Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA PERFIL DE TEMPERATURA EM SÓLIDOS TOLEDO/PR 2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA MATHEUS ALLAN MAIOR MATHEUS PIASECKI PEDRO VINICIUS DE SIQUEIRA THIAGO HENRIQUE JORIS PERFIL DE TEMPERATURA EM SÓLIDOS TOLEDO/PR 2014 Relatório entregue como requisito parcial de avaliação da disciplina de Laboratório de Engenharia Química I do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo. Prof. Me. Lucas Maycon Hoff Zeni. i RESUMO Na indústria, tem-se uma grande importância conhecer o processo de transferência de calor onde se encontra fatores como custo, viabilidade, e tamanho necessário de equipamentos. Portanto o experimento tem o objetivo de obter experimentalmente os perfis de temperatura em regime permanente de três barras metálicas cilíndricas de materiais e diâmetros diferentes e, aos dados experimentais, ajustar as equações comumente encontradas na literatura, possibilitando a determinação dos coeficientes médios de transferência de calor, como também o calor trocado entre as barras e o ambiente. O experimento foi realizado utilizando o módulo experimental de aletas, o qual iniciou-se com o vapor gerado pela caldeira. Na sequência, mediu-se os diâmetros das aletas e a distância entre os pontos de medida das temperaturas, bem como a temperatura ambiente. Quando atingido o regime permanente, iniciou-se a leitura das temperaturas nos pontos indicados e a temperatura na caixa de vapor. Determinou-se os coeficientes médios de transferência de calor para as três aletas, chegando-se a resultados com baixa concordância, mas que serviram para chegar-se em resultados analíticos a respeito da influência do diâmetro e do material das aletas na troca térmica. Também determinou-se as taxas de calor dissipado por convecção e por condução, percebendo-se que a maior parte do calor foi dissipada por convecção natural do ar. Concluiu-se que os objetivos foram atingidos, mas não de forma satisfatória. ii ÍNDICE LISTA DE FIGURAS .............................................................................................. iii LISTA DE TABELAS .............................................................................................. iv NOMENCLATURA .................................................................................................. v 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 1 2.1 Transferência de calor ................................................................................... 1 2.2 Transferência de calor em superfícies estendidas ........................................ 2 2.3 Formulação matemática ................................................................................ 2 3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................... 4 3.1 Materiais empregados ................................................................................... 4 3.2 Metodologia aplicada..................................................................................... 5 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 5 4.1 Apresentação dos dados experimentais ........................................................ 5 4.1.1 Tratamento dos dados experimentais .................................................... 6 4.2 Determinação do parâmetro m ...................................................................... 7 4.2.1 Formulação A ......................................................................................... 7 4.2.2 Formulação B ......................................................................................... 9 4.3 Determinação do coeficiente médio de transferência de calor experimental ................................................................................................. 11 4.4 Determinação do coeficiente médio de transferência de calor por meio de correlações ................................................................................................... 