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Aula 06 terceirização

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LOGÍSTICA HOSPITALAR 1 
Aula 6: Terceirização aplicada à área de saúde ............................................................................ 3 
 ................................................................................................................................ 4 Conteúdo
Custos operacionais (eficiência) e eficácia (competitividade) .................................. 4 
A Terceirização .................................................................................................................. 4 
A Terceirização sob o Enfoque das Empresas Modernas .......................................... 4 
Atividades mais indicadas para a terceirização ........................................................... 5 
Fundamento teóricos ........................................................................................................ 6 
Início da terceirização no Brasil ...................................................................................... 6 
Empresas brasileiras e a terceirização ........................................................................... 7 
Porque Terceirizar? ........................................................................................................... 7 
Flexibilidade gerencial ....................................................................................................... 8 
Problemas frequentes ....................................................................................................... 8 
Qualidade, preço, prazo, e inovação.............................................................................. 9 
Concentração de Fornecedores x Relacionamento ................................................... 9 
Consenso na literatura.................................................................................................... 10 
Alguns problemas enfrentados ..................................................................................... 10 
Profissionais com o perfil exigido ................................................................................. 11 
Os contratos e sua gestão .............................................................................................. 12 
O Contrato, e a sua importância .................................................................................. 12 
O Contrato ........................................................................................................................ 13 
Elementos Essenciais do Contrato ............................................................................... 13 
A Importância da Gestão de Contratos ....................................................................... 15 
Tipos de contratos ........................................................................................................... 15 
Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos .............................................. 16 
Quem Cala Consente? .................................................................................................... 17 
Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos .............................................. 18 
A Fiscalização de Contratos na Lei nº 8.666/1993 (Administração Pública) ........ 19 
Atividade proposta .......................................................................................................... 20 
Atividade proposta .......................................................................................................... 20 
Atividade proposta .......................................................................................................... 20 
........................................................................................................................... 21 Referências
 ......................................................................................................... 21 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 25 
 
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Chaves de resposta ..................................................................................................................... 25 
 ..................................................................................................................................... 25 Aula 6
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 25 
 
 
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Introdução 
Como sabemos, o dilema entre terceirizar ou utilizar recursos próprios 
atormenta a mente dos dirigentes hospitalares. Constantemente nos deparamos 
com tomadas de decisão sistematicamente errôneas e tendenciosas, nocivas à 
gestão hospitalar. 
 
Como a terceirização é mais do que uma análise pura e simples de números e a 
qualidade dos serviços, os aspectos humanitários e o bem-estar dos pacientes 
devem ser considerados e avaliados criteriosamente, abordaremos nesta aula 
alguns conceitos e elementos básicos da terceirização (Fundamentos e Razões), 
evidenciando as vantagens e desvantagens de sua operacionalização. Por fim, 
abordaremos aspectos relacionados à fiscalização de contratos, com foco no 
acompanhamento e controle de custos de obras e reformas hospitalares. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer os fundamentos teóricos e os aspectos legais da terceirização em 
saúde; 
2. Compreender a importância e os benefícios trazidos pela boa gestão de 
contratos. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 4 
Conteúdo 
Custos operacionais (eficiência) e eficácia (competitividade) 
Uma das consequências da crescente utilização de conceitos relacionados à 
gestão da cadeia de suprimentos é a busca permanente de menores custos 
operacionais (eficiência) e eficácia (competitividade) nos serviços prestados. 
Com isso, as organizações tendem a transferir para terceiros atividades que não 
fazem parte de seu core business. 
 
Nesse cenário, marcado pela competição, a terceirização se apresenta como 
uma ferramenta adequada, pois visa repassar a terceiros, considerados 
especialistas em determinadas atividades, parte de suas tarefas, reduzindo com 
isso os custos (aumentando a eficiência) e ampliando a competitividade 
(eficácia). 
 
A Terceirização 
Terceirização é uma técnica administrativa pela qual se repassam algumas 
atividades (atividades-meio) para terceiros, com os quais se estabelece uma 
relação de parceria. 
 
Na terceirização a empresa contratante visa alcançar maior qualidade, 
produtividade e redução de custos, possibilitando maior ênfase na sua atividade 
principal, buscando a qualidade e fazendo cumprir os princípios estabelecidos e 
contratados. 
 
Curiosidade: Na saúde, a terceirização mais comum é a de cooperativas 
médicas para tratamento de pacientes em domicílio, o home care. 
 
