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2008 Defensoria Pública do Estado Escola da Defensoria Pública do Estado – EDEPE CARTILHA DO ESTAGIÁRIO DE CARTILHA DO ESTAGIÁRIO DE CARTILHA DO ESTAGIÁRIO DE CARTILHA DO ESTAGIÁRIO DE DIREITO DA DEFENSORIA PÚBLICA DIREITO DA DEFENSORIA PÚBLICA DIREITO DA DEFENSORIA PÚBLICA DIREITO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULODO ESTADO DE SÃO PAULODO ESTADO DE SÃO PAULODO ESTADO DE SÃO PAULO EDEPE 1 CARTILHA DO ESTAGIÁRIO DE DIREITO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO APRESENTAÇÃO Bem-vindo à Defensoria Pública! Temos a honra de parabenizá-lo pela sua aprovação no II Concurso de provas e títulos para estagiários da Defensoria Pública. A partir do seu credenciamento, você passa a ser órgão auxiliar da instituição, conforme disciplinado nos artigo 72 a 84 da Lei Complementar Estadual nº 988, de 09 de janeiro de 2006 e na Deliberação 26 de 21 de dezembro de 2006, do Conselho Superior da Defensoria Pública. Esperamos que as suas atividades, de crucial importância para o cumprimento da missão institucional da Defensoria, contribuam para a sua formação acadêmica e profissional e para a prestação de um serviço público de assistência jurídica de excelência. A presente publicação pretende trazer informações básicas, mas imprescindíveis para compreensão de sua nova função. O que é a Defensoria Pública? A Defensoria Pública é instituição essencial ao sistema de Justiça e tem como missão institucional prover assistência jurídica integral e gratuita, no âmbito extrajudicial e judicial, àqueles que não têm condições financeiras de pagar um advogado sem prejuízo da sua própria subsistência ou de sua família. O fundamento da existência da Defensoria Pública repousa no artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal que impõe que “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”. O artigo 134 da Constituição Federal definiu o modelo público de prestação do serviço e identificou a Defensoria Pública como a instituição incumbida dessa tarefa. 2 Apesar de ser uma instituição una e indivisível, a Defensoria Pública organiza-se em três ramos: Defensoria Pública da União, Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios e Defensoria Pública dos Estados. A regulamentação infra-constitucional da Defensoria foi estabelecida pela Lei Complementar Federal nº 80/94, que organiza a Defensoria Pública da União, a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios e ainda estabelece normas gerais para organização das Defensorias Públicas nos Estados. De acordo com essa lei, a Defensoria Pública da União deve atuar junto à Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar e a Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios e a Defensoria Pública dos Estados devem atuar perante a Justiça Comum. Para que a defesa dos interesses das pessoas carentes seja feita de forma controlada e eficiente, a lei exige que o defensor público seja aprovado em concurso público de provas e títulos e impõe a ele proibições e uma sistemática própria de responsabilidade funcional, do mesmo modo que o investe de garantias e prerrogativas necessárias ao adequado exercício de suas funções. Quem é o assistido da Defensoria Pública do Estado de São Paulo? Em razão da própria feição constitucional e legal do conceito de necessitado o critério para aferição de tal necessidade, ou hipossuficiência, não obedece a critérios rígidos e inflexíveis, devendo se atentar para o grau de comprometimento da renda do beneficiário do serviço e natureza de suas despesas. Sem embargo, tem se adotado, como critério básico o patamar de 3 (três) salários mínimos de renda familiar como teto para a obtenção do atendimento pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Importa ressaltar que o Conselho Superior da Defensoria Pública, órgão normativo da instituição, trabalha na definição de regras objetivas para a definição do usuário, conferindo-lhe maior segurança jurídica quanto ao atendimento. O que é a autonomia da Defensoria Pública? De acordo com o artigo 134, § 2º, da Constituição Federal às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional, administrativa e iniciativa de sua proposta orçamentária, bem como o recebimento de seus recursos por meio de duodécimos (artigo 168 da CF). 3 Autonomia funcional corresponde à prerrogativa institucional de exercer suas funções constitucionalmente estabelecidas sem a intervenção de poderes decisórios externos. A autonomia funcional não se confunde com a independência funcional, que é garantia conferida ao Defensor Público enquanto agente político, todavia, ambas possibilitam o pleno exercício das funções atribuídas pela Constituição e pelas leis à Defensoria Pública e aos defensores públicos. A autonomia administrativa da Defensoria Pública corresponde ao poder de auto-gestão da instituição. Deste modo à Administração Superior da Defensoria cabe praticar os atos próprios de gestão, decidir sobre a situação funcional e administrativa de seu pessoal, adquirir bens e contratar serviços, bem como disciplinar, dentro dos limites da lei, a sua organização interna, não estando a instituição adstrita aos comandos e atos normativos internos do Governo, de Secretarias do Estado e outros órgãos ou instituições. A Defensoria Pública do Estado encaminha anualmente sua proposta orçamentária, dentro dos limites estabelecidos conjuntamente entre os Poderes na lei de diretrizes orçamentárias, e, assim, concebe autonomamente o próprio programa de trabalho e diretrizes de atuação. Quais são as atribuições da Defensoria Pública do Estado de São Paulo? Por