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SEGURANÇA DO TRABALHO: MEDIDAS DE PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES DE FERROVIAS

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO 
MARANHÃO 
CAMPUS AÇAILÂNDIA 
DEPARTAMENTO DE ENSINO SUPERIOR E TECNOLOGIA 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA 
 
 
 
LEANDRO DE OLIVEIRA ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
RECICLAGEM DE PAPEL E PAPELÃO DOS SUPERMERCADOS DO 
MUNICÍPIO DE AÇAILÂNDIA – MA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Açailândia-MA 
Julho 2018. 
 
 
 
 
LEANDRO DE OLIVEIRA ALMEIDA 
 
RECICLAGEM DE PAPEL E PAPELÃO DOS SUPERMERCADOS DO 
MUNICÍPIO DE AÇAILÂNDIA – MA 
 
 
Monografia apresentada à Coordenação 
do Curso de Licenciatura plena em 
Química do Instituto Federal de Ciência e 
Tecnologia do Maranhão – IFMA 
Campus Açailândia como requisito 
parcial para a obtenção do título de 
Licenciatura Plena em Química 
 
Orientador: Profº Ms. Walace Martins 
Moreira 
Co-orientadora: Prof° Ma. Roberta Lima 
Vieira 
 
 
 
 
 
 
AÇAILÂNDIA-MA 
Julho 2018 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
Monografia apresentada como requisito necessário para a obtenção de título de 
Licenciado Pleno em Química. 
 
 
 
______________________________________ 
Leandro de Oliveira Almeida 
 
 
Aprovado em: de de . 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
___________________________________________________________ 
Prof. Ms. Walace Martins Moreira - IFMA (Orientador) 
 
___________________________________________________________ 
Prof.ª. Ma. Roberta Lima Vieira-IFMA (Coorientadora) 
 
__________________________________________________________ 
Prof. Dr. Fábio Mesquita de Sousa-IFMA (Membro Interno) 
 
________________________________________________________________ 
Prof. Ms. Roberto Peres da Silva - IFMA (Membro Interno) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A todas aquelas pessoas que transformam 
suas ideias e sonhos em projetos reais, 
ajudam a construir uma sociedade 
melhor. 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
A Deus, por ter me dado força e saúde para superar as dificuldades. 
A esta universidade, seu corpo docente, direção, administração que oportunizaram 
a janela que hoje vislumbro um horizonte superior. 
Ao meu orientador Ms. Walace Martins Moreira, pelo suporte pelo pouco tempo 
que lhe coube, pelas suas correções e incentivos nesta árdua jornada. 
Aos meus pais, irmão, esposa, filha e amigos, pelo amor, incentivo e apoio. 
E a todos que direta e indiretamente, fizeram parte da minha formação, o meu 
muito obrigado. 
 
 
 
 
 
RESUMO 
A coleta seletiva de resíduos sólidos vem enriquecendo cada vez mais em nosso dia-dia, 
quando se parte para uma visão sustentável. O país vem incentivando a coleta e 
reciclagem de maneira que se retorne ao mercado de forma beneficiada, evitando o 
máximo do consumo dos recursos naturais como a madeira. A cidade de Açailândia-MA 
vem também acompanhando esse processo de reciclagem através dos pequenos 
comerciantes em localidades de diversos pontos da cidade, processo que ocorre através 
de catadores individuais e fornecedores de redes de supermercados de Açailândia e 
municípios circunvizinhos. No qual esse processo de reciclagem de resíduo de papel e 
papelão é passível de ser aplicado, relativamente, em regiões ou locais, que apresentam 
uma situação de progresso, aonde será possível junto aos empreendedores no ramo de 
supermercados, ratificar a importância na parte econômica, social e ambiental junto a 
recicladora de papel e papelão local. Foi realizado levantamento junto à comunidade e 
empresas acerca das vertentes que corroboram a prática da coleta seletiva, segregação e 
fontes de destinação final dos resíduos em questão. Para isso, o propósito desse trabalho 
é informar sobre processo de tratamento do papel e papelão, sendo os resíduos 
encaminhados para cooperativas que realizam esse trabalho em parceria com as redes de 
supermercados como doadores locais, que diretamente contribuem para geração de 
empregos e arrecadação de fundos para município, contribuindo para amenização dos 
impactos, seguindo assim, as premissas do desenvolvimento ambiental. 
Palavras-chave: Reciclagem. Papel e papelão. Sustentável. Açailândia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The selective collection of solid waste is becoming more and more enriched in our day-
to-day life, when we start with a sustainable vision. The country has been encouraging 
the collection and recycling in a way that returns to the market in a way benefited, 
avoiding the maximum consumption of natural resources such as wood. The city of 
Açailândia-MA has also been following this process of recycling through the small 
merchants in localities of several points of the city, process that occurs through individual 
pickers and suppliers of supermarket chains of Açailândia and surrounding 
municipalities. In this process of recycling waste paper and cardboard can be applied 
relatively to regions or places that are progressing, where it will be possible for 
entrepreneurs in the supermarket sector to ratify the importance in the economic, social 
and environmental issues with the local paper and cardboard recycler. A survey was 
conducted with the community and companies about the aspects that corroborate the 
practice of selective collection, segregation and sources of final destination of the waste 
in question. To this end, the purpose of this paper is to inform about the process of paper 
and paperboard treatment, and the waste is sent to cooperatives that work in partnership 
with the supermarket chains as local donors, which directly contribute to job creation and 
fundraising for municipalities, contributing to mitigation of impacts, thus following the 
premises of environmental development. 
Keywords: Recycling. Paper and cardboard. Sustainable. Açailândia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 – Classificação dos resíduos - classes I, II e III..........................................18 
Figura 2 – Etapas do programa 5R’s..........................................................................22 
Figura 3 – Esquema simplificado para reciclagem....................................................23 
Figura 4 – Coletores para segregação de resíduos na fonte.......................................24 
Figura 5 - Central de triagem de resíduo...................................................................25 
Figura 6 – Coleta através de veículos especiais.........................................................25 
Figura 7 – Caminhão coletor não compactador.........................................................26 
Figura 8 – Simbologia para identificação de materiais recicláveis...........................26 
Figura 9 – Caixa para correio e e-commerce............................................................28 
Figura 10 – Caixas para organizar materiais.............................................................28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Destinação de lixo no Brasil- Ano 2010...................................................19 
Tabela 2 – Nova lei de resíduo – Mudança no poder público....................................20 
Tabela 3 – Nova lei de resíduo – Mudança nas empresas..........................................20 
Tabela 4 - Nova lei de resíduo – Mudança para os catadores....................................20 
Tabela 5 - Nova lei de resíduo – Mudança na população...........................................20Tabela 6 – Materiais recicláveis e não recicláveis......................................................24 
Tabela 7 – Atividades da fabricação do papel............................................................27 
Tabela 8 – Destinação final dos resíduos Classe B (Papel/Papelão) por Estado.......31 
Tabela 9 – Total de resíduos Classe B (Papel/Papelão) coletados pela Recicladora.32 
Tabela 10 – Dados do papel e papelão.......................................................................38 
Tabela 11 –Resumo dos ganhos com a reciclagem do papel e papelão.....................39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1 – Supermercados doadores de materiais..................................................30 
Gráfico 2 – Volume de material doado para as recicladoras....................................32 
Gráfico 3 – O que a comunidade faz com lixo produzidos em suas residências......33 
Gráfico 4 – Existe um aterro sanitário no município................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1.0 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 
2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 15 
2.1 Aspectos ambientais gerais .................................................................................... 15 
2.2 Resíduos sólidos urbanos: definição, classificação e gerenciamento ................. 17 
2.2.1 Classificação dos resíduos ................................................................................... 18 
2.2.2 Gerenciamento dos resíduos ............................................................................... 19 
2.3 Princípio dos 5R’s .................................................................................................. 21 
2.4 Coleta seletiva ......................................................................................................... 22 
2.5 Processo de fabricação do papel ........................................................................... 27 
2.6 Aplicações comerciais do papel ............................................................................ 28 
3.0 METODOLOGIA .................................................................................................. 29 
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 30 
4.1 Análise dos Questionários ...................................................................................... 30 
4.2 Dados obtidos durante a pesquisa bibliográfica .................................................. 37 
5.0 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 41 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 42 
ANEXOS ....................................................................................................................... 45 
12 
 
1 INTRODUÇÃO 
A cada ano que passa percebemos que qualquer assunto que envolva a 
preservação do meio ambiente é tratado com muita responsabilidade e compromisso de 
todos os envolvidos na questão. Várias formas e métodos de conservação do meio 
ambiente, estão sendo alvo de inúmeros debates, objetivando encontrar soluções 
sustentáveis que preservem a qualidade de vida dos seres humanos, como também a 
preservação da natureza de um modo em geral. 
Um dos holofotes desses debates, são o acondicionamento adequado de resíduos 
que são gerados na cadeia produtiva de uma nação, pois muitos podem ser reutilizados e 
retornar novamente para o consumo normal. Desta forma evita-se a extração da matéria 
prima in natura, que na maioria das vezes agridem consideravelmente o meio ambiente. 
Segundo Capra (2002, pag. 21), o esgotamento dos recursos naturais não ocorre 
isoladamente até por que o homem é parte integrante da natureza. 
A deteorização do nosso meio ambiente natural vem acompanhada de um 
aumento de problemas de saúde dos indivíduos (...) o aumento de crimes 
violentos e de suicídios de pessoas jovens é tão elevado, que foi classificado 
como epidemia. Ao mesmo tempo, a taxa de mortalidade de jovens devido 
acidentes, sobretudo de transito é vinte vezes superior a resultante da 
poliomielite quando esta se encontrava em sua pior fase. 
 
