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APS Direito Unip - 1º Semestre O Capote (final)

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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP
ICJ INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
MONIQUE ALVES PEREIRA
ATIVIDADE PRATICA SUPERVISIONADA - APS
O Capote
São Paulo
2016
MONIQUE ALVES PEREIRA
ATIVIDADE PRATICA SUPERVISIONADA
O Capote
Projeto de Pesquisa, apresentado à Universidade Paulista – UNIP, como requisito de aprovação da Atividade Pratica Supervisionada do 1º semestre, referente a grade 2014/1. 
SÃO PAULO
2016
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÂO.......................................................................................................4
2 – DA OBRA “O CAPOTE”.......................................................................................5
3 - ANALISE DA OBRA SOB AS DISCIPLINAS ESTUDADAS.................................6
3.1 – Psicologia Juridica............................................................................................6
3.2 – Instituições Jurídicas e Ética...........................................................................7
3.2 – Interpretação e Produção de Texto.................................................................8
3.4 – Economia...........................................................................................................9
3.5 – Filosofia............................................................................................................11
3.6 – Homem e Sociedade.......................................................................................13
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................15
5 – REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS.....................................................................16
5.1 – Referencias Digitais........................................................................................16
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1 – INTRODUÇÃO
Neste trabalho iremos falar sobre o conto “O Capote” de Nikolai Gógol, escritor Russo.
Ao longo de nosso trabalho temos como objetivo fazer um comparativo do que é passado na obra O Capote, com as matérias estudadas ao longo do 1º Semestre do curso de Direito.
2 – DA OBRA “O CAPOTE”
	Akáki Akákievitch, humilde e tímido morador de São Petesburgo, funcionário de uma repartição publica, com poucos amigos, precisa comprar um casaco novo, um capote, para sobreviver ao rigoroso inverno russo. 
	Como ganha pouco, consegue a muito custo fazer a aquisição de seu novo capote, e recebe muitos elogios de todos que o conhecem e veem com sua nova peça de roupa; porém, esse é roubado no mesmo primeiro dia de uso. 
	Assim, Akáki entra em desespero, recorre às autoridades para recuperar o seu bem, e se depara com muita burocracia ao tentar reaver o seu bem. Ao invés do capote, ele consegue apenas uma grande bronca de seu chefe, interessado em impressionar um amigo, volta então para casa totalmente abalado emocionalmente e, sem nenhum abrigo para se refugiar ou capote para enfrentar o inverno, acaba por adoecer com uma gripe, que logo evolui e o leva Akáki ao óbito. 
	Após a sua morte, Akaki passa a roubar os capotes de todos os que transitam pela praça onde fora roubado, e só encontra seu descanso ao conseguir tirar o capote de seu chefe que não o ajudou em vida antes de adoecer
3 – ANALISE DA OBRA SOB AS DISCIPLINAS ESTUDADAS
3.1 – Psicologia Jurídica
“Bem, pelo que vejo essa é a sina dele. Já que é assim, o melhor é que ele tenha o mesmo nome do pai. O pai se chama Akáki, então que o filho também se chame Akáki. ” (Gogol, pag. 9). 
	O nome de Akáki Akákievitch se deu origem a partir de seu batizado, de acordo com a sociedade patriarcal onde nasceu na Russia, onde a escolha do nome identifica a família que ele pertence, de acordo com o nome de seu pai.
	De acordo com Sigmund Freud o nome é uma parte fundamental de uma pessoa, talvez um pedaço de sua alma. O autor Nikolai Gógol deixa claro que, o nome dado ao Akáki, sendo o mesmo de seu genitor, formaria a sua personalidade e projetaria o seu destino automaticamente.
	O sobrenome de Akáki também o influenciou: ele adquiriu o mesmo estilo de vida de seu pai, do seu avô e de todos os Bachmátchkin (sobrenome de sua família), criando assim, uma identidade externa, onde as pessoas ao seu redor já imaginam as suas atitudes. E devido a carga emocional do seu sobrenome, desenvolveu a mesma profissão de seu pai: conselheiro tutelar. Profissão esta, que ele deixou como marca registrada, a sua personalidade distinta.
“Mas Akáki Akákievitch não respondia uma palavra, como se não houvesse ninguém diante dele: em meio a todas essas amolações, não cometia um só erro no seu trabalho” (Gogol, pag. 10).
	Dentro do âmbito da Psicologia Jurídica, quem sofre de neurose obsessiva tenta resolver os conflitos internos entre a lei e o desejo, negando o desejo, tentando obedecer cegamente à lei. 
