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DocGo.Net APOSTILA. Direito Tributário. Ricardo Alexandrino.pdf

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APOSTILAAPOSTILA
Direito TributárioDireito Tributário
Ricardo AlexandreRicardo Alexandre
Complexo Educacional Damásio de Jesus
1.1.O TRIBUTO COMO RECEITA PÚBLICAO TRIBUTO COMO RECEITA PÚBLICA
O Estado tem como objetivo o Bem Comum. Para que o Estado chegue a consecução deste
desígnio, precisa obter recursos, o que é realizado seguindo dois regimes jurídicos diferenciados que
dão srcem a uma tradicional classificação das receitas públicas , conforme abaixo esquematizado:
RRECEITASECEITAS 
$$ 
DDERIVADASERIVADAS  
Direito Público.Direito Público. A lei obriga o particular a
contribuir com o Estado (ex. multas, tributos e
reparações de guerra).
OORIGINÁRIASRIGINÁRIAS  
PredominantemenPredominantemente te Direito Privado.Direito Privado. O Estado
explora seu próprio patrimônio (ex. receitas de
alugueis, comerciais, industriais).
TTRIBUTORIBUTO ≠≠≠≠ MMULTAULTA   
NÃO É SANÇÃO POR ATO ILÍCITO SANÇÃO POR ATO ILÍCITO 
  
(Atualmente a mais importante
fonte de receitas do Estado)
Prática de um ato ilícito.
O Estado cria multas para que
as pessoas parem de infringir a
lei. Não é boa fonte de receitas,
tendo em vista a ausência de
finalidade arrecadatória
2.2.FINALIDADES DOS TRIBUTOSFINALIDADES DOS TRIBUTOS
2.1- FISCAL2.1- FISCAL 
Tem a finalidade de arrecadararrecadar.
2.2- EXTRAFISCAL2.2- EXTRAFISCAL 
Tem a finalidade de intervir na economia ou em situações de relevância social.intervir na economia ou em situações de relevância social. 
Pela agilidade necessária para determinadas medidas interventivas (extrafiscais), é comum que a
Constituição libere os tributos extrafiscais de algumas limitações ao poder de tributar.
Como exemplo, existem tributos que podem ter suas alíquotas alteradas por decreto, não
dependendo da edição de lei formal.
 
 
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Alíquotas alteradas pelo
Poder Executivo
 IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II)
 IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE)
 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)
 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF)
 IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE RURAL (ITR)
CUIDADO!
1) O CTN diz que pode alterar as alíquotas ou as Bases de Cálculo. Na CF só se fala em
alíquotas. Portanto a disposição do CTN que fala em Base de Cálculo é tida como revogadarevogada 
ou não recepcionadanão recepcionada.
2) Nem sempre o tributo extrafiscal é exceção a alguma ou algumas limitações ao poder de
tributar. A título de exemplo, o ITR não é exceção a qualquer das limitações.
2.3- P2.3- PARAFISCAARAFISCALL 
Na finalidade parafiscalparafiscal não é o próprio Estado (pessoa jurídica de direito público) que arrecada e
tem a disponibilidade do produto da arrecadação. O Estado delega a uma outra pessoa a capacidade
tributária ativa (capacidade de cobrar o tributo) de cobrar para uma outra pessoa de direito público
(CTN, art. 7º - a ser estudado em aula futura). O Estado cria o tributo (porque só quem pode criar o
tributo é o Estado) e passa para outra pessoa a capacidade de arrecadar e a disponibilidade do
produto da arrecadação.
 ATIVIDADES DE INTERESSE DO ESTADO
Exemplo: Contribuições para as entidades que fiscalizam o exercício de profissões (salvo a
OAB, segundo o STJ – o tema será detalhado em aula futura).
3.3.CONCEITO DE TRIBUTOCONCEITO DE TRIBUTO
Apesar da existência de diversas definições doutrinárias de tributo, em provas de
concurso púbico devemos adotar a definição constante do art. 3.º do Código Tributário
Nacional nos seguintes termos:
ARTIGO 3ºARTIGO 3º
“Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada”.
Para um completo entendimento do tema, tal definição deve ser analisada mediante o
desdobramento de cada uma das características do tributo, conforme detalhado abaixo.
 
 
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1- PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA ... EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA1- PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA ... EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA
EXPRIMIR.EXPRIMIR.
Redundância Prestação Pecuniária  Prestação em Moeda
O Tributo tem que ser pago em dinheiropago em dinheiro, não em serviços (in labore) ou bens (in natura).
Exceção: Dação em Pagamento de Bens Imóveis (CTN, art. 156).
2- PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA2- PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA
O pagamento de tributo é obrigatório, não decorrendo da manifestação de vontade do devedor,
ao contrário da maioria das obrigações entre particulares, reguladas pelo direito civil.
O caráter compulsório da obrigação tributária decorre de ela ser instituída em lei (terceira
característica), uma vez que ninguém pode ser obrigado a nada salvo em virtude de lei (CF, art. 5º,
II).
3- PRESTAÇÃO INSTITUÍDA EM LEI3- PRESTAÇÃO INSTITUÍDA EM LEI
Como toda obrigação, o dever de pagar tributo decorre da lei, mas ao contrário das obrigações
civilistas, decorrestes indiretamenteindiretamente da lei, a obrigação tributária é diretamentediretamente decorrente da lei (é
“ex lege”).
Esta regra não possui exceções (medidas provisórias não são exceções porque têm força de
lei).
Regra  LEI ORDINÁRIA.
Exceção LEI COMPLEMENTAR (NESTES CASOS NÃO É PERMITIDA A EDIÇÃO DE MEDIDAS
PROVISÓRIAS).
 
LLEIEI
CCOMPLEMENTAROMPLEMENTAR 
IIMPOSTO SOBREMPOSTO SOBRE GGRANDESRANDES FFORTUNASORTUNAS (CF,(CF, ARTART.. 153,153, VII)VII)
EEMPRÉSTIMOSMPRÉSTIMOS CCOMPULSÓRIOSOMPULSÓRIOS (CF,(CF, ARTART.. 148)148)
IIMPOSTOSMPOSTOS RRESIDUAISESIDUAIS 
CCONTRIBUIÇÕESONTRIBUIÇÕES RRESIDUAISESIDUAIS 
4- PRESTAÇÃO QUE NÃO CONFIGURA SANÇÃO POR ATO ILÍCITO4- PRESTAÇÃO QUE NÃO CONFIGURA SANÇÃO POR ATO ILÍCITO
Essa parte da definição traz a única diferença entre um tributo de uma multa;
A Multa é exatamente o que, por definição, o Tributo não pode ser: a sanção de um ato ilícito.
 
 
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IMPORTANTE: é possível a tributação de rendimentos oriundos de atividade ilícita, inclusive
criminosa (princípio do “pecunia non olet” ou “dinheiro não cheira). Neste caso o tributo não está
sendo cobrado como sanção pelo ato ilícito, mas em virtude da manifestação de riqueza consistente
na obtenção de rendimentos.
5- PRESTAÇÃO COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA5- PRESTAÇÃO COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA
PLENAMENTE VINCULADAPLENAMENTE VINCULADA
Não há qualquer grau de discricionariedade (análise de conveniência e oportunidade) na
cobrança de tributo por parte da autoridade administrativa competente.
O poder de lançar é um poder-dever e, se verificado o fato gerador do tributo, a cobrança
(lançamento) deve ser obrigatoriamente realizada.
4.4.CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOSCLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTONATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO 
Para se entender a classificação dos tributos em espécie, faz-se necessário o prévio
entendimento de famosa classificação dos tributos quando ao fato gerador. No livro “Direito Tributário
Esquematizado, a matéria é analisada da seguinte forma:
“Para classificar um tributo qualquer quanto ao fato gerador, deve-se perguntar se o
Estado tem de realizar, para validar a cobrança, alguma atividade específica relativa ao
sujeito passivo (devedor). Se a resposta for negativa, trata-se de um tributo não-vinculadonão-vinculado; se
for positiva, o tributo é vinculadovinculado (pois sua cobrança se vincula a uma atividade estatal
especificamente voltada ao contribuinte).
Assim, todos os impostos são não-vinculados. Se alguém obtém rendimentos, passa a
dever imposto de renda; se presta serviços, deve ISS; se é proprietário de veículo
automotor, deve IPVA. Repare-se que, em nenhum desses casos, o Estado tem de realizar
qualquer atividade referida ao contribuinte. Daí a assertiva, correta e muito comum em
doutrina, de que o imposto é um tributo que não goza de referibilidadenãogoza de referibilidade. Aliás, justamente pelo
fato de ser um tributo não-vinculado a qualquer atividade, deixa de ser argumento juridicamente relevante (apesar de politicamente sê-lo) afirmar que “não se deve pagar
IPTU, caso as avenidas da cidade estejam esburacadas”.
Note-se que o CTN, em seu art. 16, define imposto como sendo o tributo cuja obrigação
tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,
relativa ao contribuinte. Ora, pelo exposto, essa seria uma definição precisa de tributo não-
vinculado. Portanto, o imposto é, por excelência, o tributo não-vinculadoo imposto é, por excelência, o tributo não-vinculado. Já as taxas e
contribuições de melhoria são, claramente, tributos vinculadosvinculados.”
 