12 4.5 Determinação da taxa de calor transfeirdo pelas aletas .............................. 13 4.6 Discussão geral dos resultados ................................................................... 14 5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 15 APÊNDICES .......................................................................................................... 16 Apêndice I – Integração numérica pelo método do trapézio.............................. 16 Apêndice II – Derivada numérica pelo método das diferenças finitas ............... 16 ANEXO .................................................................................................................. 17 iii LISTA DE FIGURAS Figura 1: Uso de aletas para melhorar a transferência de calor de uma parede plana (INCROPERA e DEWITT, 1998) .............................................................. 2 Figura 2: Módulo experimental utilizado no experimento. (VEIT, 2010) ............. 5 Figura 3: Logaritmo da temperatura adimensional em função da posição na aleta 1 ................................................................................................................ 8 Figura 4: Logaritmo da temperatura adimensional em função da posição na aleta 2 ................................................................................................................ 8 Figura 5: Logaritmo da temperatura adimensional em função da posição na aleta 3 ................................................................................................................ 9 Figura 6: Temperatura adimensional em função da posição na aleta 1 ........... 10 Figura 7: Temperatura adimensional em função da posição na aleta 2 ........... 10 Figura 8: Temperatura adimensional em função da posição na aleta 3 ........... 11 iv LISTA DE TABELAS Tabela 1: Dados experimentais de temperaturas medidas em posições ao longo das aletas ...................................................................................................... 6 Tabela 2: Valores de temperatura adimensional determinadas a partir das temperaturas das aletas .......................................................................................... 7 Tabela 3: Equação da reta e coeficiente de determinação dos ajustes lineares da Formulação A .....................................................................................................7 Tabela 4: Parâmetro m e coeficiente de determinação dos ajustes não-lineares da Formulação B ..................................................................................................... 9 Tabela 5: Diâmetro, perímetro e área de secção transversal das aletas .............. 11 Tabela 6: Valores determinados de coeficiente médio de transferência de calor para as aletas ........................................................................................................ 12 Tabela 7: Valores de coeficiente médio de transferência de calor determinado pela correlação de INCROPERA e DEWITT ......................................................... 13 Tabela 8: Valores de taxa de calor transferido para as três aletas ........................ 14 Tabela A: Propriedades retiradas da literatura ...................................................... 17 v NOMENCLATURA Símbolo Descrição/Unidade Letras latinas A Área da secção transversal (m²) CP Capacidade calorífica à pressão constante (J/kg.K) D Diâmetro da aleta (m) h Coeficiente de transferência de calor (W/m².K) ̅ Coeficiente médio de transferência de calor (W/m².K) k Condutividade térmica do material (W/m.K) L Comprimento da aleta (m) m Parâmetro de ajuste (m-1) P Perímetro da secção transversal da aleta (m) Pman Pressão manométrica medida (kgf/cm²) ̇ Taxa de calor transferido (W) T Temperatura (K) x Posição na aleta (m) Letras gregas ρ Densidade (kg/m³) θ Temperatura adimensional Sobrescritos, subescritos e índices 0 Referente ao instante inicial 1, 2 Pontos de referência ∞ Referente ao