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Química Orgânica I Prof. Paulo Cesar de Lima Nogueira São Cristóvão Junho/2017 CONCEITOS BÁSICOS: ESTRUTURA E LIGAÇÂO Química Orgânica • O estudo dos compostos contendo carbono e hidrogênio. • Ca. 30 milhões de compostos já foram identificados. • “C” é um átomo pequeno. – Forma ligações simples, duplas e triplas. – Tem eletronegatividade intermediária (2.5). – Forma ligações fortes C, H, O, N, e alguns metais. 2 Estrutura do Átomo • Um núcleo pequeno e denso: diâmetro 10-14 - 10-15 contendo prótons carregados positivamente e a maioria da massa do átomo. • Um espaço extranuclear: diâmetro 10-10 m, o qual contém elétrons carregados negativamente. 3 espaço extranuclear contendo elétrons núcleo contendo prótons e neutrons 4 espaço extranuclear contendo elétrons elétron núcleo (prótons e neutrons) neutron próton Estrutura do Átomo Configuração Eletrônica dos Átomos Elétrons são confinados em regiões do espaço chamados de níveis de energia principal (camadas). • Cada camada pode conter 2n2 elétrons (n = 1,2,3,4......) 5 camadas Número de elétrons que a camada comporta Energias relativas dos elétrons nestas camadas maior menor • Camadas são divididas em subcamadas chamadas orbitais, as quais são designadas pelas letras s, p, d, f........ – s (1 por camada) – p (conjunto de 3 por camada a partir da 2a. camada) – d (conjunto de 5 por camada a partir da 3a. camada) ..… – A distribuição dos orbitais nas camadas: Shell Orbitals Contained in That Shell 3 2 1 1s 2s , 2px, 2py, 2pz 3s , 3px, 3py, 3pz, p lus five 3d orbitals Configuração Eletrônica dos Átomos 6 • O pareamento de spins eletrônicos Configuração Eletrônica dos Átomos 7 • Princípio de Aufbau (“Construção”) : – Orbitais são preenchidos em ordem crescente de energia do mais baixo para o mais alto nível de energia. • Princípio da Exclusão de Pauli: – Não mais que 2 elétrons podem ocupar um orbital. Se 2 elétrons estão presentes, seus spins devem ser emparelhados. • Regra de Hund: – Quando orbitais de igual energia são disponíveis, mas não há elétrons suficientes para preenche-los totalmente, um elétron é adicionado a cada orbital antes do 2o elétron ser adicionado a qualquer um deles; os spins dos elétrons em orbitais degenerados deverão estar alinhados. Configuração Eletrônica dos Átomos 8 • Diagrama de nível de energia: Representação de onde elétrons estão localizados numa configuração eletrônica. Por exemplo, um diagrama de nível de energia para o “C” no estado fundamental 1s2 2s2 2p2. Para cloro: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5. 1s 2s 2p Energy-level diagram for chlorine (atomic number 17) E n e r g y 3s 3p 1s 2s 2p Energy-level diagram for carbon (atomic number 6) E n e r g y Configuração Eletrônica dos Átomos 9 Configuração Eletrônica dos Átomos 10 O Conceito de Energia • No estado fundamental do “C”, elétrons são dispostos de acordo com os princípios da química quântica (Aufbau, regra de Hund, princípio da exclusão de Pauli, etc.) que ditam a forma de mais baixa energia do carbono. • Se colocarmos os elétrons numa maneira diferente (como por exemplo com um elétron em 2s e três elétrons em 2p) deveremos ter um nível de energia maior chamado de estado excitado. Qdo os elétrons são rearranjados de volta ao estado fundamental, energia é liberada. 11 • Elétrons no orbital de mais baixa energia, 1s, estão mais presos ao núcleo e são mais difíceis de remover do átomo. • Primeira energia de ionização: A energia necessária para remover o elétron mais fracamente preso de um átomo ou molécula. O Conceito de Energia 12 Estruturas de Lewis: Regra do Octeto • Gilbert N. Lewis & W. Kössel (1916) • Camada de Valência: – A camada mais externa de um átomo contendo elétrons. • Elétrons de Valência : – Elétrons na camada de valência de um átomo; estes elétrons são usados para formar ligações químicas e em reações químicas. • Estruturas de pontos de Lewis: – O símbolo de um elemento representa o núcleo e todos os elétrons mais internos. – Pontos representam elétrons na camada de valência do átomo. 