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fundamentos e objeto da audito (1)

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CAPÍTULO 2
Fundamentos e Processos 
de Auditoria
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Saber os fundamentos de auditoria das demonstrações contábeis e qual seu 
objetivo.
� Saber o que é um processo auditorial.
� Compreender as exigências, demandas, atribuições e responsabilidades de um 
auditor.
26
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
27
Fundamentos e Processos de Auditoria Capítulo 2 
Contextualização
No capítulo anterior, foi visto que o objeto de estudo da contabilidade é o 
patrimônio, e para assegurar a integridade deste são utilizados fundamentos 
teóricos e práticos que geram informações úteis e fidedignas ao usuário da 
informação contábil. Neste contexto, vimos que existe uma área da contabilidade 
que é responsável pela verificação e estudo das rotinas contábeis de uma 
entidade: a auditoria.
Dentre os diferentes tipos de auditoria, temos a auditoria independente, 
também conhecida como auditoria das demonstrações contábeis. Neste capítulo, 
aprofundaremos os fundamentos para realização de auditoria nas demonstrações 
contábeis e como fazê-la.
Para atingir seu objetivo, a auditoria examina os registros contábeis e 
expressa uma opinião sobre esses registros, assegurando que eles representem 
adequadamente o patrimônio em um dado momento do tempo. Assim, na 
auditoria, o objeto de estudo são todos os elementos de controle que assegurem 
a integridade dos saldos patrimoniais. 
Os processos de auditoria só podem ser realizados por um profissional 
qualificado. Portanto, além de abordar o processo auditorial, discutiremos aqui 
quais as exigências e características para se tornar um auditor independente e 
qual a postura ética e responsabilidade legal que este auditor deve ter. 
Fundamentos De Auditoria Das 
Demonstrações Contábeis
As demonstrações contábeis vão de acordo com a Estrutura Conceitual 
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (00–R1), são “demonstrações 
cujo propósito reside no atendimento das necessidades informacionais dos 
usuários externos que não se encontram em condições de requerer relatórios 
especificamente planejados para atender as suas necessidades peculiares” 
(CPC, 2011, s.p.). Desta forma, retratam os efeitos patrimoniais e financeiros 
que ocorrem em uma determinada entidade durante um período de tempo, 
geralmente (mas não exclusivamente) um ano.
Auditar as demonstrações contábeis significa que o auditor concentra sua 
atenção em cada uma das afirmações contidas nas demonstrações em exame, “o 
objeto, nesse caso, é o enfoque que o auditor dá aos saldos e valores constantes 
nas informações da empresa sob auditoria e o que tais saldos e valores 
representam em termos patrimoniais” (ATTIE, 2010, p. 3).
Demonstrações cujo 
propósito reside 
no atendimento 
das necessidades 
informacionais dos 
usuários externos que 
não se encontram 
em condições de 
requerer relatórios 
especificamente 
planejados para 
atender as suas 
necessidades 
peculiares
28
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
O objetivo das demonstrações contábeis é de fornecer informação 
contábil-financeira que seja útil a seus usuários, isto é, que façam a 
diferença na tomada de decisão e representem autenticidade nos dados 
contábeis. Para que sejam úteis, essas informações precisam respeitar 
as características qualitativas fundamentais, ou seja, identificam os 
tipos de informações que muito provavelmente são reputadas como 
as mais úteis para a tomada de decisão. Para tanto, precisam conter 
relevância e fidedignidade. 
a) Para ter relevância, a informação fornecida na demonstração 
contábil precisa ter:
• valor preditivo;
• valor confirmatório.
Valor preditivo significa que a informação pode ser utilizada pelos usuários 
para resultados futuros, enquanto valor confirmatório serve como um feedback 
para informações anteriores, confirmando-as ou corrigindo-as. Uma informação 
pode ser, ao mesmo tempo, preditiva e confirmatória quando apontar resultados 
passados que podem refletir tendências futuras.
b) Para ser fidedigna, uma informação precisa ter três atributos:
• ser completa;
• ser neutra;
• ser livre de erro.
