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Curso Nutrição Vegetariana Nutricionista Thaisa Santos Navolar Outubro, 2011 O vegetarianismo no contexto das práticas integrativas e complementares Uma visão ampliada da saúde: • SAÚDE COLETIVA E PROMOÇÃO DA SAÚDE • Racionalidades médicas (LUZ, 1993) •Práticas Integrativas e Complementares (PIC) • Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (Portaria 971/2006) Uma visão ampliada da Nutrição: • A Segurança Alimentar e Nutricional • Agricultura familiar ecológica: Sustentabilidade • Concepção holística da Nutrição (BOSI,1994). • Leitura Humanista da Nutrição (FREITAS et al, 2008) • Educação popular em saúde (FREIRE) Visão ampliada da Nutrição: • A Nutrição Complementar Integrada: outras racionalidades nutricionais, que não fazem parte da visão dominante da Nutrição. Nutrição Complementar Integrada: -Modelos Alimentares: Práticas vinculadas a outros povos ou tradições: alimentação ayurvédica (Índia), a dietoterapia na medicina chinesa, a macrobiótica e a alimentação antroposófica. -Correntes Alimentares: Tendências de alimentação: vegetarianismo, a alimentação viva, a nutrição funcional, a fitoterapia, e o aproveitamento integral dos alimentos. Nutrição Complementar Integrada: Dietoterapia chinesa Macrobiótica Alimentação Ayurvédica Alimentação Antroposófica Fitoterapia/plantas medicinais Vegetarianismo Alimentação Viva Proposta: práticas que compõe a... Vegetariano? Mas nem um peixinho? ANTIESPECISMO ÉTICA ABOLICIONISMO ANIMAL RELIGIÃO HARE KRISHNA ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA DO MOVIMENTO DA REFORMA ESPIRITUALIDADE PRATICANTES DE YOGA E MEDITAÇÃO “Sinto que o progresso espiritual requer, em determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação dos desejos corpóreos.” (GANDHI) FRATERNIDADE- FEDERAÇÃO HUMANITÁRIA INTERNACIONAL AMBIENTE SAÚDE Tipos de dietas vegetarianas - Ovolactovegetarianos - Consomem ovos, leite e derivados. É a forma mais comum de vegetarianismo no ocidente; - Lactovegetarianos - Consomem leite e derivados. Não consomem ovos. Geralmente relacionados com filosofias indianas; - Veganos - Não consomem nenhum produto de origem animal, inclusive ovos, leite e derivados, gelatina e mel. Abstêm-se do consumo de lã, couro e produtos testados em animais; Grupos religiosos no oriente e filosóficos do ocidente. -Crudívoros: Somente consomem alimentos crús de origem vegetal; -Consumo esporádico de carne, peixe ou frango: Semi-vegetarianos; -Pessoas que incluem carnes em sua alimentação são chamadas de onívoras. Vegetarianos em números: EUA: 2,5 (HADDAD, 2003) a 6,7 % Reino Unido: 10% Brasil: 9% (IBGE, 2010) Vegetarianismo e Saúde POF: DE 1974 A 2003: CONSUMO DE FRANGO AUMENTOU EM 100% E DE EMBUTIDOS EM 300% Aumenta a incidência de câncer de endométrio, pulmão, intestino grosso, próstata, além de doenças cardiovasculares de diabetes (Bastid et al, 2011; DeStefani et al, 2010; Van Lonkhuijzen et al, 2011). POF (2009): ingestão satisfatória de proteínas, mas a ingestão excessiva de gorduras saturadas está em 82% dos brasileiros. O consumo insuficiente de fibras foi observado em 68% dos brasileiros (Ministério da Saúde, 2010). ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DIGESTIVAS: Tempo de trânsito intestinal: diminuição Volume de deposições: aumento CIRCULATÓRIAS: Pressão sanguínea: diminuição Viscosidade sanguínea: diminuição RENAIS: Taxa de filtragem glomerular: diminuição HORMONAIS: Idade da menarca: maior Idade da menopausa: maior Duração do ciclo menstrual: menor ANTROPOMÉTRICAS: Peso corporal: menor ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS LIPÍDIOS SÉRICOS: Colesterol total: diminuição LDL: diminuição Triglicerídeos: diminuição FATORES DE COAGULAÇÃO: Fibrinogênio: diminuição HORMÔNIOS SÉRICOS: Estrógenos: diminuição Testosterona: diminuição OUTROS: Uréia: diminuição Ácido úrico: diminuição Adaptado de: NAVARRO, 2010. BENEFÍCIOS DA DIETA VEGETARIANA Maior consumo de: • Frutas, verduras, cereais integrais Melhores níveis de: • Vitamina C (RAUMA et al) • Vitamina E (RAUMA et al) • Ácido fólico • Antioxidantes • Fibras • Potássio • Magnésio Menor consumo de: • Calorias (DAVEY et al, 2003) • Gorduras saturadas • Colesterol Melhores níveis de: • Colesterol total • LDL • Triglicerídeos (De BIASI et al, 2007) BENEFÍCIOS DA DIETA VEGETARIANA • Relatório ADA e Assoc. Nutricionistas do Canadá (2003): • mortes por infarto em vegetarianos: 31% em homens e 20% em mulheres (comparado com onívoros) • mortalidade por doença cardíaca em vegetarianos comparados com semiveg (consumo de peixe ou carne 1x/semana) • Níveis de colesterol: 14% mais baixos em ovolactoveg e 30% mais baixos em veganos (comparado com onívoros) BENEFÍCIOS DA DIETA VEGETARIANA • Risco de apresentar diabetes é 50% menor • Probabilidade de pedras na vesícula em mulheres vegetarianas é 2 x menor • incidência de obesidade • O consumo de carne está associado a um risco 88% maior de desenvolvimento de câncer de cólon e 54% próstata • Pressão arterial elevada • de 50% do risco de diverticulite ADA Reports. Position of the ADA: vegetarian diets. v.103, n.3, jun 2003. ALGUNS ESTUDOS... Impacto do vegetarianismo na saúde cardiovascular do brasileiro: Em 2000, 146 pessoas com idade entre 20 e 55 anos foram avaliadas. Três grupos: vegetarianos, semivegetarianos e onívoros (consomem carne diariamente). Resultados: 41,5% dos onívoros apresentaram hipercolesterolemia, contra 21,5% entre vegetarianos. Já a ocorrência de hipertensão arterial foi nula entre os vegetarianos, observada em 21,9% dos onívoros. ALGUNS ESTUDOS... Em Taiwan, 19 vegetarianos e 17 onívoros, todos saudáveis, os níveis de glicose em jejum normais, entretanto, constatam que os vegetarianos eram mais sensíveis à insulina (KUO, 2004). Na Itália, uma dieta vegetariana baixa em proteínas (0,6 g/Kg Peso/dia) em 9 pacientes diabéticos: retardou a progressão da doença renal crônica em pacientes que aguardavam transplante de rim/pâncreas (ORNISH et al, 2005). ALGUNS ESTUDOS... Universidade de Loma Linda: Revisão de estudos sobre a expectativa de vida de vegetarianos de longa duração, concluem que uma ingestão muito baixa de carne está associada com maior longevidade. SINGH, et al. Does low meat consumption increase life expectancy in humans? Am J Clin Nutr. 2003; 78 (3 sup):526S-532S). ALGUNS ESTUDOS... Universidade