13 Estruturas de Lewis • Símbolos de Lewis para elementos com 1-18 elétrons. 14 Modelo de Ligação de Lewis • Átomos interagem de tal maneira que cada átomo participante adquire a configuração eletrônica do gás nobre de número atômico mais próximo. – Um átomo que ganha elétrons torna-se um ânion. – Um átomo que perde elétrons torna-se um cátion. – A atração de ânions e cátions leva a formação de sólidos iônicos. Esta interação iônica é normalmente chamada de ligação iônica. – Um átomo pode compartilhar elétrons com um ou mais átomos para completar sua camada de valência; uma ligação química formada pelo compartilhamento de elétrons é chamada de ligação covalente. – Ligações podem ser parcialmente iônicas ou parcialmente covalentes; estas ligações são chamadas ligações covalentes polares 15 Eletronegatividade • Eletronegatividade: – Uma medida da atração de um átomo pelos elétrons que ele compartilha com outro átomo numa ligação química. • Escala de Pauling: – Varia de 0,7 (Cs) a 4,0 (F) – Geralmente aumenta da esquerda para direita num período. – Geralmente aumenta de baixo para cima num grupo (família). 16 Eletronegatividade 17 Formação de Íons Geral: • Íons serão formados se a diferença na eletronegatividade entre os átomos que interagem for 1,9 ou maior. • Exemplo: sódio (EN 0,9) e flúor (EN 4,0) • Usamos meia seta curvada para mostrar a transferência de um elétron do “Na” para “F”. • Na formação Na+F-, o único elétron 3s do “Na” é transferido para a camada de valência parcialmente preenchida do “F”. Na + F Na+ F - • •• •• • • • • •• • • • + F-(1s22s22p6)Na +(1s22s22p6)F(1s22s22p5)+Na(1 s22s22p63s1) 18 Ligações Covalentes • A ligação covalente mais simples é aquela no H2 – O único elétron de cada “H” se combina para formar um par de elétrons. – Um par de elétrons compartilhado funciona de duas maneiras simultaneamente; são compartilhados pelos 2 átomos e preenchem a camada de valência de cada átomo “H”. • O número de elétrons compartilhados – Um par de elétrons compartilhados forma uma ligação simples – Dois pares compartilhados formam uma ligação dupla – Três pares compartilhados formam uma ligação tripla H H H-H+ • ∆H0 = -435 kJ (-104 kcal)/mol• 19 No elétrons não compartilhados Carga Formal • Carga Formal: A carga de um átomo numa molécula ou num íon poliatômico. • Para determinar a carga formal 1. Escreva uma estrutura de Lewis correta para a molécula ou íon. 2. Assinale em cada átomo todos os seus elétrons não compartilhados (não-ligantes) e metade de seus elétrons compartilhados (ligantes). 3. Compare este número com o número de elétrons de valência no átomo neutro não ligado. 4. A soma de todas as cargas é igual a carga total na molécula ou íon. 20 Carga formal No elétrons de Valência do átomo neutro, Não ligado No elétrons compartilhados 2 • Exercício: Desenhe as estruturas de Lewis e mostre quais átomos em cada exemplo apresentam carga formal. NH2 - HCO3 - CO3 2 - CH3NH3 + HCOO- CH3COO- (b) (c) (d) (e) (f) (a) Carga Formal 21 • Para escrever uma estrutura de Lewis – Determine o número de elétrons de valência. – Determine o arranjo dos átomos (conectividade). – Conecte os átomos através de ligações simples. – Arranje os elétrons remanescentes que forma que cada átomo tenha a camada de valência completa. – Mostre um par de elétrons ligante como uma única linha. – Mostre os paresde elétrons não-ligantes (um par isolado) como um par de pontos. – Numa ligação simples átomos compartilham um par de elétrons, numa ligação dupla eles compartilham dois pares de elétrons e numa ligação tripla eles compartilham três pares de elétrons. Estruturas de Lewis 22 • Para escrever uma estrutura de Lewis 1) Determine o arranjo dos átomos: Fórmula molecular e conectividade são determinadas experimentalmente! Ex. Nitrito de metila CH3NO2: C-O-N-O; H3C- 2) Contar o