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DIREITO INTERNACIONAL – PONTO 06

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DIREITO INTERNACIONAL – PONTO 06
Personalidade internacional. População. Nacionalidade. Princípios. Normas. Tratados multilaterais. Estatuto da igualdade.
Elaborado por Ingrid Aragão Freitas Porto em junho de 2010.
Atualizado por Paulo Máximo em agosto de 2012
INTRODUÇÃO:
	Gilmar Ferreira Mendes conceitua nacionalidade como vínculo político e pessoal que se estabelece entre o Estado e o indivíduo, fazendo com que este integre uma dada comunidade política, o que faz com que o Estado distinga o nacional do estrangeiro para diversos fins.
	Francisco Rezek destaca que a própria definição do Estado é indissociável da ideia de nacionalidade, posto que não se pode compreender a existência de um Estado, cuja dimensão humana fosse composta por estrangeiros e cujo governo soberano se encontrasse em mãos de súditos de outros países.
	Gilmar Ferreira Mendes afirma ainda que o conceito de nacionalidade associa-se ao ser humano. Somente por extensão pode-se cogitar de nacionalidade de pessoas jurídicas, empresas ou coisas.
	A Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948 e a Convenção Americana de São José da Costa Rica estabelecem que a pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em que tiver nascido, na falta de outra. Busca-se, portanto, banir a situação dos apátridas.
	NATUREZA JURÍDICA. É ponto de divergência doutrinária a natureza jurídica da nacionalidade, dentre elas pode-se destacar:
a contratual, 
a de vínculo jurídico e
a de vínculo político.
	A corrente contratualista sustenta ser a nacionalidade um contrato entre o indivíduo e o Estado. Deste contrato bilateral resultariam direitos e deveres para os contratantes. Esta teoria é insuficiente para explicar o fenômeno da nacionalidade, uma vez que o recém-nascido também a possui. Ora, não podemos admitir que ele conclua um contrato e este pressupõe manifestação de vontade, que o recém nascido não possui.
Entretanto, pode-se considerá-la como sendo ao mesmo tempo um vínculo jurídico e político que une o indivíduo ao Estado, uma vez que dá ao indivíduo direitos e deveres de um modo geral e, em especial, direitos políticos.
	A nacionalidade possui alguns princípios gerais, a saber:
Todo indivíduo deve ter uma nacionalidade e não mais que uma. Constitui-se este num ideal da sociedade internacional;
A nacionalidade é individual. Tem-se abandonado as “nacionalizações” e desnacionalizações coletivas. Ela atinge apenas ao indivíduo e não se estende aos seus dependentes ou parentes;
A nacionalidade não é permanente, podendo o indivíduo mudar de nacionalidade;
É assunto da competência do Estado, sujeito, em certos casos, ao controle e às normas internacionais.
	Alguns conceitos estão relacionados com o estudo do direito de nacionalidade: povo, população, nação e cidadão:
Povo: é o conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado sendo eu elemento humano. O povo está unido ao Estado pelo vínculo jurídico (jurídico-político para Pedro Lenza) da nacionalidade;
População: é o conjunto de habitantes de um território, de um país, de uma região, de uma cidade, sejam eles nacionais ou estrangeiros. Trata-se, pois de um conceito mais extenso que o de povo, pois engloba qualquer habitante de um mesmo território;
Nação: é o agrupamento humano, em geral numeroso, cujos membros, fixados num determinado território, são ligados por laços históricos, culturais, econômicos e linguísticos. A complexidade do fenômeno nação resulta da multiplicidade de fatores que entram na sua composição, uns de natureza objetiva, outros de natureza subjetiva. A raça, a religião, a língua, os hábitos e costumes, são os fatores objetivos que permitem distinguir as nações entre si. A consciência coletiva, o sentimento da comunidade de origem, é o fator subjetivo da distinção.
Cidadania: tem por pressuposto a nacionalidade, caracterizando-se como a titularidade de direitos políticos de votar e ser votado. O cidadão é, portanto, o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo dos direitos políticos (Alexandre de Moraes acrescenta que o cidadão também é participante da vida do Estado).
NACIONAL:(ou da nacionalidade), que pode ser nato ou naturalizado. CIDADÃO( ou da cidadania) e a do ESTRANGEIRO.
POLIPÁTRIDA: É o que tem mais de uma nacionalidade, o que acontece quando sua situação de nascimento se vincula aos dois critérios de determinação de nacionalidade primária.
APÁTRIDA (ou HEIMATLOS, expressão alemã que significa sem pátria ou apátrida): É também um efeito possível da diversidade de critérios adotados pelos Estados na atribuição da nacionalidade. Torna-se, assim, sem nacionalidade.
 
	A NACIONALIDADE é um direito fundamental do homem, sendo inadmissível uma situação, independente da vontade do indivíduo, que o prive desse direito. A DUDH bem o reconhece, quando estatui que “toda pessoa tem direito a uma nacionalidade e ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”( Art. 15 ).
	Nacionalidade adquirida. É aquela que o indivíduo passa a possuir posteriormente ao seu nascimento ou ainda quando para conservar a nacionalidade ele precisa manifestar a sua vontade.
	Modos de aquisição da naturalidade adquirida:
Aquisição por benefício da lei. É mais correto falar em aquisição de nacionalidade por vontade da lei e por permissão da lei. A aquisição pela vontade da lei é aquela em que os indivíduos a que a lei se dirige passam a ter a nacionalidade que lhes é dada independentemente de qualquer manifestação de vontade de sua parte.
	A aquisição da nacionalidade por opção individual pode ocorrer quando a lei permite que a vontade individual intervenha para a desistência de uma nacionalidade, que tenha sido imposta sob ressalva de manifestação contrária do interessado ou para a aquisição de uma nacionalidade, cuja obtenção dependa apenas de uma manifestação expressa da vontade.
Casamento. Em algumas legislações a mulher adquire pelo casamento a nacionalidade do marido. Alegava-se em seu favor a unidade da família. Sobre este modo de aquisição de nacionalidade, as legislações podem ser classificadas em grupos, tais como: 
a mulher passava a ter automaticamente a nacionalidade do marido;
o marido ou mulher pode adquirir a nacionalidade pelo casamento desde que assim declarem.