 
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Esquematicamente, a classificação pode ser enxergada da seguinte forma:
TTRIBUTOSRIBUTOS 
VVINCULADOINCULADO
 TAXAS 
 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
NNÃOÃO VVINCULADOINCULADO  IMPOSTOS 
TTRIBUTOSRIBUTOS 
VVINCULADOINCULADO
 TAXAS 
 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
NNÃOÃO VVINCULADOINCULADO  IMPOSTOS 
Registre-se que em direito tributário, a palavra “vinculado” aparece com mais dois sentidos, além do
ora estudado.
SEGUNDO SENTIDO DA PALAVRA VINCULADO:SEGUNDO SENTIDO DA PALAVRA VINCULADO:
O segundo sentido da palavraVINCULADOVINCULADO consta na definição de tributo, segundo a qual este é uma
“cobrada mediante atividade administrativa plenamente VINCULADAVINCULADA. Neste sentido, a palavra
demonstra que não há possibilidade de análise de conveniência e oportunidade para que a
autoridade competente cobre o tributo. A atividade, portanto, não é discricionária
TERCEIRO SENTIDO DA PALAVRA VINCULADO:TERCEIRO SENTIDO DA PALAVRA VINCULADO:
Por fim, o último sentido da palavra vinculado refere-se ao destino da arrecadação. Existem tributos
(como as contribuições para a seguridade social) cuja arrecadação somente pode ser utilizada com
determinadas despesas. Tais tributos possuem “arrecadação vinculada”.
Há tributos, porém, cuja arrecadação não é vinculada a determinada despesa, podendo ser utilizada
com quaisquer finalidades previstas no orçamento, como ocorre, via de regra, com os impostos (CF,
art. 167, IV).
 
 
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Voltando para o primeiro sentido da palavra vinculado, é correto afirmar que se adotada a corrente
que divide os tributos em três espécies (como faz o art. 5º do Código), seria impossível confundir
impostos, taxas e contribuições de melhoria, pois seus fatos geradoresfatos geradores são bastante distintos.
É por isso que o CTN, no art. 4º, estatui o FG como único critério para definir a natureza jurídica do
tributo, sendo irrelevantes denominação, demais características formais e o destino da arrecadação.
Não obstante, o STF tem adotado a teoria da pentapartição das espécies tributárias.
 P E
 N T
 A P
 A R
 T I
 Ç Ã
 O
 
 T R
 I P
 A R
 T I
 Ç Ã
 O
 IMPOSTOS
TAXAS
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIASPRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
1 - Impostos1 - Impostos
1 - Fato gerador – manifestação de riqueza (ver definição do art. 16 do CTN)
2 - Base de cálculo – grandeza que quantifique a riqueza tributada
3 - Competência para instituição – privativa
4 - Previstos em listas exaustivas, salvo para a união que pode exercer as competênciasresidualresidual e
extraordináriaextraordinária.
2 - Taxas2 - Taxas
 
 
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1 - Fato gerador – exercício do poder de polícia (taxa de polícia) ou prestação de determinados
serviços (taxa de serviço) (ver definição do art. 145, II da Constituição e detalhamento dos artigos 77
a 80 do CTN)
2 - Base de cálculo – grandeza que guarde correlação com o custo da atividade estatal, não podendo
ser base de cálculo própria de imposto
3 - Competência para instituição – comum
4 – Não existem listas atributivas de competência, pois quem exercer a atividade estatal, é
competente para instituir a respectiva taxa.
5 – Para a FCC, o pedágio é preço público e não taxa.
3 - Contribuições de Melhoria3 - Contribuições de Melhoria
1 - Fato gerador – valorização imobiliária decorrente de obra pública (ver art. 145, III da Constituição
e artigos 81 e 82 do CTN)
2 - Base de cálculo – acréscimo de valor ao imóvel beneficiado
3 - Competência para instituição – comum
4 – Não existem listas atributivas de competência, pois quem realizar a obra, no âmbito de suas
respectivas atribuições pode, legitimamente instituir a CM.
4 – Empréstimos compulsórios4 – Empréstimos compulsórios
1 – Se adotada a teoria da tripartição, seria um imposto, com a peculiaridade de ser restituível
2 - Na teoria da Pentapartição – ÉEESPÉCIESPÉCIE TTRIBUTÁRIARIBUTÁRIA DDIFERENCIADAIFERENCIADA, regida pelo art. 148 da CF.
3 – Fatos geradores e bases de cálculo devem ser definidos na lei complementar instituidora.
4 – Só podem ser instituídos pela União - Competência exclusiva e indelegável.
5 – A instituição apesar de sempre depender de situações de relevância e urgência,
somente pode ser feita por lei complementar - não cabe Medida Provisória.
6 – Hipóteses de instituição:
GUERRA EXTERNA OU CALAMIDADE PÚBLICA Por ter maior urgência, nestas hipóteses o
Empréstimo Compulsório pode ser cobrado de imediato, sem obediência a regra da
anterioridade. Não precisa esperar o exercício seguinte nem o prazo de 90 dias.
INVESTIMENTO URGENTE E RELEVANTE  O Empréstimo Compulsório para investimento
urgente e relevante interesse nacional obedece à anterioridade anual e à nonagesimal
(noventena).
 
 
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Obs. O CTN prevê uma terceira hipótese de Empréstimo Compulsório (para redução
temporária do poder aquisitivo) que não foi recepcionado pela CF/88.
Cuidado para não confundir:Cuidado para não confundir:
GGUERRAUERRA EE
MPRÉSTIMOMPRÉSTIMO CCOMPULSÓRIOOMPULSÓRIO Instituído por Lei Complementar 
IIMPOSTOMPOSTO EEXTRAORDINÁRIOXTRAORDINÁRIO 
DEDE GGUERRAUERRA 
Aqui pode ser instituído por Lei Ordinária ou por
Medida Provisória. 
CCALAMIDADEALAMIDADE
PPÚBLICAÚBLICA 
EEMPRÉSTIMOMPRÉSTIMO CCOMPULSÓRIOOMPULSÓRIO 
Instituído por Lei Complementar 
Não existe Imposto Extraordinário para Não existe Imposto Extraordinário para Calamidade Pública.Calamidade Pública.
A RESTITUIÇÃO DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO deve ser feita na mesma espécie em que o
tributo foi cobrado, ou seja, em dinheiro.
5 – Contribuições Especiais5 – Contribuições Especiais
1 – Se adotada a teoria da tripartição, seria um imposto, com a peculiaridade de possuir arrecadação
vinculada a determinadas despesas
2 - Na teoria da Pentapartição – É EESPÉCIESPÉCIE TTRIBUTÁRIARIBUTÁRIA DDIFERENCIADAIFERENCIADA, regida pelos arts. 149 e 149-
A da CF.
3 – Fatos geradores e bases de cálculo devem ser definidos na lei complementar instituidora.
4 - Subdivisão:
CCONTRIBUIÇÕESONTRIBUIÇÕES SSOCIAISOCIAIS 
SEGURIDADE SOCIAL 
RESIDUAIS 
GERAIS 
CCONTRIBUIÇÃO DEONTRIBUIÇÃO DE IINTERVENÇÃO NONTERVENÇÃO NO DDOMÍNIOOMÍNIO EECONÔMICOCONÔMICO ((CIDECIDE))
CCONTRIBUIÇÕESONTRIBUIÇÕES CCORPORATIVASORPORATIVAS 
 
 
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CCONTRIBUIÇÃO PARAONTRIBUIÇÃO PARA CCUSTEIO DOUSTEIO DO SSERVIÇO DEERVIÇO DE IILUMINAÇÃOLUMINAÇÃO
PPÚBLICAÚBLICA 
5 – Só podem ser instituídos pela União - Competência exclusiva e indelegável EEXCEÇÃOXCEÇÃO:: 
Contribuições Previdenciárias dos Servidores Públicos Estaduais e Municipais. Este é o
único caso em que Estados, DF e Municípios podem criar contribuições. (Art. 149 §1°)
Atenção: As alíquotas das contribuições previdenciárias estaduais e municipais não podem
ser inferioresà da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
5.1- CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS5.1- CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
I- SEGURIDADE SOCIAL
Saúde, Previdência e Assistência.
Sempre que uma contribuição é criada para financiar um ou mais desses três subsistemas,
tem-se contribuição para financiamento da seguridade social.
 SÓ OBEDECEM À NOVENTENANOVENTENA 
 NÃO OBEDECE A ANTERIORIDADE
II- RESIDUAIS 
Criadas com base na competência prevista no art. 195, § 4º da CF/88.Requisitos: LC, não-cumulatividade e FG/BC diferentes dos já utilizados pelas contribuições
para a seguridade social já previstas pela CF/88.
III - OUTRAS 
Contribuições sociais com arrecadação vinculada a atuações da União em área social não
integrante da seguridade social (ex. salário educação).
 OBEDECE A NOVENTENANOVENTENA 
 OBEDECE A ANTERIORIDADEANTERIORIDADE 
5.2- CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO 5.2- CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO- CIDEECONÔMICO- CIDE 
Intervenção no sentido de FFOMENTAROMENTAR determinado setor ou atividade pela destinação da
arrecadação da contribuição.
AARRECADAÇÃORRECADAÇÃO DDIVIDIDA DAIVIDIDA DA CIDECIDE CCOMBUSTÍVELOMBUSTÍVEL. A CIDE Combustível é o único tributo (com
exceção dos impostos) que tem a sua arrecadação dividida entre os entes.
5.3- CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS5.3- CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS 
São contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas (corporações).
Exemplo: contribuição sindical
 
 
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5.4- CONTRIBUIÇÃO PARA CUSTEIO DO SERVIÇO 5.4- CONTRIBUIÇÃO PARA CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICADE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 
Criada para driblar a jurisprudência do STF, cristalizada na Súmula 670, segundo a qual o
serviço de iluminação pública não pode ser custeada mediante taxa.
A COSIP, segundo o STF é tributo “sui generis” , não constituindo taxa.
 
