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* A maioria dessas doenças resulta da ingestão de alimento ou água contaminados com micro-organismos patogênicos ou suas toxinas. Esses patógenos geralmente penetram no alimento ou suprimento de água após serem disseminados nas fezes de pessoas ou animais infectados com eles. * O sistema digestório e essencialmente uma estrutura tubular, o trato gastrintestinal ou canal alimentar, que inclui a boca, a faringe (garganta), o esôfago (tubo alimentar que leva ao estomago), o estomago e os intestinos delgado e grosso. Ele também inclui estruturas acessórias, como dentes e língua. Outras estruturas acessórias como as glândulas salivares, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas situam-se fora do trato GI e produzem secreções que são enviadas por ductos ate ele. * As bactérias povoam densamente a maioria do sistema digestório. Na boca, cada mililitro de saliva pode conter milhões de bactérias. O estomago e o intestino delgado possuem relativamente poucos micro-organismos devido ao acido hidroclorico produzido pelo estomago e pelo rápido movimento do alimento através do intestino delgado. Em contraste, o intestino grosso possui uma enorme população microbiana, excedendo 100 bilhões de bactérias por grama de fezes. (Ate 40% da massa fecal e material celular microbiano.) A maioria dessas bactérias auxilia na degradação enzimática dos alimentos e algumas delas sintetizam vitaminas úteis. * As bactérias orais convertem a sacarose e outros carboidratos em acido lático, que por sua vez ataca o esmalte dos dentes. A população microbiana sobre e em torno dos dentes é muito complexa. Com base nos métodos de identificação no 16S, mais de 700 espécies foram isoladas da cavidade oral, a maioria não podendo ser cultivada por métodos convencionais. Provavelmente a bactéria cariogênica (formadora de caries) mais importante é o Streptococcus mutans, um coco gram-positivo capaz de metabolizar uma variedade maior de carboidratos que qualquer outro organismo gram-positivo. * Dentro de algumas horas, bactérias cariogênicas se estabelecem nessa película e iniciam a produção de um polissacarídeo aderente de moléculas de glicose, denominado dextrana. Na produção de dextrana, as bactérias inicialmente hidrolisam a sacarose em seus componentes monossacarídeos, frutose e glicose. A enzima glicosiltransferase então monta as moléculas de glicose em dextrana. A frutose residual e o açúcar primário fermentado em acido lático. O acumulo de bactérias e dextrana aderido aos dentes compõe a placa dentaria. * Um dente com acúmulo de placa em áreas difíceis de limpar 1. A cárie começa à medida que o esmalte é atacado por ácidos formados por Bactérias 2. A cárie avança através do esmalte 3. A cárie avança na dentina 4. A cárie penetra na polpa e pode formar abscessos nos tecidos que circundam a raiz 5. * Porphyromonas gingivalis Bactéria Gram-negativa, tem forma de bacilo, é anaeróbico e patogênico, gerando colônias escuras em ágar sangue P. gingivalis podem aderir a células epiteliais e moléculas extracelulares (p. ex., fibrinogênio, fibronectina, lactoferrina), por meio de fímbrias. As fímbrias são importantes para a indução da expressão de citocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interleucina-l beta (IL-1β). Porphyromonas gingivalis * Numerosas bactérias de muitos tipos diferentes, principalmente espécies de Porphyromonas, são encontradas nestas infecções; o dano tecidual é induzido por uma resposta inflamatória a presença dessas bactérias. A periodontite pode ser tratada eliminando cirurgicamente os bolsões periodontais. Porphyromonas gingivalis * Uma infecção ocorre quando um patógeno penetra no trato GI e se multiplica. O termo genérico gastrenterite e aplicado a doenças que causam inflamação na mucosa gástrica e intestinal. Uma intoxicação e causada pela ingestão da toxina pré-formada. Uma das principais causas de gastrenterite e a intoxicação alimentar estafilocócica, uma intoxicação causada pela ingestão de uma enterotoxina produzida por S. aureus. Os estafilococos patogênicos em geral fermentam manitol, produzem hemolisinas e coagulase e formam colônias amarelo-ouro. * A shigelose, também conhecida como disenteria bacilar, e uma forma grave de diarreia causada por um grupo de bastonetes gram-negativos anaeróbicos facultativos