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PRINCIPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA- RESUMO FRANKLYN

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PRINCIPIOS INSTITUCIONAIS DA DEFENSORIA
A autonomia da Defensoria Pública, funcional e administrativa, está presente no art. 134, § 2º, da CF, incluída pela EC n. 45/04. Essa autonomia, consagrada pela EC n. 69/2012 (que deu autonomia à Defensoria Pública do Distrito Federal) também está prevista no art. 4º, § 2º, e em diversos dispositivos da LC n. 80/94.
Por isso, o STF considerou que a Defensoria Pública não pode estar vinculada e subordinada ao Poder Executivo. O art. 134, CF prevê um direito social, público e subjetivo que deve ser implementado pelos Estados. A criação da Defensoria Pública não é mera opção. O art. 134, CF prevê um sistema público (Salaried Staff) que deve ser implementado.
Nesse sentido, conforme o STF, os convênios obrigatórios seriam inconstitucionais, a equiparação do defensor público-geral para subordinar ao Poder Executivo e a ausência de Defensoria Pública em estados como o de Santa Catarina que também seriam inconstitucionais.
Com mais razão, o STF fixou um prazo para a implementação da Defensoria Pública em Santa Catarina. Assim, garante-se, ainda, independência funcional e a consagração do art. 134 e 5º, LXXIV, da CF.
A Defensoria Pública como Função Essencial à Justiça
A Constituição Federal de 1988, no Capítulo IV, previu a Seção IV323 referente à Defensoria Pública. Como se observa, a Defensoria Pública está em um capítulo denominado “Das Funções Essenciais à Justiça”324. Pelo que se nota, a Defensoria Pública, assim como o Ministério Público, estão fora da disciplina referente ao Poder Executivo, Legislativo e Judiciário.
Portanto, ressaltam que “embora sejam três os Poderes, o Título próprio da Constituição que trata da Organização dos Poderes tem quatro
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capítulos, um para cada um dos Poderes e mais um quarto para as ‘Funções Essenciais à Justiça’, colocadas todas dentro do mesmo patamar de importância como órgãos do Estado”325. Ademais, não podemos prescindir que o art. 134, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal confere autonomia e independência às Defensorias Públicas, seja dos Estados, seja da União ou do Distrito Federal.
Seguindo essa linha de raciocínio, a Defensoria Pública seria classificada pelo Direito Administrativo como órgãos independentes do Estado.
Para além do referido posicionamento, atualmente, parte da doutrina aduz que não mais podemos considerar a Defensoria Pública como um órgão. Assim, a Defensoria Pública deve ser classificada como uma instituição.
São excelentes os ensinamentos no sentido de que “isso se dá porque
A autonomia da Defensoria Pública
Não é por outro motivo que a Emenda Constitucional n. 45/ 2004, alterando a redação do art. 134, da Constituição Federal, estabeleceu para as Defensorias Públicas Estaduais, no § 2º, autonomia funcional, administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária. Essa autonomia foi confirmada pela Lei Complementar n. 132/2009, que alterou a Lei Complementar n. 80/94, destacando-se que, na redação original dessa lei, o dispositivo que previa a autonomia para a Defensoria Pública tinha sido vetado pelo Governo Federal. Por fim, como observado anteriormente, a autonomia foi confirmada pela Emenda Constitucional n. 80, a qual passou a prever uma seção exclusiva à Defensoria Pública.
Autonomia financeira:
a autonomia financeira acaba sendo decorrência lógica da administrativa, posto que não é possível alcançar-se esta sem a capacidade da iniciativa e/ou elaboração de sua proposta de orçamento. Ou seja, sem a referida independência no tocante à organização do uso de recursos e de estabelecer, dentro dos limites da lei de diretrizes orçamentárias, as dotações que poderão ser administradas e aplicadas de forma autônoma, a fim de prover as atividades e serviços do órgão, não se poderia falar em autonomia no que tange à própria administração da instituição
O art. 134, § 2º, da Constituição Federal previu iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. A “iniciativa de sua proposta orçamentária implica, por outras palavras, em autonomia financeira, pois cabe a Defensoria Pública delinear, desde que respeitados os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, os recursos financeiros de que necessita para desempenhar o seu mister constitucional”
Em relação à autonomia da Defensoria Pública, é muito importante que o candidato tenha conhecimento dos principais julgados do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, os quais ajudam a demonstrar o alcance da autonomia da instituição 339:
Defensoria pública estadual e exercício por advogados cadastrados pela OAB-SC – 1. O Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em duas ações diretas, ajuizadas pela Associação Nacional dos Defensores Públicos da União – ANDPU e pela Associação Nacional dos Defensores Públicos – Anadep, para declarar, com eficácia diferida a partir de doze meses, a contar desta data, a inconstitucionalidade do art. 104 da Constituição do Estado de Santa Catarina e da Lei Complementar n. 155/97 dessa mesma unidade federada. Os dispositivos questionados autorizam e regulam a prestação de serviços de assistência judiciária pela seccional local da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, em substituição à defensoria pública. De início, em votação majoritária, rejeitou-se a preliminar de ilegitimidade ativa da primeira requerente.
