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Direito Processual Civil I Referências bibliográficas Curso de Direito Processual Civil Esquematizado. Marcos Vinicius. Ed. Saraiva. Curso de Direito Processual Civil. Daniel Amorim. Juspodivm. Curso de Direito Processual Civil. Luiz Guilherme Marinoni. Revista dos Tribunais. Curso de Direito Processual Civil. Humberto Teordoro Júnior. Forense. Curso de Direito Processual Civil. Fred Didier Júnior. Juspodivm. Lições de Direito Processual Civil. Alexandre Freitas Câmara. 09.02.18 Competência Órgão investido de jurisdição é diferente de competência, na medida em que o órgão investido de jurisdição é pressuposto processual de existência subjetivo ligado ao juiz, ao passo que a competência constitui pressuposto processual de validade subjetivo ligado ao juiz, tornando a decisão judicial inválida quando proferida por juiz absolutamente incompetente. Contextualização constitucional: garantia constitucional do juiz natural. Perspectiva formal: ninguém será julgado ou processado por juízo ou tribunal de exceção. Toda pessoa somente será julgada por autoridade judiciária competente. A competência é conferida por norma abstrata, impessoal, vinculante e antecedente. Perspectiva material ou substancial: a pessoa física do juiz obrigatoriamente deverá manter o seu dever de imparcialidade, não podendo julgar em situação de impedimento ou suspeição. Natureza jurídica Constitucional: trata-se de garantia constitucional do juiz natural em perspectiva formal (competência). Processual: trata-se de pressuposto processual de validade subjetiva ligado ao tribunal ou juízo. Momento da fixação (art. 43, CPC): fixa-se a competência do juízo no momento da distribuição da ação (vários juízes competentes) ou do registro da petição inicial (apenas um juiz com competência geral). Sentença proferida por juiz absolutamente incompetente, apesar de inválida (violação ao princípio do juiz natural no aspecto formal) produzirá regulares efeitos enquanto não for revogada por órgão judicial competente, ou caçada pelo tribunal. Competência Internacional Competência Internacional Concorrente: será possível o processamento e julgamento de demandas judiciais na jurisdição brasileira e jurisdição estrangeira, não gerando litispendência entre as ações aí propostas especialmente quando envolver os seguintes temas: relacionado a obrigação a ser cumprida no Brasil; oriunda de ato ou fato ocorrido ou praticado no Brasil; relacionado ao réu (pessoa física ou jurídica) quando possuir domicílio no Brasil; se o credor de alimentos for brasileiro será possível ajuizar ações de alimentos no Brasil, como também quando o devedor de alimentos possuir propriedades, renda ou benefícios econômicos no Brasil, mesmo sendo estrangeiro; será possível propor ações no Brasil quando o consumidor possuir domicílio no Estado Brasileiro. Arts.: 21 e 22, CPC Cláusula de eleição de foro internacional: nos contratos internacionais será possível estipular cláusula de eleição de foro entre as partes delimitando o órgão jurisdicional competente para processamento e julgamento da demanda, situação em que deverá o réu, na contestação alegar a incompetência do juízo onde foi proposta a demanda sobre o fundamento de cláusula de eleição de foro internacional válida. Não indução de litispendência: duas ações idênticas tramitando em Estados-nação diversos não provocará litispendência, nem mesmo obrigatoriedade de extinção da segunda ação proposta. Competência Internacional Exclusiva (art. 23, CPC): obrigatoriamente as demandas judiciais deverão ser propostas no Brasil, excluindo, qualquer outra jurisdição internacional, especialmente na seguintes matérias: bens imóveis situados no Brasil (ação demarcatória, ação reivindicatória, ação de usucapião, ação demolitória); nas ações de inventário, divórcio, separação e reconhecimento de dissolução de união estável com patrimônio móvel ou imóvel situado no Brasil; cumprimento de testamento particular de bens situados no Brasil. Sentença estrangeira que veicula matéria de competência exclusiva brasileira (art. 23, CPC), será existente, válida, entretanto, absolutamente ineficaz no Estado Brasileiro. Cooperação Jurídica Internacional: a cooperação jurídica internacional é exigência constitucional para concretização de princípios constitucionais notadamente relacionados à defesa da paz, repúdio ao terrorismo e ao racismo, solução pacífica dos conflitos e a prevalência dos direitos humanos (art 4º, CF). Pressupostos: exigência de tratado ou convenção internacional e, caso não exista, basta um pacto de reciprocidade para operacionalização da cooperação jurídica internacional. O pacto de reciprocidade é realizado por mecanismo informal diplomático sem que haja processo legislativo formal para alcançar sua finalidade. O tratado ou convenção internacional, por sua vez, exige processo legislativo formal composto: 1) celebração da convenção pelo chefe de Estado que promoverá a negociação, discussão e conclusão do tratado internacional até a sua assinatura pelo Presidente da República; 2) o Congresso Nacional deverá aprovar via decreto legislativo o tratado ou convenção internacional feito pelo Presidente da República (3/5 em dois turno e envolver direito humanos vale como norma constitucional, se não alcançar os 3/5 virá norma supralegal); 3) troca ou depósito dos instrumentos de ratificação entre os chefes de Estado; 4) promulgação por decreto presidencial visando a publicação e a executoriedade do tratado internacional do Brasil. Cuidado: ver art. 26, § 2º. 16.02.18 Princípios básicos: Respeito ao devido processo legal: consiste no acesso à ordem jurídica justa, de tal maneira que se observe as garantias fundamentais processuais referentes ao juiz natural, proibição do emprego de provas ilícitas no processo, respeito contraditório e a ampla defesa, prestação da tutela jurisdicional tempestiva e com efetividade e eficiência, paridade de atos e termos do processo, direito a um procedimento justo e adequado de acordo com as peculiaridades do direito lesionado. Igualdade de tratamento: será necessário garantir assistência jurídica aos brasileiros e estrangeiros, bem como o acesso material à justiça, de tal maneira, que o interessado tenha acesso aos autos do processo e capacidade de se manifestar, garantindo-lhe o mínimo necessário a garantia dos seus direitos fundamentais. Publicidade dos atos processuais: corresponde à garantia fundamental que permite o amplo acesso às informações, dados e conteúdos dispostos no processo, viabilizando o exercício pleno do contraditório e ampla defesa, além da fundamentação dos atos decisórios judiciais. Restrição à publicidade: será possível e justificável restringir a publicidade dos atos e termos do processo às partes envolvidas, aos advogados constituídos, ao magistrado que avalia a causa e ao MP quando envolver intimidade e vida privada da pessoa e persistir interesse público relevante na causa que exija restrição (investigação de organizações criminosas, atos de terrorismo, temas de segurança nacional). Espontaneidade na transmissão de informações: corresponde ao ato de cooperação realizada de maneira consensual e solidária na obtenção de informações e dados processuais, administrativos, históricos, culturais, de desenvolvimento e tecnologia, entre outros pleiteados pelo Estado-nação. Autoridade Central: corresponde ao órgão responsável por receber e transmitir dados e informações entre os Estados-nação, viabilizando a cooperação jurídica internacional. Se o Tratado ou ConvençãoInternacional não identificar a autoridade central, automaticamente o Ministério da Justiça será o órgão responsável pelo recebimento e transmissão de dados e informações. Objeto: trata-se de rol exemplificativo, sendo possível a realização de quaisquer atos de cooperação, desde que não ofenda a ordem pública e a ordem jurídica constitucional. Formas de Cooperação Jurídica Internacional: Auxílio Indireto Requisitos: trata-se de pedido de natureza administrativa de caráter não jurisdicional; não exige juízo de delibação da autoridade jurisdicional brasileira; inexiste pedido de cumprimento de carta rogatória ou de homologação de decisão estrangeira; não haverá intervenção judicial do STJ. Auxílio Direto Ativo: ocorre quando o Estado Brasileiro solicita a cooperação jurídica ao Estado estrangeiro por meio de sua autoridade central (Ministério da Justiça). Exigência legal: encaminhamento para o Ministério da Justiça + tradução para língua oficial dos casos. Passivo: ocorre quando o Estado estrangeiro solicita a cooperação ao Estado Brasileiro, sendo passível de execução direta pelo Ministério da Justiça (sem apoio jurisdicional), ou com pedido de apoio jurisdicional, encaminhando o pedido para AGU. Sem apoio jurisdicional Com apoio jurisdicional: ocorrerá na situação em que o Estado estrangeiro solicita o apoio ao Estado Brasileiro, devendo referido auxílio ter apoio jurisdicional sem que haja juízo de delibação, pois se trata de pedido de natureza administrativa. Exemplos: Pedido de desarquivamento de processos judiciais findos com envio das cópias ao Estado estrangeiro. O Ministério da Justiça pede auxílio para a AGU. Emprego: Exemplos: obtenção de informações de processos judiciais ou administrativos