ambiente c Referente à convecção k Referente à condução 1 1. INTRODUÇÃO A importância de se conhecer o processo de transferência de calor encontra-se em fatores como custo, viabilidade, e tamanho necessário de equipamentos. Desse modo, as dimensões de caldeiras, aquecedores, refrigeradores e trocadores de calor não dependem apenas da quantidade de calor transmitidas, mas também da taxa de transferência de calor sob as condições dadas (KREITH, 1977). Do ponto de vista da engenharia, a determinação da quantidade de calor transmitida por unidade de tempo, para uma diferença de temperatura especificada, é o problema-chave em uma indústria (KREITH, 1977). A realização do experimento tem como objetivo obter experimentalmente, os perfis de temperatura em regime permanente de três barras metálicas cilíndricas de materiais e diâmetros diferentes e, aos dados experimentais, ajustar as equações comumente encontradas na literatura, possibilitando a determinação dos coeficientes médios de transferência de calor, bem como o calor trocado entre as barras e o ambiente. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Transferência de calor. Calor é a energia em trânsito devido a uma diferença de temperatura (INCROPERA & DEWITT, 1998). A transmissão de calor é a ciência que trata das taxas de troca de calor entre um corpo quente denominado fonte e um corpo frio denominado receptor (KERN, 1982). Há três mecanismos conhecidos para a transferência de calor: a condução, a convecção e a radiação. A condução ocorre principalmente em corpos sólidos e consiste na troca de calor pela agitação (colisões) dos átomos e moléculas vizinhas do sólido. Esta pode ocorrer também em um fluido, mas somente quando ele não está em movimento. Os materiais apresentam capacidades diferentes de conduzir calor, propriedade chamada de condutividade, sendo que os sólidos são melhores condutores, seguidos dos fluidos e por último os gases. A convecção é a troca de calor que ocorre nos fluidos, ou seja, líquidos e gases. Consiste no movimento das camadas quentes e frias do fluido pela diferença de densidade, onde a camada quente e menos densa sobe, e a camada fria, mais densa, desce. Esse movimento causa as chamadas correntes de convecção. A radiação consiste na transferência de calor no vácuo, que ocorre através de ondas eletromagnéticas que viajam na velocidade da luz (KREITH & BOHN, 2003). 2 2.2. Transferência de calor em superfícies estendidas. O termo “superfícies estendidas” se refere a um sólido onde há transferência de energia por condução no interior de suas fronteiras e por convecção (e/ou radiação) entre suas fronteiras e a vizinhança (INCROPERA & DEWITT, 1998). A aplicação mais frequente de superfícies estendidas é com a finalidade de aumentar a taxa de transferência de calor entre um sólido e um fluido adjacente, esta superfície é chamada de aleta. A taxa de transferência de calor pode ser elevada aumentando-se área da superfície onde ocorre convecção, isso pode ser feito empregando aletas que se estendem em direção ao fluido adjacente. A Figura 1 ilustra um sistema aletado (KREITH & BOHN, 2003). Figura 1: Uso de aletas para melhorar a transferência de calor em uma parede plana (INCROPERA & DEWITT, 1998). Em qualquer aplicação, a seleção de um tipo particular de aleta depende de considerações acerca do espaço físico, peso, fabricação, e custo, necessitando, para tal fim, um estudo prévio detalhado. Além do que, na mesma proporção que aumenta a área de troca de calor, a presença das aletas pode reduzir o valor do coeficiente de convecção para a superfície, bem como aumentar a perda de carga associada ao escoamento sobre as aletas, ao diminuir a área da seção transversal do escoamento (INCROPERA e DEWITT, 1998). 2.3. Formulação matemática. Considerando o fluxo de calor unidimensional (temperatura da barra uniforme ao longo de cada uma de suas seções) e desprezando a variação das propriedades físicas dos materiais com a temperatura, a equação do balanço diferencial de energia em regime permanente assume a forma da Equação 01 (INCROPERA & DEWITT, 1998). 