do Arizona (BEEZHOLD et al, 2010): 138 homens saudáveis: 70 veg e 78 onívoros Escala de depressão, ansiedade e estresse e perfil dos estados de humor Concluiu que vegetarianos tinham significativamente menos emoções negativas. DIETA VEGETARIANA NA INFÂNCIA • Leite materno de vegetarianas: similar,com níveis menores de ácidos graxos saturados (FINLEY et al, 1985). • Lactantes: relação ômega 6: ômega 3 (5- 10:1) e suplemento (LE ROY, 2010) • Suplementação de B12, ferro e vitamina D (xarope solução aquosa). • Ampliação para 20-30% da dieta de proteínas (MESSINA, 2001) DIETA VEGETARIANA NA INFÂNCIA • Crescimento de crianças ovolacto se iguala a de onívoras (TAYTER et al, 1989; SABATE et al, 1991). • Estudo com 1765 crianças e jovens de 7 a 18 anos: • Crianças veg em média 2,5 maiores do que as onívoras (meninas e meninos) SABATE, et al. Attained height of lacto-ovo vegetarian children and adolescents. Eur J Clin Nutr. 1991; 45:51-8. DIETA VEGETARIANA NA INFÂNCIA • 31 crianças de 2 a 9 anos: 30 ovolactovegetarianas 1 lactovegetariana • Resultados: • 84% das crianças com peso saudável • Não foi encontrado baixo peso ou baixa estatura • Consumo alimentar: macronutrientes, ferro, cálcio, zinco, vit. C, B12 adequados (RAMOS; NAVOLAR; HENRIQUES, 2009.) OS NUTRIENTES NA DIETA VEGETARIANA PIRÂMIDE DE HARVARD PROTEÍNAS: • Carência protéica em vegetarianos é um mito! • Aminoácidos essenciais: encontrados nos vegetais. • Combinação entre cereais (metionina) e leguminosas (lisina), não necessariamente na mesma refeição. • Recomendação: de 10 a 15% do valor energético total ingerido por dia. • Fontes: fermentados de soja, tofu, grãos integrais, leguminosas, oleaginosas, quinoa, sementes germinadas, brotos. A proteína de referência: Albumina (ovo) Altas concentrações, fazendo com que os outros alimentos pareçam que tem poucos aa essenciais! Usar o PDCAA (escore de digestibilidade da proteína corrigida para aminoácidos) Ex.: PTN da soja se equivale com a proteína da carne. BIOSSÍNTESE DE COLÁGENO: VITAMINA C PROTEÍNAS: Digestibilidade: pode ser tão alta quanto a animal para alguns alimentos Ex: Se ingerir apenas cereais integrais e atingir necessidade de calorias/dia, a proteína teria alcançado 13,32% das calorias (SLYWITCH, 2011). Estudos demonstram que não há diferença alguma na incorporação das proteínas provenientes de alimentos vegetais ou animais no organismo humano (SLYWITCH, 2011). PROTEÍNAS: PROTEÍNAS: Onívoros: tendência ao consumo elevado de proteína (12 a 18%) Vegetarianos: menor ingestão protéica, mas adequados em quantidade total de proteínas e de aminoácidos. Ovolacto: 12-14% Veganos: 10 a 12% RDA: 0,8-1,0 g/kg VEGETARIANO? SOJA NO LUGAR DE CARNE!!!??? PROTEÍNAS: FERRO • Anemia ferropriva possui a mesma incidência em onívoros e em vegetarianos • Atenção especial em gestantes e crianças e mulheres em idade fértil • Ferro heme (absorção de 15 a 35%), não heme de 2 a 20%) • Menos de 40% do ferro da carne é heme... • Altos níveis de ferro e ferritina: formação de radicais livres - risco de câncer, doenças cardiovasculares. FERRO: Quanto menos o corpo tem, mais ele absorve (principalmente ferro não heme). Quantidade real de ferro