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Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 1 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Teoria Geral do Processo Civil 2 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Conceitos Fundamentais 3 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Meios de Solução de ConBlitos Conceitos Fundamentais REVISÃO DOS MEIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS ª É pressuposto para que haja necessidade de u<lização de um meio de solução de conflitos a existência de um conflito de interesses (crise no plano do direito material) ª Autotutela – é o mais an<go meio de solução de conflitos, vedado atualmente pelo art. 345, Código Penal ª Atualmente a autotutela é uma exceção, prevista de forma expressa em determinadas hipóteses no ordenamento jurídico (ver arts. 578 e 644 e art. 1.210, Código Civil) ª Autocomposição – permi<da atualmente, pode se dar de forma unilateral ou bilateral, através da desistência, submissão ou transação, podendo ocorrer de forma extraprocessual ou endoprocessual ª Heterocomposição – caracteriza-‐se pela presença de um sujeito estranho ao conflito de interesses, tendo como seu principal expoente a jurisdição 4 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Jurisdição Conceitos Fundamentais REVISÃO DA JURISDIÇÃO ª Para compreensão da jurisdição é essencial a compreensão da Teoria de CarneluX, u<lizando-‐se os conceitos de pretensão e lide ª O que é pretensão? Pretender, para a doutrina italiana, é afirmar a <tularidade de um direito. Passa a ser a expecta<va de que a futura sentença venha a reconhecer-‐lhe a existência ª CarneluX trabalha sua teoria baseada no conceito de lide ª O que é a lide? É o conflito de interesses qualificado por uma pretensão resis<da, ou seja, um conflito, que deverá ser dirimido (resolvido) pelo Poder Judiciário ª Trata-‐se do núcleo do processo civil, é a meta de sua existência – a resolução da lide, compor a lide, conforme o ordenamento jurídico ª Contudo, a lide não é pressuposto para a existência do processo, segundo crí<ca de doutrina mais contemporânea, pois não explicaria o fenômeno da jurisdição voluntária 5 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Jurisdição Conceitos Fundamentais REVISÃO DA JURISDIÇÃO ª Jurisdição é o poder de conhecer e decidir com autoridade ª É o poder das autoridades judiciárias regularmente inves<das no cargo de “dizer o direito” no caso concreto ª O ato jurisdicional é pra<cado pela autoridade estatal, através de um terceiro imparcial ª Não é a subs<tu<vidade que define a jurisdição, mas sua imparcialidade, configurando-‐se como jurisdição o que, para algumas doutrinas, não era, como é o caso da jurisdição voluntária 6 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Jurisdição Conceitos Fundamentais REVISÃO DA JURISDIÇÃO ª É a função soberana, que tem por finalidade estabelecer, mediante provocação do interessado ou de quem tem o dever de provocar, a aplicabilidade de determinada norma jurídica ª É função de exercício reservado, observados determinados princípios e critérios formais ª É a faculdade que o Poder Judiciário tem de pronunciar concretamente a aplicação do direito obje<vo ª A função estatal de aplicar as normas da ordem jurídica em relação a uma pretensão 7 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Jurisdição Conceitos Fundamentais REVISÃO DA JURISDIÇÃO ª O ato jurisdicional é pra<cado pela autoridade estatal ª O juiz o realiza como dever-‐função, sendo inafastável, nos termos do art. 5º, inc. XXXV, CF88 ª O ato jurisdicional tem como condição um “terceiro imparcial” ª O juiz é esse terceiro imparcial relação ao interesse sobre o qual recai sua a<vidade ª Trata-‐se de a<vidade do estado com eficácia vincula<va ª É função exclusiva do Poder Judiciário 8 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Processual e Direito Material Conceitos Fundamentais DIREITO MATERIAL Conjunto de normas -‐ Conjunto de normas que regulam os comportamentos dos integrantes de uma sociedade Valores sociais -‐ Baseado nos valores de cada sociedade em um determinado período Suporte-‐fáOco -‐> Consequência Jurídica ª Composto por 4 comportamentos básicos: ª Dever ou obrigação – indicam um determinado comportamento ª Faculdade – possibilidade de licitamente pra<car um ato ª Poder – poder de realizar um ato e produzir determinado efeito jurídico ª Sujeição – um dos sujeitos sofre as consequências de um poder de outro Crise – em algumas situações o direito material deixará de ser cumprido por alguma das partes, gerando uma crise no seu cumprimento Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Processual e Direito MaterialConceitos Fundamentais DIREITO PROCESSUAL DisOnção entre conjunto de normas -‐ Normas de direito processual não confundem-‐se com as normas de direito material, mas dão eficácia a essas úl<mas quando da lesão (crise no direito material) Caráter Instrumental – A tutela processual serve à tutela do direito no plano material quando há inobservância daquele que deveria ter um determinado comportamento Interdependência – A inobservância das normas de direito material e a realização do direito através de um dos meios de solução de conflitos (jurisdição) vincula de forma relevante o direito material ao direito processual Função – O direito processual vai regular a forma de prestação da jurisdição para solução da crise (lesão) no direito material Correspondência -‐ A tutela processual ao direito lesado deve corresponder à tutela prestada pelo direito material à lesão come<da Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Processual e Direito Material Conceitos Fundamentais DIREITO PROCESSUAL Regras Processuais – tendo em vista as várias espécies de jurisdição, trabalhista, militar, penal, cível, etc., as