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Processo Civil - PROFESSOR HÉRCULES - BRASÍLIA DF

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Direito Processual Civil I 
Referências bibliográficas 
 Curso de Direito Processual Civil Esquematizado. Marcos Vinicius. Ed. Saraiva. 
 Curso de Direito Processual Civil. Daniel Amorim. Juspodivm. 
 Curso de Direito Processual Civil. Luiz Guilherme Marinoni. Revista dos Tribunais. 
 Curso de Direito Processual Civil. Humberto Teordoro Júnior. Forense. 
 Curso de Direito Processual Civil. Fred Didier Júnior. Juspodivm. 
 Lições de Direito Processual Civil. Alexandre Freitas Câmara. 
 
09.02.18 
Competência 
Órgão investido de jurisdição é diferente de competência, na medida em que o órgão 
investido de jurisdição é pressuposto processual de existência subjetivo ligado ao juiz, ao 
passo que a competência constitui pressuposto processual de validade subjetivo ligado ao 
juiz, tornando a decisão judicial inválida quando proferida por juiz absolutamente 
incompetente. 
 Contextualização constitucional: garantia constitucional do juiz natural. 
 Perspectiva formal: ninguém será julgado ou processado por juízo ou tribunal de 
exceção. Toda pessoa somente será julgada por autoridade judiciária competente. 
A competência é conferida por norma abstrata, impessoal, vinculante e 
antecedente. 
 Perspectiva material ou substancial: a pessoa física do juiz obrigatoriamente deverá 
manter o seu dever de imparcialidade, não podendo julgar em situação de 
impedimento ou suspeição. 
 Natureza jurídica 
 Constitucional: trata-se de garantia constitucional do juiz natural em perspectiva 
formal (competência). 
 Processual: trata-se de pressuposto processual de validade subjetiva ligado ao 
tribunal ou juízo. 
 Momento da fixação (art. 43, CPC): fixa-se a competência do juízo no momento da 
distribuição da ação (vários juízes competentes) ou do registro da petição inicial (apenas 
um juiz com competência geral). 
 Sentença proferida por juiz absolutamente incompetente, apesar de inválida (violação 
ao princípio do juiz natural no aspecto formal) produzirá regulares efeitos enquanto não 
for revogada por órgão judicial competente, ou caçada pelo tribunal. 
 Competência Internacional 
 Competência Internacional Concorrente: será possível o processamento e julgamento 
de demandas judiciais na jurisdição brasileira e jurisdição estrangeira, não gerando 
litispendência entre as ações aí propostas especialmente quando envolver os seguintes 
temas: relacionado a obrigação a ser cumprida no Brasil; oriunda de ato ou fato ocorrido 
ou praticado no Brasil; relacionado ao réu (pessoa física ou jurídica) quando possuir 
domicílio no Brasil; se o credor de alimentos for brasileiro será possível ajuizar ações de 
alimentos no Brasil, como também quando o devedor de alimentos possuir 
propriedades, renda ou benefícios econômicos no Brasil, mesmo sendo estrangeiro; 
será possível propor ações no Brasil quando o consumidor possuir domicílio no Estado 
Brasileiro. 
 Arts.: 21 e 22, CPC 
 Cláusula de eleição de foro internacional: nos contratos internacionais será 
possível estipular cláusula de eleição de foro entre as partes delimitando o 
órgão jurisdicional competente para processamento e julgamento da 
demanda, situação em que deverá o réu, na contestação alegar a 
incompetência do juízo onde foi proposta a demanda sobre o fundamento 
de cláusula de eleição de foro internacional válida. 
 Não indução de litispendência: duas ações idênticas tramitando em 
Estados-nação diversos não provocará litispendência, nem mesmo 
obrigatoriedade de extinção da segunda ação proposta. 
 Competência Internacional Exclusiva (art. 23, CPC): obrigatoriamente as demandas 
judiciais deverão ser propostas no Brasil, excluindo, qualquer outra jurisdição 
internacional, especialmente na seguintes matérias: bens imóveis situados no Brasil 
(ação demarcatória, ação reivindicatória, ação de usucapião, ação demolitória); nas 
ações de inventário, divórcio, separação e reconhecimento de dissolução de união 
estável com patrimônio móvel ou imóvel situado no Brasil; cumprimento de testamento 
particular de bens situados no Brasil. 
 Sentença estrangeira que veicula matéria de competência exclusiva brasileira (art. 23, 
CPC), será existente, válida, entretanto, absolutamente ineficaz no Estado Brasileiro. 
 Cooperação Jurídica Internacional: a cooperação jurídica internacional é exigência 
constitucional para concretização de princípios constitucionais notadamente relacionados à 
defesa da paz, repúdio ao terrorismo e ao racismo, solução pacífica dos conflitos e a 
prevalência dos direitos humanos (art 4º, CF). 
 Pressupostos: exigência de tratado ou convenção internacional e, caso não exista, basta 
um pacto de reciprocidade para operacionalização da cooperação jurídica internacional. 
O pacto de reciprocidade é realizado por mecanismo informal diplomático sem que haja 
processo legislativo formal para alcançar sua finalidade. O tratado ou convenção 
internacional, por sua vez, exige processo legislativo formal composto: 
1) celebração da convenção pelo chefe de Estado que promoverá a negociação, 
discussão e conclusão do tratado internacional até a sua assinatura pelo Presidente da 
República; 
2) o Congresso Nacional deverá aprovar via decreto legislativo o tratado ou convenção 
internacional feito pelo Presidente da República (3/5 em dois turno e envolver direito 
humanos vale como norma constitucional, se não alcançar os 3/5 virá norma 
supralegal); 
3) troca ou depósito dos instrumentos de ratificação entre os chefes de Estado; 
4) promulgação por decreto presidencial visando a publicação e a executoriedade do 
tratado internacional do Brasil. Cuidado: ver art. 26, § 2º. 
16.02.18 
 Princípios básicos: 
 Respeito ao devido processo legal: consiste no acesso à ordem jurídica justa, 
de tal maneira que se observe as garantias fundamentais processuais 
referentes ao juiz natural, proibição do emprego de provas ilícitas no 
processo, respeito contraditório e a ampla defesa, prestação da tutela 
jurisdicional tempestiva e com efetividade e eficiência, paridade de atos e 
termos do processo, direito a um procedimento justo e adequado de acordo 
com as peculiaridades do direito lesionado. 
 Igualdade de tratamento: será necessário garantir assistência jurídica aos 
brasileiros e estrangeiros, bem como o acesso material à justiça, de tal 
maneira, que o interessado tenha acesso aos autos do processo e 
capacidade de se manifestar, garantindo-lhe o mínimo necessário a garantia 
dos seus direitos fundamentais. 
 Publicidade dos atos processuais: corresponde à garantia fundamental que 
permite o amplo acesso às informações, dados e conteúdos dispostos no 
processo, viabilizando o exercício pleno do contraditório e ampla defesa, 
além da fundamentação dos atos decisórios judiciais. 
 Restrição à publicidade: será possível e justificável restringir a 
publicidade dos atos e termos do processo às partes envolvidas, aos 
advogados constituídos, ao magistrado que avalia a causa e ao MP 
quando envolver intimidade e vida privada da pessoa e persistir 
interesse público relevante na causa que exija restrição (investigação de 
organizações criminosas, atos de terrorismo, temas de segurança 
nacional). 
 Espontaneidade na transmissão de informações: corresponde ao ato de 
cooperação realizada de maneira consensual e solidária na obtenção de 
informações e dados processuais, administrativos, históricos, culturais, de 
desenvolvimento e tecnologia, entre outros pleiteados pelo Estado-nação. 
 Autoridade Central: corresponde ao órgão responsável por receber e transmitir dados 
e informações entre os Estados-nação, viabilizando a cooperação jurídica internacional. 
 Se o Tratado ou ConvençãoInternacional não identificar a autoridade central, 
automaticamente o Ministério da Justiça será o órgão responsável pelo 
recebimento e transmissão de dados e informações. 
 Objeto: trata-se de rol exemplificativo, sendo possível a realização de quaisquer atos de 
cooperação, desde que não ofenda a ordem pública e a ordem jurídica constitucional. 
 Formas de Cooperação Jurídica Internacional: 
 Auxílio Indireto 
 Requisitos: trata-se de pedido de natureza administrativa de caráter não 
jurisdicional; não exige juízo de delibação da autoridade jurisdicional brasileira; 
inexiste pedido de cumprimento de carta rogatória ou de homologação de decisão 
estrangeira; não haverá intervenção judicial do STJ. 
 Auxílio Direto 
 Ativo: ocorre quando o Estado Brasileiro solicita a cooperação jurídica ao Estado 
estrangeiro por meio de sua autoridade central (Ministério da Justiça). 
 Exigência legal: encaminhamento para o Ministério da Justiça + tradução 
para língua oficial dos casos. 
 Passivo: ocorre quando o Estado estrangeiro solicita a cooperação ao Estado 
Brasileiro, sendo passível de execução direta pelo Ministério da Justiça (sem 
apoio jurisdicional), ou com pedido de apoio jurisdicional, encaminhando o 
pedido para AGU. 
 Sem apoio jurisdicional 
 Com apoio jurisdicional: ocorrerá na situação em que o Estado estrangeiro 
solicita o apoio ao Estado Brasileiro, devendo referido auxílio ter apoio 
jurisdicional sem que haja juízo de delibação, pois se trata de pedido de 
natureza administrativa. Exemplos: Pedido de desarquivamento de 
processos judiciais findos com envio das cópias ao Estado estrangeiro. 
 O Ministério da Justiça pede auxílio para a AGU. 
 Emprego: 
 Exemplos: obtenção de informações de processos judiciais ou 
administrativos findos ou em curso; colheita de provas; obtenção de 
informações históricas, culturais, tecnológicas e outras. 
 