	São pessoas “certinhas” que sofrem por exemplo, de timidez, porque não permitem manifestar o que desejam. Defendem-se do mundo que os angustia por suas surpresas e por suas contingências, permanecendo nos limites das normas sociais, do senso comum. 
	O conflito entre a obediência à lei e o desejo pode levar o sujeito, por exemplo, a apresentar sintomas comportamentais repetitivos ou a viver paralisado por dúvidas e pelo medo de agir.
	Akáki apresentava as características acima citadas – da neurose obsessiva. O seu trabalho era repetitivo e ele quase nunca tinha voz ativa, firmeza em suas atitudes. O conselheiro preferia repetir diariamente a mesma função, ao invés de encarar um novo desafio, e isso acontecia devido a sua personalidade insegura, devido o seu medo pelo inesperado. 
	O russo, em toda a sua vida, ficou ausente apenas uma vez em seu trabalho. Introspectivo, tímido, não frequentava festas, não se divertia. Era um funcionário correto. E o seu interior era confuso, sem convicção. Obedecer ao Superego evita a frustração de ser chamado à ordem o tempo todo.
Quanto ao nosso figurão, satisfeito em ver que o efeito tinha até superado a expectativa e completamente embriagado pela idéia de que sua palavra podia até fazer uma pessoa desmaiar, olhou de esguelha para o amigo a fim de verificar a sua reação, e não foi sem satisfação que o viu num estado completamente indefinido, e por sua vez já começando até a sentir medo (Gogol, pag.36).
	Para Freud, perverso é quem busca satisfação sexual além dos limites de maneira “normal” de encontrar prazer. Porém, como a própria psicanálise reconhece que não há um padrão de satisfação sexual, perverso é, em termos gerais, um sujeito que não se curva diante dos limites da civilização e vai buscar a satisfação “exatamente onde as leis e o discurso comum indicam que a satisfação está proibida”.
	E a figura citado acima, esmagando Akáki com suas ríspidas palavras, sentiu o prazer de, amedrontar o funcionário público, utilizando a sua autoridade, a sua rispidez - deixando evidente um sinal de perversidade em sua personalidade. Abusou de sua autoridade para expressar superioridade com um humilde conselheiro tutelar - que buscava o seu apoio para a solução de seu problema.
3.2 – Instituições Judiciarias e Ética
À época em que se passa a história, em que foi escrito o conto por Gogol,o sistema jurídico da Russia era muito limitado e não há tem muitas informações, tendo apenas por escrito regras do RUSSKAYA PRAVDA, código legal russo, no ano de 1017. Quando aconteceu o fato com Akáki Akákievitch, já prevaleciam algumas leis para garantir os direitos dos russos.
O autor aborda temas que agem do fantástico ao real. Mostra também que o protagonista perdeu o sentido de viver, inclusive direitos como cidadão, ao ter seu estimado capote roubado, que para ele significava mais do que podia expressar.
Trazendo a história de Akáki Akákievitch para o nosso cotidiano, podemos afirmar que o personagem poderia acionar a justiça por diversos meios. 
Como exemploonde ele era constantemente zombado pelos colegas de repartição por seu jeito “esquisito”, podendo ele recorrer atualmente à Constituição Federal de 1988 que afirma: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. 
Akáki Akákievitch ao ter o seu capote roubado, recorreu ao Poder Judiciário e foi ignorado, deixando transparecer que as leis Russas da época só valiam para os ricos e influentes ou, ao menos informalmente, foi assim. A justiça não cumpriu com o seu dever, que é analisar todas as demandas que lhes são submetidas, como previsto no Art. 5º da CF/88. “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros, residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. ”
A obra leva-nos a pensar como o ser humano é cruel com sua própria espécie. Vale ressaltar que por mais que haja hierarquias, as pessoas não são superiores umas às outras. Todos devem ser iguais perante a lei, sem distinções.
3.3 – Interpretação e Produção de Texto
Em “O Capote”, o autor faz uma narrativa descritiva, onde Gogol ao descrever a relação de Akáki com seu casaco, o capote, e o que este representa, não deixa de lançar suas críticas ao regime da Rússia, à sociedade e, em especial, à Petesburgo, onde se ambienta toda a narrativa. 
A linguagem do livro é bem simples, assim dizendo, mas existem alguns termos coloquiais como: “Hemorroidal” e “encher a caveira” esta última falando sobre embriagar-se, aparecem diversas no livro, e são utilizadas muitas outras palavras coloquiais.