A Terceirização sob o Enfoque das Empresas Modernas 
A terceirização continua sendo um dos temas mais discutidos no âmbito das 
organizações, independentemente do seu ramo de atividade, tamanho, origem 
ou localização. 
 
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Muitos gestores estudam a fundo o funcionamento desse processo para 
poderem decidir sobre a viabilidade ou não de sua introdução em cada cenário 
organizacional. 
 
O termo terceirização é amplamente utilizado no ambiente organizacional para 
referir-se ao processo evidenciado pela “tendência moderna” que consiste na 
concentração de esforços nas atividades essenciais, delegando a terceiros as 
ditas atividades complementares. 
 
Atividades mais indicadas para a terceirização 
Limpeza 
 
Portaria 
 
Logistica 
 
Jardinagem 
 
Recepção 
 
Envase e Empacotamento 
 
Dentre asatividades mais indicadas para a terceirização podemos citar: 
 
• Trabalho temporário; 
• Atividades de vigilância; 
• Atividades de conservação e limpeza; 
• Serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador. 
 
Nas organizações hospitalares, as atividades-fim são aquelas diretamente 
relacionadas a diagnóstico, terapêuticas e recuperação de pacientes, ao passo 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 6 
que as atividades-meio visam apoiar com eficiência e eficácia as tarefas 
finalísticas. 
 
Fundamento teóricos 
Ao optar pela terceirização, a organização deixa um campo conhecido e inicia 
relações pautadas em algum contrato específico, cujas características são 
diferentes do contrato de emprego. 
 
O contrato de terceirização sempre envolverá pessoas jurídicas, tendo, de 
um lado, a tomadora ou contratante, e, do outro, a executora das atividades ou 
contratada, que pode ser uma empresa mercantil ou uma cooperativa de 
trabalho. 
 
Tomadora ou contratante X executora das atividades ou contratada 
 
Fundamentos teóricos 
 
Um ponto importante a ser destacado quando tratamos de terceirização é o seu 
caráter não subordinativo, uma vez que a contratante não pode ter qualquer 
tipo de ingerência em relação aos recursos humanos da contratada, pois os 
trabalhadores envolvidos na atividade são diretamente subordinados à empresa 
contratada, que é a legítima empregadora. 
 
Início da terceirização no Brasil 
No Brasil, o processo de terceirização teve início por meio das técnicas de 
gestão trazidas por multinacionais, principalmente pelas montadoras de veículos 
que, apesar de instaladas no Brasil há cerca de 50 anos, intensificaram o 
processo de terceirização a partir de meados da década de 1990, com o 
aparecimento e o desenvolvimento de fornecedores a partir da demanda das 
montadoras. 
 
 
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Posteriormente, devido ao acirrado ambiente competitivo, em que se exigia o 
aprimoramento da qualidade dos produtos e da eficiência nos serviços de baixo 
custo, a racionalização econômica passou a ser a prioridade, visando a uma 
maior competitividade. Dessa maneira, a terceirização começou a ser 
implementada em atividades consideradas periféricas na produção, como a 
limpeza e a conservação e segurança patrimonial. Mais tarde, passou a permear 
as atividades-meio, tais como vigilância, transportes, informática, reprografia, 
telecomunicações, manutenção de prédios e equipamentos, dentre outras. 
 
Empresas brasileiras e a terceirização 
Os desdobramentos mais recentes da terceirização permitem compreendê-la 
como uma ferramenta adotada pelas organizações brasileiras, com delegação 
de grande parte das atividades de apoio e, diferentemente da sua concepção 
original, até mesmo de importantes etapas do processo produtivo. 
 
Um número significativo de empresas brasileiras adota a terceirização de 
maneira ampla e intensa, chegando a terceirizar até 100% do seu processo 
produtivo. 
 
Porque Terceirizar? 
Focar as questões do negócio 36% 
 
Suprir aumento da demanda 11% 
 
Aumentar a qualidade dos serviços 13% 
 
Trazer inovações para o negócio 4% 
 
Reduzir custos 36% 
 
Segundo experiências bem-sucedidas, a terceirização tem sido fundamental 
para garantir bons níveis de produtividade e lucratividade, pois: 
 
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• Otimiza as escalas produtivas; 
• Reduz custos administrativos e custos com a força de trabalho; 
• Reduz número de processos e atividades; 
• Permite a concentração em atividades consideradas como estratégicas; e. 
• permite uma melhor gestão da força de trabalho, em razão da menor 
concentração de trabalhadores. 
 