Para cumprimento de decisões judiciais estrangeiras será necessário a intervenção do Poder 
Judiciário Brasileiro que realizará um juízo de delibação, a fim de avaliar apenas os aspectos 
formais que possibilitem ou não o cumprimento da decisão estrangeira, ordinariamente 
ocorrendo, nas cartas rogatórias e homologação de decisão estrangeira. 
 Carta Rogatória (decisão estrangeira com pedido de cumprimento) 
 Competência: STJ; 
 Pressupostos: cumprimento de decisão estrangeira; respeito ao princípio do devido 
processo legal; exige juízo de delibação da autoridade judicial brasileira; 
 Defesa processual possível: impugnação de aspectos formais relacionadas às 
garantias fundamentais de ordem processual; 
 Proibição (revisão meritória): não é aceitável revisão de mérito. 
 Exemplo: Inocente X Culpado; Credor X Devedor; 
 Aplicação às Decisões Interlocutórias e Medidas de Urgência: cabem também nas 
cartas rogatórias sem restrição; 
 Vedação à concessão do exequatur a carta rogatória: quando se tratar de 
competência exclusiva brasileira (art. 23, CPC). 
 Homologação de decisão estrangeira 
 Alcance: sentenças já transitadas em julgado e decisões de processos com caráter 
jurisdicional definitivas. 
 Requisitos: 
 Tradução para a língua oficial do Estado; 
 Exige autoridade judiciária competente; 
 Exige citação válida; 
 Não pode ofender a ordem pública brasileira; 
 Não admite ofensa a coisa julgada brasileira; 
 Exige que a decisão estrangeira tenha existência, validade e eficácia onde foi 
proferida. 
 Dispensa: sentença de divórcio consensual (sem litígio). 
 Tutelas de urgência: cabe pedido de tutela de urgência a depender da circunstância 
concreta. 
 Vedação: art. 23, CPC. 
 Cumprimento de decisão estrangeira (art. 109, X, CF/88) 
 Sentença estrangeira: Juiz Federal de 1ª instância. 
 O cumprimento será feito por juiz federal de 1ª instância, devendo ser instruída 
obrigatoriamente com a cópia autenticada da decisão homologatória proferida 
pelo STJ e da decisão do exequatur, também proferida pelo STJ. 
 Carta rogatória. 
 
Juízo de Mérito => Pedidos da ação => (Cognição plena) => Julgamento dos pedidos da ação 
 Deferimento integral 
 Deferimento parcial 
 Indeferimento 
 
 
 
 
 
Juízo de Delibação => Apenas avalia aspectos formais do processo, mas não julga o mérito da 
causa. 
 
 
 
 
 
 
-Efetivação do contraditório; 
-Produção efetiva de provas; 
-Manifestação das partes a 
respeito da prova produzida. 
-Respeito ao devido processo legal; 
-Respeito ao contraditório (citação válida); 
-Respeito à coisa julgada; 
-Respeito à ordem pública; 
-Autoridade judiciária competente; 
-Tradução do pedido para a língua oficial. 
 
 
 
Questões: 
1. Distinção científica entre auxílio direito e cumprimento de decisões estrangeiras. 
2. Diferenciar auxílio direto ativo e passivo, procurando identificar possíveis autoridades 
centrais. 
3. De quem é a competência para homologar a sentença estrangeira e ordenar o 
cumprimento da carta rogatória, identificando a natureza jurídica dessa competência. 
4. Fazer a diferenciação entre juízo de delibação e juízo de mérito e identificar os 
responsáveis na competência internacional e competência interna. 
 
23.02.2018 
Observações iniciais: ADVERTÊNCIA! 
 A petição inicial será dirigida ao órgão e não a pessoa física do juiz em razão da correção 
de um vício histórico, em que a petição inicial era dirigida ao juiz, pessoa física. O novo 
CPC expressamente determinada que a peça será dirigida ao juízo, sendo o art. 319, I. É 
errado identificar o órgão nos seguintes termos: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de 
Direito... Deve ser redigida ao juízo. 
 Competência não se confunde com atribuição! Pois a competência é exclusiva de órgão 
jurisdicional, ao passo que atribuição é conferida as demais autoridades, aqueles que 
não julgam processo judicial (ex. autoridade policial). 
 
Competência Interna 
1. Absoluta: trata-se de matéria que preserva o interesse público no processo, não 
podendo ser afastada pela vontade das partes, uma vez que se trata de matéria de 
ordem pública, apreciável de ofício pelo juiz, uma vez que envolve garantia 
constitucional aplicada ao processo (juiz natural), podendo ser alegada pelas partes a 
incompetência a qualquer tempo e grau de jurisdição, uma vez que essa matéria não 
gera preclusão. A incompetência absoluta é um vício processual tão grave que mesmo 
após o trânsito em julgado da sentença comporta ação rescisória no prazo de dois anos. 
Instrumento para alegação de incompetência absoluta: pode ser alegada por qualquer 
meio processual válido. Ex.: recurso, manifestações processuais simples, memoriais 
finais, alegação final, réplica, contestação, embargos de declaração. 
a. Critério Funcional 
i. Por Graus de Jurisdição 
1. Competência Funcional Originária: corresponderá ao órgão 
jurisdicional responsável pelo primeiro contato com os fatos e 
as provas, possibilitando o primeiro julgamento de mérito da 
causa. Ex.: juízes singulares, Tribunais de Justiça e até o STF, art. 
102, I, “a” até “r”, CF. 
2. Competência Funcional Revisora: ocorrerá quando os tribunais 
ou órgãos colegiados (turmas recursais) vierem a revisar as 
decisões proferidas em primeira instância, quando provocados 
mediante recursos e ações autônomas de impugnação. 
a. Ordinária: permite a revisão de fato, prova e de direito 
(ampla revisão). 
i. Apelação, agravo de instrumento, recurso 
ordinário constitucional. 
ii. STF: art. 102, II, “a” e “b”, CF. 
b. Extraordinária: Não admite revisão de matéria fática e 
probatória, mas apenas de direito. Súmula 07, STJ. 
i. RESP: STJ 
ii. REXT: STF (art. 102, III,CF). 
ii. Por Objeto do Juízo: corresponderá a situação em que um mesmo 
processo será apreciado e avaliado, de acordo com o objeto por dois 
órgãos jurisdicionais distintos, cada um exercendo a sua função 
constitucional. Ex.: Tribunal do Júri => Conselho de Sentença formado 
por sete jurados apreciará e julgará as matérias de fato e prova, 
enquanto o juiz presidente cuidará da matéria jurídica, presidindo os 
trabalho e conduzindo o processo de maneira organizada. Ex2: Nos 
Tribunais, a declaração incidente de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do poder público será feito, exclusivamente, pelo órgão 
pleno ou especial (art. 97 e 93, XI, CF). As turmas, câmaras ou sessões 
do Tribunal não poderão julgar o incidente de inconstitucionalidade 
ventilado no recurso, situação em que deverá aguardar o 
pronunciamento do órgão especial ou pleno para depois julgar o 
recurso. 
b. Critério Objetivo 
i. Em razão da matéria: nas capitais e regiões metropolitanas que vem a 
fixar a competência dos seus órgãos jurisdicionais por matéria (cível, 
criminal, violência doméstica, órfãos e sucessões, família, fazenda 
pública, registros públicos, etc.) a competência será absoluta, sendo 
proibido um juiz da vara criminal julgar matéria cível. 
ii. Em razão do valor da causa: a competência absoluta fixada em razão 
do valor da causa ocorre em duas hipóteses: existência de Juizado 
Especial Federal na localidade atrai todas as causas até o limite de 60 
salários mínimos, salvo as matérias veiculadas no art. 3º, § 1º, incisos I 
a IV da Lei nº 10.259/01; Quando existir na localidade Juizado Especial 
da Fazenda Pública, nas causas até 60 salários mínimos serão atraídas 
para referido órgão, sem possibilidade de modificação por vontade das 
partes. Nas causas que veicularem as matérias previstas no art. 2º, § 1º, 
incisos I, II e III da Lei nº 12.153/09, mesmo que a causa obedeça o valor 
de 60 salários mínimos será julgada na vara da Fazenda Pública e não 
no Juizado Especial da Fazenda Pública. 
1. Juizado Especial Federal (art. 3º, §3º, Lei nº 10.259/01): até 60 
salários mínimos. 
 Cuidado: art. 3º, § 1º, incisos I a IV (atrai a competência em 
razão da matéria, independentemente do valor) 
2. Juizado Especial da Fazenda Pública (art. 2º, § 4º, Lei 12.153): 
até 60 salários mínimos. 
 Cuidado: art. 2º, § 1º, incisos I, II e III (atrai a competência em 
razão da matéria, independentemente do valor). 
iii. Em razão da pessoa: trata-se de competência absoluta definida em 
razão da pessoa que participa do processo, tal como ocorre nas causas 
em que a União, autarquias públicas federais, fundações públicas 
federais venham a intervir na condição de autores, réus ou terceiros 
interessados, situação em que atrairá a competência da Justiça Federal 
de 1ª instância (art. 109, I, CF). 
c. Critério Territorial Absoluto: a competência territorial absoluta não permite a 
apreciação e julgamento por órgão diverso do estabelecido em lei, sob pena de 
nulidade absoluta da decisão. 
i. Direito imobiliário (art. 47, § 1º, segunda parte + §2º, NCPC): quando 
envolver direitos reais referentes a imóveis, envolvendo posse, 
propriedade, vizinhança, servidão e nunciação de obras novas atrairá a 
competência absoluta no foro do imóvel, não comportando exceção. 
Ex.: Ação demarcatória de terras, ação de usucapião, ação demolitória, 
ação de reintegração de posse, ação de manutenção de posse 
(turbação) e ação de interdito proibitório (ameaça). 
Deve-se tomar o cuidado na definição da competência quando envolver 
direito real imobiliário, pois ela pode ser relativa e absoluta, pois 
somente será absoluta quando envolver direito de propriedade, posse, 
divisão e demarcação de terras, servidão, vizinhança e nunciação de 
obra nova. Fora dessas matérias a competência será relativa, podendo 
a parte optar pelo foro de domicílio do réu ou foro de eleição. 
ii. Ação civil pública (Lei nº 7.347/85, art. 2º): só ocorre no foro da 
ocorrência do dano, sem exceção. Competência territorial absoluta. 
iii. Ações coletivas envolvendo idosos (Lei nº 10.741/03, art. 80): no foro 
de domicílio dos idosos, sem exceção. Quando for individual é relativa. 
iv. Ação civil envolvendo criança e adolescente em situação de risco (ECA, 
art. 147, I e II): o foro do representante legal (quando está com a 
criança); e na sua falta, onde for encontrado. Nas ações de guarda o 
foro competente será o local em que a criança se encontra, 
independentemente do domicílio dos seus pais. 
2. Relativa: trata-se de matéria que preserva o interesse privado no processo, devendo ser 
alegado pelo parte interessada na contestação, como matéria preliminar, sob pena de 
preclusão e prorrogação da competência no juízo relativamente incompetente, não 
sendo possível ao juiz apreciá-la de ofício, declinando de sua competência sem que haja 
provocação das partes, haja vista que se trata de matéria que preserva o interesse 
privado no processo. 
Advertência: a única situação em que o juiz declinará de sua incompetência relativa será 
na situação envolvendo cláusula de eleição de foro abusiva (vale para qualquer matéria 
civil e de consumidor). 
a. Critério objetivo: competência em razão do valor da causa (Lei nº 9.099/95, art. 
3º, I): até 40 salários mínimos. 
Nas demandas até 40 salários mínimos a parte interessada poderá escolher, 
entre o juizado especial cível e a vara cível, a seu critério, sendo que precisará 
constituir um advogado para ajuizar ação cível na vara cível, ao passo que nos 
juizados, até o limite de 20 salários mínimos não precisa de advogado. 
Cuidado: há também matérias nos juizados especiais cíveis que não são 
admitidas, quando envolver incapazes, matérias fiscais, matérias de natureza 
alimentar, acidente de trabalho e capacidade de pessoas, além de matérias que 
envolvam interesse da Fazenda Pública (§2º, art. 3º, da Lei 9.099) -> atração da 
competência em razão da matéria. 
b. Critério territorial: competência territorial relativa (art. 42 ao 53, art. 47, § 1º, 
primeira parte, todos do NCPC). 
02.03.2018 
Competência 
É competência do Estado Brasileiro? 
1) Pode ser que não seja. Ex.: crimes de genocídio e contra a humanidade que deverão ser 
julgados pelo Tribunal Penal Internacional. 
2) Caso positivo, deverá se questionar se a competência é originária de Tribunal ou órgão 
atípico (Senado Federal). 
Senado Federal julga crimes de responsabilidade -> altas autoridades (art. 52, I e II, CF) -> 
Presidente, Vice-Presidente, PGR, AGU. 
Competência originária de Tribunal Federal -> trata-se de competência funcional originária de 
tribunais, tais como: STF (art. 102, I, “a” a “r”, CF) e STJ (art. 105, I, “a” a “u”, CF). 
3) Caso não seja competência funcional originária de tribunal deve-se questionar se a 
competência é da justiça especializada militar, eleitoral ou trabalhista. 
4) Caso não seja competência da justiça especializada, atrairá a competência da justiça 
comum. Compete a justiça federal? (art. 109, CF). Caso não seja da competência da 
justiça federal, obrigatoriamente, será apreciada e julgada a demanda pela justiça 
comum estadual (residual). 
 