do gênero Shigella. Existem quatro espécies patogênicas de Shigella: S. sonnei, S. dysenteriae, S. flexneri e S. boydii. Estas bactérias são residentes somente do trato intestinal de seres humanos, chimpanzés e macacos. Elas estão intimamente relacionadas a E. coli patogênica. A toxina responsável e surpreendentemente virulenta é conhecida como toxina Shiga. Agar MacConkey * A dose infecciosa requerida para causar doença é pequena; as bactérias não são muito afetadas pela acidez do estomago. Elas proliferam ate números imensos no intestino delgado, mas o principal sitio da doença e o intestino grosso. Neste local, as bactérias se fixam a determinadas células epiteliais. As projeções membranosas na superfície das células M levam as bactérias para o interior das Células . As bactérias se multiplicam nas células e rapidamente se disseminam para as células vizinhas, produzindo a toxina Shiga, destruindo os tecidos . A disenteria e o resultado do dano as paredes intestinais. * A disenteria da shigelose pode causar ate 20 evacuações em um dia. Os sintomas adicionais de infecção são cólicas abdominais e febre. As bactérias Shigella raramente invadem a corrente sanguínea. Os macrófagos não somente falham em matar as bactérias Shigella que fagocitam, mas também são mortos por elas. O diagnostico em geral tem como base a recuperação da bactéria de raspados retais. Tratamento: Quinolonas (ciprofloxacina) * A Salmonella primeiro invade a mucosa intestinal e ali se multiplica. Ocasionalmente ela dirige a passagem através da mucosa intestinal, nas células M, para penetrar nos sistemas linfático e cardiovascular e dali pode se disseminar, eventualmente, para afetar muitos órgãos . Elas se replicam rapidamente dentro dos macrófagos. A salmonelose tem um período de incubação de cerca de 12 a 36 horas. Geralmente ha uma febre moderada, acompanhada de náuseas, dor abdominal, cólicas e diarreia. S. enteritidis e S. tiphymurium são especialmente bem adaptadas a aves de produção comercial. Galinhas são altamente suscetíveis a infecção, e as bactérias contaminam os ovos. As bactérias desenvolveram a capacidade de sobreviver na albumina, que contem conservantes naturais como lisozimas. Ágar Xilose Lisina Desoxicolato * * Somente a antibioticoterapia não e útil no tratamento da salmonelose ou, o tratamento consiste em terapia de reidratarão oral. A prevenção também depende de boas medidas de saneamento para deter a contaminação e de refrigeração correta para impedir o aumento no numero de bactérias. Samonella enterica: Reidratação oral Salmonella tiphy: Quinolonas e cefalosporinas * * O agente causador da cólera, uma das mais graves doenças gastrintestinais, e o Vibrio cholerae, um bastonete gram-negativo levemente curvo, com um único flagelo polar. Antes de se estabelecer a infecção propriamente dita é necessária a colonização que, no caso do V. cholerae, se dá por intermédio de uma pili, que se ligam especificamente a receptores da célula hospedeira, além de ser capaz de formar microcolônias que protegem a bactéria das defesas do hospedeiro e concentram as toxinas secretadas. Os bacilos da cólera crescem no intestino delgado e produzem uma exotoxina, a toxina colérica, que induz as células do hospedeiro a secretarem água e eletrólitos, especialmente potássio. O resultado são fezes aquosas contendo massas de muco intestinal e células epiteliais chamadas de “fezes de água de arroz”, devido a sua aparência. Em torno de 12 a 20 litros de liquido podem ser perdidos em um dia,e a perda súbita desses líquidos e eletrólitos causa choque, colapso e, frequentemente, morte. Devido a perda de liquido, o sangue torna-se tão viscoso que os órgãos vitais são incapazes de funcionar adequadamente. Vômitos violentos podem ocorrer. Os vibrios não são invasivos, e a febre geralmente não esta presente. * Dois genes com potencial patogênico importantes são ctxA e ctxB, responsáveis por codificar a subunidade grande (A) e a subunidade enzimática de ligação (B), respectivamente, da toxina colérica. A toxina colérica é capaz de causar diarreia aquosa profusa pela alteração no fluxo de íons ao longo da mucosa intestinal. A subunidade B da toxina colérica se liga a receptores de gangliosídios GM1 nas células epiteliais do intestino. A subunidade A é internalizada e ativa a adenilatociclase na célula do hospedeiro, que