Uma informação completa é aquela que fornece ao usuário tudo o que ele 
precisa para compreender o fenômeno que está sendo reportado, incluindo todas 
as descrições e explicações necessárias.
O objetivo das 
demonstrações 
contábeis é de 
fornecer informação 
contábil-financeira 
que seja útil a seus 
usuários, isto é, que 
façam a diferença na 
tomada de decisão 
e representem 
autenticidade nos 
dados contábeis.
Um retrato completo de um grupo de ativos incluiria: a) descrição 
da natureza dos ativos que compõem esse grupo; b) o retrato 
numérico de todos os ativos desse grupo; c) a descrição acerca do 
que o retrato numérico representa (por exemplo, se foi avaliado por 
custo histórico ou custo histórico ajustado). 
29
Fundamentos e Processos de Auditoria Capítulo 2 
Para ser neutra, a informação precisa ser desprovida de viés, seja na sua 
seleção ou apresentação, ou seja, deve ser isenta de qualquer tipo de manipulação 
que aumente a probabilidade dessa informação ser recebida por seus usuários de 
modo favorável ou desfavorável. 
A prudência (ou conservadorismo) foi, por muitos anos, condição 
de fidedignidade da informação contábil. Sua prerrogativa consiste 
na subavaliação de ativos e superavaliação de passivos no sentido 
de proteger o patrimônio administrado. Entretanto, em consonância 
à convergência às normas internacionais, no Brasil a prudência não 
é mais característica de fidedignidade, pois é incompatível com a 
neutralidade da informação contábil.
Por fim, a informação livre de erro significa que não há erros ou omissões 
no evento que está sendo retratado e que o processo utilizado para produção da 
informação foi selecionado e aplicado livre de erros. Essa é uma característica 
na qual grandes esforços são produzidos, pois nem todas as informações são 
reconhecidas com facilidade, por exemplo, a estimativa de preço de um produto. 
Essa não pode ser qualificada como algo exato ou inexato, contudo, o que a 
normatização orienta é que o montante estimado para esse item seja descrito 
clara e precisamente como sendo uma estimativa, que a natureza e as limitações 
do processo sejam devidamente reveladas e que nenhum erro possa ter sido 
cometido no processo de desenvolvimento dessa estimativa.
É importante atentar para o fato de que, para ser útil, a informação 
precisa ser, ao mesmo tempo, relevante e fidedigna. Não importa o grau 
dos esforços realizados para gerar uma informação com tempestividade 
se essa informação não reporta, com fidedignidade, o evento, assim 
como não importa se um determinado registro é evidenciado com 
exatidão, mas não corresponde a uma realidade atual.
A figura a seguir apresenta um esquema que representa a utilidade da 
informação contábil:
É importante atentar 
para o fato de que, 
para ser útil, a 
informação precisa 
ser, ao mesmo tempo, 
relevante e fidedigna.
30
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
Figura 1 – Utilidade da informação contábil
Fonte: A autora.
Para Attie (2010, p. 5), “a ação da auditoria não pode se limitar àquilo que 
está registrado nos livros oficiais, mas também àquilo que pode ter sido omitido 
nos registros principais”. Nesse sentido, como a auditoria das demonstrações 
contábeis tem seu foco em atestar a representatividade destas, o trabalho 
e esforço do auditor estão centrados em verificar se foram observadas, nas 
atividades que produzem as demonstrações, as características qualitativas 
fundamentais para sua publicação.
Observamos que as normatizações de procedimentos contábeis 
fluem para uma aproximaçãoda maior veracidade e autenticidade 
das informações contábeis retratadas pelas demonstrações 
contábeis. Você acha que isso diminui a necessidade de auditoria 
independente?
31
Fundamentos e Processos de Auditoria Capítulo 2 
A resposta a este questionamento é negativa. A realização de auditoria das 
demonstrações contábeis testa a eficiência dos controles internos da empresa, 
aumentando o grau de confiabilidade dos saldos contábeis da empresa.