 
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LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR TRIBUTAR 
A maioria das limitações constitucionais ao poder de tributar configuram cláusulas pétreascláusulas pétreas. Algumas
por protegerem garantias individuaisgarantias individuais (ex. anterioridade do art. 150, III, “b”), outras por protegerem o
pacto federativopacto federativo (ex. imunidade recíproca do art. ’50, VI, a).
Tais cláusulas não podem ser retiradas da CF nem pode ser postas em deliberação emendas
constitucionais que tendam a diminuir seu alcance. Não obstante, são admitidas emendas que as
reforcem, as ampliem (ex. extensão da noventena pela EC 42/2003)
As limitações constantes nos artigos 150 a 152 da CF/88 são as mais importantes, mas não são asúnicas. O próprio artigo 150 anuncia que as garantias que enumera são asseguradas “sem prejuízo de
outras”.
As regras que passaremos a enumerar são tão importantes que a maioria dos tributarista as trata como
verdadeiros princípios tributários. Será esta a terminologia adotada neste resumo
1- PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (CF, art. 150, II)1- PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (CF, art. 150, II)
UUM TRIBUTO NÃO PODE SER EXIGIDO NEM MAJORADO SEM LEI QUE ESTABELEÇAM TRIBUTO NÃO PODE SER EXIGIDO NEM MAJORADO SEM LEI QUE ESTABELEÇA.
LEILEI
CCRIARRIAR TTRIBUTORIBUTO 
(OU EXTINGUIR)
 
Regra sem exceção.Regra sem exceção. Criação ou extinção de
tributo sempre depende de lei ou de ato com força
de lei (medida provisória)
MMAJORARAJORAR
TTRIBUTORIBUTO 
(OU REDUZIR)
 
Regra tem exceçõesRegra tem exceções: II, IE, IOF e IPI podem ter
suas alíquotas alteradas pelo Poder Executivo, nos
limites previstos em Lei), a CIDE-combustíveis
pode ter suas alíquotas reduzidas ou restabelecidas
pelo Poder Executivo e o ICMS-monofásico sobre
combustíveis pode ter as alíquotas fixadas (e
alteradas) por convênio entre Estados e o DF
 Para a criação de tributos, além da possibilidade de utilização de Medida Provisória, também é
possível o uso de Lei Delegada, desde que cumpridos os requisitos estabelecidos no artigo 68
da Constituição Federal para este tipo de norma.
 Não é possível, contudo, a chamada delegação legislativa em branco, tendo em vista ser
excepcional a delegação de funções típicas entre os Poderes do Estado.
2- PRINCÍPIO DA ISONOMIA (CF, art. 150, II)2- PRINCÍPIO DA ISONOMIA (CF, art. 150, II)
Conforme previsto no art. 150, II da Constituição Federal, é vedado aos entes tributantes instituir
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
Não se pode exigir que contribuintes que tenham renda equivalente a um salário mínimo sejam
tributados da mesma forma que as pessoas com rendimentos de dezenas de milhares de reais.
Tratamento igual para quem está em situação econômica e financeira totalmente diferente geraria uma
 
 
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extrema injustiça ao retirar dos mais pobres valores utilizados para subsistência e daqueles mais ricos
valores praticamente irrelevantes.
As deduções da base de cálculo do imposto de renda (valores gastos com dependentes, educação,
saúde, previdência pública e privada etc) também serve para atender ao princípio da isonomia, pois
acabam por tratar diferentemente pessoas que apesar de terem rendimentos iguais, tem uma capacidade
contributiva bastante diversa em virtude das despesas a que estão sujeitas.
É seguindo este raciocínio que o art. 145, § 1º da CF/88 estabelece que sempre que possível, os
impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.
Registre-se que apesar de o STF já haver afirmado que o princípio da capacidade contributiva pode ser
aplicado a outras espécies tributárias, a FCC (e somente ela) tem considerado corretas questões deconcurso que afirmam que apenas o impostos a ele se sujeitam.
3- PRINCÍPIO DA NÃO-SURPRESA E SEUS SUBPRINCÍPIOS3- PRINCÍPIO DA NÃO-SURPRESA E SEUS SUBPRINCÍPIOS
(IRRETROATIVIDADE, ANTERIORIDADE E NOVENTENA)(IRRETROATIVIDADE, ANTERIORIDADE E NOVENTENA)
Decorre de um princípio ainda maior: Princípio da Segurança Jurídica.
Tem como objetivo evitar que um repentino aumento de carga tributária atinja imediatamente (ou,
pior, retroativamente) o contribuinte.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADEPRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
(CF, art. 150, III, a)(CF, art. 150, III, a)
 Não se pode cobrar tributos em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADEPRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
(CF, art. 150, III, b)(CF, art. 150, III, b)
 Não se pode cobrar tributos no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou. No Brasil, o exercício financeiro
corresponde ao ano civil (1º da janeiro a 31 de dezembro)
PRINCÍPIO DA NOVENTENA (CF, art.PRINCÍPIO DA NOVENTENA (CF, art.
150, III, b)150, III, b)
 Não se pode cobrar tributos antes de decorridos
noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou.
ATENÇÃO: 
IRRETROATIVIDADE  É regra de vigência.
ANTERIORIDADE  não é regra de vigência. É regra de eficácia, de produção de efeitos. A lei pode
entrar em vigor de imediato, desde que a produção de efeitos financeiros (cobrança) somente ocorra noexercício seguinte.
ANTERIORIDADE E NOVENTENA  Somente são aplicáveis nas mudanças que impliquem aumento deaumento de
carga tributária.carga tributária.
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADEEXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
EEXCEÇÕESXCEÇÕES  IIII, IEIE, IPIIPI E IOFIOF  Impostos Extra Fiscais
 
 
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 A AA A NTERIORIDADENTERIORIDADENTERIORIDADENTERIORIDADE
CCCCOMUMOMUMOMUMOMUM 
 IIMPOSTOMPOSTOEEXTRAORDINÁRIO DEXTRAORDINÁRIO DE GGUERRAUERRA 
 EEMPRÉSTIMOSMPRÉSTIMOS CCOMPULSÓRIOSOMPULSÓRIOS  GGUERRAUERRA  CCALAMIDADEALAMIDADE 
 CCONTRIBUIÇÃO DAONTRIBUIÇÃO DA SSEGURIDADEEGURIDADE SSOCIALOCIAL 
 ICMSICMS –– CCOMBUSTÍVELOMBUSTÍVEL (*)(*) 
 CIDECIDE –– CCOMBUSTÍVELOMBUSTÍVEL (*)(*) 
(*)- ICMS COMBUSTÍVEIS E CIDE COMBUSTÍVEIS – exceções parciais visto que tais tributos somente
são exceções à anterioridade no caso de redução (aqui não há qualquer novidade, pois nenhum caso de
redução de tributo se sujeita à anterioridade ou noventena) ou restabelecimento
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA NOVENTENAEXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA NOVENTENA 
:
EEXCEÇÕESXCEÇÕES
NNNNOVENTENA OVENTENA OVENTENA OVENTENA 
 IIII, IEIE E IOFIOF 
 IIMPOSTOMPOSTO EEXTRAORDINÁRIO DEXTRAORDINÁRIO DE GGUERRAUERRA 
 EEMPRÉSTIMOSMPRÉSTIMOS CCOMPULSÓRIOSOMPULSÓRIOS  GGUERRAUERRA  CCALAMIDADEALAMIDADE 
 IIMPOSTO DEMPOSTO DE RRENDAENDA 
 BBASE DEASE DE CCÁLCULO DOÁLCULO DO IPTUIPTU 
 BBASE DEASE DE CCÁLCULO DOÁLCULO DO IPVAIPVA 
CUIDADO! 
IPIIPI  
Governo perdeu a agilidade que tinha porque ele não estava sujeito a
nenhum prazo e passou a ter que obedecer a NOVENTENA. Hoje o IPI fica
igual à Contribuição da Seguridade Social.
IRIR  
Aqui o governo mantém a possibilidade de aprovar o IR no dia 31/12 e
cobrar no primeiro dia do exercício (ano) seguinte. Neste caso só obedece a
ANTERIORIDADE.
IPTUIPTU
E
IPVAIPVA
 
O IPTU e o IPVA não são exceções integrais ao Princípio da Noventena. Só
as suas Bases de Cálculo o são. Se aumentar a alíquota, tem que obedecer a
noventena (e a anterioridade, obviamente).
 