Flexibilidade gerencial 
Com trabalhadores terceirizados, as organizações ganham maior flexibilidade 
gerencial. 
 
Os gestores podem examinar o desempenho dos terceirizados visando 
identificar aqueles que se sobressaem nas suas atividades para contratá-los 
diretamente no futuro. 
 
Como a demissão de trabalhadores é um ato custoso, ao invés de ter que 
demitir funcionários próprios, monitorar o desempenho dos terceirizados e 
contratar os que possuem alta performance é uma boa opção que as empresas 
têm para reduzir a necessidade de demitir funcionários no futuro. 
 
Problemas frequentes 
São várias as forças que impulsionam o crescimento da terceirização. Uma 
delas é a maior ou menor regulação das relações de trabalho, expressa em 
legislações mais ou menos restritivas. 
 
Ao optar pela terceirização as empresas também se deparam com problemas. 
Dentre eles destacam-se: 
 
A dificuldade de encontrar no mercado empresas qualificadas o suficiente para 
assumirem as atividades terceirizadas; 
 
 
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Os erros de interpretação das encomendas por parte das terceiras, 
produtos/serviços que não atendem às especificações; 
 
Desrespeito aos prazos e dificuldade em definir o grau de apoio a ser 
dispensado às contratadas. 
 
Qualidade, preço, prazo, e inovação 
Daí, a importância de uma boa gestão dos fornecedores e do estreitamento da 
relação com esses. Para a escolha dos fornecedores existentes é essencial uma 
análise detalhada dos fatores que a organização julga importantes e que 
normalmente são baseados em critérios como qualidade, preço, prazo, e 
inovação. 
 
Qualidade: melhores padrões advindos de especialização; 
 
Preço: resultado da especialização, da competitividade e da busca de 
produtividade; 
 
Prazo: aliados precisam cumprir prazos para não comprometer o negócio; 
 
Inovações: decorrentes de foco mais específico e da especialização esperada do 
terceiro. 
 
Concentração de Fornecedores x Relacionamento 
A figura a seguir evidencia o tipo de relacionamento que geralmente as 
organizações mantém, evitando a troca frequente de fornecedores. 
 
 
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Consenso na literatura 
Do ponto de vista do empregado, há certo consenso na literatura de que a 
terceirização tende a levar: 
 
• A uma precarização nas relações de trabalho; 
• A condições de empregos múltiplos e, via de regra, adversas; 
• Ao recebimento de salários inferiores e abaixo do mercado; 
• A trabalhos sem formalização contratual e sem benefícios; 
• À atuação em condições de pressão acima da média; 
• Ao aumento da produtividade etc. 
 
Alguns problemas enfrentados 
Outro problema que diz respeito aos trabalhadores terceirizados, é que eles 
tendem a ser alvos de tratamento preconceituoso, na medida em que se forma 
uma concepção estereotipada deles, baseado em um pressuposto de que: 
 
• Possuem baixo conhecimento; 
• Possuem pouca qualificação; 
• Possuem pouca ética no trabalho; 
• São inferiores em relação aos trabalhadores das contratantes. 
 
 
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Esse estigma geralmente traz consequências negativas, uma vez que pode 
comprometer a autoestima, o bem-estar, a satisfação no trabalho, a 
performance e o comprometimento. 
 
 
Atenção 
 Portanto, devem as organizações estar sempre atentas para os 
fatores organizacionais e estruturais que levam à estigmatização 
dos trabalhadores terceirizados que pode ser um contrapeso aos 
benefícios que aspiram a atingir com a terceirização. 
Como a terceirização vem sendo amplamente utilizada no Brasil, 
os gestores vêm deparando-se com enormes desafios para lidar 
com tantos vínculos contratuais diferentes. 
Novas formas de relações de trabalho, como as oriundas da 
terceirização, implicam diferentes processos de gestão de 
pessoas, apontando novos desafios para os gestores. 
 
Profissionais com o perfil exigidoNesse contexto, a gestão de contratos tem sido a principal forma de garantir a 
qualificação. À gestão cabe verificar se as especificações acerca da qualificação 
dos terceirizados que são estabelecidas nos contratos são atendidas pelas 
contratadas. 
 