3 ( ) (01) Utilizando-se a variável (temperatura adimensional), definida por: (02) A Equação 01 fica: (03) Sendo o parâmetro definido pela Equação 04. √ ̅ (04) Na qual ̅ é o coeficiente médio de transferência de calor, P é o perímetro da seção da barra, k é a condutividade térmica do material da barra (tabelada) e A é a área da seção transversal da barra. A solução da E.D.O. ilustrada na equação (03) depende das condições de contorno utilizadas. No total são duas condições, devido à ordem da E.D.O. A primeira condição de contorno, invariável, é: C.C.01: para . A segunda condição de contorno pode assumir três formas: C.C.02.a: para (barra semi-infinita); C.C.02.b: | (barra com extremidade isolada); C.C.02.c: | ( | ) (barra com extremidade não- isolada: o calor que chega em por condução é transmitido ao ambiente por convecção). São possíveis, portanto, três formulações diferentes através das combinações destas equações: Formulação A: Eq. (03), C.C.01 e C.C.02.a. 4 Formulação B: Eq. (03), C.C.01 e C.C.02.b. Formulação C: Eq. (03), C.C.01 e C.C.02.c. Como a formulação C acrescenta muitas complicações matemáticas, as quais não compensam a eventual melhora na predição do perfil de temperaturas, o estudo será limitado às formulações A e B. Para a formulação A, tem-se: ( ) (05) Para a formulação B, tem-se: [ ( )] ( ) (06) O calor dissipadopor convecção, também em regime permanente, pode ser calculado de duas maneiras, demonstradas pelas Equações (07) e (08). ̇ ̅ ∫[ ( ) ] (07) ̇ ̇ | | (08) Podendo a derivada e a integral serem calculadas de forma numérica ou através do uso das equações do modelo melhor ajustado aos dados experimentais. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Materiais empregados. Os seguintes materiais foram empregados: • Termopar; • Paquímetro; • Módulo experimental. O módulo experimental está demonstrado na Figura 2, e é composto por três aletas metálicas (uma de aço inoxidável de diâmetro maior (aleta 1), uma de aço inoxidável de diâmetro menor (aleta 2) e uma de alumínio (aleta 3)), por 5 uma caixa de vapor (2), cuja entrada de vapor é controlada por uma válvula (1), além de um manômetro de Bourdon (3). Figura 2: Módulo experimental utilizado no experimento (VEIT, 2010). 3.2. Metodologia aplicada. Inicialmente com o auxílio do paquímetro, mediu-se o diâmetro de cada barra (aletas), bem como as posições de 14 pontos de medida de temperatura, tomando como referência a extremidade que estava em contato com a caixa de vapor. Verificou-se também a temperatura ambiente, e tomou-se nota dos dados relatados. Acionando-se a caldeira, a qual fornecia vapor ao módulo experimental. Para o vapor saturado chegar a caixa de vapor, abriu-se a válvula 1. Após o sistema entrar em regime permanente, anotou-se a temperatura dentro da caixa de vapor (T0), bem como a pressão, indicada pelo manômetro. Em seguida, iniciou-se a medida da temperatura nos pontos de referência na primeira aleta, sendo essa de aço e de maior diâmetro. Repetiu-se a medição de temperatura em cada ponto de referência para as outras duas aletas, sendo a segunda de aço e a terceira aletas de alumínio e também diferindo-se no diâmetro entre as aletas. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Apresentação dos dados experimentais. Com os dados experimentais coletados, montou-se a Tabela 1 com a temperatura medida em pontos distribuídos ao longo das aletas, indicando também a posição relativa à origem da barra na qual a temperatura foi medida. 