absorvido depende de (NAVARRO, 2010): - Quantidade de Fe na refeição - Estado de Fe do indivíduo - Composição dos alimentos ingeridos Biodisponibilidade de ferro: Dieta vegetariana: 10% Dieta onívora: 18% Orientações - FERRO: • Cozinhar em panela de ferro • Evitar leite/derivados (cálcio), mate e café (taninos), e vegetais com oxalato (espinafre, acelga) nas grandes refeições. • Combinação com Vitamina C (75mg – 1 laranja) por refeição triplica a absorção de ferro não heme. • Fontes: tofu, feijões, vegetais de folha verde escura, amêndoas, semente de girassol, damasco seco, figo seco, melado. AVALIAÇÃO CLÍNICA E BIOQUÍMICA • HEMOGRAMA COMPLETO • FERRITINA • Referências: 6-137ng/ml (mulheres) 18 – 464ng/ml (homens). • Sempre se basear na média. • Tratar em casos de <40ng/ml com sinais clínicos. • Queda de cabelo: sinal comum da carência. • Casos graves: Amenorréia. • Observar: cabelo fraco, unhas quebradiças, mucosas claras, queixas de fadiga... • Ferritina alta pode ser indicação de inflamação/infecção SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO: • Ferro quelado. De 10-45 mg/dia (cápsula/pastilha/líquido) • Nutricionista: até 65mg ferro/dia. • Administrar com zinco, pois diminui sua absorção. • Administrar por no mínimo 3 meses. • Ferritina abaixo de 60ng/ml: ferro em pequenas concentrações com zinco (4:1) • Gestantes: sempre! (em torno de 30mg/dia já pode ser suficiente). • Os valores dependem de cada caso, vale sempre a individualidade bioquímica. ZINCO O ácido fítico e a caseína (leite) reduzem sua absorção; • Avaliar sintomas de falta de zinco: manchas brancas nas unhas, queda de cabelo baixa libido e/ou impotência redução do apetite fotofobia • Carência de zinco diminui a produção de ác. Clorídrico, necessário para boa absorção de vit. C e consequentemente ferro e ainda B12. ZINCO Orientação: reduzir ácido fítico; consumo de boas fontes Fontes: cereais integrais (gergelim; gérmen de trigo, castanha de caju, feijões) Caso haja necessidade de suplementação de Zinco, este sempre deve vir junto com ferro e cobre (relação de 15:1 de zinco para cobre). Ex: 30mg de zinco e 2 mg de cobre. ZINCO Carência de ferro pode estar associada à carência de zinco. Ex: suplementação com ferro não respondente Gestantes: Baixos níveis de zinco pode levar à redução do desenvolvimento cerebral do feto ZINCO Caso haja necessidade de suplementação de Zinco, este sempre deve vir junto com ferro e cobre (relação de 15:1 de zinco para cobre). Ex: cápsula de ferro quelado 30mg, zinco quelado 15mg e cobre quelado 1mg. Prescrição: de 15 a 25mg/dia (adultos) quelado (pastilhas, cápsulas e líquido) UL: 30mg/dia (adulto) CÁLCIO • Ovolactovegetarianos têm ingestão de cálcio comparável à dos não vegetarianos ou maior. Contudo, a ingestão de cálcio por veganos é geralmente mais baixa. • Veganos podem ter necessidade de cálcio menor, (economia de cálcio) devido: • Adequada em proteína total, mais alcalinas, ingestão de sódio mais baixa. • Consumo adequado de vit. K e potássio: maior aproveitamento do cálcio. Orientações - CÁLCIO: • Exposição solar: vitamina D • Limitar o consumo de oxalato na mesma refeição (espinafre, (chocolate, acelga, beterraba) • Reduzir