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Princípios	
  da	
  Demanda	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  Há	
  quase	
  que	
  absoluta	
   soberania	
  das	
  partes	
   sobre	
  o	
  ajuizamento	
  ou	
  não	
  da	
  
ação,	
  baseando-­‐se	
  num	
  juízo	
  de	
  conveniência	
  e	
  oportunidade	
  
ª  São	
  poucas	
   as	
  hipóteses	
  de	
   conhecimento	
  de	
  exceções	
  à	
   regra,	
   sendo	
  a	
   sua	
  
grande	
  maioria	
  vinculadas	
  à	
   jurisdição	
  voluntária,	
  p.	
  ex.	
  A	
  possibilidade	
  de	
  o	
  
juiz	
  ordenar	
  o	
  início	
  da	
  Ação	
  de	
  Inventário	
  e	
  Par<lha	
  (989,	
  CPC)	
  
ª  Reflete-­‐se	
  num	
  conjunto	
  de	
  normas	
  pres<giadoras	
  da	
   liberdade	
  e	
  autonomia	
  
da	
  vontade	
  
ª  Algumas	
  exceções	
  são	
  verificadas,	
  por	
  exemplo,	
  no	
  direito	
  de	
  família,	
  onde	
  a	
  
sentença	
  que	
  reconhece	
  a	
  paternidade,	
  por	
  força	
  legal,	
  deve	
  fixar	
  os	
  alimentos	
  
(art.	
  7º,	
  Lei	
  8.560/92)	
  
ª  Outra	
   exceção	
   é	
   o	
   caso	
   de	
   obrigações	
   periódicas	
   (art.	
   290,	
   CPC)	
   e	
   dos	
  
honorários	
  advocalcios	
  (art.	
  20,	
  CPC)	
  
	
  
39	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Princípios	
  do	
  Dispositivo	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  O	
   juiz	
   deve	
   julgar	
   a	
   causa	
   com	
   base	
   nos	
   fatos	
   alegados	
   e	
   provados	
   pelas	
   partes	
   no	
  
processo	
  
ª  Impede	
  que	
  o	
   juiz	
  busque	
  por	
   fatos	
  não	
  alegados	
  pelas	
  partes,	
   fundamentando-­‐se	
  na	
  
preservação	
  da	
  imparcialidade	
  do	
  magistrado	
  
ª  Veda	
  o	
  juiz	
  de	
  decidircom	
  base	
  em	
  fatos	
  não	
  alegados	
  pelas	
  partes	
  
ª  Obriga-­‐o	
  a	
  considerar	
  a	
  situação	
  narrada	
  pelas	
  partes	
  
ª  Tem	
   como	
   contraponto	
   o	
   Princípio	
   do	
   Inquisitório,	
   que	
   confere	
   ao	
   juiz	
   o	
   poder	
   de	
  
inicia<va	
  probatória	
  
ª  O	
   sistema	
   brasileiro	
   é	
   misto,	
   ora	
   preservando	
   o	
   princípio	
   do	
   disposi<vo,	
   ora	
   o	
   do	
  
Inquisitório	
  
ª  Tem	
  seu	
   fundamento	
  no	
  art.	
  333	
  do	
  CPC,	
  que	
   impõe	
  o	
  ônus	
  da	
  prova	
  às	
  partes,	
  mas	
  
comporta	
   exceções,	
   como	
   o	
   caso	
   da	
   possibilidade	
   de	
   exigir	
   o	
   comparecimento	
   das	
  
partes	
   (342,	
   CPC),	
   do	
   uso	
   das	
   regras	
   de	
   experiência	
   comum	
   ou	
   técnica,	
   exibição	
   de	
  
livros	
  (381,	
  CPC),	
  inspeção	
  de	
  pessoa	
  ou	
  coisa	
  (art.	
  440),	
  etc.	
   40	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Princípios	
  do	
  Impulso	
  OBicial	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  Outrora	
  pensava-­‐se	
  que	
  o	
  processo	
  só	
  deveria	
  ser	
  objeto	
  de	
  impulso	
  oficial	
  em	
  caso	
  de	
  
