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1 PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO Módulo C – Fase 2 - 2015 Olá pessoal, durante este Módulo C – Fase 2, vimos que quando uma empresa oferece um produto ao mercado, esse produto pode ser um Bem ou um Serviço, ou seja: Bem – é entendido como item que pode ser manufaturado, ou seja, passível de transformação após a aplicação de algum processo. Serviço – é aquele que só existe a partir da necessidade de sua utilização pelo consumidor. Além do ciclo de vida original, sobre o qual foi incorporada a fase de Desenvolvimento, outros parâmetros também devem ser observados: o primeiro deles é a garantia que o produto acompanhe as expectativas dos investidores, e o segundo diz respeito às possibilidades de investimento aplicado desde o início da produção efetiva até a colocação do produto no mercado. As quatro fases originais do Ciclo de Vida do Produto (CVP) são: 1. Introdução: Como em todas as fases existem algumas funções sustentadas pelas abordagens de Marketing e Produção. O Marketing é caracterizado pelo lançamento do produto no mercado, sendo que todo o valor arrecadado das vendas é reinvestido para consolidar o produto e reposicioná-lo, se for necessário, uma vez que o produto tem um crescimento lento de vendas. Produção trabalha de forma quase artesanal, já que produz sob encomenda (por pedido), consumindo o mínimo possível de recursos. 2. Crescimento: 3. Maturidade: A fase de maior lucro é a Maturidade, pois a produção passa a trabalhar com toda capacidade para produzir e manter o produto no mercado. 4. Declínio. O Marketing, acompanha o declínio das vendas e verifica a potencialidade da marca, considerando também a diminuição dos lucros para a organização. A Produção, descontinua a fabricação e remodela seu sistema produtivo para adequá-lo à demanda, minimizando, assim, o impacto causado pela redução das vendas. Existem outras categorias de ciclo de vida, as quais são baseadas no Estilo, na moda e na moda passageira. Segundo Kotler, o estilo é um modo básico e distinto de expressão que aparece no campo das atividades humanas, e a moda é um estilo aceito corretamente ou popularizado em um dado campo de atividade. A característica própria da categoria Estilo é que ela tende a ser duradoura, podendo passar por várias gerações, entrando e saindo de circulação em determinados momentos. Já a característica da categoria Moda passageira 2 é que ela é resultante do gosto instantâneo da população por um determinado produto, o qual, ao surgir, é rapidamente aceito, atinge um pico de vendas, mas declina com muita rapidez. Quando nos deparamos com o conceito de marca, cabe a nós questionar sobre o que a marca significa para a organização, visto que, se ela identifica uma empresa ou um produto, precisamos saber exatamente seu significado. De acordo com a American Marketing Association, o conceito de Marca é: um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los de concorrentes. Ao realizar um planejamento estratégico, foca-se nas análises ambientais, considerando os ambientes interno e externo da empresa. Ambiente interno a capacidade da organização de colocar em prática os pontos fortes e de minimizar os efeitos representados pelos pontos fracos. Ambiente externo alguns elementos a serem considerados: sindicatos, bancos, governo, fornecedores, clientes, quadro de pessoal da empresa, condições tecnológicas, sociais, políticas e econômicas. Para que a empresa atinja uma determinada vantagem competitiva, é necessário observar as chamadas estratégias genéricas, as quais consistem em métodos gerais para que se dê a superação dos concorrentes em uma dada indústria. Essas estratégias compreendem três abordagens: 1. Diferenciação: consiste na criação de algo que seja considerado único no âmbito de uma determinada indústria, e para isso a empresa pode valer-se de elementos como a fidelização dos clientes, o que isola outras instituições da rivalidade. 2. Liderança no custo total: e requer um conjunto de políticas funcionais, cuja atenção principal centra-se na administração do controle de custos. 3. Enfoque: a empresa determina um alvo em particular (grupo comprador) sobre o qual atuará e fixará sua estratégia competitiva. Na elaboração do projeto de produto, evidenciamos várias forças que governam a competição industrial. Ou seja: Força dos Fornecedores, a qual implica nas estratégias competitivas da capacidade de negociação e/ou de barganha vislumbrada pela organização. Força dos Compradores: representam a capacidade da alavancagem de negociação devido a vários fatores, dentre eles, a chamada lei da oferta e da procura, que significa a relação entre a concentração de compradores versus a concentração de empresas. Força dos Produtos Substitutos: representa uma ameaça para a empresa na medida em que é lançado outro produto concorrente em substituição ao que já existe no mercado. Os custos de mudança relacionados à organização, bem como a abrangência da indústria, traduzida pela concentração de empresas no mercado e pelo equilíbrio entre elas, atuam também como elementos significativos de rivalidade, 3 que se acentuam ainda mais pela complexidade informacional, a qual é representada pelos recursos tecnológicos da automação da produção e da informatização dos parques industrial e