Normalmente, a área requisitante da organização aponta um perfil da 
qualificação desejada dos terceirizados e específica apenas o perfil dos 
ocupantes de alguns cargos considerados mais estratégicos para a prestação 
daquele tipo de serviço. 
 
Cabe às empresas terceiras participantes comprovar que têm profissionais com 
o perfil exigido. 
 
 
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Os contratos e sua gestão 
Segundo a Organização Mundial de Saúde, um sistema de saúde é composto de 
organizações, instituições, recursos e pessoas que têm por objetivo melhorar a 
saúde, sendo condição necessária para a eficiência desse sistema a integração 
dos setores relacionados a: 
 
Gestão de pessoas 
 
Infraestrutura 
 
Logística 
 
Recursos financeiros 
 
Entre outros. 
 
Nesse contexto, as Organizações Hospitalares (OH) têm como principal objetivo 
prover o bem-estar e a recuperação da saúde de seus pacientes. Para tanto, 
porém, as OH dependem de um número considerável de empresas que as 
proveem de equipamentos, materiais de consumo, serviços diversos e outros 
insumos essenciais ao exercício de suas atividades. Por sua vez, essas 
empresas satélites também são interligadas a outras instituições que as suprem 
materialmente, e assim sucessivamente, num processo complexo de relação 
cliente/provedor. 
 
O Contrato, e a sua importância 
Diante desse cenário, com o objetivo precípuo de garantir os interesses das 
partes envolvidas, surge um importante instrumento: o contrato, a mais 
comum e a mais importante fonte de obrigações devido às suas múltiplas 
formas e repercussões no mundo jurídico. Geralmente, quando determinado 
negócio resultar de um mútuo consenso, de um encontro de vontades, 
estaremos diante de um contrato. 
 
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Entretanto, muitos entendem que, quando um contrato é assinado, “a tarefa 
está concluída”. 
 
Esta não é e nem deve ser a nossa visão. A partir da assinatura de um 
contrato, entende-se que toda a atenção passa a ser necessária. 
 
Questionamentos como “Será que o fornecimento está sendo cumprido à 
risca?” ou “Será que a contratada cumprirá o prazo” passam a ser objeto de 
grande preocupação. Daí, a importância da Gestão e Fiscalização dos contratos. 
 
O Contrato 
A terminologia contrato vem do latim contractu, que significa “trato com”. Daí, 
contrato significar acordo entre vontades, trato, podendo emanar de duas ou 
mais vontades. 
 
Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem 
jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as 
partes, com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir relações 
jurídicas de natureza patrimonial. 
 
O termo “contrato” pode ser usado para designar tanto negócio jurídico 
bilateral como o próprio instrumento, seja por escritura pública ou particular. 
 
Elementos Essenciais do Contrato 
São os itens que devem constar de todos os contratos, sob pena de nulidade. 
Além dos elementos essenciais gerais, isto é, comuns a todos os atos jurídicos, 
existem os elementos essenciais especiais, que devem existir somente em 
alguns contratos. 
 
Elemento I – Capacidade Plena das Partes 
 
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Pressupõe a existência de duas ou mais pessoas (físicas e/ou jurídicas) capazes 
e aptas para contratar. Se as partes não forem capazes, o contrato pode ser 
nulo ou anulável. 
 
Exemplos: 
Contrato Nulo – absolutamente incapaz, não representado 
 
Contrato Anulável – relativamente incapaz, não assistido 
 
Elemento II – Consentimento Válido 
 
Pressupõe vontades livres e isentas de vício. As vontades correspondem a 
interesses contrapostos (ex.: na compra e venda, uma parte quer comprar e 
outra quer vender). 
 
Defeitos: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão, fraude contra credores e 
simulação. 
 
Elemento III – Objeto do Contrato 
 
Não devemos confundir objeto (atuação das partes no contrato) com a coisa 
sobre a qual incide a obrigação. No contrato de compra e venda de um 
equipamento de Raio-X, o objeto não é o equipamento. Este é o bem em que a 
prestação se especializa. O objeto de quem compra é pagar o preço e de quem 
vende é entregar a coisa, no caso, o equipamento. 
 
Elemento IV – Forma Prescrita ou não defesa em Lei 
 
Em nosso Direito, a regra é que a forma é livre. Pode ser verbal ou por meio de 
um simples gesto. Em algumas circunstâncias exige-se maior formalidade e 
solenidade. 
 