 
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4- PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO (CF, art. 150, IV)4- PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO (CF, art. 150, IV)
Também poderia ser chamado de PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE DA CARGA TRIBUTÁRIA A idéia do
legislador é impedir que o Estado exagere na cobrança de um tributo de forma a desestimular a livre
iniciativa e o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão (garantias constitucionais
Não há como definir matematicamente a partir de que momento estará havendo p confisco. A noção de
confisco varia no tempo e no espaço e, no caso brasileiro, é o Supremo Tribunal Federal que vai
definir em caráter definitivo e caso a caso a existência ou não de efeito confiscatório de um tributo ou
de um conjunto de tributos criados pelo mesmo ente gravando a mesma riqueza.
MMULTASULTAS::
A jurisprudência evoluiu no sentido de estender o Princípio do Não Confisco às multas. O STF tem
entendido assim. Mas a CF só fala em Tributos, e multa não é tributo.
5- PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO (CF, art. 150, V)5- PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO (CF, art. 150, V)
Não se pode estabelecer limitações tributárias à livre circulação de pessoas ou bens pelo País.
PPEDÁGIOEDÁGIO pode ser cobrado pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
O STF entende que o Pedágio é um tributo da espécie TTAXAAXA quando ele é instituído por lei e COBRADOPELO ESTADO, pela conservação de vias que ele mesmo faz.
Quando é COBRADO POR PARTICULAR, o Pedágio não é tributo, é PPREÇOREÇO PPÚBLICOÚBLICO.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIASIMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
NNÃOÃO IINCIDÊNCIANCIDÊNCIA 
IIMUNIDADEMUNIDADE  A Constituição impõe anão incidência
PPURA EURA E SSIMPLESIMPLES  Fato não se enquadra nahipótese prevista na lei.
IISENÇÃOSENÇÃO  Dispensa por Lei
AALÍQUOTALÍQUOTA ZZEROERO  O tributo não vai ser pago porque uma questão decálculo.
O Tributo pode não ser cobrado porque alguma norma impede a cobrança  esta norma As
imunidades que iremos estudar agora (CF, art. 150, VI) somente se aplicam para impostosimpostos, e não para
todos os tributos.tributos. Mas existem em outros pontos do texto constitucional imunidades para outras
espécies tributárias.
Ex: Art. 195 §7°  Imunidade de Contribuição
Art. 5° XXXIV  Imunidade de Taxa
 
 
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6- IMUNIDADES A IMPOSTOS6- IMUNIDADES A IMPOSTOS
6.1- IMUNIDADE RECÍPROCA(CF, art. 150, VI, a)6.1- IMUNIDADE RECÍPROCA(CF, art. 150, VI, a) 
Baseada no PPRINCÍPIORINCÍPIO FFEDERATIVOEDERATIVO. Seria muito arriscado permitir que os entes federados cobrassem
impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros porque poderia restar prejudicada a
autonomia dos próprios entes.
A imunidade prevista no artigo 150, VI, “a” somente abrange os entes políticos (União, Estados, DF eMunicípios). Mas o § 2º do mesmo artigo constitucional, estende a imunidade para Autarquias e
Fundações públicas desde que os respectivos patrimônios rendas e serviços estejam vinculados às
finalidades essenciais das entidades ou a outras delas decorrentes (a restrição não se aplica aos entes
políticos!) .
AATENÇÃOTENÇÃO:: SSEGUNDO OEGUNDO O STF,STF, AS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA QUEAS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA QUE
PRESTEM SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS DE PRESTAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO ESTADO SÃO IMUNESPRESTEM SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS DE PRESTAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO ESTADO SÃO IMUNES.
6.2- IMUNIDADE RELIGIOSA6.2- IMUNIDADE RELIGIOSA 
Esta imunidade sobre templos de qualquer natureza está ligada à garantia de Liberdade de Culto e,
desta forma protege não apenas o prédio (templo), mas a própria entidade religiosa. Se a entidade é
imune, não irá pagar nenhum imposto sobre patrimônio renda ou serviços, desde que vinculados a suas
finalidades essenciais (atenção:atenção: aqui não existe o “ou a outras delas decorrentes”).
6.3- IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS E SUAS FUNDAÇÕES, SINDICATOS6.3- IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS E SUAS FUNDAÇÕES, SINDICATOS
DE TRABALHADORES E INSTITUIÇÕE DE EDUCAÇÃO E ASSISTDE TRABALHADORES E INSTITUIÇÕE DE EDUCAÇÃO E ASSIST
 
ÊNCIA SOCIAL SEMÊNCIA SOCIAL SEM
FINS LUCRATIVOSFINS LUCRATIVOS
ATENÇÃO: 
1. A imunidade é para o SSINDICATO DOSINDICATO DOS TTRABALHADORESRABALHADORES. O Sindicato dos Empregadores não é
imune.
2. Para serem imunes as instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos devem
atender aos requisitos estabelecidos em lei complementar (os requisitos, hoje, estão no art. 14
do Código Tributário Nacional)
6.4- IMUNIDADE CULTURAL6.4- IMUNIDADE CULTURAL 
Para que a manifestação do pensamento seja livre, as pessoas devem ter acesso mais barato a
informação.
Apesar de a imunidade ser doutrinariamente denominada de cultural, não cabe ao intérprete analisar aqualidade cultural de uma publicação. Se é livro, é jornal ou é periódico, é imune. Assim, até a
“revistinha pornográfica” é beneficiada pela proteção constitucional.
DDOS INSUMOS UTILIZADOS PARA PRODUZIR UM LIVROOS INSUMOS UTILIZADOS PARA PRODUZIR UM LIVRO,, JORNAL OU PERIÓDICOJORNAL OU PERIÓDICO,, SÓ O PAPEL É IMUNESÓ O PAPEL É IMUNE.. 
Máquinas, as tintas colas...  não são imunes. O máximo que o STF considerou imune foram os
filmes e papeis fotográficos, por assemelhados a papel.
AA IMUNIDADE DO LIVRO ÉIMUNIDADE DO LIVRO É OOBJETIVABJETIVA 
 
 
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A imunidade é apenas do livro, e não da livraria ou do autor do livro. Estes pagam imposto de renda
com relação à venda do livro e aos direitos autorais.
7 – PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA (CF, ART. 150, § 5º)7 – PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA (CF, ART. 150, § 5º)
Os impostos sobre mercadorias e serviços (ICMS e ISS) são indiretos (têm seus encargos transferidos
para o consumidor) e tendem a ficar escondidos dos consumidores. Para que a população tenha ummaior conhecimento acerca da carga tributária a que está submetida o legislador constituinte previu a
estipulação de medidas legais neste sentido. Nessa linha, dispõe o art. 150, § 5º da CF/88:
CF, art. 150, § 5º - “A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos 
acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.”8- LIMITAÇÃO DO PODER DOS ESTADOS PARA CONCEDER ISENÇÕES E8- LIMITAÇÃO DO PODER DOS ESTADOS PARA CONCEDER ISENÇÕES E
DEMAIS DEMAIS BENEFÍBENEFÍCIOS FCIOS FISCAIS ISCAIS (CF, (CF, ART. 15ART. 150 §6°0 §6°))
Se o patrimônio é público somente pela manifestação de vontade dos representantes do povo (lei) é
que podem ser estabelecidos benefícios fiscais (subsídio, isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão). Assim, estabelece o art. 150, § 6º da CF/88:
CF, art. 150, § 6.º “Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido
mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º,
 XII, g.”
Atenção para o final do dispositivo que aponta para ressalve específica relativa ao ICMS:
 Outra regra a ser obedecida  Para ser concedido um benefício fiscal os Estados têm que obter
uma Autorização do CONFAZ, além da posterior edição de decreto pelo Governador do Estado.
9- SUBST9- SUBSTITUIÇITUIÇÃO TRIBÃO TRIBUTÁRIUTÁRIA PARA FRENA PARA FRENTE (ARTTE (ART. 150 §7°. 150 §7°).).
Ocorre em cadeias de produção e circulação caracterizadas pela CCAPILARIDADEAPILARIDADE.
 
