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Esportes Individuais: Atletismo

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Prévia do material em texto

ESPORTES
INDIVIDUAIS:
ATLETISMO
PROFESSOR
Me. Humberto Garcia de Oliveira
EDUCAÇÃO FÍSICA 
2 
DIREÇÃO CESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração 
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho, Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, 
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos 
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento 
Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli, Gerência 
de Produção de Contéudo Gabriel Araújo, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de 
Almeida Toledo, Coordenador(a) de Contéudo Mara Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny 
Coelho, Editoração Humberto Garcia da Silva, Designer Educacional Maria Fernanda Vasconcelos 
e Yasminn Zagonel, Qualidade Editorial e Textual Daniel F. Hey, Hellyery Agda, Revisão Textual 
Gabriel Bruno Martins, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
OLIVEIRA, Humberto Garcia de. 
 Esportes Individuais: Atletismo. Humberto Garcia de Oliveira.
 Reimpressão 2018
 Maringá - PR.: Cesumar, 2016.
 186 p.
 “Graduação em Educação Física - EaD”.
 1. Educação Física. 2. Atletismo. 3. Miniatletismo EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0326-0
CDD - 22ª Ed. 796 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD 
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande 
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, 
informação, conhecimento de qualidade, novas 
habilidades para liderança e solução de problemas 
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência 
no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: 
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará 
grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume 
o compromisso de democratizar o conhecimento por 
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos 
brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos que 
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar 
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com 
as demandas institucionais e sociais; a realização 
de uma prática acadêmica que contribua para o 
desenvolvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento acadêmico 
com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja 
ser reconhecida como uma instituição universitária 
de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de 
competências institucionais para o desenvolvimento 
de linhas de pesquisa; consolidação da extensão 
universitária; qualidade da oferta dos ensinos 
presencial e a distância; bem-estar e satisfação da 
comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica 
e administrativa; compromisso social de inclusão; 
processos de cooperação e parceria com o mundo 
do trabalho, como também pelo compromisso 
e relacionamento permanente com os egressos, 
incentivando a educação continuada.
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
Kátia Solange Coelho
Diretoria Operacional de Ensino
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA 
– Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
autor
Professor Mestre
Humberto Garcia de Oliveira
Possui graduação em Educação Física - Faculdades Integradas de Guarulhos (1983), 
Especialização em treinamento desportivo pela Universidade Estadual de Maringae mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Maringá (2010). 
Foi treinador de Atletismo durante 30 anos, possui vários títulos como treinador 
de equipes de renome e da seleção brasileira em campeonatos sul-americanos, 
jogos pan-americanos, campeonatos mundiais e outros eventos internacionais na 
modalidade. Atualmente é coordenador do curso de Educação Física Licenciatura 
e Bacharelado do Centro Universitário de Maringá-Unicesumar. Tem experiência 
na área de Educação Física, com ênfase em Treinamento Desportivo, atuando 
principalmente nos seguintes temas: atletismo, treinamento desportivo, tenistas 
e preparação física em geral.
apresentação do material
ESPORTES INDIVIDUAIS: ATLETISMO
Professor Me. Humberto Garcia de Oliveira
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Este livro tem como tema central o Atle-
tismo enquanto disciplina a ser ensinada nas escolas. O componente curricular, 
Educação Física, abrange os seguintes conteúdos de forma progressiva e por níveis 
de complexidade: jogos, brincadeiras, atividades esportivas, atividades rítmicas e 
expressivas, ginásticas, danças, lutas e conhecimento sobre seu próprio corpo. Para 
o ensino e a aprendizagem de cada um desses conteúdos, é essencial considerar 
as abordagens: procedimental (fazer) sem restringir somente ao entendimento/
desenvolvimento das habilidades motoras e dos fundamentos do esporte, mas 
também incluir a organização, sistematização de informações, aperfeiçoamento, 
entre outros; conceitual (conhecimentos teóricos, conceitos e fatos), que, além 
da reflexão sobre o conhecimento das regras, táticas e dados históricos, devem 
abordar conceitos sobre ética, estética, desempenho, satisfação, eficiência, entre 
outros; e atitudinal (valores, atitudes e normas), que expressam o próprio objeto 
de ensino e aprendizagem por meio de experiências vivenciadas pelos alunos, 
contribuindo para a construção de posturas responsáveis perante si e a sociedade. 
Nesse contexto, é necessário entender que a Educação Física escolar participa do 
processo de formação humana, assim, possui como objetivo sistematizar e socializar 
os conhecimentos construídos historicamente pelo homem, sendo o movimento 
humano seu objeto de estudo. 
A Educação Física como componente curricular na escola deve proporcionar uma 
ampla experiência de movimentos aos alunos desde cedo, de forma planejada e 
bem orientada e, você que certamente tem um compromisso com a formação, po-
derá usufruir do conteúdo deste livro a fim de contribuir para o desenvolvimento 
global de nossas crianças e jovens. 
Toda ciência, conteúdo e modalidade esportiva teve uma origem, conhecê-la nos 
faz compreender os significados da atividade esportiva humana na História. O 
atletismo é o esporte mais antigo e também o mais jovem. A primeira Olimpíada 
em que o atletismo foi praticado data 776 a.C. Na Era Moderna, os primeiros 
Jogos Olímpicos foram realizados em Atenas, Grécia, no ano de 1896; no Brasil 
os Jogos ocorreram em 1924. O atletismo é uma modalidade esportiva e pode ser 
tratada como esporte de rendimento (competitivo), o qual objetiva a otimização 
dos resultados, a performance, ou, pode ser tratado como esporte educacional, 
em que a Educação Física irá oportunizar o acesso ao conhecimento do atletismo 
sob uma perspectiva pedagógica, formativa e inclusiva. Dessa foram, contamos 
com você para que possamos contribuir com a formação de crianças e jovens por 
meio do atletismo, ao proporcionarmos vivências de qualidade.
Para atingir o nosso objetivo, este material está dividido em cinco unidades:
A unidade I: introdução ao atletismo traz informações históricas sobre esta prática, 
bem como a sua importância no mundo esportivo, a contribuição no desenvolvi-
mento de crianças e jovens em idade escolar e os princípios básicos da biomecânica 
aplicados ao movimento humano.
A unidade II: você conhecerá os fundamentos e os processos pedagógicos das 
corridas, da saída de blocos, corridas com barreiras e revezamentos.
A unidade III: fundamentos dos saltos; você estudará as técnicas e os processos 
pedagógicos de ensino-aprendizagem do salto no atletismo. 
A unidade IV: fundamentos dos lançamentos, você conhecerá as técnicas e os 
processos pedagógicos do lançamento do peso, do disco, do dardo e do martelo. 
A unidade V: o miniatletismo e suas manifestações, você aprenderá a trabalhar 
com o atletismo por meio de atividades adaptadas, lúdicas e recreativas. 
sumário
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO ATLETISMO
14 Histórico
20 Aspectos Didáticos do Atletismo Escolar
22 Aspectos Biomecânicos do Movimento
UNIDADE II
FUNDAMENTOS DAS CORRIDAS, SAÍDA DE BLOCOS, 
BARREIRAS E REVEZAMENTOS
40 Fundamentos das Corridas
44 Saída de Blocos para as 
Corridas de Velocidade
50 Corrida sobre Barreiras
56 Corrida de Revezamentos
UNIDADE III
FUNDAMENTOS DOS SALTOS
76 Saltar
78 Salto em Distância
82 Salto Triplo
88 Salto em Altura
94 Salto com Vara
UNIDADE IV
FUNDAMENTOS DOS LANÇAMENTOS
112 Lançamentos e Arremessos
116 Lançamento do Peso
124 Lançamento do Disco
130 Lançamento do Dardo
138 Lançamento do Martelo
UNIDADE V
O MINIATLETISMO E SUAS MANIFESTAÇÕES
162 O Atletismo na Escola
164 O Atletismo em Forma de 
Jogos e Brincadeiras
168 Miniatletismo para Crianças 
de 7 a 8 Anos
175 Miniatletismo para Crianças 
de 9 a 10 Anos.
Professor Me. Humberto Garcia de Oliveira
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Histórico 
• Aspectos didáticos do atletismo escolar
• Aspectos Biomecânicos do Movimento
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender os aspectos históricos e evolutivos das 
atividades motrizes do homem que motivou a formação do 
atletismo enquanto modalidade. 
• Entender os objetivos da prática do atletismo na escola.
• Estudar os conceitos básicos da mecânica do movimento.
INTRODUÇÃO AO ATLETISMO
I
unidade
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a) nesta unidade, você terá os primeiros contatos 
com esta disciplina tão importante para o curso de Licenciatu-
ra em Educação Física e para exercer a profissão na ocupação 
docente. O ato de ensinar deve ir além das técnicas aprendidas 
no dia a dia. A reflexão dos conteúdos que se ensina e a certeza do que 
ensinamos está fundamentada em bases científicas, que minimizam os 
erros que possam surgir ao longo de nossa carreira profissional.
O que se conhece do atletismo, basicamente, são as corridas e even-
tualmente uma modalidade ou outra que o compõe. O atletismo é com-
posto pelas modalidades de corridas, saltos, lançamentos, marcha atlé-
tica, as corridas de cross country (por meio do campo), as corridas de 
rua (todas as distâncias), incluindo a tradicional corrida de maratona 
de 42.195 m. Torna-se necessário, nesta unidade, o seu conhecimento 
de forma global sobre os aspectos didáticos e históricos do atletismo na 
escola, pois sabemos que a maioria dos alunos nunca tiveram contato 
além de corridas e um salto em distância – talvez o salto em altura –. 