intermédio da Defensoria Pública os indivíduos empobrecidos ou necessitados poderão efetivar o pleno acesso à Justiça, à chamada ordem jurídica justa. A Defensoria Pública erige-se como elemento instrumental primordial à garantia da cidadania e da dignidade humana, o que viabiliza o acesso efetivo, e não meramente programático, aos proclamados direitos fundamentais do longo arcabouço constitucional. Vejamos as principais atribuições do longo elenco insculpido no artigo 5º da Lei Complementar estadual nº 988/2006. Dentre as relevantes atribuições da Defensoria Pública está a representação em juízo dos necessitados, na tutela de seus interesses individuais ou coletivos, 4 no âmbito civil ou criminal, perante os órgãos jurisdicionais do Estado e em todas as instâncias, inclusive os Tribunais Superiores. À Defensoria Pública compete prestar informações jurídicas aos necessitados por intermédio de atendimentos individuais ou em atividades de treinamento coletivo. Importantes funções políticas atribuídas foram a formulação e o acompanhamento de propostas legislativas, a integração de seus membros em conselhos estatais, cujas finalidades lhe sejam afetas, e a contribuição no planejamento, elaboração e proposição de políticas públicas que visem erradicar a pobreza e a marginalização e a reduzir as desigualdades sociais. Ademais, deve captar e encaminhar consultas, denúncias e sugestões de entidades da sociedade civil, no âmbito de suas funções. A ampliação do leque de atribuições da instituição impõe à Defensoria Pública primar pela prevenção dos conflitos mediante atividades pedagógicas voltadas à transferência de conhecimento jurídico elementar à população, e pela solução extrajudicial dos conflitos. Caberá ao órgão, ainda, manter núcleos especializadosem áreas temáticas sensíveis, ou seja, com maior grau de vulnerabilidade no tocante à violação de direitos. Para efetivar suas atribuições institucionais e seus fundamentos de atuação, a lei que institui a Defensoria Pública previu formas de controle social, como a Ouvidoria independente e a participação da sociedade na definição de suas diretrizes institucionais, com a realização de conferências regionais e uma conferência estadual que se opera com ampla participação dos destinatários de seus serviços. Como está organizada a Defensoria Pública do Estado de São Paulo? A Defensoria Pública do Estado de São Paulo compreende os órgãos de Administração Superior, de Administração, de Execução e Atuação e auxiliares. 5 Administração Superior. A Administração Superior comporta a Defensoria Pública- Geral, a Primeira Subdefensoria Pública-Geral, a Segunda Subdefensoria Pública-Geral, a Terceira Subdefensoria Pública-Geral, o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado e a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado. A Defensoria Pública-Geral, chefiada pelo Defensor Público- Geral do Estado, compete a administração superior da instituição. A máxima autoridade administrativa é nomeada pelo Governador do Estado mediante escolha em lista tríplice conformada pelos candidatos mais votados em eleição bienal. À Primeira Subdefensoria Pública-Geral compete função de coordenação do planejamento institucional. O Primeiro Subdefensor substitui o Defensor Público-Geral em caso de afastamento e é nomeado por ele, igualmente como o Segundo e o Terceiro Subdefensores Públicos-Gerais. Ao Segundo Subdefensor Público-Geral compete administrar, coordenar e orientar a atuação das Defensorias Regionais situadas na Capital e Região Metropolitana. Ao Terceiro Subdefensor Público-Geral, por sua vez, compete administrar, coordenar e orientar a atuação das Defensorias Regionais situadas no Interior do Estado. Compete ao Corregedor-Geral orientar e fiscalizar a atividade funcional e a conduta dos membros da carreira e funcionários durante o período de mandato, dois anos. Após a formação e encaminhamento de lista sêxtupla conformada por membros da classe mais elevada da carreira, cabe a nomeação do titular da Corregedoria-Geral ao Governador. O titular da Ouvidoria-Geral é nomeado para mandato de dois anos pelo Governador em lista tríplice encaminhada pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana – CONDEPE. A ele compete participar da gestão e fiscalizar o cumprimento das funções institucionais. O Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado conforma-se por Defensores Públicos do Estado, havendo membros natos e membros eleitos. Integra-o como membros natos o Defensor Público-Geral, presidindo-o, o Primeiro, o Segundo e o Terceiro Subdefensores Públicos-Gerais, o 6 Corregedor-Geral da Defensoria Pública do Estado e o Ouvidor-Geral, único membro não integrante da carreira, todavia, sem direito a voto. Incorporam-se aos membros natos os membros eleitos pelos demais Defensores Públicos, representando cada um dos oito conselheiros uma classe da carreira (exceto os Substitutos), os Núcleos Especializados, as Regionais do Interior, Regionais da Capital e Região Metropolitana. Cabe ao Conselho Superior exercer o poder normativo da instituição, regulamentar seu regimento interno, normas reguladoras da eleição de seus membros, da eleição do Defensor Público-Geral e formação da lista tríplice, elaborar lista sêxtupla para a nomeação do Corregedor-Geral, indicar o Diretor da Escola da Defensoria Pública do Estado, aprovar o plano anual de atuação institucional, dentre outras funções relevantes. Órgãos de Administração. São órgãos de administração as Defensorias Regionais da Capital, da região Metropolitana e do Interior do Estado. Esses órgãos são comandados pelos Defensores Públicos do Estado Coordenadores, aos quais competem, dentre outras atribuições relevantes, a implementação e a coordenação administrativa da estrutura material necessária ao efetivo desempenho das atribuições institucionais. Órgãos de Execução e Atuação. São órgãos de execução e atuação os Defensores Públicos do Estado, aos quais cumpre a execução das atribuições institucionais, competindo-lhes a defesa judicial e extrajudicial, individual e coletiva, dos necessitados. São órgãos de execução e atuação os Núcleos Especializados, que atuam prestando suporte e auxílio no desempenho da atividade funcional dos membros da instituição, e propondo medidas judiciais e extrajudiciais para a tutela dos interesses dos necessitados. 