6 Tabela 1: Dados experimentais de temperaturas medidas em posições ao longo das aletas. Ponto Aleta 1 (D=1,006 cm) Aleta 2 (D=0,499 cm) Aleta 3 (D=0,494 cm) x (± 0,5 cm) T (± 0,5 ºC) x (± 0,5 cm) T (± 0,5 ºC) x (± 0,5 cm) T (± 0,5 ºC) 1 0 86 0 80 0 62 2 2 76 2 75 2 53 3 4 67 4 72 4 46 4 6 60 6 68 8 38 5 10 49 10 63 12 34 6 14 42 14 57 16 31 7 18 38 18 53 22 30 8 24 34 24 46 28 29 9 30 31 30 42 34 29 10 36 29 36 40 40 29 11 42 28 42 36 50 29 12 52 28 52 35 60 29 13 62 28 62 33 70 29 14 72 27 72 32 80 29 15 82 27 82 31 - - Tem-se também que a pressão manométrica do vapor d’água, que transmitia calor para as aletas, medida foi Pman = 0,85 kgf/cm², e que a temperatura ambiente medida foi de T = 26 ºC. 4.1.1. Tratamento de dados experimentais Com os dados da Tabela 1, determinou-se as temperaturas adimensionais θ para cada ponto utilizando-se a equação (02), expondo os valores na Tabela 2. Calculou-se, também, o logaritmo natural dos valores determinados, estando os dados na mesma tabela. (02) 7 Tabela 2: Valores de temperatura adimensional determinadas a partir das temperaturas das aletas. Ponto Aleta 1 Aleta 2 Aleta 3 θ ln θ θ ln θ θ ln θ 1 1 0 1 0 1 0 2 0,8333 -0,1823 0,9074 -0,0972 0,7500 -0,2877 3 0,6833 -0,3808 0,8519 -0,1603 0,5556 -0,5878 4 0,5667 -0,5680 0,7778 -0,2513 0,3333 -1,0986 5 0,3833 -0,9589 0,6852 -0,3781 0,2222 -1,5041 6 0,2667 -1,3218 0,5741 -0,5550 0,1389 -1,9741 7 0,2000 -1,6094 0,5000 -0,6931 0,1111 -2,1972 8 0,1333 -2,0149 0,3704 -0,9933 0,0833 -2,4849 9 0,0833 -2,4849 0,2963 -1,2164 0,0833 -2,4849 10 0,0500 -2,9957 0,2593 -1,3499 0,0833 -2,4849 11 0,0333 -3,4012 0,1852 -1,6864 0,0833 -2,4849 12 0,0333 -3,4012 0,1667 -1,7918 0,0833 -2,4849 13 0,0333 -3,4012 0,1296 -2,0431 0,0833 -2,4849 14 0,0167 -4,0943 0,1111 -2,1972 0,0833 -2,4849 15 0,0167 -4,0943 0,0926 -2,3795 -0,7222 - 4.2. Determinação do parâmetro m 4.2.1. Formulação A. Para a Formulação A (Equação (05)), plotou-se, com os dados da Tabela 2, gráficos de ln θ em função da posição na aleta, que estão apresentados nas Figuras 3-5, e aplicou-se o ajuste linear nos dados. O ponto 15 para a aleta 3 foi excluído, uma vez que logaritmo natural de números negativos são indeterminados. Os dados do ajuste linear estão expostos na Tabela 3. Tabela 3: Equação da reta e coeficiente de determinação dos ajustes lineares da Formulação A. Aleta Equação da reta R² 1 ( ) ( ) 0,9123 2 ( ) ( ) 0,9697 3 ( ) ( ) 0,9431 Para a aleta 3, eliminou-se os últimos seis pontos coletados, uma vez que a temperatura permaneceu constante a partir do ponto 8. Assim, fez-se o ajuste somente para os pontos 1-8. Comparando-se os dados da Tabela 3 com a Equação (05) manipulada matematicamente, pode-se determinar o valor do parâmetro m. 8 Figura 3: Logaritmo da temperatura adimensional em função da posição na aleta 1. Figura 4: Logaritmo da temperatura adimensional em função da posição na aleta 2. 9 Figura 5: Logaritmo da temperatura adimensional em função da posição na aleta 3. ( ) (05) Os valores determinados de m são 4.2.2. Formulação B. Aplicando-se a Formulação B, plotou-se gráficos de θ em função da posição x para as três aletas, e fez-se um ajuste não-linear dos dados, segundo a Equação (06). Os três gráficos estão representados nas Figuras 6-8, e a Tabela 4 traz os dados de tal ajuste. Tabela 4: Parâmetro m e coeficiente de determinação dos ajustes não-lineares da Formulação B. Aleta Parâmetro m (m-1) Coeficiente de determinação 1 9,1613 ± 0,1870 0,9974 2 3,8332 ± 0,0843 0,9948 3 12,8355 ± 1,1107 0,9583 10 Figura 6: Temperatura adimensional em função da posição na aleta 1. Figura 7: Temperatura adimensional em função da posição na aleta 2. 11 Figura 8: Temperatura adimensional em função da posição na aleta 3. Os valores do parâmetro m determinados estão expostos na Tabela 4. Vale notar que, para facilitar na aplicação do ajuste não-linear, utilizou-se as posições na aleta em metros, assim, o valor de m sai na unidade de metro recíproco (m-1). 