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BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: 
Fundação Editora da UNESP, 1997, 153 páginas. Tradução Nilo Odalia. 
 
 
 
1 
A ESCOLA DOS ANNALES 
PETER BURKE 
Sumário 
Sobre o autor: ........................................................................................................................................ 1 
Resenha/Resumo da Obra: ................................................................................................................... 2 
o Michelet e Burckhardt .............................................................................................................. 2 
o Fustel de Coulanges e Marx .................................................................................................... 2 
o Os fundadores da Sociologia - Comte, Spencer e Durkheim – .............................................. 2 
o Ernest Lavisse .......................................................................................................................... 3 
 François Simiand ...................................................................................................................... 3 
 Charles Seignobos ................................................................................................................... 3 
 Henri Berr .................................................................................................................................. 3 
Surge os Annales ................................................................................................................................. 3 
A segunda geração dos Annales ....................................................................................................... 4 
Nasce a Terceira Geração ................................................................................................................... 5 
Conclusão ............................................................................................................................................. 7 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 8 
 
Sobre o autor: 
 
Peter Burke é um historiador inglês, nascido em Stanmore, fez doutorado na 
Universidade de Oxford, vive em Cambridge juntamente com a historiadora brasileira 
Maria Lúcia Pallares. Burke, discípulo de Chaunú, que o introduziu ao mundo dos 
Annales. Peter Burke já publicou mais de Juntas obras de 1978 até hoje. 
 
BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: 
Fundação Editora da UNESP, 1997, 153 páginas. Tradução Nilo Odalia. 
 
 
 
2 
Resenha/Resumo da Obra: 
 
O livro traz um estudo do movimento dos Annales, tenta compreender o mundo 
francês, explicar desde a década de 20, até às gerações posteriores, a teoria e a prática 
do historiador para outros cientistas sociais. Como o próprio Burke afirma, o livro se 
trata de um ensaio mais pessoal pelo fato do mesmo ter influencias do movimento em 
questão. 
De acordo com a obra de Burke, os Annales foi um movimento dividido em três 
fases: a primeira apresenta a guerra radical contra a história tradicional, a história 
política e a história dos eventos; na segunda, o movimento aproxima-se 
verdadeiramente de uma “escola”, com conceitos (estrutura e conjuntura) e novos 
métodos (história serial das mudanças na longa duração) dominada, prevalentemente, 
pela presença de Fernand Braudel (46-69); a terceira, traz uma fase marcada pela 
fragmentação e por exercer grande influência sobre a historiografia e sobre o público 
leitor, em abordagens que comumente chamamos de Nova História ou História Cultural. 
Considera o autor que, a partir da “Revolução Copernicana” na história, com 
Leopold Von Ranke, a história sociocultural foi re-marginalizada. Foi dada ênfase nas 
fontes dos arquivos, numa época em que os historiadores buscavam se profissionalizar 
e a história não política foi excluída. O século XIX ouviu vozes discordantes entre 
historiadores: 
o Michelet e Burckhardt 
 que propõem uma visão mais ampla da história. 
o Fustel de Coulanges e Marx 
 que ofereciam um paradigma histórico alternativo ao de 
Ranke. Historiadores econômicos foram os opositores mais 
bem organizados da história política. 
o Os fundadores da Sociologia - Comte, Spencer e Durkheim – 
 expressavam pontos de vista semelhantes. 
BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: 
Fundação Editora da UNESP, 1997, 153 páginas. Tradução Nilo Odalia. 
 
 
 
3 
No início do novo século, um movimento lançado por James Harvey Robinson 
sob a bandeira da “Nova História” defende que a história inclui qualquer traço ou vestígio 
das coisas que o homem fez ou pensou, desde o seu surgimento sobre a terra. Na 
França, a natureza da história tornou-se objeto de intenso debate e alguns historiadores 
políticos tinham concepções históricas mais abrangentes, a exemplo de 
o Ernest Lavisse 
 portanto, é inexato pensar que os historiadores profissionais 
desse período estivessem exclusivamente envolvidos com a 
narrativa dos acontecimentos políticos, como, por exemplo, 
 François Simiand 
 um economista seguidor de Durkheim, que promove um 
ataque a 
 Charles Seignobos 
 símbolo de tudo a que os reformadores se opunham. Tratava-
se, na verdade, de um ataque aos três ídolos da tribo dos 
historiadores: político, individual e cronológico. Ao mesmo 
tempo 
 Henri Berr 
o um grande empreendedor intelectual, lança o ideal de uma 
psicologia construída com a cooperação interdisciplinar, o que teve 
ressonância em Febvre e Bloch. 
 
Surge os Annales 
A escola dos Annales foi criado por um grupo de historiadores que teve como 
líderes Lucien Febvre e Marc Bloch, que tinham opiniões diferentes da historiografia 
tradicional (século XIX), do jeito que esse conhecimento era criado e passado, fazendo 
então a valorização do sujeito histórico, ou seja, o historiador. 
BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: 
Fundação Editora da UNESP, 1997, 153 páginas. Tradução Nilo Odalia. 
 
