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Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 41 Aula 2: Convergências e Divergências entre a Gestão Pública e a Gestão Privada ± Gestão por Resultados Olá pessoal, tudo bem? Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens do edital: ¾ Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada; Gestão de resultados na produção de serviços públicos. Espero que gostem da aula! Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 41 Sumário Convergências e Diferenças entre Gestão Pública e a Privada. ................................. 3 Novas formas de gestão de serviços públicos .................................................. 10 Gestão para Resultados ....................................................................... 10 Contratualização de Resultados .............................................................. 13 O Paradigma do Cliente ...................................................................... 19 Accountability ................................................................................. 24 Tipos de Accountability ...................................................................... 25 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 31 Gabarito .......................................................................................... 40 Bibliografia ...................................................................................... 40 Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 41 2 - (FCC ± TRE / RN - ANALISTA ± 2011) A gestão pública, ao contrário da gestão privada, é obrigada a a) respeitar a Constituição Federal. b) agir apenas de acordo com o que a lei permite. c) seguir o princípio da Pluralidade. d) oferecer seus serviços gratuitamente. e) publicar periodicamente balanços sociais. Ao contrário da gestão privada, que pode fazer tudo o que a lei (em sentido de todas as normas legais) não proíbe, a gestão pública só pode fazer o que a lei especificamente permite. Assim, o gabarito é a letra B. 3 - (FCC ± METRÔ ± ADMINISTRAÇÃO ± 2008) O objetivo da Administração Pública é (A) o bem comum da coletividade administrada. (B) a obtenção de lucro nas suas atividades. (C) a obtenção de superávit primário. (D) a satisfação pessoal do Administrador Público. (E) o cumprimento das metas estabelecidas em acordos internos ou externos. Ao contrário da administração (ou gestão) privada, a administração pública visa o bem comum da sociedade. No caso da gestão pública, o objetivo não deve ser o lucro ou superávit financeiro. Os recursos financeiros são vistos apenas como um meio para atingir os objetivos maiores da sociedade (prover justiça, diminuir as desigualdades, construir hospitais etc.). O gabarito é, portanto, a letra A. 4 - (FCC ± TRT / RS - ANALISTA ± 2011) Com relação às convergências entre a gestão pública e a gestão privada, considere as afirmativas abaixo. I. Deve-se gerir um órgão público como quem administra uma empresa, isto é, buscando compatibilizar custos e resultados, atuar com os olhos no cliente-consumidor e tomar decisões rápidas para aproveitar oportunidades de mercado. II. A gestão pública funciona exclusivamente sob a forma do modelo burocrático, o que a impede de focar necessidades especiais dos cidadãos. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 41 III. Os órgãos públicos existem para servir a todos igualmente, independentemente da capacidade de pagar pelo serviço prestado, o que pode dificultar alcançar a agilidade e a eficiência das empresas privadas. IV. Os órgãos públicos devem operar sem levar em conta princípios típicos da gestão privada, como a economicidade e a eficiência. V. Os servidores públicos estão submetidos a normas jurídicas e a condições de trabalho que impedem sua responsabilização diante das possíveis falhas no atendimento aos cidadãos. Estão corretas SOMENTE a) I, II, III e IV. b) II, III e V. c) I e III. d) III e IV. e) I, III e V. A primeira afirmativa foi considerada correta pela banca e reflete a LGHLD� GH� (VWDGR� HPSUHHQGHGRU�� 6y� FRQVLGHUR� TXH� D� EDQFD� ³IRUoRX� XP� SRXFR�D�EDUUD´�FRP�D�H[SUHVVmR��DSURYHLWDU�RSRUWXQLGDGHV�GH�PHUFDGR�� A segunda questão está incorreta, pois a gestão pública não opera exclusivamente de acordo com o modelo burocrático. A terceira frase está correta. Muitos candidatos consideram esta questão correte, pois o Estado não consegue atender a todos igualmente, na prática. Veja, entretanto, que esta é a missão do Estado, seu objetivo. Já a gestão privada não tem o objetivo de tratar todos igualmente. A quarta frase está errada, pois a gestão pública deve levar em conta tanto a economicidade quanto a eficiência. No caso da quinta afirmativa, os servidores públicos podem e devem ser responsabilizados por eventuais falhas. O gabarito é, assim, a letra C. 5 - (FCC ± TCE / RO - AUDITOR ± 2010) A principal diferença entre a gestão privada e a gestão pública é que a segunda a) é obrigada a atender a todos, independentemente da capacidade financeira dos cidadãos e de suas demandas idiossincráticas. b) encontra-se limitada por regras legais e princípios morais, enquanto a primeira se orienta apenas pelo objetivo do lucro. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 41 c) funciona exclusivamente sob a forma do modelo burocrático, o que a impede de atender às necessidades individuais dos cidadãos. d) funciona sempre em condições de monopólio natural, o que a torna insensível a questionamentos de ordem ética. e) pode operar sem levar em conta princípios típicos da gestão privada, como a economicidade e a eficiência. A letra A tenta confundir o candidato com a palavra ³LGLRVVLQFUiWLFD´�� TXH� VLJQLILFD� FRPSRUWDPHQWRV� RX� WHPSHUDPHQWRV� diferentes. Entretanto, a questão reflete corretamente o objetivo de gestão pública, que é o de universalizar o tratamento. Naturalmente, o Estado não atende a todos da mesma forma, pois alguns precisam mais e outros menos. De qualquer forma, todos nós somos atendidos pelo Estado em algum momento e deveremos ser tratados de forma igual, dentro de nossas desigualdades. A letra B está errada, pois a gestão privada também deve seguir a lei. O que não ocorre é a necessidade de só fazer o que a lei permite. A letra C também está errada, pois a gestão pública não funciona exclusivamente no modelo burocrático. Do mesmo modo, a gestão pública não funciona sempre em condições de monopólio natural, como afirma a letra D. A letra E também está equivocada, pois a economicidade e a eficiência devem, sim, ser buscadas pelo setor público. O gabarito é, assim,a letra A. 6 ± (CESPE ± TRT-10 ± TÉCNICO ± 2013) À semelhança das organizações privadas, a administração pública utiliza estratégias de segmentação de mercado, estabelecendo diferenciais de tratamento para clientes preferenciais. A gestão pública não pode nem deve fazer uma segmentação de mercado. Isto é uma característica da gestão privada que não se aplica no setor público. Temos na Administração Pública o princípio da isonomia. Assim, o gestor público só pode tratar de modo diferenciado as pessoas que se enquadram em alguma necessidade especial, de acordo com a lei. Deste modo, temos os casos de atendimento personalizado para os idosos, as gestantes, as crianças, sempre que isto se fizer necessário e descrito em algum normativo legal. O gabarito é mesmo questão errada. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 41 7 ± (CESPE ± TRT-10 ± TÉCNICO ± 2013) Diferentemente das organizações privadas, as organizações públicas são regidas pela supremacia do interesse público e pela obrigação da continuidade da prestação do serviço público. Perfeito. Ao contrário das organizações privadas (que buscam o retorno aos seus acionistas), as organizações do setor público buscam melhorar as condições de vida da coletividade. Por esta maneira, não podem deixar de prestar seus serviços, mesmo quando existe um problema financeiro ou orçamentário. Já a iniciativa privada pode descontinuar a oferta de seus produtos sempre que tiver alguma alternativa melhor ou quando o serviço não for mais rentável. O gabarito é questão certa. 8 ± (CESPE ± MI ± ANALISTA ± 2013) O interesse mobilizador da gestão privada é a lucratividade; o da gestão pública é a efetividade. Perfeito. Uma empresa sem lucro não consegue manter-se viável por muito tempo. Já a gestão pública busca gerar impactos positivos na comunidade em que opera. Estes indicadores que medem os efeitos na sociedade das políticas públicas são chamados de indicadores de efetividade. A redução da criminalidade em um município, por exemplo, é um dos objetivos buscados pelo gestor público. O gabarito é questão certa. 