AA
11
BB
CC
DD
 
 
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SUBSTITUTO
(Ex. Distribuidor de Bebidas)
SUBSTITUÍDAS 
CF, art. 150, § 7.º “A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize
o fato gerador presumido”
10. PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA (CF, ART. 151, I)10. PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA (CF, ART. 151, I)
 Art. 151. É vedado à União:
 I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção
ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
A União não pode constituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional, podendo
conceder incentivos fiscais, com o objetivo de diminuir as desigualdades regionais.
11. UNIFORMIDADE NA TRIBUTAÇÃO DA RENDA (CF, ART. 151, II)11. UNIFORMIDADE NA TRIBUTAÇÃO DA RENDA (CF, ART. 151, II)
(...)
 II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
 Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis
superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
O objetivo é evitar que a União concorra deslealmente no mercado de títulos públicos, tributando de
maneira mais suave os seus títulos. Também proíbe que a União tribute os rendimentos dos servidores
públicos estaduais e/ou municipais com níveis mais elevados do que tributa os rendimentos dos seus
próprios servidores.
12. VEDAÇÃO À INSTITUIÇÃO DE ISENÇÕES HETERÔNOMAS (CF, ART. 151, III)12. VEDAÇÃO À INSTITUIÇÃO DE ISENÇÕES HETERÔNOMAS (CF, ART. 151, III)
 Art. 151. É vedado à União:
(...)
 III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
 Municípios.
IISENÇÕESSENÇÕES 
AUTÔNOMAS  Quem criou o tributo é que pode dar isenção (regra).
HETERÔNOMAS 
ICMS (*) Na exportação Outra pessoa pode dar isenção. ISS (*)
TRATADOS INTERNACIONAIS 
 
EE
 
 
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13 – PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO (CF, ART. 152) – APLICÁVEL13 – PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO (CF, ART. 152) – APLICÁVEL
SOMENTE AOS ESTADOS, AO DF E AOS MUNICÍPIOSSOMENTE AOS ESTADOS, AO DF E AOS MUNICÍPIOS
ATENÇÃO: A UNIÃO NÃO ESTÁ PROIBIDA DE FAZER O QUE O DISPOSITIVO PROÍBE ESTADOS , DF E MUNICÍPIOS DE
FAZEREM!
 Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença 
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. 
Pernambuco não pode tratar um bem diferentemente por que veio da Bahia ou de Alagoas  isso
colocaria em risco a federação. Também não pode tratar diferente um bem só porque é importado
(porque veio do exterior).
 
 
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LIVRO 02LIVRO 02 
1- LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA1- LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
1.1- DISPOSIÇÕES GERAIS1.1- DISPOSIÇÕES GERAIS 
O art. 96 do CTN inaugura o Livro Segundo do Código, cujo título é “NORMAS GERAIS DE DIREITO
TRIBUTÁRIO”. Registre-se que nos pontos em que o CTN trata de normas gerais do Direito Tributário, essasnormas têm força de Lei Complementar. (ver Art. 146, III da CF).
ARTIGO 96ARTIGO 96 
 A RT . 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e 
relações jurídicas a eles pertinentes. 
O dispositivo efine legislação tributária de uma maneira exemplificativa. Como a redação é de 1966,
não são citados atos hoje integrantes da legislação tributária brasileira, como as medidas provisórias, as
resoluções do Senado Federal, os decretos legislativos.
No final das contas, se o ato é normativo (goza de generalidade e abstração) e versa sobre Direito
Tributário, ele integra a legislação tributária.
AATOTO NNORMATIVOORMATIVO 
(Norma)  
Tem que ser geralgeral e abstratoabstrato.
(não pode ter destinatários determinados
nem versar sobre situações concretas)
CUIDADO! 
Não misturar a classificação constante do CTN com a tradicional divisão utilizada pelos
constitucionalistas:
DDIREITOIREITO TTRIBUTÁRIORIBUTÁRIO DDIREITOIREITO CCONSTITUCIONALONSTITUCIONAL 
NNORMASORMAS PPRINCIPAISRINCIPAIS 
Enumeradas na ordem decrescente de hierarquia,
compreendem desde a Constituição Federal até
decretos elaborados pelo Presidente da República
NNORMASORMAS PPRIMÁRIASRIMÁRIAS 
Atos com hierarquia legal (leis, tratados e
convenções internacionais, medidas provisórias,
leis delegadas, decretos legislativos, resoluções do
Congresso Nacional ou de suas casas),
NNORMASORMAS CCOMPLEMENTARESOMPLEMENTARES 
Normas hierarquicamente inferiores aos decretosdo chefe do executivo (excluídos estes).
NNORMASORMAS SSECUNDÁRIASECUNDÁRIAS 
Normas infralegais (incluídos os decretos)
Matérias submetidas à reserva legalMatérias submetidas à reserva legal (perceba-se que estão arroladas mais matérias que as constantes
do art. 150, I da Constituição Federal)
ARTIGO 97ARTIGO 97
 Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
 
 
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I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º 
do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26,
39, 57 e 65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de 
 penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo 
mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização 
do valor monetário da respectiva base de cálculo. 
CCUIDADOUIDADO:: 
1)Além da atualização do valor monetário da base de cálculoatualização do valor monetário da base de cálculo, também não está submetida à
legalidade a alteração do prazo para pagamentoprazo para pagamento do tributo. Ambas as providências podem ser
adotadas, por exemplo, por meio de decreto.
2) É possível a utilização de medidas provisóriasmedidas provisórias ou leis delegadasleis delegadas nas matérias passíveis de
regulação por lei ordinária, desde que respeitado o regramento constitucional daquelas espécies
normativas.
ARTIGO 98ARTIGO 98
 Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e 
serão observados pela que lhes sobrevenha.
TTRATADOSRATADOS 
Revogam ou
modificam
legislação anterior
incompatível.
  
Serão observados
pela legislação que
lhes sobrevenha
A) QUANTO À LEGISLAÇÃO ANTERIORA) QUANTO À LEGISLAÇÃO ANTERIOR
SSEGUNDO OEGUNDO O CTNCTN – O tratado revoga lei anterior.
DDOUTRINAOUTRINA – O tratado deve ser considerado “lei específica”.
A) QUANTO À LEGISLAÇÃO POSTERIORA) QUANTO À LEGISLAÇÃO POSTERIOR
SSEGUNDO OEGUNDO O CTNCTN – As leis posteriores ao tratado tem que observá-loobservá-lo. Conseqüentemente, a lei não
poderia revogar o tratado. O tratado seria irrevogável.
 
 
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Tal teoria é defendida por boa parte dos internacionalistas, entretanto parece agredir ao Princípio
Democrático, por impedir que os representantes do povo alterem as regras de convivência em
sociedade.
JJURISPRUDÊNCIA DOURISPRUDÊNCIA DO STFSTF – Tratado tem força de lei ordinária, podendo ser revogado internamente pr
ato de igual hierarquia (inclusive medida provisória).
Relembre-se que os tratados internacionais que versem sobre direitos humanos (requisito material) e
que forem aprovados seguindo o ritual previsto no §3º do art. 5º da CF/88 (requisito formal), terão
status constitucional (Bloco Constitucional). Entretanto,o requisito material é de difícil verificação em
matéria tributária, de forma que neste ramo de direito a regra é que os tratados internacionaiscontinuem a possuir hierarquia legal.
JJURISPRUDÊNCIA DOURISPRUDÊNCIA DO STJSTJ – O tratado-lei, ao contrário do tratado-contrato, não pode ser revogado por
lei posterior.
ARTIGO 99ARTIGO 99
 Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam 
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. 
Decretos do chefe do Poder Executivo podem ser regulamentaresregulamentares (CF, art. 84, IV) ou autônomosautônomos 
(nas estritas matérias previstas no art. 84, VI da CF/88).
Em matéria tributária somente existem decretos regulamentares, ressalvada a possibilidade de um
decreto autônomo disciplinar o funcionamento das repartições fiscais, desde que não implique
aumento de despesa (CF, art. 84, VI, “a”)
Por ser regulamentar, ressalvada a hipótese aventada acima, o conteúdo do decreto se restringe ao
conteúdo da lei em função da qual tenha sido elaborado.
ARTIGO 100ARTIGO 100
 Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos 
decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia 
normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Os atos normativos que possuem hierarquia inferior à dos decretos expedidos pelo Chefe do Poder
Executivo são classificados como normas complementares.
NNORMAS COMPLEMENTARESORMAS COMPLEMENTARES 
Atos normativos administrativos – atos gerais e abstratos expedidos pelas autoridades
administrativas (exceto os decretos do Chefe do Executivo, enquadrados como atos normativos
“principais”.
 
 
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Decisões dos órgãos de jurisdição administrativa – somentesomente quando a lei der eficácia
normativa a tais decisões. Se não for o caso, o ato é concreto e individual, não integrando a legislação
tributária.
Práticas administrativas – denota a possibilidade de aplicação dos costumes em matéria
tributária
Convênios firmados entre os entes federados - normalmente utilizados para uniformizar
procedimentos e combater sonegação
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a 
cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. 
As pessoas que eventualmente deixarem de pagar tributo seguindo a orientação de uma norma
complementar que depois se verificou ilegal, não podem ser obrigadas a pagar qualquer acréscimo
(juros, multas ou correção), devendo recolher apenas o valor correspondente ao tributo.
1.2- VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA.1.2- VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. 
ARTIGO 101ARTIGO 101
 Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais 
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo. 
As regras da Lei de Introdução ao Código Civil (LICC) são aplicáveis também ao Direito Tributário,
com as exceções previstas no Código Tributário Nacionalcom as exceções previstas no Código Tributário Nacional ((princípio da especialidade)
ARTIGO 102ARTIGO 102
 Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos 
respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem,
ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE.
A norma deve ter vigência no território do ente federado que a expediu.
Exceções (hipóteses de EXTRATERRITORIALIDADEEXTRATERRITORIALIDADE):
1- Convênio entre os entes.
2- Hipóteses previstas em normas gerais expedidas pela União (necessariamente mediante lei
complementar, tendo em vista o art. 146, III, da CF/88).
ARTIGO 103ARTIGO 103
 Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: 
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; 
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias 
após a data da sua publicação; 
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista. 
 
