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Aula 7- filosofia e ética - com todos os anexos já no texto

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Aula 7: Fundamentos gerais da ética grega
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Apresentar, sob a relação Oriente-Ocidente, elementos histórico-filosóficos que tornam a ética uma disciplina filosófica no mundo ocidental;
2. Introduzir escolas de pensamento que caracterizam a ética no mundo grego antigo.
ESTUDO DIRIGIDO DA AULA
1. Leia o texto condutor da aula.
2. Leia os textos indicados.
3. Realize as atividades solicitadas.
4. Leia a síntese da aula e a chamada para a aula seguinte.
Na primeira parte desta disciplina, foram trabalhados elementos que compõem a dimensão ética; já nesta parte, são consideradas as diversas conceituações da ética ao longo da história da filosofia. Falaremos da ética na sua relação entre Oriente e Ocidente; em especial, da ética grega. No vídeo acima, você assiste a um trecho do comercial sobre turismo produzido pelo governo grego.
Por onde começa a Ética?
Oriente versus Ocidente
Precedentes da ética grega
Anexo sobre Sócrates : Aula 7 – Sócrates 
Filho de um escultor e uma parteira, Sócrates nasceu sob o esplendor da cidade de Atenas. Presenciou a decadência de sua cidade natal na Guerra do Peloponeso (resultado de divergências e rivalidades entre Esparta e Atenas entre 431 e 404 a.C), que conferiu a vitória aos espartanos. Refletindo sobre a derrota dos atenienses, Sócrates concluiu que ela foi precipitada principalmente pela influência cética exercida pelos sofistas. Estes foram mestres da arte de falar adequadamente ao público (retórica), criando um movimento com características próprias, bem diferentes da busca de princípios para a natureza que marcou as preocupações dos pré-socráticos. 
A sofística estaria marcada pelo relativismo – fomulações de princípios e valores que mudam e se diferenciam –, subjetivismo – recusa de um critério objetivo e único de verdade, tomando-se como medida das coisas critérios puramente humanos – e ceticismo – postura crítica e negativa com relação a um conhecimento tomado como verdadeiro, pressupondo-se que as coisas são tais como aparecem a cada um, inexistindo, assim, valores morais bons ou ruins próprios a cada coisa. 
Combatendo os sofistas, Sócrates acreditou na estabilidade das leis, dos princípios verdadeiros e universais das normas, conferindo a elas um valor intrínseco; a partir dele, o termo ética se afasta tanto do sentido originário de morada quanto de equilíbrio das paixões, tal como Heráclito e Demócrito respectivamente entendiam. Este avanço foi possível sob a elaboração de um método, denominado maiêutica, que levasse os diversos cidadãos a uma vida virtuosa, abrangendo dois momentos, ironia e maiêutica. A ironia gira em torno de um jogo de perguntas e respostas, no qual Sócrates desempenha o 
papel de alguém que lança questões e instiga o seu interlocutor – tratando-o como aprendiz – a fim de que este se volte para si mesmo em busca de respostas verdadeiras. 
O conhecimento assim obtido não resultaria da transmissão de um conjunto de regras já estabelecidas, mas do reconhecimento da ignorância do aprendiz em face das perguntas formuladas. Logo, o ato de aprender exigia que este descobrisse os erros que portava referentes ao tema a ser conhecido: confrontar-se com o não-saber seria o caminho para que ele pudesse atingir o verdadeiro conhecimento. Uma vez chegado a este ponto, preparava-se o início do segundo momento, a maiêutica. Esta, ocorrendo também por intermédio do diálogo, levaria o aprendiz a descobrir os conhecimentos que parecia portar dentro de si – em sua própria alma. Neste sentido, ele retirava de si um conhecimento que 
preexistia, o qual transcendia a existência humana, sendo, portanto, universal.
Anexo sobre Platão : Aula 7 – Platão
 Aprofundando esta busca de conhecimentos universais, Platão (Atenas, 429348 a.C) atribui à formação de conceitos socráticos não só um valor mental, lógico e abstrato, mas um valor também ontológico (ontologia, parte da filosofia que estuda o ser em si, atributo de tudo o que existe – o ser das coisas), considerando-os objetos de pensamento e situados numa dimensão superior ao universo físico percebido pelos sentidos. Desta maneira, a realidade fica dividida, para ele, em dois mundos distintos e contrapostos: um, superior, invisível, eterno e imutável das idéias subsistentes, outro, físico, visível, material, sujeito à transformação. Em conjunto são pensados sob uma hierarquia, em cujo topo encontra-se o que é perfeito (o ser transcendente das Idéias, o reino do definido, do medido, da realidade fixa e estável) e, abaixo dele, o que é imperfeito (mundo indefinido, do nãomedido, da gênesis e da mutação). 
 