administrativo da empresa. A entrada de novos produtos no mercado pode ser ou não representativa para a indústria, o que depende da força do produto para vencer as barreiras de entrada, as quais podem ser variadas, comprometendo a capacidade de sucesso do novo produto. Entre as barreiras de entrada podemos ter: Economias de Escala: correspondem às estratégias que fazem com que alguns custos sejam diluídos no montante de produtos fabricados, representando um custo unitário bastante baixo para cada produto. Diferenciação de Produtos: pode se constituir em barreira para os novos entrantes no mercado, principalmente quando se refere a itens como marca, lealdade dos clientes ao produto ou ainda o tipo de serviço fornecido ao cliente (SAC). Necessidade de Capital. A política governamental pode atuar como barreira para entrada de novos produtos no mercado, ou seja, quando a política estabelece limites para obtenção de matérias-primas, exige a obtenção de documentação necessária, como licença de funcionamento ou elaboração de legislação própria para uso ou fabricação do produto. No desenvolvimento de novos produtos a empresa pode optar por duas formas para fazê-lo: a primeira delas é o desenvolvimento interno e a segunda diz respeito à contratação de terceiros ou de pesquisadores independentes. Segundo Kotler, a empresa de consultoria Booz, Allen & Hamilton identificou, por meio de pesquisa, seis categorias de novos produtos. 1. Produtos Inteiramente Novos: são os produtos que desencadeiam a criação de um mercado inteiramente novo. 2. Aperfeiçoamento e Revisão de Produtos Existentes: essa categoria se refere aos novos produtos (bens ou serviços), que oferecem ao cliente condições inovadoras e melhoradas, aumentam seu valor percebido e sua qualidade. 3. Reduções de Custos: correspondem à criação de novos bens e serviços que, em relação aos produtos já existentes no mercado, apresentam desempenho similar ou melhorado, a um custo menor. Quando uma empresa decide em criar um novo serviço, a mesma deve considerar as seguintes orientações: Redução da Dificuldade: Padronização de um Serviço: nessa orientação a empresa compreende ações que permitem oferecer um serviço a diversos clientes, por meio dapadronização de Técnicas. Personalização de um Serviço: nessa orientação, a empresa deve conhecer a necessidade do cliente para que o fornecimento do serviço seja personalizado. 4 No desenvolvimento de produtos baseados na inovação, a empresa conta com quatro tipos de projetos de produtos: 1. Projetos Incrementais e Derivados: correspondem à criação de produtos e processos que são derivados de outro já existente, cujo objetivo é incrementar o produto com pequenas alterações e conseguir a redução de custos, na tentativa de aumentar o ciclo de vida do produto. 2. Próxima Geração ou Plataforma: Esse tipo de projeto é representado por alterações profundas no projeto do produto, causando também mudanças significativas no processo, mas sem a introdução de novas tecnologias que estão sob controle da organização. 3. Inovações Radicais: esse tipo de projeto é oriundo de inovações também radicais. Incorporam novos produtos e, para isso, é necessária a elaboração de um novo processo produtivo, causando mudanças significativas na organização, devido à utilização de novas tecnologias, sendo que pode ser criada, inclusive, uma nova linha de produtos pela organização. 4. Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado: esse tipo de projeto deve estabelecer para o mercado novos conceitos e produtos, que deverão ser avaliados comercialmente. As ideias de novos produtos e/ou melhorias nos atuais, podem ser originadas dentro ou fora da organização e podem vir de muitas fontes. O processo de geração de ideias está presente nas quatro etapas da criação e do desenvolvimento: 1. Inspiração Inicial: é o início do processo e deve traduzir a ideia fundamental, ou seja, transformar a ideia inicial em algo mais concreto. 2. Preparação: é nessa fase que a mente fica mergulhada nas ideias, processando as informações. As ideias geradas são trabalhadas e transformadas em ações para a preparação do planejamento. 3. Incubação/Iluminação: É nessa fase que realmente caracteriza-se a fase criativa, uma vez que ideias geradas devem ser entendidas, e para isso se procura no corpo de conhecimento uma explicação para torná-la viável ou justificá-la de forma compreensível. 4. Fase de Verificação: Após a seleção das ideias a serem trabalhadas, os projetos que serão desenvolvidos devem passar por alguns departamentos da organização para que seja feita uma triagem dos conceitos. As três perguntas básicas que devem ser feitas pelo Departamento de Marketing são: 1. Viabilidade – Será o mercado suficientemente grande? 2. Aceitabilidade – Quanto do mercado poderemos ganhar? 3. Vulnerabilidade – Qual é o risco de fracasso no mercado? As três perguntas básicas que devem ser feitas pelo Departamento de Finanças são: 5 1. Viabilidade – Temos acesso a financiamentos suficiente para desenvolver e lançar? 2. Aceitabilidade – Qual o retorno econômico que conseguimos sobre o nosso investimento? 