Observava que, da mesma forma que o Estado membro não poderia impor convênio, a defensoria não poderia despir-se da incumbência constitucional de prestar diretamente a assistência e fazê-lo mediante arregimentação de advogados (ADI 4.163/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, 29-2-2012).
Defensoria Pública e princípio do concurso público – Por entender caracterizada ofensa ao princípio do concurso público (CF, arts. 37, II, e 134), o Plenário julgou procedente ação direta ajuizada pelo Governador do
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Estado do Pará para declarar a inconstitucionalidade do art. 84 da Lei Complementar paraense 54/2006, que autoriza a contratação precária de advogados para exercer a função de defensores públicos “até a realização de concurso público”. Considerou-se que a forma de recrutamento prevista na norma impugnada não se coadunaria com a Constituição, quer em sua parte permanente, quer na transitória. Destacou-se o art. 22 do ADCT, que assegurou aos defensores – em pleno exercício, à época da instalação dos trabalhos da assembleia constituinte, e que optassem pela carreira – a possibilidade de permanecerem como servidores, tão efetivos quanto estáveis (ADCT: “Art. 22. É assegurado aos defensores públicos investidos na função até a data de instalação da Assembleia Nacional Constituinte o direito de opção pela carreira, com a observância das garantias e vedações previstas no art. 134, parágrafo único, da Constituição”). No mérito, aplicou-se entendimento fixado em precedentes desta Corte no sentido de se assentar a inconstitucionalidade de lei estadual que autorize o Poder Executivo a celebrar contratos administrativos de desempenho de função de defensor público. Concluiu-se por convalidar as atuações dos defensores temporários, sem, no entanto, modular os efeitos da decisão, por não haver comprometimento da prestação da atividade-fim,
A independência funcional está relacionada a figura do defensor público. Conforme a doutrina, ela se realiza em duas dimensões. Na primeira, “impede que haja ingerência externa de qualquer outro organismo estatal – inclusive dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário – sobre a atuação funcional dos órgãos da Defensoria Pública”. Já a segunda dimensão, “visa assegurar a observância da prerrogativa da independência funcional dos defensores públicos”. Assim, não há que se falar em hierarquia funcional na atividade fim, existindo hierarquia somente entre os membros, coordenadores e demais órgãos superiores no âmbito/atividade administrativo(a). Portanto “não existe hierarquia funcional no âmbito da atividade-fim da
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Defensoria Pública, de modo que, no exercício de suas atribuições, os membros da carreira podem atuarlivremente, de acordo com a lei e sua consciência, não estando subordinados às determinações de sua chefia. A hierarquia entre tais membros e seus Coordenadores ou demais órgãos superiores operasse apenas na esfera administrativa
Os defensores públicos possuem proibições. Suas condutas pessoais e funcionais “devem se guiar não só pelo que devem fazer (deveres), mas também pelo que não podem realizar (proibições)”347. Os defensores possuem não só as proibições inerentes a todos os servidores públicos, sendo certo que também estão submetidos aos limites/proibições constantes na Lei Complementar n. 80/94 348.
Proibição de exercer a advocacia fora das atribuições institucionais
O art. 134, § 1º, da CF, bem como o art. 130 da LC n. 80/94, abordam a proibição do defensor de advogar fora de suas atribuições institucionais.
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Como visto, o defensor público exerce seu mister em caráter exclusivo, estratégico e com independência funcional. Sem dúvidas, o exercício da advocacia fora de suas atribuições prejudicaria a função para a qual é constitucionalmente designado.