4.3. Determinação do coeficiente médio de transferência de calor experimental. Tendo-se os valores do parâmetro m, determinou-se o coeficiente médio de transferência de calor pela Equação (04). Tendo-se os diâmetros das aletas, determinou-se os respectivos perímetros e áreas de secção transversal, sendo os valores expostos na Tabela 5. A Tabela A do Anexo indica os valores de condutividade térmica para o aço inoxidável e para o alumínio, materiais dos quais as aletas são feitas. Tabela 5: Diâmetro, perímetro e área de secção transversal das aletas. Aleta Diâmetro (cm) Perímetro (cm) Área de secção (cm²) 1 1,006 3,160 0,7948 2 0,499 1,568 0,1956 3 0,494 1,552 0,1917 12 Com os dados das Tabelas 5 e A, além dos valores de m determinadosanteriormente, determinou-se o coeficiente médio de transferência de calor para cada aleta, expondo os valores na Tabela 6. Demonstra-se o cálculo para a aleta 1, com o m determinado pela Formulação A. √ ̅ (04) √ ̅ ̅ Tabela 6: Valores determinados de coeficiente médio de transferência de calor para as aletas. Aleta Parâmetro m (m-1) Coeficiente ̅ (W/m².K) 1 5,23 1,1214 9,1613 3,4399 2 3,05 0,1891 3,8332 0,2982 3 9,04 23,721 12,8355 47,786 Analisando-se a Tabela 6, pode-se perceber que a aleta 2 produziu resultados mais precisos, apresentando uma discrepância entre os valores de ̅ de 36,5%, enquanto que os dados da aleta 1 apresentaram discrepância de 67,4% e os dados da aleta 3, 50,3%. Tal discrepância pode estar relacionada ao mau funcionamento do termopar utilizado nas medidas, uma vez que o mesmo apresentou falhas na estabilização antes da prática, mas por falta de outro instrumento de medida de temperatura, foi utilizado. 4.4. Determinação do coeficiente médio de transferência de calor por meio de correlações. Segundo INCROPERA e DEWITT (1998), pode-se determinar o coeficiente de transferência de calor por meio da Equação (09), considerando- se uma aleta em formato de cilindro horizontal trocando calor por convecção natural. ( ) (09) 13 onde D é o diâmetro da aleta, e ΔT é a variação da temperatura entre a aleta e o ambiente. Dessa forma, determinou-se o coeficiente médio de transferência de calor utilizando-se a temperatura média das aletas. A Tabela 7 indica os valores utilizados na determinação e o valor de ̅ propriamente dito. Tabela 7: Valores de coeficiente médio de transferência de calor determinado pela correlação de INCROPERA e DEWITT. Aleta Temperatura média da superfície (ºC) Temperatura ambiente (ºC) Coeficiente ̅ (W/m².K) 1 43,3 26,0 8,436 2 50,9 11,01 3 35,5 8,675 Comparando-se os valores obtidos pela correlação de INCROPERA e DEWITT com os valores experimentais, percebe-se uma discrepância considerável. Tal discrepância deve-se à diferença de tratamento dos dados experimentais, uma vez que a correlação utiliza a temperatura média da superfície na determinação o coeficiente de transferência de calor, enquanto que o modelo experimental considera as variações de temperatura ponto a ponto, determinando um parâmetro m a partir de um ajuste dos dados. 4.5. Determinação da taxa de calor transferido pelas aletas. Determinou-se, pelas Equações (07) e (08), a taxa de calor transferido pelas aletas, utilizando-se, para isso, dados das Tabelas 1, 5, 6 e A. Para a determinação pela Equação (07), determinou-se a integral da variação de temperatura em função da posição por meio de integração numérica, utilizando-se para isso o método do trapézio, descrito no Apêndice I. Demontra- se o cálculo para a aleta 1. ̇ ̅ ∫ [ ( ) ] (07) ̇ Para a determinação pela Equação (08), determinou-se a derivada da temperatura em função da posição na aleta, avaliando-a na posição x=0, estando a operação descrita no Apêndice II. Demonstra-se o cálculo para a aleta 1. ̇ | (08) 14 ̇ Montou-se, então a Tabela 8, a fim de comparar os valores determinados pelas duas equações. Tabela 8: Valores de taxa de calor transferido para as três aletas. Aleta ̇ pela equação (X) (W) ̇ pela equação (X) (W) 1 0,2576 0,00656 0,7903 2 0,0416 0,00081 0,0656 3 1,6346 0,02027 3,2929 Comparando-se ambos os valores, percebe-se uma diferença significante entre os dois valores. Isso se deve ao fato de que uma pequena parte do calor é dissipada por condução, enquanto que a maior parte é dissipada por convecção natural. 