3. Vulnerabilidade – Quanto dinheiro poderemos perder se os desenvolvimentos não forem os planejados? Um projeto envolve diversas competências e conhecimentos, e, por essa razão, uma estrutura organizacional convencional pode não ser adequada, visto que é composta por funções relativamente independentes. Em face disso, sabe-se que a estrutura organizacional ideal para o planejamento, a execução e o controle de um projeto é uma estrutura matricial, isto é, nesse tipo de estrutura, normalmente as empresas elegem um líder para o projeto, e esse líder seleciona estrategicamente os integrantes dos diversos departamentos envolvidos no projeto do produto, como o setor de finanças, de marketing, de produção etc. Entretanto, a escolha desses integrantes não implica na retirada definitiva dos seus departamentos de origem, ou seja, continuam suas atividades normais e participam do desenvolvimento, execução e controle de determinado projeto. Independentemente da estrutura escolhida pela empresa para desenvolver um projeto, o Project Management Institute (PMI) indica que a gerência de projetos deve definir áreas de conhecimento para fins de elaboração de planos de desenvolvimento. Quando se fala em desenvolvimento do produto, é necessário considerar três áreas básicas: 1. Área de Aplicação: representa a essência da organização, onde é fundamental o conhecimento técnico sobre o que se produz e, desse modo, correspondendo à expertise da organização, ou seja, à própria ideia do produto. 2. Administração Geral e 3. Área de Conhecimento. Existem diversas técnicas empregadas no desenvolvimento de produtos, uma delas é conhecida como Quality Function Deployment (QFD), que em português é traduzido como Desdobramento da Função Qualidade, ou seja, é uma técnica fundamentada nas necessidades dos clientes (consumidores) que, no processo de desenvolvimento do produto, são convertidas em características que asseguram a qualidade do produto. Em outras palavras, os requisitos necessários ao produto, apontados previamente pelos clientes, sofrem um desdobramento e transformam-se em especificações técnicas que determinam a produção de bens ou serviços. Um bom projeto de produto deve levar em consideração as análises necessárias ao melhor desempenho e qualidade do bem ou serviço, o que pode ser obtido com o uso de diversas técnicas, entre as quais podemos citar: 1. DFA – tem como foco o projeto de montagem, cujo alvo é a simplificação do produto com vistas à redução do custo do conjunto. 6 2. DFM – essa técnica prevê a facilidade de produção do produto e o consequente baixo custo de produção. Para tanto, os processos são simplificados e, sempre que possível, devem ser modulares, o que facilita a fabricação e tende a reduzir os custos. 3. DFD – consiste na utilização de ferramentas que permitam que o produto e/ou suas peças tenham uma fácil manutenção, cujos componentes possam ser substituídos ao se desgastarem, sejam facilmente reutilizados/reaproveitados no processo de manufatura ou reciclados no decorrer de sua vida útil. 4. CE – o mesmo que engenharia simultânea ou engenharia concorrente, compreende uma técnica que prevê o desenvolvimento do processo criativo de modo simultâneo e em várias etapas, com o propósito de reduzir o tempo necessário para o lançamento do produto no mercado. Uma das técnicas usadas pelas empresas para desenvolver seus produtos é a técnica chamada Engenharia Reversa, a qual consiste na análise de um produto concorrente com o propósito de obter dados para o melhoramento do desempenho do produto que está sendo fabricado ou mesmo para gerar novas ideias, a partir das quais poderão ser elaborados novos produtos. Essa técnica compreende a desmontagem do produto, o estudo minucioso de seus componentes, atentando para sua funcionalidade, seus elementos constituintes, tipos, modelos e formas de materiais utilizados em sua constituição. A prototipagem é uma etapa no desenvolvimento do produto que permite às organizações irem além das considerações teóricas sobre o produto. Existe uma confusão muito grande na diferenciação entre protótipo e modelo, então veja quais são as diferenças: Protótipo – é feito em tamanho real, sendo o primeiro da série, servirá para confrontar as especificações técnicas, feito com os materiais corretos (de acordo com as especificações de desenho) e são dotados de todos os mecanismos do produto final. Modelo – pode ser feito em escala reduzida ou ampliada, pode usar materiais diversos (diferentes do especificado, tais como: espuma, gesso, papel, papelão etc) e não contém os mecanismos de funcionamento. Antes da colocação de um produto no mercado, a análise desse mercado deve ser bem minuciosa, pois de acordo com Gianesi e Corrêa, existem diferentesmercados que atuam no processo de decisão por parte do consumidor (cliente), são eles: 1. Mercado de Consumo – formado pelos consumidores individuais que compram produtos e serviços para consumo próprio ou de suas residências. 2. Mercado Industrial – formado pelas empresas de manufatura ou serviços que adquirem produtos necessários ao seu processo produtivo. 3. Mercado de Revenda – é constituído por indivíduos ou organizações que adquirem produtos visando o lucro obtido com a revenda de bens ou com o aluguel (terceirização) de serviços. 7 4. Mercado Governamental – consiste em unidades municipais, estaduais e federais que compram produtos e serviços, com o objetivo de atender a suas missões governamentais. Bom estudo a todos! Prof. Emerson Seixas
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