matéria	
  de	
  interesse	
  público	
  
ª  Atualmente	
   compreende-­‐se	
   que	
   o	
   impulso	
   oficial	
   é	
   obrigação	
   do	
   órgão	
   jurisdicional,	
  
pois	
  o	
  processo	
  tem	
  natureza	
  pública	
  
ª  Instaurada	
   a	
   demanda,	
   compete	
   ao	
   juiz	
   mover	
   o	
   procedimento	
   adiante,	
   superando	
  
cada	
  uma	
  das	
  fases	
  processuais,	
  cf.	
  art.	
  262	
  do	
  CPC	
  
ª  É	
  contraponto	
  à	
  inércia	
  da	
  jurisdição,	
  pois	
  o	
  processo	
  quando	
  devidamente	
  instaurado	
  
não	
  fica	
  à	
  disposição	
  exclusiva	
  das	
  partes,	
  eis	
  que	
  responde	
  ao	
  interesse	
  público	
  
ª  O	
  Estado	
  tem	
  interesse	
  na	
  rápida	
  solução	
  do	
  conflito	
  e	
  está	
  previsto	
  no	
  art.	
  125.	
   II	
  do	
  
CPC	
  
ª  Esse	
  princípio	
  não	
  exclui	
  a	
  necessidade	
  de	
  par<cipação	
  das	
  partes,	
  onde	
  o	
   juiz	
  poderá	
  
em	
  alguns	
  casos	
  promover	
  a	
  ex<nção	
  do	
  processo	
  sem	
  julgamento	
  do	
  mérito	
  (art.	
  267,	
  
III,	
  CPC)	
   41	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Princípios	
  do	
  Conhecimento	
  OBicioso	
  do	
  Direito	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  Iuria	
  novit	
  curia	
  (o	
  juiz	
  conhece	
  o	
  direito)	
  
ª  Muito	
  embora	
  esteja	
  a	
  demanda	
  vinculada	
  à	
  mobilização	
  das	
  partes,	
  pode	
  o	
  
Juízo	
   conhecer	
   livremente	
   das	
   razões	
   jurídicas,	
   valorando	
   os	
   fatos	
   e	
  
promovendo	
  a	
  incidência	
  da	
  norma	
  adequada	
  
ª  O	
   fato	
   de	
   as	
   partes	
   não	
   haverem	
   suscitado	
   determinada	
   norma,	
   quer	
   na	
  
contestação,	
   quer	
   na	
   inicial,	
   não	
   impede	
   o	
   magistrado	
   de	
   promover	
   a	
   sua	
  
aplicação	
  
ª  Desimportante	
   é,	
   também,	
   o	
   nome	
   que	
   se	
   dá	
   à	
   causa	
   ou	
   as	
   providências	
  
requeridas,	
  sendo	
  importantes	
  o	
  pedido	
  e	
  a	
  causa	
  de	
  pedir	
  
ª  Dispensa-­‐se,	
  com	
  isso,	
  as	
  partes	
  de	
  produzir	
  qualquer	
  prova	
  sobre	
  o	
  direito,	
  à	
  
exceção	
  daquelas	
  previstas	
  no	
  art.	
  337	
  do	
  CPC	
  
42	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Princípios	
  da	
  Adequação	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  Busca,	
  inicialmente	
  orientar	
  a	
  atuação	
  do	
  legislador	
  infracons<tucional	
  
ª  Mas	
   também	
   deve	
   ser	
   realizada	
   ao	
   máximo	
   pelo	
   gestor	
   jurisdicional,	
  
adequando	
   o	
   procedimento	
   em	
   situações	
   específicas	
   para	
   potencializar	
   seu	
  
resultado	
  
ª  A	
  adequação	
  apresenta	
  3	
  aspectos:	
  subje<vos,	
  obje<vos	
  e	
  teleológicos	
  
ª  Subje<vos	
  diz	
  com	
  os	
  sujeitos	
  que	
  integram	
  o	
  processo,	
  se	
  menor	
  ou	
  maior,	
  se	
  
pessoa	
  {sica	
  ou	
   jurídica,	
  privada	
  ou	
  pública,	
   se	
  há	
   li<sconsórcio,	
   intervenção	
  
de	
  terceiros,	
  etc.	
  