9 ± (CESPE ± MI ± ANALISTA ± 2013) As organizações públicas assemelham-se às organizações privadas na medida em que também necessitam da aplicação dos processos administrativos de planejamento, organização, direção e controle, porém diferenciam-se na forma de aplicação. Exato. As organizações públicas e privadas têm diversos processos semelhantes, como o planejamento e o controle de suas atividades. Entretanto, as organizações privadas costumam ter muito mais flexibilidade na aplicação de suas ferramentas. Já as organizações públicas têm muitos dos seus processos, como o de controle, descritos detalhadamente em lei. A forma de aplicação dos processos é diversa mesmo. Assim sendo, o gabarito é questão certa. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 41 10 ± (CESPE ± MI ± ANALISTA ± 2013) Em consonância com o princípio da legalidade, na gestão pública, em oposição à gestão privada, é lícito fazer apenas o que se determina em lei. %HOH]D�� (VWH� p� R� ³YHOKR´� SULQFtSLR� GD� OHJDOLGDGH�� $R� FRQWUiULR� GD� gestão privada (que pode fazer tudo que não seja proibido), a gestão pública só pode fazer o que é determinado por lei. Assim, o gabarito é questão certa. 11 ± (CESPE ± MI ± ANALISTA ± 2013) Semelhantemente à gestão privada, cabe à gestão pública a publicidade dos seus atos a fim de demonstrar transparência de suas ações para a coletividade. Negativo. Esta obrigação cabe somente à gestão pública. A gestão privada não tem a obrigação de dar publicidade a todos os seus atos, a não ser os que a legislação obriga a tal. Desta maneira, podem existir dados e informações que a empresa privada pode legalmente omitir da sociedade, se desejar. O gabarito é questão errada. 12 - (CESPE ± TRE-MA / ANAL JUD ± 2005) Enquanto a receita das empresas depende dos pagamentos que os clientes fazem livremente na compra de seus produtos e serviços, a receita do Estado deriva de impostos, ou seja, de contribuições obrigatórias, sem contrapartida direta. 3HUIHLWR��$V� HPSUHVDV�GHYHP� ³FRQYHQFHU´� VHXV� FOLHQWHV� D� FRPSUDU� seus produtos e serviços. O Estado recebe suas receitas de modo ³FRPSXOVyULR´��RX�VHMD��R�FLGDGmR�QmR�WHP�HVFROKD�H�QmR�UHFHEH�QHQKXP� serviço específico em troca. A questão está correta. 13 - (CESPE ± STM / ANAL JUD ± 2004) Como técnica exclusiva da administração empresarial, a análise e a melhoria de processos não se aplicam aos objetivos dos sistemas de administração pública. A análise e a melhoria dos processos não são exclusivas da gestão empresarial! A gestão por processos pode e deve ser utilizada na gestão pública! Prestem atenção, pois esta é uma pegadinha recorrente em questões de concurso! A frase está incorreta! Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 41 Novas formas de gestão de serviços públicos Gestão para Resultados O aumento das demandas de serviços públicos de qualidade somada a uma crescente preocupação com o aspecto fiscal do Estado (pois o aumento dos tributos não pode ser a única solução para a melhoria dos serviços) levou ao processo de reforma do Estado. Dentre os aspectos mais importantes neste processo de reforma, está a mudança de mentalidade predominante atualmente na gestão pública. O servidor público hoje gasta uma parte grande do seu tempo montando relatórios que pouco informam, cumprindo regras antiquadas e preocupando-se mais com o valor gasto do que com os resultados obtidos com estes recursos públicos. De acordo com o novo modelo de gestão, o controle não pode ser mais focado nos procedimentos e normas apenas. O que devem ser buscados são os resultados concretos das ações do governo, os impactos concretos na vida da população. Para podermos efetivamente gerir por resultados, devemos inicialmente saber quais são os resultados esperados. Uma secretaria de educação, por exemplo, não deve ter como resultado a ser buscado a construção de escolas ou a compra de tablets, mas a melhoria do desempenho de seus alunos no ENEM. Além disso, estes resultados devem ser medidos e monitorados de forma a poderem auxiliar o gestor a tomar as decisões mais adequadas de modo que os recursos sejam aplicados da melhor forma. O processo de gestão para resultados deve então direcionar toda a lógica da administração para a definição de objetivos e metas, além da medição e do controle destes resultados. De acordo com Serra2: ³$�*HVWmR�SDUD�5HVXOWDGRV�p�XP�PDUFR�FRQFHLWXDO� cuja função é a de facilitar às organizações públicas a direção efetiva e integrada de seu processo de criação de valor público, a fim de otimizá-lo, assegurando a máxima eficácia, eficiência e efetividade de desempenho, além da consecução dos objetivos do governo e a melhoria contínua de suas instituições�´� 2 (Serra, 2008) Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 41 capazes de proporcionar respostas efetivas eúteis às necessidades ou demandas que sejam politicamente desejáveis (consequência de um processo democrático), tenha sua propriedade coletiva e gerem mudanças sociais que modifiquem certos aspectos do conjunto da sociedade. Portanto, os objetivos da GPR são relacionados a três dinâmicas5: 9 Disponibilizar mais informações para os gestores públicos, de forma que estes possam maximizar o processo de criação de valor público, através do alcance de melhores resultados; 9 Contribuir para a melhoria da capacidade das autoridades e organizações públicas de prestar contas para a sociedade; 9 Ajudar à alocação descentralizada de objetivos e responsabilidades bem como à avaliação do desempenho daqueles que exercem as funções gerenciais ± com o correspondente uso de incentivos e sanções. Ou seja, para que a GPR funcione o primeiro passo é podermos medir os resultados das ações e programas governamentais. Não adianta ter objetivos e metas que não podem ser quantificados ou controlados. Após a definição dos objetivos e metas e o monitoramento dos resultados (que podem ser de eficiência, eficácia e efetividade), temos de dar flexibilidade e autonomia aos gestores. Para que a gestão para resultados funcione no setor público, o paradigma burocrático deve ser atacado. Não faz sentido cobrar resultados, se não existem ferramentas de gestão à disposição dos agentes públicos encarregados de entregar estes resultados. Administrar significa tomar decisões. Se o gestor tem pouca DXWRQRPLD�� WDPEpP� QmR� VH� VHQWLUi� ³UHVSRQViYHO´� SHORV� UHVXOWDGRV� alcançados. Se um gestor, por exemplo, não pode contratar pessoas quando necessita de recursos humanos, não pode alterar a estrutura organizacional da empresa, não consegue transferir funcionários de áreas ociosas para áreas críticas, dificilmente alcançará os resultados desejados. Assim, o foco de controle deve ser alterado do controle de procedimentos para o controle de resultados. Dentro deste prisma, a flexibilidade gerencial deve ser utilizada como instrumento principal para o sucesso da GPR. 4 (Moore, 1995) apud (Serra, 2008) 5 (Serra, 2008) Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 41 Esta flexibilidade é importante nos três níveis, mas é fundamental no nível estratégico e no nível tático. Vemos os instrumentos abaixo como indicativos das medidas necessárias para que isto ocorra: ¾ Flexibilidade maior na gestão dos próprios recursos ± a prática de contingenciamentos deve ser reduzida e os recursos devem estar disponíveis de acordo com uma programação anual razoável, de forma que possa existir um planejamento eficaz; ¾ Autonomia na contratação de pessoal ± o gestor deve ter liberdade de escolher sua própria equipe e distribuir os cargos disponíveis. Outro aspecto importante dentro do processo de mudança atrelado a introdução da GPR é a mudança cultural dos servidores públicos. Assim, os incentivos e punições devem ser atrelados aos resultados individuais e coletivos alcançados. Dentro deste âmbito, devem ser introduzidos instrumentos motivacionais que atuem em duas frentes, os aspectos intrínsecos (que são derivados das necessidades, vivências e experiências de cada indivíduo) e os aspectos extrínsecos (que se referem ao ambiente de trabalho e as condições de trabalho, como o salário, infraestrutura, benefícios, etc.). Contratualização