Objetivo da Auditoria das 
Demonstrações Contábeis
O objetivo da auditoria das demonstrações contábeis é expressar 
uma opinião sobre estas demonstrações e assegurar que representem a 
posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações 
do patrimônio líquido e demais demonstrativos de uma determinada 
entidade em um determinado momento. Assim, o principal propósito 
desse tipo de auditoria é obter segurança razoável e não absoluta sobre 
a veracidade das demonstrações contábeis da empresa auditada. 
No Capítulo 4 veremos todas as demonstrações contábeis 
exigidas atualmente no Brasil.
Assim, o principal 
propósito desse tipo 
de auditoria é obter 
segurança razoável 
e não absoluta 
sobre a veracidade 
das demonstrações 
contábeis da 
empresa auditada
Registro do Auditor Independente
A Instrução nº 308 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de 14 de maio 
de 1999, alterada pelas Instruções nº 509/11, nº 545/14 e nº 591/17, dispõe sobre 
o registro e o exercício da atividade de auditoria independente e define os deveres 
e responsabilidades dos administradores das entidades auditadas na relação com 
os auditores independentes.
O exercício da atividade de auditoria independente é prerrogativa de contador 
legalmente habilitado com registro no Conselho Regional de Contabilidade. Seu 
registro como auditor independente deve ser solicitado junto à CVM por meio 
das orientações previstas na Instrução nº 308/99. Logo, o registro na CVM não 
constitui nova categoria profissional, mas uma habilitação no escopo do contador.
32
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
Os auditores independentes registrados na CVM, além de se 
subordinarem às normas emanadas por esta, estão subordinados à 
Lei de Regência da profissão contábil – Decreto-Lei nº 9.295/46 com 
posteriores alterações, e à regulamentação do exercício da atividade 
profissional do Conselho Federal de Contabilidade e à orientação 
técnica emanada do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 
(IBRACON).
Ética Profissional
Um auditor independente deve seguir as orientações previstas na legislação 
em que atua e obedecer aos parâmetros instituídos socialmente, que norteiam 
tanto a vida social quanto profissional. No caso específico das profissões, cada 
uma tem seu código, que confere ao ser humano as diretrizes para sua conduta 
no exercício da profissão. Müller (2003, p. 22) entende que a ética:
Contribui para fundamentar ou justificar certa forma de 
comportamento moral. É a ética que irá questionar toda a 
fundamentação dos valores e das normas de uma determinada 
cultura e sociedade. A existência de qualquer reflexão sobre 
o comportamento humano moral somente é possível porque 
o ser humano é racional e criativo; porque é um sujeito do 
conhecimento, tem capacidade de comunicação, interage com 
a natureza e seus semelhantes, e possui a vontade livre de 
decidir e agir.
 Na Contabilidade, a legislação vigente que regulamenta o 
exercício profissional no Brasil é o Código de Ética Profissional Contábil 
(CEPC), instituído em 1996 pelo CFC em sua Resolução nº 803/96 
e posteriores alterações. O CEPC “apresenta deveres, proibições, 
normas de conduta e penalidades aplicáveis ao contador em exercício, 
inclusive na atuação como perito, assistente técnico, auditor ou árbitro” 
(ITO; NIYAMA; MENDES, 2008, p. 6).
Assim, o contador tem o dever de “exercer a profissão com zelo, diligência 
e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de 
seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência 
profissionais” (BRASIL, 1996, p. 2).
Na Contabilidade, 
a legislação vigente 
que regulamenta o 
exercício profissional 
no Brasil é o Código 
de Ética Profissional 
Contábil (CEPC).
33
Fundamentos e Processos de Auditoria Capítulo 2 
A Resolução nº 803/96, desde sua instituição, sofreu algumas 
alterações, o que é natural com o desenvolvimento da sociedade. O 
CEPC tem sido bastante discutido entre os profissionais, e até o início 
de 2018 a minuta do novo CEPC está disponibilizada para audiência 
pública no site do CFC. Os profissionais de contabilidade podem 
conhecer e opinar sobre o conteúdo que revoga a Resolução nº 
803/96 (e alterações posteriores). Confira! Lembrando que o CEPC, 
após a audiência pública, será transformado na Norma Brasileira de 
Contabilidade Profissional Geral (NBC PG) 01.