Este fator provavelmente deve-se ao fato de que as escolas não possuem 
infraestrutura suficiente e adequada para sua prática. Entretanto, muito 
ainda pode ser feito, principalmente sob o ponto de vista dos movimen-
tos básicos contidos no atletismo. Outro tema importante que você de-
verá conhecer nesta unidade é a biomecânica. Para entender as técnicas 
e principalmente saber ensinar uma técnica, de qualquer movimento, é 
necessário que se compreenda os conceitos do movimento humano, que 
são em sua maioria explicados pela física. Aproveite os conhecimentos e 
se esforce para aprender, pois este conteúdo dará suporte para que você 
aprenda com eficiência os demais.
Desejo a você uma boa leitura e que aproveite os conhecimentos ad-
quiridos nesta unidade.
EDUCAÇÃO FÍSICA 
14 
O atletismo, derivadodo grego athos, signifi ca 
“combate”, “aquele que nada teme”, em outro tem-
po aplicado ao conjunto de vários esportes, não 
defi ne mais que quatro ordens de atividade hu-
mana: a marcha, as corridas, os saltos e os lança-
mentos/arremessos. De todos os esportes, o me-
nos subjetivo, podendo ser compreendido como 
prática de um conjunto de exercícios corporais 
baseados nos gestos naturais do homem por meio 
destas atividades (OLIVEIRA, 2013). Devemos 
ter cuidado ao crer que qualquer atividade moto-
ra (como lançar, correr e saltar) defi na atletismo. 
A corrida só é considerada atletismo se estiver de 
acordo com a regulamentação do esporte e das 
técnicas desenvolvidas ao longo de todos esses 
anos. Veja este exemplo: a corrida de velocidade 
exige uma saída específi ca (saída dos blocos de 
partida), o mesmo acontece com os saltos, os lan-
çamentos e a marcha atlética.
HISTÓRICO
A origem do atletismo retrocede até a origem 
do gênero humano, quando os primeiros habitantes 
tinham que se alimentar caçando, lançando obje-
tos, correndo, ora atrás, ora à frente, dos animais, 
saltando obstáculos e riachos a fi m de se proteger e 
aos outros. O atletismo enquanto competição, que 
os ingleses chamam de athletics sports e os ameri-
canos de track and fi eld contests, vem de uma época 
mais próxima, embora possamos encontrar vestígios 
de competição de atletismo há 40 séculos atrás, em 
vários povos da Ásia e da África (OLIVEIRA, 2013). 
Duas raças europeias no extremo do continente 
foram as primeiras a praticar regularmente o atle-
tismo de competição na mesma época, aproximada-
mente 2.000 anos antes da nossa Era, na Idade do 
Bronze. Esses povos foram os irlandeses do perío-
do pré-céltico e os gregos de Acádia, assim como os 
seus vizinhos, os cretenses da época minoica (1750-
1400 a.C). É muito provável que esses povos se igno-
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 15
Fonte: wikimedia5
rassem quanto a cultura uns dos outros. Um poema 
histórico de Aristeo, crônica da ilha de Mirmara, 
menciona um atletismo praticado pelos “escitas hi-
perbóreos” (povos celtas místicos): a lenda se con-
funde com a realidade, as façanhas são fabulosas e os 
vencedores aparecem como semideuses, as proezas 
descritas, são sobre-humanas.
Do período pré-helênico – período clássico da 
História Grega (IV-VI a.C.) –, temos como testemu-
nho poucos documentos descobertos em Knossos 
(sítio arqueológico da Idade do Bronze da Ilha grega 
de Creta). Figura entre eles um atletismo acrobático 
praticado por jovens de ambos os sexos que saltam 
touros apoiando-se em varas (CABRAL, 2004).
Devemos a Homero (lendário poeta épico da Grécia 
Antiga) os primeiros relatos, sobretudo, nas Ilíadas 
(contos épicos da Grécia Antiga, séc. XXIII a.C.) e 
na Odisseia (um dos principais poemas épicos da 
Grécia; antigo-canto VII), escrito no século VII a.C. 
(CABRAL, 2004).
Existe em Dublin, Irlanda, um manuscrito con-
servado no Trinity College, intitulado “Livro de Leins 
(1160)”. Nele são descritos jogos de Tailti, aldeia do 
condado de Meath, organizados a partir do século 
XIX a.C. e que continuaram a ser realizados durante 
25 séculos. Há referências sobre lançamentos e sal-
tos (OLIVEIRA, 2013).
Fonte: wikimedia6
Evidentemente mistura-se a pré-história, a mitolo-
gia e a lenda. Todas as reuniões atléticas da Grécia 
Antiga, como também as da Irlanda, estão ligadas 
às cerimônias religiosas e aos funerais, como as de 
Patroclo (um dos heróis gregos da mitologia), evo-
cados por Homero. Este mesmo modelo se encontra 
em outras organizações oficiais de jogos gregos, es-
pecialmente os olímpicos (CABRAL, 2004).
EDUCAÇÃO FÍSICA 
16 
Esses jogos foram os mais importantes da Antiga 
Grécia, mas não eram os únicos. A partir de 527 a.C, 
próximo à Delfos (região grega que hoje possui um 
importante sítio arqueológico), na cidade de Pítia, 
celebravam-se os jogos “Píticos”, dedicados a Apolo 
(Deus grego da beleza e juventude) – primeiramente 
a cada oito anos e, depois, no ano seguinte a cada 
Olimpíada. Próximo a Corinto, em Istmia, celebra-
vam-se a cada dois anos os Jogos Istmicos e, poste-
riormente, também em Argos (a cada dois anos), os 
Jogos Nemeos celebravam a vitória de Heracles (filho 
de Zeus na mitologia grega) sobre Nemea (monstro 
da mitologia grega) – vencido naquele mesmo local. 
Esses Jogos Olímpicos são os mais antigos e seus iní-
cios remontam do ano de 884 a.C, mas na história 
oficial é datado de 776 a.C. (CABRAL, 2004).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 17
O 
símbolo da Educa-
ção Física aprovado 
pelo Conselho Federal 
de Educação Física – 
CONFEF (Resolução n. 49, 2002)¹ 
é o “Discóbolo de Mirón” (lançador 
de discos), uma estátua do escultor 
grego Mirón produzida em torno 
de 455 a.C. – que representa um 
atleta no momento preparatório do 
lançamento de disco. O arremes-
so de disco é considerada uma das 
mais antigas provas de arremesso 
do atletismo. 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
18 
O atletismo moderno originou-se, segundo re-
latos, em 1886, com a criação do Amatheur Athletic 
Club, fundado com o propósito de organizar cam-
peonatos nacionais na Inglaterra (ocorrido naquele 
ano). As primeiras descrições dos Jogos Londrinos 
são datadas no sec. XII. O rei Henrique II os patroci-
nava. Eram oficialmente competições de lançamen-
tos de martelo de ferro com cabo de madeira, pedra, 
barra e sem cabo. O rei Henrique V era um admira-
dor de corridas e Henrique VII um especialista em 
lançamento de martelo (OLIVEIRA, 2013). 
Alguns registros ao longo dos séculos marcam 
o atletismo: no séc XVI, numerosas citações acerca 
de corridas a pé; no séc. XVII, primeiros ensaios so-
bre cronometragem, marcas e competições incluin-
do apostas; durante o séc. XIX, o atletismo desperta 
lentamente por meio de corridas a pé. O livro “Tom 
Brown”, de Thomas Hughes (1857), descreve deta-
lhadamente uma competição entre jovens, a mais 
antiga da história moderna de atletismo. Em 1857, a 
Universidade de Cambridge organiza campeonatos 
de atletismo. Em 1860 e em 1864, em Oxford, uma 
competição entre as duas universidades marca o iní-
cio de confrontos entre entidades (MATTHIESEN; 
RANGEL; DARIDO, 2014).
Os primeiros Jogos Olímpicos, em 1896, foram 
realizados com provas de 100, 400, 800 e 150 m; e 
fora da pista, a maratona com aproximadamente 40 
km. Os saltos foram: distância, triplo, altura e com 
vara. Os arremessos contemplaram disco e peso. O Fonte: wikipedia7
atletismo para mulheres estreou nos Jogos Olímpicos 
somente em Amsterdã, em 1928. O atletismo sempre 
esteve ligado aos Jogos Olímpicos, considerado o es-
porte rei dentre os demais (OLIVEIRA, 2013).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 19 19
Os períodos mais recentes que envolvem o atletismo regulamentado e 
ofi cialmente tratado como uma modalidade esportiva e olímpica passa 
pelas datas a seguir:
• 1896 – Realização dos primeiros Jogos Olímpicos (com as provas 
anteriormente descritas).
• 1910 – Primeiras competições de atletismo no Brasil.
• 1912 – Criação do orgão ofi cial mundial responsável pela admi-
nistração do atletismo International Amateur Athletic Federa-
tion – IAAF (Federação Internacional de Atletismo Amador).
• 1914 – O atletismo brasileiro por meio da Confederação Brasilei-
ra de Desportos (CBD) fi lia-se à IAAF.
• 1924 – Primeira participação do Brasil em Jogos Olímpicos (Pa-
ris, 1924).
• 1928 – Primeira participação das mulheres em Jogos Olímpicos 
(Amsterdã, 1928).
