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Penal III RESUMÃO - ESTÁCIO

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Penal III - Parte especial / Título I: Dos crimes contra a pessoa 
 
Título I: DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
Capítulo I: Dos crimes contra a vida
HOMICÍDIO [Art. 121] – Matar alguém. Ou ocisão (extinção) da vida humana causada pelo homem. 
 
HOMICÍDIO 
- simples 
- privilegiado: causa especial de diminuição de pena 
- qualificado 
- Bem jurídico tutelado: vida humana. 
- Definição de morte: Lei 9434/97, com as alterações pela lei 10.211/2001, Art. 3º – Lei d e Transplante – 
Considera-se que uma pessoa faleceu quando há a chamada a morte encefálica. 
- Tipo penal: matar 
- Sujeito passivo: qualquer pessoa viva, nascida de mulher. 
- Sujeito ativo: qualquer pessoa 
- Elemento subjetivo: dolo (= intenção, consciência e vontade de produzir o resultado morte) 
O homicídio será simples quando não houver nenhuma de diminuição do § 1º ou nenhum a causa de aumento do § 2º. 
- Tipo de crime: material, comum, instantâneo de efeitos permanentes, uni ou mono subjetivo (pode ser praticado por apenas 1 pessoa); plurissubsistente (p osso fracionar o inter-criminis, ou seja, há a tentati va), crime de dano.
OBS: 
1) Qualificadora X causas de aumento: qualificadora estabelece novos parâmetros de pena - um máximo e mínimo da pena. Causas de aumento estabelece um acréscimo de fração, não tem um valor definido. 
2) Privilégio X causas de diminuição: privilégio está para a qualificadora (pena com valor definido de mínimo e máximo). Causas de diminuição está para a causa de aumento (define fração). 
 
OBS: 
1) Crime de perigo X crime de dano: crime de perigo não exige a violação ao bem jurídico tutelado, a mera exposição já expõe perigo à sociedade (ex.: porte de drogas, porte ilegal de arma). Crime de dano exige violação ao bem jurídico tutelado. 
2) Objeto material do crime X bem jurídico tutelado: Bem jurídico tutelado é o bem jurídico importante para a convivência social. Objeto material é coisa ou pessoa que re caia sobre a conduta criminosa. As vezes eles de coincidem, mas não é uma regra.
HOMICÍDIO S IMPLES (pena - reclusão, de 6 a 20 anos): podemos definir por exclusão - quando não houver nenhuma causa de diminuição do §1º ou sem nenhuma qualificadora do §2º. 
 
 § 1º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto 
a um terço. 
No § 1º que são causas de diminuição de pena, a doutrina vai chamar de HOMICÍDIO PRIVILEGIADO. 
 
 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (na verdade é uma causa especial de diminuição de redução de pena, de 1/6 a 
1/3): homicídio praticado pelo agente por motivo nobre: 
 Relevante valor moral: a quele em que o agente at ua no seu próprio interesse, sentimento pessoal. (Ex.: 
assassinado do estuprador da sua filha; eutanásia, ou naquele caso em que o agente chama o nordestino de 
corno). 
 Relevante valor social: diz respeito ao interesse de toda a sociedade, e nã o somente do agente. (Ex.: 
matar o traficante de drogas que vende drogas na sua rua) 
 Sob domínio1 de violenta emoção após injusta provocação: o agente foi provocado diretamente pela 
vítima. (Ex: matar alguém logo após a vítima caluniar o agente; matar o a mante da esposa após pegá -los 
em flagrante na própria cama do casal) 
1OBS: Sob domí nio de violenta emoção [Art. 121, §1º] X sob influência de violenta emoção [Art. 65, III, c]: 
Domínio é imediatamente logo após; sob influência é momento depois, mas ainda motivado pela emoção. 
Ex 1: Imagina que o agente pega su a mul her na cama com o melhor amigo e sob domí nio de forte emoção 
resolve matar o amante. Neste caso não vai configurar ‘DOMÍN IO DE FORTE EMOÇÃO. 
Ex 2: Imagina que o a gente pega sua mulhe r na cama com o melhor amigo. Ele pensa sobre o que aconteceu e 
três dias depois resolve matar o amante. Neste caso não vai configurar ‘ DOMÍNIO DE FORTE EMOÇÃO, mas 
“INFLUÊNCIA DE EMOÇÃO, de acordo com A rt. 65, III, c. 
Art. 65 – São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
III – Ter o agente: 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou 
sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima. No segundo exemplo, a influência da emoção será uma atenuante genérica que vai incidir na 2ª fase da 
aplicação da pena. 
§ 2°- Se o homicídio é cometido: 
 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
 II - por motivo fútil; 
 III - com em prego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro m eio in sidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum; 
 IV - à traição, de emboscada, ou m ediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido; 
 V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos 
HOMICÍDIO QUALIFICADO (pena - reclusão, de 12 a 30 anos): se o homicídio é cometido: 
Inciso I e II (motivos do homicídio) – pagamento1, promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe 
(repugnante); por motivo fútil. (banal). 
1 OBS: 
- Pagamento do homicídio tem que ter valor patrimonial?
DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA 
 
