Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO BÁSICO – ÁREA DE SAÚDE CAMPUS GOVERNADOR VALADARES PAR006GV – Microbiologia I Relação Bactéria-Hospedeiro Capítulo 28 – Microbiologia de Brock Tipos de Micro-organismos que habitam o corpo humano Microbiota normal (autóctone, indígena ou residente) Microbiota transitória (transiente ou alóctone) Microbiota normal (autóctone, indígena ou residente) • Todos os micro-organismos relativamente fixos. • Encontrados com regularidade em determinada área. • Podem apresentar papel específico, estabelecendo interações positivas, ou podem estabelecer interações neutras • Oferecem barreiras contra colonização por patógenos • Produzem substâncias utilizáveis pelo hospedeiro; • Participam da modulação do sistema imune dos hospedeiros Microbiota normal (autóctone, indígena ou residente) Microbiota transitória (transiente ou alóctone) • Micro-organismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos, encontrados em superfícies externas e internas, durante algumas horas, dias ou mesmo semanas. • Pouca importância se a microbiota residente estiver em equilíbrio. Interações benéficas dos micro-organismos com o homem Microbiota Normal da Pele • Crescimento microbiano é observado principalmente nas glândulas apócrinas • Ação microbiana sobre secreção causa odor característico • Micro-organismos também são encontrados no folículo piloso • Streptococcus, Staphylococcus, Propionibacterium acnes Interações benéficas dos micro-organismos com o homem Cavidade Oral • Habitat complexo e heterogêneo • Presença de substâncias antimicrobianas na saliva A placa dental é um biofilme de culturas mistas • Streptococcus sanguis, S. sobrinus, S. mutans e S. mitis • Anaeróbios filamentosos (Fusobacterium) • Bactérias Gram-negativas, Bacilos Gram-positivos Cárie dental • Micro-organismos produzem ácidos orgânicos (ácido lático) que dissolvem o fosfato de cálcio. • Matriz é desestruturada pela ação de proteólise bacteriana. • Duas bactérias principais: Streptococcus sobrinus e Streptococcus mutans n Sacarose à Dextrana (n Glicose) + n Frutose Interações benéficas dos micro-organismos com o homem Trato gastrointestinal Interações benéficas dos micro-organismos com o homem Trato respiratório Interações benéficas dos micro-organismos com o homem Trato urogenital • Células epiteliais que revestem uretra – bacilos e cocos Gram- negativos aeróbios facultativos • Vagina de mulheres adultas – ácida. Após a menopausa – alcalina Glicogênio à ácido láctico Doença Infecciosa - alteração do estado de saúde resultante de uma infecção Conceitos básicos Patogenicidade - capacidade do micro-organismo de causar doença Virulência - grau de patogenicidade, ou seja, a dose da toxina ou o número de células que resultará em resposta patológica em um dado período de tempo Infecção - invasão ou colonização do hospedeiro por micro-organismos. Hospedeiro pode ser prejudicado ou não Patogênese da doença bacteriana Micro-organismo Patógeno Doença Micro-organismos potencialmente patogênicos Patógenos oportunistas Podem ou não estar associados a doença Causam doença SOMENTE quanto o hospedeiro não apresenta resistência normal Interações danosas dos micro-organismos com o homem Entrada do patógeno no hospedeiro Portas de entrada para patógenos bacterianos Mucosas • Trato respiratório (pneumonia, tuberculose) • Trato gastrointestinal - sobrevivem à barreira gástrica (febre tifóide, disenteria bacilar - shigelose, cólera) • Trato urogenital (clamídia, sífilis e gonorréira) Pele íntegra • Acesso através de aberturas como folículo piloso e ductos de glândulas (infecções piogênicas por S. aureus) Via parenteral: depositados diretamente nos tecidos quando pele e mucosas são penetradas ou lesadas • Punções, injeções, picadas • Cortes, ferimentos, cirurgias • Rompimentos devido a edemas ou ressecamento Entrada do patógeno no hospedeiro • Adesão é, na maioria das vezes, específica • Dependente do reconhecimento de fatores