A questão referente a possibilidade de advogar é objeto de divergências entre os estudiosos. Existem alguns posicionamentos sobre o assunto. Para uma primeira corrente, há quem entenda que somente os defensores que ingressaram na carreira antes da Constituição Federal de 1988 podem advogar, sendo o art. 134, § 1º, autoaplicável. Uma segunda corrente prega que a norma constitucional que veda a advocacia fora das atribuições não é autoaplicável, somente sendo regulada pela Lei Complementar n. 80/94. Por isso, os defensores que ingressaram na instituição até a referida lei poderiam advogar. Por fim, uma terceira corrente sustenta que, independentemente do momento em que o defensor ingressou na instituição, não há a possibilidade de advogar fora das atribuições institucionais, não existindo qualquer direito adquirido na hipótese.
A questão dos honorários é muito discutida hodiernamente. Primeiro iremos analisar os honorários em relação à Defensoria Pública e, posteriormente, iremos abordar a possibilidade ou não de o defensor público receber honorários advocatícios.
Como observado, a Defensoria Pública deve ser considerada uma Instituição, desvinculada do Poder Executivo. Além dos artigos constitucionais e legais que fundamentam a autonomia da instituição, o art. 4º, XXI, da Lei Complementar n. 80/94 dispõe que cabe a ela executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua atuação, inclusive quando devidas por quaisquer entes públicos, destinando-as a fundos geridos pela própria Defensoria Pública e destinados, exclusivamente, ao aparelhamento da instituição e à capacitação profissional de seus membros e servidores.
Como se nota, a lei é cristalina em destinar os honorários sucumbenciais à Defensoria Pública, atribuindo os honorários a fundos geridos pela instituição, devidas por quaisquer entes públicos. Porém o candidato, nesse ponto, novamente, deve tomar extremo cuidado. Isso porque o Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento, em sede de recurso repetitivo (REsp 1.108.013/RJ), afirmando que:
foi lastreada nessa premissa que a jurisprudência do STJ assentou o entendimento de que não são devidos honorários sucumbenciais à Defensoria Pública quando atua contra pessoa jurídica de Direito Público a qual integra e de que, a contrário sensu, há que se reconhecer o direito ao recebimento desses honorários se a atuação dá-se diante de ente federativo diverso (não há confusão), tal como ocorreu no caso em questão ou, por exemplo, quando a Defensoria Pública da União atuar contra estado membro.
Portanto, o candidato deve ficar atento a questão, procurando notar se a pergunta aborda o texto legal ou a posição do Superior Tribunal de Justiça.
Todavia, ousamos dizer que o referido julgado parte de premissas equivocadas. Isso porque, conforme exposto ao longo da presente obra, a Defensoria Pública é instituição independente, não integra nem é subordinada ao Poder Executivo.
Entendemos que, além da proibição de receber honorários advocatícios do ex adverso, também é proibido ao defensor receber qualquer pagamento por parte de seus assistidos. Assim, nossos estudiosos concluem que a vedação possui caráter absoluto: “o defensor público é proibido de adquirir honorários advocatícios, seja dos assistidos, seja da parte adversa. A sua remuneração deve provir unicamente do Estado.
Exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como cotista ou acionista
Conforme se nota, as proibições são relacionadas às atividades que prejudicariam o defensor público a exercer a sua função constitucional. De fato, algumas atividades tornar-se-iam óbices à atuação exclusiva, independente e estratégica deste profissional, o qual não pode desviar sua vocação com atividades estranhas as funções institucionais.
A referida proibição, prevista no art. 130, IV, da Lei Complementar n. 80/94, deve ser lida com extremo cuidado. Primeiro, note que a redação do dispositivo não está atualizada, nos termos do Código Civil de 2002, o qual 237/354 adotou a teoria da empresa, deixando de lado a antiga teoria dos atos de comércio, que adotava as nomenclaturas “comércio” e “sociedade comercial”. Ademais, conforme dispõe o texto legal, o defensor público poderá ser cotista ou acionista, mas não poderá exercer a atividade de empresa. Em suma, “o que lhe é vedado é o exercício das funções de gerência e direção, conforme previsão do art. 130, IV”
A princípio, a resposta seria negativa. Mas o candidato deverá analisar algumas peculiaridades sobre o tema: a) apesar da divergência acerca da questão, entendemos que a Eireli possui natureza jurídica de uma nova pessoa jurídica de direito privado, não sendo uma sociedade unipessoal, o que dificulta que o defensor público constitua, sozinho, uma pessoa jurídica e exerça a atividade de empresa; b) vem prevalecendo o entendimento que somente pessoa física pode constituir uma Eireli, pois, caso o entendimento fosse contrário, o defensor público poderia ser acionista ou cotista de uma sociedade, a qual constituiria a nova pessoa jurídica; c) poderíamos questionar a possibilidade de o defensor público ser somente “cotista”, expressão usada pela lei, mas poderia contratar um terceiro para assumir a gerência e administração. O tema ainda é escasso na doutrina. Entrementes, entendemos que o candidato, em eventual resposta, deveria levar em conta as referidas observações.
