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fundamentos e objeto da audito (2)

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CAPÍTULO 3
Normas de Auditoria e Parecer 
do Auditor
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Conhecer as normas que envolvem a auditoria.
� Conhecer as diferenças entre normas profissionais de 
auditoria e normas técnicas de auditoria.
� Compreender o que é um parecer de auditoria e qual sua finalidade.
� Conhecer quais tipos de parecer existem.
44
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
45
Normas de Auditoria e Parecer do Auditor Capítulo 3 
Contextualização
O avanço das ciências e das comunicações marca o fenômeno da 
globalização. A conversa existente entre diferentes locais e setores do mundo 
permite que as informações sejam de rápido e fácil acesso. Laffin (2011) destaca 
que esse avanço traz novas contribuições para os processos produtivos e 
decisórios. Além disso, em muitas instituições, estas novas tecnologias têm 
alterado de forma substancial os processos produtivos e gerenciais.
Assim sendo, além de contribuir com novas formas de perceber e transformar 
a realidade da sociedade em geral, esse avanço demanda alternativas e soluções 
para as atividades mercantis e produtivas, buscando otimizar os processos e as 
informações que subsidiam a tomada de decisão.
Não distante dessa realidade, a contabilidade, sendo de fato a ciência social 
aplicada, busca aprofundar e melhorar seus instrumentos de controle nas decisões 
sobre o patrimônio administrado para melhor se adequar ao mercado competitivo. 
Assim, sua ciência avança com alinhamento nas questões práticas e teóricas.
A auditoria, como uma das especializações da contabilidade, revê 
constantemente suas normas e procedimentos e seus instrumentos legais para 
que possa fundamentar sua operacionalidade, ampliando seu espaço e atuação 
na gestão patrimonial. Assim sendo, a convergência às normas internacionais 
possibilita cada vez mais uma conversa entre as práticas e processos realizados 
pelas empresas brasileiras com o mundo globalizado.
Normas de Auditoria
As normas de auditoria estão alicerceadas nas normas que regem a 
profissão contábil como um todo, entretanto, por sua especificidade, apresentam 
regulamentações específicas. Neste capítulo, abordaremos as normas de 
auditoria dentro do contexto das Normas Brasileiras de Contabilidade.
 
Normas Brasileiras de 
Contabilidade
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) são elaboradas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e apresentam consonância com as 
46
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
Normas Internacionais de Contabilidade. A estrutura das NBC está regulamentada 
na Resolução nº 1328/11 do CFC e, de acordo com esta resolução, as normas 
estabelecem preceitos de conduta profissional e padrões e procedimentos 
técnicos necessários para o adequado exercício profissional.
Atualmente, as NBC classificam-se em:
• Normas Profissionais, que estabelecem regras de exercício profissional e 
dividem-se em: NBC-P Geral; NBC-P do Auditor Independente e NBC-P do 
Perito Contábil.
• Normas Técnicas, que estabelecem conceitos doutrinários, regras e 
procedimentos que devem ser aplicados nas atividades contábeis. Estas 
dividem-se em: NBC-T Geral; NBC-T Completas; NBC-T Simplificadas para 
Pequenas e Microempresas; NBC-T aplicadas ao Setor Público; NBC-T de 
Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica; NBC-T de Revisão de 
Informação Contábil Histórica; NBC-T de Serviço Correlato; NBC-T de Auditoria 
interna; NBC-T de Perícia.
No Brasil, as instituições e documentos envolvidos com a 
adoção das normas internacionais de contabilidade são o Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC), a Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o Instituto 
dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), o Comitê 
Administrador do Programa de Revisão Externa de Qualidade 
(CRE), o Cadastro Nacional dos Auditores Independentes (CNAI) e o 
Código de Ética do Profissional Contábil. 
As Normas Brasileiras de Contabilidade que abordam as questões de 
auditoria classificam-se tanto como profissionais quanto técnicas, ou seja, 
pautam o exercício da profissão e pautam as rotinas e atividades que devem ser 
realizadas. 
47
Normas de Auditoria e Parecer do Auditor Capítulo 3 
Figura 3 – Classificação das normas
Fonte: A autora.