número de elétrons de valência disponível: Molécula neutra: No. igual a soma dos e- de valência “H” contribui com 1 e-; “C” 4 e-; “N” 5 e-; “O” 6e- Total (CH3NO2) = 24 elétrons (3H, 1C, 1N, 2O) 3) Conecte os átomos através de ligações simples (par e-): Estrutura parcial H3C-O-N-O 4) Arranje os elétrons remanescentes de forma que cada átomo tenha a camada de valência completa: no e- compartilhados (2 x no ligações) subtraído do no total e- fornece o no e- que serão adicionados para completar a estrutura. (24 e- no total menos 12 e- (6 ligações), logo o saldo é de 12 elétrons. Estruturas de Lewis 23 • Para escrever uma estrutura de Lewis 5) Adicione elétrons em pares de forma que a maioria dos átomos possuam 8 e- (“H” é limitado a 2 e-). Quando o No. e- for insuficiente para fornecer um octeto para todos os átomos, distribua e- nos átomos em ordem DECRESCENTE DE ELETRONEGATIVIDADE - Mostre os pares de elétrons não-ligantes (um par isolado) como um par de pontos. 6) Se um ou mais átomos tiver menos que 8 e-, use pares de e- não compartilhados num átomo adjacente para formar uma ligação dupla ou tripla para completar o octeto. Estruturas de Lewis C H H H O N O C H H H O N O C H H H O N O estrutura alternativa: satisfaz octeto, mas menos estável! mais estável 24 • Numa molécula neutra – “H” tem uma ligação. – “C” tem 4 ligações e nenhum par isolado. – “N” tem 3 ligações e 1 par isolado. – “O” tem 2 ligações e 2 pares isolados. – “X” tem 1 ligação e 3 pares isolados. Estruturas de Lewis 25 metanoamôniaágua ácido clorídrico etileno acetileno formaldeído ácido carbônico Exceções a Regra do Octeto • Moléculas que contém átomos do Grupo 3A, particularmente boro e alumínio. 26 trifluoreto de boro cloreto de alumínio 6 elétrons na camada de valência do Boro e do Alumínio Exceções a Regra do Octeto? • Átomos do 3o Período são freqüentemente desenhados com mais ligações que permitido pela regra do octeto. • O “P” na trimetilfosfina obedece a regra do octeto devido ter 3 ligações e um par não compartilhado. • Contudo, uma representação comum do ácido fosfórico têm 5 ligações no “P”, a qual é explicada invocando o uso dos orbitais 3d para acomodar as ligações adicionais. 27 trimetilfosfina pentacloreto de fósforo ácido fosfórico carga formal • No entanto, o uso dos orbitais 3d para ligações é discutível. • Representação alternativa do ácido fosfórico: “P” com 4 ligações num octeto tendo uma carga formal positiva no “P”, enquanto “O” da ligação dupla possui carga formal negativa. Exceções a Regra do Octeto? 28 Exceções a Regra do Octeto? Outro exemplo: a Reação Wittig 29 adição de ilídio de fósforo uma betaína de fósforo uma oxafosfaciclo-butano (oxafosfetano) Mecanismo da reação de Wittig • Enxofre é comumente representado com números variáveis de ligações. Em cada uma das estruturas alternativas, “S” obedece a regra do octeto. Exceções a Regra do Octeto? 30 sulfeto de hidrogênio dimetilsulfóxido cargas formais ácido sulfúrico carga formal • Linus Pauling – anos 1930 – Muitas moléculas e íons são melhor descritos escrevendo duas ou mais estruturas de Lewis. – Estruturas de Lewis individuais são chamadas estruturas contribuintes. – Estruturas contribuintes individuais são conectadas pela seta de ponta-dupla (ressonância). – A molécula ou íon é um híbrido das várias estruturas contribuintes. Ressonância 31 Ressonância • Para muitas moléculas e íons, uma única estrutura de Lewis não fornece uma representação adequada. 32 íon etanoato (íon acetato) e • Exemplos: estruturas contribuintes equivalentes. Ressonância 33 íon nitrito (estruturas contribuintes equivalentes) íon acetato (estruturas contribuintes equivalentes) • Formalismo da seta curva: Símbolo usado para mostrar a redistribuição de elétrons de valência. • Usando setas curvas, existe apenas duas maneiras de redistribuição de elétrons: – De uma ligação pi para um átomo adjacente. – De um par isolado num átomo para uma ligação adjacente. • O fluxo de elétrons é útil em Química Orgânica! Ressonância 34 • Todas as estruturas contribuintes devem: 1. Ter o mesmo número de elétrons de valência. 