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Clostridium: Espécies e Doenças

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Clostridium
O gênero Clostridium é amplo e diverso com mais de centena de espécies, habitando o solo e o intestino, dessas espécies muitas são responsáveis por causar infecções em seres humanos e animais. Suas características quanto a morfologia é que são bacilos Gram-positivos esporulados, alguns são anaeróbios obrigatórios, ou seja, são prejudicados pela presença de oxigênio, outros são aerotolerantes sendo aqueles que respiram anaerobicamente, mas que podem sobreviver na presença de oxigênio. A maioria são catalases-negativos, por não conter a enzima catalase converte o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água não tendo a observação de bolhas. São fermentadores e/ou proteolíticos e a maioria deles são móveis por conta dos flagelos peritríqueos.
Clostridium tetani
Entre as espécies de Clostridium tem-se o Clostridium tetani característico da doença de tétano, ele tem uma morfologia especial de bacilo Gram-positivo com um endósporo oval em forma de raquete, móvel, com crescimento em 37ºC e é metabolicamente inativo.
Esta espécie produz duas proteínas ativas sendo elas uma neurotoxina e uma hemolisina.
A doença tem início após a invasão por um esporo que germina e se multiplica, então ocorre a lise das células e as toxinas são liberadas indo até as junções neuromusculares se ligando e sendo endocitada. Após a chegada no SNC se encontra com um pH baixo na vesícula sináptica promovendo mudanças estruturais na toxina, ocorrendo a bloqueação de impulsos inibitórios aos neurônios motores levando a paralisia espástica. A doença pode ter dois modos, generalizada ou localizada, tendo incubação de 2 a 14 dias. O tétano generalizado pode levar a trismo e riso sardônico, dependendo da gravidade ainda pode ocorrer um quadro clínico de postura opistotônica, porém o paciente permanece consciente. Já a doença localizada é caracterizada por espasmos dolorosos no local e pode levar a uma generalizada. Além desses pode ocorrer tétano neonatal, pelo coto umbilical, que tem manifestação nos primeiros 12 dias de vida do bebê, sendo percebida por uma dificuldade de sugar e pode ocorrer paralisia dos movimentos.
É uma doença que acomete pessoas pelo mundo todo, principalmente pessoas que fazem utilização de objetos contaminados com esporos por exemplo piercings e agulhas, sendo feita a prevenção por métodos de vacinação aos primeiros meses de vida, no quinto ano, e após de dez em dez anos. Essa vacina é feita a partir do toxoide tetânico combinado com o toxoide diftérico e antígenos da Bordetella pertussis. 
Caso ocorra a contaminação ela pode ser tratada a partir sedações, bloqueadores musculares, antitoxinas e antimicrobianos.
Clostridium perfringens
Essa espécie produz toxinas letais para animais e enterotoxina que acomete diarréia no ser humano. Todas as cepas produzem a fosfolipase c que é hemolítica que faz a hidrolise de fosfatidilcolina e esfingosina, destrói plaquetas e leucócitos além de aumentar a permeabilidade capilar além dessa existe mais inúmeras toxinas produzidas sendo responsáveis pela virulência. Ela pode ser encontrada em solos e como microbiota no intestino e está associada a síndromeshisstotóxicas e doenças toxigênicas. 
A patogênese do Clostridium perfringens é dividida em duas, a gangrenosa gasosa e a infecção alimentar, a gangrenosa é rápida destruindo músculos de forma sistêmica, sendo associada a traumas e cirurgias com presença do microrganismo, insuficiência vascular e infecções. A infecção alimentar causa diarréias esporádicas e espasmos intestinais, é causada pelo consumo de alimentos contaminados com uma quantidade de 108 células que produzem a enterotoxinas, muitas delas morrem pelo ph ácido do estômago, porém se o alimento estiver infectado o suficiente algumas sobrevivem podendo cair no intestino onde em meio alcalino esporulam ocorrendo a lise das células e liberam as toxinas com um período de incubação de 6 a 24 horas.
Além disso essa espécie pode causar outros tipos de infecções como colecistite enfisematosa, uma infecção grave que ocorre em diabéticos. Causa celulite criptante, enterite necrótica e enterocolite neutropênica.
O diagnóstico é feito através dos sinais clínicos e na detecção laboratorial com observação microscópica e isolamento em meios ágar-sangue observando as características metabólicas da cepa, (gangrena gasosa). 
Na infecção alimentar os sinais clínicos e os exames laboratoriais como detecção do agente causador no alimento suspeito e nas fezes do paciente, detecção da CPE. Detecção através de PCR e métodos imunológicos.
Caso ocorra a contaminação e desenvolva a gangrena gasosa é necessário tratamento imediato com imediato debridamento cirúrgico de todo o tecido necrosado, terapia hiperbárica e antibioticoterapia.
Para as infecções alimentares é indicado a refrigeração do alimento processado, com reaquecimento em temperaturas maiores que 75ºC no interior do mesmo.