Competência Absoluta 
(Criada ou modificada por norma 
constitucional ou legal) 
Competência Relativa 
(Poderá ser modificada por vontade das 
partes) 
Omissão (inércia): prorrogação da 
competência no juízo relativamente 
incompetente; 
Atuação comissiva: 
 Cláusula de eleição de foro válida; 
 Escolher entre demandar nos 
juizados especiais cíveis ou justiça 
comum cível, nas causas até 40 S.M. 
Preservar interesse público no processo Tutela de interesses privados no processo 
Norma de ordempública (não pode ser 
afastada por vontade das partes) 
Poderá ser afastada por vontade das partes 
Não haverá preclusão dessa matéria Caso não seja arguida a incompetência 
relativa no tempo, modo e forma devidos 
haverá preclusão. 
Forma: alegá-la como preliminar da 
contestação; 
Tempo: 15 dias, contados da audiência de 
conciliação. 
Modo: capítulo na contestação: “Da 
incompetência relativa do juízo”. 
Pode ser alegada a qualquer tempo e grau de 
jurisdição 
 
Apreciada de ofício pelo juiz Não será apreciada de ofício pelo juiz, salvo 
se tratar de cláusula de eleição de foro 
abusiva. 
Incompetência gera nulidade absoluta da 
decisão, mas produz efeitos enquanto não for 
revogada ou cassada 
A incompetência relativa não gera nulidade 
da decisão judicial 
Competência: 
 Funcional: originária ou revisora 
 Em razão do valor da causa quando 
imposta por lei (não há escolha) 
 Em razão do território quando 
imposta por lei (não há escolha) 
Competência: 
 Em razão do valor da causa (admite 
escolha do jurisdicionado) -> Juizados 
especiais cíveis até 40 S.M. 
 Territorial (art. 42 ao 53, NCPC), 
ressalvado o art. 47, § 1º, segunda 
parte, NCPC) 
 
Justiça Arbitral: atuação restrita a situações envolvendo: 
 Direitos disponíveis; 
 Partes maiores e capazes; 
 Manifestação válida, regular e consensual de vontade -> não admite vícios de 
consentimento (erro, dolo e coação). 
Participação: 
 Cláusula compromissória: inserido no contrato, prestando-se para prevenir litígios; 
 Compromisso arbitral: já existe litígio e as partes acordam de remeter o litígio para 
a justiça arbitral. 
Competência Territorial Relativa 
Foro Comum: foro de domicílio do réu 
 Réu com mais de um domicílio: qualquer foro de um dos domicílios 
 Réu com domicílio incerto ou desconhecido: onde for encontrado ou foro do domicílio 
do autor 
 Réu sem residência ou domicílio no Brasil: foro do domicílio do autor 
 Dois ou mais réus com diferentes domicílios: foro de qualquer um dos réus 
 Exceção fiscal: no foro de domicílio ou residência do réu contribuinte 
Foros Diversos do Comum 
(1) Ações Reais envolvendo imóveis: 
a. Relativo: direitos obrigacionais: foro de domicílio do réu ou cláusula de eleição 
de foro. 
b. Absoluta: posse, propriedade, servidão, vizinhança, demarcação de terra ou 
nunciação de obra nova. 
(2) Inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposição de última vontade, 
impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e as ações em que o espólio for réu, 
ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro: 
 Regra: o foro de domicílio do falecido; 
 Autor da herança sem domicílio certo: onde se encontram os bens imóveis; 
 Autor sem domicílio certo e com bens imóveis em foros diversos: qualquer um 
dos foros que tenha bens imóveis. Onde não tiver bens imóveis, onde estiverem 
os bens móveis. 
(3) Ações em que o réu for ausente: no foro de domicílio do ausente. 
(4) Ações em que o réu for incapaz: no foro de seu representante legal (curador/ tutor/ 
pais). 
(5) Ações envolvendo a União: 
 União for autora: foro de domicílio do réu. 
 União for ré: foro de domicílio do autor ou do ato ou fato que gerou a demanda 
ou foro da situação da coisa. 
 Estados e DF forem autores: foro de domicílio do réu. 
 Estados e DF forem réus: foro de domicílio do autor ou do ato ou fato que gerou 
a demanda ou foro da situação da coisa. 
Foros especiais previstos no NCPC: 
(1) Ação de separação, divórcio, anulação de casamento, reconhecimento e dissolução de 
união estável: foro do domicílio do guardião dos filhos menores, não havendo filhos 
menores, o último foro de domicílio do casal e se ambos não morarem mais no último 
domicílio o foro de domicílio do réu. 
(2) Ação de aumentos: foro de domicílio do alimentando (recebe os alimentos) 
(3) Ações em que for ré pessoa jurídica: em regra na sua sede, mas poderá também, ser 
ajuizada na sua filial ou sucursal em que a pessoa contraiu a obrigação; 
(4) Ações em que for réu associações ou sociedade de fato: foro em que exerce sua 
atividade. 
(5) Ações de cumprimento de obrigação: foro em que deve ser cumprida a obrigação. 
(6) Ações individuais de direitos dos idosos: foro de domicílio do idoso. Se for ação 
coletiva envolve competência absoluta. 
(7) Ações contra a administrador ou gestor de negócios: foro onde exerce a administração 
ou gestão de negócios. 
(8) Ação de reparos de danos: foro do local do dano. 
a. Dano sofrido em razão de delito, acidente de trânsito e aeronaves: foro de 
domicílio ou foro do local onde ocorreu o acidente ou crime. 
b. Dano por ato praticado por serventia notarial ou de registro: foro onde se 
encontra a serventia. 
Foros especiais previstos em legislação especial 
 Relações de consumo: foro de domicílio do consumidor 
 Ações oriundas de contrato de representação (lei nº 4.886/65, art. 39): foro de 
domicílio do representante. 
o Verificar: ERESP nº 579.324/SC, 2ª seção 
Modificação de competência 
 Causas de modificação da competência relativa: conexão, continência, prorrogação e 
derrogação. 
Causas de modificação voluntária: 
(1) Prorrogação de competência: inércia, pois não arguiu a incompetência relativa do 
juízo. 
(2) Derrogação (foro de eleição): 
a. Abusividade: declinar de ofício sua competência para o foro de domicílio do 
réu. 
b. Momento de declinação da competência: antes da citação do réu. Se for 
depois da citação só o réu pode alegar a incompetência relativa. 
c. Obrigatoriedade (NCPC, art. 10): intimar o autor para se manifestar. 
d. Foro de eleição internacional: pode acontecer em contratos internacionais. 
e. Restrição legal (art. 23, NCPC): se a competência internacional for exclusiva do 
Brasil torna a cláusula de foro de eleição ineficaz. 
o Cuidado: se a ação for coletiva envolve competência absoluta. 
 