ácido fítico • Reduzir ingesta de sal • Atividade física CÁLCIO • A taxa de osteoporose em mulheres é menor nas vegetarianas: menor consumo de açúcar, cafeína, refrigerantes que levam a desmineralização pela acidez (SILVA e MURA, 2007) • Fontes: alimentos enriquecidos (leite de soja), vegetais verde-escuros, gergelim preto ou natural (1 colher de sopa tem em torno de 200mg de cálcio). CÁLCIO • Exames: • Cálcio sérico, vitamina D, fosfatase alcalina • Suplementação: • Sempre em conjunto com magnésio (2:1)- avaliar a ingesta de magnésio do paciente. • De 100 a 500mg/dia (adultos) • UL - Limite máximo: 1500mg/dia • Quelado (pastilhas, cápsulas, pastilhasmastigáveis) MAGNÉSIO • Fontes: cereais integrais, oleaginosas, folha verdes • Vegetarianos tem maior ingestão • Suplementação (somente caso a suplementação de cálcio seja necessária, ou se verificada a carência de magnésio): • Sempre quelado (pastilhas, cápsulas, pó e líquido) • Entre 150-300mg/dia • Nutri: máximo de 700mg (adultos) VITAMINA D • Coloca o cálcio no osso • Depende do magnésio para se converter de D3 em 1,25 dihidroxivitamina D • 70% população mundial: carência de vit. D • Problemas: má fixação de cálcio, dor e fadiga muscular, HAS, câncer, demência, doenças autoimunes, incluindo alergias alimentares... VITAMINA D Resposta imune: Estimula ação do peptídeo antimicrobiano humano ação dos macrófagos fagocitose VITAMINA D • Avaliar: • exposição ao sol (mínimo: 3x semana de 5-30 minutos sem filtro solar) D3 • ingestão de fontes de vit D (ovo, leite de vaca enriquecido-não é comum); D2 • Adultos: carência geralmente assintomática. • Crianças: retardo no crescimento, inchaço nas articulações, ... • EXAMES: • Dosagem sérica de vit D (mínimo 50ng/ml). Abaixo de 20 ng/ml já pode ser problemático. • Enzima fosfatase alcalina - se elevada: carência de vit D, hipertireoidismo, dç renal VITAMINA D • Suplementação (D3-colecalciferol); • Formas: cápsula, pastilha ou líquido. • Adultos: 40 a 200 UI/dia • Idosos: 700 a 800 UI/dia • Nutricionista: até 800 U.I/dia (adultos). • Sempre suplementar com magnésio (2:1) • Atenção com gestantes veganas, lactantes, e bebês de mães vegetarianas (suplementar no 1º ano) (LE ROY, 2010) • Tomar suplemento: refeição com lipídios e poucas fibras VITAMINA B12 Recomendação diária: IDADE Mcg/dia 0-6 meses 0,4 6-12 meses 0,5 1 a 3 anos 0,9 4 a 8 anos 1,2 9 a 13 anos 1,8 Acima de 14 anos 2,4 Gestantes 2,6 Lactantes 2,8 Fonte: SLYWITCH, E. 2011. VITAMINA B12 Funções: - síntese DNA, - desenvolvimento de eritrócitos - cofator de reações enzimáticas. Para o corpo utilizar B12 : - alto nível de ácido estomacal (normal) - fator intrínseco (substância química produzida pelo estômago). - ácido fólico VITAMINA B12 • Reserva de B12 pode durar de 3 a 5 anos - reabsorção da bile (HEBERT). • VEGANOS PARECEM TER ABSORÇÃO INTESTINAL MAIS EFICIENTE (JATHAR et al) CARÊNCIA DE B12: 50 % dos vegetarianos 40% do onívoros VITAMINA B12 • Não existem fontes vegetais de B12; • Limite de absorção por refeição (até 1,5mcg); • Dieta ovolacto ou até lactoveg podem suprir necessidades: • 3 porções de leite/derivados por dia Ex.: 650 ml de leite ou • 1 porção de ovo