 
 
4 
De acordo com Burke, no final da Primeira Guerra, Febvre idealizou uma revista 
internacional dedicada à história econômica, mas o projeto foi abandonado. Em 1928, 
Bloch tomou a iniciativa de ressuscitar os planos da revista, agora francesa, com 
sucesso. Originalmente chamada Annales d´histoire économique et sociali, pretendia 
ser a difusora de uma abordagem nova e interdisciplinar da história, exercer uma 
liderança intelectual nos campos da história social e econômica, e preocupava-se com 
o problema do método no campo das ciências sociais. 
“O compromisso de Bloch com a geografia era maior do que 
Febvre,embora seu compromisso com a sociologia fosse maior. Contudo,ambos 
estavam pensando de uma maneira interdisciplinar”. (p. 18) 
Os Annales começou como uma revista de seita herética, depois da guerra, se 
tornou oficial. Aos poucos se converteu no centro de uma escola histórica que foi 
transmitida para escolas e universidades. 
A segunda geração dos Annales 
Foi protagonizada por Fernand Braudel que sucedeu Febvre como diretor efetivo 
da revista. Para Braudel, a contribuição especial do historiador às ciências sociais é a 
consciência de que todas as “estruturas” estão sujeitas a mudanças, mesmo que lentas. 
Ele desejava ver as coisas em sua inteireza, por isso era impaciente com fronteiras, 
separassem elas regiões ou ciências. Quando prisioneiro, durante a Segunda Guerra, 
Braudel teve a oportunidade de escreversua tese. Seus rascunhos eram remetidos 
para Febvre, de quem recebeu forte influência que o direcionaram para a geo-história. 
A obra com o título “o Mediterrâneo e Felipe II”, de grande dimensão, era dividida em 
três partes, cada uma exemplificando uma diferente forma de abordagem do passado: 
primeiro, uma história “quase sem tempo” da relação entre o “homem” e o ambiente; 
segundo, a história mutante da estrutura econômica, social e política e, terceiro, a 
trepidante história dos acontecimentos (a parte mais tradicional), corresponderia à idéia 
original de uma tese sobre a política exterior de Felipe II. O Mar é o herói do épico 
BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: 
Fundação Editora da UNESP, 1997, 153 páginas. Tradução Nilo Odalia. 
 
 
 
5 
braudeliano. Ele divide o tempo histórico em: geográfico, social e individual, realçando 
a longa duração. 
Nesse período a história das mentalidades foi marginalizada, tanto por Braudel 
não ter interesse por ela, quanto porque um número de historiadores franceses 
acreditava que a história social e econômica era mais importante do que outros 
aspectos do passado, também porque a nova abordagem quantitativa não encontrava 
no estudo das mentalidades a mesma sustentação oferecida pela estrutura 
socioeconômica. 
Uma outra grande contribuição da revista foi a expansão de conceitos e métodos 
que eles analisaram durante vários períodos históricos e de varias regiões, outra coisa 
foi o interesse de outras matérias como geografia, sociologia e antropologia pela revista 
e também o autor frisa que a contribuição individual de Bloch, Febvre e Braudel 
ajudaram muito a revista para que se torna-se uma revolução da historiografia. 
Nasce a Terceira Geração 
A terceira geração surge com a aposentadoria de Braudel em 1972 e com Jacques 
Le Goff assumindo a presidência da Escola. Esta geração acabou por abrir-se aos mais 
diversos temas, assim como, a aceitar ideias vindas do exterior - deixando de concentrar 
o centro do pensamento histórico em Paris, foi a primeira geração à incluir mulheres. 
As gerações anteriores haviam recebido críticas feministas por deixarem a mulher fora 
da história. 
A falta de uma figura principal como nas gerações anteriores, fez com que alguns 
comentadores falassem em uma fragmentação, pois alguns historiadores continuam 
explorando os mesmos caminhos da primeira e segunda geração, outros voltam à 
narrativa política e à dos eventos, enquanto alguns continuaram a praticar a história 
quantitativa. 
Porém, a prevalência de um policentrismo não ofuscou a redescoberta da história 
das mentalidades e a tentativa de empregar métodos quantitativos na história cultural. 
BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: 
Fundação Editora da UNESP, 1997, 153 páginas. Tradução Nilo Odalia. 
 