O papel e papelão são tipos de resíduos passíveis de reutilização. Obviamente o 
processo de reciclagem para ter um bom resultado é necessário que todas as etapas se 
desenvolvam com o critério de qualidade conforme a normas predominantes, ou seja, a 
etapa de coleta e segregação não é menos importante que a etapa de corte do produto para 
o consumidor. 
Segundo dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE) 
(2016), o índice de reciclagem no Brasil nos últimos dez anos mantém-se nos 30%, o que 
considerando os aspectos socioeconômicos e culturais do país, é um índice satisfatório. 
Além de o Brasil possuir uma extensão territorial e condições climáticas que favorecem 
a produção de fibras virgens. Significa que, as árvores estão prontas para o primeiro corte 
após seis anos, o que é considerado um tempo curto, comparando-se a outros países, onde 
são necessários vinte anos. 
A maioria dos danos causados ao meio natural se dá pelo consumismo 
desenfreado necessitando assim, de uma reavaliação do comportamento da sociedade 
como um todo, com o objetivo de perceber os impactos que através das escolhas do 
homem que diretamente caracterizam para destruição do planeta, portanto, se faz 
13 
 
 
 
necessário a adoção de novos comportamentos de todos os setores da sociedade para 
garantir que os resíduos sejam produzidos em menor quantidade já na fonte geradora. Isso 
implica mudanças nas formas gerenciais, com novas prioridades, que passam no modelo 
unidirecional e mecanicista para um sistema holístico e ecológico, que garanta, ao longo 
prazo, a estabilização da demanda dos recursos naturais e do volume final de resíduos a 
serem dispostos, minimizando o processo de degradação ambiental. (ZANIM; 
MANCINI, 2004, pag. 36). 
Diante disso, pode-se inferir que um processo de reciclagem de resíduo de papel 
e papelão é passível de ser aplicado, relativamente, em regiões ou locais, que apresentem 
uma situação socioeconômica e cultural mais avançada. 
Segundo o Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo (BRACELPA, 2012) 
e Associação nacional dos fabricantes de papel e celulose, no Brasil, existem vinte e duas 
categorias de aparas, nome genérico de resíduos de papel, industriais ou domésticos. 
Em Açailândia, município localizado no oeste do estado do Maranhão, distante 
580 km da capital São Luis, de população estimada em 11.339 habitantes, com 4º maior 
PIB do estado, possui redes de comercio varejistas, siderúrgicas, corredor logístico de 
minério e também com supermercados de médio e grande porte, são potenciais geradores 
de resíduos de papel e papelão. 
Na cidade em questão, grande parte dos resíduos de papel e papelão gerados 
pelos supermercados são coletados pelas recicladoras e catadores, sendo transportados 
para outros estados do país, para assim, passarem por tratamentos mais complexos até 
voltar ao mercado. Porém existem poucas cooperativas atuantes e registradas legalmente 
que possuem toda uma estrutura para acondicionamento e processamento desse material 
de maneira ambientalmente correta. Com poucos incentivos do município e entidades 
privadas essa modalidade não consegue se capacitar e investir de forma que atenda às 
necessidadeslocais e nas fronteiras. 
Dessa forma, o estudo tem como objetivo relatar o status dos níveis de 
tratamento desses resíduos de papel de papelão na cidade de Açailândia-Ma, bem como 
informar os produtos (papel e papelão) que são gerados pelas redes de varejos de 
alimentos que através da reciclagem. A presente pesquisa justifica-se tendo em vista que 
não existe um monitoramento do processamento desses resíduos, bem como sua forma de 
descarte pelo comércio ou indústria. 
Portanto, o presente trabalho está organizado em cinco capítulos. O primeiro 
capítulo trata-se da introdução, onde ratifica da importância da manutenção do nosso meio 
14 
 
 
 
ambiente de forma controlada e sustentável, partindo para reciclagem do papel e papelão 
juntamente com apoio das cooperativas e supermercados nesse ciclo de forma sistêmica 
do processo no qual está inserida dentro do município de Açailândia-MA. 
No segundo capítulo, discorre-se sobre a questão ambiental, caracterizando-se 
conceitos de resíduos sólidos, assim, como sua definição, classificação e gerenciamento, 
coleta seletiva, processo de fabricação e triagem, bem como a aplicabilidade desses no 
comércio. Ainda foram explorados os conceitos do princípio dos 5R’s (repensar, recusar, 
reduzir, reutilizar e reciclar). 
No terceiro capítulo abordaremos a metodologia da pesquisa, apresentado cada 
etapa da pesquisa, bem como o público alvo e a forma de coleta de dados. Já, no capitulo 
quatro relataremos os resultados e discussões discutir de forma clara e objetiva os dados 
coletados, como também fazendo explanação no ponto de vista regional e estadual sobre 
a questão da geração de resíduos de papel e papelão, que é o foco principal desse trabalho. 
Por fim, no capítulo cinco, traremos a conclusão, onde explana-se as respostas 
para os objetivos do trabalho, bem como algumas sugestões que podem ser utilizadas afim 
de contribuir para a coleta de papel/papelão na cidade de Açailândia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 Aspectos Ambientais Gerais 
Em virtude da abrangência do tema pretende-se, evidenciar a questão ambiental, 
social e econômica dos resíduos, assunto que na atualidade, mobiliza a sociedade 
mundial, partindo-se de consulta bibliográfica alguns autores desse universo complexo. 
Porém, a partir dos anos de 1960 e 1970, acontece a percepção de que os recursos 
naturais são esgotáveis, afirma Bernardes (2003), que o crescimento sem limites se revela 
instável, novos valores e paradigmas se emergem rompendo com a contradição 
sociedade/natureza. A “revolução ambiental” foi um dos movimentos sociais mais 
importantes dos últimos tempos, transformando o comportamento da sociedade e da 
organização política e econômica. Suas raízes remontam no século XIX. Entretanto, no 
que concerne a questão ambiental, as mudanças ocorrem de fato, após a segunda guerra 
mundial, é nesse momento que a sociedade percebe a finitude dos recursos naturais e o 
perigo quanto ao seu uso incorreto. 
 Ambientalismo pode ser definido como: 
Forma de comportamento que, tanto em seus discursos como em suas práticas, 
visam corrigir formas destrutivas de relacionamento entre o homem e seu 
ambiente natural, contrariando a lógica estrutural e institucional atualmente 
predominante. A ecologia como conjunta de crenças sociais, teorias e projetos 
que contempla o gênero humano com parte de um ecossistema mais amplo e 
visa manter o equilíbrio desse sistema em uma perspectiva dinâmica e 
evolucionaria. (CASTELLS, 1999, pag. 143). 
 
