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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA CIVI DA COMARCA DO GAMA – DF. Autos de nº JHON já qualificado nos autos em epigrafe vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 334 e seguintes do Código de Processo Civil, oferecer CONTESTAÇÃO, em face de ALICIA pelos fatos e fundamentos que passa a expor. I – DOS FATOS A autora ajuizou ação condenatória, com vistas ao pagamento de indenização por danos materiais e morais que o réu, propalada mente, lhe teria ocasionado. Alegou, em síntese, que no dia 15 de dezembro seguia dirigindo o seu veiculo Food Truk , quando teria sido surpreendida por John, que supostamente em alta velocidade veio a colidir com o seu veiculo, e que supostamente estava embriagado e que mesmo assim entregou cópias dos documentos pessoais e o seu endereço. Ao verificar a placa do veiculo, percebeu que este estava registrado em nome de Carlos André. Em razão da batida a autora teria se machucado. O seu veiculo Food Truk, que supostamente é sua fonte de renda, teria ficado 25(vinte cinco) dias parado, o que teria impossibilitado a autora de trabalhar no natal e também de estar com a sua família. II. DO DIREITO De acordo com os artigos 336, XI CPC e 337 do CPC. A acusação não merece prosperar, uma vez que não restou provada a culpabilidade do requerido pela ausência de pericia no local do suposto acidente, a requerida não apresentou qualquer tipo de orçamento que comprovasse o suposto dano causado ao seu veiculo, pela não apresentação de laudos e relatórios médicos onde se constata quaisquer lesões alegadas pela requerente, nem tampouco foi realizado o exame que comprovasse a concentração de álcool no sangue, ou seja, teste de alcoolemia. A Requerente afirma que o evento danoso gerou prejuízos morais, pela dificuldade que teve, depois do acidente, em realizar atividades rotineiras, o que lhes causa consequente abalo psicológico, afirmando ser justa a indenização. Porém, não são críveis tais prejuízos ante a dinâmica do evento. A requerente não comprovou nenhuma circunstância que ultrapassasse os meros aborrecimentos que devem ser tolerados na vida em comunidade e que não são capazes de produzir dor à alma e à personalidade do indivíduo. Como sabido, o dano moral se caracteriza pela violação dos direitos integrantes da personalidade do indivíduo, atingindo valores internos e anímicos da pessoa, tais como a dor, a intimidade, a vida privada, a honra, dentre outros. Para restar configurado o dano moral mostra-se necessário um acontecimento que fuja à normalidade das relações cotidianas e interfira no comportamento psicológico da pessoa de forma significativa. As contrariedades e os problemas da vida em comunidade não podem redundar sempre em dano moral, sob pena de banalização do instituto. Nesse sentido, a doutrina de Sérgio Cavalieri Filho: “(...) Nessa linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trânsito, entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais aborrecimentos.(...)” Diante do que, entendendo os Requeridos pela inexistência de danos morais pelo simples aborrecimento e nenhum reflexo que pudesse afetar os direitos de personalidade da Requerente, pugna pela improcedência de tal pedido. O autor não juntou aos autos qualquer comprovação do dano material e tampouco comprovou abalo de ordem psicológica e violação de sua honra que tenha sido provocado pela demandada. III. DOS PEDIDOS Ante o exposto, pelas argumentações e fundamentos acima mencionados, e tudo mais que dos autos consta, requer: a) sejam julgados TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos iniciais da presente ação; Pugna provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente provas documentais, testemunhais e outras que se fizerem necessárias ao esclarecimento dos fatos. Nesses termos, Pede deferimento. GAMA, 24 de Outubro de 2017. ADVOGADO OAB Suzany Keller Bueno da Rocha
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