 
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As normas do art. 103 do CTN, são regras especiais de vigência no tempo que excluem a aplicação da
regra geral prevista na Lei de Introdução ao Código Civil.
ARTIGO 104ARTIGO 104
 Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação 
os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: 
I - que instituem ou majoram tais impostos; 
II - que definem novas hipóteses de incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao 
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178 . 
A isenção, segundo o CTNCTN e a doutrina seguida pelo STFSTF, impede o lançamento e, por conseqüência o
nascimento do crédito tributário.
OBRIGAÇÃO
TRIBUTÁRIA 
CRÉDITO
TRIBUTÁRIO IISENÇÃOSENÇÃO 
FATO GERADOR PAGAMENTO 
E se a lei que concedesse isenção for revogada? Pode ser cobrado o tributo a partir do dia seguinte ou
tem que esperar até o exercício seguinte?
SSEGUNDO OEGUNDO O CTNCTN ((NO CASO DE IMPOSTOS SOBRE PATRIMÔNIO OU RENDANO CASO DE IMPOSTOS SOBRE PATRIMÔNIO OU RENDA)) E A MAIORIA DAE A MAIORIA DA
DDOUTRINAOUTRINA,, AA cobrança somente pode ser feita a partir do primeiro dia do exercício seguinte.
SSEGUNDO OEGUNDO O STFSTF((POSIÇÃO ADOTADA ANTERIORMENTE ÀPOSIÇÃO ADOTADA ANTERIORMENTE À CF/88,CF/88, MAS AINDA COBRADA EM PROVA DEMAS AINDA COBRADA EM PROVA DE
CONCURSOCONCURSO),), O tributo pode ser cobrado imediatamente no que concerne aos novos fatos geradores,
porque, mesmo antes da revogação da isenção, já ocorria a incidência tributária, fazendo surgir a
obrigação tributária. A lei isentiva apenas dispensava o pagamento. Assim, quando se revoga a nora
concessiva de isenção, passa-se a cobrar o que já era devido. A situação não equivale à criação ou
majoração de tributo existente, não se sujeitando, portanto, ao princípio da anterioridade
Atenção ao caso da isenção por prazo certo e dependente de cumprimento de requisitos (denominada
“onerosa” pela doutrina). Nestes casos, a lei que instituiu a isenção pode ser revogada, mas a isenção
de quem cumpriu os requisitos é irrevogável e o beneficiário goza do favor fiscal até o final do prazoprevisto na lei srcinária (CTN, art. 178).
ARTIGO 105ARTIGO 105
 Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos 
 pendentes , assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do 
artigo 116. 
 
 
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Para entender a dicotomia fatos pendentespendentes e fatos futurosfuturos, faz-se necessária a análise da classificação
dos fatos geradores como instantâneosinstantâneos e periódicosperiódicos.
FATOS GERADORES INSTANTÂNEOS – são instantâneosinstantâneos aqueles fatos geradores que ocorrem numocorrem num
momento precisomomento preciso da linha do tempo, dando ensejo ao surgimento, em cada caso de ocorrência, de
uma nova obrigação tributária, como é o caso do imposto de importaçãoimposto de importação, cujo fato gerador se verifica
a cada entrada de mercadoria estrangeira no território nacional.
FATOS GERADORES PERIÓDICOS – são periódicosperiódicos os fatos geradores que se prolongam noprolongam no
tempotempo, sendo considerados ocorridos nos instantes legalmente determinados, gerando, a cada período
concluído, uma nova obrigação tributária, como é o caso do IPVAIPVA, cujo fato gerador ocorreanualmente, no dia 1º de janeiro.
FFATOSATOS GGERADORESERADORES FFUTUROSUTUROS  ainda não iniciados ou não concluídos.
FFATOSATOS GGERADORESERADORES PPENDENTESENDENTES  a lei nova também se aplica aos fatos geradores pendentes, que
são aqueles já iniciados mas ainda não completos. Somente os fatos geradores periódicos podem ser. Somente os fatos geradores periódicos podem ser
considerados momentaneamente pendentesconsiderados momentaneamente pendentes, pois os fatos geradores instantâneos ou já ocorreram
(sendo, portanto, pretéritos) ou ainda não ocorreram (sendo, por conseguinte, futuros)
ARTIGO 106ARTIGO 106
 Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito : 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à 
infração dos dispositivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado : 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não 
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
DIREITO PPENALENAL TRIBUTÁRIO  são normas de Direito Penal que tipificam como crimestipificam como crimes determinadas
infrações contra a ordem tributária.
DIREITO TTRIBUTÁRIORIBUTÁRIO PENAL  são normas de Direito Tributário que estipulam sanções não-sanções não-
criminaiscriminais às infrações tributárias..
Em Direito Penal a lei mais benéfica pode retroagir, em Direito Tributário essa regra não existe, salvo
em se tratando de normas que definem infrações (Direito Tributário Penal), pois se estas forem
melhores para os infratores retroagirão para beneficiá-los.
Em Direito Penal o Princípio da Retroatividade da lei mais benéfica aplica-se inclusive aos casos jáprotegidos pelo manto da coisa julgada.
Em Direito Tributário Penal não há retroatividade quando o ato está definitivamente julgado.
ARTIGO 107ARTIGO 107
 Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo. 
ARTIGO 108ARTIGO 108
 
 
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 Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária 
utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 
I - a analogia ; 
II - os princípios gerais de direito tributário ; 
III - os princípios gerais de direito público ; 
IV - a eqüidade . 
O legislador não é um Deus para conseguir prever em textos legais abstratos tudo o que pode vir a
ocorrer no mundo. Por isso, na sua estáticaestática – analisando norma por norma- o direito possui lacunas.
Mas, na sua dinâmicadinâmica – na aplicação do dia-a-dia –, o direito não possui lacunas porque ele mesmo
estipula as providência aptas a solucionar o problema da omissão legislativa.
Segundo o art. 4º da LICC, quando a lei for omissa o juiz decidirá o caso de acordo com: a analogia, os
costumes e os princípios gerais de Direito. Tal regra não é aplicável em se tratando de matéria
tributária, ramo de direito no qual o legislador previu solução diversa no art. 108 do CTN.
Assim, a seqüência (taxativa e hierarquizada)taxativa e hierarquizada) a ser seguida no caso de disposição expressa é a
seguinte:
ANALOGIA – técnica baseada no princípio da isonomia: tratamento semelhante (análogo) para situações
semelhantes (análogas).
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO - são aqueles específicos desse ramo de direito, como o
da anterioridade, o da noventena, o da isonomia, o da capacidade contributiva, o do não-confisco, o da
liberdade de tráfego, entre outrosPRINCÍPIOS BÁSICOS DE DIREITO PÚBLICO - são as diretrizes básicas válidas para os diversos ramos do
direito público (administrativo, constitucional, processual, penal), como o da supremacia do interesse
público sobre o privado, o da indisponibilidade do interesse público, o da segurança jurídica, o da
ampla defesa, o do contraditório, o da unidade da jurisdição, o da liberdade de exercício de trabalho,
ofício ou profissão, entre outros.
EQÜIDADE – trata-se de dar a solução mais consentânea com os ideais de justiça. Dar a solução mais
adequada, de bom senso, para o caso concreto.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. 
A título de exemplo, não se pode cobrar IPVA sobre bicicleta, sob o argumento de que a bicicleta por
ser um automóvel de duas rodas seria equiparada (análoga) à moto.
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. 
A título de exemplo, suponha-se que determinada incidência tributária pareça injusta no caso concreto
e que o legislador não tenha criado qualquer norma isentiva para a situação. Sem a regra, o intérprete
poderia pretender invocar a existência de lacuna na legislação, visando a solucioná-la por meio do
manejo da eqüidade.
CUIDADO! 
 
 
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Não confundir esta proibição de que o aplicador da leiaplicador da lei deixe de cobrar o tributo usando a equidade
com a utilização da equidade como critério legislativo para a concessão de um benefício fiscal pelo
legisladorlegislador.
ARTIGO 109 e 110ARTIGO 109 e 110
 Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do 
alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos 
tributários .
 Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição , o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições 
dos Estados,ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências 
tributárias. 
Estes artigos trabalham em conjunto com a função de nortear o intérprete quando este se depara com
normas de direito tributário (direito público) permeadas por institutos, conceitos e formas de direito
privado.
 O Direito Tributário (Direito Público) não podenão pode mudar conceitosmudar conceitos de Direito Privado usados na
Constituição Federal (ou na Constituição Estadual, ou em Leis Orgânicas) para definir ou limitar
competências tributárias
 O Direito Privado (Civil, Comercial) não pode definir os efeitos tributáriosnão pode definir os efeitos tributários de seus institutos.
Assim, na norma que atribui competência aos municípios para a criação do IPTU (CF, art. 156, I) é no
direito privado (civil) que se deve busca o conceito de “propriedade”, mas a definição dos efeitos
tributários da propriedade deve ser perquirida na lei tributária.
ARTIGO 111ARTIGO 111
 Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
O legislador impõe que certas normas, por tratarem de exceções a regras gerais, sejam interpretadas
estritamente, sem a possibilidade de ampliações.
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
A regra é que o crédito seja lançado e a exceção é que haja suspensãosuspensão ou exclusãoexclusão. A suspensão e a
exclusão são interpretadas literalmente. Registre-se que o legislador não impôs a interpretação literal
da extinçãoextinção do crédito tributário porque esta é regraregra (pelo pagamento) e não exceção.
II - outorga de isenção; 
Dispositivo redundante, uma vez que a isenção é forma de exclusão do crédito tributário, estando,
portanto, inserida no inciso anterior.
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias . 
Se a lei dispensa determinados contribuintes do dever de entregar declarações de imposto de renda
(obrigação acessória), deve ser interpretada literalmente, não sendo possível a extensão da dispensa na
via interpretativa.
 