 A linguagem popular é uma linguagem utilizada no cotidiano em que não exija observância total da gramática, de modo que haja mais fluidez na comunicação, e que o autor tenha escolhido fazer a sua narrativa utilizando de tal meio linguístico, a fim de aproximar a sua obra da realidade e assim de seus leitores.
3.4 – Economia
Durante o período em que Nikolai Gogól narra em sua obra “O capote”,ou seja, por volta de 1840, a Rússia vivia sob o regime Czarista. Sob o comando dos Czares, o Estado russo era uma monarquia absolutista. O Czar apoiava-se socialmente na nobreza rural e nos burocratas.
"O Imperador de todas as Rússias é um monarca autocrata e ilimitado um rei (Czar). O próprio Deus determina que o seu poder supremo seja obedecido, tanto por consciência como por temor." (Artigo I das Leis Fundamentais do Império, publicadas em 1892. Citado por KOCHAN, L., Origens da Revolução Russa, Zahar Editores, pág. 60).
Com a afirmação, podemos entender que esse temor ao Czar era passada a todos, inclusive aos graus menores, chegando às relações de trabalho, e consequentemente, nas repartições públicas, onde nosso personagem principal laborava. 
Essas relações certamente eram regidas pelo poder econômico detido pelas hierarquias superiores. O figurão ao qual Akáki Akákievitch recorreu para recuperar seu capote era alguém importante, também devido a seu abastado estado financeiro.
Nesse período, a Rússia passava por evidente crise econômica-social, onde a questão agrária era discutida sob os termos do término da servidão dos camponeses, (onde mais tarde passaram e ser donos de suas terras), e o êxodo rural, que fez com que a população camponesa se concentrasse em algumas cidades. 
Evidente que Petersburgo, capital Russa à época (atualmente tal território pertence a Ucrânia), recebesse grande parte desses camponeses, o que pode explicar a baixa concentração de capital para as camadas mais baixas da população.
O cargo de conselheiro titular, ocupado por nosso personagem principal, aparentemente não era alcançado por essa parcela da população, e também não nos parece uma posição relevante na sociedade. Afirmamos isso pois é notável o baixo poder econômico de Akáki Akákievitch. 
Em um dos trechos do livro, é citado que Akáki assim como seus familiares trocavam as solas de suas botas até três vezes ao ano, dando o tom da economia que faziam. Do contrário poderiam comprar botas novas. Sem contar o fato principal, ter Akáki Akákievitch ficado com um mesmo capote velho durante anos a fio.
Outra passagem que nos leva a certeza da condição finaceira precária de Akáki Akákievitch, é ele ter que caminhar para chegar até a repartição pública, enfrentando desta forma o frio cortante da cidade de Petersburgo. Dá a entender em certo trecho do texto o autor que, quem recebe baixos salários, além de ter como poderoso inimigo o frio do Norte.
Há em Petersburgo um poderoso inimigo de todos aqueles que recebem quatrocentos rublos por ano ou aproximadamente. Esse inimigo não é outro senão o nosso frio do norte, embora haja quem afirme que ele é muito saudável. Entre as oito e as nove da manhã, no exato momento em que as ruas ficam tomadas pela multidão que se dirige aos departamentos, ele comoça a dar indiscriminados piparotes tão fortes e pungentes em todos os narizes que os pobres funionários ficam decididamente sem saber onde escondê-los...Sua única salvação é percorrer em seus capotinhosralos cinco ou seis ruas com a maior rapidez possível e depois sapatear bastante no vestíbulo de sua repartição até que todas as faculdades e talentos congelados se aqueçam para o exercício das funções (Gogol, p.13).
O cenário econômico como contribuição principal para a sorte financeira de nosso personagem explicava-se pela alta tributação sobre os produtos industrializados, somado a escassez dos mesmos, já que a industrialização russa sofria com a falta de mão-de-obra especializada, grandes distâncias dos pólos industriais em relação às fontes de matérias-primas entre outras.
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Podemos concluir que à luz da análise da disciplina de economia, o fator ecônomico foi um dos principais motivadores ou pelo menos sob o qual se desenvolveu a trama de nosso personagem, considerando que seu baixo poder aquisitivo o fez dar demasiada importância, tanto ao antigo quanto ao novo capote.
3.5 – Filosofia
O autor Nikolai Gógol ridiculariza falhas ou problemas sociais que cada vez mais se faziam presentes no Império Russo. 
O conto é uma transcrição da reação individual própria e típica a cada pessoa daquela sociedade, única pelos seus tipos e pelo ambiente ao mesmo tempo retrógrado e avançado. O Capote é composto por elementos como: burocratas descansados, beberrões inveterados, policiais frios, empregados estatais corruptos. Sobretudo, a figura do Estado goza do papel central, praticamente animando as cenas com vida, alimentando disputas, picuinhas, dramas e tradições.