e 2 porções de leite/derivados VITAMINA B12 SINAIS DA CARÊNCIA: Déficit de memória Dificuldade de concentração Fadiga Fraqueza Dores nas pernas, câimbras Redução da propriocepção – reconhecimento da localização espacial do corpo Diminuição de apetite Perda de peso VITAMINA B12 EXAMES: Vit B12 sérica: Referência de 150 – 990pg/ml (varia). Sempre usar o valor médio (450-500pg/ml) Homocisteína: acima 8 micromol/l – sinal Também se eleva na falta de B9 e B6, intoxicação chumbo, uso de alguns medicamentos, hipotireoidismo,.... Hemograma completo: Neutrófilos Desvio à direita: deficiência GRAVE de vit. B12 e ácido fólico: dificuldade a duplicação do DNA, a célula fica muito grande: anemia megaloblástica. VITAMINA B12 Anemia megaloblástica: Carência de vit B12 e/ou ácido fólico - inibição da síntese de DNA nos glóbulos vermelhos Volume Corpuscular Médio maior que 95 Anemia perniciosa: Má absorção de Vit B12 por falta do fator intrínseco (automune, genética, cirurgia bariátrica, etc) VCM aumentado O excesso de ácido fólico pode mascarar a carência de vit B12. VITAMINA B12 - SUPLEMENTAÇÃO • SEMPRE SUPLEMENTAR VEGANOS! • Não há toxicidade relatada; • Nutri: até 1000mcg/dia (cápsulas, líquidos- sublingual) • Existem indicações que a suplementação em gotas seria melhor absorvida. • Pode suplementar em conjunto com ácido fólico (Ex.:100-200mg). • Tomar na refeição com gordura (ex: almoço). • Crianças: xarope em solução aquosa • Outros fatores relacionados ao metabolismo da homocisteína: betaína, B2, B3, B6, B9 e colina ÔMEGA 3 • Poliinsaturado • óleo essencial • Previne inflamação, reduz colesterol e triglic, controle pressão arterial • Dieta vegetariana: conversão de ômega 3 em EPA e DHA (não é muito eficiente) ÔMEGA 6 • Poliinsaturado • óleo essencial • Construção da membrana celular, pele e outras. • Precisa se converter em ác. Araquidônico • Alta ingestão em vegetarianos ÔMEGA 3 • A conversão em EPA e DHA fica prejudicada com alta ingestão de ôm.6 • Proporção ômega 6: ômega 3 2 a 4:1 Gestantes, lactantes: maior necessidade ÔMEGA 3 • 3 colheres de sopa de linhaça triturada ou • 1 colher de sopa de óleo de linhaça • Azeite de oliva (ômega 9, e ôm.3 e 6 em equilíbrio) • Oleaginosas • Semente de abóbora (LE ROY, 2010) • Algas (fontes de DHA). • Para ovolacto: ovos tem DHA Como planejar uma dieta vegetariana ANAMNESE ANAMMESE ALIMENTAR: Preferências alimentares: _______________________________ ( ) Ovolactovegetariano ( ) lactovegetariano ( ) vegano Tempo: _________ Dificuldades de adaptação? ( ) não ( ) sim _________________ Observação de mudança no estado geral de saúde: _______________ EXAMES LABORATORIAIS: Hemograma completo, ferritina, Vit B12, homocisteína, ácido fólico, zinco sérico, fosfatase alcalina (melhor indicador de carência de vit D) ANAMNESE • FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR – Inclusão de: • Leite de soja Qual: • Proteína de soja • Tofú • Glúten • Oleaginosas • Sementes germinadas/brotos Exemplo: Registro alimentar vegano (adulto, sexo masculino) Vegano REFEIÇÃO HORÁRIO ALIMENTO QTDE MEDIDA KCAL Café da Manhã 8:10 Leite de soja 1 Copo 67,2 Alfarroba pó 3 Col. sobremesa 92 banana 1 unidade 55 Subtotal: 