Buscar

DM, HAS, IAM, CÂNCER (COLÓN, RETO, BRÔNQUIOS E PULMÕES)

Prévia do material em texto

DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Hipertensão arterial sistêmica; 
DM e Infarto agudo do miocárdio (IAM) prévio (há 10 anos);
Neoplasia maligna do colón e reto;
Neoplasia maligna dos brônquios e dos pulmões;
FISIOPATOLOGIA
 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA 
A hipertensão é a presença de pressão arterial sanguínea persistentemente elevada, devido alterações na sístole e diástole. Para ser definida como hipertensão, a pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 e a pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mm Hg (quando PAS - PAD >= a 50 mmHg), sendo que os valores considerados normais são 120/80 mm Hg. 
Fisiopatologia: Os determinantes da pressão são o débito cardíaco e a resistência periférica, e qualquer alteração em ambos, interfere na manutenção dos níveis de pressão. Os maiores reguladores são o sistema nervoso simpático (para controle a curto prazo) e os rins (para controle a longo prazo). Quando os mecanismos reguladores falham, desenvolve-se a hipertensão. A hipertensão arterial é decorrente de falhas nos barorreceptores, que medem a variação da pressão, dos quimiorreceptores, que medem a variação de O2, alterações funcionais no sistema nervoso simpático e do sistema renina angiotensina aldosterona. 
Sistema nervoso simpático: Em resposta a queda de pressão arterial, o sistema nervoso simpático secreta norepinefrina, um vasoconstritor que irá atuar em artérias de pequenos calibre e nas arteríolas, a fim de aumentar a resistência vascular periférica e elevar a pressão arterial. Barorreceptores: São terminais nervosos sensíveis ao estiramento e encontram-se nos vasos sanguíneos e no coração. Quando há aumento da pressão esses terminais transmitem a informação ao sistema nervoso central, o que leva ao aumento da atividade do sistema parassimpático e diminuição da atividade do sistema simpático. Ocorre, então, diminuição da frequência cardíaca e vasodilatação periférica. Quimiorreceptores: São células que detectam alterações da pressão parcial de oxigênio (pO2), excesso de dióxido de carbono (pCO2) e concentração hidrogeniônica (pH) do sangue. Vão emitir sinais excitando o centro vasomotor, que elevará a pressão arterial. Normalmente são ativados em situação de emergência, quando há risco de órgãos vitais, como na hipoxemia. 
Sistema renina angiotensina/aldosterona: O rim secreta três hormônios principais para o controle do volume sanguíneo: angiotensina, aldosterona e o ADH (hormônio antidiurético). O angiotensinogênio é produzido pelo fígado e fica armazenado dentro do mesmo, sendo uma substância precursora da Angiotensina I. Essa conversão é catalisada pela enzima renina que é liberada pelos rins para a corrente sanguínea quando o se apresenta baixa pressão arterial, tornado ativo o angiotensinogênio. A Angiotensina I não apresenta ação vascular, logo quando ela passa pelos pulmões é convertida em Angiotensina II pela Enzima Conversora de Angiotensina (ECA). A Angiotensina II se liga a receptores específicos promovendo a vasoconstrição e estimulando a liberação de Aldosterona pelo córtex supra renal. O hormônio Aldosterona promove a secreção de potássio e reabsorção de sódio. A hipófise superior libera ADH que faz com que ocorra a reabsorção da água para dentro do vaso sanguíneo, aumentando o débito cardíaco que resulta no aumento da pressão arterial. 
Fatores de Risco: Alimentação inadequada, genética, tabagismo, idade avançada. Alimentação inadequada: o sal faz com que o corpo retenha líquido, além da alimentação rica em gordura pode aumentar a carga sobre o coração. Genética: resultado de uma ou mais anormalidades dentro de um conjunto complexo de sistemas, como o transporte de eletrólitos, os mecanismos de controle simpático e endócrino, cada qual com alterações genéticas em potencial. A ocorrência de alteração em algum desses genes, ou uma combinação de alterações, resultaria na manifestação clínica de hipertensão arterial. Tabagismo: A nicotina provoca vasoconstrição e aumenta a frequência dos batimentos cardíacos. O monóxido de carbono se acumula no sangue e desloca o oxigênio dos glóbulos vermelhos, fazendo o coração bater com mais força para compensar a falta de oxigenação. Com o passar do tempo, essas substâncias tóxicas lesam as paredes internas das artérias, facilitando o acúmulo de placas de aterosclerose. Além disso, ocorre um aumento da liberação da vasopressina, adrenalina e noradrenalina, substâncias que acarretam uma elevação da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. O fumo reduz as propriedades elásticas dos vasos arteriais por agir sobre o tônus do músculo liso, tanto por ação direta, quanto por redução da produção de óxido nítrico pelo endotélio. Idade avançada: Enrijecimento dos vasos sanguíneos levando ao estreitamento da luz do vaso, aumentando a resistência vascular periférica elevando a pressão arterial.