Para Castells (1999), a principal forma de ambientalismo, é a mobilização da 
comunidade local organizando-se em associação, bem como outros grupos sociais 
visando impedir a devastação do meio natural. Um exemplo é Greenpeace, que nasceu a 
partir de 1970, na atualidade, representa uma das maiores organizações mundial 
responsável pela mobilização nas questões ambientais. Assim, novos valores vão 
surgindo e incorporando a diversas noções ambientais. 
Observa-se que esses movimentos que se formaram ao longo do tempo 
conseguem mobilizar a sociedade para a questão ambientalista. Apesar dessa 
mobilização, ainda hoje persistem graves problemas ambientais arraigados nos hábitos de 
produção e consumo, característico da sociedade capitalista. 
No Brasil, os movimentos ecológicos surgiram a partir das décadas de 1970 a 
1980, conectado ao processo de crescimento econômico. 
16 
 
 
 
A Lei Federal 12.305 de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos, vem estabelecer os princípios, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes 
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, as responsabilidades 
dos geradores e do poder público e os instrumentos econômicos aplicáveis. 
Viola (1987), descreve os movimentos ecológicos no Brasil, dividindo-os em 
três fases. A primeira que denomina de ambientalista (1974-1981), os movimentos 
denunciam a degradação ambiental nas cidades e na criação de comunidades alternativas 
rurais. A segunda se movimenta por uma transição (1982-1985), com a expansão dos 
movimentos ecológicos, tantos em termos quantitativos quanto qualitativos. 
A terceira, a partir de 1986 os movimentos têm participação ativa no meio 
parlamentar. Entretanto, alerta para o fato da falta de consciência ecológica das elites, do 
poder público, e das classes populares. Defende que nessa fase haja uma penetração mais 
ampla e contundente, onde a população tenha de fato, autonomia para implementar 
mudanças, opinando na economia, na política e no uso de espaço e processo de tomada 
de decisão, através de modelos alternativos de gestão ambiental. 
 Portanto, é com a constituição de 1988, que a questão ambiental tem a 
abordagem específica com a inserção de um capitulo específico sobre meio ambiente, 
declarando a Mata Atlântica, a Floresta Amazônica e o Pantanal como patrimônio 
nacional. Institui a base para aplicação de multas, obrigação na restauração dos ambientes 
degradados e a Lei de Compensação da União (royalties) aos estados e municípios para 
exploração dos recursos naturais (hídrico mineral e petrolífero). 
Nesse contexto, vale destacar, que nas últimas décadas, que a questão ambiental 
se traduz numa preocupação mundial, fato esse reconhecido pela maioria dos países. 
Fatores com destruição da camada de ozônio, alterações climáticas, desertificação, 
poluição hídrica e atmosférica, perda de biodiversidade, aumento do volume de resíduos, 
são alguns problemas que carecem de ações efetivas. 
Dentre muitos outros problemas sócios ambientais existentes nas cidades, 
também devem ser mencionados os serviços públicos insuficientes, qualquer alteração no 
meio ambiente reflete-se num conjunto de consequências e alterações que influenciam na 
qualidade do meio urbano e na qualidade de vida das pessoas (NUCCI, 2005, pag. 397). 
Com base na utilização de mecanismos que procurem corrigir distorções do 
crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre meio ambiente, procurando 
o ordenamento e controle do uso do solo, de forma a se evitar, por exemplo, a 
proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes, a poluição e a 
degradação ambiental, além disso se exige uma preocupação, com a proteção, 
17 
 
 
 
preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído (NUCCI, 
2005, pag 397). 
 
 Desse modo, a degradação ambiental, a expansão desordenada das cidades e o 
crescimento populacional, estão entre os desafios da humanidade perante o processo de 
urbanização. A sofisticação dos hábitos, o consumo exagerado dos recursos, onde tudo é 
fabricado para durar omenor tempo possível, o planeta vai se transformando num imenso 
deposito de resíduos. 
Portanto, é conveniente o uso e ocupação do solo sustentável, para flexibilização 
de parâmetros com medidas eficientes na utilização racional de energia, água tratada na 
separação e redução do volume de lixo coletável. 
Nesse contexto, o desenvolvimento de qualquer atividade humana na área 
urbana está atrelado à geração de resíduos e efluentes sólidos, líquidos e gasosos, assim 
como, no consumo de energia. 
 
2.2 Resíduos Sólidos Urbanos: Definição, Classificação E Gerenciamento. 
 
Segundo a norma brasileira NBR 10004/2004 da associação brasileira de normas 
técnicas (ABNT), resíduo sólido é definido como: 
Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da 
comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, 
de serviços e varrição, ficam incluídas nesta definição, os lodos provenientes 
do sistema de água, aquelas gerados em equipamentos e instalações de controle 
de poluição, bem como determinados líquidos cujas as particularidades tomem 
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou 
exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face a 
melhor tecnologia disponível (BRASIL,2004). 
 
Logarezzi (2006) define resíduo ou lixo como sobras de qualquer atividade, 
porém, o que as caracteriza como tal, varia dependendo dos valores sociais, econômicos 
e ambientais que lhe são atribuídas aliadas ao ato de descarte. Dessa forma, resíduos sem 
preservar seus valores potenciais, quando se transformam em “lixo” obtém aspectos de 
inutilidade, sujidade, imundice, estorvo, risco e etc. 
 
 Entretanto, os resíduos existem, 
Desde que os seres humanos passaram a se congregar em tribos, vila e 
comunidades, o acumulo de resíduos se tornou uma consequência da vida. Os 
descartes de resíduos nas ruas, terrenos baldios, etc. durante Idade Média 
provocou o aumento de ratos e, consequentemente o aparecimento da peste 
bubônica, e dizimou a metade dos europeus. (BAASCH, 1995, pag. 55). 
18 
 
 
 
 
Pode-se salientar a questão dos resíduos urbanos como um dos mais graves 
problemas ambientais contemporâneos. É preciso combater a ideologia disseminada, a 
qual preconiza o excesso de consumo, porém é indispensável restringi-lo em benefício 
dos recursos naturais limitados. 
 
2.2.1 Classificação dos resíduos 
 Os resíduos possuem variada classificação, de acordo com a Brasil (2004). Esses 
resíduos podem ser classificados, quanto à periculosidade quanto ao critério de 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade (excluído os 
resíduos domiciliares e os gerados em estações de tratamento de esgotos sanitários), a 
Figura 1 mostra classificação dos resíduos em suas respectivas classes: 
 
Figura 1 – classificação dos resíduos- classes I, II e III. 
Fonte: O Autor 
 
 Outras classificações, como de Mancini (1999) e Logarezzi (2006), os quais 
caracterizam os resíduos sólidos, em relação biodegradabilidade de maneira semelhante, 
a distinção está na forma de nomear. Os primeiros autores ordenaram como facilmente 
degradável no caso da matéria orgânica presente nos resíduos urbanos; moderadamente 
degradáveis pedaços de pano, retalhos, aparas e serragens de couro, borracha e madeira; 
não degradáveis, vidros, metais, plásticos, pedras, terra, dentre outros. 
Classe I: perigosos: quando 
suas propriedades físico-
química ou infecto-contagiosas 
podem apresentar risco a saúde 
pública e ao meio ambiente. 
Ex: (materiais sépticos e 
contaminados, dentre outros). 
Classe II não inertes: 
aqueles que não se 
enquadram nas classes I e 
III. Ex. (papel, papelão 
material vegetal, dentre 
outros). 
Classe III Inertes: se 
apresentam após testes de 
solubilização, concentrações 
superiores aos padrões de 
potabilidade de água, exceto 
aos padrões de cor, turbidez 
,sabor e aspectos tais como: 
rochas, tijolos, vidros, certas 
borrachas e plásticos de difícil 
degradabilidade. 
19 
 
 
 
 Em Mancini (1999) e Logarezzi (2006), como resíduo reutilizável, aquele que 
pode ser reaproveitado de forma inteira, sem a destruição do objeto em que consiste 
geralmente adaptado a uma nova função; reciclável, que pode servir com matéria prima 
para confecção de novos produtos, através do processo de reciclagem (resíduo reciclável 
seco) e compostagem (resíduo reciclável úmido); resíduo inservível é aquele que num 
determinado contexto (local e época) não pode ser reutilizado e nem reciclável. 
 Na indústria gráfica, os resíduos de papel, sob o prisma de biodegradabilidade, 
enquadram-se tanto como reutilizável como reciclável, é um resíduo seco e pode se 
transformar em novo produto. 
 
2.2.2 Gerenciamento de resíduos 
O Brasil dá passos importantes para ocupar a posição de destaque no cenário 
global da reciclagem. O potencial do setor é proporcional ao desenvolvimento 
econômico, aos avanços nas práticas de sustentabilidade das empresas, as ações de 
governo bem construídas e uma maior conscientização por parte do consumidor. 
(CEMPRE REVIEW, 2013). 
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que no 
ano de 2000 a produção diária de lixo gerado no Brasil foi de aproximadamente 157 mil 
toneladas incluindo o lixo domiciliar e comercial. Entretanto, 20% da população 
brasileira ainda não contam com serviços regulares de coleta. Os resíduos sólidos urbanos 
(RSU) tem sua destinação demonstrada na Tabela 1. 
 
Tabela 1 – Destinação do lixo no Brasil – Ano 2016 
Recolhido por caminhões e levado para aterros, 
lixões e reciclagem. 
85,7% 
Queimado na propriedade. 10,1% 
Outra destinação. 4,2% 
Fonte: CENSO 2016. 
 
Dados publicados pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE) 
e de associações empresariais mostram que 27% dos resíduos recicláveis. Nas tabelas 
seguintes, são mostradas um resumo comparativo nas mudanças advindas com a nova lei 
de resíduos sólidos. 
 