• 1929 – Primeira competição ofi cial de atletismo no Brasil – Cam-
peonato Brasileiro entre Estados.
• 1945 – Realização da primeira edição do Troféu Brasil de Atletis-
mo – principal competição ofi cial do atletismo brasileiro.
• 1977 – Criação da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), 
orgão responsável pela administração do atletismo nacional até 
os dias de hoje.• 2001 – A IAAF altera sua denominação para International Asso-
ciation of Athletics Federation (Associação Internacional das Fe-
derações de Atletismo).
EDUCAÇÃO FÍSICA 
20 
O atletismo é um esporte que muitas vezes é ne-
gligenciado na Educação Física, principalmente 
na escola. Os motivos que levam a esta afirmação 
são vários: a falta de infraestrutura física das esco-
las (um dos principais fatores de desinteresse em 
trabalhar o atletismo nas aulas de Educação Físi-
ca); a falta de criatividade dos professores; falta de 
conhecimento; o comodismo; a falta de cultura es-
portiva e social; entre outros.
A influência da mídia em alguns esportes per-
suade no conhecimento e nas opções de prática pe-
los jovens. Isto ocorre tanto no meio escolar como 
em outros. Assim, a prática de jogos e esportes 
com bola tem a preferência por serem mais atra-
tivos e coletivos do que esportes que exigem gran-
des esforços e são de cunho individual. Na escola, 
é possível desenvolver um atletismo lúdico para a 
iniciação, onde se compete e se aprende brincando 
em torno de gincana, por exemplo. A proposta tem 
origem na preocupação em desenvolver o esporte 
para crianças e jovens em idade escolar. A ludicida-
de, um aspecto difícil de se encontrar no atletismo, 
pode estar mudando. A proposta para desenvolver 
ASPECTOS DIDÁTICOS 
DO ATLETISMO ESCOLAR
os atos de correr, saltar e lançar está inserida em 
um processo por meio de uma abordagem lúdica e 
pedagógica na forma de gincana, e pode ser com-
preendido como um conjunto de atividades pla-
nejadas e concebidas de forma inovadora a partir 
de gestos naturais básicos, executados de maneira 
recreativa em qualquer local, como estádios, giná-
sios, áreas livres etc., visando despertar nas crian-
ças o interesse pela prática do atletismo tornando 
a atividade física um ato saudável promovendo 
o desenvolvimento psicomotor (MATTHIESEN; 
RANGEL; DARIDO, 2014).
O atletismo para as crianças deve ser atraente, 
inclusivo, acessível e construtivo; deveria ser o es-
porte mais praticado nas escolas em todo o mundo, 
bem como oportunizar a criança a se preparar para 
o futuro também em outros esportes. Toda e qual-
quer prática neste sentido deverá se preocupar, em 
primeiro lugar, com a vivência do conteúdo e intera-
ção social, para consequentemente desenvolver as-
pectos motores básicos e variados – ou ainda pensar 
em desenvolver a velocidade, a força, a coordenação, 
a flexibilidade e a resistência.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 21
É significativo salientar que toda atividade pode 
desenvolver o espírito de competitividade de 
equipe e o espírito de aventura. Ela deve ser 
simples, sem a necessidade de muitos materiais 
e que esses possam ser construídos e adaptados. 
É importante que haja atividades em equipes 
mistas e que não necessite de muitas pessoas para 
organizá-las. Existe uma afirmação que parece 
no mínimo proporcionar aos professores uma 
reflexão: o atletismo se aprende – ou pelo menos 
deveria se aprender – na escola. Essa afirmação de-
veria motivar discussões, uma vez que, quando se é 
criança ou jovem, torna-se favorável o aprendiza-
do e o desenvolvimento das capacidades motoras 
necessárias à preparação motriz do indivíduo. 
Em 2005, a IAAF instituiu a “Política de Atletismo 
Global para Jovens” visando difundir o Atletismo 
e tornando-o o esporte individual mais pratica-
do na escola, além de promover, em articulação 
com as Confederações e Federações Nacionais 
e outros órgãos, eventos de “Mini Atletismo” 
como forma de preparação para o futuro do 
atletismo de modo mais eficiente.
O Programa “Mini Atletismo”, representado 
por uma nova concepção, no sentido de tornar 
o Atletismo uma das modalidades esportivas 
mais praticadas nas escolas brasileiras – posto 
que pode ser integrado ao conteúdo das aulas 
de Educação Física, favorecendo, dessa forma, 
o desenvolvimento da cultura atlética.
Fonte: Programa..., ([2009?], on-line).²
SAIBA MAIS
EDUCAÇÃO FÍSICA 
22 
Neste tópico, você deverá conhecer os aspectos fun-
damentais da biomecânica humana. Deverá conhe-
cer as definições básicas da biomecânica, bem como 
o que produz os movimentos, uma vez que o atletis-
mo tem como premissa básica desenvolver o movi-
mentos, principalmente os movimentos básicos do 
ser humano.
A biomecânica (bio = seres vivos; mecânica = 
movimento) pode ser compreendida como movi-
mento humano, presente em todo ser vivo que se 
movimenta – desde o ato de engatinhar, andar, cor-
rer ou qualquer gesto que envolva movimento até os 
mais complexos movimentos, como os gestos espor-
tivos de competição.
Qualquer movimento pode ser analisado a par-
tir do estudo funcional ou cinesiológico. Para que 
isto ocorra, poderemos utilizar um dos meios para 
se entender a biomecânica: por meio da caracteriza-
ção dos movimentos (também denominada “mecâ-
nica”) ou via compreensão das causas do movimen-
to (denominada “cinética”).
O professor de Educação Física que trabalha 
na escola poderá, a partir dos conhecimentos em 
biomecânica, promover uma prática que poderá 
contribuir para a efetivação de processos educa-
tivos com o objetivo de alterar o comportamento 
corporal consciente.
O profissional de Educação Física, na condição 
ocupacional de professor, tem como responsabili-
dade não somente os aspectos técnico-pedagógicos 
ou esportivos, mas também a função de contribuir 
para a melhoria da qualidade da saúde das crian-
ças e dos jovens, com ênfase nas informações que 
foram desenvolvidas por meio de estudos científi-
cos – desde sentar-se em uma cadeira na posição 
ergonomicamente correta; transportar uma mo-
chila; ou receber outras orientações que possam 
contribuir para a melhoria da saúde. Assim, essa 
profissão objetiva-se a ir além do que se ensina nas 
quadras, nos campos ou em uma sala de aula.
ASPECTOS BIOMECÂNICOS 
DO MOVIMENTO
No domínio da biomecânica, faz parte do 
campo de pesquisa as seguintes aplicações 
que caracterizam o estudo do movimento 
humano: (a) Esporte de alto nível de ren-
dimento; (b) Esporte escolar e atividades 
de recreação; (c) Prevenção e reabilitação 
orientados à saúde; (d) Atividades do coti-
diano e do trabalho
Fonte: Amadio e Serrão (2007, p. 62).
SAIBA MAIS
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 23
Conceito
O conceito de biomecânica para o movimento hu-
mano, tratando-se de aprendizagem, deve ir além 
do entendimento da palavra. Portanto, a biomecâ-
nica pode ser definida como: a ciência que estuda os 
movimentos dos seres vivos considerando as forças 
internas e externas que atuam sobre eles (MÜLLER; 
RITZDORF, 2000).
Força
As forças produzem o movimento: ela puxa ou em-
purra um corpo ou um objeto em dado espaço, por 
exemplo. A força não é visível, mas se sabe que ela 
existe pelos resultados que produz. Por exemplo, um 
aluno quando corre aplica uma força no apoio dos 
pés no solo. Ela pode ser exposta de duas formas: 
as forças internas, que são resultados das contrações 
musculares voluntárias que tracionam os ossos; e as 
forças externas, aquelas que se encontram no am-
biente, fora do nosso corpo, como a gravidade e o 
atrito (HALL; TARANTO, 2000).
Velocidade
A velocidade é a rapidez com a qual um objeto se 
move a uma determinada direção. Esse objeto pode 
ser o corpo humano ou um implemento lançado. Um 
corredor de 100 metros que corre essa distância em 10 
segundos, correu 100 metros com uma velocidade de 
10 metros por segundo. A velocidade horizontal é de-
terminada dividindo a distância percorrida pelo tem-
po gasto nesta distância (HALL; TARANTO, 2000).
Aceleração
Pode ser compreendida como sendo a capacida-
de de atingir a maior velocidade possível no me-
nor espaço de tempo. Qualquer objeto ou corpo 
que parte de uma posição estática necessita desse 
tempo para atingir uma velocidade máxima. Porexemplo, o velocista quando parte para a corrida 
após o tiro de partida ou um objeto quando é lan-
çado. O gráfico 1 ilustra a velocidade e a aceleração 
velocidade-tempo para um corredor de 100 me-
tros (HALL; TARANTO, 2000), em que o eixo X 
se refere ao tempo nos 100 metros em segundos; 
e o eixo Y é a velocidade em metros por segundo.
Gráfico 1 – Velocidade e tempo para um velocista 
(aceleração)
Fonte: Thompson (1991).
Utilize todas as articulações envolvidas no 
movimento; essas devem combinar-se para 
produzir o máximo efeito, em consequência 
isto aumentará a velocidade e a aceleração.
Use também cada articulação por ordem cor-
reta de execução, no momento certo. Deve-se 
começar os movimentos com os grandes gru-
pos musculares e expandir progressivamente 
para os menores músculos. Este processo 
produz forças de capacidades elevadas.