normas processuais são agrupadas em códigos ou leis especializados, conforme o ramo em que se instaurou o conflito Conceito -‐ Direito processual, como instrumento, é portanto o conjunto de normas que regula o meio de composição dos lilgios, ou seja, é o conjunto de normas que regula a prestação jurisdicional Natureza – independente da origem do lilgio, que pode se dar no mais privado ramo do direito, terá sempre natureza pública, sendo, portanto, ramificação do Direito Público Relação Jurídica Processual – não se confunde com a relação jurídica de direito processual, podendo, inclusive, ser ex<nta sem macular a pretensão de direito material Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Processual e Direito Material Conceitos Fundamentais DIREITO PROCESSUAL ª O direito processual, sem o direito material, seria inú<l ª O direito material, sem o processual, seria, em alguns casos, ina<ngível, em face de eventuais crises ª A tutela processual ao direito lesado deve corresponder à tutela prestada pelo direito material à lesão come<da ª Normas de direito processual não confundem-‐se com as normas de direito material, mas dão eficácia a essas úl<mas quando da lesão ª Daí porque o direito processual deve garan<r materialmente a efe<vidade do direito material, não de forma meramente formal ou abstrata 12 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento das Origens do Processo Civil Conceitos Fundamentais Família – O Direito Processual Civil Brasileiro origina-‐se na família romano-‐germânica, nascida primi<vamente da cultura romana Primórdio – nos primórdios o processo era confundido com o mis<cismo religioso, sem qualquer traço de racionalidade, sendo segredo dos ponlfices a revelação do direito CaracterísOca raOficadora -‐ O terceiro imparcial, primi<vamente, só surgia depois que o par<cular já <nha, à força, realizado o seu direito, tendo uma caracterís<ca sancionadora e ra<ficadora do exercício privado do direito Fases do Direito Romano -‐ O direito processual, em Roma, desenvolve-‐se através de 3 fazes dis<ntas, desde as legis ac?ones, passando pelo período formulário (ordo judiciorum privatorum) e encerrando-‐se com a cogni?o extra ordinem 13 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento das Origens do Processo Civil Conceitos Fundamentais PERÍODO DAS LEGIS ACTIONES – Tem início no período mais primi<vo, desde a fundação e vai até o ano de 149 a.C., sendo o período de maior rigor formal Exis<am basicamente 5 ações (legis ac?ones, ou ações de lei): a) Ac?o sacramen? (sacramentum) -‐ u<lizada em todas as causas quando não exis<sse procedimento específico b) Iudicis postula?o -‐ pedia-‐se ao juiz para reclamar o objeto de uma es<pulação c) Condic?o -‐ citação para que o demandado comparecesse, dentro de 30 dias, para designação de um magistrado; d) Manus iniec?o -‐ para a execução de um julgamento; e) Pignoris capio -‐ para recebimento de determinada dívida. Falta de atenção à forma = improcedência -‐ A falta de atenção à solenidade implicava na improcedência do pedido, por exemplo: ao se reivindicar um escravo, o autor devia empunhar uma varinha, dizendo “afirmo que este homem me pertence pelo direito segundo sua condição, assim como disse, toquei-‐o com esta varinha (vindicta)” 14 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento das Origens do Processo Civil Conceitos Fundamentais Período Formulário -‐ Tem início com o encerramento do período das legis ac?ones e vai até 294 d.C., quando Diocleciano reforma o processo civil romanoFórmulas -‐ Não exis<am mais as 5 ações, mas na realidade inúmeras “fórmulas” para solucionar lilgios, que eram u<lizadas pelos magistrados/pretores, con<das no albun, que eramaptas a compor toda e qualquer lide que se apresentasse Fases -‐ Caracterizava-‐se por duas fazes dis<ntas, a instancia in iure e a instancia in judicio Instancia in iure -‐ A ação era proposta perante o pretor (instancia in iure), o qual concedia a fórmula Instancia in iudicio -‐ Concedida a fórmula as partes eram encaminhadas para o juiz (instancia in iudicio) Contrato entre as partes -‐ A aceitação da fórmula pelas partes correspondia a verdadeiro contrato e se chamava de li?s contesta?o 15 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento das Origens do Processo Civil Conceitos Fundamentais Período Da Cogni9o Extra Odrinem -‐ Desapareceu a forma in iure e in iudic?o e o processo passa a ser escrito Juiz funcionário do Estado -‐ processo passou a se concentrar nas mãos de um único juiz, que passou a ser funcionário do Estado Fase postulatória -‐ A narra?o era a exposição do autor e a contradic?o a defesa do réu Coação Estatal -‐ Após a prolação da sentença ocorria a execução, em que o Estado u<lizava da coação Essa fase foi essencial para o surgimento do proc. civil moderno. Fase Pós-‐romana -‐ Com a queda do Império Romano o processo sofreu acentuadas influências dos povos bárbaros que dominavam a Europa, principalmente dos germânicos e durante muito tempo o processo caminhou sem nenhum cunho cienlfico, chegando época em que predominavam os “juízos de Deus” e as ordálias 16 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento Processo Civil no Brasil Conceitos Fundamentais ORDENAÇÕES DO REINO Ordenações Filipinas -‐ Foram man<das as Ordenações Filipinas (1603) após a independência do Brasil, desde que não contrariassem a soberania do país; elas têm forte influência do direito romano e do direito canônico CaracterísOcas enquanto vigoraram as ordenações -‐ O processo possuía as seguintes caracterís<cas: forma escrita; as partes não par<cipavam da inquirição das testemunhas (para provar mo<vos de suspeita deviam usar da contradita); valorização do princípio do disposi<vo (autor e réu eram os donos do processo e a sua movimentação era privilégio