findos ou em curso; colheita de provas; obtenção de informações históricas, culturais, tecnológicas e outras. Para cumprimento de decisões judiciais estrangeiras será necessário a intervenção do Poder Judiciário Brasileiro que realizará um juízo de delibação, a fim de avaliar apenas os aspectos formais que possibilitem ou não o cumprimento da decisão estrangeira, ordinariamente ocorrendo, nas cartas rogatórias e homologação de decisão estrangeira. Carta Rogatória (decisão estrangeira com pedido de cumprimento) Competência: STJ; Pressupostos: cumprimento de decisão estrangeira; respeito ao princípio do devido processo legal; exige juízo de delibação da autoridade judicial brasileira; Defesa processual possível: impugnação de aspectos formais relacionadas às garantias fundamentais de ordem processual; Proibição (revisão meritória): não é aceitável revisão de mérito. Exemplo: Inocente X Culpado; Credor X Devedor; Aplicação às Decisões Interlocutórias e Medidas de Urgência: cabem também nas cartas rogatórias sem restrição; Vedação à concessão do exequatur a carta rogatória: quando se tratar de competência exclusiva brasileira (art. 23, CPC). Homologação de decisão estrangeira Alcance: sentenças já transitadas em julgado e decisões de processos com caráter jurisdicional definitivas. Requisitos: Tradução para a língua oficial do Estado; Exige autoridade judiciária competente; Exige citação válida; Não pode ofender a ordem pública brasileira; Não admite ofensa a coisa julgada brasileira; Exige que a decisão estrangeira tenha existência, validade e eficácia onde foi proferida. Dispensa: sentença de divórcio consensual (sem litígio). Tutelas de urgência: cabe pedido de tutela de urgência a depender da circunstância concreta. Vedação: art. 23, CPC. Cumprimento de decisão estrangeira (art. 109, X, CF/88) Sentença estrangeira: Juiz Federal de 1ª instância. O cumprimento será feito por juiz federal de 1ª instância, devendo ser instruída obrigatoriamente com a cópia autenticada da decisão homologatória proferida pelo STJ e da decisão do exequatur, também proferida pelo STJ. Carta rogatória. Juízo de Mérito => Pedidos da ação => (Cognição plena) => Julgamento dos pedidos da ação Deferimento integral Deferimento parcial Indeferimento Juízo de Delibação => Apenas avalia aspectos formais do processo, mas não julga o mérito da causa. -Efetivação do contraditório; -Produção efetiva de provas; -Manifestação das partes a respeito da prova produzida. -Respeito ao devido processo legal; -Respeito ao contraditório (citação válida); -Respeito à coisa julgada; -Respeito à ordem pública; -Autoridade judiciária competente; -Tradução do pedido para a língua oficial. Questões: 1. Distinção científica entre auxílio direito e cumprimento de decisões estrangeiras. 2. Diferenciar auxílio direto ativo e passivo, procurando identificar possíveis autoridades centrais. 3. De quem é a competência para homologar a sentença estrangeira e ordenar o cumprimento da carta rogatória, identificando a natureza jurídica dessa competência. 4. Fazer a diferenciação entre juízo de delibação e juízo de mérito e identificar os responsáveis na competência internacional e competência interna. 23.02.2018 Observações iniciais: ADVERTÊNCIA! A petição inicial será dirigida ao órgão e não a pessoa física do juiz em razão da correção de um vício histórico, em que a petição inicial era dirigida ao juiz, pessoa física. O novo CPC expressamente determinada que a peça será dirigida ao juízo, sendo o art. 319, I. É errado identificar o órgão nos seguintes termos: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito... Deve ser redigida ao juízo. Competência não se confunde com atribuição! Pois a competência é exclusiva de órgão jurisdicional, ao passo que atribuição é conferida as demais autoridades, aqueles que não julgam processo judicial (ex. autoridade policial). Competência Interna 1. Absoluta: trata-se de matéria que preserva o interesse público no processo, não podendo ser afastada pela vontade das partes, uma vez que se trata de matéria de ordem pública, apreciável de ofício pelo juiz, uma vez que envolve garantia constitucional aplicada ao processo (juiz natural), podendo ser alegada pelas partes a incompetência a qualquer tempo e grau de jurisdição, uma vez que essa matéria não gera preclusão. A incompetência absoluta é um vício processual tão grave que mesmo após o trânsito em julgado da sentença comporta ação rescisória no prazo de dois anos. Instrumento para alegação de incompetência absoluta: pode ser alegada por qualquer meio processual válido. Ex.: recurso, manifestações processuais simples, memoriais finais, alegação final, réplica, contestação, embargos de declaração. a. Critério Funcional i. Por Graus de Jurisdição 1. Competência Funcional Originária: corresponderá ao órgão jurisdicional responsável pelo primeiro contato com os fatos e as provas, possibilitando o primeiro julgamento de mérito da causa. Ex.: juízes singulares, Tribunais de Justiça e até o STF, art. 102, I, “a” até “r”, CF. 2. Competência Funcional Revisora: ocorrerá quando os tribunais ou órgãos colegiados (turmas recursais) vierem a revisar as decisões proferidas em primeira instância, quando provocados mediante recursos e ações autônomas de impugnação. a. Ordinária: permite a revisão de fato, prova e de direito (ampla revisão). i. Apelação, agravo de instrumento, recurso ordinário constitucional. ii. STF: art. 102, II, “a” e “b”, CF. b. Extraordinária: Não admite revisão de matéria fática e probatória, mas apenas de direito. Súmula 07, STJ. i. RESP: STJ ii. REXT: STF (art. 102, III,CF). ii. Por Objeto do Juízo: corresponderá a situação em que um mesmo processo será apreciado e avaliado, de acordo com o objeto por dois órgãos jurisdicionais distintos, cada um exercendo a sua função constitucional. Ex.: Tribunal do Júri => Conselho de Sentença formado por sete jurados apreciará e julgará as matérias de fato e prova, enquanto o juiz presidente cuidará da matéria jurídica, presidindo os trabalho e conduzindo o processo de maneira organizada. Ex2: Nos Tribunais, a declaração incidente de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público será feito, exclusivamente, pelo órgão pleno ou especial (art. 97 e 93, XI, CF). As turmas, câmaras ou sessões do Tribunal não poderão julgar o incidente de inconstitucionalidade ventilado no recurso, situação em que deverá aguardar o pronunciamento do órgão especial ou pleno para depois julgar o recurso. b. Critério Objetivo i. Em razão da matéria: nas capitais e regiões metropolitanas que vem a fixar a competência dos seus órgãos jurisdicionais por matéria (cível, criminal, violência doméstica, órfãos e sucessões, família, fazenda pública, registros públicos, etc.) a competência será absoluta, sendo proibido um juiz da vara criminal julgar matéria cível. ii. Em razão do valor da causa: a competência absoluta fixada em razão do valor da causa ocorre em duas hipóteses: existência de Juizado Especial Federal na localidade atrai todas as causas até o limite de 60 salários mínimos, salvo as matérias veiculadas no art. 3º, § 1º, incisos I a IV da Lei nº 10.259/01; Quando existir na localidade Juizado Especial da Fazenda Pública, nas causas até 60 salários mínimos serão atraídas para referido órgão, sem possibilidade de modificação por vontade das partes. Nas causas que veicularem as matérias previstas no art. 2º, § 1º, incisos I, II e III da Lei nº 12.153/09, mesmo que a causa obedeça o valor de 60 salários mínimos será julgada na vara da Fazenda Pública e não no Juizado Especial da Fazenda Pública. 1. Juizado Especial Federal (art. 3º, §3º, Lei nº 10.259/01): até 60 salários mínimos. Cuidado: art. 3º, § 1º, incisos I a IV (atrai a competência em razão da matéria, independentemente do valor) 2. Juizado Especial da Fazenda Pública (art. 2º, § 4º, Lei 12.153): até 60 salários mínimos. Cuidado: art. 2º, § 1º, incisos I, II e III (atrai a competência em razão da matéria, independentemente do valor). iii. Em razão da pessoa: trata-se de competência absoluta definida em razão da pessoa que participa do processo, tal como ocorre nas causas em que a União, autarquias públicas federais, fundações públicas federais venham a intervir na condição de autores, réus ou terceiros interessados, situação em que atrairá a competência da Justiça Federal de 1ª instância (art. 109, I, CF). c. Critério Territorial Absoluto: a competência territorial absoluta não permite a apreciação e julgamento por órgão diverso do estabelecido em lei, sob pena de nulidade absoluta da decisão. i. Direito imobiliário (art. 47, § 1º, segunda parte + §2º, NCPC): quando envolver direitos reais referentes a imóveis, envolvendo posse, propriedade, vizinhança, servidão e nunciação de obras novas atrairá a competência absoluta no foro do imóvel, não comportando exceção. Ex.: Ação demarcatória de terras, ação de usucapião, ação demolitória, ação de reintegração de posse, ação de manutenção de posse (turbação) e ação de interdito proibitório (ameaça). Deve-se tomar o cuidado na definição da competência quando envolver direito real imobiliário, pois ela pode ser relativa e absoluta, pois somente será absoluta quando envolver direito de propriedade, posse, divisão e demarcação de terras, servidão, vizinhança