Dentro dessa classificação existem diferentes normas equiparadas às 
internacionais. A seguir, veremos uma a uma, quais as normas existentes no 
Brasil atualmente e o que abordam:
a) Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais do Auditor 
Independente
As normas profissionais de auditoria estão relacionadas à qualidade, 
independência e registros/qualificações do contador no exercício da auditoria 
independente. O quadro a seguir retrata os Profissionais do Auditor Independente 
(NBC) e evidencia todas as normas profissionais atualmente redigidas e editadas 
pelo Conselho Federal de Contabilidade:
Quadro 1 – Profissionais do Auditor Independente (NBC)
NBC Nome da Norma
NBC PA 01
Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de 
Auditores Independentes
NBC PA 290 (R2) Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão
NBC PA 291 (R2) Independência – Outros Trabalhos de Asseguração
NBC PA 11 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares
48
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
NBC PA 13 (R2) Exame de Qualificação Técnica
- Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI)
Fonte: A autora.
Normas Com Enfoque de Qualidade
As normas profissionais de auditoria editadas pelo CFC e que possuem 
escopo voltado às questões da qualidade são as NBC PA 01 e NBC PA 11 (NBC 
PA 11 entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2019). 
A primeira menção à qualidade é percebida na Resolução CFC nº 910/01 
(NBC T 14), em que:
A qualidade, neste contexto, é medida pelo atendimento das 
normas técnicas e profissionais, estabelecidas pelo Conselho 
Federal de Contabilidade, e, na insuficiência destas, pelos 
pronunciamentos do Instituto de Auditores Independentes do 
Brasil – Ibracon, e eventualmente, das normas emitidas por 
órgãos reguladores (BRASIL, 2001, s.p.).
De acordo com a Declaração Internacional de Conceitos de Contabilidade 
Financeira (Statement of Financial Accounting Concepts SFAC), “a qualidade da 
informação garante que a informação seja razoavelmente livre de erro e viés e 
represente fielmente o que visa representar”. Assim, o Controle de Qualidade, 
previsto na NBC PA 01:
É composto por políticas desenhadas para alcançar um sistema 
de controle de qualidade para obter segurança razoável, 
a firma e seu pessoal cumprem as normas técnicas e as 
exigências regulatórias e legais aplicáveis; os relatórios sobre 
demonstrações contábeis e demais relatórios emitidos pela 
firma e pelos sócios encarregados do trabalho são apropriados 
nas circunstâncias (BRASIL, 2009, s.p.).
Além disso, o sistema de controle de qualidade deve abranger procedimentos 
necessários para implementar e monitorar o cumprimento dessas políticas, ou 
seja, o controle de qualidade é um mecanismo que garante que as informações 
prestadas pelo contador atuante como auditor estarão estritamente vinculadas 
às normas de auditoria, bem como a todas as outras regulamentações as quais 
esteja vinculado.
A NBC PA 01 tem o objetivo de que a firma estabeleça e mantenha um 
sistema de controle de qualidade razoável para o cumprimento de suas funções 
49
Normas de Auditoria e Parecer do Auditor Capítulo 3 
de auditoria. A NBC PA 11, que entrará em vigor em 2019, é legislação que tem o 
intuito de exercer revisão pelos pares, ou seja, é um processo de acompanhamento 
do controle de qualidade dos trabalhos realizados pelos auditores independentes.O objetivo da revisão dos pares, de acordo com a própria resolução, é o de “avaliar 
os procedimentos adotados pelo contador que atua como auditor independente 
com vistas a assegurar a qualidade dos trabalhos de auditoria e asseguração 
desenvolvidos” (BRASIL, 2009, s.p.).
Neste sentido, o contador consegue ampliar o alcance de seus resultados a 
partir da manutenção do controle de qualidade.
 
Normas Com Enfoque na 
Independência
A primeira menção ao conceito de independência nas normas profissionais de 
auditoria, ocorreu em 1991, quando o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por 
meio de sua Resolução nº 701, aprovou a NBC P 1, que são Normas Profissionais 
do Auditor Independente. A NBC P 1, por meio de seu item 1.2.1, caracterizou a 
figura do auditor independente: “o auditor deve ser independente, não podendo 
deixar-se influenciar por fatores estranhos, por preconceitos ou quaisquer outros 
elementos materiais ou afetivos que resultem perda, efetiva ou aparente, de sua 
independência” (BRASIL, 2009, s.p.). Independência compreende:
• Independência do pensamento: na qual o auditor não sofre influências que 
comprometam seu julgamento profissional, podendo agir com integridade, 
objetividade e ceticismo profissional. 
