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Exercício saúde da mulher - Pré natal

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Considerando nossas discussões em sala de aula, seus estudos e leituras da referencia recomendada, liste 5 atribuições do enfermeiro no pré-natal e para cada atribuição, aponte quais os conhecimentos mínimos (teóricos e/ou práticos) que o mesmo precisa ter. ATENÇÃO, a questão só será validada para correção se estiver completa (VALE 2 ACERTOS).
- Realizar a consulta de pré-natal de gestação de baixo risco intercalada com a presença do medico, sendo necessário ter conhecimentos sobre exame físico geral e gineco-obstétrico, de maneira que o acompanhamento seja feito da melhor maneira possível; 
- Realizar o cadastramento da gestante no sistema e fornecer a caderneta da gestante devidamente preenchida, devendo ser verificada e atualizada a cada consulta, sendo necessário ter conhecimentos sobre o correto preenchimento da caderneta no que se refere aos exames, ao acompanhamento das consultas, aos gráficos de curva da altura uterina/idade gestacional e ao acompanhamento de peso da gestante, e saber orientar a mulher acerca das informações contidas nesse documento;
- Solicitar exames complementares de acordo com o protocolo local de pré-natal, sendo necessário ter conhecimentos sobre quais os exames devem ser solicitados em cada consulta, seja na primeira ou nas subsequentes, sabendo interpretar cada exame corretamente a fim de se evitar erros nas comparações entre eles.
- Orientar a vacinação das gestantes, sendo necessário ter conhecimentos sobre quais as vacinas a gestante pode e deve tomar caso o esquema vacinal esteja incompleto, como a dT (dupla adulto – Difteria e Tetáno); dTpa (difteria, Tétano e Coqueluche - Pertussis acelular); Influenza e Hepatite B, e quais são contra indicadas. 
- Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco e encaminha-las para consulta medica. Se houver dificuldade para o agendamento ou demora significativa, a gestante deve ser encaminhada para o serviço de referencia, sendo necessário ter conhecimentos sobre quais são os preocupantes para essa paciente ser classificada como alto risco, sejam eles relacionados a condições prévias, antecedentes obstétricos ou fatores relacionados a gravidez atual, devendo conhecer também as vulnerabilidades especificas de grupos populacionais femininos, como mulheres negras e indígenas. 
Comente sobre o papel da progesterona e do estrogênio na gestação. Identifique duas alterações no organismo materno justificadas por cada um desses hormônios (duas para cada hormônio) e aponte algumas condutas/orientações baseadas em evidencias, para melhora/controle das repercussões dessas alterações (VALE 2 ACERTOS).
A progesterona é responsável pela vasodilatação e manutenção da gestação no primeiro trimestre. Algumas alterações provocadas por esse hormônio ao organismo materno são: 1. Relaxamento da musculatura lisa da via digestória provocando uma insuficiência relativa do cárdia. Essa situação pode ocasionar o aparecimento de pirose, náuseas e vômitos. Como conduta, o enfermeiro deve explicar que esses sintomas são comuns na gestação, e orientar sobre o consumo de dieta fracionada com refeições leves, evitando frituras e alimentos com cheiros fortes e desagradáveis. O enfermeiro pode orienta-la também sobre o uso de gengibre, camomila, vitamina B6 e acupuntura com base nas preferencias da mulher, para alivio desses sintomas; 2. Os intestinos também estão sob ação da progesterona, portanto estão com suas atividades reduzidas predispondo à obstipação e o aparecimento de hemorroidas. Como conduta, o enfermeiro deve orientar sobre uma dieta rica em resíduos e fibras, podendo indicar a sêmola de trigo para alivio da obstipação. Recomendar também o aumento na ingestão de líquidos, e a higiene perianal com agua e sabão neutro após as evacuações. 
O estrogênio é responsável pela vasogenêse. Algumas alterações provocadas por esse hormônio ao organismo materno são: 1. O aparecimento de mastalgia ocasionado pelo aumento das glândulas mamarias e de sua rede arterial e venosa para futura amamentação. Como conduta, o enfermeiro deve orientar a gestante quanto a normalidade de incomodo mamário, devido a fisiologia da gestação, recomendando o uso constante de sutiã com boa sustentação. Lembrar de explicar a gestante sobre o colostro, que pode ser eliminado em maior quantidade nas fases finais da gestação; 2. O estrogênio em associação a progesterona é responsável pela hipertrofia da gengiva que pode causar lesão e promover sangramentos. Como conduta, o enfermeiro deve recomendar a escovação após as refeições com o uso de escovas macias; orientar a realização de massagem das gengivas e uso de fio dental, e agendar atendimento odontológico sempre que possível. 