e nunciação de obra nova. Fora dessas matérias a competência será relativa, podendo a parte optar pelo foro de domicílio do réu ou foro de eleição. ii. Ação civil pública (Lei nº 7.347/85, art. 2º): só ocorre no foro da ocorrência do dano, sem exceção. Competência territorial absoluta. iii. Ações coletivas envolvendo idosos (Lei nº 10.741/03, art. 80): no foro de domicílio dos idosos, sem exceção. Quando for individual é relativa. iv. Ação civil envolvendo criança e adolescente em situação de risco (ECA, art. 147, I e II): o foro do representante legal (quando está com a criança); e na sua falta, onde for encontrado. Nas ações de guarda o foro competente será o local em que a criança se encontra, independentemente do domicílio dos seus pais. 2. Relativa: trata-se de matéria que preserva o interesse privado no processo, devendo ser alegado pelo parte interessada na contestação, como matéria preliminar, sob pena de preclusão e prorrogação da competência no juízo relativamente incompetente, não sendo possível ao juiz apreciá-la de ofício, declinando de sua competência sem que haja provocação das partes, haja vista que se trata de matéria que preserva o interesse privado no processo. Advertência: a única situação em que o juiz declinará de sua incompetência relativa será na situação envolvendo cláusula de eleição de foro abusiva (vale para qualquer matéria civil e de consumidor). a. Critério objetivo: competência em razão do valor da causa (Lei nº 9.099/95, art. 3º, I): até 40 salários mínimos. Nas demandas até 40 salários mínimos a parte interessada poderá escolher, entre o juizado especial cível e a vara cível, a seu critério, sendo que precisará constituir um advogado para ajuizar ação cível na vara cível, ao passo que nos juizados, até o limite de 20 salários mínimos não precisa de advogado. Cuidado: há também matérias nos juizados especiais cíveis que não são admitidas, quando envolver incapazes, matérias fiscais, matérias de natureza alimentar, acidente de trabalho e capacidade de pessoas, além de matérias que envolvam interesse da Fazenda Pública (§2º, art. 3º, da Lei 9.099) -> atração da competência em razão da matéria. b. Critério territorial: competência territorial relativa (art. 42 ao 53, art. 47, § 1º, primeira parte, todos do NCPC). 02.03.2018 Competência É competência do Estado Brasileiro? 1) Pode ser que não seja. Ex.: crimes de genocídio e contra a humanidade que deverão ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional. 2) Caso positivo, deverá se questionar se a competência é originária de Tribunal ou órgão atípico (Senado Federal). Senado Federal julga crimes de responsabilidade -> altas autoridades (art. 52, I e II, CF) -> Presidente, Vice-Presidente, PGR, AGU. Competência originária de Tribunal Federal -> trata-se de competência funcional originária de tribunais, tais como: STF (art. 102, I, “a” a “r”, CF) e STJ (art. 105, I, “a” a “u”, CF). 3) Caso não seja competência funcional originária de tribunal deve-se questionar se a competência é da justiça especializada militar, eleitoral ou trabalhista. 4) Caso não seja competência da justiça especializada, atrairá a competência da justiça comum. Compete a justiça federal? (art. 109, CF). Caso não seja da competência da justiça federal, obrigatoriamente, será apreciada e julgada a demanda pela justiça comum estadual (residual). Competência Absoluta (Criada ou modificada por norma constitucional ou legal) Competência Relativa (Poderá ser modificada por vontade das partes) Omissão (inércia): prorrogação da competência no juízo relativamente incompetente; Atuação comissiva: Cláusula de eleição de foro válida; Escolher entre demandar nos juizados especiais cíveis ou justiça comum cível, nas causas até 40 S.M. Preservar interesse público no processo Tutela de interesses privados no processo Norma de ordempública (não pode ser afastada por vontade das partes) Poderá ser afastada por vontade das partes Não haverá preclusão dessa matéria Caso não seja arguida a incompetência relativa no tempo, modo e forma devidos haverá preclusão. Forma: alegá-la como preliminar da contestação; Tempo: 15 dias, contados da audiência de conciliação. Modo: capítulo na contestação: “Da incompetência relativa do juízo”. Pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição Apreciada de ofício pelo juiz Não será apreciada de ofício pelo juiz, salvo se tratar de cláusula de eleição de foro abusiva. Incompetência gera nulidade absoluta da decisão, mas produz efeitos enquanto não for revogada ou cassada A incompetência relativa não gera nulidade da decisão judicial Competência: Funcional: originária ou revisora Em razão do valor da causa quando imposta por lei (não há escolha) Em razão do território quando imposta por lei (não há escolha) Competência: Em razão do valor da causa (admite escolha do jurisdicionado) -> Juizados especiais cíveis até 40 S.M. Territorial (art. 42 ao 53, NCPC), ressalvado o art. 47, § 1º, segunda parte, NCPC) Justiça Arbitral: atuação restrita a situações envolvendo: Direitos disponíveis; Partes maiores e capazes; Manifestação válida, regular e consensual de vontade -> não admite vícios de consentimento (erro, dolo e coação). Participação: Cláusula compromissória: inserido no contrato, prestando-se para prevenir litígios; Compromisso arbitral: já existe litígio e as partes acordam de remeter o litígio para a justiça arbitral. Competência Territorial Relativa Foro Comum: foro de domicílio do réu Réu com mais de um domicílio: qualquer foro de um dos domicílios Réu com domicílio incerto ou desconhecido: onde for encontrado ou foro do domicílio do autor Réu sem residência ou domicílio no Brasil: foro do domicílio do autor Dois ou mais réus com diferentes domicílios: foro de qualquer um dos réus Exceção fiscal: no foro de domicílio ou residência do réu contribuinte Foros Diversos do Comum (1) Ações Reais envolvendo imóveis: a. Relativo: direitos obrigacionais: foro de domicílio do réu ou cláusula de eleição de foro. b. Absoluta: posse, propriedade, servidão, vizinhança, demarcação de terra ou nunciação de obra nova. (2) Inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposição de última vontade, impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro: Regra: o foro de domicílio do falecido; Autor da herança sem domicílio certo: onde se encontram os bens imóveis; Autor sem domicílio certo e com bens imóveis em foros diversos: qualquer um dos foros que tenha bens imóveis. Onde não tiver bens imóveis, onde estiverem os bens móveis. (3) Ações em que o réu for ausente: no foro de domicílio do ausente. (4) Ações em que o réu for incapaz: no foro de seu representante legal (curador/ tutor/ pais). (5) Ações envolvendo a União: União for autora: foro de domicílio do réu. União for ré: foro de domicílio do autor ou do ato ou fato que gerou a demanda ou foro da situação da coisa. Estados e DF forem autores: foro de domicílio do réu. Estados e DF forem réus: foro de domicílio do autor ou do ato ou fato que gerou a demanda ou foro da situação da coisa. Foros especiais previstos no NCPC: (1) Ação de separação, divórcio, anulação de casamento, reconhecimento e dissolução de união estável: foro do domicílio do guardião dos filhos menores, não havendo filhos menores, o último foro de domicílio do casal e se ambos não morarem mais no último domicílio o foro de domicílio do réu. (2) Ação de aumentos: foro de domicílio do alimentando (recebe os alimentos) (3) Ações em que for ré pessoa jurídica: em regra na sua sede, mas poderá também, ser ajuizada na sua filial ou sucursal em que a pessoa contraiu a obrigação; (4) Ações em que for réu associações ou sociedade de fato: foro em que exerce sua atividade. (5) Ações de cumprimento de obrigação: foro em que deve ser cumprida a obrigação. (6) Ações individuais de direitos dos idosos: foro de domicílio do idoso. Se for ação coletiva envolve competência absoluta. (7) Ações contra a administrador ou gestor de negócios: foro onde exerce a administração ou gestão de negócios. (8) Ação de reparos de danos: foro do local do dano. a. Dano sofrido em razão de delito, acidente de trânsito e aeronaves: foro de domicílio ou foro do local onde ocorreu o acidente ou crime. b. Dano por ato praticado por serventia notarial ou de registro: foro onde se encontra a serventia. Foros especiais previstos em legislação especial Relações de consumo: foro de domicílio do consumidor Ações oriundas de contrato de representação (lei nº 4.886/65, art. 39): foro de domicílio do representante. o Verificar: ERESP nº 579.324/SC, 2ª seção Modificação de competência Causas de modificação da competência relativa: conexão, continência, prorrogação e derrogação. Causas de modificação voluntária: (1) Prorrogação de competência: inércia, pois não arguiu a incompetência relativa do juízo. (2) Derrogação (foro de eleição): a. Abusividade: declinar de ofício sua competência para o foro de domicílio do réu. b. Momento de declinação da competência: antes da citação do réu. Se for depois da citação só o réu pode alegar a incompetência relativa. c. Obrigatoriedade (NCPC, art. 10): intimar o autor para se manifestar. d. Foro de eleição internacional: pode acontecer em contratos internacionais. e. Restrição legal (art. 23, NCPC): se a competência internacional for exclusiva do Brasil torna a cláusula de foro de eleição ineficaz. o Cuidado: se a ação for coletiva envolve competência absoluta. 