	A Convenção sobre a nacionalidade da mulher casada (1957) concluída sob os auspícios da ONU estabelece os seguintes princípios: 
o casamento ou a sua dissolução não deve afetar automaticamente a nacionalidade da mulher; 
a mulher estrangeira casada com nacional pode adquirir a nacionalidade do marido se a solicitar através de um processo especial de naturalização; 
a renúncia ou aquisição de nacionalidade pelo marido não altera a da mulher.
Mutações territoriais. Nos casos de cessão ou anexação de território a um Estado estrangeiro, os indivíduos podem mudar de nacionalidade.
Jus laboris. O indivíduo pode adquirir a nacionalidade por exercer função pública; ou exercer quaisquer funções, mesmo de natureza particular, no Estado.
	ESPÉCIES DE NACIONALIDADE:
	A doutrina distingue em as espécies de nacionalidade em:
Primária (originária, de origem, involuntária, de 1º grau, nata): imposta de maneira unilateral, independente da vontade do indivíduo, pelo Estado, no momento do nascimento. Cada Estado adota o critério que melhor lhe convir para a outorga da nacionalidade. 
Secundária (adquirida, voluntária, por aquisição, de 2º grau, por naturalização): é aquela que se adquire por vontade própria, após o nascimento, normalmente pela naturalização, que poderá ser requerida tanto por estrangeiros quanto pelos heimatlos (apátridas), ou seja, aqueles indivíduos que não têm pátria alguma. Pode ser divida nas seguintes hipóteses: 
ordinária: não cria direito público subjetivo; por mais que o naturalizando preencha os requisitos, o atoé discricionário e não vinculado, a concessão da nacionalidade é ato de soberania do Estado, dependendo de oportunidade e conveniência políticas. Esta nacionalidade pode ser subdividida em:
todos os estrangeiros menos os originários de países de língua portuguesa;
todos os originários de países de língua portuguesa, menos os portugueses;
portugueses;
legais (Lei 6.815/80 – Estatuto do Estrangeiro).
extraordinária: cria direito público subjetivo para o naturalizando. Se ele preencher os requisitos, terá direito à naturalização. Quando a pessoa preenche os requisitos um direito adquirido a nacionalidade, bastando ela pedir. Essa nacionalidade chama-se “nacionalidade potestativa” – depende exclusivamente da vontade da pessoa.
	Alexandre de Moraes destaca que a Constituição brasileira manteve o modelo de enunciar separadamente quais os casos de aquisição de nacionalidade originária e quais as hipóteses de aquisição secundária, tal qual na carta de 1967, o que rompe com a tradição constitucional anterior que enumerava todas as formas de aquisição da nacionalidade em uma só sequência.
	BRASILEIROS NATOS:
	Os critérios de atribuição de nacionalidade originária são, basicamente dois, o jus (ius) soli(s) e o jus (ius) sanguinis.
Jus sanguinis: o que interessa para a aquisição da nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência, pouco importando o local donde o indivíduo nasceu;
Jus solis: também chamado de critério da territorialidade, o que importa para a definição e aquisição da nacionalidade é o local de nascimento, e não a descendência.
	Para Pedro Lenza, a Constituição da República adotou o critério do jus solis. Contudo a regra é atenuada em diversas situações, ou temperada por outros critérios. Como observa Alexandre de Moraes, a Constituição Federal de 1988 não adotou de forma pura o critério do jus sanguinis, exigindo-se sempre algum outro requisito, que deve fazer-se presente contemporaneamente a outra condição jurídica do ascendente e o momento do nascimento, ou seja, aquele deverá ser brasileiro nato ou naturalizado à época do nascimento deste. 
	
	A Constituição da República prevê exaustiva e taxativamente as hipóteses de aquisição da nacionalidade originária, ou seja, somente serão brasileiros natos aqueles que preencherem os requisitos constitucionais das hipóteses do art. 12, I, de seguinte redação:
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
	Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país: O art. 12, I, a, da CF, o constituinte adotou critério tradicional no ordenamento constitucional brasileiro, qual seja o ius solis. Logo, basta ter nascido no território brasileiro, para ser considerado brasileiro nato, independentemente da nacionalidade dos pais ou ascendentes, configurando a adoção do critério do jus solis.
	A única exceção diz respeito aos filhos de estrangeiros, que estejam a serviço de seu país. Contudo, para Alexandre de Morais, a Constituição não adotou pura e simples o critério do ius sanguinis para exclusão da nacionalidade brasileira, mas da conjugação de dois requisitos:
Ambos os pais serem estrangeiros;
Um dos pais, no mínimo, deve estar no território brasileiro, a serviço de seu país de origem. Não bastará outra espécie de serviço particular ou para terceiro país, pois a exceção ao critério do ius soli refere-se a uma tendência natural do direito internacional, que não prevê a hipótese de pais estrangeiros a serviço de um terceiro país, que não o seu próprio.
	Como bem observa Pedro Lenza, quando supridos os requisitos citados, poderá afirmar-se que o indivíduo não é brasileiro nato. Contudo, se será nacional de seu país, não é possível saber a priori, devendo ser analisado caso a caso. 
	Gilmar Ferreira Mendes destaca também que o texto constitucional não cuidou das questões atinentes à nacionalidade nos espaços hídricos, aéreos ou terrestres não submetidos à soberania de um Estado. Assim, adota-se a posição de Pontes de Miranda que considera brasileiros natos os nascidos a bordo de navios ou aeronave de bandeira brasileira quando estiverem em espaço neutro.
	Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil: O art. 12, I, b, traz a eleição pelo critério do ius sanguinis de forma temperada com o critério funcional (denominação dada por Alexandre de Moraes) da necessidade de um dos genitores serem brasileiros natos ou naturalizados e estarem a serviço do Brasil.
	A expressão “a serviço da República Federativa do Brasil” deve ser entendida de forma a abarcar não apenas os serviços diplomático e consular, mas também qualquer função associada às atividades da União, dos Estados ou dos Municípios ou de suas autarquias. Francisco Rezek destaca que para os fins da norma constitucional, o serviço prestado a organização internacional de que a República faça parte, independentemente de o agente ter sido designado ou não pelos órgãos governamentais brasileiros é abarcado na expressão “a serviço da República Federativa do Brasil”.