7 Cada Núcleo possui um Defensor Coordenador – com dedicação exclusiva ao cargo – e uma equipe de Defensores integrantes. Os Núcleos Especializados instalados são: Cidadania e Direitos Humanos; Infância e Juventude; Habitação e Urbanismo; Segunda Instância e Tribunais Superiores; e, Situação Carcerária. Órgãos Auxiliares. São Órgãos Auxiliares da Defensoria Pública a Escola da Defensoria Pública do Estado - EDEPE, a Coordenadoria Geral de Administração - CGA, o Grupo de Planejamento Setorial - GPS, a Coordenadoria de Comunicação Social e Assessoria de Imprensa - CCSAI, a Coordenadoria de Tecnologia da Informação - CTI, os Centros de Atendimento Multidisciplinares, e os estagiários. 8 Como se dá a atuação da Defensoria Pública do Estado de São Paulo? A atuação da Defensoria Pública hoje se dá diretamente por meio de defensores públicos ou de entidades conveniadas. São 400 (quatrocentos) defensores públicos atuantes nas mais importantes cidades do Estado, que contam com o apoio inestimável de funcionários e estagiários de direito para bem atenderem a população carente. 9 ESTAGIÁRIOS Nos termos, dos arts. 6º, 79 e 164, todos da Lei Complementar 988/06, os serviços oferecidos ao público pela Defensoria Pública serão pautados, principalmente, pelo respeito aos interesses dos assistidos, pela lisura e eficiência. Ademais, o Defensor Público e o estagiário da Defensoria devem seguir um padrão de excelência no exercício de suas funções. Tais deveres irradiam dos princípios constitucionais da Administração Pública, previstos na cabeça do art. 37, da CF, vale dizer o da legalidade, o da impessoalidade, o da moralidade, o da publicidade e o da eficiência. O estágio regular na Defensoria Pública se dará no período de 2 (dois ) anos, com um período diário de 4 (quatro) horas diárias, ou seja, 20 (vinte) horas semanais, podendo ser de manhã ou tarde, respeitada sempre a necessidade da instituição. Poderá ser prorrogado o período de estágio, após a conclusão do curso de graduação, por até 6 (seis) meses desde que não ultrapasse a 2 (dois) anos. O papel do estagiário, seja na atuação de apoio técnico ao defensor público, seja no atendimento à população, é de extrema importância para a boa fluência das atividades institucionais. O atendimento exige conhecimento jurídico, compreensão dos problemas e dos conflitos sociais enfocados e habilidade de relacionamento interpessoal. Muitas vezes, é ele o primeiro contato entre a população carente, que busca a assistência jurídica, e a Defensoria Pública. Responsabilidades funcionais. A responsabilidade funcional do estagiário da Defensoria Pública é delimitada pela Lei Complementar 988/06, assim como as correlatas deliberações do Conselho Superior da Defensoria Públicae, residualmente, pelo Estatuto da Advocacia, Lei 8.906/94. O art. 79, da Lei Complementar 988/06, estipula, de forma geral, as atividades pelas quais o estagiário da Defensoria é responsável: “Artigo 79 - Incumbe ao estagiário de direito, no exercício de suas atividades: I - o levantamento de dados, de conteúdo doutrinário ou jurisprudencial; II - o acompanhamento das diligências de que for incumbido; 10 III - o atendimento ao público, nos limites da orientação que venha a receber; IV - o controle da movimentação dos autos de processos administrativos ou judiciais, acompanhando a realização dos correspondentes atos e termos; V - a execução dos serviços de digitação de correspondências e minutas de peças processuais, sob a supervisão de Defensor Público; VI - o desempenho de quaisquer outras atividades compatíveis com sua condição acadêmica. Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, aos estagiários das demais disciplinas.” Deveres dos estagiários. Disposto no art. 83, da Lei Complementar 988/06, tem-se previstos os principais deveres do estagiário: Artigo 83 - São deveres do estagiário: I - atender à orientação que lhe for dada pelo Defensor Público a que estiver subordinado; II - cumprir o horário que lhe for fixado; III - apresentar à Corregedoria-Geral, trimestralmente, relatório de suas atividades; IV - comprovar, no início de cada ano letivo, a renovação da matrícula em curso de graduação em direito, bem como a ausência de reprovação em mais de uma disciplina do currículo pleno; V - manter sigilo sobre fatos relevantes de que tiver conhecimento no exercício de suas atividades; VI - manter comportamento e usar traje compatíveis com a natureza da atividade. De acordo com o previsto na Lei Complementar e nas Deliberações CSDP, ressaltam-se os seguintes deveres: • Cumprir o horário que lhe for fixado; 11 • Apresentar trimestralmente o relatório de suas atividades à Corregedoria-Geral; • Comprovar a matrícula no início de cada ano letivo; • Manter comportamento e usar traje compatível com a natureza da atividade; • Não ter mais de 10 (dez) dias de faltas injustificadas; • Não ter mais de 20 (vinte) dias de faltas justificadas, por ano; A notícia