? Proibição de exercer atividade políticopartidária, enquanto atuar junto à Justiça Eleitoral
O art. 130, V, da Lei Complementar n. 80/94 estabelece que é proibido ao defensor público exercer atividade político-partidária tão somente enquanto atuar junto à Justiça Eleitoral. Então, não há qualquer proibição para que o defensor público filie-se a partido político. Não há vedação, nem mesmo, ao exercício da referida atividade se o profissional não atuar junto à Justiça Eleitoral.
Sobre o tema, importante destacar o art. 134, § 1º, da Constituição Federal, o qual dispõe que lei complementar organizará a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais.
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para sua organização nos Estados. Porém, com a Emenda Constitucional n. 69, cremos que a União também passará somente a prescrever, por meio de lei complementar, normas gerais em relação ao Distrito Federal.
Nesse sentido, a lei complementar será exaustiva tão somente em relação à União e aos Territórios. Será, pois, obrigatoriamente lacônica em relação aos Estados e ao Distrito Federal, uma vez que é de competência desses entes detalhar suas organizações.
, a competência para legislar sobre Defensoria dos Estados e do Distrito Federal é concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, na forma do art. 24, XIII, da Constituição Federal, sendo certo que tanto os Estados quanto o Distrito Federal possuem competência suplementar sobre a matéria.
Não podemos deixar de abordar que não cabe a edição de medidas provisórias sobre Defensoria Pública. Mas, o candidatodeve ter muito cuidado na análise da questão, principalmente em provas objetivas. Isso porque o art. 62, § 1º, I, c, da Constituição Federal, somente dispôs que não cabe edição de medidas provisórias em relação ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.
Porém, pelos mesmos fundamentos expostos, entendemos que a autonomia legislativa também já estava prevista implicitamente no texto constitucional, a qual poderia ser verificada por uma simples interpretação sistemática. Nesse sentido, antes da alteração do texto constitucional por meio da Emenda Constitucional n. 80, manifestavam-se nossos estudiosos:
Embora a Constituição Federal tenha utilizado redação mais sintética em relação à Defensoria Pública, não realizando a indicação expressa de sua iniciativa de lei, essa característica se encontra ínsita ao próprio conceito de autonomia administrativa. Afinal, possuir plena autonomia administrativa significa poder praticar os atos próprios de gestão e organização institucional, propondo ao legislativo a criação e extinção de cargos, a fixação do plano de carreira, a estipulação de política remuneratória etc.
A noção de controle está relacionada a ideia de pesos e contrapesos, possibilitando a fiscalização e revisão de determinados atos. O controle externo, como regra, é exercido por um dos Poderes sobre o outro. Na Defensoria Pública, podemos ter uma participação e planejamento horizontal, com a participação popular. Em relação ao assunto apresentado, não temos a pretensão de abordar as questões intrinsecamente relacionadas ao Direito Administrativo, tal como o controle financeiro exercido, por exemplo, pelo Tribunal de Contas (arts. 70-75, da Constituição Federal), nem mesmo no controle exercido por meio do Poder Judiciário.
Seguindo esse raciocínio, neste ponto, iremos dar ênfase à participação realizada pela sociedade civil, uma vez que o tema é de suma importância para a Defensoria Pública. Assim, outras formas de controle, tal qual o controle externo realizado pelo Poder Judiciário ou por meio do Tribunal de Contas, serão deixadas em segundo plano no momento.
Atualmente, em São Paulo, por exemplo, a participação e controle popular ocorre por meio da ouvidoria – externa – e seu Conselho Consultivo, pela presença em conferências regionais e estaduais para a formulação dos planos anuais, por meio da participação da população no “momento aberto” nas sessões do Conselho Superior, consultas em audiências públicas para a formulação de ações civis públicas, educação em direitos etc.