das partes) REGULAMENTO 737 Primeiro código de processo -‐ De 1850, foi o primeiro Código Processual, mas apenas regulava o processamento de causas comerciais Aplicação em causas cíveis -‐ Em 1890: é estendido aos demais feitos civis pelo Regulamento 763 17 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento Processo Civil no Brasil Conceitos Fundamentais CÓDIGOS ESTADUAIS ConsOtuição Republicana de 1891 -‐ dividiu a Jus<ça Federal da Jus<ça Estadual, bem como o poder de legislar sobre processo, alcançando aos estados a possibilidade de editar normas processuais Códigos Processuais Estaduais -‐ Era marcado pela dicotomia, havendo um Direito Processual da União x Códigos Estaduais de Processo CÓDIGO DE 1939 Retorno ao processo unitário -‐ A Cons<tuição de 1934 ins<tui o processo unitário, impedindo que os Estados legislassem sobre essa matéria, que agora era competência da União CÓDIGO DE 1973 Código Atual -‐ Lei n. 5.869/73, com Projeto do Min. Alfredo Buzaid, atualmente em vigor, mas tendo sofrido inúmeras reformas com a finalidade de dar maior agilidade aos feitos que tramitam no Brasil 18 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento Metodológico do Processo Civil Conceitos Fundamentais PRAXISMO Período e forma de estudo -‐ Vigorou até a segunda metade do século XIX e o processo não era estudado como uma ciência autônoma PráOco -‐ O direito processual civil era algo eminentemente prá<co, sendo o processo um apêndice do direito material Sequência de atos de praxe -‐ Era compreendido apenas como forma de solução dos conflitos através de uma mera sequencia ordenada de atos que de praxe se realizavam Confusão de elementos essenciais -‐ A Ação era confundida com a ac?o havia confusão entre conceitos básicos como processo e procedimento Falta de separação -‐ Confundia-‐se o direito material com o direito processual, que era a inflamação do primeiro 19 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento Metodológico do Processo Civil Conceitos Fundamentais PROCESSUALISMO Início da ciência processual -‐ Em 1868 Oskar Von Bulow percebe que há uma dis<nção entre a relação de direito material e a relação de direito processual; a relação de direito material não se confundia com a relação de direito processual, pois a primeira poderia inexis<r, enquanto é inegável que asegunda exis<u, quando estavam presentes os chamados pressupostos processuais Ramo autônomo -‐ Surge aí a fase do processualismo, onde o Direito Processual Civil passa a ser compreendido como ramo autônomo do direito Prejuízo à instrumentalidade -‐ Essa fase prejudicou a relação do direito processual com o direito material, produzindo um processo incapaz de evoluir conjuntamente com os fatos sociais, pois buscava-‐se uma ciência atemporal e com isso desconectou-‐se o processo civil dos anseios sociais Falta de capacidade de realizar o direito material -‐ Ele não era capaz, assim como não foi, de responder à altura da demanda evolu<va das relações humanas; o processo esqueceu-‐se da sua maior finalidade, que sempre foi a realização do direito material 20 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento Metodológico do Processo Civil Conceitos Fundamentais INSTRUMENTALISMO Processo é instrumento -‐ O processo passa a ser visto e compreendido como um instrumento para a realização de direito material, cabendo, então, à jurisdição declarar a vontade concreta do direito PosiOvismo -‐ É marcado, ainda, pelo posi<vismo, sendo amplamente regulado pelos ordenamentos jurídicos, estabelecendo-‐se os limites do direito processual como elemento essencial ao controle jurisdicional; jurisdição ocupa o papel central do estudo processual Juiz aOvo -‐ O juiz passa a ser mais a<vo e não mais passivo na relação jurídica processual e o maior valor a ser alcançado é o da efe<vidade ConsOtucionalização -‐ A Cons<tuição está aí apenas sob a ó<ca das garan<as, visualizada mais como salvaguarda do cidadão ao arbítrio Estatal 21 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento Metodológico do Processo Civil Conceitos Fundamentais INSTRUMENTALISMO CríOcas -‐ A fase instrumentalista, embora tenha colaborado para o avanço do processo sofre duras crí<cas Problema da jurisdição como núcleo do processo -‐ A primeira dela é a colocação da jurisdição (e sua função declaratória de direito) como cerne dos estudos processuais. Com isso, diminui-‐se o papel do juiz e das partes ao longo do processo Não é aOvidade meramente declaratória -‐ A jurisdição não apenas declara o direito, mas reconstrói a ordem jurídica através do processo, com as afirmações dos seus par<cipantes. A jurisdição como cerne unilateraliza o estudo do processo e deixa de lado o seu viés par<cipa<vo (das partes) 22 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Desenvolvimento Metodológico do Processo Civil Conceitos Fundamentais FORMALISMO-‐VALORATIVO Quarta e mais recente fase -‐ Trata-‐se da quarta fase metodológica e mais recente, concebendo um processo formulado a par<r de valores como o da Jus<ça, da igualdade, par<cipação, efe<vidade e segurança Respaldo axiológico -‐ Cria-‐se aí, portanto, uma base axiológica sobre a qual trabalharão princípios, regras e postulados norma<vos aplica<vos que influenciam na compreensão do fenômeno processual Valores se sobrepões à técnica -‐ A técnica fica em segundo plano, representando um mero meio à realização do direito material, jamais permi<ndo-‐se que a forma se sobreponha aos valores que orientam o processo Finalidade do processo -‐ O fim do processo não é mais a simples realização do direito material, mas a concre<zação da jus<ça segundo as par<cularidades do caso concreto 23 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Constitucionalização do Processo Civil no Brasil Conceitos Fundamentais PRIMEIRA CONSTITUCIONALIZAÇÃO ª Representa o momento em que se inicia o estudo das garan<as cons<tucionais relacionadas ao processo ª Vai até a formalização desses direitos na cons<tuição de 1988 ª Elas limitam o arbítrio do Estado. Os princípios – e diversos deles – passam a ser encartados pela cons<tuição. SEGUNDA CONSTITUCIONALIZAÇÃO ª O processo passa a ser compreendido sob a ó<ca dos direito fundamentais ª A nova teoria das normas (Humberto Ávila) e a metodologia dos direito fundamentais são efe<vamente incorporados ao direito processual civil ª A proibição à proteção insuficiente, de proteção excessiva e de retrocesso dos direito fundamentais, bem como a dimensão obje<va do direito impõe que se faça uma interpretação conforme os direito fundamentais. 