O drama tragicômico de Akákievitch toca nos corações pelo sofrimento silencioso, quase franciscano, pelo qual passa aquela simples alma, desinteressada pelo progresso e pela mudança, tão arraigadamente conservadora em suas ações a ponto de tornar a rotina sua própria vida. O capote lhe era tudo.
Os personagens apresentam suscetibilidade em relação a uma sociedade de aparências e submetem-se ao status social que as vestimentas lhes proporcionam, apontando para o fato de que é impossível viver fora das determinações sociais.
Rousseau, já afirma que: “é preciso estudar a sociedade pelos homens, e os homens pela sociedade”. Isso porque, embora simples, mas que não pode ser esquecido, o conceito de sociedade dá-se pela reunião de seres humanos. Akáki faz de tudo para comprar o casaco. Todos os sentimentos giravam em torno do novo capote e tem a sensação de que sua vida finalmente ganha sentido com a compra do novo capote.
Era como se sua própria existência tivesse adquirido mais plenitude, como se ele houvesse casado, como se contasse com outra pessoa ao seu lado como se não estivesse sozinho e a companheira de sua vida tivesse concordado em percorrerem juntos a estrada da vida - e essa companheira não era outra senão o capote novo de algodão grosso e forro resistente. Ele se tornou de certo modo mais vivo, inclusive mais firme de caráter,como uma pessoa que já escolheu e se definiu por um objetivo. (Gogol).
Por entre os atos daqueles que o cercam refletem-se mesquinharia, o fingimento e a falta de humanidade. O capote torna-se um símbolo de poder e avidez monetária do homem. Se privou de várias coisas e como recompensa vimos seu ingresso na sociedade. A marginalidade continuava a existir, e foi ela que, retirando o capote de Akáki, obrigou-o a retornar a seu seio. E salientado o fator monetário, gerador maior de desigualdade social e distribuidor do poder. É ele que classifica, direta e indiretamente, pessoas e objetos detentores de maior ou menor valor.
A simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais. 
Como as próprias palavras indicam, ética e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus membros.
Podemos dizer, com base nos textos de Platão e de Aristóteles, que, no Ocidente, a ética inicia-se com Sócrates. Percorrendo as praças de Atenas, Sócrates perguntava aos atenienses, o que eram os valores nos quais acreditavam e que respeitavam ao agir.
No século XVIII, para Roseau a consciência moral e o sentimento do dever são inatos, são a voz da natureza e o dedo de Deus em nosso coração. Por isso, nascemos puros e bons, dotados de generosidade e benevolência para com os outros, a sociedade nos corrompe.
No final do século XVIII, opondo-se a moral do coração de Rosseau, Immanuel Kant volta a afirmar o papel da razão na ética, como afirmavam os primeiros filósofos gregos. Não existe bondade natural, por natureza somos egoístas, ambiciosos, destrutivos, agressivos, cruéis, ávidos por prazeres que nunca nos saciam e pelos quais nos matamos, mentimos, roubamos. É justamente por isso que precisamos do dever para nos tornarmos seres morais. O dever, não se apresenta através de um conjunto de conteúdos fixos, mas exprime-se em uma formula geral: “Age em conformidade apenas com aquela máxima pela qual possas querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei universal.”.
No século XIX, Hegel critica Rousseau e Kant, por terem dado mais atenção à relação entre homem e natureza do que entre sujeito e cultura ou história. Em segundo lugar, por terem concebido a sociabilidade como relações pessoais diretas entre indivíduos, quando deveriam tê-la tomado como base nos laços fortes das relações sociais, fixadas pelas instituições sociais (família, sociedade civil, Estado). Segundo Hegel, são estas últimas que determinam a vida ética ou moral dos indivíduos, pois somos seres históricos e culturais.
Na comunidade medieval (séculos V e XV) cada individuo era definido não por suas qualidades próprias ou pessoais, mas segundo o lugar e função que ocupava numa hierarquia de postos, cargos e ofícios. O lugar e a função eram hereditários, isto é, determinavam a posição e a ocupação das famílias, passando de pais para filhos, de tal maneira que cada um, ao nascer, já tinha predeterminada sua vida e seu futuro.
3.6 – Homem e Sociedade
A Rússia é atravessada por quatro climas: ártico, subártico, temperado e subtropical. A região mais ao norte do país, chamada Sibéria, é a mais fria de todo o país. As temperaturas no inverno chegam a 40 ou 50ºC negativos, às vezes chegando aos 60ºC graus negativos ou até menos. A Sul, o clima é mais quente, havendo campos e estepes onde as temperaturas chegam aos 8 graus negativos.