No estado de São Paulo, a Defensoria Pública deverá contar com um plano anual de atuação, cuja elaboração terá de ser precedida da realização de Conferência Estadual e de Conferências Regionais, a cada dois anos, consoante se extrai do art. 7º, § 3º, da Lei Complementar Estadual n. 988/2006.
A educação em direitos é um meio de aproximação da Defensoria Pública com a sociedade civil.
, cremos ser importante a ampliação da participação da sociedade civil nas diretrizes da instituição, seja por meio da Ouvidoria-Geral, ou de outros mecanismos de controle e participação popular. Assim, pluraliza-se o debate institucional, o que gera uma maior legitimidade democrática às decisões da instituição.
Autonomia funcional: “deve-se entender a ausência de relação de subordinação entre a Defensoria Pública e o Poder Executivo. A atuação da instituição deve ser dirigida para atender seus fins constitucionais, independentemente de ingerências de outros órgãos ou Poderes” 332.
Sobre a importância da autonomia funcional, Aluísio Ré nos fornece alguns exemplos, tal como a permissão de que a instituição elabore as rotinas dos defensores no cumprimento de suas atribuições, e a definição da forma de como a assistência jurídica deve ser prestada, objetivando um serviço cada vez melhor e mais acessível, sem qualquer ingerência externa
Autonomia administrativa: segundo nossos estudiosos, está relacionada à autogestão, aplicando-se diretamente suas receitas, tanto na contratação de serviços como também na gestão pessoal. Como exemplo, podemos citar a “liberdade de a Defensoria Pública firmar convênios com Entidades várias que se disponham a prestar assistência jurídica, sem exclusividade da Ordem dos Advogados do Brasil como conveniada
OBS: Relativamente ao art. 109 da Constituição paulista, atribuiu-se-lhe interpretação conforme para afirmar que seu texto enunciaria apenas mera autorização ou possibilidade de celebração de convênios com a OAB-SP, sem cunho de necessidade, nem exclusividade, de modo a ficar garantida à defensoria pública, em consonância com sua autonomia administrativa e funcional, a livre definição dos seus eventuais critérios administrativos-funcionais de atuação. Frisou-se, por fim, que a regra primordial para a prestação de serviços jurídicos pela Administração Pública, enquanto atividade estatal permanente, seria o concurso público, a constituir situação excepcional e temporária a prestação de assistência jurídica à população carente por não defensores públicos.
A Min. Rosa Weber ressaltou que os motivos para a existência da autonomia das defensorias públicas estaduais decorreria da importância do papel social por elas desempenhado, o qual só seria efetivamente cumprido quando sua atuação concreta fosse suficientemente eficaz para que fizesse parte fundamental de um objetivo maior, a saber, o da busca de uma sociedade livre, justa e solidária. Na mesma linha, entendeu que o mandamento constitucional seria mais bem desempenhado ao se permitir à defensoria escolher entre a locação material e pessoal próprios ou a realização de convênios a partir de necessidades específicas.
Sem dúvidas, a referida emenda é benéfica à Defensoria Pública, fortalecendo a autonomia da instituição, separando-a da advocacia e consolidando o seu reconhecimento em prol da democracia e do acesso à justiça. Porém vale destacar que, em alguns Estados, como no Rio de Janeiro, em que o defensor público Marco Aurélio Bezerra de Melo tomou posse como desembargador pelo Quinto Constitucional, os defensores públicos concorrem juntamente com as vagas destinadas aos advogados da OAB – 5 constitucional para Defensoria!
A referida resolução define independência funcional como sendo a “liberdade que o defensor público possui no exercício das suas funções, observados os limites legais relativos às suas atribuições institucionais”.
A resolução prevê os chamados parâmetros mínimos de qualidade, a serem fixados pelo Conselho Superior, que “são modelos e orientações
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sobre a prestação do serviço de assistência jurídica, visando à sua melhoria contínua, mediante a orientação de todos os órgãos da Defensoria Pública do Estado”. Esses parâmetros mínimos de qualidade serão vinculantes, não ferindo, contudo, a independência funcional dos defensores públicos, que podem deixar de adotá-los no caso concreto, desde que justificadamente.