• Aparência de independência: não basta ser independente, é necessário que 
terceiros, com experiência, conhecimento e bom senso, provavelmente, ao 
analisar os trabalhos, concluiriam a independência do auditor.
Desta forma, as normas que tratam sobre independência têm os objetivos de:
• NBC PA 290 (R2): auxiliar as firmas e os membros das equipes de auditoria 
para a conquista e manutenção da independência.
• NBC PA 291 (R2): auxiliar as firmas e os membros das equipes de asseguração 
para a conquista e manutenção da independência
50
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
Normas Para o Exame de 
Qualificação
A NBC que dispõe sobre o Exame de Qualificação Técnica para Registro 
no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI), do Conselho Federal 
de Contabilidade, é a NBC PA 13 (R1), publicada em 16 de maio de 2014 e tem 
por objetivo verificar o nível de conhecimento e competência técnico-profissional 
da figura do auditor para o exercício da auditoria independente. A realização do 
exame é requisito básico para registro do contador no CNAI. 
A norma versa sobre as questões burocráticas do exame de qualificação 
e sobre direitos e obrigações do auditor interessado no registro. O conteúdo 
exigido no exame compreende as áreas de legislação e ética profissional, 
Normas Brasileiras de Contabilidade, legislação societária, legislação e normas 
de reguladores de mercado, por exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários e 
língua portuguesa aplicada.
Normas Para o Cadastro Nacional 
de Auditores Independentes (CNAI)
O Cadastro Nacional de Auditores Independentes (NBC) é a Resolução 
nº 1.495/2005. A legislação consta com apenas 11 artigos em seu corpo e traz 
as exigências para registro e manutenção no Cadastro Nacional de Auditores 
Independentes (CNAI). A principal exigência consta que o contador, devidamente 
habilitado, tenha a aprovação no Exame de Qualificação Técnica e que participe 
do Programa de Educação Continuada exigido pelo Conselho Federal de 
Contabilidade.
a) Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas de Auditoria 
Independente de Informação Contábil Histórica
As normas técnicas estabelecem os conceitos doutrinários, as regras e os 
procedimentos devem ser respeitados no exercício da função do auditor. Cada 
uma das atividades a ser desenvolvida no processo de auditoria possui uma 
regulamentação formal que a orienta. 
No Brasil, atualmente, entre normas e orientações, existem mais de 50 
documentos que norteiam a profissão do auditor. Essas normas perpassam a 
estrutura conceitual, os objetivos gerais do auditor independente, a condução da 
51
Normas de Auditoria e Parecer do Auditor Capítulo 3 
auditoria em conformidade com as normas, o controle de qualidade, a documentação 
de auditoria, a responsabilidade do auditor e demais itens importantes. A maioria 
destes conceitos foi (ou será) discutido durante nosso curso.
Acesse o site do Conselho Federal de Contabilidade. Disponível 
em: <http://www.cfc.org.br/>. Busque o Menu “Normas Brasileiras de 
Contabilidade” e fique por dentro de todas as normas técnicas que 
dizem respeito à auditoria. 
b) Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas de Auditoria Interna
 A NBC TI 01 trata da atividade e dos procedimentos de auditoria interna 
contábil, também vista neste livro como auditoria interna. Em suas disposições 
gerais, a norma traz a conceituação e objetivos da auditoria interna, bem como 
alguns detalhes a serem vistos:
•	 Papéis de trabalho: de acordo com a norma, a auditoria interna deve ser 
documentada por meio de papéis de trabalho, que podem ser elaborados 
física ou eletronicamente e que devem ser organizados de forma sistemática e 
racional. Esses papéis de trabalho constituem os documentos e registros dos 
fatos, informações e provas obtidos no curso da auditoria.
•	 Fraude e erro: deve ser realizado, pela auditoria, um trabalho a fim de prevenir 
e evitar fraudes e erros, obrigando a administração da entidade a informar à 
auditoria, por escrito, sobre quaisquer indícios ou confirmações de que houve 
ato intencional (fraude) ou não intencional (erro) de omissão e/ou manipulação 
de transações e operações e alterações de documentos.