de inobservância dos deveres previstos na Lei Complementar dá ensejo à instauração de procedimento administrativo que se processa perante a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública e pode acarretar o descredenciamento do estagiário, fato que será registrado em seu prontuário. O procedimento administrativo está disciplinado no Ato Normativo nº 06 de 15 de janeiro de 2008, da Corregedoria-Geral da Defensoria Pública (anexo II). Direitos dos estagiários. A Deliberação CSDP nº 53, de 18 de dezembro de 2007, estabeleceu a bolsa mensal dos estagiários no valor de R$ 671,61 (seiscentos e setenta e um reais e sessenta e um centavos), com pagamento no dia 20 (vinte) de cada mês. Adicionalmente, tem-se resguardados os seguintes direitos do estagiário da Defensoria Pública, nos termos da Lei Complementar 988/06: Artigo 82 - O estagiário terá direito: I - a férias anuais de 30 (trinta) dias após o primeiro ano de exercício, podendo gozá-las em dois períodos iguais, sem prejuízo da bolsa mensal; II - a licença de até 10 (dez) dias por ano, sem prejuízo da bolsa mensal, para realização de provas atinentes ao curso de graduação em direito, com prévia autorização do Defensor Público a que estiver subordinado, devendo ser requerida com antecedência mínima de 10 (dez) dias; III - a contar o tempo do estágio, desde que cumprido o período integral de 2 (dois) anos, para fins de concurso de ingresso na Defensoria Pública do Estado. 12 Das vedações. O texto da Lei Complementar 988/06, prevê diversas vedações que, caso desrespeitadas, acarretarão a responsabilização funcional do estagiário, mediante processo disciplinar administrativo. Artigo 84 - Ao estagiário é vedado: I - identificar-se nessa qualidade ou usar papéis com o timbre da Defensoria Pública do Estado em qualquer matéria alheia às respectivas atividades; II - utilizar distintivos e insígnias privativos dos membros da Defensoria Pública do Estado; III - praticar quaisquer atos, processuais ou extraprocessuais, que exijam qualidade postulatória ou constituam atribuição exclusiva de órgão de execução da Defensoria Pública do Estado, salvo assinar peças processuais ou manifestações nos autos juntamente com Defensor Público; IV - exercer cargo, emprego ou função pública, ou ocupação privada, incompatível com suas atividades na Defensoria Pública do Estado. Atendimento ao público.1 Ao estagiário é imprescindível ter em mente que o cidadão é o foco das ações da nossa instituição e por isso tem direito a uma prestação de assistência jurídica ágil, eficiente e orientada para suas necessidades. O atendimento ao cidadão com qualidade deve ser prioritário em todos os níveis e áreas da Defensoria Pública do Estado de São Paulo e todos os valores e estratégias devem ser orientados para isso. 1 Material desenvolvido com base no curso de melhoria da qualidade do atendimento ao cidadão da Fundap. 13 Mas o que é atendimento? Atendimento significa dar atenção, tomar em consideração, acolher bem, ouvir detidamente, esclarecer e encaminhar aquele que busca a instituição para solucionar algum problema. O estágio junto à Defensoria Pública diferencia-se do estágio jurídico realizado em outras instituições, porque exige dos estudantes de direito não somente o levantamento de doutrina e jurisprudência, o acompanhamento de diligências, o controle da movimentação dos autos processuais, a execução de serviços de digitação de correspondências e minutas de peças processuais, mas também o atendimento ao público, que demanda o domínio técnico-jurídico e o desenvolvimento de habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal. Os conhecimentos exigidos para o bom atendimento são muito diversificados, em função do tipo de atendimento e da variedade de serviços prestados pela instituição. Por conta disso, o estagiário deve conhecer bem as atribuições da instituição, as características das tarefas que deve desenvolver e estar constantemente atualizado. Além disso, deve ser paciente, sociável, comunicativo e capaz de manter relacionamento interpessoal e trabalhar em equipe, mostrando-se seguro ao prestar a informação. Visando resolver de forma hábil as questões cotidianas que envolvem o atendimento, o estagiário deve considerar o cidadão em primeiro lugar, garantir-lhe o direito à qualidade, disponibilizar e permitir o acesso à informação e permitir-lhe que se manifeste. O atendimento ao público é regulamentado no Estado de São Paulo pela Lei Complementar Estadual n. 988/06, e Lei Estadual n. 10.294/99. Tais dispositivos, em conjunto, estabelecem os direitos do cidadão em relação ao acesso ao atendimento de boa qualidade e ao controle e informação sobre os serviços, traçando as seguintes diretrizes do atendimento: I) Urbanidade, atenção, cortesia e respeito O cidadão deve receber, na chegada, uma senha e ser convidado a sentar-se antes de ser chamado ao cadastro e à sala de atendimento. Adote sempre, com todos os cidadãos, procedimento único para prestar serviços da mesma natureza. Deixe claro que na Defensoria Pública, todos recebem o mesmo tratamento padrão de atendimento. 