2. Obedecer as regras de ligação covalente: – Não mais que dois elétrons na camada de valência do “H”. – Não mais que oito elétrons na camada de valência de um elemento do 2o período. 3. Diferir apenas na distribuição dos elétrons de valência; a posição de todos os núcleos devem ser a mesma. 4. Ter o mesmo número de elétrons emparelhados e desemparelhados. Ressonância 35 • Exemplo: íon carbonato – É um híbrido de 3 estruturas contribuintes equivalentes. – A carga negativa está distribuída igualmente entre os 3 oxigênios. Ressonância 36 • Preferência 1: Camada de valência preenchida – Estruturas na qual todos os átomos tem camadas de valência preenchidas contribuem mais que aquelas com uma ou mais camadas de valência não preenchidas. Ressonância 37 contribuinte principal (ambos “C” e “O” possuem camada de valência completa) menor contribuinte (“C” possui apenas 6 e- na camada de valência) • Preferência 2: número máximo de ligações covalentes – Estruturas com um número maior de ligações covalentes contribuem mais que aquelas com menor número de ligações covalentes. Ressonância 38 contribuinte principal (8 ligações covalentes) menor contribuinte (7 ligações covalentes) • Preferência 3: Menor separação de carga contrárias – Estruturas com separação de cargas contrárias contribuem menos que aquelas sem separação de cargas. Ressonância 39 contribuinte principal (sem separação de cargas contrárias) menor contribuinte (separação de cargas contrárias) • Preferência 4: carga negativa no átomo mais eletronegativo. – Estruturas que levam uma carga negativa no átomo mais eletronegativo contribui mais que aquelas com carga negativa num átomo menos eletronegativo. Ressonância 40 contribuinte principal contribuinte menor não deve ser desenhada! Mecânica Quântica • Albert Einstein: E = hν (energia é quantizada) – Luz tem propriedades de partícula. • Louis deBroglie: dualidade onda/partícula • Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg e Paul Dirac(1926) • Schrödinger: equação de onda H ψ =E ψ – Função de onda, ψ: uma solução para um conjunto de equações que retrata a energia de um elétron num átomo. – Cada função de onda está associada com um único conjunto de números quânticos. – Cada função de onda representa uma região do espaço 3D e é chamada de orbital. – Max Born: ψ 2 é a probabilidade de se encontrar um elétron num dado ponto do espaço. λ = h mν 41 • Características de uma onda associada com uma partícula em movimento. λ= comprimento de onda. Mecânica Quântica 42 Formas dos orbitais atômicos s • Todos os orbitais s tem a mesma forma esférica com o centro da esfera no núcleo. 43 – Representação 3D dos orbitais atômicos 2px, 2py e 2pz incluindo os planos nodais. Formas dos orbitais atômicos p 44 • Representação gráfica dos orbitais atômicos 2px, 2py e 2pz incluindo os planosnodais. Formas dos orbitais atômicos p 45 • Considerar as propriedades ondulatórias dos elétrons. - Se concentrar em funções de onda e formas associadas com orbitais s e p, pois são os orbitais mais freqüentemente envolvidos nas ligação covalentes de compostos orgânicos. • Interações de orbital refere-se a interações de onda. - Ondas interagem construtivamente ou destrutivamente (adição ou subtração). - Quando duas ondas de mesma fase se sobrepõem, uma onda se adiciona construtivamente à outra onda. - Ondas de fases opostas (fase positiva e negativa) se adicionam destrutivamente, se anulando. 