Fonte: Thompson (1991, cap.3.5).
SAIBA MAIS
EDUCAÇÃO FÍSICA 
24 
Movimento Linear e rotacional
O movimento linear acontece em linha reta e o 
movimento rotacional (ou de translação) ocorre 
sobre um eixo de rotação. No atletismo, os movi-
mentos são regularmente uma combinação entre 
Figura 1 – Ilustração de exemplos de exercícios com movimentos lineares
Fonte: adaptado de Th ompson (2016, on-line)³.
ambos, o linear e o rotacional – esta combinação é 
conhecida como movimento geral. Na corrida, por 
exemplo, o corpo se movimenta de forma linear e 
as pernas realizam um movimento rotacional.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 25
Momentum
Momentum quer dizer a quantidade de movi-
mentos que um corpo possui e realiza, é tam-
bém o produto do peso pela velocidade. No 
corpo humano pode haver transferência de 
momentum de uma parte do corpo para outra, 
por exemplo, no salto em distância, quando 
a perna contrária à da impulsão é bloqueada 
quando chega na posição horizontal, ela trans-
fere o momentum como força adicional para a 
perna de impulsão.
O momentum angular é a quantidade de movi-
mento angular ou rotacional do corpo e é o momen-
to de inércia angular com a velocidade rotacional. 
Quando o corpo gira sobre seu próprio eixo, o mo-
mento da inércia é proporcional ao seu comprimen-
to. Também pode haver transferência de momen-
to angular de uma parte do corpo para outra, isto 
ocorre quando um lado do corpo é bloqueado nos 
lançamentos.
As Leis do Movimento
Devemos a compreensão da relação entre força e 
movimento principalmente ao inglês Isaac Newton 
(1642-1727). Ele é conhecido por enunciar as três 
leis do movimento, em 1687, com a sua obra “Philo-
sophiae Naturalis Principia Mathematica”.
A Primeira Lei do Movimento
A primeira lei do movimento ou inércia de New-
ton alega que “todo corpo continua em seu estado 
de repouso ou de movimento uniforme em uma li-
nha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele 
estado por forças aplicadas sobre ele” (UNESCO, 
2013 p. 17).
O mais importante é saber como aplicar esta lei 
na prática. Um corredor, por exemplo, não sairá do 
lugar no bloco de partida se não aplicar uma força 
sobre ele. O saltador ou o barreirista não conseguirá 
saltar ou ultrapassar as barreiras se não aplicar uma 
força que mude a direção da corrida. 
A Segunda Lei do Movimento
A segunda lei do movimento ou aceleração expõe 
que “a aceleração de um corpo é proporcional à for-
ça que à produz e ocorre na direção em que a força 
atua” (UNESCO, 2013, p. 18). Isto é, quanto maior a 
força maior a aceleração. A aceleração de um corpo 
depende da quantidade de força aplicada sobre ele. 
Nos lançamentos, quanto maior a força exercida so-
bre o objeto lançado, maior será a aceleração. Uma 
vez lançado esse objeto, não haverá nenhuma for-
ça que possa ser exercida sobre ele para acelerar. O 
mesmo se aplica aos saltos, quanto maior for a força 
aplicada no momento da impulsão, mais aceleração, 
altura ou distância poderá ser obtida.
Figura 2 – Salto Triplo
Fonte : IAAF (2009).
EDUCAÇÃO FÍSICA 
26 
A Terceira Lei do Movimento
A terceira lei do movimento ou lei da reação diz que 
“para cada ação existe uma reação igual e no sentido 
oposto” (UNESCO, 2013 p. 19). 
O Centro de Gravidade
A gravidade é uma força que nos puxa para o cen-
tro da Terra e está permanentemente presente. 
Esta força é exercida em cada objeto e em cada 
corpo no planeta, sendo que cada objeto ou cor-
po possui um ponto imaginário onde esta força 
atua. O corpo humano é uma forma complexa 
que se modifi ca constantemente em relação aos 
movimentos. O centro de gravidade desloca-se de 
acordo com os movimentos do corpo, como mos-
tra a fi gura 4.
Por exemplo, um corredor exerce uma força con-
tra o solo no momento em que impulsiona o cor-
po para frente, isto cria uma reação igual e oposta 
que provoca o deslocamento do corpo no sentido 
da corrida. A lei da reação também se aplica aos 
movimentos que ocorrem em suspensão. Nessas 
situações, a reação igual e oposta ocorre nos movi-
mentos de outras partes do corpo. Por exemplo, um 
saltador irá projetar o tronco, as pernas e os bra-
ços à frente no momento da queda, a reação igual e 
oposta do tronco em relação às pernas irá auxiliar 
em uma perfeita queda na areia.
Figura 3 – Figura representativa da ação e reação
Fonte: adaptado de IAAF (2009).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 27
Quando uma pessoa salta ou lança um implemento 
(disco, dardo, peso etc.), a gravidade atua como uma 
força que puxa a pessoa ou o implemento em dire-
ção ao solo. O desenho da trajetória pelo C.G. de 
um corpo em suspensão é uma curva denominada 
parábola ou movimento parabólico. A trajetória da 
parábola depende de três fatores:
• Velocidade de lançamento.
• Ângulo de impulsão ou implemento.
• Altura do C.G. do saltador no momento da 
impulsão ou do C.G. do implemento no mo-
mento do lançamento.
Figura 4 – Representação do ponto do Centro de Gravidade (C.G.) no corpo em várias posições
Fonte: Gallahue e Ozmun (2005, on-line)4.
“As aulas de Educação Física nas escolas pro-
porcionam às crianças o contato com uma 
grande variedade de experiências de movi-
mentos. Toda esta vivência motora envolve 
o conhecimento de diversos elementos que 
vão muito além do aprendizado de sequências 
de movimentos [...].” 
(Fabiana Fernandes de Freitas e Paula Hentschel 
Lobo da Costa)
REFLITA
28 
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), a unidade I objetivou-se em compreender os aspec-
tos históricos do atletismo enquanto modalidade para, assim, contex-
tualizar seu conteúdo na escola. Trouxemos também os princípios da 
biomecânica, pois todos os princípios do movimento baseiam-se na 
forma como o executor exerce força ou no efeito que estas forças exercem no 
corpo humano. No início, todas estas informações poderão parecer complexas 
sob o ponto de vista científico, mas à medida em que você for aprendendo os 
fundamentos aliados à prática de cada disciplina, a biomecânica e a análise de 
movimento formarão uma parte útil de seus conhecimentos sobre como com-
preender e aprender a ensinar, auxiliando nos processos pedagógicos de ensino 
para ser um bom professor. A biomecânica exerce uma influência ampla nas mo-
dalidades do atletismo, todos os princípios são baseados nas ações e efeitos que 
a mecânica exige. Por este motivo, você deverá se aprofundar nos estudos em 
biomecânica à medida em que as dúvidas irão surgindo. Muitos professores só se 
preocupam com a parte muscular para a realização dos movimentos, entretanto 
existem áreas do nosso corpo tão importantes quanto os músculos. No curso de 
Educação Física você estudará diversos conteúdos que, ao final, entrelaçam-se 
em uma rede de conhecimentos que possibilitará exercer de forma competente a 
profissão. Para que você possa entender uma técnica e analisá-la são necessários 
conhecimentos em várias ciências, isto fará a diferença entre o leigo e o profis-
sional.Faça uma reflexão a respeito: as ações básicas do atletismo, correr, saltar e 
lançar. Tome como exemplo um salto, que para que ele possa ocorrer você deverá 
estender todas as articulações da perna, gerando uma impulsão, que empurra seu 
corpo contra a gravidade. Isto deverá ocorrer com a marcha, a corrida e todos os 
outros movimentos inclusive no ato de lançar um objeto.
 29
LEITURA
COMPLEMENTAR
VERBETE – Atividade Lúdica
Para se conceituar “atividades lúdicas”, tornam-se ne-
cessárias duas etapas, uma que defi ne atividade e ou-
tra que prioriza o foco na sua característica lúdica. Por 
atividade compreende-se a qualidade ou estado de 
ativo; ação, conforme o dicionário (FERREIRA, 1993). 
Consequentemente, denota-se o componente da dis-
posição para a ação prática, conduzindo a estímulos 
energéticos, derivando em situação de movimento de 
qualquer natureza. Esta ação pode ser criteriosamente 
defl agrada por estratégias motivadoras de diferentes 
magnitudes e dependentes de valores pessoais e cultu-
rais. Por outro lado, quando se focaliza o componente 
lúdico, pode-se perceber a presença de um fenômeno 
com características próprias, que se inscreve na cultura 
para além da simples associação com a alegria, com o 
prazer, com a espontaneidade ou com o divertimento. 