20 
 
 
 
Tabela 2 - Nova lei de resíduos – mudança no poder público. 
 Antes Depois 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 P
O
D
E
R
 
P
Ú
B
L
IC
O
 
 
Pouca prioridade para a questão do lixo urbano. Municípios devem traçar um plano para gerenciar 
resíduos, buscando a inclusão dos catadores. 
A maioria dos municípios destinava os dejetos 
para lixões a céu aberto. 
Lixões passam a ser proibidos e devem ser 
erradicados até 2014, com a criação de aterros 
que sigam as normas ambientais. 
Sem aproveitamento dos resíduos orgânicos. Municípios devem instalar a compostagem para 
atender a toda a população. 
Coleta seletiva ineficiente e pouco expressiva. Prefeitura deve organizar a coleta seletiva de 
recicláveis para atender a toda a população, 
fiscalizar e controlar o custo do processo. 
Falta de organização. Municípios devem incentivar a participação dos 
catadores em cooperativas a fim de melhorar a 
suas condições de trabalho. 
 
Tabela 3 - Nova lei de resíduos – mudança nas empresas. 
 
 Antes Depois 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E
M
P
R
E
S
A
S
 
Inexistência de regulação sobre os 
investimentos privados na administração de 
resíduos. 
Legislação prevê investimentos das empresas no 
tratamento dos resíduos 
Poucos incentivos financeiros. Novos estímulos financeiros para a reciclagem. 
Desperdício de materiais e falta de processos 
de reciclagem e reutilização. 
A reciclagem estimulará a economia de matérias-
primase colaborará para a geração de renda no 
setor. 
Sem regulação específica. Empresas apostam postos de entrega voluntária 
PEV e cooperativas, além de garantir materiais a 
preços de mercado. 
 
Tabela 4 - Nova lei de resíduos – mudança para os catadores. 
 
Tabela 4 - Nova lei de resíduos – mudança para os catadores. 
 
Tabela 4 - Nova lei de resíduos – mudança para os catadores. 
 
Tabela 4 - Nova lei de resíduos – mudança para os catadores. 
 
 Antes Depois 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C
A
T
A
D
O
R
E
S
 
Manejo do lixo realizado por atravessadores, 
com riscos à saúde. 
Catadores deverão se filiar as cooperativas de 
forma a melhorar o ambiente, reduzir riscos à 
saúde e aumentar a renda. 
Predominância da informalidade no setor. Cooperativas deverão estabelecer parcerias 
com empresas e prefeituras para realizar a 
coleta e reciclagem. 
Problemas tanto na qualidade quanto na 
quantidade de resíduos. 
Aumento do volume e melhora da qualidade 
que serão reaproveitados ou reciclados. 
Catadores sem qualificação. Os trabalhadores passarão a ter treinamento 
para melhorar a produtividade. 
 
Tabela 5 - Nova lei de resíduos – mudança na população 
 Antes Depois 
 
 
 
 
 
P
O
P
U
L
A
Ç
Ã
O
 
 
Separação inexpressiva de lixo reciclável 
idências. 
População separará resíduo reciclável 
nresidência. Falta de informações. Realização de campanhas educativas. 
Atendimento da coleta seletiva ineficiente. Coleta seletiva. 
Fonte: CEMPRE (2013). 
 
21 
 
 
 
 
Com a aprovação da nova Lei de resíduos 12.305/2010, ficaram obrigados todos 
os municípios a gerenciar seus resíduos através de aterros sanitários. Existem fatores 
limitantes que estão para implantação de tal estrutura, tais como: grandes áreas próximas 
aos centros urbanos, disponibilidade de material de cobertura diária e condições 
climáticas favoráveis durante todo o ano. Nas tabelas seguintes, são mostradas um resumo 
comparativo nas mudanças advindas com a nova lei de resíduos sólidos. 
De acordo com a norma brasileira NBR 10157/1987, os aterros sanitários devem 
ser construídos dentro das normas de engenharia, de saúde e ambiental, com terrenos 
impermeabilizados para evitar a infiltração do chorume no solo e no lençol freático, 
evitando a poluição das águas superficiais e subterrâneas, pelo efeito do chorume, gases 
nocivos e odor desagradável. Os monitoramentos dos gases e líquidos são contínuos. A 
camada de resíduos é coberta com terra e outros materiais inertes, evitando um mau 
cheiro, moscas, presença de animais e pessoas. 
No processo de reciclagem, o material descartado é submetido a um processo de 
reutilização. Nos últimos anos é uma solução adotada por vários municípios como forma 
de minimizar os impactos na via útil dos aterros como geração de renda, no enfrentamento 
da escassez de empregabilidade do município e da mão de obra desqualificada e como 
forma de inclusão social. 
 
2.3 Princípio dos 5R’S 
 Atualmente, a sociedade vem demostrando preocupação com a ação antrópica e 
com a escassez dos recursos naturais, o qual é necessário criar mecanismos visando a 
sustentabilidade do planeta. A situação exige a doação de comportamentos diferenciados, 
tanto na esfera pública quanto na privada, relativamente a produção/consumo e no 
gerenciamento dos resíduos sólidos. 
Os 5R's fazem parte de um processo educativo que tem por objetivo uma 
mudança de hábitos no cotidiano dos cidadãos Ministério de Meio Ambiente (2017). 
Toda boa prática é válida quando se pretende atingir um objetivo. Quando se está tratando 
de algo relativamente novo para a população e se espera que contribua efetivamente com 
o processo, é necessário criar e fomentar os métodos e ferramentas práticas. 
O programa denominado 5R’S visa exatamente transformar uma atitude diária 
em algo contínuo. É a melhoria contínua de um processo. Este programa é formado por 
cinco ações distintas e que se complementam. 
22 
 
 
 
2-Reutilizar 
3-Reciclar e 
Preciclar 
4-Reeducar 
5-Replanejar 
Conforme a figura 2 representa, de acordo (MMA, 2017), definições para cada 
uma das etapas que forma o 5R’s ou PDCA ambiental, são tais: 
Reduzir: é a melhor forma de evitarmos danos ambientais. Reduzindo o consumo 
estaremos consumindo menos água, energia e matéria-prima, reduzindo a produção de 
lixo. 
Reutilizar- significa que devemos observar o valor social dos resíduos, fazendo 
com que ele retorne para processo e não seja descartado, seja tratado como resíduo. 
Reciclar- está intimamente ligada à coleta seletiva. Muitos resíduos são 
recicláveis, portanto, podem retornar ao processo produtivo após sua reciclagem. 
Reeducar- significa estarem conectadas as questões ambientais atuais. A 
população com falta de conhecimento sobre demandas ambientais é a maior ameaça à 
sustentabilidade do meio ambiente no planeta. 
Replanejar- é uma questão de rever nossos gastos e hábitos, o nosso estilo de 
vida. 
 
Figura 2 – Etapas do programa 5R’S. 
 
 1-Reduzir 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Brasil (2017). 
 
2.4 Coleta Seletiva 
 
 Para o CEMPRE (2013), a coleta seletiva é um sistema de recolhimento de 
materiais recicláveis tais como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente 
separados na fonte geradora. Estes materiais após um pré-beneficiamento, são vendidos 
às indústrias recicladoras ou aos sucateiros. A coleta seletiva funciona também, como um 
processo de educação ambiental na medida em que se sensibiliza a comunidade sobre os 
23 
 
 
 
problemas do desperdício dos recursos naturais e da poluição causada pelo lixo. Os elos 
do diagrama é uma simplificação conforme ilustrado na Figura 3. 
 
 Figura 3- Esquema simplificado para reciclagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O Autor 
 
Os elos do diagrama quatro é uma simplificação (Figura 3). Na ausência de uma 
estrutura eficiente de coleta seletiva, as outras etapas ficam comprometidas. O primeiro 
elo refere-se de coleta seletiva, sem ela as outras etapas ficam comprometidas. O terceiro 
elo refere-se ao produto reciclado colocado no mercado. Se há um aumento progressivo 
de consumo dos produtos reciclados, haverá a possibilidade de maiores investimentos de 
tecnologias e aumento da capacidade instalada nas indústrias recicladoras. Estes fatores 
irão refletir no primeiro elo da corrente, promovendo um aumento da procura por 
materiais recicláveis com consequentemente aumento do valor agregado do material 
coletado. Desta forma, o valor contínuo está garantido, o que é necessário para 
recicláveis/reciclados. (ROBERTO S., 2016). 
Um dos poucos estudos sobre aspectos econômicos da reciclagem foi realizado 
pelo CEMPRE (2013), a constatação de que o país perde anualmente R$ 8 bilhões ao 
enterrar o lixo que poderia ser reciclado. 
O papel por ser matéria orgânico e biodegradável leva cerca de 3 a 6 meses para 
se decompor, podendo chegar até 100 anos com aterro de pouca umidade. Segundo Grippi 
(2001), podemos notar que papel é dividido em cinco tipos: papéis para embalagens, para 
impressão, para cartões/cartolinas, para fins sanitários, para escrever e os especiais. Na 
tabela 6, pode-se observar grande parte dos tipos de papel e papelão que podem ou não 
ser reciclados. 
 