14 Seja proativo: esteja atento àqueles cidadãos que lhe parecem “desorientados” e ofereça sua orientação. À medida que as pessoas adentram na instituiçãoo estagiário deve tomar a iniciativa de atendimento, explicando os tipos de serviços prestados e os requisitos para que sejam atendidos, informando o tempo de espera e o tempo previsto para a solução do problema. II) Atendimento por ordem de chegada, assegurado atendimentos prioritários Não dê atendimento privilegiado a ninguém, excetuados os atendimentos preferenciais aos idosos, gestantes, pessoas portadoras de deficiência física e mães com criança de colo. Não ceda às solicitações de senha feita por pessoas que alegam amizade especial ou posição hierárquica. Educadamente, negue o privilégio, afirmando que o sistema de senhas foi criado para garantir que se respeite a ordem de chegada. III) Igualdade de tratamento, estando vedado qualquer tipo de discriminação Trate todo cidadão sem discriminar cor, sexo, raça, idade, classe social, religião, partido, cargo, função pública ou privada. Não aceite em qualquer hipótese, qualquer tipo de recompensa ou presente pelo seu atendimento. Se você receber algo, recuse educadamente, mas com firmeza. Aceitar presentes gera mal-entendido, compromete o serviço prestado e abala a imagem do agente público. IV) Tempo de espera para informação deve ser apenas o essencial, bem como aquele do atendimento e cumprimento do serviço. O cidadão deve sair ciente do tempo necessário para a prestação dos serviços e das providências necessárias. Nenhum cidadão deve ir embora sem ter sido orientado ou informado. O cidadão dirigiu-se à Defensoria Pública porque deseja a solução de algum problema. Se nós não pudermos resolver a questão, por estar fora de nosso âmbito de atuação, devemos encaminhá-lo ao órgão que poderá atendê-lo adequadamente. Ressalta-se que a informação deve ser precisa e correta, evitando perda de tempo do cidadão e descrédito da nossa instituição. 15 V) Comunicação com o usuário Resolva rapidamente os problemas surgidos inesperadamente, a fim de evitar tumultos no ambiente. Comunique o cidadão dos problemas ocorridos e estime o tempo razoável de espera. Empenhe-se para que o ambiente volte à normalidade. VI) Reclamações No caso de reclamações dos serviços, oriente o cidadão a entrar em contato com o coordenador da unidade ou com a Ouvidoria-Geral. VII) Identificação dos estagiários Identificação dos estagiários deve ser feita por crachás e os atendimentos por telefone devem ser com nome identificado. VIII) Cumprimento de prazos e normas Tente informar os prazos e as normas envolvidas nos procedimentos buscados pelo cidadão, conferindo transparência aos serviços prestados e afastando ansiedade do cidadão para a solução do problema que pode ser demorada, dependendo do caso. IX) Fixação e observância de horário e normas compatíveis com o bom atendimento Observe o horário fixado para o atendimento ao público, estando em posição de atendimento na hora determinada para o início dos trabalhos. X) Adoção de medidas de proteção à saúde e segurança dos usuários Observe o ambiente de acolhimento e atendimento e caso note alguma anormalidade, comunique o Defensor Público para que este possa tomar as providências necessárias. 16 Atitudes e habilidades no atendimento. Para facilitar o atendimento, fornecemos alguns parâmetros de tratamento do cidadão: - trabalhe de forma organizada; - mantenha aparência bem cuidada; - cumprimentar cordialmente o cidadão; - olhe diretamente para o cidadão e dê-lhe atendimento personalizado; - procure entender a solicitação do cidadão; - atenda de forma ágil e rápida; - dê orientações com vocabulário adequado, evitando os termos jurídicos; - focalize o que deve ser feito e busque alternativas; - certifique-se de que o cidadão entendeu perfeitamente as informações prestadas; - mesmo que você esteja atendendo alguém, demonstre que notou a chegada do outro cidadão e diga-lhe que irá atendê-lo; - em caso de anormalidade, comunique o Defensor Público; - no caso de cidadão irritado e descontrolado, lembre-se que a raiva dele não é dirigida a você. Separe os fatos e a interpretação. Não interrompa a fala do cidadão. Deixe-o liberar toda a raiva e ouça-o com atenção e interesse. Demonstre empatia e interesse pelo problema. Nunca perca o controle, mantenha-se calmo. Faça perguntas abertas para que o cidadão reflita acerca do problema e para que você compreenda a situação de forma completa. Não pergunte diretamente se ele entendeu, pois isso pode reiniciar o ciclo de raiva; - finalize o atendimento perguntando se o cidadão possui alguma dúvida ou se gostaria de ter mais alguma informação; - despeça-se do cidadão cordialmente e estimule-o a manifestar-se na caixa de sugestões; - tão logo esteja desocupado, chame o próximo cidadão; - mantenha o clima agradável de trabalho; - cumpra o determinado; - tente desenvolver suas habilidades de relacionamento interpessoal; - evite tratar de assuntos particulares no trabalho; - crie um clima harmonioso entre os colegas e tudo fluirá melhor. 17 ANEXO I Deliberação CSDP nº 26, de 21 de dezembro de 2006 (consolidada) Regulamenta o estágio de Direito na Defensoria Pública do Estado e dá outras providências. O Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, Considerando o disposto no artigo 145 da Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994; Considerando o disposto nos artigos 3º, § 2º, e 9º da Lei Federal nº 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil) e nos artigos 27 e seguintes de seu Regulamento Geral (publicado no Diário de Justiça, Seção I, de 16 de novembro de 1994, páginas 31.210 a 31.220); Considerando o disposto nos artigos 72 e seguintes, bem como o inciso III do artigo 31 da Lei Complementar Estadual nº 988, de 9 de janeiro de 2006 (Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado); Considerando a necessidade de implementação do estágio de Direito na Defensoria Pública do Estado, por meio de concurso público e posterior contratação de estagiários. DELIBERA: Artigo 1º - O estágio de direito compreende o exercício transitório de funções auxiliares dos Defensores(as) Públicos(as), como