Já as teses institucionais, de acordo com a resolução, são modelos e orientações para atuação dos defensores públicos e dos Núcleos Especializados. Elas serão “definidas nos encontros anuais de defensores públicos, organizados pela Escola da Defensoria Pública do Estado, e constituirão parâmetros mínimos de qualidade”. As teses institucionais “deverão ser observadas pelos defensores públicos sempre que forem a melhor solução para o usuário”. Então, caso o defensor decida não seguir uma tese institucional, o mesmo deverá justificar sua atuação, demonstrando, conforme o caso concreto, não ser a melhor solução para o assistido.
Por fim, as recomendações, que possuem como objetivo o aprimoramento dos serviços, serão proferidas pelo defensor público-geral do Estado, podendo originar de sugestão emanada do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado, a partir de proposta feita por qualquer membro ou órgão da Defensoria Pública do Estado. Elas “terão efeito vinculativo, exceto quando dispuserem sobre a atividade-fim e destinarem-se aos órgãos de atuação e execução – defensores públicos e Núcleos Especializados, em virtude da independênciafuncional”.
Além do art. 134, § 1º, da Constituição Federal, o art. 130 da Lei Complementar n. 80/94 prevê as proibições concernentes a atividade do defensor público, quais sejam: I – exercer a advocacia fora das atribuições institucionais; II – requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos que de qualquer forma colidam com as funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão; III – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas atribuições; IV – exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como cotista ou acionista; V – exercer atividade político partidária, enquanto atuar junto à Justiça Eleitoral.
Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
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Por seu turno, o art. 134, § 3º, da Constituição Federal, incluído pela Emenda Constitucional n. 74, conferiu autonomia à Defensoria Pública da União e do Distrito Federal352. Vejamos: “Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal”.
Sobre o tema, importante destacar o art. 134, § 1º, da Constituição Federal, o qual dispõe que lei complementar organizará a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais
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para sua organização nos Estados. Porém, com a Emenda Constitucional n. 69, cremos que a União também passará somente a prescrever, por meio de lei complementar, normas gerais em relação ao Distrito Federal.
Nesse sentido, a lei complementar será exaustiva tão somente em relação à União e aos Territórios. Será, pois, obrigatoriamente lacônica em relação aos Estados e ao Distrito Federal, uma vez que é de competência desses entes detalhar suas organizações.
De acordo com o referido quadro, podemos ressaltar algumas alterações advindas com a Emenda Constitucional n. 69 em relação à Defensoria Pública do Distrito Federal:
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a) não compete mais à União organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal. A competência passa a ser do próprio Distrito Federal. Porém continuará mantendo e organizando a Defensoria Pública dos Territórios;
b) não compete mais privativamente à União legislar sobre a Defensoria Pública do Distrito Federal. Entretanto, continuará tendo essa competência em relação à Defensoria Pública dos Territórios;
c) também não cabe, atualmente, ao Congresso Nacional dispor sobre a organização da Defensoria Pública do Distrito Federal.
NÃO CABE MP SOBRE A DEFENSORIA PÚBLICA
al)356, muitos doutrinadores passaram a defender, com fulcro na autonomia e independência da instituição, a possibilidade de a própria Defensoria Pública possuir iniciativa de propor leis que organizem o seu funcionamento. Sem dúvidas, atualmente, esse posicionamento é o mais técnico e correto, diante de uma interpretação sistemática e espiritual do texto constitucional, mormente diante das alterações acima mencionadas.
Regime servidores CF
Vale lembrar que, segundo dispõe o art. 134 da Lei Complementar n. 80/94, quanto à carreira de Defensor Público da União, aplica-se, subsidiariamente, a Lei n. 8.112/90, o Estatuto dos Servidores Públicos Federais.
Como visto, a Defensoria Pública aparece como um instrumento para a garantia dos direitos fundamentais aos necessitados, sejam econômicos, jurídicos ou organizacionais 365. Para isso, deve alcançar meios de minimizar os obstáculos com o escopo de efetivar o princípio do acesso à justiça, já destacado ao tratarmos das ondas de acesso à justiça. Seguindo essa linha de raciocínio, o acesso à justiça pressupõe a possibilidade de se obter a justiça gratuita, a qual é fundamental para que se garanta o exercício, em sua plenitude, da liberdade humana e da igualdade jurídica dos cidadãos 3
justiça gratuita
Concluímos que esse instituto é um direito fundamental, previsto no art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal. Assim, esse direito deve ser assegurado pelo Poder Público, pois se trata de um direito fundamental passível de exigência perante o Poder Judiciário.