de Resultados A gestão por resultados está relacionada aos acordos ou contratos de gestão. Esta é uma ferramenta muito utilizada para que sejam acordados os resultados a serem alcançados com os recursos públicos. Através destes, ficam estabelecidos os objetivos e metas a serem entregues pelos órgãos e entidades e também os recursos que serão disponibilizados. Esta modalidade de gestão foi difundida em muitos países, como a Nova Zelândia. De acordo com Schick6, ³1D� SUiWLFD�� WRGRV� RV� HOHPentos da reforma neozelandesa se basearam na ideia do contrato entre o governo comprador de bens e de serviços e as agências como prestadoras de serviço. Centenas de contratos são negociados nos mínimos detalhes a cada ano; o contrato típico 6 (Schick, 1998) apud (Trosa, 2001) Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 41 especifica de um lado os resultados a atingir e de outro, os recursos atribuídos´�� Entretanto, a adaptação deste instrumento não foi fácil em nosso SDtV��$�QRomR�GH�XP�DFRUGR�³LQWHUQR´�HQWUH�RV�yUJmRV�S~EOLFRV�p�GH�GLItFLO� aplicação. Dessa maneira, o contrato de gestão ou acordo-programa é um pacto firmado pela Administração Pública, uma espécie de convênio administrativo, entre um órgão supervisor com outro órgão ou entidade da Administração Pública ou do Terceiro Setor. Através deste acordo, estabelecem-se indicadores, metas, a serem atingidas. Em troca disso, garantem-se os recursos para que este órgão alcance os resultados pretendidos. O contrato de gestão, assim, pode assumir três configurações. Uma delas é a formação de uma parceria entre o Poder Público e suas entidades, conferindo a estas uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira, devendo-se, em todo caso, observância às metas de desempenho, aos indicadores de eficiência. Como exemplos, podem ser citadas as agências executivas. A segunda configuração garante a assinatura de contratos de gestão com entidades não integrantes da Administração Pública. Nesse sentido, a Lei 9.637/1998, a qual trata das Organizações Sociais (OSs), dá a possibilidade de assinatura de contratos de gestão, ficando obrigadas a atingir metas relacionadas a serviços e atividades de interesse público, atividades relativas às áreas de ensino, cultura e saúde, por exemplo. Em contrapartida, recebem auxílio da Administração, mediante, por exemplo, transferência de recursos públicos, cessão de bens e servidores públicos. Já a terceira configuração seria a celebração entre o Poder Público e seus próprios órgãos, unidades administrativas despersonalizadas. Essa última configuração tem sido objeto de críticas por parte da doutrina: a primeira apoia-se no fato de que órgãos, por serem despersonalizados, não poderiam assinar contratos; a segunda sustenta-se na ideia de que o contrato não é lei, logo, não é o instrumento hábil ao incremento de autonomia financeiro-orçamentária. Este é, na realidade, um acordo operacional, espécie de convênio administrativo, por meio do qual o Poder Público garante maior autonomia administrativa aos órgãos, em troca de maior eficiência, com desenho de metas e de indicadores de desempenho. Isto acaba gerando uma dificuldade na cobrança dos resultados de órgãos e servidores públicos. Como indica Sylvie Trosa7, 7 (Trosa, 2001) Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 41 ³2� FRQWUDWXDOLVPR� IRUPDO� SDUHFH� DVVLP� VHU� XP� impasse se for definida no contrato a obrigação dos funcionários em prestar os serviços porque de qualquer modo essa prestação já é considerada REULJDWyULD´� Dessa maneira, deve existir uma cultura da pactuação de resultadose um aumento da autonomia dos gestores públicos, com uma cobrança dos resultados obtidos pelos servidores e órgãos. Vamos ver algumas questões agora? 14 - (FCC ± TRE/SP ± ANALISTA ± 2012) Uma gestão eficaz de serviços públicos orientada por resultados exige a implantação de a) processos de redução da hierarquia funcional de cargos. b) instrumentos de contratualização de metas. c) métodos de planejamento centralizado. d) práticas de contratação descentralizadas. e) programas de racionalização de custos. A gestão por resultados implica na pactuação e controle dos resultados a serem obtidos pela equipe ou pelos órgãos envolvidos. Normalmente, são acertados os objetivos e metas a serem buscados em troca de maior autonomia e recursos para que os resultados possam ser alcançados. O gabarito é mesmo a letra B. 15 - (FCC ± PGE-RJ ± TÉCNICO ± 2009) No Brasil, os sistemas de avaliação de desempenho na gestão pública ainda são incipientes. A gestão por resultados poderia ser priorizada pela iniciativa de a) adotar princípios, tais como: tratar o cidadão como cliente, controle por objetivos e metas ou governo por parcerias. b) redirecionar o sistema de avaliação dentro da administração governamental para uma ação centrada no eixo da avaliação de custo do serviço prestado. c) elaborar e divulgar sistemas de indicadores de produtividade dos servidores públicos, punindo os improdutivos com demissão ou redução salarial. d) garantir uma ampla divulgação e acompanhamento dos princípios e valores promovidos pelos órgãos públicos, permitindo o controle pela sociedade. e) orientar as políticas de recursos humanos pelos parâmetros de avaliação de pesquisas de opinião pública. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 41 A letra A está correta e é o gabarito da banca. Principalmente no controle por objetivos e metas (o centro deste modelo) e nas parcerias. Já a letra B não está adequada, pois não basta focar no custo dos serviços prestados, mas sim nos resultados que estes recursos estão gerando. A letra C também está equivocada, pois a punição e a demissão de servidores por não alcançar resultados não são consideradas estratégias eficientes. A letra D está mais relacionada com o controle social e a accountability do que com a gestão por resultados. Finalmente, a letra E está equivocada porque as pesquisas de opinião não podem ser o único parâmetro para aferir os resultados das ações governamentais. Desta maneira, o gabarito é letra A. 16 - (FCC ± ISS/SP ± AUDITOR ± 2007) A respeito da abordagem da gestão de resultados na Administração Pública, é correto afirmar: a) O Plano Plurianual prevê clara relação entre os resultados dos programas e os resultados das políticas públicas aos quais se relacionam. b) Planejamento estratégico é uma abordagem de negócios centrada em variáveis de mercado e sua utilização em organizações públicas gera resultados distorcidos. c) O componente institucional das avaliações de desempenho utilizadas para efeito de pagamento das gratificações variáveis considera, na maior parte das vezes, metas de ações e não de desempenho. d) A gestão de resultados tem como vantagem a alta correlação entre complexidade do contexto geral e de setores específicos e a revisão de objetivos e metas. e) A maior dificuldade na aplicação desse conceito, pela Administração Pública, consiste na ausência de instrumentos capazes de refletir os objetivos estratégicos do Estado. A primeira alternativa está incorreta, pois existem dificuldades de relacionar o PPA diretamente com os resultados das políticas públicas, ou seja, com os impactos gerados pelos programas governamentais. A letra B também está errada, pois o planejamento estratégico é perfeitamente adaptável ao setor público e não gera nenhum resultado ³GLVWRUFLGR´��-i�D�OHWUD�&�HVWi�FRUUHWD��$V�PHWDV�GH�Do}HV�VmR�PDLV�IiFHLV� de serem avaliadas do que as de desempenho. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 41 Já a letra D está equivocada, pois esta correlação não é uma vantagem da gestão por resultados. Finalmente, a letra E também está errada. Muitos órgãos do setor público contam com instrumentos capazes de refletir seus objetivos estratégicos, como missão, visão, mapa estratégico, etc. A utilização do Balanced Scorecard é comum. Assim, o gabarito é mesmo a letra C. 17 - (FCC ± SEFAZ/SP ± FISCAL DE RENDAS ± 2009) A implantação da gestão por resultados na administração pública envolve (A) orientar a avaliação da administração governamental pelos custos do serviço prestado. (B) difundir em toda a administração pública o controle por objetivos e metas. (C) adotar indicadores de produtividade dos servidores públicos, para poder demitir os improdutivos. (D) garantir uma ampla transparência dos serviços públicos, permitindo o controle pela sociedade. (E) orientar as políticas de recursos humanos pelos parâmetros de avaliação de pesquisas de opinião pública. A primeira alternativa não descreve corretamente a GPR, pois não são somente os custos (ligados à eficiência na gestão dos recursos) que devem ser medidos e controlados. Já a letra B está correta, pois alguns dos aspectos mais importantes da GPR são a definição e controle dos objetivos e metas do governo. Na letra C, a GPR não se limita a utilizar estes indicadores para demitir servidores. O objetivo é maximizar o valor público através de resultados melhores. Assim, esta opção está errada. A letra D também não está totalmente correta, pois o aumento da transparência pode e deve ocorrer, mais não é um aspecto central do funcionamento da gestão para resultados. Do mesmo modo, a letra E está incompleta, pois a avaliação das pesquisas de avaliação pública (que seria relacionada com um indicador de qualidade do serviço público) pode ser parte da gestão por resultados, mas não é somente isso que alimenta este sistema. A avaliação dos resultados relacionados à eficácia, eficiência e efetividade das ações e programas governamentais também são partes deste processo. Portanto, o nosso gabarito é mesmo a letra B. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 41 18 - (FCC ± SEFAZ/SP ± FISCAL DE RENDAS ± 2009) Uma gestão pública baseada em resultados implica geração de valor público, ou seja, (A) a realização de serviços que sejam efetivamente rentáveis, gerando retornos crescentes para os impostos pagos pelos cidadãos. (B) a orientação sistemática da administração pública para a redução dos custos dos serviços. (C) o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle formais da administração pública, evitando a corrupção e o desperdício. (D) a orientação para objetivos que ofereçam respostas efetivas a necessidades ou demandas socialmente legítimas da sociedade. (E) a crescente publicização da administração pública, permitindo uma ampla participação dos mais pobres na implementação dos serviços básicos. Para que possamos resolver esta questão, necessitamos saber o que é valor público. Como já vimos na aula, a criação de valor público envolve a orientação da gestão pública para o alcance de resultados que sejam politicamente desejáveis (porque passaram por um processo democrático de escolha, portanto legítimo) e que atendamaos desejos e demandas da sociedade. Portanto, o nosso gabarito é a letra D. 19 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) O controle dos resultados de forma descentralizada, na administração pública, depende de um grau de confiança limitado nos agentes públicos, que, mesmo com estrito monitoramento permanente, devem ter delegação de competência suficiente para escolher os meios mais apropriados ao cumprimento das metas prefixadas. Perfeito. De acordo com a mudança gerencialista em direção ao controle de resultados, deve ser dada autonomia para o gestor poder buscar os melhores resultados possíveis dentro do contexto que trabalha. Entretanto, esta autonomia não é total e este servidor deve ser constantemente monitorado pelos órgãos de controle. O gabarito é questão correta. 20 - (CESPE - TRT-RJ ± ANALISTA - 2008) A adoção da gestão pública por resultados limita a autonomia do gestor público na Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 41 forma como implementar a produção dos serviços públicos, em função dos resultados acordados. É exatamente o contrário que ocorre. A gestão por resultados visa ampliar a autonomia do gestor, e não limitar esta autonomia. Para que este possa atingir os resultados, deve ter maior flexibilidade e autonomia. O gabarito é questão incorreta. 21 - (CESPE ± INMETRO ± ANALISTA - 2007) No modelo gerencialista, em comparação ao burocrático, a autonomia do administrador público é ampliada, para que os objetivos contratados sejam atingidos. Beleza. Neste modelo gerencialista, o pressuposto é que devem ser dadas autonomia e flexibilidade maiores ao servidor! Desta forma, podem-se cobrar os resultados acordados. O gabarito é questão correta. 22 - (CESPE - TRT-RJ ± ANALISTA - 2008) Os indicadores utilizados na gestão pública por resultados têm como finalidade exclusiva o monitoramento do atingimento dos resultados propostos em seus objetivos. A questão está incorreta, pois os indicadores têm diversos objetivos, como os de avaliar a eficiência, eficácia e efetividade de uma política pública ou ação governamental. Não são somente os resultados diretos que são avaliados. 'HVWD�PDQHLUD��VH�UHWLUiVVHPRV�D�³ILQDOLGDGH�H[FOXVLYD´�GD�IUDVH�HOD� se tornaria correta. Fiquem sempre atentos quando o CESPE ³FRORFDU´�� sempre, nunca, exclusivamente etc. O gabarito é questão errada. O Paradigma do Cliente A visão de que os governos deveriam tratar com mais cuidado seus ³FOLHQWHV�FLGDGmRV´� HVWi� LQVHULGR� GHQWUR� GR� PRYLPHQWR� GD� 1RYD� *HVWmR� Pública. Desde os anos 80 do século passado, os governos estão buscando entender melhor quais são as características destes clientes/cidadãos, quais são suas necessidades e demandas para melhor atendê-los. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 41 Além disso, começou a existir uma maior cobrança destes cidadãos por mais informação das ações e programas do governo, ou seja, um aumento da transparência do Estado. Anteriormente, a administração burocrática era voltada para dentro, ou seja, se preocupava mais com seus próprios problemas e necessidades. Desta forma, as necessidades e desejos dos cidadãos eram deixados em segundo plano. $� ³HWHUQD´� GHVFRQILDQoD� TXH� H[LVWLD� QD� DGPLQLVWUDomR� EXURFUiWLFD� em relação aos servidores também dificultava um melhor atendimento ao público. O controle de procedimentos (que é derivado desta desconfiança) não possibilitava ao servidor a flexibilidade de atender os clientes/cidadãos da maneira mais rápida e eficaz. $WXDOPHQWH�� HVWH� FRQFHLWR� GH� ³FOLHQWH´� HYROXLX�� SRLV� D� QRomR� GR� indivíduo como cliente, como é entendida no setor privado, não se adapta perfeitamente ao setor público. De acordo com a constituição, todos os indivíduos têm os mesmos direitos e deveres e devem ser tratados da mesma forma pelo Estado. 1R�VHWRU�SULYDGR��XP�FOLHQWH�PDLV�³LPSRUWDQWH´�p�WUDWDGR�FRPR�9,3��H�WrP� um atendimento personalizado e especial. A própria noção de que existem deveres relacionados com a noção de cidadão é contrária à noção de cliente do setor privado. Além disso, a cultura organizacional reinante nas organizações públicas é auto-referida, ou seja, voltada aos interesses da burocracia, e não dos cidadãos que devem servir. Como não eram avaliados e premiados de acordo aos resultados obtidos e à satisfação dos clientes, estes servidores se condicionaram a satisfazer aos chefes e superiores, e não aos cidadãos. Outra diferença que existe entre o setor privado e o público na SUHVWDomR�GH�VHUYLoRV�GH�TXDOLGDGH�DRV�VHXV�³FOLHQWHV´�VmR�DV� UHVWULo}HV� orçamentárias e financeiras que existem no setor público. Estas, de certa forma, acabam limitando a prestação de serviços de melhor qualidade em certas situações. Vamos ver algumas questões agora? 23 - (FCC ± ISS-SP ± AFTM ± 2007) O paradigma do cliente impacta de forma diferenciada as organizações do setor público e as do setor privado, em decorrência de uma série de condicionamentos e particularidades das respectivas gestões. No setor público, (A) o paradigma do cliente não pode ser incorporado, pois as organizações públicas não estão orientadas para o mercado e não necessitam, assim, satisfazer a clientela destinatária dos serviços que prestam. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 41 (B) o administrador público não pode aderir plenamente à defesa dos direitos do consumidor, sob pena de perder o controle de seus planos orçamentários e distanciar-se das diretrizes governamentais mais amplas, às quais está subordinado. (C) o paradigma do cliente acaba por ser negado em função do caráter de universalidade da atuação do Estado, que deve fornecer serviços de igual qualidade para todos os cidadãos, independentemente de suas necessidades e opiniões individuais. (D) a perspectiva do cliente tem impacto reduzido, dada a impossibilidade legal e política de se promover alterações na qualidade dos serviços prestados pelo Estado, na medida em que seu foco deve ser a ampliação dos cidadãos alcançados. (E) o dever de atender está cerceado pela presença de interesses burocráticos ou corporativos e contrapõe-se à limitação dos recursos públicos, o que acaba por determinar a oferta de serviços que nem sempre satisfazem a massa de clientes atendida. A primeira questão está errada, pois obviamente as organizações públicas devem satisfazer seus clientes/cidadãos. Na letra B, os gestores públicos devem atender aos clientes da melhor forma possível com os recursos orçamentários disponíveis. Assim, esta questão também está incorreta. O paradigma do cliente não é negado, mas sim adaptado ao setor público. É por isso que atualmente se pensa nos cidadãos, com seus direitos e deveres. Entretanto, devem ser sim atendidos com qualidade. Portanto, a letra C está errada. A letra D também está errada, pois não existe impossibilidade de se alterar as leis e o foco não deve ser necessariamente a ampliação dos cidadãos atendidos. Desta forma, o nosso gabarito é mesmo a letra E, que está correta. 24 - (FCC ± TRE/RN ± ANALISTA ADM ± 2011) A incorporação do paradigma do cidadão como cliente na gestão pública depende (A) da rejeição das burocracias públicas, pois estas visam a atender seus interesses corporativosantes dos interesses dos cidadãos. (B) da alteração do princípio da universalização dos serviços públicos, por meio do atendimento prioritário às clientelas com maior renda. (C) da compatibilização do dever de atender com qualidade todos os cidadãos, independentemente de sua condição financeira, com as limitações orçamentárias do poder público. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 41 (D) do aprofundamento do processo de privatização do setor público, pois seu sucesso depende da eliminação do modelo patrimonial de gestão. (E) da retirada de princípios constitucionais da administração pública como a impessoalidade, a equidade e a universalidade. As burocracias não devem desaparecer. Elas devem, sim, evoluir! Ao invés de serem auto-referidas, devem servir aos clientes/cidadãos. A OHWUD�%� WDPEpP�HVWi�HUUDGD��SRLV�HVWD�YLVmR�GH�XP�FOLHQWH� ³YLS´�QmR� VH� adapta ao setor público, como já vimos. A letra C está correta, pois os cidadãos devem ser atendidos da melhor forma possível com os recursos disponíveis. A letra D é absurda, pois o paradigma do cliente não está relacionado com a privatização. Do mesmo modo, a letra E está errada, pois os princípios constitucionais não devem ser retirados, e sim cumpridos. Assim, o nosso gabarito é mesmo a letra C. 25 - (FCC ± TCE/RO ± AUDITOR ± 2010) Na gestão do setor público, a incorporação do paradigma do cidadão como cliente (A) foi rejeitada, pois as burocracias públicas não têm como missão atender clientelas, mas alcançar resultados orientados pelo princípio da razão de Estado. (B) deve ser compatibilizada com o dever de atender a todos os cidadãos, independentemente de sua condição financeira, e com as limitações de recursos orçamentários públicos. (C) é incompatível com o princípio da universalização dos serviços públicos, que impõe o atendimento prioritário a todos, independentemente da sua qualidade. (D) será alcançada à medida que avançar o processo de privatização do setor público, pois seu sucesso depende da eliminação do modelo burocrático de gestão. (E) é de difícil implementação, pois depende da retirada de princípios constitucionais da administração pública, como a impessoalidade, a equidade e a universalidade. A primeira opção está incorreta, pois o paradigma do cliente não foi rejeitado. Entretanto, a letra B está correta. Já a letra C está errada, pois o serviço deve ser de qualidade. Prestar serviços a todos sem qualidade não é o suficiente. A alternativa D repete o erro da questão passada de relacionar o paradigma do cliente com a privatização. E a letra E continua vinculando Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 41 a retirada dos princípios constitucionais, que não é necessária. O nosso gabarito é mesmo a letra B. 26 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) O controle dos resultados de forma descentralizada, na administração pública, depende de um grau de confiança limitado nos agentes públicos, que, mesmo com estrito monitoramento permanente, devem ter delegação de competência suficiente para escolher os meios mais apropriados ao cumprimento das metas prefixadas. Perfeito. De acordo com a mudança gerencialista em direção ao controle de resultados, deve ser dada autonomia para o gestor poder buscar os melhores resultados possíveis dentro do contexto que trabalha. Entretanto, esta autonomia não é total e este servidor deve ser constantemente monitorado pelos órgãos de controle. O gabarito é questão correta. 27 - (CESPE - TRT-RJ ± ANALISTA - 2008) A adoção da gestão pública por resultados limita a autonomia do gestor público na forma como implementar a produção dos serviços públicos, em função dos resultados acordados. É exatamente o contrário que ocorre. A gestão por resultados visa ampliar a autonomia do gestor, e não limitar esta autonomia. Para que este possa atingir os resultados, deve ter maior flexibilidade e autonomia. O gabarito é questão incorreta. 28 - (CESPE ± INMETRO ± ANALISTA - 2007) No modelo gerencialista, em comparação ao burocrático, a autonomia do administrador público é ampliada, para que os objetivos contratados sejam atingidos. Beleza. Neste modelo gerencialista, o pressuposto é que devem ser dadas autonomia e flexibilidade maiores ao servidor! Desta forma, podem-se cobrar os resultados acordados. O gabarito é questão correta. 29 - (CESPE - TRT-RJ ± ANALISTA - 2008) Os indicadores utilizados na gestão pública por resultados têm como finalidade exclusiva o monitoramento do atingimento dos resultados propostos em seus objetivos. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 41 A questão está incorreta, pois os indicadores têm diversos objetivos, como os de avaliar a eficiência, eficácia e efetividade de uma política pública ou ação governamental. Não são somente os resultados diretos que são avaliados. Desta maneiUD��VH�UHWLUiVVHPRV�D�³ILQDOLGDGH�H[FOXVLYD´�GD�IUDVH�HOD� VH� WRUQDULD� FRUUHWD�� )LTXHP� VHPSUH� DWHQWRV� TXDQGR� R� &(63(� ³FRORFDU´�� sempre, nunca, exclusivamente etc. O gabarito é questão errada. Accountability O termo accountability deriva da noção, antiga no mundo anglo- saxão, de que os representantes do Estado devem prestar contas à sociedade de seus atos. Portanto, podemos ligar este conceito à capacidade dos governantes e agentes públicos de prestar contas de seus atos na gestão da coisa pública aos governados. De acordo com Campos8, nas sociedades democráticas mais modernas, se aceita como natural e se espera que os governos ± e o serviço público ± sejam responsáveis perante os cidadãos. Além disso, acredita-se nestes países que a própria accountability força uma evolução das práticas administrativas, pois com mais informação e participação, a população passa a exigir melhores resultados. Para a supracitada autora, o próprio conceito de accountability não era conhecido no Brasil até pouco tempo, pois não havia esta noção de que o agente público teria a obrigação de prestar contas e de que os recursos públicos tinham, sim, dono - a coletividade. Desta forma, os mecanismos burocráticos de controle não supriam esta necessidade e não existia na cultura do setor público esta noção de prestação de contas à população. Entretanto, como os recursos públicos são da sociedade, torna-se fundamental a obrigação dos agentes que cuidam destes recursos de responder por eles9. Portanto, o agente que recebeu o poder de DGPLQLVWUDU� D� ³FRLVD´� pública deve prestar contas à sociedade, que delegou este poder. De acordo com Paludo, nas experiências de accountability, quase sempre ³HVWmR�SUHVHQWHV�WUrV�GLPHQV}HV��LQIRUPDomR��MXVWLILFDomR�H�SXQLomR´�� 8 (Campos, 1990) 9 (Paludo, 2010) Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 41 Para Mosher10, a accountability é sinônima de responsabilidade objetiva ou obrigação em responder por algo. Desta forma, o autor diferencia a responsabilidade objetiva (que vem de fora, sendo imposta), da responsabilidade subjetiva (que vem de dentro do sujeito).Assim, se o agente público não se sente na obrigação de prestar contas, deveria existir algum mecanismo que o obrigue! Deve existir a noção de que a prestação de contas não é um favor, mas um dever do agente público. Este fator é ainda mais importante no caso da burocracia. Estes agentes públicos, ao contrário dos políticos (que devem ser eleitos a cada eleição), não são submetidos a uma avaliação da sociedade. Desta forma, devem existir mecanismos que busquem evitar que estes servidores públicos abusem de sua autoridade ou façam uma má gestão dos recursos públicos. Além disso, a accountability é um elemento fundamental para o grau de governança democrática11. Afinal, se não temos nenhum controle sobre as ações e decisões do Estado, como podemos exercer a nossa cidadania em sua plenitude? Se não estamos informados dos fatos que ocorrem no governo, das decisões e motivos dos governantes, não teremos como exigir melhoras práticas e governantes, não é mesmo? De acordo com de Araújo: ³o grau de governança democrática de um Estado depende, diretamente, do quantum de accountability existente na sociedade, assim como da natureza e abrangência do controle público sobre a ação governamental, visto que o princípio da soberania popular, alma da democracia, pressupõe não apenas o governo do povo e para o povo, mas também pelo povo´� Tipos de Accountability O conceito de accountability pode ser dividido em três tipos: horizontal, vertical e societal12. 