De acordo com seu art. 1º, o Código de Ética Profissional “tem por objetivo 
fixar a forma pela qual se devem conduzir os Contabilistas, quando no exercício 
profissional”. Para Müller (2003, p. 26), “o objetivo do código de ética para 
o profissional é habilitá-lo a adotar uma conduta pessoal, de acordo com os 
princípios éticos conhecidos e aceitos pela sociedade”.
A auditoria, como já discutido anteriormente, é uma área da Contabilidade 
e, assim sendo, responde e respeita o CEPC. Para assegurar que os itens 
averiguados estejam de acordo ou sugerir correções, é necessário que o 
profissional respeite as diretrizes fundamentadas na legislação, a fim de 
resguardar não somente as suas atividades, mas a adequada postura diante de 
um mundo globalizado e competitivo.
Há muitas discussões que permeiam o campo da ética na 
auditoria. Se o auditor ou firma de auditoria são pagos pela Empresa 
X, como poderão agir de forma que a prejudiquem emitindo relatórios 
contraditórios e desfavoráveis? 
Uma empresa, ou um auditor, deve sempre se pautar pelos 
princípios éticos de sua profissão, não se deixando levar por pressões 
de superiores. Grandes firmas se consolidam no mercado em razão 
de sua postura ética e não corrupta. Pense a respeito.
34
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
O trabalho executado pelo auditor deve ser realizado de tal forma que 
tenha e mereça toda credibilidade possível, não havendo quaisquer sombras de 
dúvidas quanto à honestidade e à moralidade do auditor. A seguir, será abordada 
a profissão do auditor, que exige obediência e princípios éticos profissionais de 
independência, integridade, eficiência e confidencialidade:
a) A independência é condição primeira para o trabalho de auditoria. O auditor 
deve ser absolutamente independente e imparcial na interpretação de tudo que 
estiver em seu campo de averiguação, atestando conclusivamente cada um dos 
dados verificados.
b) A integridade do profissional em seus compromissos que envolvam a 
empresa auditada, o público em geral e pessoas interessadas na opinião emitida 
e à classe dos contadores. A Instrução CVM nº 308, em seu artigo 25, identifica 
como ato de descrédito o auditor que, no desempenho de suas funções, agir 
com falta de integridade, como por exemplo, não registar um fato importante que 
conheça, não reunir evidências suficientes para justificar sua opinião, não relatar 
qualquer desvio importante ou omissão que tenha percebido.
c) A eficiência dos trabalhos prestados está relacionada à objetividade e 
clareza das conclusões apresentadas, seja em caso favorável ou não à empresa 
auditada.
d) A confidencialidade é elemento singular na atividade de auditoria e 
as informações obtidas só podem ser utilizadas para a execução do serviço 
para o qual o auditor foi contratado. Assim como na questão da integridade, 
a CVM também prevê punições ao auditor que não respeitar os limites da 
confidencialidadede auditoria das demonstrações contábeis.
Resumindo, a técnica não sobrevive sem a ética. Por mais que o contador 
domine todas as ferramentas e técnicas da contabilidade, jamais será um 
profissional completo sem obediência aos ditames éticos que regem a profissão. 
Nesse processo de humanização do profissional contábil, o CEPC exerce papel de 
suma relevância, norteando a conduta esperada pela sociedade dos verdadeiros 
contadores.
Responsabilidade Legal em Auditoria
Na auditoria independente, a responsabilidade do auditor é ampla em razão 
da complexidade e do volume das operações. Sua responsabilidade sobre seus 
trabalhos se inicia no momento em que determina o número de operações a 
serem examinadas para obter elementos que sejam válidos para sua conclusão. 
35
Fundamentos e Processos de Auditoria Capítulo 2 
Todo trabalho de auditoria está fundamentado no estabelecimento de 
critérios e de metodologia que vislumbrem segurança sobre a totalidade dos 
dados apresentados nas demonstrações contábeis analisadas.