bactéria-hospedeiro • FATORES DE ADERÊNCIA • Hidrofobicidade superficial e carga efetiva da superfície • Adesinas ou ligantes (fímbrias ou pili, proteínas Opa de Neisseria gonorrhoeae • Cápsula • Formação de biofilmes • Ácidos teicóicos • Flagelos • Pilus Cápsula Fímbrias Biofilme Bactéria Adesina Sítio de Adesão Doença Exemplos de mecanismos de adesão da célula ao tecido hospedeiro Invasão do tecido FATORES DE INVASÃO • Através de junções existente entre as células (Ex. Salmonella) • Invasão de tipos específicos de células epiteliais (Ex. Shigella em células M nas placas de Peyer) • Indução da fagocitose ou da ingestão pela célula hospedeira (ex. Listeria em enterócitos e Legionella pneumophila em macrófagos pulmonares) Colonização e crescimento • Dependente da disponibilidade de nutrientes no tecido • Bactérias possuem estratégias para aumentar absorção de nutrientes escassos: Ex. sideróforos • Colonização pode ser local ou sistêmica (BACTEREMIA) Localização Corporal • Infecção pode ser local ou sistêmica • Infecção generalizada – patógeno alcança o sistema circulatório • Bacteremia – crescimento bacteriano no tecido e liberação de bactérias pelo sangue Virulência • LD50 – Dose letal para 50% dos hospedeiros experimentais, sob condições normais • ID50 – Dose infecciosa para 50% dos hospedeiros experimentais • Cultivo contínuo em laboratório pode promover a atenuação Toxicidade x Invasividade Capacidade de um organismo causar doença por meio de uma toxina pré- formada que inibe ou mata a célula hospedeira Capacidade de crescer intensamente no tecido hospedeiro, de modo a inibir as atividades do hospedeiro • Aderência • Invasão • Metabólicos do crescimento (Ex. C. perfringens - gangrena gasosa, ácidos) • Enzimas degradativas • Toxinas (Exotoxinas e endotoxinas) • Superantígenos • Proteínas citotóxicas • Evasão da eliminação imune e fagocítica • Cápsula • Resistência a antibióticos • Crescimento intracelular • Indução de inflamação excessiva Fatores de virulência bacterianos • Elementos genéticos móveis (fagos e plasmídeos) • Ilhas de patogenecidade: regiões cromossômicas que contem grupos de genes de virulência • Tamanho de 10 a 200 kb • Instabilidade genética • Estas características sugerem que se originaram de transferência gênica a partir de diferentes espécies Base genética da virulência bacteriana Enzimas extracelulares que contribuem para a virulência bacteriana Enzima Ação Organismo produtor Toxinas bacterianas Exotoxinas Podem ser classificadas em: • Citolíticas • AB • Superantígenos Exotoxinas Citolíticas Hemolisinas • Encapsulamento • Mimetismo antigênico • Mascaramento antigênico (cápsula de S. pyogenes composta de ácido hialurônico que imita o tecido conjuntivo humano) • Variação antigênica (antígenos de superfície em N. gonorrhoeae) • Proteases antiimunoglobulina (protease anti-IgA) • Destruição de fagócitos • Inibição de quimiotaxia (impede migração de células do sistema imune ao local de infecção) • Inibição da fagocitose • Inibição da fusão dos fagolisossomos • Resistência às enzimas lisossomais • Replicaçao intracelular Defesas microbianas contra a eliminação imunológica pelo hospedeiro Fatores do hospedeiro na infecção Fatores de risco Idade Estresse Dieta Estado de saúde Resistência do hospedeiro à infecção Barreiras naturais Resistência naturale especificidade tecidual Restringem a entrada do agente Pele e mucosas, muco, epitélio ciliado, ácido gástrico, bile Defesas imunes inatas antígeno-inespecíficas Proporcionam respostas locais rápidas ao desafio de um invasor Febre, sistema complemento, neutrófilos, macrófagos e células natural killer Respostas imunes adaptativas antígeno-específicas Especificamente identificam, atacam e eliminam os invasores Anticorpos e células T UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO BÁSICO – ÁREA DE SAÚDE CAMPUS GOVERNADOR VALADARES PAR006GV – Microbiologia I Relação Bactéria-Hospedeiro Capítulo 28 – Microbiologia de Brock
Compartilhar