10 (Mosher) apud (Campos, 1990) 11 (de Araújo, 2010) 12 (Campos, 1990) Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 41 A accountability horizontal é relacionada com o controle e prestação de contas que ocorre quando um poder ou órgão fiscaliza o outro. Ou seja, o accountability horizontal ocorre quando existe uma ação entre entidades no mesmo plano. Pense neste termo horizontal ± passa uma ideia de que as pessoas ou entidades são do mesmo nível, não é mesmo? Portanto, este tipo de controle funciona dentro do equilíbrio que deve existir entre os Poderes da República e o próprio controle interno de cada órgão. Dentre os exemplos, podemos citar as auditorias realizadas pela Controladoria-Geral da União nos órgãos federais (controle interno), as auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (controle externo), dentre outras. Já a accountability vertical se refere ao controle que a população exerce sobre os políticos e os governos. De acordo com O´Donnell13, que criou os conceitos de accountability horizontal e vertical, a accountability vertical é relacionada com a capacidade da população de votar e se manifestar de forma livre: ³3RU�GHILQLomR��QHVVHV�SDtVHV�D�GLPHQVmR�HOHLWRUDO� de accountability vertical existe. Por meio de eleições razoavelmente livres e justas, os cidadãos podem punir ou premiar um mandatário votando a seu favor ou contra ele ou os candidatos que apoie na eleição seguinte. Também por definição, as liberdades de opinião e de associação, assim como o acesso a variadas fontes de informação, permitem articular reivindicações e mesmo denúncias de atos de autoridades públicas. Isso é possível graças à existência de uma mídia razoavelmente livre, também exigida pela definição de poliarquia. Eleições, reivindicações sociais que possam ser normalmente proferidas, sem que se corra o risco de coerção, e cobertura regular pela mídia ao menos das mais visíveis dessa reivindicações e de atos supostamente ilícitos de autoridades públicas são dimensões do que chamo de "accountability vertical"�´ Os principais mecanismos da accountability vertical seriam: o voto e a ação popular. Entretanto, O´Donnell critica a eficácia deste tipo de 13 (O´Donnell, 1998) Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 41 controle, pois as eleições ocorrem somente de quatro em quatro anos. Desta forma, pouco a população pode fazer neste intervalo de tempo. Ao contrário da accountability horizontal, no caso do vertical, este controle não é exercido por entidades do mesmo plano, do mesmo nível, com poderes semelhantes. A accountability societal refere-se ao controle exercido pela sociedade civil, muitas vezes representada por ONGs, sindicatos e associações. Estas instituições, em busca de denunciar abusos e desmandos dos agentes públicos, exercem uma pressão legítima sobre a Administração Pública. Além disso, estas instituições buscam, com este tipo de pressão e GH� GHQ~QFLD�� DOHUWDU� RV� ³FDQDLV� QRUPDLV´� GH� FRQWUROH�� FRPR�R�0LQLVWpULR� Público e o Tribunal de Contas da União, por exemplo. De acordo com Smulovitz e Peruzzotti14: ³um mecanismo de controle não-eleitoral, que emprega ferramentas institucionais e não institucionais (ações legais, participação em instâncias de monitoramento, denúncias na mídia, etc.) e que se baseia na ação de múltiplas associações de cidadãos, movimentos, ou mídia, objetivando expor erros e falhas do governo, trazer novas questões para a agenda pública ou influenciar decisões políticas a serem LPSOHPHQWDGDV�SHORV�yUJmRV�S~EOLFRV�´ De acordo com Carneiro15, os Conselhos de Políticas Públicas, em que o Estado e a sociedade participam de forma paritária, são exemplos de accountability societal, pois possibilitam a participação popular na condução das políticas públicas e, portanto, no funcionamento do Estado. De acordo com a autora: ³os conselhos apontam para uma nova forma de atuação de instrumentos de accountability societal, pela capacidade de colocar tópicos na agenda pública, de controlar seu desenvolvimento e de monitorar processos de implementação de políticas e direitos, através de uma institucionalidade híbrida, composta de UHSUHVHQWDQWHV�GR�JRYHUQR�H�GD�VRFLHGDGH�FLYLO�´ Desta forma, podemos ver no gráfico abaixo as três modalidades de Accountability. 14 (Smulovitz e Peruzzotti, 2000) apud (Carneiro, 2006) 15 (Carneiro, 2006) Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 41 (A) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo com a sociedade. (B) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das crenças e das opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do direito de mandar. (C) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas. (D) a capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias instituições. (E) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração das agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor privado. Após o que já vimos acima, não fica difícil acertar esta questão, não é mesmo? O conceito de accountability relaciona-se com a alternativa C. A alternativa A relaciona-se mais com a governabilidade, portanto está incorreta. A segunda opção também não se relaciona com a accountability. Já na letra D, o governo deve representar a sociedade, e não suas próprias instituições. Da mesma maneira, a letra E contradiz o conceito de accountability,pois o a centralização do poder na administração das agências não é coerente com a prestação de contas e a responsividade aos desejos da população. Assim sendo, o gabarito é mesmo a letra C. 32 - (FCC ± MPE-SE ± ANALISTA ± 2009) O conceito de accountability liga-se a a) prestação de contas da Administração e dos funcionários públicos perante a sociedade. b) mecanismos contemporâneos de elaboração das contas públicas. c) formas de elaboração do orçamento público pautadas pela responsabilidade fiscal. d) sistema gerencial de controle dos gastos públicos. e) metodologia gerencial norteamericana que inspirou a Reforma Administrativa implementada nos anos 90 pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE). Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 41 Questão bem tranquila esta da FCC. O termo accountability está relacionado à noção de que os representantes do Estado devem prestar contas à sociedade de seus atos. Com isso, os agentes e órgãos públicos devem ser transparentes e devem prestar contas de seus atos na gestão da coisa pública aos governados. O gabarito é a letra A. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 41 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. 1 - (FCC ± TRE-CE - ANALISTA ± 2012) As organizações humanas formais, sejam privadas ou públicas, representam uma espécie de arranjo entre os variáveis objetivos, atividades e recursos, num processo de gestão conhecido como planejamento, organização, direção e controle, em que os paradigmas ou modelos de gestão são decididos e implantados para fazer funcionar a organização. A obtenção de recursos para sustentar o funcionamento da organização pública difere da organização privada devido a) à transformação de desejos em necessidades pela organização pública. b) ao poder de barganha dos fornecedores de serviços públicos. c) ao poder de barganha dos Clientes-cidadãos. d) ao poder extroverso. e) à liderança em custos dos entes públicos. 