24 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental de Acesso à Jurisdição Direitos Fundamentais Processuais Previsão ConsOtucional -‐ Previsto cons<tucionalmente no Art. 5o, XXXV, sendo conhecido como direito fundamental de acesso a jus<ça Amplitude -‐ Esse acesso deve ser o mais amplo possível, sem qualquer restrição, a<ngindo autor e réu, impondo-‐se, ainda, uma tutela adequada e tempes<va (CF88, 5o. LXXVIII) Direito de todas as partes -‐Não é direito único do autor, através da Ação, mas é direito do réu, que tem o direito de ser ouvido e de par<cipar em todos os momentos do procedimento AOnge direitos coleOvos -‐ A<nge não só os direitos individuais, mas hoje os direitos cole<vos, como do consumidor e ambiental Direito à adequação do procedimento ao Direito Material -‐ E não encampa somente o direito de acesso à jurisdição, mas a criação de meios hábeis à realização do direito, pois acesso sem resolução do conflito não gera resultado, como mandado de segurança, habeas data, habeas corpus, etc 25 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental ao Processo Justo Direitos Fundamentais Processuais Fundamento ConsOtucional -‐ Tem como fundamento o art. 5º, LIV, da CF88, ao afirmar que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”; tem como fundamento o Direito ao Devido Processo Legal Fonte de normas e princípios – o Direito Fundamental ao Processo Justo é o alicerce do processo jurisdicional brasileiro e dela emanam inúmeras outras normas e princípios Proteção das partes -‐ Exige a realização de um estado ideal de prote<vidade, buscando interpretar as regras processuais e afastar aquelas que não contemplam a proteção das partes no processo Processo Devido -‐ Processo justo é processo devido, sendo condição para o alcance de uma decisão justa o respeito às normas estabelecidas pelo legislador que dão contorno à realização da a<vidade jurisdicional, protegendo a parte de excessos e assegurando garan<as fundamentais A quem incumbe estabelecer o Devido Processo Lega? É tarefa do legislador estabelecer o Devido Processo Legal, organizando e formalizando a estrutura processual Dever do Juiz -‐ O juiz tem o dever de o<mizar a realização de um processo justo, afastando normas que não contemplam a efe<vidade processual, garan<ndo às partes a realização de todas as garan<as cons<tucionais fundamentais 26 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental à Tutela Adequada e Efetiva Direitos Fundamentais Processuais Fundamento consOtucional -‐ Tem também fundamento no art. 5º, XXXV, da CF88, pois não basta o acesso à jus<ça se a tutela jurisdicional não for adequada e efe<va, no sen<do de promover a realização justa do Direito Material; A lei ou a falta dela não pode afastar a proteção ao Direito, pois tutela é proteção Adequação – A tutela deve ser adequada, pois estará atenta às necessidades do direito material deba<do tutelando-‐o de forma a compreender a peculiaridade de relações jurídicas dis<ntas EfeOvidade – precisa ser efe<va, porque deverá realizá-‐lo concretamente, sendo o resultado da demanda o mais aderente possível ao direito material, alterando a realidade de forma a assegurar a parte o cumprimento das decisões e a proteção ao direito Conflito – Sempre que se fala em adequação e efe<vidade promove-‐se um debate sobre a necessidade de ponderação entre valores como segurança jurídica e efe<vidade Análise do caso concreto -‐ Implica a necessidade de análise do caso Concreto, pois ela deve ser capaz de proteger os direito deba<do na causa Obrigação do Estado -‐ Com isso obriga-‐se o Poder Público a prever, por exemplo, ritos especiais, com níveis de cognição adequados e proporcionais 27 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental ao Juiz Natural Direitos Fundamentais Processuais Fundamentos ConsOtucionais -‐ Tem fundamento nos ar<gos Arts. 5o. LIII e XXXVII, privilegiando a independência e a imparcialidade jurisdicional; O órgão deve ser imparcial, que é nota essencial à jurisdição e por isso deve ser exercida de forma autônoma e independente Competência -‐ Exige-‐se a predeterminação dos critérios para fixação da competência GaranOas aos magistrados -‐ Justamente por isso se dá a criação de garan<as, também, aos juízes, tais como a vitaliciedade, inamovibilidade e irredu<bilidade de subsídio Conceito -‐ Juiz natural é juiz competente, autônomo, impacial e escolhido aleatoriamente e não se pode pensar em processo justo sem esses elementos Valores assegurados também pelo CPC -‐ O CPC concede às partes outra série de garan<as que visam a imparcialidade, tais como as normas que regulam impedimento e suspeição, bem como a vedação de instauração de processo de o{cio 28 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental à Igualdade Processual Direitos Fundamentais Processuais Fundamento ConsOtucional -‐ Tem fundamento no Art. 5o Inciso I, CF88 Isonomia -‐ Impõe que o processo seja organizado de forma isonômica, não permi<ndo a concessão de privilégios a qualquer das partes, assegurando-‐se igualdadede