 
 
6 
Nos anos 70, surge uma corrente contrária à abordagem quantitativa, pois esta não 
encontrava no estudo das mentalidades a mesma sustentação oferecida pela estrutura 
socioeconômica, resultando assim, uma mudança antropológica, o retorno à política e 
o ressurgimento da narrativa. Através da redescoberta da história das mentalidades 
alguns historiadores passam a dedicar-se à temas até então, não explorados, como a 
infância, a família, o casamento, a sexualidade, a mulher, a morte, a cultura popular, 
etc. Quanto o retorno à política houve uma pressuposta negligência, pois Febvre e 
Braudel não deram grande importância à política nacional, enquanto grande número de 
historiadores envolveram-se com o Partido Comunista, no período pós-guerra. 
A terceira geração passa a exercer grande influência sobre a historiografia através 
da Nova História ou História Cultural. Segundo Burke a mudança de interesses dos 
intelectuais dos Annales, da base econômica para a cultural, seria uma reação contra 
Braudel e contra qualquer determinismo. 
Podemos concluir que a terceira geração dos Annales, foi fundamental para uma 
revolução no estudo da historiografia através da interdisciplinaridade, contribuindo para 
a expansão de conceitos e métodos analisados durante vários períodos históricos. 
Ainda conforme o texto de Burke, a terceira geração dos Annales foi marcada 
por mudanças intelectuais. O policentrismo (o centro do pensamento histórico estava 
em vários locais) permitiu a abertura para idéias vindas do exterior e a inclusão de novas 
temáticas. A ausência de um domínio temático fez com que alguns comentadores 
falassem numa fragmentação. Burke abordará três temas maiores: a redescoberta da 
história das mentalidades, a tentativa de empregar métodos quantitativos na história 
cultural e a reação contrária a tais métodos (quer tomem a forma de uma antropologia 
histórica, um retorno à política ou o ressurgimento da narrativa). A mudança de 
interesses dos intelectuais dos Annales, da base econômica para a “superestrutura” 
cultural – reação contra Braudel e contra qualquer determinismo - foi intitulada por Burke 
como um movimento “do porão ao sótão”. 
No interior do grupo dos Annales alguns historiadores sempre estiveram 
envolvidos com os fenômenos culturais e com a mentalidade. A nova abordagem 
BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: 
Fundação Editora da UNESP, 1997, 153 páginas. Tradução Nilo Odalia. 
 
 
 
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quantitativa (ou serial) não encontrava no estudo das mentalidades a mesma 
sustentação oferecida pela estrutura socioeconômica. Um artigo de Lucien Febvre 
(1941) mostra a importância do estudo das séries de documentos na longa duração, a 
fim de mapear mudanças. Também Gabriel Le Bras, Vovelle, Le Bras, interessaram-se 
por mensurar processos históricos. 
Nos anos 70 surge uma reação contrária à abordagem quantitativa, ao domínio 
da história estrutural e social, defendida pelos Annales, o que resulta na mudança 
antropológica, no retorno à política e no ressurgimento da narrativa. A conhecida crítica 
aos Annales é a sua pressuposta negligência ao tema política, mas ela não procede em 
relação a todos os componentes do grupo. A volta à política está também ligada ao 
ressurgimento do interesse pela narrativa dos eventos: história dos eventos e narrativa 
histórica. 
Conclusão 
Sobre os Annales muito são os trabalhos escritos, pelos críticos que defendem e 
aqueles que refutam sua proposta metodológica e seu objeto, de maneira que o tema 
pode parecer bastante explorado, porém, o livro de Peter Burke tem o mérito de 
apresentar sinteticamente e de maneira satisfatória a imensurável elaboração e 
contribuição das gerações dos Annales, numa só obra, servindo de partida 
indispensável para historiadores e historiadores da educação, que se ampararam em 
teorias advindas da História Cultural. A leitura desses dois livros, especialmente o de 
Burke, que narram a evolução da história e da historiografia francesa no século XX, 
evita a utilização errônea de alguns conceitos, hoje utilizados, o achatamento da história 
do século XX e da historiografia daí advinda, e o falso conflito entre a história cultural e 
a história marxista. 
A obra de Peter Burke é de fundamental importância para conhecermos não só 
como se constituiu o movimento dos Annales mas também observarmos que tipos de 
mudanças ele trouxe, como a interdisciplinaridade, que foi um dos principais objetivos 
clamados pelos seus fundadores, a história-problema, que deixa de lado a historia 
BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929-1989): a Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: 
Fundação Editora da UNESP, 1997, 153 páginas. Tradução Nilo Odalia. 
 
 
 
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factual e“imparcial” dos positivistas, o método da história serial, a história das 
mentalidades e principalmente o jeito de escrever a história, não mais dos grandes 
homens e seus feitos, mas das minorias, da cotidianidade, a história dos “esquecidos”, 
etc. Outra contribuição que Burke aponta é a enorme variedade de temas que são 
trabalhados pelos membros da Revista, trazendo novidades e qualidades a 
historiografia da época, por isso que o autor utiliza o termo Revolução para mostrar a 
mudança ocorrida na produção histórica da época. 
BIBLIOGRAFIA 
 http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/25/res04_25.pdf 
 http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Resenha-Do-Livro-a-Escola-Dos/54750432.html 
 http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Resenha-a-Terceira-Gera%C3%A7%C3%A3o-Dos-
Annales/726885.html 
 
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Resenha-Escola-Dos-Annales/7979.html 
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Os-Annales-Por-Pete-Burke/596295.html

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