Determinismo geográfico: defendia que a ecologia (o meio ambiente) no qual essa ou aquela população se desenvolveu, também seria um fator determinante para a cultura ali desenvolvida. Acredita-se que as populações de lugares com clima muito quente, ou muito frio teriam sofrido influências que, somadas ao fator biológico, explicariam costumes, mentalidades, valores e tradições.
Portanto, é antiga e muito conhecida a ideia segundo a qual as diferenças de comportamento humano de uma cultura para a outra, são totalmente advindas das características biológicas (sua carga genética) ou do meio ambiente (ecossistema, clima) onde ele se desenvolve.
A cultura da antiga Rússia foi fortemente influenciada pela conversão ao Cristianismo Ortodoxo. 
"A Igreja Ortodoxa surgiu com o objetivo de espalhar o Cristianismo pelo Oriente", (Rafael Rodrigues da Silva, Teólogo da PUC-SP).
Por ocasião do batismo, os russos, como católicos ortodoxos, recebem o nome em homenagem a um santo, o qual desde aquele momento se torna o seu protetor, patrono celestial. Cada russo cristão ortodoxo deve conhecer a vida do seu protetor celestial e em suas orações pedir o seu auxílio e orientação. Os seus antepassados, na sua devoção, honravam o dia do seu santo — "o dia do seu anjo"
	Na segunda metade do século XIX, Edward Tylor, antropólogo britânico, definiu cultura como: conjunto complexo que inclui os conhecimentos, as CRENÇAS, a arte, a lei, a moral, os costumes e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade.
	Um ponto importante pra ser destacado também é que, no século XVIII e XIX, a classe dominante precisava de apoio ideológico para convencer diferentes povos que a partir de então, eles fariam parte de uma mesma “nação”.
“Akáki Akákievitch pensou, pensou e resolveu que precisaria diminuir os gastos comuns pelo menos durante um ano; mandar às favas o consumo de chá pelas noitinhas...” (Gogol, pag. 21).
	Tradição que é considerada inicialmente russa é a existente depois do jantar - chamada: cerimônia do chá. No entanto, o chá foi introduzido na Rússia em 1638. Tornou-se tão popular que hoje é considerado a bebida nacional e, de fato, uma das bebidas mais populares no país.
4 – Considerações Finais
	Vimos ao longo do trabalho que o Livro em referência “O Capote” do autor Nikolai Gógol, é mais do que uma obra literária de sucesso, e que atravessou gerações, mas sim, uma dura crítica a sociedade Russa durante o período em que se narra a história de Akáki Akakievitchi.
	Há personagens bem elaborados, e representam muito bem os diferentes núcleos da sociedade onde viviam.
	A Obra é tão completa que ao longo do trabalho pudemos trabalhar e abordar ela em todas as matérias relacionadas aos estudos neste semestre de iniciação ao aprendizado do direito, onde podemos ver as diferenças econômicas, comportamentais, filosóficas e psicológicas da sociedade Russa a época da narrativa e como é necessário e pudemos trazer isso para o nosso cotidiano.
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
GOGOL, N. O Capote e outras histórias. São Paulo: Editora 34, 2011.
Freud, Sigmund. Totem e Tabu e Outros Trabalhos (1913-1914). Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Imago, 2006.
Freud, Sigmund. O Ego e o ID e Outros Trabalhos (1923-1925). Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Imago, 2006.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura - Um Conceito Antropológico. 24° edição. Zahar. Edição Digital.
Revista Brasileira de Economia - Desenvolvimento Industrial na Rússia - 1860- 1913, Annibal Villela; 1970, vol. 24, páginas 31-86.
5.1 - Referencias Digitais
MELANDER FILHO, Eduardo. A Cultura Segundo Edward B. Tylor e Franz Boas. Gazeta de Interlagos, São Paulo, 13 mar 2009 a 26 mar 2009. P. 2. Disponível em: < http://www.gazetadeinterlagos.com.br/>. Acesso em: 09 outubro 2017.
Revista	Mundo	Estranho.	Religião.	Abril.	Disponível	em:
<http://mundoestranho.abril.com.br/>. Acessado em: 10 outubro 2017
Renata Udler Cromberg. Neurose que insiste – e a Psicanálise que resiste. Revista Percurso. Uol. Disponível em: <http://revistapercurso.uol.com.br/>. Acessado em: 10 outubro 2017.

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