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1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL. AUTONOMIA. FONTES. PRINCIPIOS

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO COMERCIAL
1 – ORIGEM DO DIREITO COMERCIAL
1.1 – A primeira fase do Direito comercial - A Idade Média – A doutrina aponta que foi na idade média que o Direito Empresarial passou a se organizar, ou seja, o início do surgimento de um regime jurídico específico para a disciplina das relações mercantis. Trata-se da primeira fase desse ramo do direito. É a época do surgimento dos burgos e do Renascimento Mercantil.
Com o crescimento do comércio, os comerciantes e mercadores passaram a criar “seu próprio direito” para aplicar nos conflitos comerciais que passaram a surgir. Neste cenário, passa a surgir as Corporações de Ofício.
Nesta primeira fase compreende os usos e costumes mercantis nas relações comerciais, sem participação do Estado. Cada Corporação de Ofício possuía seus usos e costumes, aplicado pelos cônsules, eleitos pelos associados. Nesta fase surge os títulos de crédito, contratos mercantis e as sociedades.
Por sua vez, tal fase é chamada de fase subjetivista, pois o direito comercial era o direito dos membros das corporações, a serviço do comerciante. Suas regras somente se aplicavam aos filiados de determinada corporação.
2 – A Segunda fase do Direito Comercial e os Atos de Comércio
	Após o Renascimento Mercantil, o ideal de corporações sai da Itália e invade toda a Europa. As corporações passaram a reger cada vez mais comerciantes e não comerciantes.
	Com o passar do tempo, as diversas corporações, bem como os tribunais de comércio existentes foram perdendo as forças, dando lugar a atribuição estatal.
	Em 1804 e 1808 surge o Código Civil Francês e o Código Comercial. A codificação napoleônica divide de um lado o Direito Privado e de outro o Direito Comercial.
	O Direito Comercial surgiu como um regime especial destinado a regular as atividades mercantis. Assim, a doutrina francesa criou o que chamamos de ATOS DE COMÉRCIO.
OS ATOS DE COMÉRCIO – Tinha como uma de suas principais funções a de atribuir, a quem praticasse os denominados atos de comércio, a qualidade de comerciante, o que era pressuposto para a aplicação de normas de direito comercial. 
O direito comercial regularia, portanto, as relações jurídicas que envolvessem a prática de alguns atos definidos em lei como ATOS DE COMÉRCIO. Todo o restante que não fosse definido como ato de comércio seria regulado pelo Direito Civil.
Os atos de comércio eram definidos pelo legislador. 
Por sua vez, o foco do Direito Comercial mudou nessa segunda fase. Antes, o direito comercial era o direito aplicável aos Membros da Corporação de Ofício. Agora não mais. A mercantilidade passou a ser definida pelo objeto – os atos de comércio.
Assim, a doutrina costuma afirmar que a codificação napoleônica objetificou o direito comercial.
Requisitos para ser comerciante/sociedade comercial – Para ser classificado como comerciante, pessoa física, e a sociedade comercial, pessoa jurídica, deveriam atender aos seguintes requisitos: i) HABITUALIDADE; ii) FINALIDADE LUCRATIVA e PRÁTICA DE ATOS DE COMÉRCIO – O Código Comercial não previa quais eram os atos de comércio, que eram elencados pelo Regulamento 737/1850 (art. 19) Os atos que a lei entendia como atos mercantis eram pouquíssimos e esse era o grande problema do Direito Comercial. 
Atos de comércio elencados pelo regulamento (atividade de sociedade comercial ou comerciante pessoa física): compra e venda de bens móveis, câmbio, transporte de mercadorias, atividade bancária, espetáculos públicos, contratos marítimos em geral, fretamento de navios, títulos de crédito gerais. 
Crítica – Os requisitos deveriam ser atendidos cumulativamente. Assim, as imobiliárias, ainda que tivessem habitualidade e finalidade lucrativa, não eram consideradas sociedades comerciais.
A doutrina crítica o sistema francês, pois ele se resume ao estabelecimento de uma relação de atividades econômicas, sem que haja entre elas nenhum elemento interno de ligação, gerando indefinições quanto a natureza mercantil delas.
Neste sentido, surgiram duas formulações sobre atos de comércio que se destacaram: a) A de Thaller, que resumia os atos de comércio à atividade de circulação de bens e serviços; b) a de Alfredo Rocco, que via nos atos de comércio a característica comum de intermediação para troca – foi a que prevaleceu.
Todavia, o sistema francês não conseguiu definir o que seria atos de comércio. Ademais, ao excluir uma série de atividades, não abrangia o que significava a atividade mercantil.
