Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto de Física Departamento de Física Aplicada e Termodinâmica Laboratório de Física Teórica Experimental II Pêndulo Simples Professor: José Ricardo Campelo Arruda Aluno: Rodrigo Henrique de Oliveira Penna Turma 1 Data da realização da prática: 06/10/2014 Introdução: Um pêndulo simples é definido como uma partícula de massa m presa por um fio de determinado comprimento num certo ponto. Sendo a partícula solta lateralmente de uma posição C, onde o fio faz um ângulo θ com a vertical, esta é parada numa posição simétrica a original C’ e retorna novamente a posição B (figura 1). O pêndulo simples é muito utilizado no cotidiano para estudos da força peso e do movimento oscilatório. Conforme mostra a figura 1, as forças que atuam sobre a partícula são a força peso (mg), exercida pela Terra, e a tensão (T), exercida pelo fio. A força de tensão não é cancelada pela componente do peso ao longo do fio. A resultante ao longo do fio faz o papel de força centrípeta. A oscilação executada pelo corpo preso ao fio descreve o arco de uma circunferência. A descoberta da periodicidade do movimento pendular foi feita por Galileu Galilei. O movimento de um pêndulo simples é caracterizado por ser do tipo harmônico simples e envolve basicamente uma grandeza chamada período (simbolizada por T): é o intervalo de tempo que o objeto leva para percorrer toda a trajetória (ou seja, retornar a sua posição original de lançamento, uma vez que o movimento pendular é periódico). Para valores de pequenas oscilações, a aproximação fornece a seguinte expressão para o período de oscilação T do pêndulo: √ Sendo l o comprimento do fio e g a aceleração da gravidade. Derivada dessa grandeza existe a frequência (f), numericamente igual ao inverso do período, e que, portanto se caracteriza pelo número de vezes (ciclos) que o objeto percorre a trajetória pendular num intervalo de tempo específico. √ Objetivo do experimento: O experimento a seguir tem por objetivo verificar para o pêndulo simples sua dependência com a massa e com o comprimento do fio. Por meio do mesmo, objetiva-se também determinar, qualitativamente, o valor da aceleração da gravidade local. Materiais Utilizados: - 1 Base retangular; - 2 Hastes grandes; - 1 Haste pequena; - 2 Pegadores; - 2 Parafusos; - 2 Parafusos intermediários; - 1 régua graduada em mm; - 1 cronômetro; - 1 transferidor; - Pequenas massas variando de 5 a 40g; - Uma linha de comprimento a ser definido conforme a realização do experimento; Procedimentos experimentais: Para a atividade A1, foi montada uma estrutura metálica constituída de uma base, e duas hastes cilíndricas dispostas paralelas entre si e ligadas por uma terceira haste onde o pêndulo simples foi disposto, conforme mostra a figura 2 a seguir: Após a montagem do arranjo experimental, foi definido um comprimento para a linha, variando apenas as massas para o pêndulo. Para cada massa, foram medidos 10 períodos com uso de um cronômetro, anotando-se os tempos em uma tabela. Em seguida, foram variados somente os comprimentos das linhas, amarradas uma de cada vez na haste pequena, sendo colocada uma única massa para esse procedimento. Para cada comprimento de linha, foram medidos 10 períodos, anotando-se os mesmos numa tabela. Ao final dos procedimentos, foi analisado o comportamento experimental do pêndulo para as duas situações acima. Para a atividade A2, montou-se o mesmo arranjo da atividade A1, desta vez dispondo-se de um transferidor, conforme mostra a figura 3 a seguir: Com a montagem do arranjo, foi definido um comprimento para a linha e uma massa a ser fixa para o pêndulo. Em seguida, fez-se o pêndulo oscilar para 15 diferentes valores de ângulos θ (variando de 1° a 15°), medindo para cada ângulo 5 períodos. Mediante a obtenção dos valores, esquematizou-se os dados numa tabela, fazendo-se após um gráfico para θ > 10° e θ < 10° e outro gráfico para e θ, utilizando para este último o valor de θ em radianos. Com base na montagem dos gráficos, buscou-se ao final da atividade determinar a melhor faixa de ângulos para que o movimento pendular tenha a característica de um MHS. Resultados e análise de dados: Atividade A1: Comprimento inicial da linha: 21 cm. Tempo(s) m1 = 5g m2 = 10g m3 = 20g T1 9,56 9,37 9,31 T2 9,28 9,29 9,27 T3 9,38 9,19 9,21 T4 9,41 9,21 9,35 T5 9,33 9,23 9,22 T6 9,36 9,15 9,25 T7 9,31 9,13 9,27 T8 9,40 9,17 9,31 T9 9,35 9,21 9,33 T10 9,36 9,17 9,27 Tmédio 9,35 9,21 9,28 Freq.média 1,07 1,09 1,08 Para o experimento