ª  O	
  aspecto	
  obje<vo	
  implica	
  na	
  apreciação	
  do	
  bem	
  jurídico	
  material	
  que	
  integra	
  
o	
   objeto	
   do	
   processo,	
   se	
   a	
   demanda	
   é	
   vinculada	
   ao	
   direito	
   de	
   família,	
  
falências,	
  se	
  individual	
  ou	
  cole<vo,	
  etc.	
  
ª  O	
  aspecto	
  teleológico	
  impõe	
  a	
  necessidade	
  de	
  adequação	
  do	
  procedimento	
  de	
  
cada	
  processo	
  à	
  finalidade	
  que	
  lhe	
  é	
  des<nada	
   43	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Princípios	
  da	
  Colaboração	
  Processual	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  O	
  processo	
  estruturado	
  a	
  par<r	
  de	
  valores	
  busca	
  a	
  resolução	
  com	
  jus<ça	
  
do	
  objeto	
  do	
  processo	
  (decisão	
  de	
  mérito)	
  
ª  A	
  transição	
  de	
  um	
  Estado	
  Liberal	
  para	
  uma	
  Democracia	
  mais	
  par<cipa<va	
  
são	
  fatores	
  que	
  terminam	
  por	
  impor	
  a	
  cooperação	
  entre	
  juiz	
  e	
  partes	
  
ª  Assim,	
  o	
  juiz	
  ocupa	
  papel	
  paritário	
  no	
  diálogo	
  processual	
  com	
  as	
  partes	
  e	
  
assimétrico	
  no	
  momento	
  da	
  decisão	
  
ª  O	
   juiz	
  deve	
  pres<giar,	
  na	
   condução	
  processual	
  o	
   contraditório,	
  que	
  deve	
  
ser	
  inclusive	
  respeitado	
  por	
  ele	
  
ª  Essa	
  Colaboração	
  implica	
  em	
  uma	
  série	
  de	
  condutas	
  exigidas	
  das	
  partes	
  e	
  
juiz	
  expostas	
  no	
  art.	
  14	
  do	
  CPC	
   44	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Princípios	
  da	
  Colaboração	
  Processual	
  
Princípios	
  Processuais	
  
Art.	
  14.	
  São	
  deveres	
  das	
  partes	
  e	
  de	
  todos	
  aqueles	
  que	
  de	
  qualquer	
  forma	
  par?cipam	
  do	
  
processo:	
  (Redação	
  dada	
  pela	
  Lei	
  nº	
  10.358,	
  de	
  2001)	
  
I	
  -­‐	
  expor	
  os	
  fatos	
  em	
  juízo	
  conforme	
  a	
  verdade;	
  
II	
  -­‐	
  proceder	
  com	
  lealdade	
  e	
  boa-­‐fé;	
  
III	
   -­‐	
   não	
   formular	
   pretensões,	
   nem	
   alegar	
   defesa,	
   cientes	
   de	
   que	
   são	
   des?tuídas	
   de	
  
fundamento;	
  
IV	
   -­‐	
   não	
   produzir	
   provas,	
   nem	
   pra?car	
   atos	
   inúteis	
   ou	
   desnecessários	
   à	
   declaração	
   ou	
  
defesa	
  do	
  direito.	
  