 
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Quando a Lei exigir que um contrato tenha determinada forma especial, é 
dessa forma que deverá ser feito. 
 
Qualquer vício referente à forma torna o contrato nulo. 
 
A Importância da Gestão de Contratos 
Sabemos que os contratos celebrados regem as principais relações entre uma 
organização e seus clientes, fornecedores e colaboradores. Daí a importância de 
uma administração efetiva e ágil, uma vez que esta privará ou, pelo menos, 
minimizará os riscos e contribuirá para o incremento de benefício de tudo que 
foi contratado. 
 
Critérios de contratação bem elaborados e prazos precisos trazem vantagens 
significativas na hora de renegociar. 
 
O monitoramento das atividades relacionadas aos contratos, bem como o 
acompanhamento dos prazos, são fatores fundamentais que levam a 
organização a obter melhores vantagens no momento da renegociação 
contratual. 
 
Devido à falta de controle centralizado dos contratos, as organizações acabam 
mantendo contratos ativos de serviços que não são mais úteis. 
 
Tipos de contratos 
Veja os tipos de contratos mais utilizados: 
 
Contratos de Fornecimento: denominação dada com enfoque da 
contratação e gestão por parte da contratada, locatária ou outros da espécie 
que corresponde à parte que está fornecendo (entregando) o objeto à outra 
parte do contrato. 
 
 
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Contratos de Aquisição: denominação dada com enfoque da contratação e 
gestão por parte do Contratante, Locador ou outros da espécie que 
corresponde ao adquirente (tomador) do objeto da outra parte do contrato. 
 
Contratos de Parceria: denominação percebida por ambas as partes do 
contrato (Consórcios, Cooperados e outros), uma vez estabelecidas obrigações 
conjuntas para fornecer ou adquirir um objeto de terceiros. 
 
Na área de saúde podemos listar alguns dos principais tipos de contratos com 
que os profissionais se deparam e que podem (e devem) gerenciar e fiscalizar: 
 
• Aquisição de Equipamentos ou Suprimentos; 
• Contratação de Prestadores de Serviços de Recolhimento de Lixo Hospitalar; 
• Contratação de Planos de Saúde; 
• Contratos de Manutenção de Equipamentos; 
• Contratos de Locação de Equipamentos; 
• Credenciamento de Clínicas e Laboratórios; 
• Contratos de Prestação de Exames Laboratoriais; 
• Contratação de Empresas de Atendimento e Teleatendimento etc. 
 
Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos 
Gestão 
Foco na relação Contratual 
 
Fiscalização 
Foco na execução Contratual 
 
Execução 
 
Gestor/Gestão de Contratos 
 
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Responsável pela condução plena do processo de contratação desde o 
levantamento da necessidade até a execução e encerramento do contrato 
(inclui o processo de seleção, contratação e acompanhamento). 
 
Fiscal/Fiscalização de ContratosResponsável por parte da atividade de gestão de contratos, mas que se 
concentra especificamente na cobrança do cumprimento do acordado pelas 
contratadas. 
 
Representante/Preposto da Contratada 
Geralmente uma pessoa física da Contratada, com plenos poderes de 
representação, e responsável pelo bom andamento do contrato, bem como pela 
condução e orientação dos colaboradores utilizados no processo. 
A execução dos serviços ou fornecimento de bens caberá a funcionário da 
contratada ou subcontratada desta, quando previsto no instrumento contratual. 
 
Quem Cala Consente? 
O silêncio de umas das partes não é percebido como um consentimento pelos 
doutrinadores. 
 
Existe certa convergência para o princípio: “qui tacet si liqui debuisset ac 
potuisset consentire videtur” (quem cala quando deveria e poderia falar, parece 
consentir), diferentemente do “qui tacent clamant” (quem cala consente). 
Em alguns casos, a imposição da reação ao consentimento silencia uma coação! 
 
Caso Real: Uma pessoa recebe um cartão de crédito com ordem para devolvê-
lo em caso de recusa. Se assim não o fizer considerar-se-á aceito o contrato de 
adesão e aos seus respectivos termos, inclusive com cobrança de anuidade? 
Isso parece mais uma coação! href="docs/a06_t24.pdf" Clique aqui e veja os 
principais benefícios da gestão de contratos. 
 