definido na Lei Complementar Estadual n° 988/06. Artigo 2º - O estágio não confere vínculo empregatício com o Estado, sendo vedado estender ao(à) estagiário(a) direitos ou vantagens assegurados aos servidores públicos. Parágrafo único. O estágio contará como título nos concursos de ingresso na Defensoria Pública do Estado, nos termos dos respectivos editais, como serviço público relevante e como prática forense. Artigo 3º - Os (As) estagiários(as), auxiliares dos(as) defensores(as) públicos(as), serão credenciados(as) pelo(a) defensor(a) público(a)-geral, pelo período de um ano, podendo este prazo ser prorrogado por igual período. Parágrafo único - A prorrogação do prazo de duração do estágio será automática, salvo ato fundamentado do(a) defensor(a) público(a)-geral em sentido contrário. DA SELEÇÃO Artigo 4º - O credenciamento dos(as) estagiários(as) dependerá de prévia aprovação em concurso público de provas e títulos, organizado pelo Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado. § 1º - O Conselho Superior designará comissão para coordenar a realização do concurso, que será incumbida, inclusive, da análise de eventuais recursos. § 2º - O concurso visará ao preenchimento das vagas existentes e das que vierem a ocorrer durante o período de sua validade, identificadas pelo Conselho Superior em cada órgão da Defensoria Pública, no respectivo edital de abertura. § 3º -O edital do concurso será publicado no Diário Oficial e divulgado, através de cartazes e/ou de qualquer outro meio, tanto nos postos de atendimento da Defensoria Pública como nas faculdades de Direito das cidades onde eles estejam instalados. § 4º - No tocante ao Núcleo de Segunda Instância e Tribunais Superiores, sediado na Capital Federal, será admitido o credenciamento de estagiários por meio de convênio a ser firmado com as Universidades interessadas, nos termos da lei. (Acrescentado pela deliberação CSDP nº 47/07). 18 Artigo 5º - Para fins de inscrição no concurso, deverá o(a) candidato(a): I – ser brasileiro(a); II – estar em dia com o serviço militar; III – estar no gozo dos direitos políticos; IV – não apresentar condenações criminais ou antecedentes criminais incompatíveis com o exercício das funções; V – estar matriculado(a) a partir do penúltimo ano de curso de graduação de instituição de ensino superior devidamente autorizada e credenciada junto ao Ministério da Educação e à Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo. Parágrafo único - A pedido do(a) interessado(a), a comprovação da matrícula de que trata o inciso V deste artigo poderá ser feita até o início do período letivo, hipótese em que, no caso de aprovação, o credenciamento terá caráter provisório. Artigo 6º - O concurso será realizado simultaneamente em todas as cidades-sede de Defensorias Regionais no Estado, sem prejuízo da realização de outros concursos, quando necessário, pelas Defensorias Públicas Regionais. Artigo 7° - O exame consistirá em uma prova escrita que contará com questões dissertativas sobre as seguintes matérias: a) direito constitucional; b) direito penal; c) direito processual penal; d) direito civil; e) direito processual civil; f) princípios institucionais e fundamentos de atuação da Defensoria Pública do Estado. Artigo 8º - Será considerado aprovado(a) o (a) candidato(a) que obtiver nota igual ou superior a 5 (cinco ) pontos, em escala de 0 (zero) a 10(dez). Parágrafo único - Em caso de empate na classificação, terá preferência o (a) candidato(a) mais velho. Artigo 9º - Após a correção das provas, será publicada lista com os nomes dos(as) candidatos(as) aprovados(as). § 1º - Da lista tratada no caput caberá recurso, no prazo de 48 horas, que deverá ser dirigido ao presidente da comissão do concurso. § 2º - Após a análise dos recursos, a lista dos candidatos aprovados deverá ser encaminhada ao Conselho Superior para apreciação e homologação. Artigo 10 - O credenciamento dos(as) estagiários(as) se dará na ordem de aprovação no concurso por meio de ato do(a) Defensor(a) Público(a)-Geral. § 1º - Publicado o ato de credenciamento, o (a) estagiário(a) deverá prestar compromisso e entrar em exercício no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º - Os estagiários(as) credenciados(as) passarão por curso de treinamento promovido pela Escola da Defensoria Pública do Estado. Artigo 11 - O(A) estagiário(a) será descredenciado(a): I - a pedido; II - automaticamente: a) ao completar o período de 2 (dois) anos de estágio; b) caso venha a se ausentar de suas atividades, durante o ano civil, por mais de 10 (dez) dias sem justificação, ou por mais de 20 (vinte) dias, mesmo motivadamente; c) caso não haja renovado sua matrícula no curso de graduação ou venha a ser reprovado em duas disciplinas do respectivo currículo; d) quando da conclusão do curso de graduação. III - mediante procedimento administrativo sumário, regulamentado e processado pela Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado, no caso de violação dos deveres previstos no artigo 83 da Lei 19 Complementar Estadual nº 988, de 9 de janeiro de 2006, e no artigo 14 desta deliberação, garantida a ampla defesa. Parágrafo único - Para efeito do descredenciamento automático de que trata a aliena d do inciso II deste artigo, a prova da conclusão do curso será feita por meio do competente diploma, nos termos do artigo 48 da Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), documento que deverá ser apresentado pelo estagiário, no prazo de seis meses, a partir do encerramento das atividades acadêmicas. DAS ATRIBUIÇÕES Artigo 12 - Incumbe ao(à) estagiário(a) de direito, no exercício de suas atividades: I - a prática dos atos de advocacia, previstos no artigo 1º do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, em conjunto com o (a) defensor(a) público(a); II - o levantamento de dados, de conteúdo doutrinário ou jurisprudencial; III - o acompanhamento das diligências de que for incumbido(a); IV - o atendimento ao público, nos limites da orientação que venha a receber; V - o controle da movimentação dos autos de processos administrativos ou judiciais, acompanhando a realização dos correspondentes atos e termos; VI - a expedição de correspondências e a elaboração de minutas de peças processuais, sob a supervisão de defensor(a) público(a); VII - comparecimento aos fóruns e tribunais estaduais, para distribuição e/ou acompanhamento de ações e recursos, bem como elaboração de pesquisas jurisprudenciais; VIII - o desempenho de quaisquer outras atividades compatíveis com sua condição acadêmica. § 1º - O(A) estagiário(a) pode praticar isoladamente os seguintes atos, sob a responsabilidade do(a) defensor(a) público(a): I - retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; II - obter, junto aos escrivães e chefes de secretarias, certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; III - assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. § 2º - Para o exercício de atos extrajudiciais, o(a) estagiário(a) pode comparecer isoladamente, quando receber autorização do(a) defensor(a) público(a). DOS DIREITOS, DEVERES E PROIBIÇÕES Artigo 13 - O(A) estagiário(a) terá direito: I - ao recebimento de bolsa mensal, paga com recursos do Fundo de Assistência Judiciária, no valor correspondente a 671,61 (seiscentos e setenta e um reais e sessenta e um centavos). (NR); (Artigo alterado pela Deliberação CSDP nº 53 de 18 de dezembro de 2007). II - a férias anuais de 30 (trinta) dias após o primeiro ano de exercício, podendo gozá-las em dois períodos iguais, sem prejuízo da bolsa mensal; III - à licença de até 10 (dez) dias por ano, sem prejuízo da bolsa mensal, para realização de provas atinentes ao curso de graduação em direito, com prévia autorização do(a) defensor(a) público(a) a que estiver subordinado(a), devendo ser requerida com antecedência mínima de 10 (dez) dias; IV - à contagem do tempo do estágio, desde que cumprido o período integral de 2 (dois) anos, para fins de concurso de ingresso na Defensoria Pública do Estado; V - ao reconhecimento do tempo do estágio como serviço público relevante e prática forense. Artigo 14 - São deveres do(a) estagiário(a): I - cumprir jornada de 20 (vinte) horas semanais, que deve corresponder ao horário do expediente do setor e compatibilizar-se com a duração do turno de funcionamento do curso de graduação em direito no qual esteja matriculado(a); II - atender à orientação que lhe for dada pelo(a) defensor(a) público(a) a que estiver subordinado(a); III - apresentar à Corregedoria-Geral, trimestralmente, relatório de suas atividades; IV - comprovar, no início de cada ano letivo, a renovação da matrícula em curso de graduação em direito, bem como a ausência de reprovação em mais de uma disciplina do currículo pleno; V - manter sigilo sobre fatos relevantes de que tiver conhecimento no exercício de suas atividades; VI - manter comportamento e usar trajes compatíveis com a natureza da atividade. Artigo15 - Ao(À) estagiário(a) é vedado: 20 I - identificar-se nessa qualidade ou usar papéis com o timbre da Defensoria Pública do Estado em qualquer matéria alheia às respectivas atividades; II - utilizar distintivos e insígnias privativos dos membros da Defensoria Pública do Estado; III - praticar quaisquer atos, judiciais ou extrajudiciais, que exijam qualidade postulatória ou constituam atribuição exclusiva de órgão de execução da Defensoria Pública do Estado, salvo assinar peças processuais ou manifestações nos autos juntamente com defensor(a) público(a); IV - exercer cargo, emprego ou função pública, ou ocupação privada, incompatível com suas atividades na Defensoria Pública do Estado. DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS Artigo 16 - Esta deliberação aplica-se a todos(as) os(as) estagiários(as) subsidiados pelos recursos oriundos do Fundo de Assistência Jurídica – FAJ, especificamente no que toca à remuneração e ao prazo de duração do estágio. Artigo 17 - Esta deliberação entra em vigor na data da sua publicação. (Publicado no DOE em 23 de dezembro de 2006) 21 ANEXO II ATO NORMATIVO CGDP Nº 06, DE 15 DE JANEIRO DE 2008. O Corregedor-Geral da Defensoria Pública do Estado, Considerando a necessidade de regulamentar o disposto no artigo 78, inciso III, da Lei Complementar Estadual nº 988, de 9 de janeiro de 2006; e Considerando o estabelecido no artigo 11, inciso III, da Deliberação nº 26 do Conselho Superior da Defensoria Pública, de 21 de dezembro de 2006; RESOLVE: Artigo 1º - O descredenciamento de estagiário de Direito, por violação dos deveres previstos no artigo 83 da Lei Complementar Estadual nº 988, de 9 de janeiro de 2006, e no artigo 14 da Deliberação do Conselho Superior da Defensoria Pública nº 26, de 21 de dezembro de 2006, fica sujeito a prévio procedimento administrativo, que se processará perante a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública, na forma do presente ato. Artigo 2º - O procedimento será iniciado mediante representação escrita de Defensor Público ou de qualquer pessoa com quem o estagiário de Direito deva se relacionar. § 1º – A representação deverá ser protocolizada na Corregedoria-Geral da Defensoria Pública, admitindo- se o envio para o endereço de correio eletrônico corregedoria@defensoria.sp.gov.br ou fax endereçado ao Corregedor-Geral, desde