	Nacionalidade potestativa: os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira (EC nº 54/07): A respeito desta hipótese de aquisição de nacionalidade originária Alexandre de Moraes faz importante análise sobre a evolução e modificações ao logo do tempo no direito constitucional brasileiro.
	Na vigência da constituição passada havia a previsão para a aquisição da nacionalidade aos nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, embora não a serviço do país, devendo, contudo serem supridos os seguintes requisitos:
Nascidos de pai brasileiro o mãe brasileira;
Que nenhum dos pais estivesse a serviço do Brasil;
Inocorrência do registro na repartição competente;
Fixação de residência antes da maioridade;
Realização a opção até quatro anos após a aquisição da maioridade.
	A Constituição de 1988, em sua redação original alterou um dos requisitos, deixando de fixar prazo para a realização da opção.
	Com a emenda Constitucional de Revisão nº 3, houve nova alteração, deixando de exigir-se prazo para a fixação de residência no Brasil.
	Finalmente, com a Emenda Constitucional nº 54/07, o texto constitucional passou a fixar o termo inicial para a realização da opção. Assim, atualmente os requisitos são:
Nascidos de pai brasileiro o mãe brasileira;
Que nenhum dos pais estivesse a serviço do Brasil;
Inocorrência do registro na repartição competente;
Fixação de residência a qualquer tempo;
Realização a opção, após a maioridade, a qualquer tempo.
	Opção: Alexandre de Moraes define opção como a declaração unilateral de vontade de conservar a nacionalidade brasileira primária na hipótese de nacionalidade potestativa.
	A aquisição, apesar de provisória, dá-se com a fixação de residência, sendo a opção uma condição confirmativa e não formativa de nacionalidade, que deverá ocorrer a partir da maioridade.
	No momento em que o filho de pai brasileiro e/ou mãe brasileira, que não estivessem a serviço do Brasil, nascido no estrangeiro, fixasse residência no Brasil,adquiriria a nacionalidade provisória, que seria confirmada com a opção feita perante a Justiça Federal, a partir da maioridade.
	Por isto, destaca Gilmar Ferreira Mendes que no modelo constitucional anterior, ao exigir que o filho de pai ou mãe brasileiros viesse a residir no Brasil antes de completar a maioridade e fizesse a opção pela nacionalidade brasileira até quatro anos após completá-la estava-se diante de um indivíduo considerado brasileiro nato sob condição resolutiva.
	Nos termos da Constituição atual, em virtude da inexistência de prazo para a realização da opção, que poderá ser a qualquer tempo. Alexandre de Moraes defende que, apesar de o momento da fixação da residência no país constituir o fator gerador da nacionalidade, seus efeitos ficam suspensos até que, sobrevenha a condição confirmativa da opção, que terá efeitos retroativos. 
	Como a realização da opção exige plena capacidade de manifestação de vontade, se a fixação de residência em território nacional ocorrer antes do nascido no estrangeiro adquirir a maioridade, passará a ser considerado brasileiro nato, porém sujeita essa nacionalidade a manifestação da vontade do interessado, mediante a opção, depois de atingida a maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a opção, esta passa a constituir-se em condição suspensiva da nacionalidade brasileira.
	Por isto observa Alexandre de Moraes que o filho de pai brasileiro e/ou mãe brasileira, que não estivessem a serviço do Brasil, nascido no estrangeiro, adquire a nacionalidade originária no momento da fixação de sua residência no Brasil, devendo confirmar sua vontade de conservar a nacionalidade a partir da aquisição da maioridade civil, de maneira personalíssima. 
	IMPORTANTE: Durante o período de fixação da residência até atingir a maioridade civil todos os direitos inerentes à nacionalidade poderão ser exercidos, pois a aludida condição suspensiva só vigorará a partir da maioridade.
	Também por este motivo que Gilmar Ferreira Mendes afirma que pendente a nacionalidade brasileira do extraditando da homologação judicial ex tunc da opção, já manifestada, suspende-se o processo de extradição.
	
	Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente: A Emenda Constitucional de Revisão nº 3/94, suprimiu, erroneamente, a hipótese prevista pelo texto original da Constituição, de aquisição de nacionalidade originária, consistente da conjugação da adoção do critério ius sanguinis com requisito específico do registro. Diz-se erroneamente, pois em momento algum durante a revisão constitucional, o legislador constituinte revisor pretendeu retirar do texto constitucional tal hipótese de aquisição de nacionalidade.
	Contudo, com essa alteração, não havia mais a possibilidade de filho de brasileiros, nascido no estrangeiro, viesse a ser registrado em repartição brasileira competente, para fins de aquisição de nacionalidade. Portanto, para que pudesse adquirir a nacionalidade brasileira, deveria fixar residência no país e realizar a devida opção (nacionalidade potestativa).
	A Emenda Constitucional nº 54/07 trouxe novamente a mesma redação do texto original do art. 12, I, c, da CF, possibilitando a aquisição da nacionalidade originária aos nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente.
	Assim, voltou a ser adotado o critério do ius sanguinis somado a um requisito específico: a necessidade de registro em repartição brasileira competente (Embaixada ou Consulado), independentemente de qualquer outro procedimento subsequente, além do registro, para confirmar a nacionalidade. 
	O assento de nacionalidade lavrado no exterior por agente consular possui a mesma eficácia jurídica daqueles formalizados no Brasil por oficiais do registro civil das pessoas naturais, não havendo necessidade de qualquer opção, nesta hipótese.
	Para Gilmar Ferreira Mendes, a EC nº 54/07 ao restabelecer, de forma expressa, a possibilidade de registro, em Repartição Consular competente, do filho de brasileiro nascido no exterior, restituiu um modelo procedimental indispensável para dar consistência ao sistema jus sanguinis consagrado na teoria do Direito Constitucional brasileiro.
	Com a alteração constitucional trazida pela EC nº 54/07, houve a repristinação dos dispositivos da Lei de Registro Públicos, outrora não recepcionadas pela ECR nº 3/94.
	A EC nº 54/07, ainda em relação à matéria, trouxe norma temporária para regulamentar as situações ocorridas entre 7 de junho de 1994 e 20 de setembro de 2007, acrescentando o art. 95 ao ADCT, de maneira que os nascidos no estrangeiro nesse período, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil.
	Alexandre de Moraes afirma que, em relação àqueles nascidos nesse período e que vierem a residir no Brasil, há hipótese excepcional e temporária diferente da nacionalidade potestativa, pois não se exige a opção.