46 Teoria do Orbital Molecular - A T.O.M. propõe que elétrons nos átomos existem em orbitais atômicos (O. A.) e elétrons em moléculas existem em orbitais moleculares (O. M.). • Diagrama de energia da formação de uma ligação σ por sobreposição de orbitais 1s. Teoria do Orbital Molecular 47 • Exemplos de formação de ligação σ. Teoria do Orbital Molecular 48 Regras: • Combinação de n orbitais atômicos dão n OMs. • OMs são arranjados em ordem crescente de energia. • OMs são preenchidos pelas mesmas regras que orbitais atômicos: • Princípio de Aufbau (“construção”): preenchimento começa com o orbital de menor energia • Princípio da exclusão de Pauli: não mais que 2e- num OM • Regra de Hund: Quando dois ou mais OMs de mesma energia são disponíveis, adicione 1e- em cada antes de preencher qualquer um deles com 2e-. Teoria do Orbital Molecular 49 • OMs derivados da combinação por (a) adição e (b) subtração de dois orbitais atômicos 1s. Teoria do Orbital Molecular 50 Teoria do Orbital Molecular • Nos átomos, elétrons ocupam orbitais atômicos, mas nas moléculas eles ocupam orbitais moleculares, os quais circundam a molécula. • Os dois orbitais atômicos 1s se combinam para formar dois orbitais moleculares, 1 ligante (σ) e 1 anti-ligante (σ*). • Esta é uma ilustração do diagrama de OM do H2. •Note que 1 elétron de cada átomo está sendo “compartilhado” para formar uma ligação covalente. Este é um exemplo de mistura de orbitais. 51 Teoria do Orbital Molecular • Cada linha no diagrama representa um orbital. • O volume do O.M. abrange a molécula toda. • Os elétrons preenchem os OMs da molécula como os elétrons preenchem orbitais atômicos nos átomos. • Elétrons ocupam o orbital de menor energia disponível para formar a mais baixa energia potencial para a molécula (Princípio de aufbau) • O no. máximo de elétrons em cada OM são dois (02). (Princípio da exclusão de Pauli) • Um (01) elétron ocupa orbitais de igual energia, com spin paralelo, antes de começar a emparelhar. (Regra de Hund.) 52 Teoria do Orbital Molecular Os elétrons dos orbitais moleculares ligantes (σ ou pi) são elétrons ligantes e os dos orbitais moleculares anti-ligantes (σ* ou pi*) são elétrons antiligantes. Ordem de Ligação A diferença entre os elétrons ligantes e os elétrons antiligantes nos dá o número de elétrons efetivamente ligantes. Aqueles cujo efeito é mutuamente anulado chamam-se elétrons não-ligantes. 53 O.L.= no elétrons ligantes – no elétrons antiligantes 2 Teoria do Orbital Molecular • He2: ⇒ sem estabilização (ou ligação). • ⇒ um saldo de 1 elétron ligante. • Ordem de Ligação: O.L. = 1/2(nL − nA), onde nL é o No. elétrons ligantes e NA é o No. elétrons anti-ligantes. Ex. Para He2 , O.L.(He2) = 1/2(2 −2) = 0. Ex2. H2 por outro lado deverá ter O.L. (H2) = 1/2(2 − 0) = 1 ou existe uma ligação simples entre os 2 átomos. • Li2: ⇒ O.L.=1/2(4 − 2) = 1. • A Molécula de lítio deverá ser estável. • O2: ; ( ) ( )1121 *ss σσ ( ) ( )2121 *ss σσ + 2He ( ) ( ) ( )221121 s*ss σσσ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )22224222222121 *ppp*ss*ss piσpiσσσσ Diagrama de OM do N2 OL= 1/2(10 − 6) = 2. Últimos 2 orbitais preenchidos são antiligantes ⇒ 1 elétron em cada orbital (regra de Hund) ou 2 elétrons desemparelhados ⇒ O2 é uma molécula paramagnética. 54 Teoria do Orbital Molecular Níveis de OM dos Elementos do 2o Período * p2σ * p2pi p2σ ↑↓ ↑↓ ↑↓↑↓ ↑↓ ↑↓↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓↑↓ ↑↓ ↑↓↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓↑↓ ↑↓ ↑ ↑ ↑↓ ↑↓ ↑↓↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑p2pi * s2σ s2σ B2 C2 N2 O2 F2 Ne2 grande interação 2s-2p pequena interação 2s-2p Ordem de Ligação Comportamento Magnético 1 P 2 D 3 D 2 P 1 D 0 P = Paramagnético; D = Diamagnético 55 Teoria do Orbital Molecular Diagrama OM para CH4 56 Teoria da Ligação de Valência: Hibridização de Orbitais Atômicos • Um princípio da TLV: ligações são criadas pela sobreposição de orbitais atômicos. – Portanto, as ligações estão localizadas adjacentes aos átomos ao invés de deslocalizados sobre vários átomos como na TOM. – O modelo da TLV correlaciona representações de Lewis, onde 2 elétrons são visualizados entre dois átomos como uma ligação. No entanto, a localização das ligações entre os átomos apresentam o seguinte problema: – Na formação de ligações covalentes, átomos de “C”, “N” e “O” usam orbitais atômicos 2s e 2p. – Se estes átomos usassem estes orbitais para formar ligações, deveríamos esperar ângulos de ligação de aprox. 