V	
   -­‐	
   cumprir	
   com	
   exa?dão	
   os	
   provimentos	
   mandamentais	
   e	
   não	
   criar	
   embaraços	
   à	
  
efe?vação	
  de	
  provimentos	
  judiciais,	
  de	
  natureza	
  antecipatória	
  ou	
  final	
  
	
  
ª  Inúmeros	
   outros	
   ar<gos	
   impõe	
   às	
   partes	
   a	
   colaboraçãocom	
   a	
   prestação	
  
jurisdicional,	
  tais	
  como	
  as	
  normas	
  previstas	
  nos	
  art.	
  340,	
  355	
  e	
  600	
  
ª  Outras	
  normas	
  orientam	
  a	
  atuação	
  do	
  magistrado	
  de	
  forma	
  coopera<va,	
  tais	
  como	
  
as	
  dos	
  arts.	
  331,	
  447,	
  342,	
  399,	
  etc.	
  
ª  Encerram-­‐se	
   outros	
   deveres	
   impostos	
   aos	
   magistrados,	
   tais	
   como	
   o	
   dever	
   de	
  
esclarecimento,	
  de	
  prevenção	
  e	
  de	
  consulta	
  
45	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Princípios	
  do	
  Duplo	
  Grau	
  de	
  Jurisdição	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  Embora	
   não	
   configure-­‐se	
   como	
   um	
   direito	
   fundamental	
   processual,	
   é	
  
geralmente	
  respeitada	
  no	
  processo	
  civil	
  brasileiro	
  
ª  Reflete-­‐se	
   no	
   direito	
   de	
   reexame	
   por	
   um	
   órgão	
   jurisdicional	
   dis<nto	
   e	
  
hierarquicamente	
  superior	
  
ª  Tem	
  sua	
  base	
  norma<va	
  na	
  previsão	
  de	
  tribunais	
  ordinários	
  para	
  reexame	
  
das	
  decisões	
  proferidas	
  pelos	
  juízos	
  de	
  primeiro	
  grau	
  
ª  Comporta	
  exceções,	
  como	
  é	
  o	
  caso	
  das	
  causas	
  de	
  competência	
  originária	
  
do	
  STF	
  
ª  A	
  efe<vidade	
  do	
  processo,	
  também,	
  em	
  alguns	
  casos	
  (art.	
  515,§	
  3º,	
  CPC),	
  
impõe	
  na	
  supressão	
  do	
  Duplo	
  Grau	
   46	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Princípios	
  da	
  Oralidade	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª  A	
  prevalência	
  do	
  meio	
  de	
  comunicação	
  determina	
  se	
  o	
  processo	
   terá	
  um	
  viés	
  oral	
  ou	
  
escrito	
  
ª  Contudo,	
  princípio	
  da	
  oralidade	
  reflete	
  muito	
  mais	
  uma	
  finalidade	
  do	
  que	
  uma	
  situação	
  
real:	
  a	
  intenção	
  de	
  pôr	
  o	
  juiz	
  em	
  contato	
  direto	
  com	
  as	
  partes,	
  testemunhas	
  e	
  provas	
  
ª  Torna,	
  com	
  essa	
  aproximação,	
  possível	
  a	
  apreensão	
  imediata	
  do	
  lilgio,	
  em	
  sua	
  versão	
  
original	
  e	
  autên<ca	
  
ª  O	
  contato	
  direto	
  e	
  pessoal	
  do	
   juiz	
  com	
  as	
  partes	
  e	
   testemunhas	
  permite-­‐lhe	
  avaliar	
  a	
  
qualidade	
  e	
  a	
  credibilidade	
  das	
  informações	
  prestadas	
  em	
  juízo	
  
ª  Junto	
   à	
   oralidade	
   –	
   e	
   por	
   decorrência	
   dela	
   –	
   ganham	
   relevância	
   inúmeros	
   outros	
  
princípios	
  a	
  seguir	
  expostos,	
  tais	
  como	
  o	
  da	
   imedia<dade,	
  da	
   iden<dade	
  {sica	
  do	
   juiz,	
  
da	
  concentração,	
  etc.	
  