	Dessa forma, essa hipótese exige os seguintes requisitos:
Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira (ius sanguinis);
Pai brasileiro ou mãe brasileira que não estivessem a serviço do Brasil;
Período de nascimento compreendido entre 7 de junho de 1994 e 20 de setembro de 2007;
Fixação de residência a qualquer tempo;
Registro em ofício de registro, não havendo a necessidade de opção.
	Procedimento da opção pela nacionalidade brasileira: segundo o Des. Francisco Wildo, está previsto no artigo 4º da Lei n. 818/1949, cujos dispositivos devem ser adaptados à disciplina constitucional atual e complementados com dispositivos da Lei 1.015/73 (Lei de Registros Públicos), com os seguintes destaques:
autuada a petição inicial, instruída com a documentação necessária, o órgão do Ministério Público Federal será ouvido no prazo de cinco dias;
provados os requisitos constitucionais, o juiz homologará a opção por sentença;
transitada em julgado a sentença homologatória, convém entregar os autos ao requerente para facilitar a inscrição da opção no registro civil de pessoas naturais.
	A decisão do juiz que determina a realização do registro não mais está sujeita ao duplo grau de jurisdição e tem efeito ex tunc.
	Se houver equívocos a respeito dos assentamentos do optante, será competente o Juiz Federal que deferiu a opção pela nacionalidade, e não o Juiz de Direito da Vara de Registros Públicos.
	Este procedimento há de ser seguido toda vez que não se apresentar nenhuma resistência ao desejo de ver reconhecida a nacionalidade brasileira originária. Não inclui outras hipóteses previstas nos artigos 31 a 66 da Lei de Registros Públicos em que se disciplina o registro de brasileiros nascidos em país estrangeiro ou ocorridos a bordo de navio ou aeronave. Por isso, o procedimento é de jurisdição voluntária, onde não existe lide. Se, porém, deixar de haver esse acordo entre as partes ou interessados, exercita-se a pretensão através de processo contencioso.
	Nesse caso, propor-se-á perante o Juiz federal competente, uma ação declaratória de nacionalidade ou um mandado de segurança, para que se respeite o direito de opção. Se houver desrespeito à opção já realizada, também caberá ação declaratória da existência da relação jurídica de nacionalidade originária brasileira, ou, de igual modo, mandado de segurança contra o ato administrativo que não a houver reconhecido. Além disso, todas as questões ligadas à nacionalidade, que impliquem perda ou requisição, serão propostas peante a Justiça Federal (cf. Des. Francisco Wildo)
PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA DE OPÇÃO DE NACIONALIDADE – 
I – Ajuizamento por paraguaio, nascido na china, que veio a residir no Brasil em 1998, tendo sido adotado por brasileira aos 17.02.2000,que almeja obter a nacionalidade brasileira com esteio no art. 12, I, c, da CF. 
II – A nacionalidade originária adquire-se pelo fato nascimento. 
III – A legislação só faz declarar serem brasileiros natos os que preenchem as hipóteses do art. 12, I, da CF. Constitutivo da nacionalidade é o nascimento. 
IV – Ao contrário, quando da formulação de regras para a concessão da nacionalidade adquirida, incide a ordem jurídica para conferir novo status ao indivíduo, caso preenchidos certos requisitos que o tornem presumidamente afim da nação da qual deseja ser parte.
 V – Não contando o recorrente com o fato nascimento para que se presuma juris et de jure sua vinculação com este país, resta a ele, para se tornar nacional, aguardar ser contemplado pela hipótese do inciso II, b, do art. 12, da CF. 
VI – A equiparação em direitos e qualificações operada pelo art. 227, § 6º, da CF, entre os filhos, havidos ou não da relação do casamento, e por adoção, serve a fins unicamente civis, conforme esclarece o art. 336, do Código Civil, não se prestando a defraudar as rigorosas e taxativas regras respeitantes à outorga de nacionalidade postas pela constituição federal. (TRF 3ª R. – AC 759974 – (2000.61.00.015230–5) – 3ª T. – Rel. Des. Fed. Baptista)
	BRASILEIROS NATURALIZADOS:
	Naturalização é a concessão pelo Estado de sua nacionalidade a um estrangeiro, quando este a requer. Assunto de legislação interna do Estado, existindo, pois, no DI poucos princípios sobre ela.
	Conflitos sobre determinação da nacionalidade:
Positivo: o conflito das leis de nacionalidade quando o indivíduo tiver mais de uma nacionalidade. Polipátrida é aquele que pode optar por dupla ou tríplice nacionalidade, em virtude do local do nascimento, descendência etc. De um modo geral se deverá considerar o polipátrida como nacional do Estado onde ele tem o seu domicílio, e se ele não tiver domicílio ou residência em nenhum dos Estados de que ele é nacional, ele deverá ser considerado nacional do Estado que figura em seus documentos.
Negativo, quando do conflito decorrer a apatridia. Apátrida é um dos aspectos do DI que se procura eliminar, uma vez que viola um dos direitos do homem, que é o de todo indivíduo ter uma nacionalidade. O apátrida é o indivíduo que não tem nacionalidade.
	Serão apátridas: os que nunca tiveram nacionalidade; os que já tiveram nacionalidade, mas a perderam. 
	O brasileiro naturalizado é aquele que adquire a nacionalidade brasileira de forma secundária, ou seja, não pela ocorrência de um fato natural, mas por um ato voluntário.
	Segundo Alexandre de Moraes, a naturalização é o único meio derivado de aquisição de nacionalidade, permitindo-se ao estrangeiro, que detém outra nacionalidade, ou ao apátrida (também denominado heimatlos) que não possui nenhuma, assumir a nacionalidade do país em que se encontra, mediante a satisfação de requisitos constitucionais legais.
	O autor observa que não existe direito público subjetivo à obtenção da naturalização, que se configura ato de soberania estatal, sendo, pois, ato discricionário do Chefe do Poder Executivo.
	A naturalização será requerida pelo interessado por meio de petição dirigida ao Ministro da Justiça, apresentada no órgão competente do Ministério da Justiça nos Estados, no caso o Departamento de Polícia Federal, que procederá a sindicância sobre a vida pregressa do naturalizado e opinará quanto à conveniência da naturalização. Os requisitos da petição, bem como os requisitos da naturalização estão previstos nos arts. 111 e seguintes da Lei 6.815/80.