09.03.2018 Causas Legais de Modificação da Competência Conexão o Acepção Legal: pluralidade da demanda + vínculo que as une (comunhão de causa de pedir e pedidos). NCPC, art. 55. o Acepção Científica: concepção legal se mostra insuficiente 1. Identidade da relação jurídica de Direito Material: havendo pluralidade de demandas, ainda que a causa de pedir e pedidos sejam distintos, será possível a existência de conexão desde que haja uma identidade de relação jurídica de direito material, cujos os resultados de julgamento afetarão cada ação reciprocamente. Inventário Investigação da paternidade Causa de Pedir Falecimento + bens Existência de relacionamento físico-sexual gerador de uma gravidez Pedido Partilha dos bens entre herdeiros Conhecimento da paternidade Resultado 2 filhos do casamento + 1 fora: 1/3 Positivo: há vínculo biológico: herdeiro necessário 2 filhos: cada um receberá ½ Negativo: não é filho 2. Conexão por prejudicialidade: quando a questão prejudicial contida em uma ação afetar o resultado de outra ação estaremos diante da conexão externa por prejudialidade. - Causa prejudicial (questão prejudicial) -> causa prejudicada. - Questão prejudicial: questão logicamente antecedente que subordina e condiciona o julgamento de mérito da própria ação ou de outra. Causa prejudicial Causa prejudicada Negatória de paternidade Ação de alimentos Ação revisional do contrato Execução extrajudicial do contrato Ação de consignação em pagamento Ação de cobrança de preço locatício 1ª regra: obrigatoriedade de reunião dos processos em um mesmo juízo com competência material a fim de se evitar decisões conflitantes ou contraditórias. E quem será o órgão jurisdicionalresponsável? Será responsável o juízo prevento, identificado diretamente pelo registro ou protocolo da primeira ação, seja na distribuição (mais de um juiz com a mesma competência) da petição inicial ou de registro (único juiz da comarca). Advertência: Na conexão e na continência o juízo promoverá a reunião de processos oficiosamente, ainda que as partes nada falem, pois se trata de causa legal de modificação da competência. Nas causas voluntárias de modificação da competência (prorrogação e derrogação) o juiz não declinará sua competência de ofício, pois depende de provocação da parte interessada, salvo quando se tratar de cláusula de eleição de foro abusiva, em que o juiz de ofício declinará sua competência para o foro de domicílio do réu. 2ª regra: somente haverá conexão entre juízes com a mesma competência material e funcional, desde que estejam no mesmo grau de jurisdição. Não há conexão quando houver trânsito em julgado de uma ação. Os efeitos da coisa julgada material poderão prejudicar a ação em curso a depender do conteúdo da decisão. Distinção entre questão prejudicial homogênea e heterogênea: as questões prejudiciais homogêneas ocorrem em juízos com a mesma competência material, sendo possível a reunião de processos em um mesmo juízo prevento, ao passo que a questão prejudicial heterogênea ocorre com juízos de competência material diversos (cível/criminal), não sendo possível a reunião de processos por prevenção. A questão prejudicial heterogênea afetará o processo civil, pois será possível a suspeição do processo civil enquanto a matéria não for apreciada no juízo criminal, devendo o prazo de suspensão não ser superior a um ano sob pena do juízo cível ou de família julgar a matéria. Termo inicial da suspensão do processo civil: contará a partir do despacho de suspensão, devendo o autor da ação penal vir a ajuizá-la no prazo de três meses. Formas de alegação: o Autor: na petição inicial o Réu: na contestação 3. Conexão por preliminariedade: - Questão preliminar: questão logicamente antecedente capaz de gerar um obstáculo temporário a apreciação do mérito, mas não subordina e nem condiciona o julgamento do mérito. Ex.: falta de capacidade processual da parte, existência de litispendência, afetação parcial da ação da coisa julgada e suspeição ou impedimento do juiz. - Afeta questão relacionada à validade do processo. Ex.: Ação de investigação de paternidade proposta contra juiz de família, cujo autor é advogado e tem várias ações em curso nesse juízo de família. Conflito de competência o Conflito positivo: ocorre quando dois ou mais órgãos jurisdicionais se julgam competentes para apreciar uma mesma demanda. o Conflito negativo: ocorre quando dois ou mais órgãos jurisdicionais se julgam incompetentes para apreciar e julgar a demanda. o Regras de definição Juízos submetidos ao mesmo tribunal: quem julgará o conflito de competência será o próprio tribunal em que o juízes se encontrem vinculados. Juízos submetidos a tribunais diversos: na circunstância de existir conflito de competência entre juízes ou órgãos de tribunais diversos quem será responsável por decidir o conflito de competência será o STJ. Exceção: enunciado 180 da súmula do STJ -> Juiz de direito X Juiz do trabalho, quem julga é o Tribunal Regional do Trabalho. Conflito envolvendo Tribunal Superior: quem julgará conflito de competência será o STF (art. 102, II, “o”, CF). o Incidente de Deslocamento de Competência (IDC): ocorrerá nas situações de grave violação aos direitos humanos, em que o Estado Federativo, por meio de seus órgãos apresenta desempenho insuficiente, moroso e ineficiente na investigação e aplicação das medidas punitivas, situação em que o PGR deverá propor o incidente de deslocamento de competência perante o STJ, cujo o julgamento, caso seja acolhido, deslocará a competência para a justiça federal de 1ª instância. Legitimidade: PGR; Competência para julgar: STJ; Resultado: acolhimento do IDC, a causa será remetida para a justiça federal; Impugnação: envolve matérias de fato, prova e de direito; Fundamento: violação grave de Direitos Humanos, cuja ineficiência das investigações e problemas processuais na justiça estadual se mostre evidente. 4. Continência o Definição: corresponde a uma conexão superqualificada, pois o objeto de uma ação (pedidos) englobam o da ação menor, variando as consequências de acordo com o momento em que a ação continente foi proposta. Divórcio Patrícia (Ação Continente) Objeto maior: há mais pedidos ou englobam a ação contida Divórcio Uildon (Ação Contida) Divórcio Divórcio Guarda dos filhos menores Guarda dos filhos menores Regulamentação das visitas paternas Regulamentação das visitas paternas Alimentos para os filhos menores Alimentos para os filhos menores Alimentos para si Retomada do nome de solteira Partilha dos bens o Consequências Ação continente proposta anteriormente à ação contida: extinção da ação contida sem julgamento do mérito. Ação continente proposta posteriormente à ação contida: reunião das ações no juízo prevento. 5. Imóvel situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária: nas ações envolvendo conflitos de propriedade, posse, vizinhança, servidão, demarcação e nunciação de obra nova envolvendo loteamentos em mais de uma comarca, estado, seção ou subseção judiciária a competência territorial do juízo prevento se estenderá sobre a totalidade do imóvel. 16.03.18 DAS PARTES E DOS PROCURADORES Capacidade de ser parte Natureza jurídica: pressuposto processual de existência subjetiva. Identificação: pode ser parte no processo pessoas físicas, capazes, incapazes absoluta ou relativamente, pessoas jurídicas com personalidade, sociedade de fato, sociedade irregular, espólio, massa falida, condomínio, órgãos públicos e privados. Não se exige capacidade de ser parte: jamais será parte do processo animais, natimorto e pessoa que venha a falecer. Parte do réu para que o processo exista: bastará a provocação do autor para que o processo exista, não se exigindo a presença de um réu diretamente na ação para que o processo exista, tal como ocorre em separação consensual, divórcio consensual, inventário consensual, declaração de ausência e ações abstratas de controle de constitucionalidade (ADI, ADCON...). Capacidade processual (pressuposto processual de validade subjetivo) Definição: corresponde a aptidão de atuar com autonomia e independência no processo, sem que haja condicionantes ao exercício de poderes e faculdades processuais. Capacidade de fato ou de exercício tem distinção. Distinção da capacidade de fato ou exercício: trata da capacidade de direito material conferida a pessoa de praticar atos na vida civil sem representação ou assistência de ninguém. o Pessoa com capacidade processual e sem capacidade de fato ou de exercício. Ex.: ação popular ajuizada por menor já com 16 anos alistado eleitoralmente em pleno gozo dos seus direitos políticos; Por apelado que pede o levantamento da interdição ou curatela. o Tem capacidade de fato ou de exercício e não tem capacidade processual. Ex.: ações reais imobiliárias ajuizada por pessoa casada (e não seja separação de bens); Ação demolitória; Ação demarcatória; Ação reivindicatória; Ação de cancelamento de hipoteca. Teoria da presentação (órgão interno) ≠ representação (externo): A teoria da presentação corresponde a teoria do órgão em que determine que a pessoa jurídica pública ou privada se faça presente por meio de seu órgão, não havendo