Platão escolheu como gênero literário para exprimir seu pensamento o diálogo, vinculando-o à dialética; esta abrangeria os sentidos tanto de arte da discussão por meio do diálogo, consistindo em saber interrogar e responder, quanto o de marcha do mundo sensível, físico, em direção ao mundo inteligível das idéias. Sua obra divide-se em: diálogos da juventude (primeiro período), fortemente marcados pelo pensamento socrático; diálogos da maturidade (segundo e terceiro períodos) e diálogos da velhice (quarto período). 
 
A ética platônica gira em torno da aspiração dos homens à felicidade. Mas, em que consiste e aonde se encontra o objeto capaz de tornar o homem feliz? A resposta nos leva à busca do Sumo Bem (eudemonia), tal como se debatia no círculo socrático, refletindo-se nos diálogos da juventude, reproduzindo as controvérsias sobre a primazia de duas espécies de vida: a que é entregue ao prazer e a consagrada à sabedoria, vinculada à prática da virtude. No diálogo Fédon (segundo período), Platão vislumbra uma existência feliz depois da morte, inclinando-se ao ascetismo e mortificação (1869a). 
 
No diálogo República (segundo período), condena energicamente a vida entregue ao prazer, propondo um ideal de vida baseado na virtude e no cultivo da sabedoria (1869b). No diálogo Filebo (quarto período), enuncia a suficiência como propriedade fundamental do Sumo Bem, a qual asseguraria a felicidade do homem (1869c). Seu pensamento completo sobre esta questão só se completa, no entanto, quando elabora a teoria das idéias transcendentes; voltado para este fim, a conduta do homem encontraria a felicidade, consistindo na prática da virtude (esta uma atividade própria da alma, formada pelo costume regulado através das leis) e no cultivo da Filosofia. 
A ética aristotélica: introdução
Com Aristóteles, a ética torna-se uma disciplina filosófica. Sua filosofia critica o dualismo ontológico de Platão, a separação dos mundos sensível e inteligível, sendo marcada por três etapas:
1. Período platônico – corresponde aos anos que Aristóteles permaneceu na Academia (367-348/7 a.C), nome da escola fundada por Platão em Atenas (ali ensinava-se dialética, encontrando-se o saber por constantes questionamentos, o que trouxe para o termo Academia, desde então, a acepção de local onde o saber não apenas é ensinado, mas produzido).
 
Uma primeira obra desse período é o Eudemo (352 a.C, aproximadamente), em que mantém as teses características do platonismo: a existência do mundo das idéias separadas, a substancialidade da alma, a imortalidade e a transmigração. A esse período pertenceriam também diálogos que se relacionam com o livro I da Metafísica, bem como partes mais antigas dos textos de lógica;
2. Período de transição (347-335 a.C) – Aristóteles critica as doutrinas platônicas, nomeadamente a teoria das idéias transcendentes, dos números ideais e da eternidade do mundo tal como Platão desenvolveu no Timeu, e revisa suas próprias concepções, esboçando já um pensamento original. A composição dos livros da Metafísica aparece em três séries: (primeira) – dominada pelo conceito da Filosofia como ciência de substâncias transcendentes e supra-sensíveis, mas iniciando já uma crítica do platonismo;(segunda) – a Filosofia entendida como ciência de um ser suprasensível, contraposta à Física que versa sobre os seres sensíveis; (terceira) – a Filosofia primeira possuindo como objeto o ser enquanto ser, em toda a sua amplitude;
3. Período aristotélico – corresponde à segunda estância em Atenas, quando o Liceu é fundado (335-323 a.C). Aristóteles chega à formulação do seu próprio sistema, ainda que conserve alguns traços do platonismo inicial. Relega a Filosofia a um segundo plano, ocupando-se preferencialmente de estudos sobre as ciências naturais, em que se ressaltam a valorização do que é empírico, ou seja, o mundo concreto dos seres viventes (cf. FRAILLE:1965a).
Entendendo a ética aristotélica
 