 Há necessidade de ter valor patrimonial? Há necessidade de valor patrimonial, podendo ser pago por f avor 
sexual ou trabalho laboral? 
- O mandante do crime pago, responde também pela qualificadora? 
Divergência entre duas correntes. Majoritariamente, entende-se que o mandante não vai responder 
necessariamente por homicídio qualificado [Art. 30] , pois a corrente entende que não haverá comunicação entre 
as circunstâncias (pois o pagamento não é elementar ao crime, é circunstância - subjetiva), ou seja, não 
necessariamente o mandante responderá a mesma qualificadora do executor. Corrente minoritária entende que 
mesmo sendo uma circunstância subjetiva, quando entra em contato com o executor, responde por comuni c ação 
do crime. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA 
 
É um crime material porque o tipo penal exige uma conduta e um resultado. 
 
A doutrina entende que os incisos I, e II são os motivos. O inciso III é o meio de execução. O inciso IV é o 
modo de execução. E o inciso V é o chamado motivo consequencial ou pelos fins em que o agente atua. 
 
É um crime instantâneo de efeitos permanentes e se consuma no exato momento em que a pessoa morre. 
É um crime uni ou monosubjetivo porque pode ser praticado por apenas u ma pessoa. 
Crime plurisubjetivo: Associação criminosa
TENTATIVA 
O agente pode tentar matar alguém e não conse guir por circunstâncias alheias à vontade dele. 
É um crime plurisubsistente porque o iter criminis pode ser fracionado. 
 
O homicídio deixa vestígio que é o corpo da vítima. 
É indispensável o exame de corpo de delito? Quando um corpo desaparece a pessoa fi ca impune? Se puder 
fazer exame de corpo de delito, podemos dizer que não houve homicídio? 
 
O exame de corpo de delito indireto, conforme prevê o Art. 167, CPP, diz: Quando não há corpo, comprova-se o 
crime através de testemunhas, provas. 
 
Ex: Caso Elisa Samúdio. 
 
O elemento subjetivo do crime de homicídio é o DOLO: simples, privilegiado e qualificado. 
 
A doutrina chama esse dolo do homicídio de ANIMUS NECANDI
OBJETO DO CRIME DE HOMICÍDIO – é a pessoa que morreu. Neste crime o objeto coincide com o bem 
jurídico tutelado vida. 
 
O homi cídio se qualificaquando ele é feito mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo 
torpe. 
 
PAGA: é aquele em que o agente comete o crime mediante paga. 
PROMESSA: é aquele pagamento posterior. 
MOTIVO TORPE: motivo repugnante. Ex: Matar por herança, matar pra ficar com o marido da outra. 
 
Ex: A mulher pede ao agente que mate s eu marido e exige como fo rma de pagamento f avor sexual. Paga ou 
promessa tem que ter valor patrimonial? 
 
DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA
1ª CORRENTE – NELSON HUNGRIA – Defende que a paga ou promessa tem que ter valor patrimonial. 
 
2ª CORRENTE – ROGÉRIO GRECO – entende que por tratar-se de crime contra a vida e pelo fato do 
legislador não ter feito nenhuma restrição econômica, essa paga ou promessa n ão precisa ter, necessariamente, 
valor patrimonial ou econômico. 
 
E a pessoa que paga o assassino responde por essa qualificadora? 
 
Ex: Eu contratei um matador de aluguel para matar meu concorrente por 10 mil. O assassino vai responder por 
homicídio qualificado e o mandante vai responder por essa qualificadora: 
 
DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA 
 
A corrente majoritá ria entende que o mandante não vai responder, necessariamente, por essa paga o u promessa 
de recompensa e por que essa corrente entende assim?
1º - Se o crime é comet ido mediante paga ou promessa de recompensa , duas pessoas estão pr esentes nesse 
crime: o mandante e o matador, baseado nos Art. 29 e 30, do CP. 
 
Art. 29 - Quem , de qual quer m odo, concorre para o crime in cide nas penas a este com inadas, na m edida de 
sua culpabilidade. 
 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares 
do crime. 
 
Por que o mandante não vai responder por essa qualificadora motivo torpe? 
 
Porque é qualificadora é subjetiva e o Art. 30 diz que não se comunicam as circunstâncias subjetivas ou 
pessoais, salvo se elementares do crime. 
 