O auditor pode ser responsabilizado quando agir com negligência na 
execução das normas de auditoria ou em consequência de não tê-las aplicado 
devidamente. São atribuições de um auditor:
• entender do negócio do cliente e do setor no qual este negócio está inserido;
• obter e avaliar evidências referentes às demonstrações contábeis;
• verificar consonância das demonstrações às exigências legais;
• emitir sua opinião no relatório de auditoria;
• entregar relatório de auditoria ao cliente;
• apresentar recomendações que agreguem valor para a companhia e seu 
conselho.
DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS 
AUDITORES INDEPENDENTES
O artigo 25 da Instrução nº 308 da Comissão de Valores 
Mobiliários traz os deveres e responsabilidades de um Auditor 
Independente em seus trabalhos. Veja a seguir quais são esses 
direitos e deveres:
No exercício de suas atividades, no âmbito do mercado de 
valores mobiliários, o auditor independente deverá, adicionalmente:
 
I- Verificar:
a) se as demonstrações contábeis e o relatório de auditoria foram 
divulgados nos jornais em que seja obrigatória a sua publicação e 
se estes correspondem às demonstrações contábeis auditadas e 
ao relatório originalmente emitido;
b) se as informações e análises contábeis e financeiras apresentadas 
no relatório da administração da entidade estão em consonância 
com as demonstrações contábeis auditadas;
c) se as destinações do resultado da entidade estão de acordo com 
as disposições da lei societária, com o seu estatuto social e com 
as normas emanadas da CVM; 
d) o eventual descumprimento das disposições legais e regulamentares 
aplicáveis às atividades da entidade auditada e/ou relativas a 
36
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
sua condição de entidade integrante do mercado de valores 
mobiliários, que tenham, ou possam vir a ter reflexos relevantes nas 
demonstrações contábeis ou nas operações da entidade auditada.
II- elaborar e encaminhar à administração e ao Conselho 
Fiscal, relatório circunstanciado que contenha suas observações em 
relação aos controles internos e aos procedimentos contábeis da 
entidade auditada, descrevendo, ainda, as eventuais deficiências ou 
ineficácias identificadas no transcorrer dos trabalhos;
 
III- conservar em boa guarda pelo prazo mínimo de cinco 
anos, ou por prazo superior por determinação expressa desta 
comissão em caso de inquérito administrativo, toda a documentação, 
correspondência, papéis de trabalho, relatórios e pareceres 
relacionados com o exercício de suas funções;
 
IV- indicar com clareza, e em quanto, as contas ou subgrupos 
de contas do ativo, passivo, resultado e patrimônio líquido que estão 
afetados pela adoção de procedimentos contábeis conflitantes com 
os princípios fundamentais de Contabilidade, bem como os efeitos 
no dividendo obrigatório e no lucro ou prejuízo por ação, conforme 
o caso, sempre que emitir relatório de revisão de informações 
intermediárias ou relatório de auditoria adverso ou com ressalva;
 
V- dar acesso à fiscalização da CVM e fornecer ou permitir 
a reprodução dos documentos referidos no item III, que tenham 
servido de base à emissão do relatório de revisão de informações 
intermediárias ou relatório de auditoria;
 
VI- possibilitar, no caso de substituição por outro auditor, 
resguardados os aspectos de sigilo e mediante prévia concordância 
da entidade auditada, o acesso do novo auditor contratado aos 
documentos e informações que serviram de base para a emissão 
dos relatórios de revisão de informações intermediárias ou relatórios 
de auditoria dos exercícios anteriores.
 
VII- garantir que todos os sócios, diretores, gerentes, 
supervisores ou quaisquer outros integrantes, com função de 
gerência, na equipe destinada ao exercício da atividade de auditoria 
em entidades reguladas pela CVM, tenham sido aprovados em 
Exame de Qualificação Técnica específico para a CVM.
 
VIII- comunicar os principais assuntos de auditoria nos relatórios 
de auditoria de demonstrações financeiras de todas as entidades 
37
Fundamentos e Processos de Auditoria Capítulo 2 
reguladas ou supervisionadas pela CVM, nos termos das normas 
profissionais de auditoria independente aprovadas pelo Conselho 
Federal de Contabilidade – CFC.