2 - (FCC ± TRE / RN - ANALISTA ± 2011) A gestão pública, ao contrário da gestão privada, é obrigada a a) respeitar a Constituição Federal. b) agir apenas de acordo com o que a lei permite. c) seguir o princípio da Pluralidade. d) oferecer seus serviços gratuitamente. e) publicar periodicamente balanços sociais. 3 - (FCC ± METRÔ ± ADMINISTRAÇÃO ± 2008) O objetivo da Administração Pública é (A) o bem comum da coletividade administrada. (B) a obtenção de lucro nas suas atividades. (C) a obtenção de superávit primário. (D) a satisfação pessoal do Administrador Público. (E) o cumprimento das metas estabelecidas em acordos internos ou externos. 4 - (FCC ± TRT / RS - ANALISTA ± 2011) Com relação às convergências entre a gestão pública e a gestão privada, considere as afirmativas abaixo. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 41 I. Deve-se gerir um órgão público como quem administra uma empresa, isto é, buscando compatibilizar custos e resultados, atuar com os olhos no cliente-consumidor e tomar decisões rápidas para aproveitar oportunidades de mercado. II. A gestão pública funciona exclusivamente sob a forma do modelo burocrático, o que a impede de focar necessidades especiais dos cidadãos. III. Os órgãos públicos existem para servir a todos igualmente, independentemente da capacidade de pagar pelo serviço prestado, o que pode dificultar alcançar a agilidade e a eficiência das empresas privadas. IV. Os órgãos públicos devem operar sem levar em conta princípios típicos da gestão privada, como a economicidade e a eficiência. V. Os servidores públicos estão submetidos a normas jurídicas e a condições de trabalho que impedem sua responsabilização diante das possíveis falhas no atendimento aos cidadãos. Estão corretas SOMENTE a) I, II, III e IV. b) II, III e V. c) I e III. d) III e IV. e) I, III e V. 5 - (FCC ± TCE / RO - AUDITOR ± 2010) A principal diferença entre a gestão privada e a gestão pública é que a segunda a) é obrigada a atender a todos, independentemente da capacidade financeira dos cidadãos e de suas demandas idiossincráticas. b) encontra-se limitada por regras legais e princípios morais, enquanto a primeira se orienta apenas pelo objetivo do lucro. c) funciona exclusivamente sob a forma do modelo burocrático, o que a impede de atender às necessidades individuais dos cidadãos. d) funciona sempre em condições de monopólio natural, o que a torna insensível a questionamentos de ordem ética. e) pode operar sem levar em conta princípios típicos da gestão privada, como a economicidade e a eficiência. 6 ± (CESPE ± TRT-10 ± TÉCNICO ± 2013) À semelhança das organizações privadas, a administração pública utiliza estratégias de segmentação de mercado, estabelecendo diferenciais de tratamento para clientes preferenciais. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 41 7 ± (CESPE ± TRT-10 ± TÉCNICO ± 2013) Diferentemente das organizações privadas, as organizações públicas são regidas pela supremacia do interesse público e pela obrigação da continuidade da prestação do serviço público. 8 ± (CESPE ± MI ± ANALISTA ± 2013) O interesse mobilizador da gestão privada é a lucratividade; o da gestão pública é a efetividade. 9 ± (CESPE ± MI ± ANALISTA ± 2013) As organizações públicas assemelham-se às organizações privadas na medida em que também necessitam da aplicação dos processos administrativos de planejamento, organização, direção e controle, porém diferenciam-se na forma de aplicação. 10 ± (CESPE ± MI ± ANALISTA ± 2013) Em consonância com o princípio da legalidade, na gestão pública, em oposição à gestão privada, é lícito fazer apenas o que se determina em lei. 11 ± (CESPE ± MI ± ANALISTA ± 2013) Semelhantemente à gestão privada, cabe à gestão pública a publicidade dos seus atos a fim de demonstrar transparência de suas ações para a coletividade. 12 - (CESPE ± TRE-MA / ANAL JUD ± 2005) Enquanto a receita das empresas depende dos pagamentos que os clientes fazem livremente na compra de seus produtos e serviços, a receita do Estado deriva de impostos, ou seja, de contribuições obrigatórias, sem contrapartida direta. 13 - (CESPE ± STM / ANAL JUD ± 2004) Como técnica exclusiva da administração empresarial, a análise e a melhoria de processos não se aplicam aos objetivos dos sistemas de administração pública. 14 - (FCC ± TRE/SP ± ANALISTA ± 2012) Uma gestão eficaz de serviços públicos orientada por resultados exige a implantação de a) processos de redução da hierarquia funcional de cargos. b) instrumentos de contratualização de metas. c) métodos de planejamento centralizado. d) práticas de contratação descentralizadas. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br34 de 41 e) programas de racionalização de custos. 15 - (FCC ± PGE-RJ ± TÉCNICO ± 2009) No Brasil, os sistemas de avaliação de desempenho na gestão pública ainda são incipientes. A gestão por resultados poderia ser priorizada pela iniciativa de a) adotar princípios, tais como: tratar o cidadão como cliente, controle por objetivos e metas ou governo por parcerias. b) redirecionar o sistema de avaliação dentro da administração governamental para uma ação centrada no eixo da avaliação de custo do serviço prestado. c) elaborar e divulgar sistemas de indicadores de produtividade dos servidores públicos, punindo os improdutivos com demissão ou redução salarial. d) garantir uma ampla divulgação e acompanhamento dos princípios e valores promovidos pelos órgãos públicos, permitindo o controle pela sociedade. e) orientar as políticas de recursos humanos pelos parâmetros de avaliação de pesquisas de opinião pública. 16 - (FCC ± ISS/SP ± AUDITOR ± 2007) A respeito da abordagem da gestão de resultados na Administração Pública, é correto afirmar: a) O Plano Plurianual prevê clara relação entre os resultados dos programas e os resultados das políticas públicas aos quais se relacionam. b) Planejamento estratégico é uma abordagem de negócios centrada em variáveis de mercado e sua utilização em organizações públicas gera resultados distorcidos. c) O componente institucional das avaliações de desempenho utilizadas para efeito de pagamento das gratificações variáveis considera, na maior parte das vezes, metas de ações e não de desempenho. d) A gestão de resultados tem como vantagem a alta correlação entre complexidade do contexto geral e de setores específicos e a revisão de objetivos e metas. e) A maior dificuldade na aplicação desse conceito, pela Administração Pública, consiste na ausência de instrumentos capazes de refletir os objetivos estratégicos do Estado. 17 - (FCC ± SEFAZ/SP ± FISCAL DE RENDAS ± 2009) A implantação da gestão por resultados na administração pública envolve (A) orientar a avaliação da administração governamental pelos custos do serviço prestado. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 41 (B) difundir em toda a administração pública o controle por objetivos e metas. (C) adotar indicadores de produtividade dos servidores públicos, para poder demitir os improdutivos. (D) garantir uma ampla transparência dos serviços públicos, permitindo o controle pela sociedade. (E) orientar as políticas de recursos humanos pelos parâmetros de avaliação de pesquisas de opinião pública. 18 - (FCC ± SEFAZ/SP ± FISCAL DE RENDAS ± 2009) Uma gestão pública baseada em resultados implica geração de valor público, ou seja, (A) a realização de serviços que sejam efetivamente rentáveis, gerando retornos crescentes para os impostos pagos pelos cidadãos. (B) a orientação sistemática da administração pública para a redução dos custos dos serviços. (C) o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle formais da administração pública, evitando a corrupção e o desperdício. (D) a orientação para objetivos que ofereçam respostas efetivas a necessidades ou demandas socialmente legítimas da sociedade. (E) a crescente publicização da administração pública, permitindo uma ampla participação dos mais pobres na implementação dos serviços básicos. 19 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) O controle dos resultados de forma descentralizada, na administração pública, depende de um grau de confiança limitado nos agentes públicos, que, mesmo com estrito monitoramento permanente, devem ter delegação de competência suficiente para escolher os meios mais apropriados ao cumprimento das metas prefixadas. 