representação nessa situação, mas apenaspresentação. EX. art. 75, I, II, III, VIII, X, CPC. Consequência da incapacidade processual: diante da situação de incapacidade processual deverá o juiz suspender o processo e conceder um prazo razoável para que o vício seja corrigido, caso a parte nada faça, ocorrerão as seguintes consequências: se for autor o processo será extinto sem julgamento do mérito por falta de pressuposto processual de validade; se for o réu será reputado revel; se for terceiro interessado, caso a intervenção seja voluntária será excluído do processo, se for involuntária seja reputado revel. Capacidade processual das pessoas casadas: se a pessoa não for casada no regime de separação de bens convencional ou legal, dependerá a autorização do outro para propor ações que digam respeito a direito real imobiliário. Se houver autorização o processo seguirá normalmente, mas não havendo autorização ou na impossibilidade de prestá-la dependerá de suprimento judicial de consentimento (Art. 1649, CC). *Consentimento presumido: o juiz intimará o outro cônjuge para se manifestar, se não houver manifestação ocorrerá o consentimento tácito ou presumido (Fred Didier Júnior). *Quando forem demandados, nas ações reais imobiliárias, na composse, nas ações fundadas em dívidas contraídas a bem da família e nas ações sobre fato que diga respeito a ambos se formará o litisconsórcio necessário passivo. o Direitos Reais imobiliários Composse Formação de litisconsórcio passivo necessário Consequências processuais: o Sem prova do consentimento: intimação do cônjuge o Negativa ou impossibilidade de prestar consentimento: juiz precisa autorizar (ação de suprimento judicial de consentimento, art. 1649, CC) o Com prova do consentimento: processo segue o curso normal Curador especial: o Incapacidade processual suprida por curador especial: será exercida pela Defensoria Pública em situações de vulnerabilidade processual nos casos previstos em lei. o Hipóteses de incidência: incapaz sem representante legal => colidência de interesse entre o incapaz e o seu representante; reconhecimento de união estável pós morte ajuizada pela mãe contra o filho menor; réu preso revel enquanto não nomeia o seu advogado; ao réu revel citado por edital ou por hora certa, pois existe uma presunção ficta de que foi citado exigindo para a perfectilização do contraditório a nomeação de curador especial. Capacidade Postulatória: é a aptidão de criar, modificar ou extinguir atos no processo. Capacidade postulatória ordinária: conferida a pessoa com conhecimento técnico e habilitação para se manifestar no processo. Ex.: defensores; advogados não impedidos, não suspensos, não cassados e não incompatibilizados; membros do MP; advocacia público-privada. o Atuação Regular Procuração ad judicia: procuração com poderes comuns. Procuração ad judicia et extra: procuração com poderes especiais. *Procuração: instrumento de mandato judicial. Mandante (cliente): outorga poderes ao advogado. Mandatário (advogado particular): recebe os poderes do mandante. *Poderes comuns (recorrer, alegar, embargar, impugnar, apresentar provas, sustentação oral) ou especiais (receber, quitar, transigir, renúncia a direitos, desistência, pedir gratuidade da justiça). Extraordinária: atuação sem procuração. O advogado pode atuar sem procuração temporariamente em situações para se evitar preclusão, decadência, prescrição e para prática de atos urgentes. Prazo: 15 dias, prorrogável a critério do juiz por mais 15 dias uma única vez. *Inércia para o autor gera a extinção do processo sem mérito, para o réu revelia. Causa própria: indica a inscrição na Ordem e o endereço do escritório. Direito do advogado (lei 8.906/94, art. 7º) Capacidade postulatória extraordinária: para pessoas sem aptidão técnica-profissional, mas a lei lhe permite atuar em processo sem advogado. Ex.: Juizado especial cível até 20 salários mínimos, oferecimento de reclamação trabalhista, impetração de Habeas corpus e juizado especial federal até 60 salários mínimos. Sucessão de procuradores: troca de advogados o Ato inter vivos Revogação: ato do mandante que exclui os poderes do mandatário advogado. Renúncia ao mandato: ato do advogado mandatário que renúncia aos poderes conferidos pelo mandante. Requisitos: notificação obrigatória ao cliente, por AR ou e-mail, e a juntada desse comprovante no processo e ainda ficará trabalhando 10 dias no processo para evitar perda dos direitos do mandante gratuitamente. o Causa morte do advogado: se o advogado falece, mas existem outros advogados com procuração, o processo prosseguirá regularmente. Cuidado: caso o advogado atue sozinho, aí sim o juiz irá suspender o processo e conferir um prazo razoável para a parte nomear um novo advogado. Se ficar inerte, sendo autor o processo será extinto sem julgamento de mérito, se for o réu será reputado revel. SUCESSÃO PROCESSUAL Trata-se da situação jurídica em que uma pessoa física ou jurídica venha a sair definitivamente da relação processual vindo a ser sucedida por outra pessoa (sucessor). Pessoa física Inter vivos (art. 109, NCPC): opera-se a sucessão processual de pessoa física por ato entre vivos quando, no curso do processo, venha a ocorrer a alienação da coisa litigiosa e o adquirente venha a suceder o alienante, em razão da expressa anuência da parte contrária. o Se a parte a contrária não anuir o alienante permanecerá na relação processual, atuando em nome próprio na defesa dos direitos do adquirente (legitimação extraordinária superveniente). o Não havendo anuência da parte contrária, o adquirente poderá intervir na relação processual como assistente litisconsorcial, procurando defender os seus direitos e interesses. Causa morte * Consequências jurídico-processuais da morte de pessoa física no processo o Espólio: opera-se a sucessão processual pela morte da pessoa física, especialmente nas relações envolvendo o patrimônio do falecido em que será sucedido pelo seu espólio (universalidade de direitos de uma pessoa dotada de valor econômico). Questões patrimoniais antes da partilha da herança. Se houver partilha nos bens deixados pelo falecido com a definição do quinhão hereditário de cada herdeiro, haverá a sucessão processual na pessoa dos herdeiros (sucessores). o Herdeiros *Suscitação de dúvida (processo de habilitação – NCPC, arts. 687 a 692): persistindo dúvidas quanto à identificação dos herdeiros será necessário propor ação de habilitação, a qual suspenderá o processo principal enquanto não transitar em julgado a sentença do processo de habilitação. Nessa situação o juiz citará os herdeiros para responder, não havendo impugnação a pessoa será habilitada como herdeiro, caso contrário o juiz abrirá a instrução processual e decidirá acerca da habilitação. Caráter extrapatrimonial: nas ações envolvendo direitos extrapatrimoniais, eventual morte da pessoa física caberá sucessão processual diretamente pelos seus herdeiros e não pelo seu espólio. Ex.: Ação de investigação de paternidade contra o suposto pai que vem a falecer e ação reconhecimento de dissolução de união estável contra pessoa que venha a falecer no curso do processo. Caráter patrimonial: após a partilha da herança. Nas ações patrimoniais em que a parte venha a falecer, caso haja a partilha da herança deixada, haverá sucessão direta pelos herdeiros. o Impossibilidade de sucessão processual: nas ações personalíssimas não haverá sucessão processual, mas sim extinção do processo sem resolução de mérito (divórcio, separação, ações de alteração deestado). Pessoa jurídica Incorporação: a incorporadora sucederá a pessoa jurídica incorporada na relação processual o Falecido o réu o Falecido o autor Ação intransmissível Ação transmissível Fusão: quando duas pessoas jurídicas distintas vem a se fundir criando uma nova, haverá sucessão processual pela nova pessoa jurídica. o Falecido o advogado o Consequências da ausência de nomeação Autor Réu Legitimação Ordinária o Compreensão: corresponde a situação processual em que a parte atua em nome próprio para defesa de direito e interesses próprios. o Eventualidade de confusão com mérito (posse, crédito...): em determinadas situações a ausência de legitimidade ordinária se confunde com o mérito da ação, tal como ocorre nas seguinte situações: reconhecimento da ausência do direito de posse e propriedade e de crédito de determinada pessoa não conduzirá apenas a falta de legitimidade, mas a improcedência do pedido confundindo-se com o próprio mérito. A ausência de legitimidade conduz a própria improcedência do pedido. o Compreensão do art. 485, VI, CPC: como a ausência de legitimidade ordinária pode se confundir com o mérito da causa a extinção do processo sem resolução do mérito só ocorrerá para legitimação extraordinária (Fredie Didier Júnior). Extraordinária o Compreensão: ocorrerá quando determinada pessoa atua em nome próprio para defesa de direito e interesse alheio, em razão de expressa autorização no ordenamento jurídico. o Fonte: será o próprio ordenamento jurídico brasileiro. o Espécies Legitimação extraordinária autônoma: o legitimado extraordinário conduzirá o processo sozinho sem que haja necessidade de atuação do legitimado ordinário. Ex.: defesa dos direitos difusos ou coletivos. Legitimação extraordinária subordinada: o