tratamento (art. 125, I, CPC) Reestabelecimento de diferenças -‐ A diferença econômica, cultural, técnica, etc., entre as partes pode impor algumas diferenças no processo e isso deve ser reequilibrado materialmente pelo Estado Tratando desiguais de forma desigual -‐ Portanto, a desigualdade, muitas vezes prevista legalmente, serve como instrumento para promoção da igualdade no processo, como é o caso do prazo em dobro em algumas situações, do reexame necessário, etc. Paridade de armas -‐ A criação da paridade de armas, como como ocorre com a criação e o aparelhamento das defensorias, a inversão do ônus da prova buscam diminuir a desigualdade econômica entre as partes 29 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental ao Contraditório Direitos Fundamentais Processuais Fundamentos ConsOtucionais -‐ Tem fundamento nos Art. 5o. LIV e LV, configurando-‐se como o elemento que permite, de forma atualmente mais ampliada, a par<cipação das partes no processo Aspecto histórico -‐ Tem início com uma compreensão absolutamente formal do processo, com um juiz passivo, que só recebe informações, assumindo-‐se um viés de total bilateralidade Direito de influência -‐ É a previsão de que as partes têm o direito de atuar e influenciar na decisão judicial Também aplica-‐se contraditório em face do magistrado -‐ Não está focado unicamente na manifestação da parte contrária, mas também na manifestação judicial, pois o juiz deve buscar dialogar equita<vamente com ambas as partes Implicações – termina por implicar num amplo acesso à produção e ao debate sobre a prova 30 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental à Ampla Defesa Direitos Fundamentais Processuais Fundamento ConsOtucional -‐ Tem fundamento no art. 5º, LV, CF88, permi<ndo-‐se às partes, incialmente, o direito de efetuar suas alegações, apresentar provas e contraditar as contrárias e ter toda essa argumentação valorizada na análise jurisdicional É diferente de contraditório -‐ Direito à ampla defesa não se confunde com direito ao contraditório, pois esse é o direito que assegura à parte a par<cipação no processo, influenciando a decisão jurisdicional e garan<ndo a sua par<cipação Direito à cognição -‐ Direito à ampla defesa é direito à cognição plena e exauriente, dispondo-‐se aos envolvidos a possibilidade de alegar toda a matéria disponível para tutela de suas posições jurídicas e produzir provas exaus<vamente RelaOvização da Ampla Defesa -‐ Os cortes cogni<vos (plano horizontal e ver<cal) deverão ocorrer através da lei, com fundamento em razões cons<tucionais Implicações -‐ Envolve a concessão de prazos razoáveis para defesa e pronunciamento das partes, conhecimento dos elementos necessários para os atos relevantes do processo, possibilidade de esclarecimento de fatos, direito de omi<r-‐se, etc. 31 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental à Prova Direitos Fundamentais Processuais Fundamento ConsOtucional -‐ Direito fundamental à prova – Art. 5o. LVI, garante à parte a ampla produção probatória, principalmente ao determinar que as provas ilícitas são inadmissíveis, o ordenamento estaeleceque são admissíveis todas as ob<das através de meios lícitos Previsão no CPC -‐ A legislação infracons<tucional (CPC, art. 322), estabelece que todos os meios legais e moralmente legí<mos, ainda que não especificados em lei, são aptos para provar a verdade Implicações -‐ Não é lícito aqui, por exemplo, que o julgador indefira determinada prova em face do seu conhecimento prévio a respeito da alegação 32 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental à Publicidade Direitos Fundamentais Processuais Fundamentos ConsOtucionais -‐ Direito fundamental à publicidade – Art. 93, incisos IV e X CF, estabelece que, via de regra, todos os julgamentos do Poder Judiciário são públicos, sob pena de nulidade Publicidade -‐ A publicidade não diz somente com o ato ser público, acessível aos cidadãos, mas também de informar a todo e qualquer cidadão, não só àquele que na audiência ou sessão esteve presente, através de publicações oficiais Consequência da inobservância -‐ A falta dessas publicações é mo<vo de invalidade processual RelaOvização -‐ O direito fundamental, é evidente, é rela<vizado quando direitos fundamentais de maior grado entram em choque com eles, como é o caso da in<midade (art. 5o. LX). 33 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental à Motivação Direitos Fundamentais Processuais Fundamento ConsOtucional -‐ Direito fundamental à mo<vação – Art. 93, IX, CF, impõe que o pronunciamento dos órgãos do Poder Judiciário devem ser mo<vados Livre convencimento moOvado -‐ Assim, portanto,todas as suas decisões devem apontar as escolhas que envolveram a individualização da norma aplicada, o suporte fá<co, consequências jurídicas decorrente do fato, o contexto em que se deu essa compreensão Compreensão da norma aplicada -‐ Na mo<vação a parte tem o direito de, através da sua leitura, compreender todos os elementos usados pelo magistrado para tomada da sua decisão Tem influência em outros DF -‐ Esse direito influencia diretamente outros direitos fundamentais, como o do contraditório, processo justo, etc. 34 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Direito Fundamental à Razoável Duração Direitos Fundamentais Processuais Fundamento ConsOtucional -‐ Tem fundamento no art. 5º, LXXVIII, CF88 e impõe que a tutela jurisdicional deve ser tempes<va, pois jus<ça que vem tarde é, ai fim e ao cabo, injus<ça Sem dilações -‐ Processo com duração razoável é processo sem dilação indevidas, entregando à parte uma tutela célere e efe<va Ações complexas -‐ A aferição da razoabilidade de duração do processo reclama atenção para a complexidade da causa, para o comportamento das partes e para o comportamento das autoridades judiciais 