 
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ARTIGO 112ARTIGO 112
 Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais 
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: 
I - à capitulação legal do fato; 
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; 
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. 
Novamente o Direito Tributário Penal é influenciado por princípio basilar do Direito Penal. É a idéia
do “in dubio pro reo”. Na dúvida deve-se decidir em favor da pessoa que está sendo acusada.
 
 
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2.0- RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA2.0- RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA 
A relação jurídico-tributária é eminentemente obrigacional, tendo, no pólo ativo (credor) um ente político
(União, Estado, Distrito Federal ou Município) ou outra pessoa jurídica de direito público a quem tenha sido
delegada a capacidade ativa e, no pólo passivo, um particular obrigado ao cumprimento da obrigação. Essas
duas pessoas, necessariamente presentes para que se forme o vínculo obrigacional, constituem os elementos
subjetivossubjetivos da obrigação tributária e serão estudadas em item específico.
Para entender por completo a relação, há de se analisar, também:- o elemento causalcausal, ou seja a situação que, ocorrida no mundo dos fatos dará causa ao surgimentodará causa ao surgimento
da obrigação tributáriada obrigação tributária (fato gerador);
- O elemento temporal,temporal, ou seja, o momentomomento em que o vínculo obrigacional nasce; e
- O elemento objetivoobjetivo, ou seja, o objetoobjeto (conteúdo) do vínculo existente entre devedor e credor .
ARTIGO 113ARTIGO 113
O CTN usa a expressão “fato gerador”, tanto para se referir á previsão abstrataabstrata constante da lei
(hipótese de incidência) quanto para se referir aos casos concretosconcretos que se verificam no mundo e que se
enquadram na abstrata previsão legal (fato imponível)
FFATOATO GGERADORERADOR EM CONCRETO  
Fato Imponível (fato
gerador em sentido
estrito)
EM ABSTRATO  Hipótese de Incidência
 Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória .
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de 
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória , pelo simples fato da sua inobservância , converte-se em obrigação 
 principal relativamente à penalidade pecuniária. 
Em direito tributário as palavras “Principal” e “Acessória” são usadas com sentido diferente do
estudado direito civil. Aqui o importante é o conteúdo (objeto) da obrigação. Se o conteúdo é
pecuniáriopecuniário, a obrigação é principalprincipal. Se é não-pecuniárionão-pecuniário, a obrigação é acessória.
Em direito civil a obrigação de pagar juros e multas seria considerada acessória da obrigação principal
da qual decorem os juros e multas. Em direito tributário tanto o tributo quanto os juros e multas serão
enquadrados na obrigação principal, tendo em vista a natureza pecuniária dos mesmos.
 
 
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OOBRIGAÇÃOBRIGAÇÃO TTRIBUTÁRIARIBUTÁRIA 
PPRINCIPALRINCIPAL  PecuniáriaObrigação de dar ($)
AACESSÓRIACESSÓRIA  InstrumentalObrigação de fazer ou não fazer
2.2- OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS PRINCIPAIS/ACESSÓRIAS E SEUS FATOS2.2- OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS PRINCIPAIS/ACESSÓRIAS E SEUS FATOSGERADORESGERADORES 
ARTIGO 114ARTIGO 114
 Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência.
ARTIGO 115ARTIGO 115
 Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
ARTIGO 116ARTIGO 116
 Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato , desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica , desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos 
termos de direito aplicável.
 F F A A
 T T O O
 Antes de a lei tributária definir determinada situação como fato gerador de um tributo, tal
situação possuía apenas relevância econômica, mas não era definida em qualquer ramo de
direito como produtora de efeitos jurídicos. Ex. Imposto de Importação – o FG é a entrada de
mercadoria estrangeira no território aduaneiro (situação de fato).
 J J U U
 R R Í Í
 D D I I
 C C A A Mesmo antes de a lei tributária definir determinada situação como fato gerador de um tributo, já há norma, de outro ramo do direito, estipulando efeitos jurídicos para o mesmo fato. Ex.
IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana – o principal FG é a
propriedade (situação jurídica)
QQUANDO O FATO GERADOR SE CONSIDERA OCORRIDOUANDO O FATO GERADOR SE CONSIDERA OCORRIDO??
SSITUAÇÃO DEITUAÇÃO DE FFATOATO  Momento em que se verifiquem as circunstâncias materiaiscircunstâncias materiais.
SSITUAÇÃOITUAÇÃO JJURÍDICAURÍDICA Momento da constituição definitiva nos termos do direito aplicáveldireito aplicável.
FFATOSATOS JJURÍDICOSURÍDICOS CCONDICIONADOSONDICIONADOS:: 
CONDIÇÃO RESOLUTIVA – Art. 117 II – A condição desfaz os efeitos do ato ou negócio.
CONDIÇÃO SUSPENSIVA – Art. 117 I – A condiçãosuspende a eficácia do ato ou negócio.
 
 
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Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados 
com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária . 
É a chamada RREGRAEGRA AANTIELISÃONTIELISÃO FFISCALISCAL. (OBS. A SER DETALHADA NO INÍCIO DA NA AULA 09)
Trata-se, na realidade, de uma influência da doutrina alemã, segundo a qual é permitida a “interpretação
econômica” do fato gerador, privilegiando a essência econômica dos fatos em detrimento das característicasmeramente formais. Relembre-se, por oportuno, que o próprio Código Tributário Nacional veda expressamente
que, do emprego da analogia, resulte a cobrança de tributo não previsto em lei (art. 108, § 1.º).
Quem defende a aplicação da regra invoca os princípios da isonomia e da capacidade contributiva, de
forma que seria contrário ao direito deixar de cobrar um tributo diante de uma situação equivalente àquela em
que outras pessoas, por adotarem as formas típicas, sofreram a incidência tributária.
Por enquanto, a questão ainda está pendente, não havendo pronunciamento do STF tratando diretamente
da matéria. Nas provas de concurso público, aconselha-se presumir a norma como constitucional e seguir a
literalidade do dispositivo legal.
EELISÃOLISÃO FFISCALISCAL  
é uma conduta lícita,lícita, normalmente anterior ao fato gerador, na qual o
contribuinte pratica ato ou celebra negócio visando a enquadra-lo em hipótese de
isenção, não-incidência ou incidência menos onerosa do tributo.
EEVASÃOVASÃO FFISCALISCAL  
É conduta ilícitailícita em que o contribuinte, normalmente após a ocorrência do fato
gerador, pratica atos que visam a evitar o conhecimentoevitar o conhecimento do nascimento da obrigaçãotributária pela autoridade fiscal.
O fato gerador ocorre, mas o contribuinte o esconde do Fisco, na ânsia de fugir à
tributação.
EELUSÃOLUSÃO FFISCALISCAL  
É conduta com aparência de licitude, mas ilícita em virtude de o contribuinte simular
determinado negócio jurídico com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato
gerador
ARTIGO 117ARTIGO 117
 Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou 
negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; 
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. 
ARTIGO 118ARTIGO 118
 Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se : 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros,
bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
 
 
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Abstraindo-se  Sem levar em consideração.
Tem como base o Princípio do “ “ PPECUNIA NON OLETECUNIA NON OLET” ” . Para o Direito Tributário o que importa é a
manifestação de riqueza ter ocorrido. Não importa nem a validade jurídica nem os efeitos. O que
importa é ter ocorrido o fato gerador.
 
 
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ELEMENTOS SUBJETIVOS (SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA)ELEMENTOS SUBJETIVOS (SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA)
ARTIGO 119ARTIGO 119
 Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para 
exigir o seu cumprimento. 
É a Constituição Federal quem atribui competência para a criação do tributo. Contudo, há de serecordar que o CTN, no seu artigo 7º permite a delegação por uma pessoa de direito público a outra
das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária.
Dessa forma, apenas a possibilidade de criar o tributo (competência tributária em sentido estrito) não
pode ser delegada, uma vez que as funções de fiscalizar arrecadar e executar (capacidade tributária
ativa) são delegáveis a outras pessoas de direito publico.
ARTIGO 120ARTIGO 120
 Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo 
desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que 
entre em vigor a sua própria. 
A nova pessoa jurídica de direito público, além de aplicar a legislação do ente do qual se desmembrou
até que crie a sua própria, sub-roga-se nos direitos deste, de forma a haver inovação subjetivainovação subjetiva (dossujeitos) na obrigação.
Como exemplo, pode-se recordar o caso do Estado de Tocantins que, após ser criado por desmembramento
territorial do Estado de Goiás, ficou utilizando a legislação tributária goiana até a criação de sua própria
legislação, bem como passou a ser o credor dos tributos devidos a Goiás no que concerne aos fatos geradores
ocorridos em área que posteriormente passou a ser parte do território tocantinense.
ARTIGO 121ARTIGO 121
 Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou 
 penalidade pecuniária.
Assim, independentemente de quem sobre economicamente o impacto do tributo, aquele legalmente
obrigado ao pagamento do tributo ou da multa é seu sujeito passivo.
Não obstante, apesar de no linguajar comum se denominar “contribuinte” todas as pessoas que sofram
impacto econômico financeiro do tributo (o que corresponde ao conceito de contribuinte de fato), há de se
recordar que em direito a palavra deve ser usada somente para designar uma das modalidades de sujeito
passivo, conforme demonstra o parágrafo único do dispositivo.
 