 
Coleta seletiva 
Reciclagem 
Mercado 
24 
 
 
 
Tabela6 – Materiais recicláveis e Não Recicláveis - Instituto GEA. 
PODE RECICLAR NÃO PODE RECICLAR 
caixas de papelão papéis sanitários 
jornal papéis plastificados 
revistas papéis parafinados 
impressos em geral papéis metalizados 
fotocópias papel carbono 
rascunhos fotografias 
cartões fitas adesivas 
envelopes etiqueta adesivas 
papel de fax papel vegetal 
Fonte: INSTITUTO GEA - ÉTICA E MEIO AMBIENTE 
 
Várias são as metodologias de coleta disponíveis. O material reciclável poderá 
ser segregado das seguintes formas abaixo: 
1- Segregação total na fonte; 
2- Separações em centrais de triagem; 
3- Coletas multiseletiva. 
A segregação total na fonte geradora dos diferentes tipos de materiais recicláveis 
presentes no lixo promove inúmeros ganhos que se traduzem em redução de custos nas 
etapas posteriores, representado na figura 4. Estes custos estão associados à triagem, 
lavagem, transporte, dentre outros. A segregação do lixo é feita pelo próprio morador que 
acondiciona os recicláveis separadamente. Deve-se prever, portanto, local disponível para 
armazenamento. 
Figura 4 - Coletores para segregação de resíduo na fonte. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O Autor 
 
25 
 
 
 
 Para separação em centrais de triagem, conforme na Figura 5, é necessário um 
local para essa atividade, haja vista que haverá necessidade de separação dos secos (papel, 
plástico, vidro, etc.), úmidos (fração de orgânicos) e outros (considerados rejeitos). 
 
Figura 5 – Central de triagem de resíduo. 
 
 
Fonte: O Autor 
 Na segregação total na fonte, é feita a coleta seletiva dos diferentes tipos de 
materiais recicláveis simultaneamente, mas com separação rigorosa entre todos os tipos 
já na fonte geradora. O método se aplica tanto ao sistema voluntario quanto ao sistema 
porta a porta. Para sua implantação, deve-se levar em conta uma série de aspectos técnicos 
e econômicos. As barreiras técnicas a serem transpostas são: 
 - Necessidade de veículos especiais como mostrado na figura 6; espaço físico 
para armazenamento dos materiais; maior frequência de coleta; capacidade de 
escoamento de todos os materiais; necessidade de uma campanha educativa mais 
detalhada. 
Figura 6 - Coleta através de veículos especiais. 
 
Fonte: Google Imagens (2017) 
26 
 
 
 
 Para o funcionamento da metodologia de coleta seletiva deverão ser implantados 
modelos de coleta seletiva. Há três modelos práticos que podem ser implantados; 
 Coleta seletiva porta a porta: É semelhante ao procedimento clássico de coleta 
normal de lixo (não recomendado), porém com algumas variações que 
caracterizam a coleta seletiva, como veículo coletor de caçamba aberta, 
explicitado na figura 7. 
 
Figura 7- Caminhão coletor não compactador. 
 
Fonte: Brasil (2017). 
 
 Coleta seletiva voluntária: Em alguns casos utilizam-se contêineres ou mesmo 
pequenos depósitos colocados em pontos fixos pré-determinados na malha urbana 
denominados PEV’s (pontos de entrega voluntária) ou LEV’s (locais de entrega 
voluntária), onde o cidadão espontaneamente deposita os recicláveis. Cada 
material deve ser colocado num recipiente específico (com nome e cor), 
representado através da figura 8. É importante ressaltar que a colocação nem 
sempre é respeitada pelos fabricantes e fornecedores dos recipientes, no entanto 
combinação usual entre cores e materiais é a seguinte: 
 
Figura 8 – Simbologia para identificação de materiais recicláveis. 
 
Fonte: Brasil (2001). 
27 
 
 
 
2.5 Processo de Fabricação do Papel e Papelão 
De acordo com a Bracelpa (2013), celulose é o principal elemento utilizado no 
fabrico do papel e papelão. O processo de extração da celulose, nada mais que é a 
separação da lignina da madeira que é usada como combustível para gerar energia e vapor. 
Os produtos usados neste processo que contempla cinco etapas, conforme tabela 7 
explicita, onde são recuperados e utilizados, tratando-se de um circuito fechado com alta 
intensidade. 
Nos últimos vinte anos a indústria papeleira com base na utilização da celulose 
com matéria prima para o papel, teve notáveis avanços, no entanto, as cinco etapas básicas 
de fabricação do papel se mantém: 
Tabela 7 – Atividades da fabricação do papel. 
ETAPAS DESIGNAÇÃO DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 
1 Estoque de cavacos Colheita da floresta plantada-transporte à indústria-transformação em 
pedaços menores (cavacos)-separação mecânica dos cavacos com peneiras 
para seleção dos tamanhos ideais para digestor. 
2 Fabricação da polpa Polpeamento visa separar a lignina das fibras celuloses-selecionar qual 
processo deve ser aplicado mecânico semiquimicos ou químicos (Kraft)-o 
processo químico consiste no cozimento dos cavacos em solução de 
hidróxido de sódio e sulfeto de sódio para dissolução da lignina e liberação 
das fibras. 
3 Branqueamento (Transformação da celulose marrom em celulose branqueada seguindo as 
sub etapas: a) lavagem da celulose com água para eliminar o residual de licor 
negro; b)o pré-branqueamento com uso de oxigênio puro; c)o 
branqueamento através de compostos de cloro; d)secagem da celulose 
através da máquina especifica formada por cilindros aquecidos a vapor ou 
colchoes de ar aquecidos. 
4 Formação da folha A finalização do papel ocorre usualmente em unidades totalmente 
autônomas. As etapas são: 1)maquinas de papel para recomposição da 
celulose através de sua diluição em água e aplicação de aditivos para se 
atingir as características desejadas do papel; 2) o rebobinamento para 
estocagem e aplicação das maquinas especificas; 3) maquinas para 
confecção de produtos finais em função das características desejadas 
(gramatura, tamanho, brilho, etc.). 
5 Acabamento 
Fonte: ABTPC. 
Para Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel – ABTCP, as fibras de 
celulose requerem de algumas propriedades especiais, tais como alto conteúdo de 
celulose, baixo custo e fácil obtenção, o que justifica a priorização das fibras vegetais. O 
material mais utilizado é a polpa de madeira de arvores, principalmente pinheiros (possui 
28 
 
 
 
baixo preço e maior resistência, devido às longas fibras) e os eucaliptos (por causa do 
rápido crescimento das árvores). 
De forma geral parta se transformar a medida em polpa, que é matéria prima do 
papel, é necessário separar a lignina, a celulose e a hemicelulósica que constituem a 
madeira. Para tanto, é necessário utilizar os processos mecânicos e químicos. 
 
2.6 Aplicações Comerciais do Papel e Papelão 
Caixa de arquivo morto de papelão: são feitas com papelão 100% reciclado. 
Podem colocar nas caixas arquivos: documentos, pastas, documentos importantes, dentre 
outros. Caixas para correio e e-commerce: as caixas para correio das caixas de papelão 
vieram para inovar o mercado (figura 9). Seu ótimo custo benefício faz das caixas ECO 
boa opção para envio de encomendas por PAC ou SEDEX. 
Figura 9- Caixa para correio e e-commerce. 
Fonte: Google Imagens (2017) 
 
De acordo com Associação Brasileira de Papelão Ondulado- ABPO (2010), 
caixas para organizar materiais: as caixas de papelão para mudanças são caixas usadas 
(seminovas) e caixas de papelão recicladas que podem ser utilizadas em diversos tipos de 
mudanças, sejam elas residenciais ou comerciais, conforme indicado na figura 10. 
 Figura 10 – Caixas para organizar materiais 
 
Fonte: Google Imagens (2017). 
29 
 
 
 
3 METODOLOGIA 
O presente trabalho está organizado em três etapas. A primeira etapa consiste em 
fazer uma análise bibliográfica sobre a questão da reciclagem no município de 
Açailândia-MA. Nessa etapa buscou-se referênciasacerca da questão ambiental, social e 
viabilidade econômica dentro dos nichos, caracterizando-se conceitos de resíduos sólidos, 
assim, como sua definição, classificação e gerenciamento, dentre outros. Segundo Lima 
e Mioto (2007), na pesquisa bibliográfica a leitura é a técnica principal, através dela é que 
se identificam as informações e os dados contidos no material selecionado, assim como 
verificar as relações existentes entre eles de modo a analisar sua consistência. 
 A segunda etapa consistiu na elaboração de um questionário de pesquisas que 
foi aplicado junto à comunidade conforme inserido anexo do estudo. O questionário 
consiste de 7 perguntas de múltipla escolha abordando as temáticas acerca da reciclagem 
do papel e papelão e suas abrangências, quantidade de resposta para as perguntas foram 
otimizadas ao longo dessa pesquisa, dessa forma algumas perguntas obtiveram maior 
número de escolhas dentro do questionário. De acordo com Gil (2008) “Pode-se definir 
questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que 
são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos” 
 Na terceira etapa realizou-se a visita em uma empresa que desenvolve a recepção 
e preparação do resíduo que será destinado à recicladora. Posteriormente, foi visitado 
cinco supermercados aonde somente um possui grande porte e os demais pequeno porte. 
A seguir aplicou-se o questionário para 15 pessoas da comunidade, a amostragem 
justifica-se pelo número de pessoa presente na data da aplicação. 
 