É óbvio que estas características permeiam o que se 
toma como lúdico, mas não bastam para que se pro-
cesse uma defi nição efetiva do termo. No estudo da 
etimologia do verbete “lúdico”, caracterizado enquan-
to adjetivo, a signifi cação traz referência ao caráter de 
jogo, brinquedo ou divertimento. O comportamento ou 
a conduta lúdica traz em si circunscrita a voluntarieda-
de da ação, carregada de alegria e com um fi m em si 
própria, representando, inclusive, uma forma primitiva 
de comunicação entre realidade e fantasia e uma forma 
de expressão de sentimentos prazerosos, que acompa-
nham o ser humano ao longo de toda a sua existên-
cia. O lúdico pode ser considerado como um traço de 
personalidade, o qual, para autores como Lieberman 
(1977) e Rosamilha (1979), apresenta-se em todas as 
faixas de idade, obtendo funções importantes no estilo 
cognitivo, diferenciado de indivíduo, sendo considera-
do elemento natural constituinte da personalidade e 
da cultura. As características desta conduta lúdica têm 
ramifi cações nas atividades físicas, nos jogos, na recre-
ação, nos entretenimentos, nos brinquedos, nas brinca-
deiras e ocasiões sociais de diversas ordens, tornando-
-se parte da realidade cultural. Sobre as possibilidades 
de compreensão do elemento lúdico, alguns autores 
de diversas áreas têm oferecido suas contribuições, 
como Huizinga (1971), Callois (1990) Kishimoto (1992), 
Schwartz (1997), Marcellino (1999) Bruhns (2000), entre 
outros, evidenciando o valor das atividades lúdicas em 
diversos contextos. Deste modo, as atividades lúdicas 
se fundamentam na perspectiva de vivências de conte-
údos signifi cativos para o enredo psicológico dos indiví-
duos em qualquer período do ciclo vital, tendo em vista 
o valor de suas características já descritas.
Fonte: Schwartz (2005, p. 35-37).
30 
atividades de estudo
1. Com base nesta unidade, leia atentamente as 
afirmações a seguir:
I. Uma força simplesmente empurra ou puxa 
um corpo.
II. Um velocista que corre 200 metros em 25 se-
gundos tem uma velocidade média de 9 me-
tros por segundo.
III. Todos os corpos continuam em um estado 
de repouso ou movimento uniforme mesmo 
quando acionados por uma força externa.
IV. O movimento deve começar com os grupos 
pequenos e terminar com os grandes grupos 
musculares.
V. O C.G. é um ponto imaginário que por meio 
da gravidade atrai a pessoa ou o implemento 
para o solo. 
Agora, assinale a alternativa que expõe as afirma-
ções verdadeiras:
a. I e II
b. II e III
c. I e III
d. I e V
e. II e V
2. Assinale a alternativa que apresenta correta-
mente o significado do termo parábola ou pa-
rabólico.
a. Um ângulo maior de lançamento.
b. A diferença entre movimento linear e angular.
c. Todos os tipos de movimento retilíneo.
d. Uma trajetória linear.
e. O percurso do C.G. em uma trajetória do cor-
po ou objeto.
3. Assinale a alternativa que apresenta, cor-
retamente, uma afirmação sobre as leis do 
movimento:
a. A lei da aceleração e a lei da reação têm o 
mesmo efeito sobre uma corrida.
b. Maior força significa maior aceleração. Esta 
afirmação diz respeito à primeira lei de New-
ton.
c. Para cada ação existe uma reação igual no 
sentido oposto. Esta afirmação qualifica a fase 
de impulso na corrida de velocidade.
d. A segunda lei de Newton diz respeito à inércia.
e. Nenhuma afirmação anterior está correta.
4. Foi possível, na unidade I, entender a origem 
do atletismo, que se confunde com a história 
do próprio ser humano. Também foi possível 
entender a aplicabilidade e a função pedagógi-
ca desta disciplina no âmbito escolar.
A origem do atletismo retrocede até a origem 
do gênero humano, quando os primeiros ha-
bitantes tinham de se alimentar caçando, lan-
çando objetos, correndo, ora atrás, ora à frente 
dos animais, saltando obstáculos e riachos a 
fim de se proteger e aos outros. 
Leia a afirmação a seguir:
O atletismo enquanto competição, que os ingleses 
chamam de athletics sports e os americanos de tra-
ck and field contests, tem o seu início em uma época 
mais próxima – mesmo que possamos encontrar 
vestígios de competição de atletismo há 40 séculos 
atrás, de vários povos da Ásia e da África –. Os egíp-
cios praticavam um atletismo primitivo, embora te-
nha durado muito pouco tempo.
 31
atividades de estudo
Por este motivo:
O atletismo moderno originou-se, segundo relatos, 
em 1886, com a criação do Amatheur Athletic Club, 
fundado com o propósito determinado a organizar 
campeonatos nacionais na Inglaterra, que ocorre-
ram naquele ano. As primeiras descrições dos Jogos 
Londrinos são datadas do séc. XII. O rei Henrique II 
os patrocinava e eram, oficialmente, competições 
de lançamentos de martelo de ferro com cabo de 
madeira, pedra, barra e sem cabo. O rei Henrique 
V era um admirador de corridas e Henrique VII um 
especialista em lançamento de martelo. 
Agora, assinale a afirmação correta:
a. A primeira afirmação é verdadeira e a segun-
da justifica a primeira.
b. Ambas as afirmações são verdadeiras e a se-
gunda só existe em função da primeira.
c. Ambas as afirmações são falsas.
d. A primeira afirmação é verdadeira, a segunda 
também, entretanto a segunda não se justifica 
em função da primeira.
e. A primeira afirmação é falsa, a segunda ver-
dadeira.
5. O atletismo é um esporte que muitas vezes é 
negligenciado na Educação Física, principal-
mente na escola. Os motivos que levam a esta 
afirmação são vários. Assinale a alternativa que 
apresenta esses motivos.
a. Falta estrutura.
b. Falta conhecimento dos professores.
c. Falta motivação dos alunos.
d. Falta cultura esportiva e social.
e. Todas as anteriores.
6. Correr, saltar e lançar são atividades naturais 
do homem. Entretanto, é necessário conhe-
cer aspectos biomecânicos complexos para 
ensinar as técnicas quando associadas às re-
gras do atletismo. Neste contexto, é possível 
afirmar que: 
a. A corrida exige do indivíduo mais que conhe-
cimento. Os aspectos mecânicos podem ser 
melhorados quando são realizados exercícios 
técnicos de corrida.
b. Todos os saltos são iguais sob o ponto de vista 
técnico.
c. Os saltos podem ser verticais e horizontais, os 
verticais são saltos em distância e os saltos de 
altura e horizontais são os com vara e triplo, 
respectivamente.
d. Os lançamentos são atividades de fácil exe-
cução, pois não exige conhecimento técnico 
e pedagógico para serem efetuados, segundo 
suas regras.EDUCAÇÃO FÍSICA 
32 
Carruagens de Fogo
Ben Cross, Ian Charleson, Nicholas Farrell mais
Direção: Hugh Hudson
Ano: 1981
Gênero: Drama, Histórico, Esporte
Sinopse: As Olimpíadas de 1924, a serem realizadas em Paris, 
aproximam - se. Eric Liddell (Ian Charleson) e Harold Abrahams 
(Ben Cross) pretendem disputá-la, mas seguem caminhos bem 
diferentes. Liddell é um missionário escocês que corre em de-
voção a Deus. Já Abrahams é fi lho de um judeu que enriqueceu 
recentemente e deseja provar sua capacidade para a socieda-
de de Cambridge. Liddell corre usando seu talento natural, en-
quanto que Abrahams resolve contratar um treinador pessoal. 
Ambos seguem as eliminatórias sem problemas, até que uma 
das classifi catórias de Liddell é marcada para domingo. Ele se 
recusa a competir, por ser este um dia santo. Percebendo a si-
tuação, um nobre oferece a Liddell sua vaga na disputa dos 400 
metros. Ele aceita e vence a corrida, assim como Abrahams. A 
partir de então, os dois integram a equipe do Reino Unido para 
as Olimpíadas.
 33
referências
AMADIO, A. C.; SERRÃO, J. C. Contextualização da biomecânica para investi-
gações do movimento: fundamentos, métodos e aplicações para análise da técni-
ca esportiva. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes, São Paulo, v. 21, 
n. 61, p. 61-85, dez. 2007.
CABRAL, L. A. M. Os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga: Olímpia Antiga e os 
Jogos Olímpicos. São Paulo: Odysseus Editora, 2004.
FREITAS, F. F. de; LOBO, P. H. D. da. O Conteúdo Biomecânico na Educação 
Física Escolar: Uma Análise a Partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Re-
vista Paulista de Educação Físic., São Paulo, n. 14, p. 65-71, jan.-jun. 2000.
HALL, S. J.; TARANTO, G. Biomecânica básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2000. 417 p.
IAAF. Material didático apresentado e disponibilizado no curso de formação 
de treinadores nível 1. Bragança Paulista: International Association of Athletics 
Federations, 2009.
MATTHIESEN, S. Q.; RANGEL, I. C. A.; DARIDO, S. C. Atletismo: teoria e 
prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 221 p.
MÜLLER, H.; RITZDORF, W. Correr! saltar! lanzar!: la guía IAAF para la en-
señanza del atletismo. Santa Fé: Federacion Internacional de Atletismo Amateur, 
2000. 199 p.
OLIVEIRA, H. G. de. O Atletismo no Ensino Superior. In: MARTINS JÚNIOR, 
J.; PEREIRA, J. da S. N. (Orgs.). Curso de Educação Física do Cesumar: 10 anos 
de História. Maringá: Centro Universitário de Maringá, 2013. p. 85-95.
SCHWARTZ, G. M. Atividade Lúdica. In: GONZÁLEZ, F. J.; FENSTERSEIFER, 
P. E. (Org.). Dicionário Crítico de Educação Física. Ijuí: Editora Unijuí, 2005, p. 
35-37.
THOMPSON, P. Introdução à Teoria do Treino. [S.I.]: IAAF, 1991.
UNESCO. Biomecânica do movimento humano. Brasília: Fundação Vale, 
UNESCO, 2013. 36 p. (Cadernos de referência de esporte; 9).