Alimentação inadequada: O consumo de sódio em excesso faz com que o corpo retenha líquido, resultando no aumento da volemia, seguido por um aumento do débito cardíaco, elevando a pressão artérias sistêmica. 
DIABETES MELLITUS
O DM é caracterizado por altas concentrações de glicose sanguínea resultantes de defeito na secreção ou ação da insulina, um hormônio produzido pelas células beta-pancreática. 
Fisiopatologia: A insulina é responsável por estimular a captação de glicose e no fígado, músculos e tecido adiposo. Quando a glicose passa para o interior das células, ela pode ser usada a produção de energia ou ser armazenada para ser usada posteriormente. Entretanto, se não houver insulina, a glicose não consegue entrar nas células para desempenhar seu papel. 
No paciente diabético, o pâncreas não consegue liberar a quantidade necessária de insulina para o metabolismo ficar sob controle. No começo do diabetes, essa falha no processo ocorre somente quando é necessário liberar grande quantidade de insulina, fator que ocorre após as refeições principais. A medida que a doença avança, pâncreas deixa de produzir insulina. 
Antes mesmo que o organismo consiga produzir. Energia com a glicose, ela vai diretamente dos rins para a urina, fazendo o paciente urinar também em excesso e a sentir mais sede. A urina excessiva e a sede contínua, são os primeiros sintomas do diabetes, seguidos da perda de peso, provocando justamente pela falta de utilização da energia dos alimentos ingeridos.
Principais Sintomas: Poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia, desidratação, infecções frequentes, alteração visual (visão embaçada), dificuldade na cicatrização de feridas, formigamento nos pés, entre outros. 
Fatores de risco:
Idade: Apesar de estar cada vez mais prevalente em jovens, o DM2 é mais comum a partir dos 45 anos. Estudos mostram que provavelmente, a queda na massa muscular e o aumento da gordura corporal que ocorrem com o envelhecimento desempenham papel importante nestes pacientes. 
Alimentação inadequada: Baseada no consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, calorias, doces, refrigerantes e gordura saturada. 
Sedentarismo: Um indivíduo sedentário não mantém uma vida ativa, e a energia passa a ser armazenada no corpo na forma de tecido adiposo, promovendo o ganho de peso. Aliado a outros fatores de risco aumenta as chances de desenvolver a doença.
infarto agudo do miocardio
É um processo mórbido que afeta inicialmente as artérias coronárias e resulta em necrose (morte) de parte do músculo cardíaco. As artérias coronarianas, administram nutrientes e oxigênio ao coração, e quando alguma delas forem bloqueadas, pode causar o IAM.
Fisiopatologia: O infarto ocorre quando tem uma placa de ateroma na parede arterial interna (abaixo da túnica intima da artéria); quando ela é rompida ou obstruída por um trombo, irá ocasionar um bloqueio na artéria, impedindo a circulação de sangue adequada. Pode ocorrem também pela vasoconstrição de uma parte da artéria, podendo levar a baixa oxigenação dos tecidos pelo baixo volume de sangue, podendo causar um infarto.
O principal sintoma que podem ocorrer são: dor torácica, podendo ser expandida para regiões próximas como o braço,pescoço, abdômen ou costas. A dor é persistente, e pode haver outros sintomas, como sudorese fria, náusea e agitação.
Fatores predisponentes: Hiperlipidemia (colesterol total, LDL alto); hipertensão (pressão arterial acima de 140/90); DM; obesidade (quanto maior o IMC, maiores as chances de infarto); Tabagismo; Sedentárismo. Estes são fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolvimento do IAM.
Neoplasias
As neoplasias ou tumores são classificados em malignos ou benignos. Câncer é a denominação genérica usada somente para tumores malignos, e originou-se devido a capacidade de invadirem os tecidos vizinhos. O estudo das neoplasias é conhecido como oncologia (onco= massa). 
As células normais do corpo humano são capazes de se multiplicar por meio de um processo contínuo. A maioria das células crescem, multiplicam-se e morrem de maneira ordenada, entretanto essa regra não se aplica a todas as células. Algumas delas nunca se dividem, como os neurônios, já as células do tecido epitelial se dividem de forma rápida e contínua.
Fisiopatologia: A carcinogênese (desenvolvimento do câncer) é um processo biológico dividido em três fases contínuas: início, promoção e progressão. Início: transformação da célula, produzida pela interação de substâncias químicas, radiação ou vírus com ácido desoxirribonucleico (DNA) celular. A transformação ocorre de forma rápida, mas a célula permanece dormente até ser ativada por agente promotor. Promoção: as células iniciadas multiplicam-se e escapam dos mecanismos para proteger o corpo de seu crescimento e disseminação. É estabelecida a neoplasia, um tecido novo e normal sem função utilizável. Progressão: as células agregam-se e crescem, gerando eventualmente neoplasia maligna ou tumor que pode se disseminar para tecidos e órgãos distantes do processo, um processo denominado metástase.