 
30 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 Nesta seção encontram-se externados as análises dos dados coletados no 
questionário realizadas pelo pesquisador, ao longo do desenvolvimento da parte prática 
da pesquisa de campo. Os dados do questionário estão organizados de forma quanti-
qualitativa, a fim de obter uma maior discussão sobre as respostas obtidas. 
 
4.1 Analise dos questionários 
 A partir dos dados recolhidos pelas pesquisas e questionário, foi possível montar 
4 gráficos devidamente argumentados com 7 perguntas ao todo, que tratam sobre as 
especificidades da coleta seletiva, tratamento resíduos e reciclagem do papel e papelão 
oriundo dos supermercados dentro do município de Açailândia. 
Durante a abordagem junto à empresa recicladora e seus colaboradores diretos e 
indiretos, foi indagado se os mesmos tinham noção da procedência dos materiais no qual 
eles trabalhavam para seus sustentos, as respostas para essa questão estão expressas no 
Gráfico 1. 
 
Gráfico 1: Quantidade de supermercados que doam materiais para as recicladoras com 
frequência. 
 
Fonte: O Autor 
Conforme o gráfico 1 demonstra, a rede do grupo A tem uma grande e 
considerável contribuição neste sentido de ceder todos seus rejeitos (papel e papelão) sem 
custo para as recicladoras, ficando sob responsabilidade da receptora somente de retirar 
o resíduo nos pontos de coleta dentro dos empreendimentos, os demais supermercados 
presentes na pesquisa (B, C, D, E), obtiveram uma contribuição com pequena parcela. 
Os resíduos sólidos são, uma triste e atual, realidade de muitas cidades do país, 
principalmente por sua forma de descarte que nem sempre é adequada e acaba gerando 
95,0%
1,5%
1,5%
1,50%
0,5%
A
B
C
D
E
31 
 
 
 
diversos problemas, tanto para a saúde humana, quanto para o meio ambiente e economia. 
Dentre os principais problemas gerados, tem-se: contaminação do lençol freático e do 
solo, superlotação nos aterros sanitários, propagação de doenças, emissão de gases 
nocivos para a atmosfera etc. (RIZZO et al, 2012). 
Em Açailândia/MA, essa realidade não está distante de ser alcançada, pois a 
preocupação com o Meio Ambiente é bem limitada, a geração de resíduos e o seu descarte 
incorreto são fatos constatados na cidade, conforme cresce a sua população, sem controle 
dos resíduos gerados, sem a presença de um local adequado e que comporte todo o 
material coletado, sem uma política pública que de fato fiscalizem a coleta e tratamento 
dos resíduos, tudo isso acaba contribuindo para que o problema se agrave. 
A destinação final dos resíduos gerados no município é distribuída para alguns 
Estados próximos (Tabela 8) de acordo com a sua tipologia, o que corrobora o entrave da 
falta de políticas públicas eficazes para fiscalização da coleta, transporte e destinação 
final dos resíduos, que precisam ser encaminhados para fora do Estado a fim de que sejam 
devidamente destinados. 
 
Tabela 8: Destinação final dos resíduos Classe B (Papel/Papelão) por Estado 
Destinação Final/Estado Tipo Resíduo 
MG Papelão 
BA Papelão 
SP Papelão 
MA Papel 
Fonte: O Autor 
 
Na recicladora a coleta mensal de papel/papelão chega a 50 toneladas/mês, 
totalizando 700 toneladas/ano (Tabela 9). O serviço de segregação dos resíduos é 
realizado por 04 catadores com CTPS assinada (totalizando 08 famílias beneficiadas), 
além dos diaristas que são contratados como temporários para a realização do serviço. O 
valor de cada quilograma de papel/papelão sai a R$ 0,10 (dez centavos). A empresa 
recicladora dispõe de dois equipamentos que realizam a prensa do material, cujo volume 
diário chega a 2000 kg/dia, além disso, possuem uma balança de 30 toneladas para 
pesagem do material recebido e, semanalmente, chegam a realizar o carregamento de 
cerca de duas carretas com resíduos classe B do tipo papel e papelão. 
 
32 
 
 
 
Tabela 9: Total de resíduos Classe B (Papel/Papelão) coletados pela cooperativa 
Peso Período 
Tipo Resíduo 
50 toneladas mês 
Papel/Papelão 
700 toneladas ano 
Fonte: O Autor 
 
A produção de papel é geradora de resíduos. Os constantes aumentos na 
demanda de produção implicam na geração diária de grandes quantidades de resíduos, 
em função dos diferentes processos tecnológicos e da qualidade das aparas de papel, 
constituindo uma preocupação ambiental (MORO; GONÇALVES,1995). Sendo assim, 
foi possível constatar que ainda existe muito pouco incentivo e apoio dos órgãos públicos, 
e da iniciativa privada, em manter as atividades dos catadores de papel e papelão. 
Na segunda pergunta do questionário foi indagado aos entrevistados, sobre a 
volume de resíduos doados pelos supermercados para a recicladora, os dados estão 
exposto no gráfico 2. 
 
Gráfico 2: Volume de material doado para as recicladoras. 
 
Fonte: O Autor 
Observamos de acordo com os dados do gráfico 2 que resíduos reciclaveis de 
papel e papelão ficam com os maiores volumes. Pôde-se que a justificativa para os dados 
dar-se-á, devido maioria dos produtos que chegam nas redes de supermercados virem 
embalados com estas estruturas para melhor acondicionamento, durabilidade e 
organização, logo em segundo vem papel, que também são gerados tanto nas partes 
23,00%
67,00%
10,00%
papel
papelão
outros
33 
 
 
 
administrativas, quanto no empacotamento dos produtos adquiridos e completando a lista 
são os plásticos, metais, vidros. Porém foi possivel perceber que, os supermercados 
participantes da pesquisa dooam uma parcela diminuta de outras fontes reciclagens, o que 
nos leva a questionar o que é feito com os demais iténs que poderia está sendo reciclado 
e contribuindo assim para a melhoria da questão ambiental na cidade de Açailândia, já 
que a mesma não possui um aterro sanitário, tendo apenas o lixão como fonte de descarte. 
Com isso foi possível compreender que os resíduos de papel e papelão gerados e 
coletados, se mantem com segundo maior volume de material, se tornando de grande 
relavancia para mercado local e externo que os usam como fonte de renda e amenização 
da disposiçãodos mesmos ao meio ambiente sem tratamento específico e ambiental. 
De acordo com Bellia (1996), a reciclagem do papel e papelão leva a uma 
redução de energia para produção de papel e celulose da ordem de 23 a 74%, redução na 
poluição do ar de 74%, redução na poluição da água por volta de 35% e redução de 58% 
no uso da água. 
 Na terceira pergunta do questionário, foi indagado acerca da participação da 
comunidade na destinação final dos seus lixos gerados. Os dados obtidos estão expressos 
no gráfico 3 
Gráfico 3: O que a comunidade faz com lixo produzidos em suas residências. 
 
Fonte: O Autor 
De acordo com os dados obtidos averiguou-se que população ainda precisa de 
muita informação acerca das formas e locais para descartar os resíduos originados. 
“Percebe-se que através da reciclagem, o lixo passa a ser visto de outra 
maneira, não mais como um final, mas como início de um ciclo em que 
podemos preservar o meio ambiente, a participação consciente e a 
transformação de hábitos (MARODIN e MORAIS, 2006) ”. 
 