	
  
ª  O	
  princípio	
  da	
  oralidade,	
  no	
  processo	
  civil	
  brasileiro,	
  é	
  adotado	
  de	
  forma	
  mi<gada,	
  em	
  
face	
  das	
  peculiaridades	
  brasileiras	
   47	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
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Princípios	
  da	
  Preclusão	
  
Princípios	
  Processuais	
  
ª Trata-­‐se	
  de	
  elemento	
  essencial	
  para	
  ordenar	
  o	
  processo	
  
ª  Incen<va	
   a	
   marcha	
   para	
   a	
   frente	
   e	
   impõe	
   autorresponsabilidade	
   às	
  
partes,	
  concedendo	
  maior	
  tempes<vidade	
  à	
  tutela	
  jurisdicional	
  
ª É	
   vinculado	
   ao	
   conceito	
   de	
   ônus	
   (conduta	
   própria	
   para	
   a<ngir	
   um	
  
resultado)	
  
ª Trata-­‐se	
   da	
   perda,	
   ex<nção	
   ou	
   consumação	
   de	
   uma	
   faculdade	
  
processual	
  quando	
  alcançados	
  os	
  limites	
  assinalados	
  pela	
  lei	
  
ª Divide-­‐se	
  em	
  temporal,	
   lógica	
  e	
  consuma?va,	
  operando-­‐se,	
  quer	
  para	
  
as	
  partes,	
  quer	
  para	
  o	
  juiz	
   48	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Introdução	
  
Natureza	
  Jurídica	
  da	
  Ação	
  
ª Tendo-­‐se	
   em	
   vista	
   que	
   a	
   jurisdição,	
   enquanto	
   a<vidade	
   estatal,	
   só	
   é	
  
prestada	
  mediante	
  o	
  requerimento	
  da	
  parte,	
  importante	
  é	
  o	
  estudo	
  do	
  
que	
  põe	
  essa	
  a<vidade	
  em	
  movimento	
  
ª Assim,	
   passa-­‐se	
   a	
   estudar	
   as	
   polêmicas	
   que,	
   ao	
   longo	
   do	
   tempo,	
  
envolveram	
  o	
  conceito	
  de	
  Ação	
  
ª Ao	
   provocar	
   a	
   movimentação	
   da	
   jurisdição	
   o	
   <tular	
   da	
   pretensão	
  
resis<da	
  estará	
  exercendo	
  um	
  direito	
  ou	
  poder,	
  ao	
  qual	
   chamaremos	
  
aqui	
  de	
  direito	
  de	
  ação	
  
ª Ação	
  é	
  o	
  direito	
  ao	
  exercício	
  da	
  aOvidade	
  jurisdicional	
  ou	
  o	
  poder	
  de	
  
exigir	
  esse	
  exercício	
  
49	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Teoria	
  Imanentista	
  
Natureza	
  Jurídica	
  da	
  Ação	
  
ª  Para	
  essa	
  teoria	
  a	
  ação	
  era	
  mero	
  apêndice	
  do	
  direito	
  material	
  
ª  Não	
  havia	
  qualquer	
  dis<nção	
  entre	
  ação	
  e	
  direito	
  subje<vo	
  material	
  
ª  Trata-­‐se	
  da	
  escola	
  mais	
  clássica	
  que	
  abordou	
  o	
  conceito	
  de	
  ação,	
  de	
  forte	
  
caráter	
  civilista	
  
ª  A	
  ação	
  era	
  uma	
  qualidade	
  que	
  o	
  direito	
  <nha	
  de	
  reagir	
  quando	
  violado	
  
ª  Não	
  havia	
  ação	
  sem	
  direito,	
  nem	
  direito	
  sem	
  ação	
  e	
  ela	
  seguia	
  a	
  natureza	
  
do	
  direito	
  
ª  Era	
  defendida	
  mais	
  modernamente	
  por	
  Savigny	
  
50	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Polêmica	
  de	
  Windscheid-­‐Muther	
  
Natureza	
  Jurídica	
  da	
  Ação	
  
ª  Da	
   polêmica	
   discussão	
   entre	
   os	
   autores	
   alemães	
  Windscheid	
   e	
  Muther,	
  
somado	
  à	
  contribuição	
  de	
  Wach,	
  nasce	
  o	
  conceito	
  moderno	
  de	
  ação	
  