4.6. Discussão geral dos resultados. De forma geral, apesar das discrepâncias entre os valores determinados, pode-se tirar algumas conclusões analíticas dos resultados. Percebeu-se que a aleta de alumínio apresentou maior coeficiente médio de transferência de calor (pelo método experimental) do que as aletas de aço. Tal fato também foi percebido pelas temperaturas medidas ao longo das aletas, uma vez que o alumínio apresentou uma grande diminuição da temperatura em relação às aletas de aço, apresentando temperatura constante a partir do 8º ponto medido. Isso se deve ao fato do alumínio apresentar maior condutividade térmica do que o aço inoxidável, transferindo calor mais facilmente para o ar. Analisando-se as duas aletas de aço, percebe-se que o diâmetro das mesmas interfere no coeficiente de troca térmica, onde a aleta de aço com maior diâmetro apresentou maior ̅. Uma vez que o diâmetro é maior, a área de troca térmica entre a aleta e o ar é maior, o que, por sua vez, causa uma maior transferência de calor. Novamente, este fato ficou evidenciado nas medidas das temperaturas ponto a ponto da aleta, aonde a aleta 1 apresentou maior diminuição da temperatura do que a aleta 2. 15 5. CONCLUSÃO A partir dos resultados e das discussões feitas, pode-se concluir que os objetivos foram atingidos, porém não de forma satisfatória. Pode-se determinar o perfil de temperatura em três barras metálicas, além de determinar-se o coeficiente médio de transferência de calor para cada barra, conseguindo-se notar a influência do diâmetro e do material da aleta na troca térmica. Entretanto, os valores de coeficiente de troca térmica determinados não apresentaram concordância entre si, provavelmente devido à falhas no termopar utilizado ou à limitações dos métodos aplicados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS INCROPERA, F.P.; DEWITT, D.P. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa. 4ª edição, Editora LTC, 1998. KERN, D. Q. Processos de Transmissão de Calor. 1ª edição, Editora Guanabara Dois, 1982. KREITH, F.; BOHN, M.S. Princípios de Transferências de calor. 3ª edição, Editora Edgard Blücher, 2003. RUGGIERO, M. A. G.; LOPES, V. L. R. Cálculo numérico. 2ª edição, Editora Makron Books, 2009. VEIT, M. T. Apostila dos Roteiros da Disciplina de Laboratório de Engenharia Química I. Toledo – PR, 2010. Wolfram|Alpha: Computational Knowledge Engine. Disponível em <http://www.wolframalpha.com>. Acesso em 06 nov 2014. 16 APÊNDICES Apêndice I – Integração numérica pelo método do trapézio. Para calcular-se a integral da variação de temperatura em função da posição na aleta, aplica-se o método do trapézio a partir dos dados da Tabela 1, segundo a Equação (A) (RUGGIERO e LOPES, 2009). ∫ ( ) ∑ [ ( ) ( )] (A) onde h é o passo do método, ou seja, é o tamanho de cada trapézio individual, sendo determinado pela diferença entre uma posição xn na aleta e a posição anterior xn-1. Aplicando-se para a integral proposta na Equação (07), tem-se ∫[ ( ) ] ∑ ( ) [ ( ) ( ) ] (B) Resolvendo-se a integral pelo método do trapézio, tem-se um valor de 7,27 m.K para a aleta 1, 14,02 m.K para a aleta 2, e 4,44 m.K para a aleta 3. Apêndice II – Derivada numérica pelo método das diferenças finitas. Para calcular-se aderivada da temperatura em função da posição, aplicou-se o método numérico das diferenças finitas, aproximando o valor da derivada a uma variação entre dois pontos próximos, segundo a Equação (C) (RUGGIERO e LOPES, 2009). (C) Para calcular-se a derivada no ponto x=0, utilizou-se os dois pontos próximos de x=0, ou seja, os dois primeiros pontos medidos, calculando-se, assim, a variação. | (D) Assim, encontrou-se um valor de -5 K/m para a aleta 1, -2,5 K/m para a aleta 2, e -4,5 K/m para a aleta 3. ANEXOS 17 Tabela A: Propriedades retiradas da literatura. Propriedade Valor Condutividade térmica do aço inoxidável (W/m.K) 16,3 Condutividade térmica do alumínio (W/m.K) 235 Fonte: WolframAlpha, 2014.
Compartilhar