34 
referências
Referências On-line
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Acesso em: 15 abr. 2016.
² Em: <http://cbat.org.br/atletismo_escolar/default.asp>. Acesso em: 20 jan. 
2016.
³ Em: <http://slideplayer.com/slide/7648987/>. Acesso em: 19 abr. 2016.
4 Em: <http://www.educacaofisicanaveia.com.br/equilibrio-de-um-corpo-so-
bre-uma-superficie-de-apoio/>. Acesso em: 19 abr. 2016.
5 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Knossos_frise_taureau-edit.
png>. Acesso em: 12 jun. 2016.
6 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:AGMA_Sauteur.jpg?uselan-
g=pt-br>. Acesso em: 12 jun. 2016.
7 Em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos_Ol%C3%ADmpicos_de_Ver%-
C3%A3o_de_1928>. Acesso em: 12 jun. 2016.
 35
gabarito
1. D
2. E
3. C
4. D
5. E
6. A
Professor Me. Humberto Garcia de Oliveira
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Fundamentos das Corridas
• Saída de Blocos para as Corridas de Velocidade
• Corrida sobre Barreiras
• Corrida de Revezamentos
Objetivos de Aprendizagem
• Analisar as atividades motrizes básicas das corridas.
• Conhecer a técnica da saída de bloco (saída baixa).
• Conhecer as fases das corridas sobre barreiras.
• Conhecer as técnicas das corridas e passagens de bastão.
FUNDAMENTOS DAS CORRIDAS, 
SAÍDA DE BLOCOS, BARREIRAS E 
REVEZAMENTOS
II
unidade
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), nesta unidade você deverá analisar, identificar e co-
nhecer as corridas rasas, com barreiras e o revezamento, identificando 
as fases e os processos pedagógicos e, com isso, conhecer todos os as-
pectos para o processo ensino-aprendizagem deste grupo que compõe 
a disciplina de atletismo. É importante que se pratique principalmente os exercí-
cios contidos nesta unidade, para melhor compreensão dos movimentos. A prá-
tica leva ao entendimento apurado dos exercícios propostos.
Correr é considerada uma atividade natural, e se comparada à outras ativi-
dades, a princípio parece ser fácil. Contudo, não há nada de simples em correr 
quando colocamos em prática os aspectos mecânicos envolvidos no exercício. 
As corridas são consideradas atividades cinéticas cíclicas (movimentos repetidos 
sistematicamente). Entretanto, deixa de ser cíclica e simples quando associamos 
as corridas às barreiras, aos obstáculos, em passagem de bastão nos revezamentos 
e, ainda, precedida por saídas de blocos na partida (nas corridas de velocidade).
A mecânica de corrida é uma soma total da constituição corporal do indi-
víduo: força, potência, mobilidade articular, coordenação e até a capacidade de 
relaxamento muscular. Pode-se dizer que a corrida reflete a personalidade do 
indivíduo: cada um tem um estilo próprio, como se fosse uma impressão digital. 
Isso se torna próprio à medida que a mecânica da corrida evolui. A forma e o 
estilo de corrida é em grande parte uma qualidade treinável.
O objetivo principal em todas modalidades de corrida é maximizar a ve-
locidade média ao longo do percurso. Nas corridas de velocidade (100 m, 
200 m e 400 m), o objetivo é alcançar e manter a velocidade máxima durante 
o percurso. Nas corridas que possuem as barreiras (100 m, feminino, 110 
m, masculino, e 400 m, em ambos os gêneros), a concentração deve ser a 
mesma, porém, adicionar as passagens sobre as barreiras. Em distâncias 
mais longas (800 m, 1.500 m, 5.000 m, 10.000 m e maratona, com percur-
so de 42.195 m), o corredor deverá otimizar a distribuição do esforço ao 
longo da distância a percorrer.
EDUCAÇÃO FÍSICA 
40 
Com objetivo de conhecer a estrutura de uma pista ofi cial de atletismo, a fi gura 1 
apresenta o esquema dos locais de prática. Uma pista de atletismo é formada por 
competições em pista e campo contudo, as corridas de velocidade em qualquer 
uma das distâncias são realizadas na pista.
FUNDAMENTOS 
DAS CORRIDAS
Figura 1 – Esquema que representa a pista de atletismo
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 41
As corridas são formadas por duas fases: apoio e suspensão, conforme exposto na 
fi gura 2. 
Figura 2 – Corridas de Velocidade
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
As corridas de meia e longa distância também contam com as duas fases men-
cionadas.
Figura 3 – Sequência completa das corridas de velocidade fundo
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Na fase de apoio, à frente, há uma desaceleração do movimento contínuo do corpo 
que deve ser minimizado por um apoio rápido e ativo do terço anterior do pé, no 
solo. Durante esta fase do passo, a energia é poupada nos músculos enquanto a 
perna se fl exiona para absorver o impacto, este processo é conhecido por amor-
tização. A fase de impulsão tem a função de acelerar o corpo. O objetivo desta 
fase é exercer a maior força possível contra o solo em um menor espaço de tempo 
possível: a força é produzida pela contração muscular e pela liberação de energia 
acumulada nomomento da extensão de todas as articulações do tornozelo, joelho 
e quadril – em combinação com uma ação de balanço ativo da perna contrária e 
uma ação dinâmica e coordenada dos braços.
Apoio suspensão Apoio
suspensãoApoio Apoio
EDUCAÇÃO FÍSICA 
42 
O ensino da técnica de corrida é introduzido a partir de habilidades que estão 
relacionadas com os exercícios de coordenação de corrida de velocidade. Como 
não há uma forma pedagógica de treinar todos os movimentos ao mesmo tempo, 
são utilizados exercícios com foco nos aspectos específicos. Os objetivos destes 
exercícios são:
• Melhorar a velocidade de reação.
• Aumentar a frequência da passada. 
• Aumentar a amplitude da passada.
Essas características podem ser melhoradas por meio de exercícios condicionan-
tes que têm como objetivos:
• Melhorar a ação do pé de apoio, que deve ser rápido. 
• Executar a extensão total das articulações do tornozelo, joelho e quadril.
• Realizar a ação dinâmica e descontraída dos braços. 
• Manter a posição do tronco proporcional à velocidade da corrida.
Os exercícios condicionantes devem fazer parte de quase todas as práticas das 
corridas. Esses exercícios são denominados de exercícios básicos de coordenação. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 43
Figura 4 – Exercícios técnicos condicionantes das corridas de velocidade
Calcanhar atrás
Elevação alta do joelho Elevação do joelho com chute
Elevação baixa do joelho
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Observação importante: todos os exercícios devem ser feitos de forma 
dinâmica e com deslocamento linear.
Carga: 3 repetições 20 a 30 minutos com intervalo de 45 segundos.
EDUCAÇÃO FÍSICA 
44 
Nas corridas de velocidade de 100 metros até as provas de 400 metros, incluindo 
as provas de corridas sobre barreiras (100 m, feminino, 110 m, masculino, e 400 
metros, para ambos) é regulamentado que todos devam realizar a saída dos blo-
cos de partida. A seguir, você conhecerá a técnica de saída dos blocos de partida.
A técnica de partida nos blocos é formada por fases que estão conectadas 
à voz de comando dada pelo árbitro de partida, como mostra a fi gura 5.
SAÍDA DE BLOCOS 
PARA AS CORRIDAS
DE VELOCIDADE
Figura 5 – Sequência completa da saída baixa (dos blocos de partida)
Aos seus 
lugares partida aceleraçãoprontos
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
A Partida de Blocos, exposta na fi gura 5, divide-se em quatro fases: (1) posição 
“aos seus lugares”; (2) posição “prontos”; (3) partida; e (4) aceleração. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 45
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Objetivo: encontrar a posição inicial mais apropriada.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
• Ambos os pés devem estar em contato com o chão.
• O joelho da perna de trás deverá estar apoiado no chão. 
• As mãos são colocadas no chão, ligeiramente mais afastadas do que a lar-
gura dos ombros e os dedos devem estar arqueados.
• A cabeça deve estar ao nível das costas e o aluno deve olhar diretamente 
para o chão.
Na posição “aos seus lugares”, o aluno tem de se colocar nos blocos de partida e 
defi nir a posição inicial. Na posição de “prontos”, o aluno move-se colocando-se 
na posição ideal para a partida. Na fase da partida, o aluno abandona os blocos 
e realiza a primeira passada de corrida. Na fase de aceleração, o aluno aumenta 
a velocidade e faz a transição para a corrida de velocidade máxima. Em posição 
“aos seus lugares”, veja a fi gura 6.
Figura 6 – Visão lateral e frontal da posição “aos seus lugares”
EDUCAÇÃO FÍSICA 
46 
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Posição de “prontos”, veja a fi gura 7.
Figura 7 – Visão lateral da fase de “prontos” na saída do bloco de partida
Objetivo: o atleta deve colocar-se na posição ideal para iniciar a corrida.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
• Os pés devem pressionar os blocos para trás.
• O joelho da perna da frente deve fazer um ângulo de 90º.
• O joelho da perna de trás deve fazer um ângulo de 120º-140º.
• O quadril deve estar ligeiramente mais alto que os ombros e o tronco deve 
estar inclinado para a frente.
• Os ombros devem estar ligeiramente adiantados em relação às mãos. 
Fase de aceleração
Figura 8 – Sequência dos primeiros passos na fase de aceleração
Objetivos: aumentar a velocidade para que haja uma transição efi caz para a corri-
da de velocidade máxima.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 47
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
• O pé da frente deve ser rapidamente colocado no terço anterior para a pri-
meira passada de corrida.
