Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
QUÍMICA DOS COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO Prof. Paulo Cesar Souza Pereira, MSc Química Geral Agronomia Eng. Química, Mecânica Cursos: Disciplina: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM Complexos são espécies químicas formadas por um átomo ou íon central, em torno do qual existem átomos doadores de pares de elétrons (ligantes). 0 A quantidade de ligantes em torno do átomo central define o número de coordenação e a geometria do complexo. COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO (COMPLEXOS) Ex: nº coordenação = 6 Geometria octaédrica Complexos de coordenação são formados através de ligações coordenadas, onde os ligantes atuam como base de Lewis e o átomo central como ácidos de Lewis. Ácido de Lewis: Receptor de par de elétrons. Base de Lewis: Doador de par de elétrons. A maior parte dos íons metálicos existe em água como [M(H2O)6] n+. Carga no íon complexo = carga no metal + cargas nos ligantes O ÁTOMO CENTRAL SÃO ELEMENTOS METÁLICOS NA FORMA CATIÔNICA. a maior parte são cátions de metais de transição Metais de transição: possuem subcamadas d parcialmente preenchidas, ou originam íons com subcamadas d parcialmente preenchidas Espécies ligantes são sempre doadoras de elétrons : MOLÉCULAS: contendo pares de elétrons não ligantes ÂNIONS: Regras: – Para os sais, dê nome primeiramente ao ânion antes do cátion precedido da preposição “de”. Dentro do íon complexo, os ligantes recebem os nomes (em ordem alfabética) antes do metal. [Co(NH3)5Cl] 2+ pentaminoclorocobalto(III) [Co(NH3)5Cl]Cl2 CLORETO DE Nomenclatura de compostos de coordenação – Se o complexo é um ânion, o nome termina em –ato. – O estado de oxidação do metal é dado em números romanos entre parênteses no final do nome do complexo. Nomenclatura ligantes aniônicos: terminam em o ligantes neutros: são simplesmente o nome da molécula. Exceções: H2O (aqua) e NH3 (amino). Sais com ânion complexo Sais com cátion complexo - Hexacloroplatinato (IV) de potássio - Hexacianoferrato (II) de amônio - Hexacianoferrato (III) de sódio - Cloreto de diaminprata - Sulfato de tetramincobre (II) Exemplos de Nomenclatura Exemplo: No íon complexo [Co(NH3)6] 3+, o íon Co3+ está rodeado por seis ligantes NH3. -O Íon Cobalto se comporta como um ácido de Lewis (espécies receptoras de pares elétrons). - Os Ligantes que são as moléculas de amônia se comportam como bases de Lewis (espécies doadoras de pares de elétrons). Portanto, complexos são compostos formados através de interações ácido-base de Lewis. Íon hexaminocobalto (III) Um íon metálico central é rodeado por moléculas de água. As moléculas de água (ligantes) se orientam de acordo com a atração eletrostática entre a carga do íon (positivo) e os pares de elétrons não compartilhados. Portanto, todos os ligantes têm pares livres que são doados ao íon metálico. Portanto uma ligação coordenada envolve doação de pares de elétrons livres dos ligantes para o metal. Tetraaquocobre (II) Os números de coordenação mais comuns são 4 e 6. As geometrias mais comuns são: tetraédrica, quadrado planar ou octaédrica. Geometria dos compostos de coordenação • Ligantes monodentados ligam-se através de apenas um átomo doador. – Conseqüentemente, eles ocupam somente um sítio de coordenação. Ligantes com apenas um átomo doador Ligantes polidentados (ou agentes quelantes) ligam-se através de mais de um átomo doador por ligante. – Exemplo, etilenodiamina (en), H2N-H2C-CH2-NH2 Efeito Quelato forma complexos mais estáveis A dissociação implica na ruptura de n ligações em vez de uma Quelatos com duplas alternadas são mais estáveis devido a distribuição da densidade eletrônica. Ligantes com mais de um átomo doador (bidentado) Ligantes Polidentados: EDTA (hexadentado) (EDTA - do inglês Ethylenediamine tetraacetic acid) Magnetismo • Muitos complexos de metais de transição são paramagnéticos (têm elétrons desemparelhados). • Existem algumas observações interessantes. Considere um íon metálico dos compostos a seguir: [Co(CN)6] 3- - diamagnético [CoF6] 3- - paramagnético • Algum fenômeno está alterando a energia dos orbitais. • Teorias de ligação tentam esclarecer a cor e o magnetismo em complexos de metais de transição. Mostre a formação dos complexos abaixo e diga se são paramagnéticos ou diamagnéticos: a) [Co(NO2)6] 4- Sendo NO2 - campo forte [NiCl4] 2- Sendo Cl- campo fraco [Co(CN)4] 2- Sendo CN- campo forte b) c) [Co(NH3)6] 3+ Sendo NH3 campo forted) [Co(F)6] 3- Sendo F- campo fracoe) Teorias que falam das ligações em complexos de metais de transição Cores dos complexos Cores dos complexos 1- quando o objeto reflete ou transmite a luz daquela cor. 2- quando o objeto absorve a cor complementar. Percebemos as cores em duas situações: E = hν = h(c/λ) O espectro abaixo foi obtido a partir de uma amostra de [Ti(H2O)6] 3+ através de um espectrofotômetro. Tendo como base o disco de Newton, qual é a cor desse complexo? O íon complexo trans-[Co(NH3)4Cl2] + absorve luz basicamente na região do vermelho (λmáx = 680 nm). Qual é a cor do complexo? Cores dos complexos Por que ocorre mudança de cor? [Cu(H2O)4] 2+ Cu2+ [Cu(NH3)4] 2+ Cu2+ H2O NH3 As moléculas de NH3 deslocam as moléculas de H2O. Como a força do ligante é maior, a energia da transição eletrônica também é maior. Teorias que falam das ligações em complexos de metais de transição 1.Teoria da ligação de valência; 2.Teoria do campo cristalino; 3.Teoria do Orbital molecular. Teoria do campo cristalino Teoria do campo cristalino (TCC) Por que a repulsão é maior em alguns orbitais do que em outros? dz2 dx2-y2 dxy dxz dyz Teoria do campo cristalino (TCC) Supõe que a atração metal/ligante é puramente eletrostática. Contribuição covalente é negligenciada. Todos os orbitais d do orbital são degenerados. Quando os ligantes se aproximam formando um campo simétrico os orbitais permanecem degenerados, mas sua energia é aumentada devido a repulsão dos elétrons dos ligantes e do metal. Quando os ligantes de aproximam com um campo não simétrico, os orbitais passam a ter energia diferente. A maioria dos complexos de metais de transição tem 6 ou 4 ligantes, formando geometrias octaédricas e tetraédricas. Quando esses ligantes se aproximam com um campo assimétrico os orbitais não são afetados igualmente pelo campo. Complexos octaédricos: Repare na proximidade das cargas (ligantes) com os orbitais Lóbulos próximos das cargas Maior repulsão Lóbulos entre as cargas Menor repulsão Maior repulsão A diferença de energia entre os níveis t2g e eg EECC = -0,4 n(t2g) Δo + 0,6 n(eg) Δo Complexo octaédrico Energia de estabilização do campo cristalino Complexo tetraédrico EECC= - 0,6n(eg) + 0,4n(t2g) Os orbitais eg são estabilizados e os orbitais t2g são desestabilizados em relação ao campo simétrico. Ocorre justamente o contrário dos complexos octaédricos. Calculo da EECC em complexos octaédricos, com configuração eletrônica d n – Alto spin (ligantes de campo