A avaliação do risco gestacional deve ser realizado pelo enfermeiro/medico na primeira consulta e em todas as consultas subsequentes de pre-natal. Aponte os fatores relacionados aos ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS da gestante que podem indicar seu encaminhamento para o pré-natal de alto risco (VALE 1 ACERTO).
- Os fatores são: Morte intra uterina ou perinatal, principalmente se for por causa desconhecida; 
- História prévia de doença hipertensiva na gestação, com mau resultado obstétrico e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação, morte fetal intrauterina, síndrome HELP, eclampsia, internação de mãe em UTI); 
- Abortamento habitual; 
- Esterilidade/infertilidade
O exame obstétrico da gestante engloba uma serie de procedimentos. Escolha APENAS UM dos procedimentos do exame OBSTÉTRICO da gestante, descreva sua finalidade, a técnica e os possíveis achados anormais (VALE 1 ACERTO).
Palpação obstétrica (Manobra de Leopold): Essa manobra tem por objetivo identificar a situação e a apresentação fetal, procurando-se os polos cefálico e pélvico e o dorso fetal. Pode-se, ainda, estimar a quantidade de líquido amniótico, e deve ser realizado antes da medida da altura uterina. O exame consiste em um método palpatório do abdome materno em 4 tempos: 1. Delimitar o fundo uterino com ambas as mãos a fim de reconhecer da parte fetal que o ocupa; 2. Deslizar as mãos do fundo do útero até o polo inferior do útero pelas laterais, procurando sentir o dorso e as pequenas partes do bebe e determinar a posição fetal. Os batimentos cardiofetais são verificados no lado do dorso; 3. Explorar a mobilidade do polo que se apresenta no estreito superior pélvico; 4. Determinar a situação fetal, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção a escava pélvica e abarcando o polo fetal que se apresenta. Pode se encontrar as situações: Longitudinal (apresentação cefálica ou pélvica), transversa (apresentação córmica) e obliquas. A situação transversa reduz a medida de altura uterina, podendo falsear sua relação com a idade gestacional. 
Medida da altura uterina: Essa avaliação tem por objetivo o acompanhamento do crescimento fetal e à detecção precoce de alterações, sendo considerados parâmetros de normalidade para o crescimento uterino o percentil 10 (para o limite inferior) e o percentil 90 (para o limite superior). A técnica consiste em posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto; Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino; Por meio da palpação, procurar corrigir a comum dextroversão uterina; Fixar a extremidade inicial (0cm) da fita métrica, flexível e não extensível, na borda superior da sínfise púbica com uma das mãos; Deslizar a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão até alcançar o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão; Proceder à leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino; Anotar a medida (em centímetros) na ficha e no cartão e marcar o ponto na curva da altura uterina. Essa técnica pode diagnosticar o crescimento intrauterino retardado, e a macrossomia fetal. Deve-se pensar em erro de medida quando ocorrer queda ou elevação abrupta em curva que vinha evoluindo normalmente.
Ausculta dos batimentos cardiofetais (BCF): Essa avaliação tem por objetivo constatar a cadaconsulta a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos batimentos cardíacos fetais (BCF). Deve ser realizada com sonar, após 12 semanas de gestação, ou com Pinard, após 20 semanas, sendo considerado normal a frequência cardíaca fetal entre 120 a 160 batimentos por minuto. A técnica consiste em posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto; Identificar o dorso fetal por meio da palpação obstétrica. Deve-se perguntar à gestante em qual lado ela sente mais os movimentos fetais; o dorso estará no lado oposto; Segurar o estetoscópio de Pinard pelo tubo, encostando a extremidade de abertura mais ampla no local correspondente ao dorso fetal; Encostar o pavilhão da orelha na outra extremidade do estetoscópio e fazer, com a cabeça, uma leve pressão sobre o estetoscópio e, só então, retirar a mão que segura o tubo; Quando disponível, utilizar o sonar doppler; Controlar o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos são os do feto, já que as frequências são diferentes; Contar os batimentos cardíacos fetais por um minuto, observando sua frequência e seu ritmo; Registre os BCF na ficha perinatal e no Cartão da Gestante e avaliar resultados da ausculta dos BCF. Pode ser encontrado BCF não audíveis com estetoscópio de Pinard, ou Bradicardia e taquicardia, devendo-se realizar as condutas preconizadas para cada situação.
Em relação a cistite aguda na gestação, caracterize os elementos abaixo (VALE 1 ACERTO).