• O aluno deve manter a inclinação do tronco à frente.
• A recuperação deve ser rápida, o pé não deve subir mais que o joelho.
• A amplitude e a frequência das passadas aumentam a cada passada.
• O tronco endireita-se gradualmente após 10-20 m de corrida.
EXERCÍCIOS PEDAGÓGICOS CONDICIONANTES
Exercícios de reação:
Objetivos: melhorar a capacidade de reação e aceleração.
Ao sinal, o aluno deverá reagir rapidamente; o sinal deverá ser auditivo, visual 
e tátil. Pode ser feito individualmente ou em grupo e também com perseguições. 
Variar as posições: deitado, sentado, em pé etc.
Figura 9 – Exercícios condicionantes de reação e aceleração
Exercícios de aceleração partindo parado
Objetivos: compreender a elevação do tronco e melhorar a aceleração.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
EDUCAÇÃO FÍSICA 
48 
Como sugere a fi gura 10:
1. Partida em desequilíbrio sem ordem de partida.
2. Partida de pé em posição inclinada.
3. Partida de pé com três ou quatro apoios.
1 2 3
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Figura 10 – Exercícios condicionantes partindo da posição “em pé”
Método para ensinar a sequência completa:
Passo 1 – Ensinar a posição nos blocos de partida.
Passo 2 – Ensinar a posição de prontos no bloco de partida.
Passo 3 – Correr 20 a 30 metros com e sem voz de comando.
Passo 4 – Realizar a sequência completa unindo todas as fases:
• “Aos seus lugares”.
• “Prontos”.
• “Sinal auditivo de partida”.
• “Aceleração” – 20 a 30 metros.
Figura 11 – Sequência completa da saída nas provas de velocidade
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 49
EDUCAÇÃO FÍSICA 
50 
É uma modalidade que teve origem na Inglaterra e 
foi inspirada nas competições hípicas. Em meados 
do século XIX, as barreiras eram feitas de madeira 
enterradas no solo, medindo normalmente 3 pés 
e 6 polegadas (1,067 m) esta altura se mantém 
até hoje. Os materiais foram evoluindo e ainda 
hoje as barreiras evoluem à medida da necessi-
dade. As técnicas de transposição das barreiras 
evoluíram das formas mais diversas, até que, em 
1886, um estudante da Universidade de Oxford, 
chamado Arthur Croome, criou o estilo de atacar 
a barreira com a perna extendida que se mantém 
até aos nossos dias (MATTHIESEN; RANGEL; 
DARIDO, 2014).
CORRIDA 
SOBRE BARREIRAS
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 51
A técnica das corridas sobre barreiras são for-
madas por três fases: impulsão, transposição e 
recepção. Entretanto, um elemento-chave que 
deve ser considerado é a velocidade (ou a cor-
rida entre as barreiras). O objetivo principal da 
transposição das barreiras é de minimizar o tem-
po de suspensão. Para que isto, ocorra de forma 
rápida é necessário que se domine a técnica, pois 
ela permitirá o atleta a cumprir este objetivo 
(LOHMANN, 2011).
Sequência completa
Figura 12 – Sequência completa da transposição sobre as barreiras
impulsão Transposição Recepção
Fase de impulsão
Objetivo: estabelecer uma trajetória ideal que mini-
mize a altura da passagem.
Para que isto ocorra de forma tecnicamente ade-
quada, é necessário que:
• Mantenha a posição alta do tronco quando 
atacar à barreira. 
• A impulsão deve ser feita mais para a fren-
te do que para cima (correr paraa barreira 
e não saltar). As articulações do tornozelo, 
joelho devem estar em extensão completa. A 
coxa da perna da frente eleva-se rapidamente 
para posição horizontal.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Figura 13 – Fase de ataque à barreira (a seta indica a 
direção da corrida) 
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
EDUCAÇÃO FÍSICA 
52 
Fase de transposição
Objetivo: minimizar a perda de tempo na suspensão da transposição.
Para isto, a impulsão é feita à frente da barreira pelo terço anterior do pé. A 
impulsão é feita a uma distância proporcional à velocidade de corrida. Após a 
transposição, o aluno deverá abaixar rápida e ativamente a perna que está à frente. 
A recepção deve ser ativa e feita pelo terço anterior do pé (não deve haver contato 
do calcanhar com o solo durante a recepção).
Transposição com ênfase na perna de ataque (perna que está extendida)
Figura 14 – Visão lateral de ataque e transposição da barreira
Vista frontal
Figura 15 – Visão frontal do ataque e transposição sobre barreiras
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Objetivos: enfatizar a inclinação para a frente e diminuir o tempo gasto na trans-
posição da barreira.
Nesta posição, a perna de ataque deverá fi car totalmente estendida sobre a 
barreira e após a transposição. O pé deverá fi car fl exionado. O tronco deverá in-
clinar-se sobre a coxa da perna de ataque, quanto mais alta a barreira maior deverá 
ser a inclinação. Os ombros deverão estar paralelos às barreiras.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 53
Transposição com ênfase na perna de rebote (perna que está fl exionada)
Figura 16 – Transposição com ênfase na perna de rebote (perna que está fl exionada)
Objetivos: minimizar a altura que se passa a barreira e preparar para uma 
recepção ativa.
Nesta posição, o joelho está fl exionado e o pé da perna de rebote (1) também; 
o joelho deve ser puxado muito rapidamente para cima e para frente (2).
Fase de Recepção
Figura 17 – Fase de recepção
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Objetivo: transferir a passagem da barreira para a corrida.
Neta fase, a perna de apoio deve estar bem rígida. O apoio no solo é feito 
pelo terço anterior do pé (1). O tronco não deve inclinar para trás no momento 
da recepção. A perna de trás se mantém fl exionada até o contato com o solo da 
perna da frente, depois é puxada rápida e ativamente para a frente (2), o contato 
com o solo é breve e a primeira passada é agressiva.
EDUCAÇÃO FÍSICA 
54 
Exercícios Técnicos Pedagógicos para o Apren-
dizado
Transposição da barreira
Exercícios para a perna de rebote:
Objetivo: aprender e melhorar a ação da perna de 
rebote.
• Começar com exercícios em pé sem barreira.
• Aumentar a altura da barreira. 
• Realizar o exercício caminhando, depois cor-
rendo em ritmo moderado.
• Repetir até que o aprendizado esteja completo.
Figura 18 – Exercícios técnicos pedagógicos para 
perna de rebote
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Exercícios para ambas as pernas:
Objetivo: treinar a perna de rebote e a perna de ata-
que simultaneamente.
• Colocar barreiras ou obstáculos de acordo 
com a fi gura 19.
• Passar ambas as pernas com alturas diferentes.
• Utilizar bolas na parte onde passa a perna 
de rebote.
• Repetir quantas vezes for necessário até o 
aprendizado.
Figura 19 – Exercícios condicionantes para ambas 
as pernas
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 55
Sequência completa com transposição e ritmo de 3 passos.
Objetivo: aprender a sequência completa de transposição no ritmo de 3 passos.
• Colocar 3 a 5 barreiras ou obstáculos com distância entre 5-7 metros.
• Utilizar barreiras baixas no início até o domínio completo e depois ir au-
mentando gradualmente a altura das barreiras ou obstáculos.
• Aumentar gradativamente a distância entre as barreiras até o limite.
Figura 20 – Sequência de transposição em três barreiras 
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
“A perseverança não é uma longa corrida; ela é muitas corridas curtas, uma 
depois da outra.”
(Walter Elliott)¹
REFLITA
EDUCAÇÃO FÍSICA 
56 
As únicas modalidades do atletismo que são cole-
tivas são os revezamentos, realizados nas distâncias 
de 4 x 100 metros e 4 x 400 metros. A corrida de 
revezamento tem raízes na Grécia Antiga, nas Pana-
teneias realizadas em homenagem à deusa Atena, e 
incluía no programa de atletismo uma prova de re-
vezamento chamada de “Corrida das Tochas”.
CORRIDA DE 
REVEZAMENTOS
Fonte: A tocha… (2004, on-line)².
A prova era disputada por cinco equipes, 
compostas de quarenta atletas cada. A chama não 
podia apagar e o vencedor iria acender a foguei-
ra colocada no altar de Prometeu, localizado no 
marco da chegada. 
Na Era Moderna, a primeira corrida de reve-
zamento ocorreu em 17 de novembro de 1883, em 
Berkeley, Califórnia - EUA. Na Olimpíada de 1908, 
uma corrida de revezamento de 1.600 metros foi 
incluída no programa atlético. As distâncias foram 
800, 200, 200 e 400 metros. Em 1912, nos Jogos de 
Estocolmo, os revezamentos de 4 x 100 e 4 x 400 me-
tros estrearam e permanecem até os tempos atuais 
na programação olímpica ofi cial.
A sequência completa de passagem é apresenta-
da na fi gura 21.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 57
Figura 21 – Visão geral da pista e ponto das passa-
gens do bastão
As fases da passagem são: preparação, aceleração e 
passagem.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002).
Sendo que, na fase de preparação, o aluno que se 
aproxima mantém a velocidade e quem irá receber 
o bastão coloca-se na posição de partida. Na fase de 
aceleração, os corredores sincronizam as suas velo-
cidades, mantendo a velocidade de quem irá entre-
gar e maximizando a aceleração do corredor que irá 
receber. Na fase de passagem, o bastão é entregue 
com a técnica específi ca, o mais rápido possível.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Características das passagens alternadas
Objetivo: maximizar a passagem do bastão.