Além disso, vale a pena observar o conceito que nos é dado por Rogério Nunes:
Em tais condições, preferimos conceituar a justiça gratuita, ou gratuidade de justiça, como a isenção, total, parcial ou diferida, do pagamento das despesas necessárias à realização de um direito subjetivo ou de uma faculdade jurídica, tanto no plano judicial quando no extrajudicial, conferida a pessoa carente de recursos econômico-financeiros.
. Por isso, ousamos dizer que, diferentemente do conceito acima adotado por Rogério Nunes, trata-se de uma imunidade e não isenção. Ademais, nota-se que a justiça gratuita pode ser garantida tanto no processo como fora dele, tal como quando se busca uma certidão para instruir eventual2 53/354 processo ou até mesmo para solucionar um litígio por meio de um acordo extrajudicial.
Por fim, nos termos do art. 100 do Novo CPC, vale sublinhar que “a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso”.
Ao que parece, seguindo essa linha de raciocínio, o art. 99, § 3º, do Novo CPC dispõe que: presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. Assim, como o texto legal abordou exclusivamente o termo “pessoa natural”, o Novo Código transmite a ideia de que a pessoa jurídica deverá comprovar a insuficiência de recursos.
Citando Pontes de Miranda, ressalta que “a revogação ‘traduz a extinção da situação subjetiva a que o deferimento correspondera’
Por fim, “sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que revoga a gratuidade, a parte deverá efetuar o recolhimento de todas as despesas de cujo adiantamento foi dispensada, inclusive as relativas ao recurso interposto, se houver, no prazo fixado pelo juiz, sem prejuízo de aplicação das sanções previstas em lei” (art. 102). Na hipótese de não ser efetuado o recolhimento,
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“o processo será extinto sem resolução de mérito, tratando-se do autor, e, nos demais casos, não poderá ser deferida a realização de nenhum ato ou diligência requerida pela parte enquanto não efetuado o depósito” (art. 102, parágrafo único).
Acreditamos, inclusive, que por meio de uma interpretação sistemática do ordenamento jurídico, é possível o ajuizamento de ação de improbidade administrativa pela Defensoria Pública. Apesar de a Lei de Improbidade, em seu art. 17, ressaltar que a ação principal será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, entendemos que o referido vácuo legislativo não poderá afetar as atribuições da Defensoria Pública na busca dos seus deveres constitucionais.
Concurso da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, realizado em 2012, pela Fundação Carlos Chagas, juntamente com a resposta elaborada pelo autor da presente obra, que conseguiu lograr 4,0 pontos sobre 5,0: “Aponte a fundamentação que ampara a legitimidade da Defensoria Pública para a propositura de ação civil pública, destacando a existência ou não de limites para tal legitimidade, notadamente em matéria de direitos ou interesses difusos. Explique”.
DICA DO AUTOR : No ponto, apenas com o intuito de aproximar o candidato à realidade dos concursos, transmitimos a resposta tão somente como uma diretriz, sendo certo que os examinadores poderão ter visões diferentes sobre o tema. A resposta dada para a referida questão foi:
O art. 8º do Pacto de San José prevê como Direitos Humanos inúmeras garantias judiciais para concretizar outros direitos. A ideia de dignidade (art. 1º, III, CF) e democracia (art. 1º, CF) somente se concretizam com o acesso à justiça e assistência jurídica (art. 5º, XXXV e LXXIV, CF). A concretização de tais direitospara os hipossuficientes jurídicos ou organizacionais é missão constitucional da Defensoria Pública, conforme art. 134, CF e arts. 1º e 4º, LC n. 80/94, que prevê a tarefa de defesa dos Direitos Humanos.
Para tais funções a Defensoria é legitimada a ajuizar ações civis públicas, nos termos do art. 5º, II, Lei n. 7347/85, art. 4º, VII, X e XI, LC n. 80/94 e art. 5º, VI, “c” e “g”, da Lei Complementar Estadual n. 988/06.
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Porém a doutrina diverge quanto a amplitude dessa legitimação. Alguns sustentam que só poderia defender direitos individuais homogêneos, pois os sujeitos seriam identificados ou determináveis. Vale destacar até mesmo uma ADI questionando a legitimidade da Defensoria.