Prevenção – Orientar a gestante a sempre urinar antes de dormir e após relações sexuais, preferencialmente sentada e forçar a saída da urina para completo esvaziamento vesical; Orientar sobre ingestão hídrica de no mínimo 2 litros de agua por dia; Orientar a utilização de sabonete neutro para o banho e a realização da higiene intima e de períneo duas vezes ao dia. 
Manifestações Clínicas - Disúria, polaciúria, urgência miccional, nictúria, estrangúria, dor retropúbica, suprapúbica ou abdominal. Normalmente, é afebril e sem evidência de sintomas sistêmicos.
Complicações maternas - Pielonefrite, pré-eclampsia, anemia, endometrite, corioamnionite, obstrução urinaria, abcesso, choque séptico, falência de múltiplos órgãos e até óbito materno. 
Complicações fetais – prematuridade, restrição de crescimento intrauterino e recém-nascidos de baixo peso, amniorrexe, e ainda retardo mental ou paralisia cerebral na infância e óbito perinatal
Diagnóstico laboratorial – A urocultura é o padrão-ouro para o diagnóstico laboratorial, onde apresentam mais de 100 mil colônias por ml. A análise do sedimento urinário pode evidenciar leucocitúria (acima de 10 leucócitos por campo) e hematúria. 
No acompanhamento de pré-natal de uma gestante, o registro do crescimento da altura de fundo uterino (AFU) foi de acordo com os valores informados abaixo. Com estes dados, preencha o gráfico de crescimento, analise o traçado e defina a conduta (PESO 3).
Altura da gestante = 1,67; Data da ultima menstruação= 12/03/2016
	Data das medições
	Idade Gestacional (IG)
	Peso
	IMC
	20/08/2016
	23s
	68 kg
	24,4
	22/09/2016
	27s 5d
	72 kg
	25,8
	18/10/2016
	31s 3d
	74 kg
	26,6
	25/11/2016
	36s 6d
	78 kg
	28
	22/12/2016
	40s 5d
	82 kg
	29,4
MEDIÇÃO: 20/08/2016 
19 + 30 + 31 + 30 + 31 + 20 = 161 
16’1 7IMC = 68 = 68 = 24,4
 1.67 x 1.67 2.78
14 23
 21
 21
 0
MEDIÇÃO: 22/09/2016 
19 + 30 + 31 + 30 + 31 + 31 + 22 = 194 
19’4 7IMC = 72 = 72 = 25,8
 1.67 x 1.67 2.78
14 27
 54
 49
 5
MEDIÇÃO: 18/10/2016 
19 + 30 + 31 + 30 + 31 + 31 + 30 + 18 = 220
22’0 7IMC = 74 = 74 = 26,6
 1.67 x 1.67 2.78
21 31
 10
 7
 3
MEDIÇÃO: 25/11/2016 
19 + 30 + 31 + 30 + 31 + 31 + 30 + 31 + 25 = 258 
25’8 7IMC = 78 = 78 = 28
 1.67 x 1.67 2.78
21 36
 48
 42
 6
MEDIÇÃO: 22/12/2016 
19 + 30 + 31 + 30 + 31 + 31 + 30 + 31 + 30 + 22 = 285 
28’5 7IMC = 82 = 82 = 29,4
 1.67 x 1.67 2.78
28 40
 05
MATERIAL DE APOIO PARA RESPONDER A QUESTÃO 6
Baixo peso (BP) – investigar história alimentar, hiperêmese gravídica, infecções, parasitoses, anemias e doenças debilitantes; dar orientação nutricional, visando à promoção do peso adequado e de hábitos alimentares saudáveis; remarcar consulta em intervalo menor que o fixado no calendário habitual. Caso necessário, é interessante discutir o caso com os profissionais do núcleo de apoio a SF.
Adequado (A) – seguir calendário habitual, explicar à gestante que seu peso está adequado para a idade gestacional, dar orientação nutricional, visando à manutenção do peso adequado e à promoção de hábitos alimentares saudáveis.
Sobrepeso e obesidade (S e O) – investigar obesidade pré-gestacional, edema, polidrâmnio, macrossomia, gravidez múltipla e doenças associadas (diabetes, pré-eclâmpsia, etc.); dar orientação nutricional, visando à promoção do peso adequado e de hábitos alimentares saudáveis, ressaltando que, no período gestacional, não se deve perder peso, pois é desejável mante-lo; Remarcar consulta em intervalo menor que o fixado no calendário habitual. Caso necessário é interessante discutir o caso com os profissionais do NASF.
A gestante está dentro da curva adequada para a idade gestacional. Deve-se orientar que ela mantenha o peso e continue com os hábitos alimentares saudáveis para beneficio próprio e do bebê.

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