09.03.2018 
Causas Legais de Modificação da Competência 
 Conexão 
o Acepção Legal: pluralidade da demanda + vínculo que as une (comunhão de 
causa de pedir e pedidos). 
 NCPC, art. 55. 
o Acepção Científica: concepção legal se mostra insuficiente 
1. Identidade da relação jurídica de Direito Material: havendo 
pluralidade de demandas, ainda que a causa de pedir e pedidos sejam 
distintos, será possível a existência de conexão desde que haja uma 
identidade de relação jurídica de direito material, cujos os resultados 
de julgamento afetarão cada ação reciprocamente. 
 Inventário Investigação da paternidade 
Causa de Pedir Falecimento + bens Existência de relacionamento 
físico-sexual gerador de uma 
gravidez 
Pedido Partilha dos bens entre 
herdeiros 
Conhecimento da 
paternidade 
Resultado 2 filhos do casamento + 1 
fora: 1/3 
Positivo: há vínculo biológico: 
herdeiro necessário 
2 filhos: cada um receberá ½ Negativo: não é filho 
 
2. Conexão por prejudicialidade: quando a questão prejudicial contida 
em uma ação afetar o resultado de outra ação estaremos diante da 
conexão externa por prejudialidade. 
- Causa prejudicial (questão prejudicial) -> causa prejudicada. 
- Questão prejudicial: questão logicamente antecedente que 
subordina e condiciona o julgamento de mérito da própria ação ou de 
outra. 
Causa prejudicial Causa prejudicada 
Negatória de paternidade Ação de alimentos 
Ação revisional do contrato Execução extrajudicial do contrato 
Ação de consignação em pagamento Ação de cobrança de preço locatício 
 
1ª regra: obrigatoriedade de reunião dos processos em um mesmo juízo com competência 
material a fim de se evitar decisões conflitantes ou contraditórias. 
E quem será o órgão jurisdicionalresponsável? Será responsável o juízo prevento, identificado 
diretamente pelo registro ou protocolo da primeira ação, seja na distribuição (mais de um juiz 
com a mesma competência) da petição inicial ou de registro (único juiz da comarca). 
Advertência: Na conexão e na continência o juízo promoverá a reunião de processos 
oficiosamente, ainda que as partes nada falem, pois se trata de causa legal de modificação da 
competência. Nas causas voluntárias de modificação da competência (prorrogação e 
derrogação) o juiz não declinará sua competência de ofício, pois depende de provocação da 
parte interessada, salvo quando se tratar de cláusula de eleição de foro abusiva, em que o juiz 
de ofício declinará sua competência para o foro de domicílio do réu. 
2ª regra: somente haverá conexão entre juízes com a mesma competência material e funcional, 
desde que estejam no mesmo grau de jurisdição. Não há conexão quando houver trânsito em 
julgado de uma ação. Os efeitos da coisa julgada material poderão prejudicar a ação em curso a 
depender do conteúdo da decisão. 
Distinção entre questão prejudicial homogênea e heterogênea: as questões prejudiciais 
homogêneas ocorrem em juízos com a mesma competência material, sendo possível a reunião 
de processos em um mesmo juízo prevento, ao passo que a questão prejudicial heterogênea 
ocorre com juízos de competência material diversos (cível/criminal), não sendo possível a 
reunião de processos por prevenção. A questão prejudicial heterogênea afetará o processo civil, 
pois será possível a suspeição do processo civil enquanto a matéria não for apreciada no juízo 
criminal, devendo o prazo de suspensão não ser superior a um ano sob pena do juízo cível ou de 
família julgar a matéria. 
Termo inicial da suspensão do processo civil: contará a partir do despacho de suspensão, 
devendo o autor da ação penal vir a ajuizá-la no prazo de três meses. 
 Formas de alegação: 
o Autor: na petição inicial 
o Réu: na contestação 
3. Conexão por preliminariedade: 
- Questão preliminar: questão logicamente antecedente capaz de 
gerar um obstáculo temporário a apreciação do mérito, mas não 
subordina e nem condiciona o julgamento do mérito. Ex.: falta de 
capacidade processual da parte, existência de litispendência, 
afetação parcial da ação da coisa julgada e suspeição ou impedimento 
do juiz. 
- Afeta questão relacionada à validade do processo. Ex.: Ação de 
investigação de paternidade proposta contra juiz de família, cujo 
autor é advogado e tem várias ações em curso nesse juízo de família. 
 Conflito de competência 
o Conflito positivo: ocorre quando dois ou mais órgãos jurisdicionais se julgam 
competentes para apreciar uma mesma demanda. 
o Conflito negativo: ocorre quando dois ou mais órgãos jurisdicionais se julgam 
incompetentes para apreciar e julgar a demanda. 
o Regras de definição 
 Juízos submetidos ao mesmo tribunal: quem julgará o conflito de 
competência será o próprio tribunal em que o juízes se encontrem 
vinculados. 
 Juízos submetidos a tribunais diversos: na circunstância de existir 
conflito de competência entre juízes ou órgãos de tribunais diversos 
quem será responsável por decidir o conflito de competência será o STJ. 
Exceção: enunciado 180 da súmula do STJ -> Juiz de direito X Juiz do 
trabalho, quem julga é o Tribunal Regional do Trabalho. 
 Conflito envolvendo Tribunal Superior: quem julgará conflito de 
competência será o STF (art. 102, II, “o”, CF). 
o Incidente de Deslocamento de Competência (IDC): ocorrerá nas situações de 
grave violação aos direitos humanos, em que o Estado Federativo, por meio de 
seus órgãos apresenta desempenho insuficiente, moroso e ineficiente na 
investigação e aplicação das medidas punitivas, situação em que o PGR deverá 
propor o incidente de deslocamento de competência perante o STJ, cujo o 
julgamento, caso seja acolhido, deslocará a competência para a justiça federal 
de 1ª instância. 
Legitimidade: PGR; 
Competência para julgar: STJ; 
Resultado: acolhimento do IDC, a causa será remetida para a justiça federal; 
Impugnação: envolve matérias de fato, prova e de direito; 
Fundamento: violação grave de Direitos Humanos, cuja ineficiência das 
investigações e problemas processuais na justiça estadual se mostre evidente. 
4. Continência 
o Definição: corresponde a uma conexão superqualificada, pois o objeto de uma 
ação (pedidos) englobam o da ação menor, variando as consequências de 
acordo com o momento em que a ação continente foi proposta. 
Divórcio Patrícia (Ação Continente) 
Objeto maior: há mais pedidos ou englobam 
a ação contida 
Divórcio Uildon (Ação Contida) 
Divórcio Divórcio 
Guarda dos filhos menores Guarda dos filhos menores 
Regulamentação das visitas paternas Regulamentação das visitas paternas 
Alimentos para os filhos menores Alimentos para os filhos menores 
Alimentos para si 
Retomada do nome de solteira 
Partilha dos bens 
 