Certamente, o melhor e correto entendimento é de que a Defensoria pode defender quaisquer direitos, inclusive difusos e coletivos. Ademais, conforme dispositivos acima, pode-se utilizar qualquer instrumento. Defendendo, ainda, hipossuficientes organizacionais, a ação poderia defender grupos além dos necessitados econômicos, coadunando-se com as finalidades institucionais e pertinência temática, tal como medicamentos, creches, escolas e evitando desapropriações ilegais
Assim, tanto o art. 14, que trata da Defensoria Pública da União, bem como o art. 111, referente à Defensoria Pública dos Estados, ambos da Lei Complementar n. 80/94, permitem que a Defensoria Pública da União e dos Estados atuem perante os Tribunais Superiores
que dispunha que “à Defensoria Pública é assegurada autonomia administrativa e funcional”. Dentre as razões predominantes de vetos, encontramos os seguintes fundamentos: a) a Constituição Federal somente teria concedido autonomia para dois órgãos, quais sejam, ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, nos termos dos arts. 99 e 127, § 2º, da CF; b) a Defensoria Pública seria um órgão que deve estar sob o comando do Chefe do Poder Executivo.
As duas justificativas de veto já foram objeto de análise anterior, nos termos dos itens 9.2 e 9.3. Nesse ponto, imprescindível destacar, novamente, que a autonomia da Defensoria Pública foi incorporada em nosso ordenamento jurídico pela Emenda Constitucional n. 45 de 2004. Posteriormente, foi incorporada à Lei Complementar n. 80/94 por meio da Lei Complementar 132 de 2009, nos termos do art. 97-A. Assim, como observado, não hávinculação ou submissão da Defensoria Pública ao Poder Executiv0.
Outro veto está relacionado ao inciso XII do art. 4º, o qual previa que seria função institucional da Defensoria Pública “patrocinar ação civil pública, em favor das associações que incluam entre suas finalidades estatutárias a defesa do meio ambiente e a proteção de outros interesses difusos e coletivos”. Dentre as razões do veto, destaca-se o argumento de que a referida atribuição afastar--se-ia da finalidade da instituição, pois as associações não podem ser atendidas como necessitados para o fim de concessão do “benefício”380 da gratuidade de justiça.
O inciso XIII do art. 4º vetado previa que seria atribuição da Defensoria Pública homologar transações judiciais. No mesmo sentido, o § 3º do art. 4º também vetado previa que os acordos celebrados pelas partes, se homologados por defensor público, valeriam como título executivo extrajudicial. O fundamento para os vetos aos referidos dispositivos fundamenta-se no fato de serem atividades incompatíveis com a função institucional da Defensoria Pública.
Porém nada mais equivocado. Corrigindo tal problema, a Lei Complementar n. 132/2009 acrescentou o § 4º ao art. 4º, estipulando que “o instrumento de transação, mediação ou conciliação referendado pelo defensor público valerá como título executivo extrajudicial, inclusive quando celebrado com pessoa jurídica de direito público.
O art. 127 da Lei Complementar n. 80/94 prevê que são garantias dos membros da Defensoria Pública: I – a independência funcional no desempenho de suas atribuições; II – a inamovibilidade; III – a irredutibilidade de vencimentos; IV – a estabilidade.
as garantias são a salvaguarda da atuação plena do defensor público, livre de ingerências ou questões externas. Por sua vez, as prerrogativas são instrumentos jurídicos que possibilitam a defesa plena dos direitos dos assistidos; estão ligadas à sua atuação cotidiana, às suas necessidades mais diretas para bem cumprir seu trabalho.
O art. 128, X, da Lei Complementar n. 80/94, prevê que são prerrogativas dos membros da Defensoria Pública do Estado, dentre outras que a lei local estabelecer, requisitar de autoridade pública ou de seus agentes exames, certidões, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e providências necessárias ao exercício de suas atribuições.
O poder de requisição possui natureza de ordem/determinação, sendo certo que, em caso de descumprimento, existirá a responsabilização da autoridade ou do agente.
 -A Ouvidoria Geral da Defensoria Pública do Estado é órgão AUXILIAR!!
Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 45, a Constituição Federal passou a prever a autonomia funcional, administrativa e a iniciativa de proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias APENAS PARA AS DEFENSORIAS PUBLICAS ESTADUAIS.

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