•	 Normas de execução dos trabalhos: deve seguir um planejamento, observar 
os riscos e os procedimentos de auditoria e trata dos detalhes que devem ser 
percebidos quando utilizada amostragem para os testes de auditoria.
•	 Aspectos abordados: a norma traz alguns aspectos que devem ser abordados 
na auditoria interna, como já visto no Capítulo 1 deste livro.
52
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
Parecer de Auditoria: Conceito e 
Finalidade
O parecer de auditoria é o trabalho final do auditor. Por meio dele o auditor 
informa tudo sobre seu trabalho e qual realizou, informando o alcance abrangido, 
a forma como foi realizado, os fatos relevantes observados e as conclusões a que 
chegou. Um parecer, quanto a sua natureza de opinião, classifica-se em:
• parecer sem ressalva (parecer com opinião não modificada ou sem 
modificações);
• parecer com ressalva;
• parecer adverso; 
• parecer com abstenção de opinião.
a) Parecer com opinião não modificada ou sem modificações
O parecer com opinião não modificada e sem modificações demonstra que 
o auditor, após toda sua investigação, está de acordo com as demonstrações 
contábeis publicadas pela entidade, ou seja, o auditor se convence de que as 
demonstrações obedecem às Normas Brasileiras de Contabilidade.
O parecer sem ressalva possui uma redação padronizada com três parágrafos 
para evitar expressões que deem margem para dupla ou má interpretação por 
parte dos usuários da informação contábil. É um documento conciso e diz apenas 
o necessário para atender às normas de auditoria (FRANCO; MARRA, 2009). 
• O primeiro parágrafo identifica as demonstrações contábeis e as 
responsabilidades da administração e dos auditores.
• O segundo parágrafo se refere à extensão dos trabalhos.
• No terceiro parágrafo consta a opinião sobre as demonstrações contábeis.
b) Parecer com ressalva
O parecer com ressalva indica que o auditor conclui que o efeito produzido por 
qualquer discordância ou restrição na extensão dos trabalhos não é significativa o 
suficiente para emissão de parecer adverso ou abstenção de opinião. 
A elaboração de um parecer com ressalva é similar ao sem ressalva, com 
utilização de expressões, por exemplo, “exceto por”, “com exceção de” ou “exceto 
quanto” ao se referir aos efeitos do objeto assunto de ressalva.
53
Normas de Auditoria e Parecer do AuditorCapítulo 3 
Para Franco e Marra (2009), um parecer com ressalva pode ser ocasionado 
pelos seguintes fatos:
• falta de comprovantes suficientes;
• comprovantes inválidos;
• restrição ao alcance do exame;
• parte do exame realizado por outros auditores independentes;
• afastamento às normas de contabilidade;
• mudança nos princípios ou no método de aplicação de um período para outro;
• incertezas.
Quando um auditor emite um parecer com ressalvas é importante que 
descreva, claramente, todas as razões que fundamentam sua opinião e qual a 
quantificação dos efeitos sobre as demonstrações contábeis.
c) Parecer adverso
Um parecer adverso indica que as demonstrações contábeis não representam 
de forma adequada as posições patrimoniais e financeiras da entidade, nem o 
resultado do exercício e/ou as mutações do patrimônio líquido e/ou as origens e 
aplicações de recursos. Apresentam consonância com as Normas Brasileiras de 
Contabilidade e demais legislações aplicáveis. 
O parecer adverso é emitido quando o auditor verifica que as demonstrações 
contábeis estão incorretas ou incompletas, de tal forma que impossibilite a 
emissão de parecer com ressalvas. 
Sendo que, no parecer com ressalva, e no seu parecer adverso, o auditor 
deve revelar, em parágrafo destacado:
• Todas as razões fundamentais para dar parecer adverso.
• Os efeitos principais dessas razões nas demonstrações da empresa.
d) Parecer com abstenção de opinião
Quando o auditor não possui comprovação suficiente para fundamentar 
sua opinião, ele emite um parecer com abstenção de opinião. Assim, esse tipo 
de parecer declara que o auditor não expressa opinião sobre as demonstrações 
contábeis. Nesse caso, devem ser indicadas, em parágrafo específico, todas as 
razões que o fizeram negar opinião.