As essências das coisas diferem entre si pelos elementos que entram em suas composições, existindo uma única essência simplíssima, a de Deus, que não necessita possuir nem matéria, nem potencialidade, não estando sujeita a qualquer transformação. 
Mas, as demais essências compõem-se de ato, potência, forma e matéria, e seus graus de perfeição dependem de seus princípios formais.
Por isso, há um bem próprio de Deus, e outros bens encontrados respectivamente nas substâncias celestes, nos homens, nos animais, nas plantas e nos minerais.
O objeto da ética consiste em investigar as características do bem, da perfeição e da felicidade que são atribuídas ao homem, com o fim de ajustá-los à orientação prática da conduta humana. Segundo Aristóteles, o homem deve contentar-se com o ser e o bem que possui, pois está limitado, essencial e temporalmente, pela sua substância mortal e corruptível. 
Como determinar o bem?
O conceito de realidade, assim, condiciona a formulação da ética aristotélica, dominada por um relativismo radical. Ele considera que toda ação humana está orientada para a realização de algum bem, ao qual estão unidos o prazer e a felicidade. O problema é determinar em que consiste esse bem. Para tal, algumas condições deveriam ser preenchidas:
1. o bem deve ser perfeito e suficiente por si mesmo, para que o homem que o possua seja feliz;
2. o bem deve buscar-se por si mesmo e não com o fim de conseguir outro bem qualquer;
3. o bem deve ser uma coisa presente;
4. o bem deve consistir de atividade mais elevada que o homem possa consagrar-se;
5. o bem deve tornar o homem bom;
6. a posse do bem deve ser fixa, estável e contínua, encontrada ao longo de uma vida completa.
Começando a terminar...
O homem ético seria aquele que conseguisse viver conforme manda a razão, alcançando o ideal de uma vida virtuosa. No primeiro livro da Ética a Nicômaco, com você viu na Aula 1, Aristóteles apenas esboça seu ideal de perfeição humana; no décimo livro, no entanto, demonstra que o bem próprio do homem consiste na realização de uma vida teórica ou contemplativa, na qual se manifeste a atividade da maior potência humana que é a inteligência.
Para Aristóteles, os prazeres sensíveis, assim como as riquezas, seriam excluídos da noção de bem.
LEITURA Antes de finalizar esta aula, clique aqui para ler o texto sobre Aristóteles e a ética aristotélica.
Anexo Abaixo
Para Aristóteles, a ética está subordinada à política; o bem individual e particular deveria estar condicionado ao bem familiar e comum, pois o homem não é um ser que existe de modo único e isolado, mas se individualiza segundo o estabelecimento de diversas relações. 
É assim que o vínculo teológico que une o homem a Deus se complica em virtude da coexistência dos seres humanos; e é no conjunto de relações humanas que encontramos a comunidade política, que também é considerada um ser, possuindo, como tal, um bem próprio. Nesse quadro, o homem é considerado, por natureza, um “animal político”. 
Na natureza individual de cada homem há uma tendência inata a alcançar a sua própria perfeição, em torno da qual são formados o que julga como bom e feliz para si. Mas, o indivíduo isolado não pode alcançá-los, necessitando agrupar-se com seus semelhantes, criando, assim: 
(a) a família, unidade social básica, abrangendo o marido, a esposa, os filhos, os escravos e o animal que possa arar a terra. É uma associação natural, na qual o varão tem autoridade real sobre os filhos e os escravos e autoridade democrática sobre a esposa;
(b) a aldeia, que resulta da conjugação de várias famílias; 
(c) a cidade, ou comunidade política, que agrupa várias aldeias ou um número maior de famílias.
Como prova da sociabilidade natural do homem, Aristóteles ressalta o dom da palavra, da razão e do diálogo. Podemos dizer que suas considerações éticas colocam a maior parte dos problemas com os quais se ocuparam os filósofos morais no Ocidente: as relações normas/bens, ética individual/social, vida 
teórica/ prática e a classificação bens/virtudes. Após a sua obra, nos séculos III e II a.C, três escolas investigaram fundamentos filosóficos da vida moral: 
1. Escola cínica, fundada por Antístenes (aproximadamente, 444-365/370) e Diógenes (413-324 a.C, aproximadamente) não formando um sistema filosófico e caracterizando-se pelo desprezo às convenções;
2. Escola cirenaica, fundada por Aristipo (aproximadamente, 435-360 a.C), marcada pela definição do bem como prazer imediato (hedonismo, do grego hedoné, prazer), sendo alcançado sob o primado das sensações; 
3. Estoicismo, escola grega e greco-romana, nos séculos II e I a.C, abrangendo um conjunto de doutrinas filosóficas, cuja ética,
(a) diz respeito à eudemonia, exercício constante da virtude, pela qual o homem consegue rejeitar os bens externos, (b) é pensada sob o binômio razão-natureza, visto que o natural 
seria racional, (c) concebe a felicidade como aceitação do destino, considerando mal o que é contrário à vontade da razão do mundo (o vício, as paixões que destroem e perturbam o equilíbrio), 
(d) engloba uma crítica social e política, voltada para o cosmopolitismo.
Referências bibliográficas desta aula: 
1. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2002. 
2. FERRATER MORA, José. Diccionario de Filosofia, tomo I. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1971. 1072 p.
3. FRAILLE, Guilhermo. Historia de la Filosofia (I – Grecia y Roma). Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1965. 852 p.
4. KIRK, G.S, RAVEN, J.E e SCHOFIELD, M. Os filósofos pré-socráticos. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 1994. 544 p.
5. PLATÃO. Fédon. In: PLATO. Oeuvres Complètes. Paris: Bibliothèque-Charpentier, 1869. 
6. PLATÃO. República. In: PLATO. Oeuvres Complètes. Paris: Bibliothèque-Charpentier, 1869. 
7. PLATÃO. Filebo. In: PLATO. Oeuvres Complètes. Paris: Bibliothèque-Charpentier, 1869.
O que vem na próxima aula;
Na aula seguinte iremos começar a ver os fundamentos da Ética, tema que será abordado nas próximas aulas. Não deixe de realizar os exercícios de autocorreção e de participar do fórum de discussão. Até lá!

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