O Brasil adotou os Atos de Comércio em seu Código Comercial de 1850, definindo como comerciante aquele que exercia a mercancia de forma habitual, como sua profissão.
3 – A Terceira fase do Direito Comercial e a Teoria da Empresa
	Com o passar do tempo, a noção de Direito Comercial fundada exclusivamente na figura dos atos de comércio, mostrou-se totalmente ultrapassada. 
	Assim, em 1942, na Itália, foi elaborado o Código Civil que trouxe a noção de teoria da empresa.
	Alberto Asquini definiu a empresa como fenômeno econômico poliédrico que, transposto para o direito, apresentava não um, mas variados perfis: perfil subjetivo, funcional, objetivo e corporativo.
	Assim, com a adoção da Teoria da Empresa no Direito Empresarial, entendeu-se que o Direito Empresarial não se limita a regular apenas as relações jurídicas definidas em lei como ato de comércio. A Teoria da Empresa fez com que o direito empresarial se ocupe com a forma específica de exercer atividade econômica: a forma empresarial. Assim, qualquer atividade econômica, desde que seja exercida empresarialmente, está submetida ao Direito Empresarial.
	3.1 – Teoria da Empresa e seus contornos – Como visto, o conceito de empresa possui vários significados. Conforme afirmado por Alberto Asquini, o conceito de empresa possui quatro perfis distintos. Vejamos:
Perfil Subjetivo – Pelo qual a empresa seria uma pessoa (PF/PJ), ou seja, o empresário.
Perfil Funcional – A empresa é considerada uma força em movimento destinada a alcançar um determinado objetivo – ou seja, é uma atividade econômica organizada;
Perfil Objetivo – a empresa seria um conjunto de bens afetados ao exercício da atividade econômica desempenhada, ou seja, o estabelecimento empresarial;
Perfil Corporativo – a empresa seria uma especial organização de pessoas, formada pelo empresário e prestadores de trabalho – os colaboradores – visão ultrapassada – aplicada no Fascismo italiano.
Insta destacar que os perfis subjetivo, funcional e objetivo referem-se ao empresário, a empresa e a atividade empresarial.
Logo, pelo perfil funcional, EMPRESA É A ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA PARA O FIM.
3.1.1 – A Teoria da Empresa e o Código Civil de 2002 – O CC/02 não estabeleceu o conceito de empresa, mas estabeleceu o conceito de empresário no art. 966 do CC. Assim, do conceito de empresário, podemos extrair o conceito de empresa.
Qual o conceito de empresa? Empresa é uma atividade economicamente organizada com a finalidade de fazer circular ou produzir bens ou serviços. Assim, empresa é a atividade, empresário é quem exerce a atividade. Empresa não é sujeito de direitos, mas sim o empresário (PF/PJ).
3.2 - Teoria dos Feixes de Contrato - A teoria de Feixes de Contrato é de Ronald H. Coase. Para ele a empresa é formada por um conjunto de contratos (compra, venda, mão-de-obra, etc.) que servem para reduzir os custos operacionais. Esse conjunto de contratos é o feixe.
	Tais contratos (feixes) permitem organizar os fatores de produção e diminuir custos!
– Autonomia do D. Empresarial
A doutrina entende que apesar de estar previsto dentro do CC/2002, o D. Empresarial é autônomo, pois além do art. 22 da CF/88 prevê a distinção entre D. Civil e Empresarial, o Código Civil não esgota o tema, pois há inúmeras legislações esparsas que aborda o D. Empresarial.
5 - Características do direito empresarial:
a) Cosmopolitismo – uma vez criado como fato de fundamentação integração entre os povos, o seu desenvolvimento até hoje propicia essa inter-relação. O Cosmopolitismo é a característicaque internacionaliza o Direito Comercial. É a ideia de um direito universal, sem fronteiras.
b) Onerosidade – dado o caráter econômico e especulativo das atividades mercantis, que faz com que o intuito de lucro seja algo intrínseco ao exercício das atividades mercantis. Não há de se falar em filantropia no Direito Empresarial;
c) Informalismo - A dinâmica das relações empresariais devem ser consideradas uma importante característica referente ao informalismo;
d) Fragmentarismo – pelo fato do Direito Empresarial ter vários sub-ramos, como o Direito de Empresa (No CC), Direito Societário (No CC e na Lei das S/A), Direito Cambiário, Direito Familiar, etc;
e) LUG – Lei Uniforme de Genebra – Disciplina a questão da letra de câmbio e da nota promissória. Foi incorporada pelo Decreto 57.633/66.
f) Elasticidade – O direito comercial é sujeito à mudanças constantes, devido as relações comerciais serem dinâmicas;
g) Globalização – 
h) Individualismo – É um dos pontos que mais diferencia o Direito Empresarial do Direito Civil. Isto porque o Direito Empresarial está ligado a ideia de lucro, ou seja, aos interesses individuais. 