	Ao final, o Ministro da Justiça é competente para emitir a portaria que concede a nacionalidade brasileira ao estrangeiro. Do despacho que denega o pedido, cabe pedido de reconsideração. A portaria de naturalização gerará a emissão, pelo Ministério da Justiça, de certificado de naturalização, o qual será solenemente entregue pelo Juiz Federal da cidade onde tenha domicílio o interessado. Havendo várias Varas da Justiça Federal, será competente para a entrega do certificado o Juiz da 1ª Vara. Não havendo nenhum Juiz Federal, o certificado será entregue pelo juiz da comarca e, na sua falta, pelo da comarca mais próxima. A naturalização perderá efeito, porém, se o certificado não for solicitado pelo interessado no prazo de doze meses, contados da data da publicação do ato, salvo por motivo de força maior, devidamente comprovado.
	Competência da Justiça Federal:
	Dispõe o art. 109, X da CF o seguinte:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
	Salvo no caso do art. 12, II, b da Constituição, a naturalização só produz efeitos após a entrega do certificado. A naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza que estes entrem ou permaneçam no Brasil sem que satisfaçam às exigências do Estatuto do Estrangeiro. Ademais, a naturalização não extingue a responsabilidade civil ou penal a que o naturalizado estava anteriormente sujeito em qualquer outro Estado.
	Espécies de naturalização:
	Naturalização tácita: A Constituição brasileira de 1891 previa em seu art. 69, §4º que os estrangeiros que se encontravam no Brasil na data da proclamação da república teriam seis meses para declarar que não desejavam a nacionalidade brasileira.
	Segundo Alexandre de Moraes, por tradição constitucional foi sendo mantida nas sucessivas constituições tal redação, sem, porém, qualquer relevância jurídica, o que fez o legislador constituinte de 1988 suprimir sua menção.
	Observa o autor que o citado dispositivo da naturalização tácita quando aplicado aos pais, igualmente, acarretava a naturalização dos filhos menores em sua companhia.
	Naturalização expressa: É aquela que depende de requerimento do interessado, demonstrando sua manifestação de vontade em adquirir a nacionalidade brasileira. É dividida em ordinária e extraordinária.
Naturalização ordinária: Segundo Alexandre de Moraes, o processo de naturalização deve respeitar requisitos legais, bem como apresentar características administrativas, uma vez que todo o procedimento até a decisão final ocorre perante o Ministério da Justiça, porém com uma formalidade de caráter jurisdicional visto que a entrega do certificado de naturalização ao estrangeiro, momento de efetiva aquisição da nacionalidade brasileira, é feito pelo Juiz Federal.
	A doutrina subdivide a aquisição da nacionalidade ordinária em três hipóteses:
Estrangeiros, excluídos os ordinários de língua portuguesa e os apátridas: Deverão observar os requisitos descritos no art. 112 da Lei nº 6.815/80:
Capacidade civil, segundo a lei brasileira;
Ser registrado como permanente no Brasil, ou seja ter visto permanente;
Residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
Ler e escrever a língua portuguesa;
Exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família;
Bom procedimento;
Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e
Boa saúde.
	IMPORTANTE: a satisfação dos requisitos não assegura a nacionalização do estrangeiro, uma vez que a concessão da nacionalidade é ato discricionário do Poder Executivo.
Estrangeiros originários de países de língua portuguesa, exceto portugueses residentes no Brasil: A Constituição prevê apenas dois requisitos para que os originários de países de língua portuguesa adquiram a nacionalidade brasileira:
Residência por um ano ininterrupto; e
Idoneidade moral.
	Contudo,o fato de os requisitos serem previstos constitucionalmente não afasta a natureza discricionária do Poder Executivo em conceder ou não a nacionalidade nestes casos. 
	Ademais, Alexandre de Morais entende ser necessário o requisito implícito da capacidade civil, pois a aquisição da nacionalidade secundária decorre de um ato de vontade.
Os portugueses residentes no Brasil: A Constituição, além de garantir aos portugueses, na forma da lei, a aquisição da nacionalidade brasileira, exigindo apenas os requisitos de residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral, prevê a possibilidade dos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serem atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro naturalizado. Assim há duas hipóteses previstas para os portugueses:
Aquisição da nacionalidade derivada: cujo procedimento e requisitos seguirão o disposto para os originários de língua portuguesa; e
Aquisição da equiparação com brasileiro naturalizado: sem, contudo, perder a nacionalidade portuguesa, também denominada de quase nacionalidade.
	
	Sobre a segunda hipótese importante destacar que havendo reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos aos portugueses com residência permanente no Brasil “os mesmos direitos inerentes aos brasileiros naturalizados”, salvo quando houver expressa vedação constitucional.
	A convenção sobre igualdade de direitos e deveres entre brasileiros e portugueses, firmada em 7/9/1971, foi substituída por novo tratado bilateral que entrou em vigor em 2001 (Decreto nº 3.927/91). Trata-se, pois da chamada cláusula de reciprocidade (também denominada cláusula do ut des).
	No caso de igualdade de direitos e de obrigações civis, deverá fazer-se o requerimento, dirigido ao Ministro da Justiça, com prova de sua nacionalidade, capacidade civil e admissão no Brasil em caráter permanente. No caso de pretender-se a obtenção dos direitos deverá fazer-se prova do seu gozo em Portugal e da residência no Brasil há pelo menos três anos.
	Importante observar que não se trata de uma dupla cidadania ou uma cidadania comum luso-brasileira. Simplesmente, uns e outros recebem, à margem ou para além da condição comum de estrangeiro, direitos que a priori poderiam se apenas conferidos aos cidadãos do país.
	Ressalta Gilmar Ferreira Mendes que reconhecida a igualdade, poderá o beneficiário votar e ser votado, bem como ser admitido no serviço público. O titular do estatuto pleno passa a ter deveres como o concernente à obrigatoriedade do voto. Nos termos do tratado, os direitos políticos não podem ser usufruídos no Estado de origem e no Estado de residência. Assim, assegurado esse direito no Estado de residência, ficará ele suspenso no Estado de origem. No que tange aos cargos públicos, o beneficiário português do estatuto pleno poderá ter acesso a todas as funções, excetuadas aquelas conferidas apenas aos brasileiros natos.