• O primeiro corredor leva o bastão na mão di-
reita e se aproxima do segundo corredor pela 
parte interna da sua raia (passagem interior).
• O segundo corredor recebe o bastão na mão es-
querda e se aproxima do terceiro corredor pela 
parte externa da sua raia (passagem exterior).
• O terceiro corredor recebe o bastão na mão 
direita e se aproxima do quarto corredor pela 
parte interna da sua raia (passagem interior).
• O quarto corredor recebe o bastão na mão 
esquerda.
Zonas de aceleração e passagem
Objetivos: realizar uma passagem efi ciente e de 
acordo com as regras.
Da primeira marca até a segunda: zona de ace-
leração (10 metros).
Figura 22 – Início e fi m da zona de passagem do bastão
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
EDUCAÇÃO FÍSICA 
58 58 
Da segunda marca até a terceira: zona de passa-
gem ou entrega do bastão (20 metros).
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
• O bastão deve ser passado na zona de passa-
gem – 20m. 
• O corredor que vai receber o bastão deve es-
perar dentro da zona de aceleração – 10m.
• O corredor que irá receber o bastão deve 
colocar uma marca antes da zona de ace-
leração, para partir quando seu companheiro 
cruzar esta marca. 
• A marca é colocada entre 15 - 25 pés a partir 
do início da zona de aceleração do lado da 
pista em que corre seu companheiro.
Descrevendo as fases
Fase de preparação
Objetivo: preparar para uma passagem rápida e 
segura.
Características técnicas
• O corredor que entrega o bastão se aproxima 
em alta velocidade.
• O corredor que irá receber o bastão deve co-
locar-se na posição de partida (apoiado nos 
terços anteriores dos pés com os joelhos fl e-xionados e inclinado para frente).
• O aluno que irá receber o bastão deve olhar 
para a marca e partir quando seu compa-
nheiro cruzar esta marca.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Figura 23 – Fase de preparação na passagem do re-
vezamento 4 x 100 m
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 59
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Fase de aceleração
Objetivos: manter a velocidade máxima e dar com precisão a “voz de comando”, 
bem como encontrar a velocidade ideal para a passagem.
Características técnicas
• A aceleração do corredor que recebe o bastão deve ser consistente.
• O corredor que entrega o bastão deve dar “voz de comando” para o com-
panheiro que irá receber, quando estiver na distância exata para a entrega.
• O corredor que irá receber o bastão estende o braço para trás (de acordo 
com a técnica utilizada), o companheiro entrega-lhe o bastão.
Figura 24 – Fase de aceleração no revezamento 4 x 100 m 
Fase de passagem do bastão
Objetivos: realizar uma passagem rápida e segura.
Características técnicas
• O corredor que entrega concentra-se na mão do que recebe.
• O corredor que entrega coloca o bastão na mão do que recebe.
• O corredor que recebe deve segurar o bastão ao sentir seu contato.
• Ambos devem permanecer no seu lado da pista durante a passagem.
• O corredor que entrega o bastão deve permanecer na sua raia até terminar 
todas as passagens.
Figura 25 – Fase de passagem do bastão no revezamento 4 x 100 m
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
EDUCAÇÃO FÍSICA 
60 
Técnicas de passagem do bastão
Passagem ascendente – passagem relativamente 
segura
Objetivo: realizar uma passagem rápida e segura.
Características técnicas desta passagem:
• A mão do corredor que recebe é estendida 
para trás ao nível do quadril.
• O corredor deve entregar o bastão de forma 
ascendente (de baixo para cima) e colocá-lo 
entre o indicador e o polegar de quem recebe. 
Nesse momento, o polegar e o indicador de-
vem estar bem afastados.
• Durante a passagem, a distância entre ambos 
é de cerca de 2 m. 
Figura 26 – Movimento ascendente da entrega do 
bastão no revezamento 4 x 100 m
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Passagem descendente – passagem utilizada por 
atletas experientes
Objetivo: realizar uma passagem rápida e segura.
Características técnicas desta passagem:
• A mão do corredor que recebe é estendida 
para trás na horizontal, com a palma da mão 
virada para cima.
• O corredor deve entregar o bastão de forma 
descendente (de cima para baixo) e colocá-lo 
na palma da mão, que deve estar bem aberta 
– de quem recebe. 
• Durante a passagem, a distância entre ambos 
é de cerca de 2 m. 
Figura 27 – Movimento descendente da entrega do 
bastão no revezamento 4 x 100 m
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 61
Resumo da passagem do bastão (visão completa)
Os corredores devem sincronizar a velocida-
de dentro dos 30 m, que compreendem a zona 
de aceleração e a zona de passagem. O ponto 
de passagem ideal entre ambos, se forem prin-
cipiantes, é no meio dos 20 m da zona de pas-
sagem. Para os mais experientes, o ponto de 
passagem ideal é no último terço da zona de 
passagem. A colocação correta da marca e uma 
aceleração consistente são segredos para uma 
passagem de sucesso.
Figura 28: Aproximação e entrega do bastão na zona 
de passagem no revezamento 4 x 100 m
Exercícios para o aprendizado
1º Exercício:
• Um grupo corre ao acaso em um área de 40 
m. Um bastão para cada dois alunos.
• Os alunos devem passar o bastão pela frente, 
pelo lado e por trás.
• Trabalhando em pares, devem praticar a 
passagem visual em um zona de 20 m. Veja 
a fi gura 29.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Figura 29 – Exercício lúdico de prática de entrega 
do bastão
2º Exercício:
• Em pares, entregar e receber o bastão, pri-
meiro andando e depois trotando.
• Introduzir as técnicas de passagem “ascen-
dente” e “descendente”.
• Repetir o exercício em grupos de quatro, pas-
sando o bastão direita-esquerda.
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
EDUCAÇÃO FÍSICA 
62 
Figura 30 – Exercício de passagem do bastão após sinal auditivo
3º Exercício:
Passagem com velocidade progressiva
• Trabalho em pares.
• Passar o bastão a uma velocidade média para aumentar a velocidade aos 
50 – 70 m (2 a 3 passagens). 
• Utilizar as duas técnicas diferentes de passagem: “ascendente” e “descendente”. 
Figura 31 – Exercício de passagem do bastão com velocidade progressiva 
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
4º Exercício:
Defi nindo a marca de aceleração
• Colocar a marca e treinar as saídas da posição de partida.
• Utilizar várias posições de partida (sem contato com o solo, com uma ou 
com as duas mãos).
• O aluno que entrega se aproxima em alta velocidade.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 63
Figura 32 – Exercício de prática da marca de aceleração de quem recebe e aproxi-
mação de quem passa o bastão no revezamento 4 x 100 m
5º Exercício:
Sequência completa para praticar em modelos de jogos e competições.
• Equipes de quatro alunos em raias separadas com e sem adversários.
• Utilizar distâncias diferentes (4 x 50 m ou 4 x 75 m) e diferentes velocidades.
Figura 33 – Sequência completa da passagem do bastão nas corridas de reveza-
mento 4 x 100 m
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000).
64 
considerações finais
E
ncerramos a unidade II com o estudo e aprendizado dos conceitos e 
definições, bem como as técnicas, processos pedagógicos, exercícios 
e outras informações importantes. Espero que você tenha adquirido 
conhecimento suficiente para a aplicação teórica e prática de todos os 
assuntos abordados até aqui. Tanto a teoria quanto a prática são importantes para 
o processo ensino-aprendizagem, por isso, é necessário o bom entendimento de 
todas as informações contidas nesta unidade. É facil correr? A resposta deveria 
ser sim. Entretanto, a corrida, sob viés esportivo, exige técnica. Apesar de ser 
um gesto natural, o aspecto mais importante é a formação de um movimento 
de corrida nos padrões mecânicos adequados. A corrida exige força muscular, 
potência, mobilidade articular, ritmo, coordenação e relaxamento. Também au-
xilia na execução de todas as atividades esportivas que contenham o ato de cor-
rer. Ela é como se fosse uma impressão digital: cada pessoa desenvolverá, após 
o aprendizado da técnia, seu próprio estilo de corrida. É importante conhecer a 
técnica e, para isto, você precisa praticar para melhor compreensão dos movi-
mentos. Sozinho ou em grupo, é importante que o faça. A sequência pedagógica 
fornecida passo a passo é um importante instrumento de informações inseridas 
no processo ensino-aprendizagem. As corridas de velocidade e sem barreiras, 
as corridas com barreiras e o revezamento compõem um importante grupo de 
provas do atletismo que sustentará vários outros elementos-chave para as outras 
modalidade do atletismo. Assim, a unidade II torna-se um importante capítulo 
para que as informações sejam processadas como um todo. As corridas, princi-
palmente as de velocidade, juntamente com as barreiras, servem de base para os 
saltos – componente da unidade III.
 65
LEITURA
COMPLEMENTAR
Fonte: Greco, Moraes e Conti (2013, p. 338).
Para o estudo do atletismo, partimos do conhecimen-
to de seus aspectos técnicos, mas, para o ensino da 
modalidade no ambiente escolar são necessários os 
aspectos lúdicos e inclusivos. Assim, apresentamos 
algumas atividades como sugestão. É importante que 
ao serem aplicadas na escola, cada atividade esteja ali-
nhada com o planejamento da disciplina de Educação 
Física – e adequadas às fases

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