legitimado extraordinário atuará como assistente simples do legitimado ordinário, encontrando- se subordinado à vontade do assistido (legitimado ordinário), não podendo atuar sozinho de forma nenhuma no processo. Legitimação extraordinária concorrente: corresponde à situação em que vários legitimados poderão atuar em nome próprio para defesa de direito e interesse alheio. Lei nº 10.741/03, art. 81, I, II e III; Lei nº 8.560/92, art. 2º, § 6º; NCPC, art. 616; Lei 7.347/85, art. 5º, caput. Legitimação extraordinária subsidiária: o legitimado extraordinário somente atuará na condução do processo quando houver negligência, omissão e falta de cumprimento das diligências julgadas necessárias ao regular prosseguimento do feito. Ex.: MP conduzindo ação popular de cidadão que veio a abandoná-la. Lei 10.741/03, art. 81, § 2º; Lei nº 4.717, art. 9º; Lei nº 7.435/85, art. 5º, § 3º. Legitimação extraordinária superveniente: o alienante ou cedente que vem a vender a coisa ou ceder o direito no curso do processo permanecerá na relação processual como legitimado extraordinário, atuando em nome próprio para defender direito e interesse do adquirente ou cessionário, quando não houver anuência da parte contrária. Legitimação extraordinária negocial Durante o processo Antes do processo o Legitimação extraordinária ativa Concorrente Exclusiva Cuidado: Exigência de notificação do réu para direito relativo. o Legitimação extraordinária passiva Restrição por deliberação unilateral Ausência de restrição para deliberação conjunta Ampliação: legitimação passiva concorrente. o Distinção científica Substituição processual: é uma modalidade de legitimação extraordinária autônoma e exclusiva em que somente o legitimado extraordinário poderá conduzir o processo. Sucessão processual: na legitimação extraordinária não há deslocamento de sujeitos no processo, enquanto na sucessão processual o sucedido sai da relação processual e os sucessores entram em seu lugar. Representação: representante processual jamais será parte do processo, enquanto o legitimado extraordinário é parte integrante do processo. Legitimidade ordinária: o legitimado extraordinário não poderá dispor dos direitos materiais nem mesmo renunciar a algo que não lhe pertence, razão pela qual ele poderá apenas conduzir o processo defendendo os direitos e interesses alheios. Legitimidade alternativa (súmula 714/STF): nos crimes contra a honra de servidor público, a legitimidade terá variação de acordo com a vontade do ofendido, ou seja, se o servidor ofendido oferecer queixa-crime (ação penal privada) a legitimidade será sua como ofendido, entretanto se oferecer uma representação criminal junto ao MP, a legitimidade da ação penal pública será do MP. Legitimidade: o Total: a pessoa terá ampla legitimidade para se manifestar no processo principal e incidentes processuais. o Parcial: legitimidade restrita aos incidentes processuais. Ex.: arguição de suspeição e impedimento pelo juiz ou MP. Legitimidade: o Originária: é aquela em que a pessoa já nasce com aquela situação jurídica definida. o Derivada: decorre da alienação de coisa litigiosa ou sessão de direitos em litígio, criando-se uma legitimidade derivada conferida ao adquirente ou cessionário. Legitimidade: o Isolada: basta determinada pessoa. o Conjunta: exige um litisconsórcio necessário. Ex.: Casal. Legitimidade: o Concorrente: mais de uma pessoa poderá pleitear direitos em juízo. o Exclusiva: somente aquela determinada pessoa poderá exigir determinada pretensão em juízo. 06.04.18 Litisconsórcio Compreensão: pluralidade de sujeitos em uma mesma relação jurídica-processual. Objetivos: evita a pulverização de demandas individuais, eficiência processual e economia processual. Prazo: há possibilidade de dobrar o prazo processual para recorrer, se manifestar nos autos, contestar, desde que: o Os advogados sejam distintos para os litisconsortes; o Os advogados sejam de escritórios distintos; o Exigência de processo físico, pois o eletrônico não tem prazo em dobro. Classificação: o Quanto à posição ocupada: Litisconsórcio ativo: situação em que tem vários autores contra um mesmo réu na mesma relação jurídica-processual. Litisconsórcio passivo: consiste em vários réus em uma mesma relação processual quando demandados por um autor. Litisconsórcio recíproco ou misto: vários autores e vários réus na mesma relação jurídica-processual. o Quanto ao momento de sua formação Litisconsórcio originário (inicial): a situação de litisconsórcio é identificada no ajuizamento da ação, por isso é chamado de litisconsórcio inicial. Litisconsórcio superveniente (ulterior): a formação do litisconsórcio ocorrerá no curso do processo, tal como ocorre nas seguintes situações: chamamento ao processo, denunciação da lide, sucessão processual (ex.: investigação de paternidade onde o suposto pai venha a falecer deixando vários herdeiros). o Quanto ao direito material discutido: Litisconsórcio unitário: ocorrerá na situação em que a decisão será uniforme para todos os litisconsortes, tendo em vista que a relação jurídica de direito material além de uma é indivisível, não comportando decisão divergente entre os litisconsortes. Regras de identificação o Os litisconsortes discutem quantas relações jurídicas? Se houver várias relações jurídicas, o litisconsórcio será simples, entretanto, se houver apenas uma relação jurídica deve-se questionar se ela é divisível ou indivisível, pois se for divisível o litisconsórcio será simples, ao passo se for indivisível será litisconsórcio unitário. o Esta única relação jurídica é indivisível? Sim. Litisconsórcio simples (comum) Tratamento: permite um tratamento jurídico distinto e independente para cada litisconsorte, cuja decisão será qualitativa e quantitativamente diferente para cada litisconsorte, conforme a situação concreta. Regime de tratamento o Condutas determinantes: corresponde a conduta que geram um prejuízo no processo, tais como: confissão, desistência da ação, renúncia ao direito, ausência de contestação. o Condutas alternativas: corresponde a conduta processual que gera um benefício. Ex.: interposição de recurso, oferecimento de contestação, produção de provas. Regras: o Conduta determinante de um litisconsórcio não prejudica o outro: independente do tipo do litisconsorte. o No litisconsórcio unitário a conduta alternativa de um beneficia o outro: em razão da uniformidade da decisão. o No litisconsórcio simples a conduta alternativa de um não beneficia o outro, salvo uma prova produzida que beneficie a todos (princípio da comunhão das provas). o Quanto à formação Litisconsórcio necessário: corresponde ao litisconsórcio que se faz obrigatório na relação jurídica-processual, seja por imposição legal, seja em razão da indivisibilidade da relação jurídica de direito material e até mesmo por força de negócio jurídico processual. Imposição legal: art. 73, §1º, CPC; art. 246, §3º, CPC; art. 574, CPC. Na ação demarcatória e na ação de usucapião deve-se obrigatoriamente citar os vizinhos confinantes. E nas ações envolvendo direitos reais imobiliários se faz obrigatório o litisconsórcio com o outro cônjuge. Obs.: O litisconsórcio por imposição legal tende a ser litisconsórcio simples. Natureza da relação jurídica: quando a relação jurídica de direito material se mostrar uma e indivisível se formará um litisconsórcio unitário e também necessário quando for no polo passivo da demanda. Em regra, todo litisconsórcio unitário passivo será necessário. o Exceção (litisconsórcio unitário passivo facultativo) Devedores solidários de obrigação indivisível (CC, art. 275); Litisconsórcio entre réu ausente e adquirente da coisa litigiosa (art. 109, §2º, CPC). A (pode escolher demandar de B ou C) => B(alienante) => C(adquirente) Alienação de bem litigioso (Decisão uniforme para os litisconsortes: litisconsortes unitário; Litisconsórcio passivo: alienante e adquirente; Litisconsórcio facultativo: adquirente da coisa litigiosa só ingressa na relação processual se quiser). Por força de negócio jurídico processual: será possível estabelecer o litisconsórcio necessário por força de um negócio jurídico processual, desde que se trata de partes maiores e capazes, envolva direitos que admita auto composição, haja consensualidade e voluntariedade entre as partes, não ofenda a ordem pública e não transgrida direitos e garantias constitucionais. Ex.: situação em que se exige litisconsórcio necessário entre os contrates para revisão e execução do contrato. Questão polêmica o Litisconsórcio necessário ativo: a doutrina majoritária entende não ser possível a formação de litisconsórcio necessário no polo ativo da demanda, uma vez que afetaria o direito fundamental de ação na medida em que se exige que outra pessoa venha a litigar em conjunto com o demandante, gerando um certo impedimento ao exercício do direito de ação. Por força de lei (Lei nº 6.404/76, art. 159, §4º): para se propor uma ação de responsabilidade contra o administrador de uma sociedade anônima será necessário obter 5% do capital votante, especialmente quanto a assembleia não autorizar, exigindo-se a formação de um litisconsórcio necessário ativo por força de lei. Por interpretação do STJ (RESP nº1.222.822): na ação de revisão de mútuo bancário de imóveis o STJ exigiu a formação de um