o Consequências 
 Ação continente proposta anteriormente à ação contida: extinção da 
ação contida sem julgamento do mérito. 
 Ação continente proposta posteriormente à ação contida: reunião das 
ações no juízo prevento. 
5. Imóvel situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção 
judiciária: nas ações envolvendo conflitos de propriedade, posse, 
vizinhança, servidão, demarcação e nunciação de obra nova 
envolvendo loteamentos em mais de uma comarca, estado, seção ou 
subseção judiciária a competência territorial do juízo prevento se 
estenderá sobre a totalidade do imóvel. 
16.03.18 
DAS PARTES E DOS PROCURADORES 
Capacidade de ser parte 
 Natureza jurídica: pressuposto processual de existência subjetiva. 
 Identificação: pode ser parte no processo pessoas físicas, capazes, incapazes absoluta 
ou relativamente, pessoas jurídicas com personalidade, sociedade de fato, sociedade 
irregular, espólio, massa falida, condomínio, órgãos públicos e privados. 
 Não se exige capacidade de ser parte: jamais será parte do processo animais, natimorto 
e pessoa que venha a falecer. 
 Parte do réu para que o processo exista: bastará a provocação do autor para que o 
processo exista, não se exigindo a presença de um réu diretamente na ação para que o 
processo exista, tal como ocorre em separação consensual, divórcio consensual, 
inventário consensual, declaração de ausência e ações abstratas de controle de 
constitucionalidade (ADI, ADCON...). 
Capacidade processual (pressuposto processual de validade subjetivo) 
 Definição: corresponde a aptidão de atuar com autonomia e independência no 
processo, sem que haja condicionantes ao exercício de poderes e faculdades 
processuais. Capacidade de fato ou de exercício tem distinção. 
 Distinção da capacidade de fato ou exercício: trata da capacidade de direito material 
conferida a pessoa de praticar atos na vida civil sem representação ou assistência de 
ninguém. 
o Pessoa com capacidade processual e sem capacidade de fato ou de exercício. 
Ex.: ação popular ajuizada por menor já com 16 anos alistado eleitoralmente em 
pleno gozo dos seus direitos políticos; Por apelado que pede o levantamento da 
interdição ou curatela. 
o Tem capacidade de fato ou de exercício e não tem capacidade processual. Ex.: 
ações reais imobiliárias ajuizada por pessoa casada (e não seja separação de 
bens); Ação demolitória; Ação demarcatória; Ação reivindicatória; Ação de 
cancelamento de hipoteca. 
 Teoria da presentação (órgão interno) ≠ representação (externo): A teoria da 
presentação corresponde a teoria do órgão em que determine que a pessoa jurídica 
pública ou privada se faça presente por meio de seu órgão, não havendo representação 
nessa situação, mas apenaspresentação. EX. art. 75, I, II, III, VIII, X, CPC. 
 Consequência da incapacidade processual: diante da situação de incapacidade 
processual deverá o juiz suspender o processo e conceder um prazo razoável para que 
o vício seja corrigido, caso a parte nada faça, ocorrerão as seguintes consequências: se 
for autor o processo será extinto sem julgamento do mérito por falta de pressuposto 
processual de validade; se for o réu será reputado revel; se for terceiro interessado, caso 
a intervenção seja voluntária será excluído do processo, se for involuntária seja 
reputado revel. 
 Capacidade processual das pessoas casadas: se a pessoa não for casada no regime de 
separação de bens convencional ou legal, dependerá a autorização do outro para propor 
ações que digam respeito a direito real imobiliário. Se houver autorização o processo 
seguirá normalmente, mas não havendo autorização ou na impossibilidade de prestá-la 
dependerá de suprimento judicial de consentimento (Art. 1649, CC). 
*Consentimento presumido: o juiz intimará o outro cônjuge para se manifestar, se não 
houver manifestação ocorrerá o consentimento tácito ou presumido (Fred Didier 
Júnior). 
*Quando forem demandados, nas ações reais imobiliárias, na composse, nas ações 
fundadas em dívidas contraídas a bem da família e nas ações sobre fato que diga 
respeito a ambos se formará o litisconsórcio necessário passivo. 
o Direitos 
 Reais imobiliários 
 Composse 
 Formação de litisconsórcio passivo necessário 
 Consequências processuais: 
o Sem prova do consentimento: intimação do cônjuge 
o Negativa ou impossibilidade de prestar consentimento: juiz precisa autorizar 
(ação de suprimento judicial de consentimento, art. 1649, CC) 
o Com prova do consentimento: processo segue o curso normal 
 Curador especial: 
o Incapacidade processual suprida por curador especial: será exercida pela 
Defensoria Pública em situações de vulnerabilidade processual nos casos 
previstos em lei. 
o Hipóteses de incidência: incapaz sem representante legal => colidência de 
interesse entre o incapaz e o seu representante; reconhecimento de união 
estável pós morte ajuizada pela mãe contra o filho menor; réu preso revel 
enquanto não nomeia o seu advogado; ao réu revel citado por edital ou por hora 
certa, pois existe uma presunção ficta de que foi citado exigindo para a 
perfectilização do contraditório a nomeação de curador especial. 
Capacidade Postulatória: é a aptidão de criar, modificar ou extinguir atos no processo. 
 Capacidade postulatória ordinária: conferida a pessoa com conhecimento técnico e 
habilitação para se manifestar no processo. Ex.: defensores; advogados não impedidos, 
não suspensos, não cassados e não incompatibilizados; membros do MP; advocacia 
público-privada. 
o Atuação 
 Regular 
 Procuração ad judicia: procuração com poderes comuns. 
 Procuração ad judicia et extra: procuração com poderes 
especiais. 
*Procuração: instrumento de mandato judicial. 
Mandante (cliente): outorga poderes ao advogado. 
Mandatário (advogado particular): recebe os poderes do 
mandante. 
*Poderes comuns (recorrer, alegar, embargar, impugnar, 
apresentar provas, sustentação oral) ou especiais (receber, 
quitar, transigir, renúncia a direitos, desistência, pedir 
gratuidade da justiça). 
 Extraordinária: atuação sem procuração. O advogado pode atuar sem 
procuração temporariamente em situações para se evitar preclusão, 
decadência, prescrição e para prática de atos urgentes. Prazo: 15 dias, 
prorrogável a critério do juiz por mais 15 dias uma única vez. 
*Inércia para o autor gera a extinção do processo sem mérito, para o 
réu revelia. 
 Causa própria: indica a inscrição na Ordem e o endereço do escritório. 
 Direito do advogado (lei 8.906/94, art. 7º) 
 Capacidade postulatória extraordinária: para pessoas sem aptidão técnica-profissional, 
mas a lei lhe permite atuar em processo sem advogado. Ex.: Juizado especial cível até 
20 salários mínimos, oferecimento de reclamação trabalhista, impetração de Habeas 
corpus e juizado especial federal até 60 salários mínimos. 
 Sucessão de procuradores: troca de advogados 
o Ato inter vivos 
 Revogação: ato do mandante que exclui os poderes do mandatário 
advogado. 
 Renúncia ao mandato: ato do advogado mandatário que renúncia aos 
poderes conferidos pelo mandante. Requisitos: notificação obrigatória 
ao cliente, por AR ou e-mail, e a juntada desse comprovante no 
processo e ainda ficará trabalhando 10 dias no processo para evitar 
perda dos direitos do mandante gratuitamente. 
o Causa morte do advogado: se o advogado falece, mas existem outros advogados 
com procuração, o processo prosseguirá regularmente. Cuidado: caso o 
advogado atue sozinho, aí sim o juiz irá suspender o processo e conferir um 
prazo razoável para a parte nomear um novo advogado. Se ficar inerte, sendo 
autor o processo será extinto sem julgamento de mérito, se for o réu será 
reputado revel. 
SUCESSÃO PROCESSUAL 
Trata-se da situação jurídica em que uma pessoa física ou jurídica venha a sair definitivamente 
da relação processual vindo a ser sucedida por outra pessoa (sucessor). 
Pessoa física 
 Inter vivos (art. 109, NCPC): opera-se a sucessão processual de pessoa física por ato 
entre vivos quando, no curso do processo, venha a ocorrer a alienação da coisa litigiosa 
e o adquirente venha a suceder o alienante, em razão da expressa anuência da parte 
contrária. 
o Se a parte a contrária não anuir o alienante permanecerá na relação processual, 
atuando em nome próprio na defesa dos direitos do adquirente (legitimação 
extraordinária superveniente). 
o Não havendo anuência da parte contrária, o adquirente poderá intervir na 
relação processual como assistente litisconsorcial, procurando defender os seus 
direitos e interesses. 
 Causa morte 
* Consequências jurídico-processuais da morte de pessoa física no processo 
o Espólio: opera-se a sucessão processual pela morte da pessoa física, 
especialmente nas relações envolvendo o patrimônio do falecido em que será 
sucedido pelo seu espólio (universalidade de direitos de uma pessoa dotada de 
valor econômico). Questões patrimoniais antes da partilha da herança. 
 Se houver partilha nos bens deixados pelo falecido com a definição do 
quinhão hereditário de cada herdeiro, haverá a sucessão processual na 
pessoa dos herdeiros (sucessores). 
o Herdeiros 
*Suscitação de dúvida (processo de habilitação – NCPC, arts. 687 a 692): 
persistindo dúvidas quanto à identificação dos herdeiros será necessário propor 
ação de habilitação, a qual suspenderá o processo principal enquanto não 
transitar em julgado a sentença do processo de habilitação. Nessa situação o 
juiz citará os herdeiros para responder, não havendo impugnação a pessoa será 
habilitada como herdeiro, caso contrário o juiz abrirá a instrução processual e 
decidirá acerca da habilitação. 
 Caráter extrapatrimonial: nas ações envolvendo direitos 
extrapatrimoniais, eventual morte da pessoa física caberá sucessão 
processual diretamente pelos seus herdeiros e não pelo seu espólio. Ex.: 
Ação de investigação de paternidade contra o suposto pai que vem a 
falecer e ação reconhecimento de dissolução de união estável contra 
pessoa que venha a falecer no curso do processo. 
 Caráter patrimonial: após a partilha da herança. Nas ações patrimoniais 
em que a parte venha a falecer, caso haja a partilha da herança deixada, 
haverá sucessão direta pelos herdeiros. 
o Impossibilidade de sucessão processual: nas ações personalíssimas não haverá 
sucessão processual, mas sim extinção do processo sem resolução de mérito 
(divórcio, separação, ações de alteração deestado). 
Pessoa jurídica 
 Incorporação: a incorporadora sucederá a pessoa jurídica incorporada na relação 
processual 
o Falecido o réu 
o Falecido o autor 
 Ação intransmissível 
 Ação transmissível 
 Fusão: quando duas pessoas jurídicas distintas vem a se fundir criando uma nova, haverá 
sucessão processual pela nova pessoa jurídica. 
o Falecido o advogado 
o Consequências da ausência de nomeação 
 Autor 
 Réu 
Legitimação 
 Ordinária 
o Compreensão: corresponde a situação processual em que a parte atua em nome 
próprio para defesa de direito e interesses próprios. 
o Eventualidade de confusão com mérito (posse, crédito...): em determinadas 
situações a ausência de legitimidade ordinária se confunde com o mérito da 
ação, tal como ocorre nas seguinte situações: reconhecimento da ausência do 
direito de posse e propriedade e de crédito de determinada pessoa não 
conduzirá apenas a falta de legitimidade, mas a improcedência do pedido 
confundindo-se com o próprio mérito. 
 A ausência de legitimidade conduz a própria improcedência do pedido. 
o Compreensão do art. 485, VI, CPC: como a ausência de legitimidade ordinária 
pode se confundir com o mérito da causa a extinção do processo sem resolução 
do mérito só ocorrerá para legitimação extraordinária (Fredie Didier Júnior). 
 Extraordinária 
o Compreensão: ocorrerá quando determinada pessoa atua em nome próprio 
para defesa de direito e interesse alheio, em razão de expressa autorização no 
ordenamento jurídico. 
o Fonte: será o próprio ordenamento jurídico brasileiro. 
o Espécies 
 Legitimação extraordinária autônoma: o legitimado extraordinário 