ª  Windscheid,	
  em	
  1856,	
  afirma	
  que	
  para	
  o	
  direito	
  romano	
  o	
  cidadão	
  não	
  era	
  
<tular	
  de	
  um	
  direito	
  contra	
  alguém,	
  mas	
  de	
  uma	
  ac?o,	
  ou	
  seja,	
  o	
  poder	
  de	
  
agir	
  contra	
  outrem	
  
ª  Ac<o	
   era	
   o	
   termo	
   u<lizado	
   pelos	
   romanos	
   para	
   dizer	
   que	
   alguém	
   pode	
  
exigir	
  de	
  outro,	
  desenvolvida	
  desde	
  o	
  primeiro	
  ato	
  até	
  a	
  sentença	
  
ª  Esse	
  poder	
  não	
  decorria	
  do	
  direito,	
  mas	
  da	
  concessão	
  do	
  Pretor	
  
ª  Windscheid	
   diferencia	
   a	
   ac?o	
   romana	
   do	
   conceito	
   moderno	
   de	
   ação,	
  
sendo	
   essa	
   úl<ma	
   um	
   direito	
   que	
   deriva	
   de	
   outro	
   direito,	
   o	
   direito	
   de	
  
pretensão	
  (anspruch),	
  que	
  existe	
  quer	
  o	
  direito	
  seja	
  violado	
  ou	
  não	
  
51	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Polêmica	
  de	
  Windscheid-­‐Muther	
  
Natureza	
  Jurídica	
  da	
  Ação	
  
ª  Muther,	
  em	
  1857,	
  em	
  célebre	
  obra,	
  realiza	
  severas	
  crí<cascontra	
  a	
  pessoa	
  
e	
  a	
  obra	
  de	
  Windscheid	
  
ª  Muther	
  diz	
  que	
  nos	
  primórdios	
  do	
  direito	
  romano	
  (legis	
  ac?ones)	
  a	
  ac?o	
  
era	
  ato	
  bilateral	
  que	
  iniciava	
  o	
  processo	
  
ª  Ex<nta	
  as	
  legis	
  ac?ones	
  e	
  iniciado	
  o	
  período	
  formulário,	
  Muther	
  diz	
  que	
  a	
  
ac?o	
   era	
   o	
   ato	
   que	
   iniciava	
   o	
   processo	
   que	
   precedia	
   a	
   lide	
   in	
   judicio,	
  
aquele	
  procedimento	
  que	
  concedia	
  a	
  fórmula	
  
ª  Antes	
  mesmo	
  da	
   concessão	
   da	
   formula,	
   já	
   <nha	
   o	
   autor	
   pretensão	
   para	
  
que	
   ela	
   fosse	
   concedida,	
   pois	
   não	
   podia	
   o	
   Pretor	
   negar-­‐lhe	
   a	
   prestação	
  
formular	
  
ª  Ac?o	
  era,	
  portanto,	
  aspirar	
  a	
  concessão	
  formular	
  
52	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Polêmica	
  de	
  Windscheid-­‐Muther	
  
Natureza	
  Jurídica	
  da	
  Ação	
  
ª Muther,	
   então,	
   diferentemente	
   de	
   Savigny	
   (Teoria	
   Imanen<sta),	
  
compreendia	
   a	
   ac?o	
   romana	
   como	
   algo	
   desvinculado	
   do	
   direito	
  
material	
  
ª Para	
  Muther	
  o	
  Pretor	
  poderia,	
  portanto,	
  conceder	
  a	
  fórmula	
  e	
  o	
  Juiz	
  
poderia	
  não	
  confirmá-­‐la	
  
ª Afirma	
   claramente	
   que	
   exis<a	
   um	
   direito	
   à	
   proteção	
   do	
   Estado,	
  
configurando-­‐se	
  como	
  um	
  direito	
  público	
  
ª Feita	
   a	
   crí<ca,	
   passa	
   Windscheid	
   a	
   admi<r	
   que	
   existem	
   direitos	
  
dis<ntos	
   e	
   de	
   naturezas	
   diferentes,	
   um	
   contra	
   o	
   Estado,	
   outro	
  
contra	
  o	
  par<cular	
   53	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Teoria	
  do	
  Direito	
  Concreto	
  de	
  Ação	
  