litisconsórcio necessário atípico dos cônjuges. Consequência de sentença proferida sem citação de litisconsórcio necessário o Litisconsórcio necessário unitário: ausência de citação de litisconsorte unitário tornará nula a decisão judicial quando envolver litisconsórcio necessário, pois não há lógica de que uma decisão uniforme venha a alcançar e prejudicar quem não participou do processo o Litisconsórcio necessário simples: a ausência de citação do litisconsorte provocará apenas a ineficácia da decisão judicial para aquele que não participou do processo, mas será válida e eficaz para aquele que participou. Litisconsórcio facultativo Fundamentos: o litisconsórcio se formará em razão da livre manifestação de vontade da parte que pretende participar do processo, podendo ocorrer por comunhão de interesses e direitos, por conexão da causa de pedir ou de pedidos e até mesmo por afinidade de questões de um ponto comum de fato ou de direito. Formas: o Litisconsórcio por comunhão o Litisconsórcio por conexão o Litisconsórcio por afinidade (impróprio) Litisconsórcio facultativo unitário: ocorrerá na formação do litisconsórcio ativo, pois ninguém será obrigado a demandar em conjunto com o outro, razão pela qual mesmo que o litisconsórcio seja unitário, será facultativo quando envolver vários autores. Essa interpretação resolve o problema constitucional relativo ao direito fundamental de ação. o Polo ativo da demanda (regra). Coisa julgada e litisconsórcio facultativo unitário o 1ª Corrente (Barbosa Moreira e Ada Pelegrini): os efeitos da coisa julgada alcançaram os litisconsortes unitários e mesmo aqueles que não participaram, pois a relação jurídica de direito material será una e indivisível, exigindo um tratamento uniforme da matéria. o 2ª Corrente (Leibman e Eduardo Talamini): a coisa julgada não alcança terceiros que não participaram do processo, mesmo se tratando de relação jurídica de direito material una e indivisível. o 3ª Corrente (Leonardo Greco): os efeitos da coisa julgada somente alcançaram terceiros se for para beneficiar, caso contrário (prejudicar), não poderá, pois violaria o contraditório e a ampla defesa prejudicando terceiros que sequer exerceram o contraditório e a ampla defesa. 13.04.18 Litisconsórcio Multitudinário: trata-se de litisconsórcio facultativo em que um grande número de partes vem a propor ou responder a demanda, sendo ordinariamente necessária a limitação do número de litigantes no processo. Se for litisconsórcio necessário não há como limitar o número de litigantes. Limitação o Judicial: o magistrado oficiosamente excluirá a parcela excessiva de litisconsortes quando causar prejuízo a celeridade do processo e ao direito de defesa da parte contrária. o Voluntária: ocorrerá por expresso pedido da parte que se sentir prejudicada com o número excessivo de litigantes. Consequências processuais da limitação voluntária: Interrupção para oferecimento no prazo de resposta processual, somente iniciando o prazo após a publicação da decisão que julgou o pedido o pedido de limitação dos litisconsortes. Interrupção do prazo prescricional que retroagirá a data do ajuizamento da ação. Os litisconsortes excluídos que vierem a propor nova ação será distribuída por prevenção ao juiz (prevento) que o excluiu. Cuidado! Litisconsórcio Multitudinário Ativo Unitário: a doutrina tem compreendido que não cabe limitação do litisconsórcio multitudinário ativo unitário, uma vez que a indivisibilidade da relação jurídica de direito material exigirá uma decisão uniforme para todos os litisconsortes, sendo que os efeitos da coisa julgada o atingirão, não sendo prudente a limitação. Intervenção IussusIudicis (provocada por juiz) Cabimento: é a intervenção realizada oficiosamente pelo juiz quando observar a ausência de litisconsórcio necessário, situação em que intimará a parte interessada para integrar ao feito o litisconsorte necessário ausente. Aplicação legal (art. 114, CPC) Intervenção Litisconsorcial Voluntária Sinônimo de assistência litisconsorcial: parte da doutrina entende que se trata de uma intervenção de terceiro que pretende auxiliar a parte autora a obter êxito na demanda, uma vez que também possui direito material envolvido e caso o autor ganhe a ação ele também se beneficiará. Sinônimo de litisconsórcio ativo ulterior facultativo simples: parte da doutrina entende que se trata de litisconsórcio de “carona”, pois ingressa (como parte) em uma ação que está em curso por sua própria deliberação em razão de uma situação de conexão ou afinidade de questões que o beneficiará. Ex.: obtenção de liminar favorável em concursos públicos em que o candidato interessado possui o mesmo interesse. o Intervenção não permitida (doutrina majoritária): viola o princípio de juiz natural. o Intervenção permitida (doutrina minoritária): provoca eficiência jurídica e igualdade. Intervenção de terceiros Compreensão: corresponde a situação processual em que se admite a intervenção de um terceiro por expressa autorização legal nos processos de conhecimento e até de execução, possibilitando economia e eficiência processual, evitando a pulverização de demandas e auxiliando a prestação jurisdicional de qualidade. Intervenção de terceiros: o Espontânea (voluntária): assistência simples ou litisconsorcial, recurso de terceiro prejudicado, amicus curiae. o Provocada: o terceiro participa compulsoriamente, mesmo sem querer. Denunciação da lide e chamamento ao processo. Incidente processual: o terceiro intervém em uma relação processual em curso criando um incidente que será apreciado pelo juiz. Características: o Economia processual: evita a propositura de ações individuais pelos terceiros que se sentem prejudicados. o Evita decisões contraditórias: será o mesmo juiz que apreciará a situação do terceiro. o Razoável duração do processo o Ampliação: Subjetiva da demanda: aumento o número de sujeitos participantes no processo sem alterar os pedidos. Aplicação: Chamamento ao processo e a assistência. Objetiva da demanda: inclusão de novo pedido feito pelo terceiro. Aplicação: denunciação da lide e incidente de desconsideração da personalidade jurídica. o Controle jurisdicional: somente caberá intervenção de terceiro diante da existência de interesse jurídico, excluindo-se aqueles pedidos de intervenção baseados em interesse afetivo/íntimo, interesse puramente econômico, interesse político e social, situação em que o juiz realizará o controle da legitimidade interventiva. o Momento Regular: admite-se, em regra, a intervenção de terceiros até o limite da fase de saneamento do processo. Exceções: o assistente poderá intervir em qualquer momento do processo, recebendo-o no estado em que se encontra. E também o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. o Prazo: em dobro para processos físicos quando tiver diferentes procuradores (advogados) de escritórios distintos. Assistência: corresponde a intervenção de terceiros espontânea em que o terceiro (assistente) procura auxiliar uma das partes, em função de possuir interesse jurídico na causa, já que a decisão ali proferida pode afetar os seus direitos e interesses. Características: o Voluntária; o Finalidade de auxiliar as partes; o Existência de interesse jurídico. Cabimento: caberá assistência nos processos de conhecimento, salvo o juizado especial cível e as ações abstratas de constitucionalidade (ADI, ADcon, ADPF). Restrição o Legal: Lei nº 9.099/95, art. 10 e Lei 9.868/99, art. 7º o Jurisprudencial: Não cabe assistência no Mandado de Segurança Procedimento: o terceiro deduzirá um pedido no processo e o juiz avaliará a sua legitimidade interventiva, caso não aceite será sumariamente excluído; caso haja interesse jurídico aparente o juiz intimará a parte contrária para se manifestar em 15 dias, situação em que decidirá pela intervenção ou não. Recurso: agravo de instrumento (art. 1.015, IX, CPC). Espécies: o Assistência Litisconsorcial (ou qualificada) Caracterização: trata-se de assistência qualificada em que o assistente (terceiro) vem a intervir na relação processual, uma vez que possui direitos materiais envolvidos na relação, tendo uma relação direta com a parte contrária. Os efeitos da coisa julgada material atingem o assistente litisconsorcial, pois é tratado como parte. Natureza jurídica controvertida Litisconsórcio ulterior facultativo unitário (Didier): recebe tratamento de parte no processo. Assistente (Arruda Alvim): atua como terceiro que intervém no processo. Aplicação: Condômino que ingressa em ação de anulação de assembleia a fim de assistir o autor condômino. Acionista que venha a propor ação de responsabilidade civil contra o administrador em razão de administração ruinosa, havendo intervenção de outros acionistas como assistente do autor. Eficácia dos atos de disposição: para que se processe renuncia parcial ou total, transação e desistência será necessário a participação e anuência do assistente litisconsorcial, uma vez que possui direitos e interesses envolvidos na demanda, sendo importante a sua participação no ato. Tratamento jurídico do assistente litisconsorcial: será tratado como se parte fosse, uma vez que possui relação jurídica de direito material com a parte contrária. 