90°. – Mas, raramente observamos estes ângulos de ligação. 57 TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos • Em vez disso, encontramos ângulos de ligação de aprox. 109,5° em moléculas com apenas ligações simples, 120° em moléculas com ligações duplas e 180°em moléculas com ligações triplas. • Linus Pauling (1930s) propôs que orbitais atômicos se combinam para formar novos orbitais atômicos, chamados orbitais híbridos, que formam ligações por sobreposição com orbitais de outros átomos. • Orbitais híbridos são formados por combinações de OA por um processo chamado de hibridização. 58 – O número de orbitais híbridos formados é igual ao número de O.A. combinados. – Elementos do 2º período formam 3 tipos de orbitais híbridos, chamados de sp3, sp2 e sp. – A combinação matemática de 1 OA 2s e 3 OA 2p forma 4 orbitais híbridos equivalentes sp3. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 59 hibridização sp2 e n e r g i a Formas dos Orbitais Atômicos Prof. Sidney Lima sp3 = 2,00 sp2 = 1,99 sp1 = 1,93 p = 1,72 s = 1,00 Poder de sobreposição: força da ligação 60 • A forma dos orbitais híbridos sp3 (a) Computadorizado; (b) desenho da representação 3D; (c) 4 balões de tamanho e forma similares amarrados, irá assumir uma geometria tetraédrica. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 61 (a) orbital híbrido sp3 (b) 4 orbitais sp3 (arranjo tetraédrico) (c) • Esta abordagem é usada para criar ligações σC-H. • Exemplo: CH3CH3 contem 1 ligação σ C-C e 6 ligações σ C-H. Combinação TLV & TOM 62 uma ligação σ C-C, se forma da sobreposição de dois orbitais sp3 “C” seis ligações σ C-H,sobreposição de orbitais sp3 “C” com orbital 1s “H” 63 pares de elétrons não-compartilhados pares de elétrons não-compartilhados TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos amônia água • A combinação matemática de 1 OA 2s e 2 OA 2p forma 3 orbitais híbridos equivalentes sp2. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 64 hibridização sp2 e n e r g i a • Orbitais hibridos sp2 e um orbital 2p puro em um átomo hibridizado sp2. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 65 a) orbital sp2 (desenho computadorizado) b) três orbitais sp2 c) um orbital 2p perpendicular aos três orbitais sp2 • Orbitais hibridos sp2 e um orbital 2p puro em um átomo hibridizado sp2. Ex. Eteno. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos vista de lado vista do topo 66• Uma ligação dupla usa hibridização sp2. • Exemplo: etileno, C2H4 - Carbono usa uma combinação de orbitais híbridos sp2 para ligações σ e o orbital 2p não hibridizado forma a ligação dupla (pi). Combinação TLV & TOM 67 quatro ligações σ C-H, sobreposição de orbitais sp2 “C” com orbital 1s “H” uma ligação pi se forma entre os dois orbitais 2p uma ligação σ C-C, se forma da sobreposição de dois orbitais sp2 “C” TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos • A combinação matemática de 1 OA 2s e 1 OA 2p forma 2 orbitais híbridos equivalentes sp. 68 hibridização sp e n e r g i a TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 69 a) orbital sp (desenho computadorizado) b) dois orbitais sp c) dois orbitais 2p perpendicular aos orbitais híbridos sp TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos Exemplo: Etino 70 “C” hibridizado sp • Uma ligação tripla C-C consiste de uma ligação σ formada pela sobreposição de orbitais híbridos sp e duas ligações pi formadas pela sobreposição em paralelo de orbitais atômicos 2p. Combinação TLV & TOM 71 duas ligações σ C-H, sobreposição de um orbital sp “C” com orbital 1s “H” uma ligação pi se forma entre os dois orbitais 2p uma ligação σ C-C, sobreposição de dois orbitais sp “C” uma ligação pi se forma entre os dois orbitais 2p etino Comprimento de Ligação: Hibridização Etino (sp)Eteno (sp2) sp - sp sp2 - sp2 sp3 - sp3 Força dos orbitais híbridos C-C: caráter (%) s. C C C C C C 1,54 A 1,47 A 1,38 A sp3 - sp3 sp2 - sp2 sp - sp 72 • C-C de alcinos é mais curta que C-C de alcenos; • C-C de alcenos é mais curta que C-C de alcanos; • C-H de alcinos é mais curta que C-H de alcenos; • C-H de alcenos é mais curta que C-H de alcanos; • Ligações mais curtas são mais fortes • Mas, ligações σ são mais fortes que ligações pi Força e comprimentos de ligações 73 Força e comprimentos de ligações H - C- C -H H H H H H C C H H H H -C C -H C -C C -C C -C C -H C -H C -H Formula Bond Orbital Overlap Bond Length (pm) sp 3-sp 3 sp 2-1 s sp -sp , two 2 p -2p sp -1 s sp 3-1 s sp 2-sp 2, 2 p -2 p 153.2 111.4 133.9 110.0 121.2 109.0 Ethane Ethene Ethyne Name 74 VSEPR (RPECV) • Baseada no duplo conceito: – átomos são cercados por regiões de densidade eletrônica. – regiões de densidade eletrônica repelem umas as outras 75 4 regiões densidade e- (tetraédrica, 109,5º) 3 regiões densidade e- (trigonal planar, 120º) 3 regiões densidade e- (linear, 180º) • RPECV nos diz que BH3 é trigonal planar, com ángulo de ligação de 120° H-B-H. • No BH3 o orbital 2p não hibridizado (puro) está vazio. TLV: Hibridização de Orbitais Atômicos 76 ligações σ formadas pela sobreposição de orbitais sp2 “B” com orbital 1s “H” orbital 2p vazio No BeH2 a hibridização é sp. (linear) Modelo RPECV (VSEPR) • Exercício: apresente a representação 3D para cada uma das moléculas ou íons abaixo. 77 C Ligações Covalentes Polar e Não polar • Embora todas as ligações covalentes envolvam compartilhamento de elétrons, elas diferem amplamente no grau de compartilhamento. • Dividimos em ligações covalentes polar e não polar (apolar). Difference in Electronegativity Between Bonded Atoms Type of Bond Less than 0.5 0.5 to 1.9 Greater than 1.9 Nonpolar covalent Polar covalent Ions f orm 78 Diferença em eletronegatividade entre átomos ligados Tipo de ligação Menos que 0,5 0,5 a 1,9 Maior que 1,9 Covalente não polar Covalente polar Forma íons • Exemplo: H-Cl tem uma ligação covalente polar. • A diferença em eletronegatividade entre Cl (3,0) e H (2,1) = 0,9 (3,0 – 2,1) • Simbologia δ+ e δ- mostra polaridade (uso da seta está em desuso). H Cl δ+ δ- H Cl Ligações Covalentes Polar e Não polar 79 Momento de dipolo (µ): • Medida da polaridade de uma ligação covalente. • O produto da carga do átomo de uma ligação vezes a distância do núcleo. H-O H-N H-C H-S C-I C-F C-Cl C-Br C-N - C-O C=N C=O - Bond Dipole (D ) Bond 1.4 1.5 1.5 1.4 1.2 Bond Bond Dipole (D ) 1.3 0.3 0.7 0.2 0.7 2.3 3.5 Bond D ipole (D)Bond Ligações Covalentes Polares 80 Ligação Dipolo da Ligação Dipolo da Ligação Dipolo da Ligação Ligação Ligação Moléculas Polares e Não polares • Para determinar se uma molécula é polar, precisamos determinar – se a molécula tem ligações polares; – o arranjo dessas ligações no espaço. • Momento de dipolo Molecular (µ): A soma vetorial dos momentos de dipolo das ligações individuais numa molécula. – Unidade: Debye (D) 81 Mapas de Potencial Eletrostático • Em mapas de potencial eletrostático – em vermelho: áreas calculadas de densidade de elétrons relativamente alta. – em azul: áreas calculadas de densidade de elétrons relativamente baixa. – Densidade de elétrons intermediária são representadas por cores intermediárias. 82 • Estas moléculas têm ligações polares, mas cada molécula tem um momento de dipolo zero. O C O Carbon dioxide µ = 0 D B F F F Boron trifluoride µ = 0 D C Cl ClCl Cl Carbon tetrachloride µ = 0 D Moléculas Polares e Não polares 83 dióxido de carbono trifluoreto de boro tetracloreto de carbono • Estas moléculas têm ligações polares e são moléculas polares. N H H H O H H Water µ = 1.85D Ammonia µ = 1.47D direction of dipole moment direction of dipole moment Moléculas Polares e Não polares 84 direção do momento de dipolo direção do momento de dipolo água amônia • Formaldeído tem ligações polares e é uma molécula polar. Moléculas Polares e Não polares 85 formaldeído direção do momento de dipolo • Exemplo: propriedades físicas (p.f., p.e., solubilidade) • Água e óleo não se misturam! Óleo é apolar e água é polar. • Os dois se repelem entre si, e assim não se dissolve um no outro. 