	O autor destaca ainda, que não se pode afirma que a situação do português admitido no Estatuto de Igualdade seja idêntica à do brasileiro naturalizado. Observa Francisco Rezek que ao contrário do naturalizado, o português beneficiário do estatuto de Igualdade plena não pode aqui prestar serviço militar, estando submetido à expulso e à extradição, esta quando requerida pelo governo português. No caso de necessidade de proteção diplomática no exterior, ela deverá ser prestada por Portugal.
	O benefício da igualdade só será extinto no caso de expulsão ou de perda da nacionalidade portuguesa. Caso se verifique a perda de direitos políticos em Portugal haverá igualmente a perda desses direitos no Brasil, fazendo com que o titular do estatuto pleno passe a deter apenas a igualdade civil.
	Naturalização extraordinária ou quinzenária: Para Alexandre de Moraes, a previsão de uma hipótese de naturalização extraordinária foi uma inovação na ordem constitucional brasileira trazida pelo constituinte de 1988.
	Em sua redação original previa a CF/88 que seriam considerados brasileiros naturalizados os estrangeiros residentes no país há mais de 30 anos, sem condenação penal, desde que fizessem o requerimento. Assim, exigiam estes três requisitos, não podendo a lei infraconstitucional ampliá-los:
Residência fixa no país há mais de trinta anos;
Ausência de condenação penal;
Requerimento do interessado.
	A ECR nº 3/94, alterou o prazo de residência fixa exigida, diminuindo-o para 15 anos. Desta forma são atualmente exigidos os seguintes requisitos:
Residência fixa no país há mais de quinze anos;
Ausência de condenação penal;
Requerimento do interessado.
	Como se vê, a Constituição condicionou o requerimento do interessado, respeitando assim sua vontade.
	Alexandre de Moraes destaca a discussão doutrinária acerca da discricionariedade, por parte do Poder Executivo, em conceder a naturalização, ou se tal ato tem natureza vinculada.
	Para o autor, quando a Constituição prevê que para a aquisição, devem estar presentes os requisitos e “desde que requeiram” a nacionalidade, parece não haver dúvida sobre a existência do direito subjetivo daquele que cumprir as exigências constitucionais. No mesmo sentido Celso Bastos, José Afonso da Silva, João Grandino Rodas e Jacob Dolinger, afirmam a criação de uma nova figura de naturalização, independentemente do poder discricionário do Estado.
	Importante destacar também que, em relação ao prazo de 15 anos, a ausência temporária do estrangeiro do território brasileiro não significa que a residência não foi contínua, pois há de distinguir entre residência contínua e permanência contínua.
	Radicação precoce e curso superior: A Constituição anterior previa expressamente outras duas hipóteses de aquisição de nacionalidade secundária:
Radicação precoce: consideravam-se brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro que hajam sido admitidos no Brasil durante os primeiros cinco anos de vida, estabelecidos definitivamente no território nacional, que para preservar a nacionalidade brasileira deveriam manifestar-se por ela, inequivocamente, até dois anos após atingirem a maioridade.
Conclusão de curso superior: os nascidos no estrangeiro que, vindo a residir no país antes de atingida a maioridade, fizesse curso superior em estabelecimento nacional e tivessem requerido a nacionalidade até um ano depois da formatura.
	Pedro Lenza e Alexandre de Moraes destacam que muito embora o texto constitucional de 1988 não mais trate, expressamente das hipóteses citadas elas ainda subsistem, encontrando o seu fundamento na primeira parte do art. 12, II, a da CF, na expressão “os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira”. Assim, como a Lei 6.815/80 prevê em seus arts. 115 e 116, expressamente as hipóteses de naturalização por radicação precoce e conclusão de curso superior, devem elas ser aceitas. 
TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIRO NATO E NATURALIZADO:
	A Constituição da República, em virtude do princípio da igualdade, determina que a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, exceto as hipóteses previstas na Constituição: cargos, função, extradição e propriedade de empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
	Extradição: O art. 5º, LI o seguinte:
Art. 5º (...)
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
	Do dispositivo constitucional podem-se chegar às seguintes conclusões:
O brasileiro nato nunca será extraditado;
O brasileiro naturalizado somente poderá ser extraditado quando:
Praticou crime comum antes da naturalização; e
Restou comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, não importando o momento da prática do fato típico.
	Destaca Alexandrede Moraes que o português abarcado pelo Tratado de Cooperação, Amizade e Consulta Brasil/Portugal, por ter, em regra, todos os direitos dos brasileiros naturalizados, poderá ser extraditado apenas nas hipóteses previstas no art. 5º LI, porém, nos termos do acordo esta só poderá ocorrer para Portugal.
	OBS.: o procedimento de extradição é objeto do ponto 7.
 
	Expulsão: Expulsão é uma medida tomada pelo Estado que consiste em retirar compulsoriamente de seu território um estrangeiro que nele entrou ou permanece irregularmente ou, ainda, que praticou atentados à ordem jurídica do país em que se encontra.
	A expulsão não exige requerimento de país estrangeiro algum e tampouco o atentado a ordem jurídica tenha sido praticado no estrangeiro, amas no próprio território do país que pretender expulsar o estrangeiro.
	Não é possível a expulsão de brasileiro naturalizado, visto que o envio compulsório de brasileiro para o exterior constitui banimento, pena proibida constitucionalmente.
	 
	Deportação: consiste na devolução do estrangeiro ao exterior, ou seja, é a saída compulsória do estrangeiro. Funda-se no fato de o estrangeiro entrar ou permanecer irregularmente no território nacional, não decorrendo da prática de delito em qualquer território, mas do não cumprimento dos requisitos para entrar ou permanecer no território, desde que o estrangeiro não se retire voluntariamente no prazo determinado. Far-se-á a deportação para o país de origem ou de procedência no estrangeiro, ou para outro que consinta recebê-lo. Não sendo ela exequível, ou existindo indícios sérios de periculosidade ou indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á a sua expulsão. Não é possível a deportação de brasileiro naturalizado, pois tal pena consistiria na pena de banimento, o que é vedado constitucionalmente.