fraco) Calculo da EECC em complexos octaédricos, com configuração eletrônica d n – Baixo spin (ligantes de campo forte) A origem das cores dos complexos Qual é a cor do [Ti(H2O)6] 3+? Algo entre violeta e vermelho A série espectroquímica O ΔE e, consequentemente, a cor do complexo depende da forca do ligante. Configurações eletrônicas em complexos octaédricos Campo fraco - spin alto Δo pequeno Campo forte – spin baixo Δo grandeO desdobramento do campo cristalino é determinado pela força do ligante. Um ligante de campo fraco causa um pequeno desdobramento (pequeno ∆o). Nessas condições, é mais viável promover um quarto elétron para o orbital eg do que emparelhar (energia de emparelhamento, P, é mais alta), formando um complexo de spin alto (maior número de elétrons desemparelhados). Por outro lado, ligantes de campo forte promovem um grande desdobramento e a energia de emparelhamento (P) é menor que a necessária para promover um elétron do t2g para o eg. Forma-se um complexo de spin baixo. dz2 dx2y2 dxy dxz dyz 10 Dq = ∆o 0,4 ∆o 0,6 ∆o eg t2g dz2 dx2y2 dxy dxz dyz ∆o 0,4 ∆o 0,6 ∆o eg t2g dz2 dx2y2 dxy dxz dyz ∆o 0,4 ∆o 0,6 ∆o eg t2g d6 d6 Campo fraco Campo forte EECC=-0,4(4)+0,6(2)= -0,4 ∆o + P EECC=-0,4(6)+0,6(0)= -2,4∆o + 3P Complexo de spin alto Complexo de spin baixo Metais e quelatos nos sistemas vivos • Muitos quelantes naturais são desenvolvidos em torno da molécula de porfirina. Duas importantes porfirinas são o heme (Fe2+) e a clorofila (Mg2+) A mioglobina é proteína contendo uma unidade heme, que armazena o oxigênio. Ligantes: 4 Nitrogênios porfirínicos; Nitrogênio com anel; Oxigênio. Metal central: Fe2+ Protoporfirina + Fe2+ = responsável pela cor vermelha do sangue Mioglobina e hemoglobina= transporte de oxigênio. Transporte de oxigênio O quinto sítio de coordenação do Fe é ocupado pelo O2 O átomo de ferro é o responsável por manter o oxigênio ligado à molécula e assegurar o transporte de oxigênio no sangue . Clorofila As ligações duplas alternadas dão à clorofila sua cor verde (ela absorve luz vermelha) Aplicações de complexos QUÍMICA Produtos de Limpeza: O EDTA é um agente complexante capaz de formar quelatos com metais como Ca2+ e criando um complexo iônico solúvel evitando a fixação de cálcio em tubulações e materiais. O nome quelato provém da palavra grega chele, que significa garra ou pinça, referindo-se à forma pela qual os íons metálicos são “aprisionados” no composto. Limpeza de Ferrugem: o óxido de ferro é insolúvel em água, mas dissolve – se na presença de ácido oxálico dando origem ao íon complexo trioxalato ferrato (III) [ Fe ( C2O4)3 ] 3 – que é solúvel. MEDICINA Muitos metais e seus derivados complexados tem ações e propriedades que os tornam úteis como agentes terapêuticos. Controle de Pressão Arterial: O complexo pentacianonitroferrato (II) é o único complexo metal-nitrosila utilizado clinicamente para controlar a pressão arterial. MEDICINA Tratamentos Quimioterápicos: Um dos complexos de maior sucesso na área da terapêutica é a cisplatina [Pt(NH3)2Cl2]. Este complexo tem a capacidade de se ligar às cadeias de DNA do núcleo das células tumorais, inibindo sua proliferação. Referências Bibliográficas - BENITE, A. C. B.; MACHADO, S. P.; BARREIRO, E. J. Considerações sobre a Química Bioinorgânica Medicinal. Revista Eletrônica de Farmácia, v. IV (2), p.131-142, 2007. - BROWN, T. L., et al. QUÍMICA – Ciência Central, Sétima Edição, 1997. http://www.chemguide.co.uk/inorganic/transition/copper.html
Compartilhar