20 - (CESPE - TRT-RJ ± ANALISTA - 2008) A adoção da gestão pública por resultados limita a autonomia do gestor público na forma como implementar a produção dos serviços públicos, em função dos resultados acordados. 21 - (CESPE ± INMETRO ± ANALISTA - 2007) No modelo gerencialista, em comparação ao burocrático, a autonomia do administrador público é ampliada, para que os objetivos contratados sejam atingidos. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 41 22 - (CESPE - TRT-RJ ± ANALISTA - 2008) Os indicadores utilizados na gestão pública por resultados têm como finalidade exclusiva o monitoramento do atingimento dos resultados propostos em seus objetivos. 23 - (FCC ± ISS-SP ± AFTM ± 2007) O paradigma do cliente impacta de forma diferenciada as organizações do setor público e as do setor privado, em decorrência de uma série de condicionamentos e particularidades das respectivas gestões. No setor público, (A) o paradigma do cliente não pode ser incorporado, pois as organizações públicas não estão orientadas para o mercado e não necessitam, assim, satisfazer a clientela destinatária dos serviços que prestam. (B) o administrador público não pode aderir plenamente à defesa dos direitos do consumidor, sob pena de perder o controle de seus planos orçamentários e distanciar-se das diretrizes governamentais mais amplas, às quais está subordinado. (C) o paradigma do cliente acaba por ser negado em função do caráter de universalidade da atuação do Estado, que deve fornecer serviços de igual qualidade para todos os cidadãos, independentemente de suas necessidades e opiniões individuais. (D) a perspectiva do cliente tem impacto reduzido, dada a impossibilidade legal e política de se promover alterações na qualidade dos serviços prestados pelo Estado, na medida em que seu foco deve ser a ampliação dos cidadãos alcançados. (E) o dever de atender está cerceado pela presença de interesses burocráticos ou corporativos e contrapõe-se à limitação dos recursos públicos, o que acaba por determinar a oferta de serviços que nem sempre satisfazem a massa de clientes atendida. 24 - (FCC ± TRE/RN ± ANALISTA ADM ± 2011) A incorporação do paradigma do cidadão como cliente na gestão pública depende (A) da rejeição das burocracias públicas, pois estas visam a atender seus interesses corporativos antes dos interesses dos cidadãos. (B) da alteração do princípio da universalização dos serviços públicos, por meio do atendimento prioritário às clientelas com maior renda. (C) da compatibilização do dever de atender com qualidade todos os cidadãos, independentemente de sua condição financeira, com as limitações orçamentárias do poder público. (D) do aprofundamento do processo de privatização do setor público, pois seu sucesso depende da eliminação do modelo patrimonial de gestão. Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 41 (E) da retirada de princípios constitucionais da administração pública como a impessoalidade, a equidade e a universalidade. 25 - (FCC ± TCE/RO ± AUDITOR ± 2010) Na gestão do setor público, a incorporação do paradigma do cidadão como cliente (A) foi rejeitada, pois as burocracias públicas não têm como missão atender clientelas, mas alcançar resultados orientados pelo princípio da razão de Estado. (B) deve ser compatibilizada com o dever de atender a todos os cidadãos, independentemente de sua condição financeira, e com as limitações de recursos orçamentários públicos. (C) é incompatível com o princípio da universalização dos serviços públicos, que impõeo atendimento prioritário a todos, independentemente da sua qualidade. (D) será alcançada à medida que avançar o processo de privatização do setor público, pois seu sucesso depende da eliminação do modelo burocrático de gestão. (E) é de difícil implementação, pois depende da retirada de princípios constitucionais da administração pública, como a impessoalidade, a equidade e a universalidade. 26 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) O controle dos resultados de forma descentralizada, na administração pública, depende de um grau de confiança limitado nos agentes públicos, que, mesmo com estrito monitoramento permanente, devem ter delegação de competência suficiente para escolher os meios mais apropriados ao cumprimento das metas prefixadas. 27 - (CESPE - TRT-RJ ± ANALISTA - 2008) A adoção da gestão pública por resultados limita a autonomia do gestor público na forma como implementar a produção dos serviços públicos, em função dos resultados acordados. 28 - (CESPE ± INMETRO ± ANALISTA - 2007) No modelo gerencialista, em comparação ao burocrático, a autonomia do administrador público é ampliada, para que os objetivos contratados sejam atingidos. 29 - (CESPE - TRT-RJ ± ANALISTA - 2008) Os indicadores utilizados na gestão pública por resultados têm como finalidade exclusiva o Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 41 monitoramento do atingimento dos resultados propostos em seus objetivos. 30 - (FCC - TRT-1° REGIÃO ± ANALISTA - 2013) O conceito de accountability, que passou a ser bastante difundido no âmbito da Gestão de Resultados na produção de serviços públicos, corresponde a (A) métrica específica para apuração dos resultados obtidos com a atuação pública, de acordo com indicadores de desempenho e performance. (B) obrigação dos governantes de prestar contas de sua atuação aos administrados, envolvendo as dimensões de conformidade e de desempenho. (C) sistema de avaliação interna para aferir a atuação do agente público, que objetiva a produção do melhor resultado com o menor dispêndio de recursos públicos. (D) avaliação, pelas instâncias superiores da Administração, de acordo com parâmetros estabelecidos a priori, dos resultados obtidos com programas e ações públicas. (E) forma de implementação de remuneração por resultados, de acordo com indicadores e metas claramente estabelecidos e voltados à melhoria dos serviços oferecidos ao usuário. 31 - (FCC ± BAHIAGAS ± ADMINISTRADOR ± 2010) Accountability é (A) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo com a sociedade. (B) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das crenças e das opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do direito de mandar. (C) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas. (D) a capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias instituições. (E) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração das agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor privado. 32 - (FCC ± MPE-SE ± ANALISTA ± 2009) O conceito de accountability liga-se a Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 41 a) prestação de contas da Administração e dos funcionários públicos perante a sociedade. b) mecanismos contemporâneos de elaboração das contas públicas. c) formas de elaboração do orçamento público pautadas pela responsabilidade fiscal. d) sistema gerencial de controle dos gastos públicos. e) metodologia gerencial norteamericana que inspirou a Reforma Administrativa implementada nos anos 90 pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE). Gestão Pública p/ TRT-MG Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 02 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 41 Gabarito 1. B 2. B 3. A 4. C 5. A 6. E 7. C 8. C 9. C 10. C 11. E 12. C 13. E 14. B 15. A 16. C 17. B 18. D 19. C 20. E 21. C 22. E 23. E 24. C 25. B 26. C 27. E 28. C 29. E 30. B 31. C 32. A Bibliografia Campos, A. M. (fev/abr de 1990). Accountability: quando poderemos traduzi-la para o português? Revista da Administração Pública, 24(2), 30-50. Carneiro, C. B. (2006). Conselhos de Políticas Públicas: desafios para sua institucionalização. In: E. Saraiva, & E. Ferrarezi, Políticas Públicas; coletãnea (pp. 149-167). Brasília: ENAP. de Araújo, A. N. (2010). Articulação entre o conceito de governança e as funções de planejamento e controle na gestão de políticas públicas. III Congresso Consad de Gestão Pública. Brasília. O´Donnell, G. (1998). Accountability Horizontal e novas poliarquias. Lua Nova(44). Paludo, A. V. (2010). Administração pública: teoria e questões (1° ed.). Rio de Janeiro: Elsevier. Serra, A. (2008). Modelo aberto de gestão para resultados no setor público. (E. Montes-Bradley y Estayes, Trad.) Natal, RN: SEARH. Trosa, S. (2001). Gestão pública por resultados: quando o Estado se compromete. Brasília: ENAP.
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