 
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Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos 
Veja quais são os pontos fundamentais na gestão de contratos: 
 
Equilíbrio Econômico-Financeiro do Contrato 
Há que se preservar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, entendido 
como a relação entre a remuneração pactuada (preço) e os encargos (custo). 
 
Definição Imprecisa do Produto 
Outro ponto importante reside na definição dos objetivos e dos serviços que 
serão prestados que deve ser feita da forma mais precisa possível, mensurada 
e qualificada por meio de indicadores quantitativos e qualitativos. 
Os indicadores podem ser de produção, produtividade, de qualidade e de 
satisfação dos usuários. 
 
A Escolha e a Organização dos Recursos 
O contrato deve especificar claramente os recursos que serão empregados para 
a consecução dos objetivos traçados. Logo, torna-se importante a definição de 
como esses recursos serão gerenciados. 
 
A Coordenação no Tempo e no Espaço 
O contrato deve definir quando e onde os serviços serão disponibilizados. Além 
disso, uma vez definido o prazo de vigência do contrato, o Gestor deve atentar 
para o seu cumprimento. 
 
O Sistema de Garantias 
O contrato deve prever um sistema de garantia que vise ao estabelecimento da 
responsabilidade das partes envolvidas, de modo a proteger cada parte contra 
o comportamento oportunístico da outra, definindo a penalização em caso de 
não cumprimento das responsabilidades assumidas. Além disso, é imperioso o 
estabelecimento do foro de discussão, em caso de litígio. 
 
 
 
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Sistema de Monitoramento e Avaliação 
O contrato deve prever um sistema de monitoramento e avaliação, que deve 
ser composto por indicadores quantitativos e qualitativos, com parâmetros, 
periodicidades e fontes de verificação preestabelecidos. 
 
Portanto, é importante e útil o desenvolvimento de um sistema de informação 
gerencial (não necessariamente informatizado) para utilização pelos 
profissionais e gerentes, além da designação de responsáveis pelo 
monitoramento. 
 
A Fiscalização de Contratos na Lei nº 8.666/1993 (Administração 
Pública) 
Segundo o Artigo 67 da Lei nº 8.666/1993, a execução do contrato deverá ser 
acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração 
especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e 
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. 
 
O representante da Administração deve anotar, em registro próprio, todas as 
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for 
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados. 
 
As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante 
deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das 
medidas convenientes. 
 
A contratada deve sempre manter preposto, aceito pela Administração, no local 
do serviço, para representá-la na execução do contrato. 
 
Na Administração Pública, Fiscalizar é um dever, não é atividade 
discricionária! 
 
A experiência aponta que os contratos não são devidamente fiscalizados. 
 
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Atividade proposta 
Reflita: Voltando ao nosso exemplo das aulas iniciais referente à logística dos 
transplantes de órgãos, qual o real papel do transporte nesse processo: seria 
uma atividade-meio, de simples apoio? Ou uma atividade-fim, crítica, da qual 
depende diretamente o sucesso do empreendimento? 
 
Chave de resposta: A atividade de transporte, a exceção das empresas que 
atuam nesse ramo, costumeiramente é percebida como atividade-meio, de 
suporte. Entretanto, no caso em tela, reveste-se de suma importância, dada as 
peculiaridades do item a ser transportado e do próprio transporte em si, sendo 
considerada uma atividade-fim para as organizações hospitalares que atuam 
nesse segmento, não terceirizada e desempenhada por corpo técnico 
especializado da OH. 
 
Atividade proposta 
Reflita: Diante do atual cenário dos serviços de saúde no Brasil, a terceirização 
é uma tendência? 
 
Chave de resposta: O aumento crescente da competitividade no setor 
experimentado na última década induziu a necessidade de mudanças nas 
estruturas organizacionais, buscando agilidade e flexibilidade, para estarem 
bem posicionadas em seu ambiente. Esse cenário obriga as empresas a 
buscarem a flexibilização da produção e do trabalho, levando a tendência de 
descentralização, e foco na atividade-fim (core business), portanto a 
terceirização é uma realidade no atual cenário de saúde do Brasil. 
 
Atividade proposta 
Reflita: Quais as condições gerais para que a terceirização no mercado de 
medicina diagnóstica seja uma estratégia economicamente viável? 
 
Chave de resposta: Para objetivar os resultados esperados pela terceirização, 
o parceiro corporativo deve dar o suporte ideal às atividades a ele confiadas. 
 