35 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios, Regras e Postulados Normativos Aplicativos Estruturação das Normas Processuais PRINCÍPIOS ª Eram tradicionalmente os pilares da estrutura do sistema processual ª Serviam para informar o desenho e o ins<tuto das normas processuais ª Contemporaneamente, deixaram de ser pilares e passaram a ser um “estado de coisas” a ser promovido ª São dire<vas de caráter geral, com alto grau de generalidade e de indeterminação, com força vincula<va ª São normas abertas a estabelecer um programa e uma direção finalís<ca. REGRAS ª São normas de condutas, que impõe determinados comportamentos, às partes e ao órgão judicial POSTULADO NORMATIVOS ª São normas de métodos que visam a orientar na solução de questões surgidas com a aplicação do direito 36 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios da Segurança e da Efetividade Princípios Processuais ª Pode-‐se dizer que são sobrenormas jurídicas processuais, que sobrepairam as demais ª Orientam inclusive o juiz na condução do processo civil ª O princípio da segurança está in<mamente relacionado com o juiz imparcial, contraditório, mo<vação das decisões, direito à prova, etc. ª O direito fundamental à efe<vidade do processo decorre basicamente do ar<go 5, XXXV, CF88 ª O da segurança decorre do art. 5, LIV, que estabelece o devido processo legal ª É basicamente o direito de a parte receber do juiz uma decisão de mérito adaptada à natureza das situações subje<vas tuteláveis, de modo à que seja plenamente sa<sfeito ª São princípios conflitantes. 37 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios da Demanda Princípios Processuais ª Trata-‐se do poder exclusivo da parte pedir a tutela jurisdicional ª A parte quem vai fixar o objeto material do processo (arts. 2º, 128 e 264) ª O princípio da demanda diz com a disponibilidade do direito subje<vo das partes ª Cabe exclusivamente à parte decidir se irá ou não exercer o seu direito subje<vo ª Com isso veda-‐se que o juízo preste jurisdição sem que haja expresso requerimento da parte ª Tal norma vem expressamente prevista no art. 2º do CPC, além de outros espalhados pelo código, como nos arts. 128, 294 e 460, todos do CPC ª Assim, o juiz está vinculado ao pedido formulados judicialmente pelas partes, sendo-‐lhe vedado entregar coisa diversa ou em quan<a dis<nta da requerida 38 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios da Demanda Princípios Processuais ª Há quase que absoluta soberania das partes sobre o ajuizamento ou não da ação, baseando-‐se num juízo de conveniência e oportunidade ª São poucas as hipóteses de conhecimento de exceções à regra, sendo a sua grande maioria vinculadas à jurisdição voluntária, p. ex. A possibilidade de o juiz ordenar o início da Ação de Inventário e Par<lha (989, CPC) ª Reflete-‐se num conjunto de normas pres<giadoras da liberdade e autonomia da vontade ª Algumas exceções são verificadas, por exemplo, no direito de família, onde a sentença que reconhece a paternidade, por força legal, deve fixar os alimentos (art. 7º, Lei 8.560/92) ª Outra exceção é o caso de obrigações periódicas (art. 290, CPC) e dos honorários advocalcios (art. 20, CPC) 39 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios do Dispositivo Princípios Processuais ª O juiz deve julgar a causa com base nos fatos alegados e provados pelas partes no processo ª Impede que o juiz busque por fatos não alegados pelas partes, fundamentando-‐se na preservação da imparcialidade do magistrado ª Veda o juiz de decidircom base em fatos não alegados pelas partes ª Obriga-‐o a considerar a situação narrada pelas partes ª Tem como contraponto o Princípio do Inquisitório, que confere ao juiz o poder de inicia<va probatória ª O sistema brasileiro é misto, ora preservando o princípio do disposi<vo, ora o do Inquisitório ª Tem seu fundamento no art. 333 do CPC, que impõe o ônus da prova às partes, mas comporta exceções, como o caso da possibilidade de exigir o comparecimento das partes (342, CPC), do uso das regras de experiência comum ou técnica, exibição de livros (381, CPC), inspeção de pessoa ou coisa (art. 440), etc. 40 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios do Impulso OBicial Princípios Processuais ª Outrora pensava-‐se que o processo só deveria ser objeto de impulso oficial em caso de matéria de interesse público ª Atualmente compreende-‐se que o impulso oficial é obrigação do órgão jurisdicional, pois o processo tem natureza pública ª Instaurada a demanda, compete ao juiz mover o procedimento adiante, superando cada uma das fases processuais, cf. art. 262 do CPC ª É contraponto à inércia da jurisdição, pois o processo quando devidamente instaurado não fica à disposição exclusiva das partes, eis que responde ao interesse público ª O Estado tem interesse na rápida solução do conflito e está previsto no art. 125. II do CPC ª Esse princípio não exclui a necessidade de par<cipação das partes, onde o juiz poderá em alguns casos promover a ex<nção do processo sem julgamento do mérito (art. 267, III, CPC) 41 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios do Conhecimento OBicioso do Direito Princípios Processuais ª Iuria novit curia (o juiz conhece o direito) ª Muito embora esteja a demanda vinculada à mobilização das partes, pode o Juízo conhecer livremente das razões jurídicas, valorando os fatos e promovendo a incidência da norma adequada ª O fato de as partes não haverem suscitado determinada norma, quer na contestação, quer na inicial, não impede o magistrado de promover a sua aplicação ª Desimportante é, também, o nome que se dá à causa ou as providências requeridas, sendo importantes o pedido e a causa de pedir ª Dispensa-‐se, com isso, as partes de produzir qualquer prova sobre o direito, à exceção daquelas previstas