70,00%
5,00%
5,00%
20,00%
Joga no lixo
Seleciona e procura as lixeiras
coleta seletiva
Joga em qualquer lugar
Guardo e procuro uma lixeira
34 
 
 
 
Nesse contexto pode-se entender que o homem precisa preservar seu ambiente, 
evitando poluições e mantendo um bom relacionamento com a natureza, para que assim, 
o mesmo consiga usar a educação ambiental como uma prática socioambiental 
equilibrada, seguindo as diretrizes do processo de um cidadão sustentável. 
Em consonância com a pergunta número 3, foi perguntado juntos aos 
participantes se eles têm conhecimento sobre o qual o significado sobre coleta seletiva. 
Para a maioria dos entrevistados (70%), disseram que conhecem ou já ouviram sobre a 
coleta seletiva e que gostariam de aumentar conhecimento e aplicabilidade dessa prática 
nos seus cotidianos de forma consciente e eficaz. Já uma pequena parte (30%) informou 
que desconhecem o tema e nunca realizaram tal atividade em suas residências por falta 
de noção. De acordo com Araújo (2004), a educação ambiental, ao invés de ter um carater 
simplismente informativo, deverá desenvolver hábitos, atitudes e comportamentos que 
possibilite a formação no individuo de uma postura eminentimente ativa na defesa de um 
ambiente saudável e do uso racional dos recursos naturais não renováveis. 
A população deve interagir com uma maior frequência nessa questão da coleta 
seletiva, uma vez que os maiores beneficiados por esse sistema é o meio ambiente e a 
saúde da comunidade, reduzindo assim, os níveis de poluição, diminuição dos recursos 
naturais não renováveis, seguido por economia de energia bem como as matérias-primas. 
Em relação a pergunta numero 5, foi indagado aos entrevistados se os mesmos 
segregam os residuos gerados em sua residência para a cooperativa.De acordo com os 
dados obtidos foi observado que 80% dos participante da pesquisa afirmaram que 
realizam a segregação dos materiais acumulados em sua residencia como embalagens 
(papel e papelão) para a recicladora. Já 20% dos participante deixam de executar esse 
serviço, que seria um grande passo para consientização no ponto de vista do meio 
ambiente, além de uma papel de cidadânia, contribuindo assim para uma melhoramento 
da comunidade como um todo. 
Transcedendo uma ligação com a questão anterior, foi perguntado juntos aos 
entrevistados se os mesmos tem o conhecimento sobre a existência de uma aterro sanitário 
no municipio de Açailândia. Os dados estão expostos no gráfico 4. 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
Gráfico 4: Existe um aterro sanitário no município? 
 
 Fonte: O Autor 
De acordo com o levantamento feito sobre o conhecimento da comunidade no 
que tange a existência de aterro sanitário no meio municipal, observa-se que a maiora dos 
entrevistados sabem da não existencia de uma aterro sanitário em seu municipio,. Já uma 
pequena parcela, afima que existe um aterro sanitário em Açailândia. 
 A lei 12.305/2010, que implementou a nova política nacional de resíduos sólidos 
(PNRS), constitui-se em um instrumento essencial na busca de soluções para um dos 
problemas ambientais mais graves do Brasil, o mal destino dado aos resíduos, impõe a 
necessidade previamente de substituir os lixões a céu aberto por aterros sanitários como 
medida de proteção ambiental. Ficou aprovado pelo Senado em 2010 que até 2014 todos 
os municípios com mais de 50.000 habitantes deveriam instalar aterro sanitário em suas 
localidades, porém uma ementa foi apresentada junto ao plenário que estabelecia prazos 
escalonados de acordo com município, fazendo com que as datas limites variassem entre 
2018 a 2021. Capitais e municípios de região metropolitana terão ate 31/07/2018 para 
acabar com os lixões, já as que possuem entre 50 a 100.000 habitantes terão ate 
31/07/2018 e os com menos de 50.000 habitantes ficará com prazo até 31/07/2021 
(BRASIL,2010). 
Essa realidade como a falta de infomação e ausência de estruturas para 
acondicionar os rejeitos, é tratado de acordo com os dados de 2008 divulgados pela IBGE, 
por meio da Pesquisa Nacional de Saneamento básico – PNSB, aonde, 99,96% dos 
municípíos brasileiros tem manejo de resíduos sólidos, mas 50,75% deles dispoe dos seus 
resíduos em vazadouros, 22,54% em aterros controlados, 27,68% em aterro controlados 
(BRASIL, 2008). 
10,00%
90,00%
Sim
Não
36 
 
 
 
A idéia é que aconteça a redução dos resíduos, isso baseado em boas práticas de 
consumo sustentável e uma grade de mecanismos que contribuam para o aumento da 
reciclagem e reutilização dos mesmos, para que assim, tenha uma destinação 
ambientalmente correta, diminuindo consideravelmente a quantidade de lixões a céu 
aberto. 
 Por fim, foi indagado aos mesmos, se as entidades públicas e privadas possuem 
uma preocupação com as questões de cunho ambiental. De acordo com os dados obtidos, 
observamos que 80% dos entrevistados acham que não existe essa preocupação por parte 
do governos e de orgão privados. Os demais afirmaram positivamente sobre a indagação 
feita. 
A exigência da política nacional de resíduos sólidos trouxe velocidade e 
mudança nos processos logísticos e de produção nas empresas, buscando novas 
tecnologias de reaproveitamento de produtos e especialização em atividades ligadas a 
logística reversa (LEITE, 2011). Levando em consideração a essa realidade para alguns 
empreendimentos, foi possível diagnosticar os seguintes pontos: 
Quanto ao gerenciamento dos resíduos de papel e papelão: 
 25% destinam corretamente seus resíduos; 
 25% gerenciam a logística reversa de pós-venda; 
 35% realizam alguma atividade para gerenciamento de resíduos de pós-consumo, 
apresentando alguns fatores motivacionais, como: aumento nas vendas, prestígio 
perante a sociedade, redução de despesas e atendimento a legislação ambiental 
legal; 
 15% retorna seus resíduos para material promocional. 
 Atualmente no lixão municipal de Açailândia-MA é não é recomendada pela 
justiça da cidade a permanência de catadores para a realização de seleção de 
resíduos devido as condições precárias no qual são dispostos os resíduos ali 
destinados. 
A tarefa das prefeituras ganha uma base mais sólida com principios e diretrizes 
dentro de um conjunto de responsabilidades que tem o potencial de mudar o panorama 
do lixo no Brasil (NETO, 2011), entretanto reconhece-se que muito ainda precisa ser feito 
de um adequado gerenciamento integrado de resíduos, o qual depende, dentre outros 
fatores, da vontade política dos municípios, do aporte de recursos humanos e financeiros, 
37 
 
 
 
da construção de instalações e aplicação de técnicas inovadoras e, sobretudo, daparticipação cidadã, solidária e do controle social (SILVA et al., 2010). 
Desde as épocas da antiguidade, o homem sempre veio realizando danos contra 
natureza, infringe o direito dos cidadãos, afinal, sendo que o mesmo faz parte do meio 
ambiente. A incorporação desta visão socio-ambiental, destacando o papel dos cidadãos, 
aparece manifestado no capitulo VI do artigo 225 da consttituição federal de 1988: 
Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilbrado, bem do uso 
comum do povo e essencial a sádia qualidade de vida, impondo-se ao poder 
publico de dever de defendê-lo e a coletividade de preservá-lo, para as 
presentes e futuras gerações(BRASIL,1988). 
 
Sendo assim, a idéia é que aconteça a redução dos resíduos de forma consciente, 
isso baseado em boas práticas de consumo sustentável e uma grade de mecanismos que 
contribuam para o aumento da reciclagem e reutilização dos mesmos, para que esses 
materiais tenham uma destinação ambientalmente correta, diminuindo consideravelmente 
a quantidade de lixões a céu aberto e uso eficiente dos aterros sanitários. 
 
4.2 Dados obtidos durante a pesquisa bibliográfica 
No Brasil o índice de reciclagem do papel e papelão foi de 67,9% (CEMPRE 
2013). Sendo assim, consideramos esta grandeza a nível nacional para trabalharmos com 
reciclagem de papel e papelão gerados nos supermercados de Açailândia, já que os orgãos 
locais não disponibilizam números e/ou estimativas. 
Logo, consideraremos o percentual de papel e papelão dos resíduos recicláveis 
em Açailândia gerados pelos supermercados. Temos, portanto, que Açailândia consome 
anualmente 6.850 toneladas de papel e papelão das quais (5295,05 ton) serão recicladas 
(77,3%). 
O consumo de energia elétrica para produção de papel e papelão é muito elevado. 
Com a reciclagem de 5295,05 toneladas de papel e papelão por ano em Açailândia, 
teremos uma economia de 6850 ton/ano x 351 KWh x R$ 0,41611 por KWh = R$ 
742.431,80 por ano. Onde é bastante significativo o valor da energia elétrica economizada 
pela reciclagem do papel e papelão gerados através dos supermercados de Açailândia, 
contudo, a parte não reciclada de 1554 toneladas (ou 22,7% do total produzido), a cifra 
economizada seria bem superior. Podendo chegar a ela com aplicação da fórmula acima: 
1554 t/ano x 351 KWh x R$ 0,41611 por KWh = R$ 218.023,02, sendo assim este é o 
38 
 