6 - Princípios do Direito Empresarial
a) Liberdade de iniciativa – Previsto no art. 170, P.U da CF/88. Por tal princípio, qualquer possa pode exercer uma atividade empresarial. Apesar de não ser princípio absoluto, trata-se de um fundamento da República. Este princípio se desdobra em 04 condições fundamentais para o funcionamento eficiente de produção capitalista: I – imprescindibilidade da empresa privada para ter acesso a bens e serviços que a sociedade precisa para sobrevir; II – lucro como principal motivação do empresário; III – necessidade de preservar o interesse privados; IV – empresa é o polo gerador de empregos e riquezas para a sociedade. 
	Atualmente, tal princípio vem sendo relativizado progressivamente
b) Liberdade de concorrência – É princípio expresso (Art. 170 da CF). Para que se possa exercer atividade empresarial, a princípio, não se encontra nenhuma restrição. Quando o Estado resolve garantir a livre concorrência, ele o faz de 02 formas – coibindo práticas de concorrência desleal e atos que configurem infração contra a ordem econômica. 
Função Social da Empresa – Está no art. 170, III da CF/88. A função social da empresa gera uma obrigação de fazer e não fazer para o empresário. 
- Obrigação de fazer – A atividade empresarial deve trazer um bem estar comum para terceiros. Deve ser realizado sempre com a ideia de ser necessário valorizar o trabalho, erradicar a pobreza, etc. Sempre está permeada de valores constitucionais;
- Obrigação de não fazer – É o não fazer concorrência desleal, abusar do poder econômico e não causar danos a terceiros.
d) Liberdade de Associação – É garantido aos empresários e também aos não empresários. Tal princípio faz com que o indivíduo possa ou não ficar na sociedade que atualmente ele integra. Tal princípio está intrinsicamente ligado ao direito de retirada do sócio por affectio societatis, por exemplo.
e) Maximização dos Ativos do Falido – É princípio relacionado ao Direito Falimentar. É princípio expresso (Art. 141, II, da Lei 11.105/05). Por tal princípio, havendo alienação de ativos na falência, aquele que adquirir ou arrematar os ativos pelo leilão promovido pela massa falida, não terá obrigação de pagar as dívidas do falido (não será sucessor).
f) Defesa da Propriedade Privada – A propriedade privada está no art. 170 da CF. A ausência de propriedade privada é tecnicamente fazer desaparecer o mercado. Tal princípio é relativizado.
g) Princípio da preservação da empresa – Tal princípio que resultou a criação da atual Lei 11.101/05 (Lei de Falência e de Recuperação Judicial). Tal princípio é bastante utilizado para fundamentar decisões que visem preservar a empresa, mesmo nos casos de dissolução de sociedade, falência, etc. A preservação da empresa é o princípio vetor da recuperação judicial. Por exemplo, ao fazer venda de ativos na recuperação judicial, também não haverá sucessão, assim como ocorre na falência. Logo, a penhora sobre faturamento da empresa não pode impedir seu funcionamento. Todavia, o princípio visa preservar a empresa e não o empresário.
i) Autonomia da Vontade - 
7 - FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL
	As normas de direto empresarial são aplicáveis exclusivamente aos agentes econômicos, chamados de empresários. 
 O Direito Civil pode ser considerado fonte de Direito Comercial? Não! mesmo que suas regras sejam aplicadas na solução de problemas mercantis. As matérias estritamente civis não tem o condão de ser fonte do Direito Comercial
As mais importantes fontes de Direito Comercial são as normas comerciais. Há muito tempo a mais importante norma era o Código Comercial de 1850. Com o Código de 2002, essa norma foi parcialmente derrogada, sobrevivendo apenas a parte do Comércio Marítimo.
	- Os usos e costumes – É uma grande fonte de Direito Comercial. Os usos e costumes surgem quando se verificam alguns requisitos básicos como: a) que a prática seja uniforme; b) observada por certo período; c) constante; d) exercida de boa-fé; e) não contrária a lei.
	Quanto aos costumes se destaca que ele pode ser provado no Direito Empresarial, por prova documental, tendo em vista que o costume pode ser objeto de assentamento na Junta Comercial – Lei 8.934/94, art. 8º, V.
	Atualmente classifica-se as fontes da seguinte forma:
Fontes Primárias – CF/88, CC 2002 (Na parte de Direito Comercial), Código Comercial de 1850 e Leis Esparsas (Lei de Falência, etc).
Fontes Secundárias – Analogia, os Costumes e os Princípios Gerais do Direito.

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