 
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Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte , quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato 
gerador; 
II - responsável , quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição 
expressa de lei. 
SSUJEITOUJEITO 
PPASSIVOASSIVO 
CCONTRIBUINTEONTRIBUINTE  
Relação pessoal e direta com o Fato Gerador.
Quem pratica o Fato Gerador definido em lei e, por conseguinte é
obrigado ao pagamento do imposto ou do tributo.
Aqui a referência é ao “contribuinte de direito”.
RRESPONSÁVELESPONSÁVEL  Não tem relação pessoal e direta com o fato gerador da obrigação,mas tem que pagar o imposto porque a lei assim o determina.
Pela literalidade do dispositivo, qualquer pessoa poderia ser nomeada responsável pelo pagamento de
qualquer tributo. A conclusão é incorreta, pois a regra deve ser conjugada com o art. 128 do CTN, que
exige que a pessoa nomeada responsável seja vinculada ao fato gerador da obrigação.
Noutros termos, o responsável nem pode possuir relação pessoal e direta com o fato gerador (hipótese
em que seria contribuinte), nem pode ser um estranho a tal fato (hipótese em que, diante da falta de
vínculo, a responsabilização estaria proibida).
No Artigo 128 do CTN há esta exigência de ligação, de vinculação ao fato gerador.
ARTIGO 122ARTIGO 122
 Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu 
objeto.
Prestação  Fazer ou não fazer alguma coisa desprovida de conteúdo pecuniário (caso contrário, a
obrigação seria principal).
Não há modalidades de sujeito passivo da obrigação tributária acessória. A dicotomia
contribuinte/responsável só é aplicável ao sujeito passivo da obrigação principal.
ARTIGO 123ARTIGO 123
 Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares , relativas à 
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública , paramodificar a 
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
O exemplo sempre citado é o caso do contrato de aluguel. O IPTU tem como sujeito passivo o
proprietário do imóvel (existem casos excepcionais em que a cobrança pode recair sobre o titular da
posse ou do domínio útil).
Quando se faz um contrato de locação é comum se estipular no contrato uma cláusula que
responsabiliza o locatário pelo pagamento do IPTU.
 
 
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Não obstante o acordo, se o locatário não pagar o IPTU, o município vai cobrar do proprietário. E
mesmo que este apresente o contrato de locação demonstrando a obrigação contratual do locatário, o
proprietário não se livra da obrigação legal de pagar o IPTU. Isso porque o contrato vincula as partes
(proprietário e locatário), não obrigando o Estado.
Em suma, o Estado cobra do proprietário e este, pagando o que é devido, pode acionar o locatário pelo
descumprimento do contrato (ação regressiva).
ARTIGO 124ARTIGO 124
 Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
De acordo com o direito civil, há a solidariedade ativasolidariedade ativa quando, no pólo ativo da obrigação,
existe mais de um credormais de um credor com direito a receber a dívida toda. Em contrapartida, há solidariedadesolidariedade
passivapassiva quando, no pólo passivo da obrigação, existe mais de um devedormais de um devedor com a obrigação de pagar
toda a dívida.
Não existe solidariedade ativa em na relação jurídico-tributária, uma vez que Constituição Federal, ao
atribuir a competência tributária, deixa claro quem pode cobrar cada tributo, não sendo possível a
existência, numa mesma relação tributária, de mais de uma pessoa no pólo ativo.
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação 
 principal; 
SOLIDARIEDADE DE FATO (OU NATURAL)  Pessoas que têm interesse em comum na situação definida
como fato gerador do tributo.
Por exemplo: IPTU. “A” e “B” compram um imóvel em conjunto. Os dois serão proprietários e terãointeresse na propriedade (fato gerador do tributo). Neste caso ambos são solidários pelo débito do
IPTU e o Estado pode cobrar de qualquer um o valor integral da dívida.
II - as pessoas expressamente designadas por lei . 
SOLIDARIEDADE DE DIREITO (OU JURÍDICA) Pessoas designadas pela lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. 
Não existe primeiro e segundo devedor; ou devedor principal e devedor subsidiário. Todos devem o
valor integral da obrigação. Em termos mais técnicos, quando há Solidariedade não há o chamado
“benefício de ordem”.
ARTIGO 125ARTIGO 125 Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: 
Este artigo fala dos demais efeitos da solidariedade, que nada mais são do que conseqüências da idéia
de que não há benefício de ordem.
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
 
 
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Por exemplo:
Valor do
Imóvel
 R$ 100.000,00 Valor do
Imposto
 R$ 1.000,00
A  R$ 70.000,00 A  R$ 700,00
Todos devem agora
R$ 900,00
B  R$ 10.000,00 B  R$ 100,00 B paga R$ 100,00
C  R$ 20.000,00 C  R$ 200,00
Se fosse uma divisãoproporcional
Esta divisão proporcional do valor do imposto pouco efeito tem, porque todos são integralmente
responsáveis pelo débito existente.
Se “B” paga o que seria a parte dele (R$ 100,00) vai favorecer diminuir a dívida de todos. Todos,
inclusive “B”, passam a dever R$ 900,00.
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada 
 pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; 
A regra é que se há, por exemplo, isenção de IPTU que beneficie o imóvel, “A”, “B” e “C” serão
beneficiados, salvo se houver outorga pessoal a um desses proprietários. Neste caso, como a isenção é
pessoal, o outorgado fica livre do imposto na proporção de sua cota. Os demais ficam responsáveis
pelo que restou de imposto a pagar.
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. 
Prescrição é um instituto ligado a segurança jurídica. Há um prazo para que o credor busque
 judicialmente o que entende devido. Se o prazo está em andamento e sofre interrupção, o prazo é
integralmente devolvido (volta para o “zero”), o que beneficia o credor e prejudica o devedor.
Se é o Estado quem cobra o tributo dos devedores solidários e consegue interromper o prazo, a
interrupção beneficia o Estado e prejudica todostodos os devedores. Se são os devedores que lutam
 judicialmente pela restituição de um tributo pago indevidamente e conseguem interromper o prazo, a
interrupção prejudica o Estado e beneficia todostodos os devedores.
ARTIGO 126ARTIGO 126
 Art. 126. A capacidade tributária passiva independe : 
Novamente o direito tributário, numa manifestação de autonomia quanto aos demais ramos de direito,
prevê a aplicação do princípio do “ “ PPECUNIA NON OLETECUNIA NON OLET” ” .
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
Não importa se a pessoa física é capaz ou não. Se a criança recebe renda, tem que pagar o IR.
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de 
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; 
 
 
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Existem várias atividades que algumas pessoas estão impedidas de realizar. Por exemplo, um membro
do Ministério Público está impedido de exercer a advocacia. Se ele começar a advogar, apesar de não
está cumprindo uma restrição constante da lei, o rendimento que ele obtiver com a advocacia está
sujeito ao Imposto de Renda.
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica 
ou profissional. 
Por exemplo, se “A” tem uma fábrica de “fundo de quintal” e não a registra formalmente no órgãopúblico competente, não vai existir pessoa jurídica. Mas o Estado pode cobrar-lhe IRPJ.
Os tributos devidos por uma entidade que está formalmente constituída são exatamente os mesmos a
cargo da chamada“empresa de fato”
ARTIGO 127ARTIGO 127
 Art. 127. Na falta de eleição , pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da 
legislação aplicável, considera-se como tal: 
Domicílio Tributário  local que o contribuinte indica ao Estado para que este realize as diligências,
fiscalizações e notificações eventualmente necessárias.
RREGRAEGRA  É a eleição do domicílio. É a liberdade de escolha.
EEXCEÇÕESXCEÇÕES:: 
I - quanto às pessoas naturais , a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o 
centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em 
relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
Quando a pessoa jurídica não eleger o domicílio, a regra é que o domicílio seja o local da sede. Mas,
dependendo do tributo a ser cobrado, cada estabelecimento pode responder pelo que lhe cabe. A título
de exemplo, uma empresa com sede em São Paulo e filiais em todo o país, pode ter como domicílio
para os atos praticados em cada Estado, o local da respectiva filial (estabelecimento)
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público , qualquer de suas repartições no território da 
entidade tributante. 
As pessoas jurídicas de direito público são imunes a impostos sobre o patrimônio, renda e serviço, mas
pode estar sendo obrigada a pagar uma taxa, por exemplo. As pessoas jurídicas de direito público
também têm o direito de elegerem os seus domicílios. Se não o fazem, serão quaisquer de suas
repartições.
§ 1º Quando não couber a aplicação das

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