Natureza	
  Jurídica	
  da	
  Ação	
  
ª  Wach,	
  em	
  1885,	
  escreve	
   livro	
  apontando	
  a	
   independência	
  entre	
  o	
  direito	
  de	
  ação	
  e	
  o	
  
direito	
  subje<vo	
  material	
  
ª  Wach	
  assevera	
  que	
  a	
  pretensão	
  de	
  proteção	
  do	
  direito	
  tem	
  natureza	
  pública,	
  dirigindo-­‐
se	
  contra	
  o	
  estado	
  e	
  também	
  contra	
  o	
  adversário	
  
ª  Ao	
  primeiro	
  (Estado)	
  cabe	
  outorgar	
  a	
  proteção,	
  enquanto	
  ao	
  segundo	
  (adversário)	
  cabe	
  
tolerá-­‐la	
  
ª  Mas	
   para	
  Wach,	
   embora	
   autônomo	
   (não	
   nasce	
   com	
   o	
   direito	
  material),	
   o	
   direito	
   de	
  
ação	
  só	
  compete	
  a	
  quem	
  é	
  ?tular	
  de	
  um	
  interesse	
  real	
  e	
  não	
  imaginário	
  
ª  O	
  direito	
  de	
  ação,	
  embora	
  não	
  nasça	
  junto,	
  decorre	
  do	
  direito	
  subje<vo	
  material,	
  pois	
  
nasce	
  da	
  violação	
  ou	
  ameaça	
  desse	
  úl<mo,	
  sendo	
  exceção	
  a	
  Ação	
  Declaratória	
  Nega<va	
  
ª  Diz-­‐se	
   concreta	
   porque	
   Wach	
   condiciona	
   a	
   ação	
   a	
   direito	
   subje<vo	
   material,	
   que	
  
conduziria	
  a	
  uma	
  sentença	
  de	
  procedência	
  
ª  Wach	
   aponta	
   três	
   condições	
   para	
   a	
   ação:	
   a)existência	
   de	
   ameaça	
   ou	
   violação;	
   b)	
  
<tularidade,	
  devendo	
  ser	
  direito	
  próprio;	
  c)	
  possibilidade	
  jurídica	
  do	
  pedido	
   54	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Teoria	
  do	
  Direito	
  Abstrato	
  de	
  Agir	
  
Natureza	
  Jurídica	
  da	
  Ação	
  
ª  Criada	
  simultaneamente	
  por	
  dois	
  autores:	
  Degenkolb	
  e	
  Plósz,	
  em	
  1877	
  e	
  1866,	
  
respec<vamente	
  
ª  Ambos	
   apoiam	
   Büllow	
   (1868),	
   quando	
   à	
   dis<nção	
   das	
   relações	
   jurídicas	
   de	
  
direito	
  processual	
  e	
  material	
  
ª  Degenkolb	
  diz	
   que	
  Büllow	
  descuidou-­‐se	
   ao	
   vincular	
   o	
   direito	
   de	
   ação	
   a	
   uma	
  
sentença	
  justa,	
  devendo	
  ser	
  encontrado	
  um	
  fundamento	
  que	
  desvinculasse	
  a	
  
ação	
  da	
  razão	
  do	
  autor	
  
ª  Para	
   essa	
   teoria,	
   o	
   direito	
   de	
   ação	
   é	
   direito	
   subje<vo	
  público	
   que	
   se	
   exerce	
  
contra	
  o	
  Estado,	
  obrigando-­‐se	
  o	
  réu	
  a	
  comparecer	
  em	
  juízo	
  