conduzirá o processo sozinho sem que haja necessidade de atuação do 
legitimado ordinário. Ex.: defesa dos direitos difusos ou coletivos. 
 Legitimação extraordinária subordinada: o legitimado extraordinário 
atuará como assistente simples do legitimado ordinário, encontrando-
se subordinado à vontade do assistido (legitimado ordinário), não 
podendo atuar sozinho de forma nenhuma no processo. 
 Legitimação extraordinária concorrente: corresponde à situação em 
que vários legitimados poderão atuar em nome próprio para defesa de 
direito e interesse alheio. 
 Lei nº 10.741/03, art. 81, I, II e III; Lei nº 8.560/92, art. 2º, § 6º; 
NCPC, art. 616; Lei 7.347/85, art. 5º, caput. 
 Legitimação extraordinária subsidiária: o legitimado extraordinário 
somente atuará na condução do processo quando houver negligência, 
omissão e falta de cumprimento das diligências julgadas necessárias ao 
regular prosseguimento do feito. Ex.: MP conduzindo ação popular de 
cidadão que veio a abandoná-la. 
 Lei 10.741/03, art. 81, § 2º; Lei nº 4.717, art. 9º; Lei nº 7.435/85, 
art. 5º, § 3º. 
 Legitimação extraordinária superveniente: o alienante ou cedente que 
vem a vender a coisa ou ceder o direito no curso do processo 
permanecerá na relação processual como legitimado extraordinário, 
atuando em nome próprio para defender direito e interesse do 
adquirente ou cessionário, quando não houver anuência da parte 
contrária. 
 Legitimação extraordinária negocial 
 Durante o processo 
 Antes do processo 
o Legitimação extraordinária ativa 
 Concorrente 
 Exclusiva 
 Cuidado: Exigência de notificação do réu para 
direito relativo. 
o Legitimação extraordinária passiva 
 Restrição por deliberação unilateral 
 Ausência de restrição para deliberação 
conjunta 
 Ampliação: legitimação passiva concorrente. 
o Distinção científica 
 Substituição processual: é uma modalidade de legitimação 
extraordinária autônoma e exclusiva em que somente o legitimado 
extraordinário poderá conduzir o processo. 
 Sucessão processual: na legitimação extraordinária não há 
deslocamento de sujeitos no processo, enquanto na sucessão 
processual o sucedido sai da relação processual e os sucessores entram 
em seu lugar. 
 Representação: representante processual jamais será parte do 
processo, enquanto o legitimado extraordinário é parte integrante do 
processo. 
 Legitimidade ordinária: o legitimado extraordinário não poderá dispor dos direitos 
materiais nem mesmo renunciar a algo que não lhe pertence, razão pela qual ele poderá 
apenas conduzir o processo defendendo os direitos e interesses alheios. 
 Legitimidade alternativa (súmula 714/STF): nos crimes contra a honra de servidor 
público, a legitimidade terá variação de acordo com a vontade do ofendido, ou seja, se 
o servidor ofendido oferecer queixa-crime (ação penal privada) a legitimidade será sua 
como ofendido, entretanto se oferecer uma representação criminal junto ao MP, a 
legitimidade da ação penal pública será do MP. 
 Legitimidade: 
o Total: a pessoa terá ampla legitimidade para se manifestar no processo principal 
e incidentes processuais. 
o Parcial: legitimidade restrita aos incidentes processuais. Ex.: arguição de 
suspeição e impedimento pelo juiz ou MP. 
 Legitimidade: 
o Originária: é aquela em que a pessoa já nasce com aquela situação jurídica 
definida. 
o Derivada: decorre da alienação de coisa litigiosa ou sessão de direitos em litígio, 
criando-se uma legitimidade derivada conferida ao adquirente ou cessionário. 
 Legitimidade: 
o Isolada: basta determinada pessoa. 
o Conjunta: exige um litisconsórcio necessário. Ex.: Casal. 
 Legitimidade: 
o Concorrente: mais de uma pessoa poderá pleitear direitos em juízo. 
o Exclusiva: somente aquela determinada pessoa poderá exigir determinada 
pretensão em juízo. 
06.04.18 
Litisconsórcio 
 Compreensão: pluralidade de sujeitos em uma mesma relação jurídica-processual. 
 Objetivos: evita a pulverização de demandas individuais, eficiência processual e 
economia processual. 
 Prazo: há possibilidade de dobrar o prazo processual para recorrer, se manifestar nos 
autos, contestar, desde que: 
o Os advogados sejam distintos para os litisconsortes; 
o Os advogados sejam de escritórios distintos; 
o Exigência de processo físico, pois o eletrônico não tem prazo em dobro. 
 Classificação: 
o Quanto à posição ocupada: 
 Litisconsórcio ativo: situação em que tem vários autores contra um 
mesmo réu na mesma relação jurídica-processual. 
 Litisconsórcio passivo: consiste em vários réus em uma mesma relação 
processual quando demandados por um autor. 
 Litisconsórcio recíproco ou misto: vários autores e vários réus na 
mesma relação jurídica-processual. 
o Quanto ao momento de sua formação 
 Litisconsórcio originário (inicial): a situação de litisconsórcio é 
identificada no ajuizamento da ação, por isso é chamado de 
litisconsórcio inicial. 
 Litisconsórcio superveniente (ulterior): a formação do litisconsórcio 
ocorrerá no curso do processo, tal como ocorre nas seguintes situações: 
chamamento ao processo, denunciação da lide, sucessão processual 
(ex.: investigação de paternidade onde o suposto pai venha a falecer 
deixando vários herdeiros). 
o Quanto ao direito material discutido: 
 Litisconsórcio unitário: ocorrerá na situação em que a decisão será 
uniforme para todos os litisconsortes, tendo em vista que a relação 
jurídica de direito material além de uma é indivisível, não comportando 
decisão divergente entre os litisconsortes. 
 Regras de identificação 
o Os litisconsortes discutem quantas relações jurídicas? 
Se houver várias relações jurídicas, o litisconsórcio será 
simples, entretanto, se houver apenas uma relação 
jurídica deve-se questionar se ela é divisível ou 
indivisível, pois se for divisível o litisconsórcio será 
simples, ao passo se for indivisível será litisconsórcio 
unitário. 
o Esta única relação jurídica é indivisível? Sim. Litisconsórcio simples (comum) 
 Tratamento: permite um tratamento jurídico distinto e 
independente para cada litisconsorte, cuja decisão será 
qualitativa e quantitativamente diferente para cada 
litisconsorte, conforme a situação concreta. 
 Regime de tratamento 
o Condutas determinantes: corresponde a conduta que 
geram um prejuízo no processo, tais como: confissão, 
desistência da ação, renúncia ao direito, ausência de 
contestação. 
o Condutas alternativas: corresponde a conduta 
processual que gera um benefício. Ex.: interposição de 
recurso, oferecimento de contestação, produção de 
provas. 
 Regras: 
o Conduta determinante de um litisconsórcio não 
prejudica o outro: independente do tipo do 
litisconsorte. 
o No litisconsórcio unitário a conduta alternativa de um 
beneficia o outro: em razão da uniformidade da 
decisão. 
o No litisconsórcio simples a conduta alternativa de um 
não beneficia o outro, salvo uma prova produzida que 
beneficie a todos (princípio da comunhão das provas). 
o Quanto à formação 
 Litisconsórcio necessário: corresponde ao litisconsórcio que se faz 
obrigatório na relação jurídica-processual, seja por imposição legal, seja 
em razão da indivisibilidade da relação jurídica de direito material e até 
mesmo por força de negócio jurídico processual. 
 Imposição legal: art. 73, §1º, CPC; art. 246, §3º, CPC; art. 574, 
CPC. Na ação demarcatória e na ação de usucapião deve-se 
obrigatoriamente citar os vizinhos confinantes. E nas ações 
envolvendo direitos reais imobiliários se faz obrigatório o 
litisconsórcio com o outro cônjuge. 
 Obs.: O litisconsórcio por imposição legal tende a ser 
litisconsórcio simples. 
 Natureza da relação jurídica: quando a relação jurídica de direito 
material se mostrar uma e indivisível se formará um litisconsórcio 
unitário e também necessário quando for no polo passivo da demanda. 
 Em regra, todo litisconsórcio unitário passivo será necessário. 
o Exceção (litisconsórcio unitário passivo facultativo) 
 Devedores solidários de obrigação indivisível 
(CC, art. 275); 
 Litisconsórcio entre réu ausente e adquirente 
da coisa litigiosa (art. 109, §2º, CPC). 
A (pode escolher demandar de B ou C) => 
B(alienante) => C(adquirente) 
 Alienação de bem litigioso 
(Decisão uniforme para os litisconsortes: 
litisconsortes unitário; Litisconsórcio passivo: 
alienante e adquirente; Litisconsórcio 
facultativo: adquirente da coisa litigiosa só 
ingressa na relação processual se quiser). 
 Por força de negócio jurídico processual: será possível 
estabelecer o litisconsórcio necessário por força de um negócio 
jurídico processual, desde que se trata de partes maiores e 
capazes, envolva direitos que admita auto composição, haja 
consensualidade e voluntariedade entre as partes, não ofenda 
a ordem pública e não transgrida direitos e garantias 
constitucionais. Ex.: situação em que se exige litisconsórcio 
necessário entre os contrates para revisão e execução do 
contrato. 
 Questão polêmica 
o Litisconsórcio necessário ativo: a doutrina majoritária 
entende não ser possível a formação de litisconsórcio 
necessário no polo ativo da demanda, uma vez que 
afetaria o direito fundamental de ação na medida em 
que se exige que outra pessoa venha a litigar em 
conjunto com o demandante, gerando um certo 
impedimento ao exercício do direito de ação. 
 Por força de lei (Lei nº 6.404/76, art. 159, §4º): 
para se propor uma ação de responsabilidade 
contra o administrador de uma sociedade 
anônima será necessário obter 5% do capital 
votante, especialmente quanto a assembleia 
não autorizar, exigindo-se a formação de um 
litisconsórcio necessário ativo por força de lei. 
 Por interpretação do STJ (RESP nº1.222.822): 
na ação de revisão de mútuo bancário de 
imóveis o STJ exigiu a formação de um 
litisconsórcio necessário atípico dos cônjuges. 
 Consequência de sentença proferida sem citação de 
litisconsórcio necessário 
o Litisconsórcio necessário unitário: ausência de citação 
de litisconsorte unitário tornará nula a decisão judicial 
quando envolver litisconsórcio necessário, pois não há 
lógica de que uma decisão uniforme venha a alcançar e 
prejudicar quem não participou do processo 
o Litisconsórcio necessário simples: a ausência de citação 
do litisconsorte provocará apenas a ineficácia da 
decisão judicial para aquele que não participou do 
processo, mas será válida e eficaz para aquele que 
participou. 
 Litisconsórcio facultativo 
 Fundamentos: o litisconsórcio se formará em razão da livre 
manifestação de vontade da parte que pretende participar do processo, 
podendo ocorrer por comunhão de interesses e direitos, por conexão 
da causa de pedir ou de pedidos e até mesmo por afinidade de questões 
de um ponto comum de fato ou de direito. 
 Formas: 
o Litisconsórcio por comunhão 
o Litisconsórcio por conexão 
o Litisconsórcio por afinidade (impróprio) 
 Litisconsórcio facultativo unitário: ocorrerá na formação do 
litisconsórcio ativo, pois ninguém será obrigado a demandar em 
conjunto com o outro, razão pela qual mesmo que o 
litisconsórcio seja unitário, será facultativo quando envolver 
vários autores. Essa interpretação resolve o problema 
constitucional relativo ao direito fundamental de ação. 
o Polo ativo da demanda (regra). 
 Coisa julgada e litisconsórcio facultativo unitário 
o 1ª Corrente (Barbosa Moreira e Ada Pelegrini): os 
efeitos da coisa julgada alcançaram os litisconsortes 
unitários e mesmo aqueles que não participaram, pois 
a relação jurídica de direito material será una e 
indivisível, exigindo um tratamento uniforme da 
matéria. 
o 2ª Corrente (Leibman e Eduardo Talamini): a coisa 
julgada não alcança terceiros que não participaram do 
processo, mesmo se tratando de relação jurídica de 
direito material una e indivisível. 
o 3ª Corrente (Leonardo Greco): os efeitos da coisa 
julgada somente alcançaram terceiros se for para 
beneficiar, caso contrário (prejudicar), não poderá, pois 
violaria o contraditório e a ampla defesa prejudicando 
terceiros que sequer exerceram o contraditório e a 
ampla defesa. 
 