em questão, a gravidade experimental pode ser obtida por meio da equação: f²média Temos que a aceleração da gravidade teórica é 981 cm/s² Cálculo da aceleração da gravidade e do erro para a massa de 5g: ( ) ( ) | | Cálculo da aceleração da gravidade e do erro para a massa de 10g: ( ) ( ) | | Cálculo da aceleração da gravidade e do erro para a massa de 20g: ( ) ( ) | | A seguir, é mostrada a tabela com os diferentes comprimentos de linha: Massa inicial fixa: 10g Tempo(s) L1 = 46 cm L2 = 33 cm T1 18,35 11,57 T2 18,45 11,63 T3 18,26 11,42 T4 18,02 11,41 T5 18,86 11,48 T6 18,23 11,39 T7 18,82 11,42 T8 18,16 11,45 T9 18,83 11,45 T10 18,52 11,42 Tmédio 18,45 11,46 Freq.média 0,742 0,873 Cálculo da aceleração da gravidade e do erro para a linha de 46cm: ( ) ( ) | | Cálculo da aceleração da gravidade e do erro para a linha de 33cm: ( ) ( ) | | Atividade A2: Comprimento inicial da linha: 33 cm. Massa inicial fixa: 10g Ângulo (°) t1 (s) t2 (s) t3 (s) tmédio (s) fmédia (s) 1° 5,69 5,80 5,82 5,77 0,866 2° 5,79 5,82 5,89 5,83 0,857 3° 5,85 5,81 5,71 5,79 0,863 4° 5,73 5,96 5,80 5,83 0,857 5° 5,73 5,64 5,96 5,77 0,866 6° 5,81 6,11 5,97 5,96 0,839 7° 5,93 5,97 5,91 5,93 0,843 8° 5,79 5,83 5,73 5,78 0,865 9° 5,75 5,62 5,87 5,75 0,869 10° 5,98 5,87 5,94 5,93 0,843 11° 6,02 6,03 5,93 5,99 0,834 12° 5,93 5,97 5,98 5,96 0,838 13° 5,92 5,88 5,85 5,88 0,850 14° 6,03 6,22 5,75 6,00 0,833 15° 6,19 6,01 5,91 6,04 0,828 Cálculo da aceleração da gravidade e do erro para os ângulos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) || ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) | | freq. = -0,0004θ + 0,8602 0.835 0.84 0.845 0.85 0.855 0.86 0.865 0.87 0.875 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Fr e q u ê n ci a d o p ê n d u lo ( H z) Ângulo θ (°) θ < 10° freq. = -0,0017θ + 0,8587 0.825 0.83 0.835 0.84 0.845 0.85 0.855 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Fr e q u ê n ci a d o p ê n d u lo ( H z) Ângulo θ (°) θ > 10° Questões: Por que o Pêndulo Simples é um movimento periódico e oscilatório? Resposta: Porque possui uma posição de equilíbrio estável, e quando é deslocado dessa posição e liberado, uma força que o faz retornar de volta a sua posição de equilíbrio. No entanto, ao atingir esse ponto, possui uma energia cinética que o faz ultrapassar este ponto e se deslocar para um ponto do outro lado, retornando à posição de equilíbrio. Esse movimento é repetido até as forças serem anuladas e o corpo fique na posição de equilíbrio. Quais são os melhores valores para θ, para que o movimento tenha característica de Movimento Harmônico Simples? Resposta: Valores menores que 10°, porque nessa faixa de valores, o valor do ângulo θ se aproxima de seu seno. sen(θ) = 0,9886θ + 0,0007 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 Se n o θ Ângulo θ (rad) Gráfico θ x sen(θ) (0,01745 ≤ θ ≤ 0,26175) ou (1° ≤ θ ≤15°) A força é proporcional ao deslocamento angular θ ou a sen θ? Explique. Resposta: A força é proporcional ao seno do ângulo ϴ, no entanto, para ângulos muito pequenos, abaixo de cerca de 10°,se aceita a aproximação senθ ≈ θ, tornando assim, o deslocamento angular para ângulos pequenos também proporcional à força. Conclusão: Para o experimento realizado, foi possível observar que a massa presa à extremidade do fio não influencia no resultado da frequência do pêndulo, porém o comprimento do fio promove alterações na frequência. Um exemplo visto foi que, ao diminuirmos o comprimento, a frequência aumentou. Verificou-se, também, que para que o movimento do pêndulo possa ser caracterizado como um MHS deve-se adotar ângulos menores que 10° ou 0,174 radianos, pois nessa faixa há menor ocorrência de desvios em relação à frequência, conforme também mostra o gráfico θ < 10°, que apresenta um coeficiente angular desprezível, aproximando-se de um valor constante. Além disso, para valores desta faixa, observa-se uma aproximação entre os valores com os seus respectivos senos, conforme mostra o gráfico θ x sen θ. Para valores de ângulos acima de 10°, a frequência se distancia de um valor constante, sendo estes não indicados para que o pêndulo realize um MHS. Os erros experimentais para aceleração da gravidade devem-se a fatores como a percepção visual ao medir o comprimento do fio, as condições dos aparelhos utilizados e a outras possíveis falhas humanas. Referencias: HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Física, Vol. 2, Editora LTC, Rio de Janeiro. http://es.wikipedia.org/wiki/Péndulo_simple
Compartilhar