ª  É	
  direito	
  de	
  agir	
  decorrente	
  da	
  própria	
  personalidade,	
  preexis<ndo	
  à	
  própria	
  
demanda	
  
ª  Só	
  é	
  <tular	
  do	
  direito	
  de	
  ação	
  aquele	
  que	
  postulasse	
  de	
  boa-­‐fé,	
  acreditando	
  na	
  
existência	
  do	
  direito	
  a	
  que	
  se	
  atribui	
  e	
  exigindo	
  a	
  proteção	
  de	
  uma	
  norma	
  legal	
   55	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Teoria	
  Eclética	
  
Natureza	
  Jurídica	
  da	
  Ação	
  
ª Liebman,	
  criador	
  da	
  Teoria	
  Eclé<ca,	
  teve	
  forte	
  influência	
  no	
  direito	
  
processual	
  brasileiro,	
  ao	
  ponto	
  de	
  o	
  CPC	
  consagrar	
  expressamente	
  
sua	
  teoria	
  
ª A	
  Teoria	
  Eclé<ca	
  tem	
  por	
  base	
  as	
  condições	
  da	
  ação,	
  que	
  são	
  três:	
  
ª  Possibilidade	
   Jurídica	
  do	
  pedido	
  –	
  é	
  a	
  existência	
  de	
  previsão,	
  pelo	
  direito	
  
obje<vo,	
  da	
  pretensão	
  de	
  direito	
  material	
  exposta	
  pelo	
  autor	
  
ª  Interesse	
  de	
  Agir	
  –	
  é	
  a	
  necessidade	
  da	
  tutela	
  jurisdicional	
  para	
  que	
  se	
  tenha	
  
sa<sfação	
   do	
   direito	
   pleiteado,	
   ao	
   qual	
   pressupõe-­‐se	
   um	
   conflito	
   de	
  
interesses,	
  elemento	
  central	
  da	
  lide	
  
ª  Legi9midade	
   –	
   o	
   sujeito	
   a<vo	
   da	
   relação	
   processual	
   deve	
   ser	
   <tular	
   da	
  
relação	
  substancial	
  deba<da,	
  enquanto	
  o	
  réu	
  deverá	
  ser	
  o	
  outro	
  sujeito	
  da	
  
relação	
  li<giosa	
  
56	
  
Prof.	
  Me.	
  Altair	
  Rosa	
  Filho	
  
altair_silva@uniri,er.edu.br	
  
Teoria	
  Eclética	
  
Natureza	
  Jurídica	
  da	
  Ação	
  
ª  Liebman	
   tenta	
   conciliar	
   as	
   duas	
   correntes,	
   concreta	
   e	
   abstrata,	
   em	
   uma	
  
nova	
  teoria	
  
ª  Para	
   Liebman	
   a	
   ação	
   é	
   direito	
   de	
   provocar	
   o	
   exercício	
   da	
   jurisdição,	
  
provocando-­‐se	
  o	
  julgamento	
  do	
  pedido,	
  ou	
  seja,	
  a	
  decisão	
  da	
  lide	
  (análise	
  
do	
  mérito):	
  
ª  Lide	
  –	
  conflito	
  efe<vo	
  ou	
  virtual	
  de	
  pedidos	
  contraditórios	
  
ª  Mérito	
   –	
   iden<fica-­‐se	
  ao	
  conceito	
  de	
   lide,	
   incluindo-­‐se	
  nele	
   todas	
  as	
  questões	
  
que	
  refiram-­‐se	
  à	
  controvérsia	
  
ª  Jurisdição	
  –	
  a<vidade	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  que	
  viabiliza	
  na	
  prá<ca	
  a	
  realização	
  da	
  
ordem	
  jurídica	
  
ª  Portanto,	
   para	
   Liebman	
   a	
   ação	
   não	
   compete	
   a	
   qualquer	
   pessoa,	
   pois	
  
embora	
  seja	
  abstrata,	
  tem	
  no	
  seu	
  conteúdo	
  o	
  julgamento

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