que o original seja encaminhado separadamente. § 2º – A representação enviada por meio eletrônico ou fax será processada regularmente, aguardando-se a chegada dos originais para que seja proferido o parecer final pela Corregedoria-Geral. Artigo 3º – A representação deverá conter o nome do estagiário e do Defensor Público a que estiver subordinado, a Regional e Unidade da Defensoria Pública onde presta serviços, a descrição dos fatos e indicação do(s) dever(es) violado(s), conforme previsto pelo artigo 83 da Lei Complementar Estadual nº 988, de 9 de janeiro de 2006 e artigo 14 da Deliberação CSDP nº 26, de 21 de dezembro de 2006. Parágrafo único – A representação deverá vir acompanhada de prova dos fatos alegados, ou indicar as que possam ser produzidas para tanto, inclusive testemunhais, até o limite de 3 (três). Artigo 4º – Recebida a representação na Corregedoria-Geral, deverá ela ser autuada, numerada e encaminhada à apreciação do Corregedor-Geral. § 1º - Se formalmente em ordem, o Corregedor-Geral decidirá pelo início do procedimento, mediante a lavratura de portaria de instauração, que deverá conter a qualificação do representado, a exposição dos fatos imputados e a indicação das normas infringidas, sendo instruída com os elementos de prova existentes. § 2º - Decidindo pela instauração do procedimento, o Corregedor-Geral deverá avaliar sobre a conveniência do afastamento temporário do estagiário de suas funções, sem prejuízo de seus vencimentos, oficiando o Defensor Público-Geral com proposta neste sentido, se o caso. § 3º - O Corregedor-Geral poderá delegar os atos instrutórios ao Corregedor-Assistente ou a Corregedor- Auxiliar. § 4º - O Corregedor-Geral, havendo necessidade, designará servidores do órgão para secretariar os trabalhos. § 5º - Deverá ser oficiado o Departamento de Recursos Humanos da Defensoria Pública para que encaminhe cópia integral do prontuário do representado, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. 22 Artigo 5º - O representado será desde logo citado pessoalmente, ou por carta registrada, no endereço residencial constante do prontuário funcional, acerca da existência da representação e da instauração do procedimento sumário, devendo o respectivo mandado conter cópia da portaria, do teor integral da representação e dos documentos que a acompanharem. § 1º - O representado terá prazo de cinco dias, contados do dia útil seguinte ao de sua citação, para juntar aos autos as provas que entender cabíveis para o esclarecimento dos fatos ou para indicar o rol de testemunhas arroladas, até o máximo de 3 (três), por meio de petição escrita, protocolada junto à Corregedoria-Geral da Defensoria Pública. § 2º - Se o representado não for encontrado ou se furtar à citação, será citado por aviso publicado no Diário Oficial, abreviando-se pelas primeiras letras do prenome e do patronímico, constando o número da inscrição como estagiário na Ordem dos Advogados do Brasil e eventual número do prontuário funcional, observando-se o prazo disposto no parágrafo anterior. § 3º - Se o representado não atender à citação e não se fizer representar por advogado, será declarado revel, devendo o Corregedor-Geral designar um Defensor Público para patrocinar sua defesa, com a fixação de honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública do Estado, devidos ao final, desde que não seja beneficiário da assistência jurídica gratuita. Artigo 6º - O Corregedor-Geral deliberará sobre a realização de provas e diligências necessárias à comprovação dos fatos e da autoria, podendo indeferir, em despacho motivado, as provas impertinentes ou que tenham intuito meramente protelatório, bem como ordenar a realização de outras provas, e designará data para a realização de audiência de instrução. § 1º - Na audiência referida neste artigo serão ouvidos, pela ordem: O representado, as testemunhas arroladas pelo denunciante, as testemunhas arroladas pelo representado e, se necessário à apuração dos fatos, o denunciante. § 2º - O representado fica responsável pela convocação e apresentação das testemunhas por ele indicadas para a audiência. § 3º - A audiência transcorrerá com a presença do representado, que somente poderá se manifestar a pedido ou por determinação do Corregedor-Geral. § 4º - O Corregedor-Geral poderá determinar a retirada do representado da sala de audiências caso se mostre inconveniente para o prosseguimento da instrução. § 5º - As testemunhas responderão diretamente às perguntas formuladas pelo Corregedor-Geral e às do representado ou de seu advogado, estas dirigidas ao Corregedor-Geral. Artigo 7º - Encerrada a instrução, o Corregedor-Geral intimará o representado em audiência para apresentar sua defesa final, por escrito, no prazo de 5 (cinco) dias, contados do primeiro dia útil seguinte ao da intimação. § 1º - Se ausente a audiência, o representado será intimado mediante publicação no Diário Oficial. § 2º - Ao representado ou seu advogado é assegurado o direito de consultar os autos na repartição durante o prazo para sua manifestação e a pedir a extração de cópias reprográficas. Artigo 8º - Após a apresentação das razões finais o Corregedor-Geral terá 5 (cinco) dias para encaminhar os autos, com parecer conclusivo, ao Defensor Público-Geral do Estado,para decisão. Artigo 9º – O teor da decisão deverá ser lançado no prontuário do estagiário junto ao Departamento de Recursos Humanos, permanecendo os autos do procedimento administrativo arquivados na Corregedoria-Geral da Defensoria Pública. Artigo 10 - Este Ato Normativo entra em vigor na data de sua publicação.
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