 
Parágrafo único. Constatada qualquer irregularidade relevante 
em relação ao que estabelece os incisos I e II, o auditor independente 
deverá comunicar o fato à CVM, por escrito, no prazo máximo de 
vinte dias, contados da data da sua ocorrência.
Fonte: Adaptado de: <http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/
notas-explicativas/anexos/nota308.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2018.
Processo Auditorial: o Que é e 
Como se Constitui
O processo auditorial é o conjunto de técnicas que permite ao auditor obter 
evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião 
sobre as demonstrações contábeis analisadas. Na figura a seguir, podem ser 
visualizadas as etapas desse roteiro:
Figura 2 – Etapas do processo auditorial
Fonte: Adaptado de Attie (2010).
38
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
Uma afirmação é uma informação passada pela empresa e que será escopo 
de averiguação da auditoria, por exemplo, o Balanço Patrimonial da Empresa 
ABC representa a posição patrimonial e financeira da Empresa ABC em um dado 
momento. Esta é uma afirmação de ABC em relação ao seu patrimônio e sua 
posição financeira.
Análise da Afirmação
O primeiro passo realizado num processo de auditoria é a análise da 
informação. A análise da informação compreende: revisão analítica, planejamento, 
conhecimento e conteúdo.
Assim, o pressuposto da análise baseia-se na identificação do significado 
da afirmação, traçando um plano estratégico para se obter conhecimento das 
atividades da entidade e identificar eventos e transações relevantes que afetem 
as demonstrações contábeis.
Seguindo o exemplo do Balanço Patrimonial como uma afirmação, seu 
significado é o reflexo patrimonial e financeiro da empresa por meio dos itens 
que o compõe, como bens, direitos e obrigações. Cada um desses itens é uma 
afirmação isolada e, uma vez identificada a natureza e origem da afirmação, 
pode-se entender qual sua importância e seu impacto no patrimônio da empresa.
Avaliação da Afirmação
A avaliação da afirmação é a determinação dos métodos e medidas 
utilizados para o levantamento e recolhimento de evidências. Alguns fatores 
podem influenciar nessa determinação, como o nível de efetividade e qualidade 
dos controles internos, a subjetividade do item estudado, a integridade dos 
administradores etc. 
Imagine uma empresa que compra e revende sapatos. O controle desse 
estoque de sapatos pode ser realizado tanto numérica quanto fisicamente, certo?Então, em uma auditoria, para se determinar qual a melhor forma que esse 
estoque será analisado, é preciso saber quais os modelos, valores e quantidades 
de sapatos compõem as transações da empresa e definir se a análise será feita 
de forma física ou numérica.
39
Fundamentos e Processos de Auditoria Capítulo 2 
Obtenção de Elementos 
Comprobatórios
A obtenção de elementos comprobatórios implica a escolha e aplicação dos 
procedimentos de auditoria. É a fase de concretização dos trabalhos. Nesse 
momento, o auditor reúne os elementos comprobatórios por meio da utilização de 
testes. 
Os principais testes são o teste de procedimentos (também chamados 
de testes de observância) e o teste de saldos (também chamados de testes 
substantivos). 
O teste de procedimentos tem o intuito de provar a efetividade das atividades 
de controle interno praticadas pela empresa: a) verifica-se se há consonância 
entre informações dos funcionários acerca das transações e o funcionamento 
do sistema; b) determina-se a natureza e a quantidade de erros que possam ter 
ocorrido na aplicação dos procedimentos de controle previstos no sistema.
O teste de saldos tem a finalidade de comprovar que as transações ocorridas 
em determinado período de tempo de fato existiram, que os saldos demonstrados 
existem e são correspondentes à empresa e estão corretamente avaliados e 
aferidos.
Formação de Opinião
A emissão de opinião é o último passo a ser cumprido num processo de 
auditoria. Com base nas informações obtidas nas outras três etapas, o auditor tem 
conteúdo suficiente para opinar acerca das demonstrações contábeis em análise.