	Banimento: trata-se de pena que consiste no envio compulsório do brasileiro ao estrangeiro. O art. 5º, XLVII, d, da CF impede a aplicação de tal pena no direito brasileiro. Por este motivo é vedada a expulsão ou deportação de brasileiro naturalizado.
	Cargos: Pontes de Miranda já dizia que alguns cargos a Constituição considerou privativos de brasileiros natos. A ratio legis está em que seria perigoso que interesses estranhos ao Brasil fizessem alguém naturalizar-se brasileiro, para que, em verdade, os representasse.
	Assim, destaca Alexandre de Moraes que o legislador constituinte fixou dois critérios para definição dos cargos privativos aos brasileiros natos: a chamada linha sucessória e a segurança nacional.
	No que diz respeito à linha sucessória, o art. 79 da CF prevê que substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, na vaga o Vice-Presidente. Da mesma forma, no art. 80, determina que em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da presidência, o presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal (cuja presidência pode ser ocupada por qualquer dos Ministros).
	
No que tange à segurança nacional, vedou-se aos brasileiros naturalizados as funções exercidas pelos diplomatas e oficiais das Forças Armadas, que em virtude de suas posições estratégicas nos negócios do Estado, mereceram maior atenção por parte do legislador constituinte. Assim, o art. 12, § 3º, veda o exercício, por brasileiros naturalizados, os seguintes cargos:
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
	Destaca Alexandre de Moraes que, apesar de a Constituição ressalvar a carreira diplomática, não há impedimento em relação ao brasileiro naturalizado ocupar o cargo de Ministro das Relações Exteriores, uma vez que o art. 87 da Constituição não exige a condição de brasileiro nato aos ocupantes de cargos de Ministros de Estado, salvo ao titular do Ministério de Estado da Defesa.
	A enumeração do texto constitucional é taxativa, não permitindo qualquer ampliação por meio de legislação ordinária.
	Função: A Constituição Federal, diferenciando o brasileiro nato do naturalizado, reserva aos primeiros, seis assentos no Conselho da República.
	O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República e dele participam: o Vice-Presidente da República, o Presidente da Câmara dos Deputados; O Presidente do Senado Federal; os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados, os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; o Ministro da Justiça; seis cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
	Tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado têm acesso ao Conselho da República, porém esse sobre algumas restrições, pois, além das funções previstas para os detentores de cargos exclusivos do brasileiro nato, a Constituição, reserva seis lugares nesse conselho para cidadãos brasileiros natos.
	Como bem observa Alexandre de Moraes o brasileiro naturalizado só poderá fazer parte do Conselho da República, como líder da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal ou como Ministro da Justiça.
	Propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens: Pela redação original, antes da EC nº 36/02, a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão e de sons e imagens era, por regra geral, privativa de pessoas físicas (brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos), vedando-se a participação de pessoa jurídica no capital social da empresa. Excepcionalmente, permitia-se a participação de partidos políticos e de sociedades cujo capital pertencesse exclusiva e nominalmente a brasileiros, mas sem qualquer direito a voto e limitada a 30% do capital social.
	Com a redação dada pela EC nº 36/02, a CF dispõe que a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa:
de brasileiros natos ou;
de brasileiros naturalizados há mais de 10 anos; ou
de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
	PERDA DA NACIONALIDADE:
	As hipóteses de perda da nacionalidade estão taxativamente dispostas nos incisos I e II do §4º, art. 12 da CF, sendo absolutamente vedada ao legislador ordinário a ampliação de tais hipóteses. Preceitua o art. 12, § 4º o seguinte:
Art.12 (...)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
	A Constituição de 1988 suprimiu uma terceira hipótese prevista na Constituição anterior, pela qual perderia a nacionalidade o brasileiro que sem licença do Presidente da República, aceitasse comissão, emprego ou pensão de governo estrangeiro. Os que por ventura perderam a nacionalidade brasileira em decorrência deste fato têm o direito de readquiri-la com efeitos retroativos.
	Alexandre de Moraes destaca que, apesar de a Constituição não prever expressamente,também haverá a possibilidade de perda da nacionalidade, quando essa foi adquirida com fraude à lei, nos termos da legislação civil ordinária.
	
	CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO:
	Também denominada esta hipótese como perda-punição, o pressuposto para o cancelamento da naturalização previsto na CR/88 é a prática de atividade nociva ao interesse nacional. O instrumento previsto é por meio de sentença judicial transitada em julgado.
	O procedimento da denominada ação de cancelamento de naturalização é disposto nos arts. 24 a 34 da Lei nº 818/49. A ação é proposta pelo Ministério Público Federal, que imputará ao brasileiro naturalizado a prática de atividade nociva ao interesse nacional. Destaca Alexandre de Moraes que não há, porém, uma tipicidade específica na lei que prevejam quais são as hipóteses de atividade nociva ao interesse nacional, devendo haver uma interpretação por parte do MPF no momento da propositura da ação e do Poder Judiciário ao julgá-la.
	Os efeitos da sentença judicial que decreta a perda da nacionalidade são ex nunc, somente atingindo a relação jurídica indivíduo-Estado, após o trânsito em julgado.
	Uma vez perdida a nacionalidade somente é possível readquiri-la por meio de ação rescisória e nunca por novo procedimento de naturalização, pois, segundo Alexandre de Moraes, estar-se-ia burlando a previsão constitucional.
	Aquisição de outra nacionalidade: Também perderá a nacionalidade o brasileiro nato ou naturalizado que, voluntariamente, adquirir outra nacionalidade. Esta hipótese de perda de nacionalidade é também conhecida como perda mudança. 
	Ao contrário do cancelamento da naturalização em virtude de atividade nociva ao interesse nacional, a perda da nacionalidade em decorrência da aquisição de outra, dar-se-á, após procedimento administrativo, onde seja assegurada a ampla defesa, por decreto do Presidente da República. Os requisitos previstos na Constituição para que seja levada a termo são:
Voluntariedade da conduta;
Capacidade civil do interessado;
Aquisição da nacionalidade estrangeira.