Esse tipo de parecer geralmente ocorre quando o auditor não possui 
condições de realizar um exame com alcance necessário para que ele reúna 
elementos o suficiente para formar uma opinião.
54
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
Forma e Conteúdo do Relatório do 
Auditor Independente Com Opinião 
Modificada
De forma geral, existem dois tipos de auditoria. A seguir, será apresentado 
um modelo de Parecer Com Ressalva:
PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
DESTINATÁRIO:
(1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, 
levantados em 31 de dezembro de 20X1 e de 20X0, e as respectivas 
demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido 
e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos 
exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade 
de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma 
opinião sobre essas demonstrações contábeis.
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas 
de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, 
considerando a relevância dos saldos, o volume de transações 
e o sistema contábil e de controles internos da entidade; (b) a 
constatação, com base em testes, das evidências e dos registros 
que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; 
e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais 
representativas adotadas pela administração da entidade, bem 
como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em 
conjunto.
(3) A entidade deixou de apresentar a demonstração de origens 
e aplicações de recursos para os exercícios findos em 31 de 
dezembro de 20X1 e 20X0, requerida como parte das informações 
contábeis mínimas.
(4) Em nossa opinião, exceto pela falta da apresentação da 
demonstração de origens e aplicações de recursos, mencionada 
no parágrafo anterior, as demonstrações contábeis acima referidas 
55
Normas de Auditoria e Parecer do Auditor Capítulo 3 
representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a 
posição patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro 
de 20X1 e de 20X0, o resultado de suas operações, as mutações de 
seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos 
referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as 
práticas contábeis adotadas no Brasil.
Florianópolis, XX de janeiro de 20XX.
Assinatura do auditor
Nome do auditor-responsável técnico
Nº de registro do Contador no CRC
(Quando houver)
Nome da empresa de auditoria
Nº de registro cadastral no CRC
Fonte: Adaptado de Attie (2010).
Atividades de Estudos:
 1) O que são as Normas Brasileiras de Contabilidade?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 2) Como dividem-se as Normas Brasileiras de Contabilidade?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
56
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
 3) Qual a diferença entre as Normas Profissionais e as Normas 
Técnicas?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 4) O que é um parecer do auditor?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 5) Quantos parágrafos tem um parecer sem ressalvas e qual o 
conteúdo desses parágrafos?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 6) O que significa emitir um parecer com ressalva?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
 7) Qual a diferença entre parecer adverso e parecer com 
abstenção de opinião?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
57
Normas de Auditoria e Parecer do Auditor Capítulo 3 
 8) Suponha que você é um auditor devidamente qualificado e, no 
exercício de sua profissão, auditou a Empresa XYZ nos anos de 
2015 e 2016. Após os trabalhos, emitiu um parecer sem Ressalva. 
Como seria esse parecer?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Algumas Considerações
Neste capítulo, abordamos as normasde auditoria, perpassando as 
características e finalidades das normas técnicas e profissionais. 
 Falamos sobre o relatório do auditor, que é o produto final de um processo de 
auditoria, bem como os tipos existentes de relatórios, em que você foi desafiado a 
elaborar um relatório para um suposto cliente. 
As normas que regulamentam a profissão do auditor estão alicerçadas nas 
normas que regem a profissão contábil como um todo, mas existem, também, 
normas específicas para direcionar e auxiliar o auditor e firmas de auditoria em 
seu dia a dia.
No próximo capítulo, abordaremos as demonstrações contábeis, sobre as 
quais são debruçadas as análises de auditoria.
Referências
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução nº 910, 2001. Aprova a 
NBC T 14, Brasília, DF, p. 1-12, 2001.
BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução nº 1.201, 2009. 
Aprova a NBC PA 01, Brasília, DF, p. 1-39, 2009.
58
 Fundamentos e Objeto da Auditoria
FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
2009.
LAFFIN, Nathália Helena Fernandes. Normas profissionais de auditoria: o 
que mudou com a adoção das normas internacionais. 2011. 59 f. Monografia 
(Graduação) – Curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências 
Contábeis, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.

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