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Para tanto, se faz necessário meios de avaliar a capacidade que este parceiro 
tem de oferecer os serviços com a qualidade desejada, bem como criar alianças 
fortes e duradouras, além da capacidade de geração de melhoria de 
desempenho no serviço proposto nos âmbitos assistencial e financeiro, assim 
como agregação de valor através das sinergias das marcas, gerado pelo 
contrato de terceirização. 
 
Referências 
BRASIL. Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
MARIA MALIK, Ana; Vecina Neto, Gonzalo. Gestão em Saúde. 1. ed. 
Guanabara Koogan, 2011. 
VIANA, Marco Aurélio S. Curso de direito civil: contratos. 1. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2008. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A terceirização é uma tecnologia que pode ser tipificada consoante dois critérios 
distintos: a natureza do trabalho ou atividade que é terceirizada e: 
a) A relação com os clientes internos. 
b) O modo pelo qual a terceirização se opera. 
c) Ao ganho de competitividade. 
d) Ao ganho de satisfação dos clientes. 
e) Ao aumento da qualidade dos serviços a serem oferecidos aos clientes. 
 
Questão 2 
Analise as proposições a seguir sobre a terceirização: 
I - Terceirização é contratação de serviços especializados realizados 
autonomamente por empresa terceirizada, não se tratando intermediação de 
mão de obra. 
II- É a empresa prestadora de serviços (terceirizada) que contrata, remunera e 
dirige o trabalho realizado por seus empregados, ainda que nas instalações 
físicas de empresa contratante. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 22 
III - A duração do contrato de prestação de serviços terceirizados celebrado 
entre as empresas não pode ser superior a três anos. 
IV - A empresa contratada deve prestar serviços especializados (know-how, 
conhecimento técnico específico) em relação ao objeto do contrato para 
caracterização da terceirização legítima. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Apenas a proposição II é incorreta. 
b) Apenas a proposição III é incorreta. 
c) Apenas as proposições III e IV são corretas. 
d) Apenas as proposições II e IV são corretas. 
e) Todas as proposições são corretas. 
 
Questão 3 
Sobre a Terceirização foram feitas as seguintes afirmações: 
I - Atividade-meio é aquela que se presta a dar condições para que uma 
entidade pública ou privada atinja seus objetivos sociais. 
II - As atividades mais indicadas para a terceirização são aquelas que não 
fazem parte do chamado core business da organização. 
III - A gestão de contrato tem sido a principal forma de garantir a qualificação 
dos terceirizados. 
Está (ão) correta (s): 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente III 
d) Somente I e II 
e) I, II e III 
 
Questão 4 
As atividades mais indicadas para a terceirização em um ambiente hospitalar 
são aquelas que não fazem parte do chamado core business da organização, 
dentre as quais NÃO se enquadra: 
a) As atividades diretamente relacionadas à recuperação de pacientes. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 23 
b) A atividade de vigilância. 
c) As atividades de conservação e limpeza. 
d) Os serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador. 
e) O trabalho temporário. 
 
Questão 5 
No contrato administrativo, o equilíbrio econômico financeiro, também 
denominado equação econômica financeira significa: 
a) A relação que as partes estabelecem, inicialmente, no contrato, entre os 
encargos do contratante e a retribuição da Administração, para a justa 
remuneração do seu objetivo. 
b) A inalterabilidade das condições, vantagens e ônus recíprocos, nos 
contratos referentes a empréstimos externos para a realização de obras 
públicas. 
c) A observância das regras estabelecidas pela Organização Mundial do 
Comércio (OMC) para os contratos de financiamento firmados em moeda 
estrangeira. 
d) A legislação estabelecida pela União e executada pelo Banco Central, 
para ressarcir os prejuízos das pessoas físicas nos contratos de depósito, 
em caso de quebra de Bancos e outras instituições financeiras. 
e) Nenhuma das alternativas anteriores. 
 
Questão 6 
Assinale a opção que NÃO condiz com a importância de uma Gestão de 
Contratos: 
a) Critérios de contratação bem elaborados e prazos precisos trazem 
vantagens significativas na hora de renegociar. 
b) Devido à falta de controle centralizado dos contratos, as organizações 
acabam mantendo contratos ativos de serviços que não são mais úteis. 
c) A Gestão de Contratos se responsabiliza pela condução plena do 
processo de contratação desde o levantamento da necessidade até a 
execução e encerramento do contrato. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 24 
d) O Gestor do Contrato é o responsável pela cobrança do cumprimento do 
acordado com as contratadas. 
e) O Preposto é uma pessoa física da Contratada, com plenos poderes de 
representação, e responsável pelo bom andamento do contrato, bem 
como pela condução e orientação dos colaboradores utilizados no 
processo. 
 