Caso tenha interesse em aprofundar seus conhecimentos sobre 
cada uma dessas etapas do processo auditorial, o terceiro capítulo 
do livro Auditoria: conceitos e aplicações, explora muito bem esse 
conteúdo.
Fonte: ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações.
40
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Atividades de Estudos:
 1) O que são demonstrações contábeis?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 2 Analise as sentenças a seguir e assinale V para as verdadeiras 
e F para as falsas:
 a) ( ) O objetivo das demonstrações contábeis é o de reportar 
informações econômico-financeiras apenas para os gerentes e 
sócios da empresa.
 b) ( ) Uma informação é relevante quando ela possui três atribu-
tos: é completa, é neutra e é livre de erro.
 c) ( ) As características qualitativas da informação contábil iden-
tificam os tipos de informação que muito provavelmente são repu-
tadas como as mais úteis para a tomada de decisão. 
 d) ( ) Em geral, uma informação não tem utilidade caso não seja 
relevante ou não tenha representação fidedigna. Entretanto, caso 
a entidade maximize seus esforços para aplicação das caracte-
rísticas qualitativas de melhoria, o resultado desses esforços pro-
duz utilidade na informação contábil reportada.
 e) ( ) Ainda que as demonstrações contábeis sejam elaboradas 
obedecendo a preceitos de relevância e fidedignidade, é impor-
tante a realização de auditoria independente.
 3) Qualquer pessoa pode solicitar registro como um auditor 
independente? 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 4) Sobre o Código de Ética Profissional Contábil, qual o dever de 
um auditor no dia a dia de suas práticas? 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
41
Fundamentos e Processos de Auditoria Capítulo 2 
____________________________________________________
 5) O que é um processo auditorial? Quais são as suas etapas?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Algumas Considerações 
A auditoria das demonstrações contábeis é de fundamental interesse 
para toda a sociedade. Ainda que estes demonstrativos sejam produzidos para 
representar fielmente o patrimônio e a saúde financeira da empresa, o processo 
de auditoria garante a todos os interessados na informação contábil que aquilo 
que foi publicado é, de fato, um reflexo da empresa. Desta forma, descrevemos 
passo a passo o processo de auditoria das demonstrações contábeis.
Discutimos neste capítulo, além dos fundamentos da auditoria das 
demonstrações contábeis, questões que envolvem a figura do profissional. A 
questão ética é muito importante para o exercício da auditoria e é tema discutido no 
mundo dos negócios. A ética profissional recai sobre o profissional da contabilidade, 
este atuará no âmbito da auditoria, sendo necessário cumprir com seus deveres, 
e que tenha conhecimento da matéria, mas, sobretudo, conhecimento de seus 
deveres éticos. Desta forma, destacamos as responsabilidades do auditor no 
exercício de sua função.
No próximo capítulo, abordaremos quais são as normas de auditoria que 
orientam a profissão e os fundamentos sobre o parecer de auditoria.
Referências
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução nº 803, 10 out. 1996. 
Aprova o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC. Brasília, DF, p. 
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 Fundamentos e Objeto da Auditoria
1-11, 1996.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 00 (R1) - Estrutura 
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. 
Brasil, 2016.
ITO, Elisabeth Yukie Horita; NIYAMA, Jorge Katsumi; MENDES, Paulo César de 
Melo. Controle de qualidade dos serviços de auditoria independente: um estudo 
comparativo entre as normas brasileiras e as normas internacionais. Revista Unb 
Contábil, Brasília, n. 11, p. 312-328, jan. 2008.
LAFFIN, Nathália Helena Fernandes. Normas profissionais de auditoria: o 
que mudou com a adoção das normas internacionais. 2011. 59 f. Monografia 
(Graduação) – Curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências 
Contábeis, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.
MÜLLER, Rodrigo. Sobre ética para o exercício da profissão contábil. 2003. 
69 f. Monografia (Graduação) - UFSC, Florianópolis, 2003.

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