passa a produzir a proteína G, que ativa a denilato ciclase. Como consequência, o ATP se transforma em AMPcíclico, dando lugar à liberação ativa de água, cloro, bicarbonato e potássio e à inibição da absorção de sódio pelas células do lúmen intestinal, resultando em uma hipersecreção de água e eletrólitos Tratamento : reposição de líquidos e eletrólitos (estreptomicina e tetraciclina) * E. coli normalmente são inofensivas, mas certas linhagens podem ser patogênicas. Todas as linhagens patogênicas possuem fimbrias especializadas que permitem que elas se liguem a certas células do epitélio intestinal. Elas também produzem toxinas que causam distúrbios gastrintestinais, denominados coletivamente gastrenterite por E. coli. * O principal fator de virulência destas bactérias e a produção da toxina Shiga de Escherichia coli (STEC, de Shiga-toxin E. coli) . Outro fator de virulência e sua capacidade de se aderir a mucosa intestinal. As bactérias destroem as microvilosidades e induzem a formação de projeções semelhantes a pedestais, onde se alojam. Em seres humanos, as toxinas Shiga frequentemente causam somente uma diarreia autolimitada, mas em cerca de 6% das pessoas infectadas ela produz uma inflamação do colo (o intestino grosso acima do reto) com sangramento profuso, chamada de colite hemorrágica. * Campylobacter kampylos “curvado”, são bactérias gram-negativas, microaerofilas, curvadas em espiral, móveis por meio de um flagelo polar. As doenças causadas por espécies de Campylobacter consistem primariamente em gastrenterites e septicemia. Embora adesinas, enzimas citotóxicas e enterotoxinas tenham sido detectadas nessa espécie, seu papel exato na doença permanece pouco definido. * Quase todos os frangos a venda em varejos estão contaminados com Campylobacter. Alem disso, cerca 60% do gado excreta o organismo nas fezes e no leite, mas a carne vermelha a venda tem menos probabilidade de estar contaminada. Ela e caracterizada por febre, cólica abdominal e diarreia ou disenteria. Normalmente, a recuperação ocorre dentro de uma semana, a infecção é autolimitada e o tratamento consiste em reposição hidroeletrolítica. Gastrenterites e septicemias graves são tratadas com eritromicina ou azitromicina * Helicobacter pillory bacilos Gram negativos espiralados. Os microrganismos foram inicialmente, classificados como Campylobacter. Helicobacter pylori tem sido associado com gastrite, úlcera péptica, adenocarcinoma gástrico e linfoma de células B do tecido linfoide associado à mucosa gástrica. Múltiplos fatores de virulência têm contribuído para a caracterização das doenças causadas por H. pylori, tais como: colonização gástrica, inflamação, alteração da produção de ácido gástrico e destruição celular. * A colonização inicial é facilitada por: 1) bloqueio da produção de ácidos por uma proteína bacteriana inibidora de ácidos; e 2) neutralização dos ácidos gástricos pela amônia produzida pela atividade da enzima bacteriana urease. As bactérias, ativamente móveis, podem atravessar o muco gástrico e aderir às células epiteliais gástricas através de múltiplas proteínas de adesão à superfície. As proteínas de superfícies podem também ligar proteínas do hospedeiro e auxiliar a bactéria a evadir o sistema imune. A lesão tecidual localizada é mediada por subprodutos da urease, mucinase, fosfolipases e pela atividade da citotoxina A vacuolizante (VacA) , uma proteína que após ser endocitada pelas células epiteliais, as danificam pela produção de vacúolos. A transmissão de pessoa a pessoa é relevante (tipicamente fecal-oral) * Outras células especializadas produzem uma camada de muco que protege o próprio estomago da digestão. Se essa defesa e rompida, uma inflamação do estomago (gastrite) ocorre. Essa inflamação pode então progredir para uma área ulcerada. Tratamento: Tetraciclina e amoxilina. * RNAs+ DNAd RNAs+ RNAs+ RNAs+ * * Shigelose ou disenteria bacilar Patógeno______________________________________________________________ Sintoma ______________________________________________________________ Transmissão ____________________________________________________________ Mecanismo de patogenicidade _________________________________________________ ___________________________________________________________________ Tratamento ____________________________________________________________ * *