no art. 337 do CPC 42 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios da Adequação Princípios Processuais ª Busca, inicialmente orientar a atuação do legislador infracons<tucional ª Mas também deve ser realizada ao máximo pelo gestor jurisdicional, adequando o procedimento em situações específicas para potencializar seu resultado ª A adequação apresenta 3 aspectos: subje<vos, obje<vos e teleológicos ª Subje<vos diz com os sujeitos que integram o processo, se menor ou maior, se pessoa {sica ou jurídica, privada ou pública, se há li<sconsórcio, intervenção de terceiros, etc. ª O aspecto obje<vo implica na apreciação do bem jurídico material que integra o objeto do processo, se a demanda é vinculada ao direito de família, falências, se individual ou cole<vo, etc. ª O aspecto teleológico impõe a necessidade de adequação do procedimento de cada processo à finalidade que lhe é des<nada 43 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios da Colaboração Processual Princípios Processuais ª O processo estruturado a par<r de valores busca a resolução com jus<ça do objeto do processo (decisão de mérito) ª A transição de um Estado Liberal para uma Democracia mais par<cipa<va são fatores que terminam por impor a cooperação entre juiz e partes ª Assim, o juiz ocupa papel paritário no diálogo processual com as partes e assimétrico no momento da decisão ª O juiz deve pres<giar, na condução processual o contraditório, que deve ser inclusive respeitado por ele ª Essa Colaboração implica em uma série de condutas exigidas das partes e juiz expostas no art. 14 do CPC 44 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios da Colaboração Processual Princípios Processuais Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma par?cipam do processo: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 2001) I -‐ expor os fatos em juízo conforme a verdade; II -‐ proceder com lealdade e boa-‐fé; III -‐ não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são des?tuídas de fundamento; IV -‐ não produzir provas, nem pra?car atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito. V -‐ cumprir com exa?dão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efe?vação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final ª Inúmeros outros ar<gos impõe às partes a colaboraçãocom a prestação jurisdicional, tais como as normas previstas nos art. 340, 355 e 600 ª Outras normas orientam a atuação do magistrado de forma coopera<va, tais como as dos arts. 331, 447, 342, 399, etc. ª Encerram-‐se outros deveres impostos aos magistrados, tais como o dever de esclarecimento, de prevenção e de consulta 45 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios do Duplo Grau de Jurisdição Princípios Processuais ª Embora não configure-‐se como um direito fundamental processual, é geralmente respeitada no processo civil brasileiro ª Reflete-‐se no direito de reexame por um órgão jurisdicional dis<nto e hierarquicamente superior ª Tem sua base norma<va na previsão de tribunais ordinários para reexame das decisões proferidas pelos juízos de primeiro grau ª Comporta exceções, como é o caso das causas de competência originária do STF ª A efe<vidade do processo, também, em alguns casos (art. 515,§ 3º, CPC), impõe na supressão do Duplo Grau 46 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios da Oralidade Princípios Processuais ª A prevalência do meio de comunicação determina se o processo terá um viés oral ou escrito ª Contudo, princípio da oralidade reflete muito mais uma finalidade do que uma situação real: a intenção de pôr o juiz em contato direto com as partes, testemunhas e provas ª Torna, com essa aproximação, possível a apreensão imediata do lilgio, em sua versão original e autên<ca ª O contato direto e pessoal do juiz com as partes e testemunhas permite-‐lhe avaliar a qualidade e a credibilidade das informações prestadas em juízo ª Junto à oralidade – e por decorrência dela – ganham relevância inúmeros outros princípios a seguir expostos, tais como o da imedia<dade, da iden<dade {sica do juiz, da concentração, etc. ª O princípio da oralidade, no processo civil brasileiro, é adotado de forma mi<gada, em face das peculiaridades brasileiras 47 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Princípios da Preclusão Princípios Processuais ª Trata-‐se de elemento essencial para ordenar o processo ª Incen<va a marcha para a frente e impõe autorresponsabilidade às partes, concedendo maior tempes<vidade à tutela jurisdicional ª É vinculado ao conceito de ônus (conduta própria para a<ngir um resultado) ª Trata-‐se da perda, ex<nção ou consumação de uma faculdade processual quando alcançados os limites assinalados pela lei ª Divide-‐se em temporal, lógica e consuma?va, operando-‐se, quer para as partes, quer para o juiz 48 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Introdução Natureza Jurídica da Ação ª Tendo-‐se em vista que a jurisdição, enquanto a<vidade estatal, só é prestada mediante o requerimento da parte, importante é o estudo do que põe essa a<vidade em movimento ª Assim, passa-‐se a estudar as polêmicas que, ao longo do tempo, envolveram o conceito de Ação ª Ao provocar a movimentação da jurisdição o <tular da pretensão resis<da estará exercendo um direito ou poder, ao qual chamaremos aqui de direito de ação ª Ação é o direito ao exercício da aOvidade jurisdicional ou o poder de exigir esse exercício 49 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Teoria Imanentista Natureza Jurídica da Ação ª Para essa teoria a ação era mero apêndice do direito material ª Não havia qualquer dis<nção entre ação e direito subje<vo material ª Trata-‐se da escola mais clássica que abordou o conceito de ação, de forte caráter civilista ª A ação era uma qualidade que o direito <nha de reagir quando