13.04.18 
Litisconsórcio Multitudinário: trata-se de litisconsórcio facultativo em que um grande número 
de partes vem a propor ou responder a demanda, sendo ordinariamente necessária a limitação 
do número de litigantes no processo. Se for litisconsórcio necessário não há como limitar o 
número de litigantes. 
 Limitação 
o Judicial: o magistrado oficiosamente excluirá a parcela excessiva de 
litisconsortes quando causar prejuízo a celeridade do processo e ao direito de 
defesa da parte contrária. 
o Voluntária: ocorrerá por expresso pedido da parte que se sentir prejudicada 
com o número excessivo de litigantes. 
 Consequências processuais da limitação voluntária: 
 Interrupção para oferecimento no prazo de resposta processual, 
somente iniciando o prazo após a publicação da decisão que julgou o 
pedido o pedido de limitação dos litisconsortes. 
 Interrupção do prazo prescricional que retroagirá a data do ajuizamento 
da ação. 
 Os litisconsortes excluídos que vierem a propor nova ação será 
distribuída por prevenção ao juiz (prevento) que o excluiu. 
 Cuidado! Litisconsórcio Multitudinário Ativo Unitário: a doutrina tem compreendido 
que não cabe limitação do litisconsórcio multitudinário ativo unitário, uma vez que a 
indivisibilidade da relação jurídica de direito material exigirá uma decisão uniforme para 
todos os litisconsortes, sendo que os efeitos da coisa julgada o atingirão, não sendo 
prudente a limitação. 
Intervenção IussusIudicis (provocada por juiz) 
 Cabimento: é a intervenção realizada oficiosamente pelo juiz quando observar a 
ausência de litisconsórcio necessário, situação em que intimará a parte interessada para 
integrar ao feito o litisconsorte necessário ausente. 
 Aplicação legal (art. 114, CPC) 
Intervenção Litisconsorcial Voluntária 
 Sinônimo de assistência litisconsorcial: parte da doutrina entende que se trata de uma 
intervenção de terceiro que pretende auxiliar a parte autora a obter êxito na demanda, 
uma vez que também possui direito material envolvido e caso o autor ganhe a ação ele 
também se beneficiará. 
 Sinônimo de litisconsórcio ativo ulterior facultativo simples: parte da doutrina entende 
que se trata de litisconsórcio de “carona”, pois ingressa (como parte) em uma ação que 
está em curso por sua própria deliberação em razão de uma situação de conexão ou 
afinidade de questões que o beneficiará. Ex.: obtenção de liminar favorável em 
concursos públicos em que o candidato interessado possui o mesmo interesse. 
o Intervenção não permitida (doutrina majoritária): viola o princípio de juiz 
natural. 
o Intervenção permitida (doutrina minoritária): provoca eficiência jurídica e 
igualdade. 
Intervenção de terceiros 
 Compreensão: corresponde a situação processual em que se admite a intervenção de 
um terceiro por expressa autorização legal nos processos de conhecimento e até de 
execução, possibilitando economia e eficiência processual, evitando a pulverização de 
demandas e auxiliando a prestação jurisdicional de qualidade. 
 Intervenção de terceiros: 
o Espontânea (voluntária): assistência simples ou litisconsorcial, recurso de 
terceiro prejudicado, amicus curiae. 
o Provocada: o terceiro participa compulsoriamente, mesmo sem querer. 
Denunciação da lide e chamamento ao processo. 
 Incidente processual: o terceiro intervém em uma relação processual em curso criando 
um incidente que será apreciado pelo juiz. 
 Características: 
o Economia processual: evita a propositura de ações individuais pelos terceiros 
que se sentem prejudicados. 
o Evita decisões contraditórias: será o mesmo juiz que apreciará a situação do 
terceiro. 
o Razoável duração do processo 
o Ampliação: 
 Subjetiva da demanda: aumento o número de sujeitos participantes no 
processo sem alterar os pedidos. Aplicação: Chamamento ao processo 
e a assistência. 
 Objetiva da demanda: inclusão de novo pedido feito pelo terceiro. 
Aplicação: denunciação da lide e incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica. 
o Controle jurisdicional: somente caberá intervenção de terceiro diante da 
existência de interesse jurídico, excluindo-se aqueles pedidos de intervenção 
baseados em interesse afetivo/íntimo, interesse puramente econômico, 
interesse político e social, situação em que o juiz realizará o controle da 
legitimidade interventiva. 
o Momento 
 Regular: admite-se, em regra, a intervenção de terceiros até o limite da 
fase de saneamento do processo. 
 Exceções: o assistente poderá intervir em qualquer momento do 
processo, recebendo-o no estado em que se encontra. E também o 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
o Prazo: em dobro para processos físicos quando tiver diferentes procuradores 
(advogados) de escritórios distintos. 
Assistência: corresponde a intervenção de terceiros espontânea em que o terceiro (assistente) 
procura auxiliar uma das partes, em função de possuir interesse jurídico na causa, já que a 
decisão ali proferida pode afetar os seus direitos e interesses. 
 Características: 
o Voluntária; 
o Finalidade de auxiliar as partes; 
o Existência de interesse jurídico. 
 Cabimento: caberá assistência nos processos de conhecimento, salvo o juizado especial 
cível e as ações abstratas de constitucionalidade (ADI, ADcon, ADPF). 
 Restrição 
o Legal: Lei nº 9.099/95, art. 10 e Lei 9.868/99, art. 7º 
o Jurisprudencial: Não cabe assistência no Mandado de Segurança 
 Procedimento: o terceiro deduzirá um pedido no processo e o juiz avaliará a sua 
legitimidade interventiva, caso não aceite será sumariamente excluído; caso haja 
interesse jurídico aparente o juiz intimará a parte contrária para se manifestar em 15 
dias, situação em que decidirá pela intervenção ou não. 
 Recurso: agravo de instrumento (art. 1.015, IX, CPC). 
 Espécies: 
o Assistência Litisconsorcial (ou qualificada) 
 Caracterização: trata-se de assistência qualificada em que o assistente 
(terceiro) vem a intervir na relação processual, uma vez que possui 
direitos materiais envolvidos na relação, tendo uma relação direta com 
a parte contrária. Os efeitos da coisa julgada material atingem o 
assistente litisconsorcial, pois é tratado como parte. 
 Natureza jurídica controvertida 
 Litisconsórcio ulterior facultativo unitário (Didier): recebe 
tratamento de parte no processo. 
 Assistente (Arruda Alvim): atua como terceiro que intervém no 
processo. 
 Aplicação: 
 Condômino que ingressa em ação de anulação de assembleia a 
fim de assistir o autor condômino. 
 Acionista que venha a propor ação de responsabilidade civil 
contra o administrador em razão de administração ruinosa, 
havendo intervenção de outros acionistas como assistente do 
autor. 
 Eficácia dos atos de disposição: para que se processe renuncia parcial 
ou total, transação e desistência será necessário a participação e 
anuência do assistente litisconsorcial, uma vez que possui direitos e 
interesses envolvidos na demanda, sendo importante a sua 
participação no ato. 
 Tratamento jurídico do assistente litisconsorcial: será tratado como se 
parte fosse, uma vez que possui relação jurídica de direito material com 
a parte contrária. 
 