213,1 Lanche manhã 10:45 Castanha do Pará 10 unidade 273,2 Chá 1 Xícara 2 Subtotal: 275,2 Almoço 12:15 Arroz branco 5 Col. Sopa cheia 128 Feijão-preto 2 Concha média 193,2 Batata assada 2 unidade 275,2 Proteína soja 4 Col. Sopa cheia 77,76 Molho de tomate 1 Col. Sopa cheia 7,6 Alface 4 Col. Sopa cheia 2,88 tomate 2 Col. Sopa cheia 6,3 Subtotal: 690,94 Lanche tarde 1 16:30 Castanha do Pará 12 unidade 327,84 Subtotal: 327,84 Lanche tarde 2 18:30 Polenta frita 6 Pedaço médio 429,07 Subtotal: 429,07 Jantar 21:30 Arroz integral 4 Col. Sopa cheia 180 Abobrinha 3 Col. Sopa cheia 92,7 milho 1 Col. Sopa cheia 22,56 Ervilha cozida 4 Col. Sopa cheia 87,48 couve 3 Pegadores 30 Subtotal: 412,74 Ceia 23:15 Chá 1 Xícara 2 Subtotal: 2 TOTAL: 2350,89 AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR: FERRO: 16,1 mg 200% necessidades (8mg) CÁLCIO: 456,7 mg 46% necessidades (1000mg) Exemplo: Plano Alimentar vegano (sexo feminino,adulto) REFEIÇÃO HORÁRIO ALIMENTO QTDE MEDIDA KCAL Café da Manhã 8:00 Leite de soja enriquecido com cálcio 1 Copo 274 Mamão granola 1 2 Fatia média Col. Sopa cheia Subtotal: 55 121 450 Lanche manhã 10:00 Castanha do Pará 3 unidade 95 Banana prata 1 unidade 54 Damasco 3 unidade 59 Subtotal: 208 Almoço 12:00 Arroz integral 5 Col. Sopa cheia 225 Feijão-preto 2 Concha média 193 Abóbora cozida 4 Col. Sopa cheia 101 Agrião 4 Col. Sopa cheia 8 Cenoura ralada crua 2 Col. Sopa cheia 15 Broto de alfafa 2 Col. Sopa cheia 24 Salsinha crua 1 Col. Sobremesa 4 Gergelim crú 1 Col. Sopa cheia 57 Subtotal: 627 Lanche tarde 1 15:00 Pão integral 2 Fatias 140 Geléia de fruta 1 Col. Sobremesa 89 Subtotal: 229 Lanche tarde 2 18:00 Leite de amêndoas (10 unidades) 1 Copo 65 Melado 1 Colher de chá 44 Subtotal: 109 Jantar 20:30 Sopa de legumes 2 Prato fundo 582 Torrada 2 Unidade média 95 Tofú 2 Col. Sopa cheia 96 Azeite de oliva 1 Col. chá 18 Salsinha crua 1 Col. Sobremesa 4 Subtotal: 795 AVALIAÇÃO DA PRESCRIÇÃO DIETÉTICA: KCAL: 2.409 100% das necessidades PROTEÍNAS: 15,76 Kcal ou 13% CARBOIDRATOS: 1764,46 Kcal 60% LIPÍDIOS: 696,69 Kcal ou 27% FERRO: 25,6 mg 142% das necessidades (18mg) CÁLCIO: 985 mg 98% das necessidades (1000mg) ESTUDO DE CASO 1 T. D., sexo feminino, 30 anos, vegana há 5 anos. Pratica atividade física diária (corrida e academia) IMC = 17,5 Exames bioquímicos: Hemoglobina: 12g/dl Ferritina: 41 ng/ml Vitamina B12: 266 pg/ml Homocisteína: 5 umol/l ESTUDO DE CASO 2 C.J., sexo masculino, 49 anos, vegetariano há 10 anos, lactoveg há 3 anos. IMC = 20 Pratica Yoga diariamente (1hr) Refere: cansaço, dificuldade de concentração Exames bioquímicos: Hemoglobina: 13,5g/dl Ferritina: 66 ng/ml Vitamina B12: 267 pg/ml Homocisteína: 18 umol/l REFERÊNCIAS: • COUCEIRO, P.; SLYWITCH, E.; LENZ, F. Padrão alimentar da dieta vegetariana. Einstein, 6(3):365-373, 2008. • PASCHOAL, V.; MARQUES, N.; BRIMBERG, P.; DINIZ, S. Suplementação Funcional Magistral, dos nutrientes aos compostos bioativos. São Paulo: VP Editora. 2009. • PASCHOAL, V.; NAVES, A; FONSECA, A.B.L. Nutrição Clínica Funcional, dos princípios á prática clínica. São Paulo: VP Editora. 2010. • SLYWITCH. Alimentação sem carne. 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