 
 
valor da energia elétrica que estamos deixando de economizar a cada ano, com a não 
reciclagem do total de papel e papelão gerados em Açailândia. 
Em termos de matéria-prima a economia é de R$ 276,54 por tonelada pela não 
utilização de matéria-prima virgem, ou seja, esta é a economia proporcionada para cada 
tonelada de papel e papelão que retornam ao ciclo de mercado. Com a reciclagem de 
5295,05 toneladas por ano e economizando R$ 276,54 a tonelada, teremos então, uma 
economia anual de R$ 2.809.563,10. 
E com o que se foi deixado de reciclar, a economia conseguida: 1554 ton/ano x 
R$ 276,54 = R$ 824.919,67, por ano somente em termos de matéria prima. 
Outro insumo de enorme importância no processo de reciclagem de papel e 
papelão é a água. A cada tonelada de aparas recicladas, são economizados 29,202 litros 
de água ou 29,202m³. Para efeito de cálculo da economia da água, basta multiplicar 
5295,05 ton/ano x 29,202 m³ x 3,3135/m³ = R$ 512.353,41 por ano. 
A economia de água perdida pela não reciclagem pode ser obtida pela aplicação 
da fórmula acima que fica em: 1554 ton/ano x 29,202 m³ x 3,3135/m³ = R$ 150, 366,32, 
tais dados e resultados são encontrados nas tabelas 10 e 11. 
Tabela 10- Dados do Papel e Papelão 
Índices de reciclagem de papel e papelão no 
Brasil 
77,3% 
Quantidade consumida em Açailândia 
(50.000 * 13,7%) 
6850 toneladas por ano 
Consumo de energia elétrica na produção de 
papel e papelão a partir da matéria-prima 
virgem 
4,98 MWh por tonelada 
Consumo de energia elétrica a partir do papel 
reciclado 
1,47 MWh por tonelada 
Economia de energia elétrica por tonelada 
produzida a partir de papel reciclado 
3,51 MWh por tonelada 
Em cada tonelada economizam-se matérias-
primas que deixam de ser utilizadas 
R$ 276, 54 por tonelada 
Economia de água para cada tonelada de 
papel reciclado 
29,202m³ 
Valor do metro cúbico de água 3,3135 
Redução da poluição da água 35% 
Redução da poluição do ar 74% 
Fonte: Conceição (2003) 
39 
 
 
 
Tabela 11- Resumo com os Ganhos com reciclagem do papel e papelão no município de 
Açailândia: 
Economia de energia elétrica obtida com 
reciclagem do papel/papelão 
R$ 742.431,80 
Economia de energia elétrica perdida com 
reciclagem do papel/papelão 
R$ 218.023,02 
Economia de matéria-prima obtida pela 
reciclagem de papel/papelão 
R$ 2.809.563,10 
Economia de matéria-prima perdida pela não 
reciclagem de papel/papelão 
R$ 824.919,67 
Valor da redução do consumo de água pela 
reciclagem de papel/papelão 
R$ 512.353,41 
Valor do consumo de água perdido pela não 
reciclagem de papel/papelão 
R$ 150, 366,32. 
 
Total geral obtido pela reciclagem de 
papel/papelão 
R$ 4.064.348,31 
Total geral perdido pela não reciclagem de 
papel/papelão. 
R$ 1.193.309,01 
Fonte: O autor 
A coleta seletiva no Brasil é organizada basicamente pelo setor privado, visando-
se a reciclagem industrial. Na base do sistema, estão os catadores de materiais recicláveis 
que realizam essa atividade, na maioria dos casos, informal, sem o devido apoio dos 
órgãos públicos responsáveis pela gestão dos resíduos sólidos e pelos principais 
beneficiários da cadeia da reciclagem que são os sucateiros e as indústrias 
(CONCEIÇÃO, 2003). 
 A reciclagem de papel e papelão em suma é tão importante em Açailândia, 
quanto a sua utilização e fabricação. Mesmo com novas políticas que favorecem e 
incentivam o reflorestamento e campanhas de conscientização da população no geral. 
 O uso do computador com ferramenta mais utilizada hoje nos meios de 
comunicação ajudou a diminuir o uso do papel e de seus derivados como papelão, isso 
até contribuiu em partes com o consumo, mas esse feito não ocorreu conforme o esperado 
e nas últimas décadas do século XX o uso do papel e de seus derivados foi de uso recorde. 
 A taxa de reciclagem do papelão em Açailândia-MA, representa forte 
contribuição da indústria do nordeste de papel ondulado ao meio ambiente, pois a maior 
parte da matéria-prima utilizada tem origem em processos de reciclagem de embalagens 
40 
 
 
 
e acessórios de papelão descartados e recolhidos por empresas especializados no seu 
aproveitamento. O papelão ondulado é de fácil coleta em grandes volumes comerciais. 
 A maior parte do papelão destinado à reciclagem é gerada por atividades 
comerciais e industriais. Existem várias categorias de aparas nome genérico dado aos 
resíduos de papelão, industriais. Cada um tem seu valor, e separá-los eficientemente é o 
segredo do sucesso do negócio. 
Além de versáteis as embalagens de papelão contribuem para minimizar o 
impacto ambiental, pois para se usarmos 1m³ de madeira numa caixa, podemos fazer 
cinco caixas de papelão com as mesmas características físicas de resistência ao 
empilhamento. 
 O investimento em coleta seletiva proporciona uma série de vantagens 
relacionadas aos chamados custos ambientais. São inúmeras as vantagens da coleta 
seletiva: 
- Redução de custos com a disposição final do lixo (aterros sanitários ou 
incineradores; 
- Aumento da vida útil em aterros sanitários; 
- Diminuição de gastos com remediação de áreas degradadas pelo mau 
acondicionamento do lixo (por exemplo: lixões clandestinos); 
 - Educação e conscientização ambientalda população; 
- Diminuição de gastos gerais com limpeza pública, considerando-se que o 
comportamento de comunidades educadas e conscientizadas ambientalmente traduz-se 
em necessidade menor de intervenção do estado; 
- Melhoria das condições ambientais e de saúde pública do município; 
- Geração de empregos diretos e indiretos com a instalação de novas indústrias 
recicladoras na região e ampliação de indústrias recicladoras já estabelecidas; 
- Resgate social de indivíduos através da criação associações e cooperativas de 
catadores. 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
5 CONCLUSÃO 
O papel e o papelão são um dos produtos mais utilizados nas embalagens pelas 
indústrias, logo, destaca-se a relevância do estudo de cadeia comum e reversa, desde 
aquisição da matéria-prima até o consumo, e como cada segmento influi para trazer 
benefícios e reduzir custos principalmente ambientais e sociais para a cidade de 
Açailândia-MA, aonde foi identificado a participação das redes de supermercados na 
doação desses rejeitos junto a recicladora de forma contínua exercendo papel importante 
nesse processo. 
O tratamento desses resíduos acontece na cidade em questão, mas de maneira 
lenta e com tecnologias ultrapassadas, tal fato se explica devido, falta de incentivos do 
poder público diretamente com sociedade no que tange estímulos junto as empresas nesse 
setor, ampliação da educação ambiental e coleta seletiva em todos âmbitos. 
Com o estudo foi possível compreender que o município poderia arrecadar 
aproximadamente R$ 4.064.348,31 e tem como perda garantida em sua receita cerca 
de R$ 1.193.309,01, pelo fato dos incentivos públicos e privados no questão da coleta 
seletiva, reciclagem e reaproveitamento serem praticamente baixos nos dias atuais, aonde 
a sociedade já entende que tais práticas serão essenciais para manutenção das gerações 
futuras, no cunho social garante ganhos com geração de empregos diretos e oportunidade 
de incentivar a mobilização comunitária para o exercício da cidadania em busca de 
solução para os seus próprios problemas. 
Dessa forma, o presente trabalho relatou o status dos níveis de tratamento desses 
resíduos de papel de papelão na cidade de Açailândia-MA, bem como informar em 
específico os produtos que são gerados pelas redes de varejos de alimentos que através 
da reciclagem que visem à questão sustentável nos negócios, pois, do ponto de vista 
ambiental, a produção de papel e papelão reciclado traz redução dos custos ecológicos, 
como quantidade de árvores, redução considerável de gastos com a água, menos emissão 
de gases, redução dos lixões. Para a indústria, além da redução do custo da matéria-prima, 
acrescenta-se a imagem de sustentabilidade percebida pelo mercado, apesar da resistência 
cultural e consumismo. 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ARAÚJO, M. C. P. A Educação Ambiental e a formação da consciência dos sujeitos. In: 
ZAKRZEVSKI, S. B & BARCELOS, V. (org.). Educação ambiental e compromisso 
social: pensamentos e ações. Erechim: Edifapes, 2004, p. 183-192. 
 
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR – 11174. Armazenamento de 
resíduos classe II- não inertes e III inertes. Classificação. Rio de Janeiro 1990. 7 pag.

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