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Patologia - Aula 04

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Curso: Fisioterapia Disciplina: Patologia Aula: 04 
 
 
 
Pigmento: substância anormal que não pode ser metabolizada ou removida (carvão, tinta sintética, 
melanina). É a designação dada a substâncias que possuem cor própria e têm origem, composição 
química e significado biológico diversos. Os pigmentos acham-se distribuídos amplamente na natureza e 
são encontrados em células vegetais e animais, nas quais desempenham importantes funções como a 
clorofila, os citocromos e a melanina. 
 
Pneumoconioses: 
carvão (antracose); sílica (silicose); asbestos (asbestose); tatuagem (pigmentos exógenos insolúveis - 
nanquim, carvão, etc - introduzidos por agulha com propósitos decorativos ou identificadores. 
Histologicamente o pigmento é visto como pequenos grânulos fagocitados por histiócitos ou retidos no 
tecido conjuntivo fibroso. 
 
Pigmentos Endógenos - Melanina: Melasma é um distúrbio pigmentar da pele caracterizada por manchas 
escuras na pele. Ocorre principalmente no rosto, mas pode ocorrer em outros segmentos do corpo. Ocorre 
mais frequentemente em mulheres. Acontece em cerca de dez por cento nos homens. Quando as 
manchas aparecem na gravidez, dá-se o nome de cloasma. Melasma é uma consequência de aumento de 
melanina na pele. 
Clinicamente o melasma se caracteriza por manchas acastanhadas na pele, sem sintomas, podendo 
acontecer simetricamente (nos dois lados da face). Deve ser considerado um distúrbio crônico, com 
tratamento e prevenção contínuos. Porém, existem casos onde o melasma desaparece após tratamento e 
controle adequados. O melasma é causado por vários fatores, com destaque para características 
genéticas, alterações hormonais, tais como gravidez, uso de anticoncepcionais, entre outros. Contudo, é 
fundamental a presença da radiação ultravioleta e, em menor intensidade, o infravermelho. Esta radiação é 
fornecida pelo sol e fontes de calor. A câmara de bronzeamento também é uma fonte. 
O aumento na pigmentação decorre da hiperproliferação e/ou hiperfunção do melanócito, célula 
responsável pela produção do pigmento cutâneo (melanina). Ele não causa nenhum problema interno, mas 
assim como estrias. Existem três tipos de melasma: superficial, profundo e misto; sendo os dois últimos os 
mais difíceis de tratar. 
 
Melanina, Melanócito, Melanóforo 
A melanina é a denominação genérica de uma classe de compostos proteicos existente nos reinos Animal, 
Planta e Protista, cuja principal função é a pigmentação e proteção contra a radiação solar. É a melanina 
que, por exemplo, confere pigmentação à pele, aos olhos e aos cabelos dos mamíferos. A falta de 
melanina dá origem a uma condição denominada albinismo. 
A produção de melanina é feita pelos melanócitos ou melanoblastos, células da camada basal da epiderme 
que mantêm contato com os queratinócitos por intermédio de projeções citoplasmáticas. Esses 
prolongamentos é que permitem que os pigmentos melânicos produzidos se depositem nos queratinócitos. 
Melanóforo: célula com característica forma ramificada, contendo grânulos de melanina; tais grânulos, sob 
a ação de impulsos nervosos e de hormônios, podem dispersar-se ou concentrar-se, determinando 
modificações da cor da pele. 
 
Pigmentos Endógenos: 
 
Pigmentos lipídicos: derivam da oxidação e polimerização de lipídeos não saturados. Lipofuscina: 
acúmulo de lipídeos parcialmente fagocitado em lisossomos. É marrom amarelado. Ceróide: encontrado 
em macrófagos após lesões teciduais ou hemorragias ou ambas. É marrom e granular. 
 
Derivados da Hemoglobina:​ Hemossiderina; Sulfometahemoglobina (Pseudomelanose); Hematina ácida; 
Hematina parasitária. 
 