	Gilmar Ferreira Mendes destaca que a perda da nacionalidade brasileira, em razão da obtenção de outra há de decorrer de uma conduta ativa e específica, não podendo decorrer de simples reconhecimento da nacionalidade pela lei estrangeira. Por tal razão a CF/88 após a redação dada pela ECR nº 3/94, estabeleceu duas hipóteses em que a aquisição de outra nacionalidade (dupla nacionalidade) não implicará a perda da brasileira:
Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
Imposição de naturalização pela norma estrangeira: o brasileiro residente em Estado estrangeiro e, como condição para sua permanência naquele país, ou para o exercício de direitos civis, tiver, por imposição da norma estrangeira, que se naturalizar, não perderá a nacionalidade brasileira.
 
	Para Alexandre de Moraes os efeitos do Decreto Presidencial que estabelece a perda da nacionalidade são ex nunc, atingindo somente a relação jurídica indivíduo-Estado, após sua edição.
	Gilmar Ferreira Mendes por sua vez, coaduna com o entendimento de Francisco Rezek e destaca que o ato do Presidente da República que declara a perda da nacionalidade é meramente declaratório, pois a perda se deu com a própria naturalização. Mesma posição é adotada por Paulo Henrique Gonçalves Portela ao afirmar que o decreto é ato meramente declaratório, porque a perda da nacionalidade brasileira decorreu de acontecimento anterior, no caso a aquisição de outra nacionalidade, e seu efeito é apenas o de dar publicidade ao fato.
	Alexandre de Morais ressalta que o brasileiro nato ou naturalizado, que perde esta condição, em virtude da aquisição de outra voluntariamente, poderá readquiri-la por meio dos procedimentos previstos de naturalização. Para o autor, mesmo na hipótese do brasileiro nato que se vê privado da nacionalidade originária, tornando-se, pois, estrangeiro, somente poderá haver a reaquisição sob forma derivada, mediante processo de naturalização, tornando-se brasileiro naturalizado.
	Pedro Lenza, por sua vez aduz que na hipótese, o art. 36 da Lei nº 818/49 prevê a possibilidade de reaquisição da nacionalidade por decreto presidencial, se o ex-brasileiro estiver domiciliado no Brasil. Contudo, para o autor, tal dispositivo só terá validade se a reaquisição não contrariar os dispositivos constitucionais e, ainda, se existirem elementos que atribuam nacionalidade ao interessado. 
	José Afonso da Silva defende os efeitos ex nunc da reaquisição com base no art. 36 da Lei nº 818/49, mas com a recuperação da condição que foi perdida, ou seja, se era brasileiro nato, voltará a ser brasileiro nato; se naturalizado, tomará essa qualidade.
	Mazzuoli defende a primeira corrente, qual seja, de que o brasileiro nato que perde a naturalização ao se (re)naturalizar será brasileiro naturalizado com todas as implicações que esta situação jurídica lhe causa.
	O Supremo Tribunal Federal, em 18 de junho de 1986, ao julgar a Ext 441, tendo como Relator o Ministro Néri da Silveira, se pronunciou pela impossibilidade da extradição do brasileiro que readquiriu sua nacionalidade, conforme ementa a seguir:
"Extradição. Havendo o extraditando comprovado a reaquisição da nacionalidade brasileira, indefere-se o pedido de extradição. Constituição federal, art. 153, parágrafo 19, parte final. Não cabe invocar, na espécie, o art. 77, i, da lei n. 6.815/1980. Essa regra dirige-se, imediatamente, a forma de aquisição da nacionalidade brasileira, por via de naturalização. Na espécie, o extraditando é brasileiro nato (Constituição Federal, art. 145, i, letra ''a''). A reaquisição da nacionalidade, por brasileiro nato, implica manter esse status e não o de naturalizado. Indeferido o pedido de extradição, desde logo, diante da prova da nacionalidade brasileira, determina-se seja o extraditando posto em liberdade, se tal não houver de permanecer preso."
	RELAÇÃO DOS ESTADOS COM SEUS NACIONAIS
	Quando o nacional se encontra em território estrangeiro, o Estado pode exercer seus direitos sobre ele. Tal, porém, tem suas limitações. Duas situações geralmente podem ocorrer:
O Estado exerce seu jus avocandi, chamando-o para o serviço militar ou defender a pátria, ou seja, o Estado, nestes casos, pode chamar o seu nacional.
Se o nacional cometeu um crime ou delito que o Estado julga dever punir quando o autor do ato delituoso regresse ao território pátrio. As limitações são muitas e a situação é controversa. Sinteticamente, pode-se levantar as seguintes restrições:
	QUANTO AO JUS AVOCANDI
Se o nacional estiver noutro Estado, este não tem obrigação de facilitar sua saída;
No caso de dupla nacionalidade, não pode o Estado de origem exigir tal direito;
	QUANTO AO CASO DE CRIMES
	Geralmente, entende-se ser o caso de competência territorial. Mesmo nos casos em que a infração ou delito tenha sido cometido por um estrangeiro.
	DA PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA:
	Há dois aspectos quanto à proteção diplomática:
A proteção propriamente dita: quando o nacional sofre dano ocasionado ou não pelas autoridades locais. Neste caso, denomina-se Endosso.
Assistência Geral: quando visa facilitar a estada dos cidadãos que se encontram no país da missão diplomática ou da repartição consular. O estrangeiro depende, do ponto de vista jurídico, de dois poderes: do país de residência e do que é nacional. 
	Não deve haver conflito de poderes, mas harmonia.
	“Quanto mais eficaz e mais regular é o exercício da soberania, isto é, quanto maior é a ordem reinante num Estado e mais assegurados aí se encontram os direitos que o direito internacional garante aos cidadãos estrangeiros, menos esse Estado se achará exposto às reclamações diplomáticas dos outros Estados.”
	“No exercício da proteção diplomática, o Estado procura, em geral, ou evitar um prejuízo, que ameaça um de seus nacionais ou obter que o Estado, ao qual se dirige,repare um prejuízo já causado ou faça cessar uma denegação de justiça.”
	“A proteção (Endosso) manifesta-se, ordinariamente, por meio de comunicações do representante diplomático do Estado reclamante, feitas verbalmente ou por escrito, ao Ministério das Relações Exteriores do outro Estado.”
	A boa-fé e a cortesia internacional exigem que um Estado não exerça a proteção diplomática do seu nacional sem um exame prévio do assunto e a convicção de que seu ato se justifica. É ainda menos admissível que um Estado apresente uma reclamação dessa natureza, sabendo que a mesma carece de fundamento ou se baseia sobre dados falsos ou errôneos.

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