20.04.18 
(Continuação) 
o Assistência Simples 
 Compreensão: trata-se de intervenção de terceiro espontânea em que 
o assistente (terceiro) vem a auxiliar o assistido, pois possui interesse 
jurídico na vitória do assistido, na medida em que tem uma relação 
subordinada ou conexa com o assistido e caso o assistido venha a 
perder a demanda principal afetará reflexamente o assistente. 
 Características: 
 Ampliação subjetiva da demanda; 
 Intervenção voluntária; 
 Existência de relação conexa ou subordinada; 
 Entre o assistente e a parte contrária inexiste relação jurídica 
de direito material, caso existisse seria litisconsorcial. 
 Função: o assistente atuará na defesa dos direitos e interesses do 
assistido atuando como o legitimado extraordinário subordinado, cuja 
a principal função é auxiliar e defender os interesses do assistido. 
 Atuação condicionada: o assistente atuará de acordo com a vontade do 
assistido, subordinando-se diretamente à vontade expressa do 
assistido. 
 Prática dos atos processuais 
 Pelo assistente 
o Permissão: poderá se manifestar nos autos a qualquer 
tempo, produzir provas, interpor recursos, apresentar 
alegações finais (memoriais). 
o Proibição: não poderá opor defesa de incompetência 
relativa do juízo, não poderá arguir suspeição do juízo, 
não poderá oferecer reconvenção e não poderá se opor 
à vontade expressa do assistido (o assistido pode 
sozinho transigir, fazer acordos, desistir da ação, 
renunciar ao direito de fundamentação). 
 Omissão 
o Ato-fato processual (não expressa vontade do 
assistido): a simples omissão do assistido que não 
expresse uma vontade implícita conferirá ao assistente 
ampla liberdade de atuação na defesa dos direitos e 
interesses do assistido. Ex.: o assistido é condenado, 
não paga o valor da condenação e também não recorre. 
Nesse caso, o assistente pode recorrer, interpor 
apelação. 
o Negocial– expressa vontade do assistido - (arts. 337, 
§6º e 1000): é a omissão que expressa a vontade do 
assistido, não sendo possível o assistente contrariá-la. 
Ex.: o assistido foi condenado por sentença e recolheu 
o valor da condenação em juízo sem interpor recurso 
da sentença. O assistente não pode apelar nessa 
situação. 
 Revelia do assistido: a ausência de contestação do assistido ou 
a apresentação intempestiva da contestação provocará a 
revelia do assistido, situação em que o assistente terá ampla 
liberdade para contestar e produzir provas, desde que dentro 
do prazo. 
o Eficácia dos atos dispositivos na assistência simples: o assistido poderá desistir, 
renunciar, transigir, reconhecer a procedência do pedido, sem que haja 
necessidade de anuência do assistente simples. 
o Eficácia preclusiva da decisão: os fundamentos de fato e prova proclamados na 
sentença da relação principal vinculará o assistente em qualquer outra relação 
processual que venha a discutir o mesmo fato, não podendo o assistente alegar 
desconhecimento ou inventar outra história. 
 Justiça da decisão: fundamentos de fato e prova da relação principal. 
 Restrição à eficácia preclusiva da decisão: o assistente não estará 
vinculado à justiça da decisão (fundamentos de fato e prova) quando o 
assistido impediu o assistente de produzir provas ou por dolo ou culpa 
não se valeu de provas ou alegações que ajudariam o assistente. 
 Exceção: defesa de má gestão processual (exceptio mali gesti 
processus) -> assistido. 
Coisa Julgada Material e Assistência 
 Simples: não será alcançado pela coisa julgada, na medida em que os pedidos julgados 
na sentença se relacionam ao direito material operado entre assistido e a parte 
contrária. 
 Litisconsorcial: em razão de possuir direitos materiais envolvidos com a parte contrária 
os efeitos da coisa julgada material o alcançará. 
Eficácia preclusiva da decisão (efeitos processuais do art. 123, NCPC) 
 1º Posicionamento (Baptista da Silva) – negativo: segundo a doutrina majoritária, o 
assistente litisconsorcial é tratado como litisconsorte, sendo parte na relação jurídica de 
direito material, razão pela qual somente os efeitos da coisa julgada material o 
alcançarão, não se vinculando ao fundamentos da decisão (justiça da decisão). 
 2º Posicionamento (Arruda Alvim) – positivo: segundo a doutrina minoritária o 
assistente litisconsorcial será considerado assistente, devendo os fundamentos de fato 
e prova (justiça da decisão) o alcançar sendo aplicável a ele o artigo 123. 
Chamamento ao processo 
 Compreensão: corresponde a intervenção de terceiro provocada e coercitiva em que o 
terceiro (chamante - devedor em juízo) convoca os demais codevedores (chamados) a 
participarem da relação processual. 
 Finalidade: integrar ao processo os demais codevedores. 
 Cabimento (Direito de reembolso): caberá nos processos de conhecimento quando o 
chamante (devedor em juízo) tenha direito de ser reembolsado contra o chamado 
(codevedores que ainda não participaram do processo). 
 Legitimado: a parte requerida (devedor em juízo) promoverá o chamamento aos demais 
codevedores solidários. 
 Natureza jurídica: trata-se de litisconsórcio passivo ulterior facultativo. 
 Prazo: terá o prazo de 30 dias para promover o chamamento ao processo se for na 
mesma comarca, se for em comarcas distintas ou outra sessão judiciária será 60 dias. 
 Desarmonia entre o direito processual e o direito material civil (CCB, art. 275 x NCPC, 
art. 130): o Código Civil permite ao credor de dívida solidária cobrar apenas um devedor 
solidário sobre a dívida toda, entretanto, o CPC permite ao devedor requerido chamar 
os demais codevedores ao processo, contrariando a vontade inicial do credor. 
 Consequências do chamante que quitou a dívida (CCB, art. 831): o chamante que pagou 
a dívida se subrrogará nos direitos do credor, podendo executar no mesmo processo, os 
demais codevedores solidários na sua respectiva quota-parte. 
 Hipóteses de cabimento: 
o Ação promovida pelo credor contra o fiador: o fiador chamará ao processo o 
afiançado e os demais fiadores. 
o Ação promovida pelo credor contra apenas um dos fiadores: o fiador 
(chamante) chamará os demais fiadores e o afiançado. 
o Ação promovida pelo credor contra um dos devedores: chamará os demais 
devedores solidários. 
 Curiosidade jurisprudencial (Agravo Regimental no RE nº 607.381): o STJ entendeu que 
o chamamento ao processo somente caberá para obrigações pecuniárias, não se 
prestando para obrigações de fazer como no caso de fornecimento de medicamentos 
de alto custo em que o estado (chamante) veio a chamar ao processo a União 
(chamado). 
27.04.18 
Amicus curiae 
o Pressupostos 
 Alternativos: constitui pressupostos alternativos os seguintes: 
 Relevância da matéria, cujo o debate transcende o interesse 
individual das partes possuindo relevância social, jurídica, 
econômica e política; 
 Especificidade da matéria discutida: o qual exige relevante 
conhecimento técnico ou científico da matéria. 
 Existência de repercussão social da controvérsia caracterizada 
pela qualificada discussão e divergência de opiniões sobre a 
matéria com elevada repercussão nos processos individuais e 
coletivos. 
 Cumulativo: a pessoa jurídica ou física deverá possuir relevante 
conhecimento técnico e científico da matéria debatida com 
reconhecimento da comunidade acadêmica, reconhecimento social e 
jurídico e até político-institucional. 
 Associação Médica Brasileira, IBDFAM, CNBB, FUNAI. 
o Admissão: a intervenção do amicus curiae poderá provocada, de ofício pelo juiz 
ou espontânea, quando o próprio amicus curiae voluntariamente intervém no 
processo. O amicus curiae terá ampla liberdade de suas manifestações, 
autonomia e independência não estando condicionado aos requerimentos e 
pedidos das partes, sendo admitido no processo por decisão irrecorrível do 
magistrado ou relator. 
Atos do juiz: 
1) Despacho: não possui conteúdo decisório, mas constitui mero ato de impulso do processo 
-> não cabe recurso em despacho; 
2) Sentença (juiz singular) / Acórdão (órgão colegiado): ato jurisdicional decisório que 
obrigatoriamente encerrará com etapa ou fase do processo de conhecimento ou de 
execução. 
 Definitiva – meritória – julgamento de pedidos; 
 Terminativas – sem mérito, art. 485, CPC – não julgou os pedidos). 
Cabe recurso: 
 Regra: Apelação 
 Exceção: Recurso Ordinário Constitucional: STJ (art. 105, II, “c”, CF) e STF (102, 
II, “b”, CF). 
3) Decisão interlocutória: corresponde a ato jurisdicional decisório que não provoca o 
encerramento de fase ou etapa do processo de conhecimento ou de execução, sendo 
passível de existir em várias decisões interlocutórias no processo. 
 Imediatamente recorríveis: agravo de instrumento (art. 1.015, NCPC); 
 Não são imediatamente recorríveis (art. 1.009, § único) => matérias alegadas 
como matéria preliminar de recurso de apelação. 
 
o Poderes processuais do Amicus curiae: poderá se manifestar no processo, fazer 
sua sustentação oral, opor embargos declaratórios em situação de omissão, 
contradição ou obscuridade, e excepcionalmente, recorrer nos incidentes de 
resolução de demandas repetitivas. 
o Emprego: cabe para ações individuais, ações coletivas e, também, para as ações 
abstratas. 
o Interesse institucional: não se confunde com o interesse afetivo, moral, 
econômico e político, pois o amicus curiae intervém para defender o interesse 
da instituição o qual congrega. 
o Momento de admissibilidade 
 Doutrina (Gustavo Rodrigues): poderá intervir desde que seja antes do 
julgamento. 
 STF: um amicus curiae terá como limite de sua

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