Questão 7 
Dentre os principais benefícios da Gestão de Contratos destaca-se, EXCETO: 
a) Garantia da contratada perceber o pagamento antes mesmo de ter 
concluído a respectiva obrigação. 
b) Padronização do processo de contratação que evita que etapas sejam 
negligenciadas; 
c) O acompanhamento da tramitação do contrato em suas diversas fases 
reduzindo o ciclo de contratação. 
d) A redução de desperdícios pela possibilidade de descobrir contratos 
ativos de serviços que não são mais necessários ou foram contratados 
em duplicidade. 
e) Redução de riscos de perda de prazos. 
 
Questão 8 
Dentre as afirmativas abaixo, assinale a que não condiz com a realidade e 
legalidade da gestão e fiscalização de contratos. 
a) A gestão é a função de gerenciamento de todos os contratos; a 
fiscalização é pontual. 
b) A fiscalização do contrato consiste no acompanhamento e verificação do 
fiel cumprimento das condições contratuais estabelecidas e aceitas pelo 
contratado. 
c) O gerenciamento em sua amplitude exige a prática de atos voltados à 
negociação constante e adoção de estratégia e ações que garantam a 
execução do contrato até a executiva entrega do seu objeto. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 25 
d) Nos contratos administrativos, o contratado deverá manter preposto, 
aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-
lo na execução do mesmo. 
e) Na Administração Pública, a fiscalização de contratos é uma atividade 
discricionária do gestor. 
 
Atividade-meio: É aquela que se presta a dar condições para que uma 
entidade pública ou privada atinja seus objetivos sociais. 
 
Core business: É uma expressão que significa "a parte central de um negócio 
ou de uma unidade de negócios". 
 
Aula 6 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: A terceirização pode ser classificada conforme dois critérios: a 
natureza do trabalho ou atividade que é realizada e o modo pelo qual se opera 
a terceirização. Segundo a natureza do trabalho que é terceirizado, têm-se 
funções da área tecnológica e da área administrativa. Segundo o modo pelo 
qual a terceirização se opera, tem-se terceirização parcial e total. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: As afirmações I e II estão incorretas por que a Terceirização 
consiste na concentração de esforços nas atividades essenciais, delegando a 
terceiros as ditas atividades complementares. A opção I refere-se, em parte, às 
subcontratações pela terceirizada. Os prazos acordados nos contratos de 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 26 
terceirização dependerão de peculiaridades como demandas, limitações e 
outras, não havendo, portanto, a limitação a que se refere à afirmação III. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: A Terceirização é uma técnica administrativa pela qual se 
repassam algumas atividades (atividades-meio) para terceiros, com os quais se 
estabelece uma relação de parceria, possibilitando maior ênfase na sua 
atividade principal (core business), buscando a qualidade e fazendo cumprir os 
princípios estabelecidos e contratados. Nesse contexto, uma boa gestão dos 
contratos com terceirizadas é fundamental. 
 
Questão 4 - A 
Justificativa: Como sabemos, as atividades mais indicadas para a terceirização 
são aquelas que não fazem parte do chamado core business da organização. 
Assim, no contexto das organizações hospitalares, não podemos imaginar a 
terceirização de atividades diretamente relacionadas à recuperação de 
pacientes, por constituírem atividades-fim. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: Como sabemos, um dos principais pontos na gestão dos contratos 
é o seu equilíbrio econômico-financeiro, entendido como a relação entre a 
remuneração pactuada (preço) e os encargos (custo) e que deve ser 
preservada. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: A opção D está incorreta pois se refere a uma atividade de 
responsabilidade do Fiscal do Contrato, lembrando que ao Gestor competem 
atividades mais gerenciais. 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 27 
Questão 7 - A 
Justificativa: A opção A estáincorreta, pois, a princípio, não é aconselhável o 
pagamento antecipado e, em alguns casos, como o das organizações públicas, 
essa prática é proibida! 
 
Questão 8 - E 
Justificativa: Na Administração Pública, fiscalizar é um dever, não é 
atividade discricionária!

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