20.04.18 (Continuação) o Assistência Simples Compreensão: trata-se de intervenção de terceiro espontânea em que o assistente (terceiro) vem a auxiliar o assistido, pois possui interesse jurídico na vitória do assistido, na medida em que tem uma relação subordinada ou conexa com o assistido e caso o assistido venha a perder a demanda principal afetará reflexamente o assistente. Características: Ampliação subjetiva da demanda; Intervenção voluntária; Existência de relação conexa ou subordinada; Entre o assistente e a parte contrária inexiste relação jurídica de direito material, caso existisse seria litisconsorcial. Função: o assistente atuará na defesa dos direitos e interesses do assistido atuando como o legitimado extraordinário subordinado, cuja a principal função é auxiliar e defender os interesses do assistido. Atuação condicionada: o assistente atuará de acordo com a vontade do assistido, subordinando-se diretamente à vontade expressa do assistido. Prática dos atos processuais Pelo assistente o Permissão: poderá se manifestar nos autos a qualquer tempo, produzir provas, interpor recursos, apresentar alegações finais (memoriais). o Proibição: não poderá opor defesa de incompetência relativa do juízo, não poderá arguir suspeição do juízo, não poderá oferecer reconvenção e não poderá se opor à vontade expressa do assistido (o assistido pode sozinho transigir, fazer acordos, desistir da ação, renunciar ao direito de fundamentação). Omissão o Ato-fato processual (não expressa vontade do assistido): a simples omissão do assistido que não expresse uma vontade implícita conferirá ao assistente ampla liberdade de atuação na defesa dos direitos e interesses do assistido. Ex.: o assistido é condenado, não paga o valor da condenação e também não recorre. Nesse caso, o assistente pode recorrer, interpor apelação. o Negocial– expressa vontade do assistido - (arts. 337, §6º e 1000): é a omissão que expressa a vontade do assistido, não sendo possível o assistente contrariá-la. Ex.: o assistido foi condenado por sentença e recolheu o valor da condenação em juízo sem interpor recurso da sentença. O assistente não pode apelar nessa situação. Revelia do assistido: a ausência de contestação do assistido ou a apresentação intempestiva da contestação provocará a revelia do assistido, situação em que o assistente terá ampla liberdade para contestar e produzir provas, desde que dentro do prazo. o Eficácia dos atos dispositivos na assistência simples: o assistido poderá desistir, renunciar, transigir, reconhecer a procedência do pedido, sem que haja necessidade de anuência do assistente simples. o Eficácia preclusiva da decisão: os fundamentos de fato e prova proclamados na sentença da relação principal vinculará o assistente em qualquer outra relação processual que venha a discutir o mesmo fato, não podendo o assistente alegar desconhecimento ou inventar outra história. Justiça da decisão: fundamentos de fato e prova da relação principal. Restrição à eficácia preclusiva da decisão: o assistente não estará vinculado à justiça da decisão (fundamentos de fato e prova) quando o assistido impediu o assistente de produzir provas ou por dolo ou culpa não se valeu de provas ou alegações que ajudariam o assistente. Exceção: defesa de má gestão processual (exceptio mali gesti processus) -> assistido. Coisa Julgada Material e Assistência Simples: não será alcançado pela coisa julgada, na medida em que os pedidos julgados na sentença se relacionam ao direito material operado entre assistido e a parte contrária. Litisconsorcial: em razão de possuir direitos materiais envolvidos com a parte contrária os efeitos da coisa julgada material o alcançará. Eficácia preclusiva da decisão (efeitos processuais do art. 123, NCPC) 1º Posicionamento (Baptista da Silva) – negativo: segundo a doutrina majoritária, o assistente litisconsorcial é tratado como litisconsorte, sendo parte na relação jurídica de direito material, razão pela qual somente os efeitos da coisa julgada material o alcançarão, não se vinculando ao fundamentos da decisão (justiça da decisão). 2º Posicionamento (Arruda Alvim) – positivo: segundo a doutrina minoritária o assistente litisconsorcial será considerado assistente, devendo os fundamentos de fato e prova (justiça da decisão) o alcançar sendo aplicável a ele o artigo 123. Chamamento ao processo Compreensão: corresponde a intervenção de terceiro provocada e coercitiva em que o terceiro (chamante - devedor em juízo) convoca os demais codevedores (chamados) a participarem da relação processual. Finalidade: integrar ao processo os demais codevedores. Cabimento (Direito de reembolso): caberá nos processos de conhecimento quando o chamante (devedor em juízo) tenha direito de ser reembolsado contra o chamado (codevedores que ainda não participaram do processo). Legitimado: a parte requerida (devedor em juízo) promoverá o chamamento aos demais codevedores solidários. Natureza jurídica: trata-se de litisconsórcio passivo ulterior facultativo. Prazo: terá o prazo de 30 dias para promover o chamamento ao processo se for na mesma comarca, se for em comarcas distintas ou outra sessão judiciária será 60 dias. Desarmonia entre o direito processual e o direito material civil (CCB, art. 275 x NCPC, art. 130): o Código Civil permite ao credor de dívida solidária cobrar apenas um devedor solidário sobre a dívida toda, entretanto, o CPC permite ao devedor requerido chamar os demais codevedores ao processo, contrariando a vontade inicial do credor. Consequências do chamante que quitou a dívida (CCB, art. 831): o chamante que pagou a dívida se subrrogará nos direitos do credor, podendo executar no mesmo processo, os demais codevedores solidários na sua respectiva quota-parte. Hipóteses de cabimento: o Ação promovida pelo credor contra o fiador: o fiador chamará ao processo o afiançado e os demais fiadores. o Ação promovida pelo credor contra apenas um dos fiadores: o fiador (chamante) chamará os demais fiadores e o afiançado. o Ação promovida pelo credor contra um dos devedores: chamará os demais devedores solidários. Curiosidade jurisprudencial (Agravo Regimental no RE nº 607.381): o STJ entendeu que o chamamento ao processo somente caberá para obrigações pecuniárias, não se prestando para obrigações de fazer como no caso de fornecimento de medicamentos de alto custo em que o estado (chamante) veio a chamar ao processo a União (chamado). 27.04.18 Amicus curiae o Pressupostos Alternativos: constitui pressupostos alternativos os seguintes: Relevância da matéria, cujo o debate transcende o interesse individual das partes possuindo relevância social, jurídica, econômica e política; Especificidade da matéria discutida: o qual exige relevante conhecimento técnico ou científico da matéria. Existência de repercussão social da controvérsia caracterizada pela qualificada discussão e divergência de opiniões sobre a matéria com elevada repercussão nos processos individuais e coletivos. Cumulativo: a pessoa jurídica ou física deverá possuir relevante conhecimento técnico e científico da matéria debatida com reconhecimento da comunidade acadêmica, reconhecimento social e jurídico e até político-institucional. Associação Médica Brasileira, IBDFAM, CNBB, FUNAI. o Admissão: a intervenção do amicus curiae poderá provocada, de ofício pelo juiz ou espontânea, quando o próprio amicus curiae voluntariamente intervém no processo. O amicus curiae terá ampla liberdade de suas manifestações, autonomia e independência não estando condicionado aos requerimentos e pedidos das partes, sendo admitido no processo por decisão irrecorrível do magistrado ou relator. Atos do juiz: 1) Despacho: não possui conteúdo decisório, mas constitui mero ato de impulso do processo -> não cabe recurso em despacho; 2) Sentença (juiz singular) / Acórdão (órgão colegiado): ato jurisdicional decisório que obrigatoriamente encerrará com etapa ou fase do processo de conhecimento ou de execução. Definitiva – meritória – julgamento de pedidos; Terminativas – sem mérito, art. 485, CPC – não julgou os pedidos). Cabe recurso: Regra: Apelação Exceção: Recurso Ordinário Constitucional: STJ (art. 105, II, “c”, CF) e STF (102, II, “b”, CF). 3) Decisão interlocutória: corresponde a ato jurisdicional decisório que não provoca o encerramento de fase ou etapa do processo de conhecimento ou de execução, sendo passível de existir em várias decisões interlocutórias no processo. Imediatamente recorríveis: agravo de instrumento (art. 1.015, NCPC); Não são imediatamente recorríveis (art. 1.009, § único) => matérias alegadas como matéria preliminar de recurso de apelação. o Poderes processuais do Amicus curiae: poderá se manifestar no processo, fazer sua sustentação oral, opor embargos declaratórios em situação de omissão, contradição ou obscuridade, e excepcionalmente, recorrer nos incidentes de resolução de demandas repetitivas. o Emprego: cabe para ações individuais, ações coletivas e, também, para as ações abstratas. o Interesse institucional: não se confunde com o interesse afetivo, moral, econômico e político, pois o amicus curiae intervém para defender o interesse da instituição o qual congrega. o Momento de admissibilidade Doutrina (Gustavo Rodrigues): poderá intervir desde que seja antes do julgamento. STF: um amicus curiae terá como limite de sua
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