86 Polaridade das Ligações “semelhante dissolve semelhante” Polaridade das Ligações • Polar dissolve polar. • Apolar dissolve apolar. 87 Forças Intermoleculares • Força ou atração de van der Waals • Podem surgir de 3 fontes: 1. Dipolo-Dipolo (ou dipolo permanente - dipolo permanente) 2. Dipolo-Dipolo Induzido (ou dipolo induzido – dipolo induzido) ou Forças de Dispersão ou Forças de London** 3. Ligação de Hidrogênio (“Pontes de Hidrogênio”) ** reconhecida pelo físico polonês Fritz London Ligações mais fracas que covalente 88 Forças Intermoleculares Dipolo-Dipolo • Em algumas moléculas o centro das cargas positivas não coincide com o centro das cargas negativas, mesmo na ausência de campos elétricos externos. • Estas moléculas são chamadas polares, e possuem momento de dipolo permanente. 89 Forças Intermoleculares Dipolo-Dipolo • São características de moléculas polares. • As moléculas de alguns materiais, embora eletricamente neutras, podem possuir um dipolo elétrico permanente. Devido a alguma distorção na distribuição da carga elétrica, um lado da molécula e ligeiramente mais "positivo" e o outro é ligeiramente mais "negativo". A tendência é destas moléculas se alinharem, e interagirem umas com as outras, por atração eletrostática entre os dipolos opostos. 90 Forças Intermoleculares Dipolo-Dipolo Induzido • Ocorre quando a molécula é apolar. • A presença de moléculas que tem dipolos permanentes podem distorcer a distribuição de carga elétrica em outras moléculas vizinhas, mesmo as que não possuem dipolos (apolares), através de uma polarização induzida.91 acetona hexano Forças Intermoleculares Dipolo-Dipolo Induzido • Normalmente hidrocarbonetos (substâncias formadas apenas por “H” e “C”) são consideradas apolares: apesar do átomo de “C” ser mais eletronegativo que o átomo de “H”, esta diferença de eletronegatividade não é significativa. • Nesta situação (interação dipolo induzido-dipolo induzido) o que importa é a área superficial. Quanto maior for esta área, maior será a interação. 92 Forças Intermoleculares Dipolo-Dipolo Induzido • Em um determinado instante, o centro de carga negativa dos elétrons e de carga positiva do núcleo atômico poderia não coincidir. Esta flutuação eletrônica poderia transformar as moléculas apolares, tal como o benzeno e alcanos, em dipolos tempo-dependentes, mesmo que, após um certo intervalo de tempo, a polarização média seja zero. Estes dipolos instantâneos não podem orientar-se para um alinhamento de suas moléculas, mas eles podem induzir a polarização das moléculas adjacentes, resultando em forças atrativas. 93 Forças Intermoleculares Ligações de Hidrogênio • Quando um átomo de hidrogênio liga-se covalentemente a um átomo mais eletronegativo mantém uma afinidade residual por outro átomo eletronegativo, apresentando uma tendência à carga positiva. • Por exemplo, um átomo de “H” (receptor de elétrons) pode atuar como uma ponte entre dois átomos de “O” (doador de elétrons), ligando-se a um deles por ligação covalente e ao outro por forças eletrostáticas. 94 Forças Intermoleculares Ligações de Hidrogênio • Ocorre quando existe um átomo de “H” deficiente em elétrons e um par eletrônico disponível (principalmente em grupos -OH e -NH ). 95 Forças Intermoleculares Ligações de Hidrogênio • Ligação de Hidrogênio: ocorre entre átomos de “H” ligados a elementos como o “N”, “O” ou “F”, com átomos de “N”, “O” ou “F” de outras moléculas. Esta interação é a mais intensa de todas as forças intermoleculares 96 Forças Intermoleculares Resumo • Hierarquia das Forças Intermoleculares: Ligações de Hidrogênio é uma força > força dipolo-dipolo > força dipolo-dipolo induzido LH >> DD>> DDI 97
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