violado ª Não havia ação sem direito, nem direito sem ação e ela seguia a natureza do direito ª Era defendida mais modernamente por Savigny 50 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Polêmica de Windscheid-‐Muther Natureza Jurídica da Ação ª Da polêmica discussão entre os autores alemães Windscheid e Muther, somado à contribuição de Wach, nasce o conceito moderno de ação ª Windscheid, em 1856, afirma que para o direito romano o cidadão não era <tular de um direito contra alguém, mas de uma ac?o, ou seja, o poder de agir contra outrem ª Ac<o era o termo u<lizado pelos romanos para dizer que alguém pode exigir de outro, desenvolvida desde o primeiro ato até a sentença ª Esse poder não decorria do direito, mas da concessão do Pretor ª Windscheid diferencia a ac?o romana do conceito moderno de ação, sendo essa úl<ma um direito que deriva de outro direito, o direito de pretensão (anspruch), que existe quer o direito seja violado ou não 51 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Polêmica de Windscheid-‐Muther Natureza Jurídica da Ação ª Muther, em 1857, em célebre obra, realiza severas crí<cascontra a pessoa e a obra de Windscheid ª Muther diz que nos primórdios do direito romano (legis ac?ones) a ac?o era ato bilateral que iniciava o processo ª Ex<nta as legis ac?ones e iniciado o período formulário, Muther diz que a ac?o era o ato que iniciava o processo que precedia a lide in judicio, aquele procedimento que concedia a fórmula ª Antes mesmo da concessão da formula, já <nha o autor pretensão para que ela fosse concedida, pois não podia o Pretor negar-‐lhe a prestação formular ª Ac?o era, portanto, aspirar a concessão formular 52 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Polêmica de Windscheid-‐Muther Natureza Jurídica da Ação ª Muther, então, diferentemente de Savigny (Teoria Imanen<sta), compreendia a ac?o romana como algo desvinculado do direito material ª Para Muther o Pretor poderia, portanto, conceder a fórmula e o Juiz poderia não confirmá-‐la ª Afirma claramente que exis<a um direito à proteção do Estado, configurando-‐se como um direito público ª Feita a crí<ca, passa Windscheid a admi<r que existem direitos dis<ntos e de naturezas diferentes, um contra o Estado, outro contra o par<cular 53 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Teoria do Direito Concreto de Ação Natureza Jurídica da Ação ª Wach, em 1885, escreve livro apontando a independência entre o direito de ação e o direito subje<vo material ª Wach assevera que a pretensão de proteção do direito tem natureza pública, dirigindo-‐ se contra o estado e também contra o adversário ª Ao primeiro (Estado) cabe outorgar a proteção, enquanto ao segundo (adversário) cabe tolerá-‐la ª Mas para Wach, embora autônomo (não nasce com o direito material), o direito de ação só compete a quem é ?tular de um interesse real e não imaginário ª O direito de ação, embora não nasça junto, decorre do direito subje<vo material, pois nasce da violação ou ameaça desse úl<mo, sendo exceção a Ação Declaratória Nega<va ª Diz-‐se concreta porque Wach condiciona a ação a direito subje<vo material, que conduziria a uma sentença de procedência ª Wach aponta três condições para a ação: a)existência de ameaça ou violação; b) <tularidade, devendo ser direito próprio; c) possibilidade jurídica do pedido 54 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Teoria do Direito Abstrato de Agir Natureza Jurídica da Ação ª Criada simultaneamente por dois autores: Degenkolb e Plósz, em 1877 e 1866, respec<vamente ª Ambos apoiam Büllow (1868), quando à dis<nção das relações jurídicas de direito processual e material ª Degenkolb diz que Büllow descuidou-‐se ao vincular o direito de ação a uma sentença justa, devendo ser encontrado um fundamento que desvinculasse a ação da razão do autor ª Para essa teoria, o direito de ação é direito subje<vo público que se exerce contra o Estado, obrigando-‐se o réu a comparecer em juízo ª É direito de agir decorrente da própria personalidade, preexis<ndo à própria demanda ª Só é <tular do direito de ação aquele que postulasse de boa-‐fé, acreditando na existência do direito a que se atribui e exigindo a proteção de uma norma legal 55 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Teoria Eclética Natureza Jurídica da Ação ª Liebman, criador da Teoria Eclé<ca, teve forte influência no direito processual brasileiro, ao ponto de o CPC consagrar expressamente sua teoria ª A Teoria Eclé<ca tem por base as condições da ação, que são três: ª Possibilidade Jurídica do pedido – é a existência de previsão, pelo direito obje<vo, da pretensão de direito material exposta pelo autor ª Interesse de Agir – é a necessidade da tutela jurisdicional para que se tenha sa<sfação do direito pleiteado, ao qual pressupõe-‐se um conflito de interesses, elemento central da lide ª Legi9midade – o sujeito a<vo da relação processual deve ser <tular da relação substancial deba<da, enquanto o réu deverá ser o outro sujeito da relação li<giosa 56 Prof. Me. Altair Rosa Filho altair_silva@uniri,er.edu.br Teoria Eclética Natureza Jurídica da Ação ª Liebman tenta conciliar as duas correntes, concreta e abstrata, em uma nova teoria ª Para Liebman a ação é direito de provocar o exercício da jurisdição, provocando-‐se o julgamento do pedido, ou seja, a decisão da lide (análise do mérito): ª Lide – conflito efe<vo ou virtual de pedidos contraditórios ª Mérito – iden<fica-‐se ao conceito de lide, incluindo-‐se nele todas as questões que refiram-‐se à controvérsia ª Jurisdição – a<vidade do Poder Judiciário que viabiliza na prá<ca a realização da ordem jurídica ª Portanto, para Liebman a ação não compete a qualquer pessoa, pois embora seja abstrata, tem no seu conteúdo o julgamento
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