Câncer de cólon e reto 
Esse tipo de câncer, quando descoberto precocemente, pode ser tratável e, na maioria dos casos, curável, desde que não tenha atingido outros órgãos. Geralmente esse tipo de câncer se inicia por lesões benignas (pólipos) que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção, através da colonoscopia, e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.
Prevenção: Uma dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes, além da prática de atividade física regular e o habito de evitar o consumo de bebidas alcoólicas, podem prevenir o câncer colorretal. Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal de doenças, além de obesidade e inatividade física. Também são fatores de risco doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, bem como doenças hereditárias, como poliose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem pólipos (HNPCC).
Sintomas: Suspeita de perda crônica de sangue no exame de sangue, mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação são sinais de alerta. 
Também pode ocorrer perda de peso sem razão aparente, cansaço, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar. Diante desses sintomas, procure orientação médica.
Detecção precoce: Esses tumores podem ser detectados precocemente através de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia ou retossigmoidoscopias). Esses exames devem ser realizados em pessoas com sinais e sintomas sugestivos de câncer colorretal visando seu diagnóstico precoce, ou naquelas sem sinais e sintomas (rastreamento). 
Tratamento: A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os nódulos linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema imunológico) próximos à região. Em seguida, a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é utilizada para diminuir a possibilidade da volta do tumor. O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor.
 Câncer de pulmão
 O câncer do pulmão maligno é o mais comum entre os tipos de câncer, ele está associado ao habito de fumar.
Fisiopatologia: O câncer pulmonar começa com a transformação de uma célula epitelial da via aérea. Alguns tipos câncer pulmonares se originam nos brônquios, e determinadas porções dos brônquios, como as bifurcações segmentares e locais de produção de muco, são tidos como mais vulneráveis à lesão provocada por carcinógenos. À medida que cresce, o tumor pulmonar consegue obstruir parcial ou completamente a via aérea. Um tumor pulmonar também pode provocar hemorragias, causando hemoptise. Podem ocorrer metástases iniciais para outras estruturas torácicas.
Prevenção: Uma vez que o habito de fumar representa quase 90% dos casos, não fumar é o primeiro cuidado para prevenir a doença. Em comparação com os não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20 a 30 vezes mais risco de desenvolver câncer de pulmão. Em geral, as taxas de incidência em um determinado país refletem seu consumo de cigarros.
O alto consumo de frutas e verduras podem ajudar a minimizar as chances de desenvolver um câncer. Deve-se evitar, ainda, a exposição a certos agentes químicos (como o arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila, gás de mostarda e éter de clorometil), encontrados principalmente no ambiente ocupacional.
Exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, deficiência e excesso de vitamina A doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão favorecem ao desenvolvimento desse tipo de câncer.
Sintomas: Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são a tosse e o sangramento pelas vias respiratórias. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns para o paciente. Pneumonia de repetição pode, também, ser a manifestação inicial da doença.
Diagnóstico: A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é através de raio-X do tórax complementado por tomografia computadorizada. A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser realizada para avaliar a árvore traqueobrônquica e, eventualmente, permitir a biópsia. 
REFERÊNCIAS
AGUILERA, Eduardo. Infarto agudo do miocárdio. Federação Argentina de Cardiologia 2007. Disponível em: <http://www.fac.org.ar/qcvc/publico/ap004/aguilerae.php>.
BODANESE, Luiz C.Hipertensão Arterial. Disponível em: <http://www3.pucrs.br/pucrs/files/uni/poa/famed/curr3304/hipertensaoarterial.pdf>.
BONETI, Rochele da Silva; FAGUNDES, Renato Borges. Vitamina D e câncer. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 57 (1): 71-77, jan.-mar. 2013. Disponível em: <http://www.amrigs.com.br/revista/57-01/artigo_revisao.pdf>.
CORRÊA, Gíldisse de Oliveira; FORNASARI, Margareth Lage L. Câncer endométrio. Universidade São Judas Tadeu, 2006. Disponível em: <https://www.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/036.pdf>.
FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA. Vitaminas B6, B9, B12 e metionina previnem câncer de pulmão. USP, 2010. Disponível em: <http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,vitaminas-b6-b9-b12-e-metionina-previnem-cancer-de-pulmao,580185>.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – Ministério da saúde. Câncer colorretal. 2018. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colorretal/prevencao>.
______. ABC do câncer. 2012, RJ. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/livro_abc_2ed.pdf>.

Continue navegando