Hematinas: 
- H. Ácida formolínica ou "Pigmento do Formol"; 
- H. Ácida hidroclorídrica ou "Pigmento da Úlcera"; 
- Hemozoína ou "Pigmento malárico ou Palúdico"; 
- H. Esquistossomótica ou "Pigmento esquistossomótico" 
A formação de hemossiderina geralmente ocorre após sangramento (hemorragia) em um órgão. Quando o 
sangue deixa um vaso sanguíneo rompido, suas células morrem e a hemoglobina das hemácias (células 
vermelhas do sangue) é liberada no espaço extracelular. Leucócitos chamados macrófagos englobam 
(fagocitam) a hemoglobina para degradá-la, produzindo hemossiderina e porfirina. 
No 1º período da putrefação denominado de Período cromático (período de coloração, período das 
manchas) tem início, em geral de 18 a 24 horas após o óbito, com uma duração aproximada de 7 a 12 
dias, dependendo das condições climáticas. Inicia-se pelo aparecimento de uma mancha esverdeada na 
pele da fossa ilíaca direita (mancha verde abdominal), cuja cor é devida à presença de 
sulfometahemoglobina. Nos recém-nascidos e nos afogados, a mancha verde é torácica e não abdominal. 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de Icterícia: 
A icterícia pode ser dividida em quatro diferentes tipos: (1) a hemolítica, (2) a hiperbilirrubinemia (típica de 
recém-nascidos), (3) a icterícia hepatocelular e (4) a obstrutiva. Em todas elas há uma quantidade 
excessiva de pigmentos biliares no sangue. 
● A ​icterícia hemolítica ocorre devido a danos nas hemácias, que podem ter como causa anticorpos 
formados em decorrência de transfusão de sangue. 
● A ​hiperbilirrubinemia (icterícia dos recém-nascidos) apresenta uma falha temporária na síntese da 
enzima responsável pelo metabolismo da bile. 
● A ​icterícia hepatocelular é causada quando os hepatócitos sofrem danos por vírus (como no caso da 
hepatite) ou pela ingestão excessiva de bebida alcoólica. 
● No caso da icterícia obstrutiva​, esta surge após uma obstrução mecânica dos condutos que 
transportam pigmentos do fígado ao intestino. Este bloqueio pode ter como causa a presença de cálculo 
renal, tumor ou processo inflamatório. 
Causa principal: qualquer agente que cause hemólise e que a quantidade de bilirrubina liberada exceda 
a capacidade de conjugação e eliminação do fígado. 
Exemplos de Agentes que Provocam Icterícia do Tipo Pré-Hepática: Babesiose; Leptospirose; Anemia 
Infecciosa Equina; Acidentes ofídicos; Hemorragias internas; Transfusão sanguínea incompatível. 
 
Termos: 
 
Anemia Hemolítica: número inadequado de glóbulos vermelhos circulantes (anemia), decorrente da 
destruição prematura dos mesmos. Há uma série de tipos específicos de anemia hemolítica os quais são 
individualmente descritos. 
 
Leptospirose: é uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria, a 
Leptospira interrogans. É uma zoonose (doença de animais) que ocorre no mundo inteiro, exceto nas 
regiões polares. Em seres humanos, ocorre em pessoas de todas as idades e em ambos os sexos. Na 
maioria (90%) dos casos de leptospirose a evolução é benigna. 
 
Anemia Infecciosa Equina: essa doença também conhecida como “febre dos pântanos”, é produzida por 
um vírus. É mais frequente em terrenos baixos e mal drenados ou em zonas úmidas muito florestadas. 
 
Hemólise: é o rompimento de uma hemácia que libera a hemoglobina no plasma, ou seja, a hemolise é a 
destruição dos glóbulos vermelhos do sangue por rompimento da membrana plasmática com liberação da 
hemoglobina. 
 
Babesiose: é uma doença parasitária, não transmissível ao homem. Seu agente transmissor é o carrapatoRhipicephalus sanguineus, que parasita e destrói as células sanguíneas do animal causando anemia 
podendo, inclusive, levá-lo à morte. 
 
 
 
Hepatite é toda e qualquer inflamação do fígado e que pode resultar desde uma simples alteração 
laboratorial (portador crônico que descobre por acaso a sorologia positiva), até doença fulminante e fatal 
(mais frequente nas formas agudas). Existem várias causas, sendo as mais conhecidas as causadas por 
vírus (vírus das 2 hepatites A.B,C,D,E,F,G, citomegalovírus,etc). Outras causas: drogas (antiinflamatórios, 
anticonvulsivantes, sulfas, derivados imidazólicos, hormônios tireoidianos, anticoncepcionais, etc), 
transinfecciosa, pós choque. Em comum, todas as hepatites têm algum grau de destruição das células 
hepáticas. Quadro clínico: a grande maioria das hepatites agudas são assintomáticas ou leva sintomas 
incaracterísticos como febre, mal estar, desânimo e dores musculares. Hepatites mais severas podem 
levar a sintomas mais específicos, sendo o sinal mais chamativo a icterícia, conhecida popularmente por 
“trisa” ou “amarelão” e que caracteriza-se pela coloração amarelo-dourada da pele e conjuntivas. 
Associado pode ocorrer urina cor de coca-cola (colúria) e fezes claras tipo massa de vidraceiro (acolia 
fecal). Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar com a encefalopatia 
hepática e óbito. Hepatites crônicas (com duração superior a 6 meses), geralmente são assintomáticas e 
podem progredir para cirrose. 
Icterícia hepatocítica: lesão direta aos hepatócitos, impedindo o metabolismo da bilirrubina. Ocorre nas 
hepatites e nas neoplasias. Observa-se acúmulo de bilirrubina conjugada e não-conjugada. 
 
Icterícia Pós-Hepática: defeito no transporte - obstrução ao fluxo normal da bile. A bilirrubina conjugada 
não atinge o intestino. Observa-se acúmulo de bilirrubina conjugada. Exemplos: obstrução por parasitos, 
cirrose, colangites, cálculos, neoplasias.

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