Clostridium botulinum
O Clostridium botulinum é uma espécie de bactéria proveniente do solo e mais comumente encontrada em produtos agropecuários, podendo haver fatores que vão propiciar maior desenvolvimento, por exemplo, regiões onde o clima é temperado e o inverno longo faz com que haja a necessidade de estoque de alimentos propiciando um ambiente favorável de proliferação, por ser uma bactéria anaeróbia sua relação com a falta de oxigênio e o pH superior a 4,6 facilitará o seu desenvolvimento. Essa espécie possui como característica a produção de sete tipos de antigênicos de toxina botulínica denominadas de A-G, porém por meio de técnicas, formas diferentes de antigênico foram descobertas. Esta espécie possui quatro subgrupos de C. botulinum, I, II, III e IV. O grupo I composto por microrganismos proteolíticos produz toxinas A, B ou F. O grupo II, microrganismos não-proteolíticos produz toxinas B, E ou F. O grupo III, microrganismos não-proteolíticos produz toxinas C e D e o grupo VI, microrganismos relativamente proteolíticos produz o tipo G de toxinas. As principais toxinas causadoras de botulismo em humanos são do tipo A, B, E e F, as toxinas C e D são causadoras de botulismo em aves e mamíferos.
Nos seres humanos o botulismo é encontrado sob quatro formas. O botulismo infantil é comum nos EUA, causado pela ingestão de esporos nos primeiros meses de vida, colonizando o intestino por encontrar condições que favorecerão seu desenvolvimento. Botulismo em adultos, contrapondo a infantil, sua ocorrência é imensamente rara por conta da fisiologia diferente dos bebês. O botulismo clássico ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com BoNT pré-formada, e por fim, botulismo de lesão (muito raro) causado por aberturas de ferimentos que irão propiciar a entrada de esporos do microrganismo que secretará sua toxina no tecido.
Para realizar o diagnóstico é analisado em laboratório se há a presença de BoNT no soro, nas secreções da lesão, nas fezes do paciente ou na amostra de alimento. Caso houver a presença de toxinas nas fezes do paciente é um indicativo de toxina residual do alimento ingerido ou que foi produzida pelos microrganismos no intestino. 
A toxina botulínica age diretamente nas células nervosas intervindo na comunicação destas. Por esse motivo, caso ocorra a ingestão da toxina ou até mesmo a própria bactéria, que produzirá a toxina, ocorrerá interferência nas sinapses ocasionando na dificuldade de transmissão de sinais e estímulo nervosos, causando paralisia.
A prevenção de botulismo está baseada em métodos que irão inibir o proliferamento bacteriano e a produção da toxina, seja através da manutenção de alimentos em baixas temperaturas ou pela adição de preservativos ou em pH ácido ou mesmo pela destruição da atividade tóxica, supostamente presente, através da inativação térmica (TRABULSI, L. ñ achei o ano).
Pesquisas realizadas em laboratórios obtiveram a descoberta que o tratamento, caso o resultado inicial seja negativo com tripsina, pode ser realizado especialmente para neurotoxinas do grupo III, no entanto, o que pode ser feito com disponibilidade para aspessoas é o tratamento intensivo que tem diminuído significativamente a taxa de mortalidade. Quanto antes se começar o tratamento maior as chances de limitar a extensão da paralisia, porém os danos já causados pela toxina não podem ser revertidos.
Clostridium difficile
O Clostridium difficile normalmente é um organismo que não tem virulência, possui a capacidade de se liquefazer na gelatina, fermentar na glicose, frutose, manitol e manose.
Os grupos que possuem maior suscetibilidade para desenvolver infecções relacionadas a essa bactéria são idosos (mais de 65 anos de idade) que tiveram contato com antibióticos; pacientes que fazem o uso diário de redutor de acidez estomacal; pacientes portadores de uma ou mais doenças e aqueles que fazem o uso de imunossupressores.
As áreas que essa espécie está presente na natureza se estende desde o solo, vegetais até rios e lagos, fazendo com que aumente a exposição do homem a essas bactérias se tornando assim portador desses microrganismos para hospitais onde o uso de antibióticos é diariamente usado, este ambiente contribui para o alerta de que esse patógeno hospitalar é o principal agente causador de diarreias, que associadas ao uso diário de antimicrobianos para manter o ambiente ocasione num quadro de evolução ocorrendo intensas inflamações em pacientes denominadas de enterocolite pseudomembranosa. Todo esse processo ocorre, pois, é estabelecido pela atividade de duas toxinas denominadas de toxina A (TedA – toxin Clostridium difficile) e toxina B (TedB – toxin Clostridium difficile B).
Estas toxinas causam arredondamento nas células. A TedA é uma enterotoxina que danifica os tecidos do intestino, ocorrendo inflamação, já a TedB não ocasiona na perda de fluidos provavelmente por não fazer ligação com os receptores da parede intestinal.
 As principais etapas na patogênese é a alteração na microbiota normal do trato intestinal causada por antimicrobianos; a colonização dos microrganismos no intestino; concepção das toxinas TedA e TedB e danos na mucosa intestinal e inflamação.
O microrganismo é identificado por meio do teste de ELISA através da sua toxina nas fezes dos pacientes sintomáticos.
A maioria dos adultos hospitalizados com infecção por Clostridium difficile servem como propagadores contínuos em ambientes hospitalares, pois, na sua maioria são assintomáticos.
O tratamento deve ser iniciado pela suspensão do antimicrobiano indutor, com reposição de líquidos e eletrólitos. Embora a diarreia possa ser autolimitada em muitos casos, a terapia com antimicrobianos eventualmente se faz necessária, em que tanto o metronidazol quanto à vancomicina, administrados oralmente, devem ser considerados (TRABULSI, L. colocar o ano)
https://www.quali.pt/microbiologia/476-clostridium-botulinum 
>>> colocar o ano na citação, não achei rss

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