Se retirarmos esse motivo torpe, o homicídio vai continuar existindo, portanto, o assassino responde por 
homicídio qualificado e o mandante responde por homicídio simples ou eventualmente privilegiado. 
 
Ex: O mandante descobre que a filha foi estuprada e contrata um assassino para matar o estuprador. Pai vai 
responder por homicídio privilegiado (motivo nobre) e o assassino vai responder por homicídio qualificado.
2ª CORRENTE 
 
Entende que mesmo sendo uma circunstância subj etiva, essa circunstância entra no conhecimento d o mandante, 
porque foi ele quem pagou. Vai se comunicar po rtanto e ambos vão responder pelo homicídio qualificado pelo 
motivo torpe. 
 
Ex: Suponha que uma pessoa discuta no trânsito com outra pessoa e manda alguém mata -la me diante paga. 
Ambos responderão por homicídio qualificado, o mandante pelo motivo fútil e o assassino pelo motivo torpe 
(PAGA). 
 
-Vingança e ciúme configuram motivo torpe? Depende da causa caso concreto. 
 
- Motivo fútil: é aquele desproporcional em relação à causa que o motivou. Matar alguém por moti vo banal 
(ex.: futebol, matar alguém por discussão de time, discussão de transito, dívida de R $ 10,00). 
 
- Vin gança e ciúme configuram motivo fútil?
Depende da causa caso concreto. Mas a doutrina entendeu que diante da morte do cônjuge de lon ga data que 
queria largá-lo para ficar com outra pessoa não é motivo fútil – é homicídio simples. 
 
- Homicídios sem motivo é fútil? 
A doutrina é divergente: para a corrente m ajoritária, mata r com ausência de motivo já desqualifica o crime fútil 
- é homicídio simples. Porém, Grecco e Capez entende m que matar sem motivo torna o crime fútil. 
 
- Embriaguez retira o motivo fútil? 
A embriaguez, em regra, não exclui a motivação fútil, quando voluntária (vou beber at é cair para comemorar), 
culposa ou pré-ordenada, sendo que neste último caso, ainda incidirá uma agravante genérica. Apenas a 
embriaguez causada por causo fortuito ou força maior (sem saber ou alguém ob rigar a embriaguez) poder á 
excluir esta qualificadora do homicídio.
 Inciso III (meios de ex ecução) – emprego de veneno, fogo, explosi vo, asfixia, tortura ou outro meio 
cruel. 
- O emprego de veneno tem que ser insidioso (escondido, sem conhecimento da vítima). 
- Veneno: é qualquer pro cesso/substância químico ou bioquímico que cause danos à saúde da vítima. 
- Forma cruel: qualquer forma que causa sofrimento à vítima, ou perigo. 
- Tortura: é causar sofri mento intenso e atroz na vítima, por meio de violência física ou psíquica por qualquer 
dos motivos ou circunstâncias enquadradas na Lei de Tortura 9455/97. 
- Homicídio praticado por tortura X tortur a qual ificada pela mo rte: o primeiro tem por objetivo matar. O 
segundo o objetivo é torturar, mas a vítima morre, ou seja, crime preterdoloso, tem dolo de tortura e culpa no 
homicídio (ex.: caso Amarildo). 
- Perigo comum: é aqu ele que causa perigo de dano à inte gridade físic a, vida ou patrimônio à um número 
indeterminado de pessoas (ex.: uso de explosivo)
 Inciso IV (são os modos de execução do homicídio) – traição, emboscada ou dissimulação que 
dificulta defesa do ofendido. 
- Traição: elemento de surpresa, pelas costas, reprovável porque não dá chances à vítima. 
- Emboscada: espécie de traição...se por em campana. 
- Dissimulação: finge ser amiga; dissimula uma situação; age usando a confiança da vítima. 
 
 Inciso V (homicídio consequencial ou p elos fins) – para assegurar a execução, a ocultação, 
impunidade ou vantagem de outro crime.
OPINIÕES DA DOUTRINA 
- Nesta qualificadora, se mpre há a presença de outro crime. Para garantir a execução, o agente comete um 
homicídio teleológico, ou seja, comete-se o homi cídio para garantir que o outro crime ocorra (ex.: o a gente quer 
roubar uma loja e mata o vi gilante no dia anterior para deix ar a loja vulnerável); Ocultação – homicídio 
consequencial, ou seja, para es conder um crime o agente comete um homicídio; na impunidade, o agente mata 
para esconder a identida de do autor, n ão do crim e (ex.: matar testemunha do crime); garantir vantagem é matar 
alguém para garantir vantagem sobre o lucro de outro crime (matar o par ceiro de crime para ficar com mais 
dinheiro). 
 
HOMICÍDIO QUALIFICADO X TORTURA
Na tortura o dolo do agente é causar intenso sofrimento da vítima, por meio de violência física ou psíquica por 
qualquer dos motivos e circunstâncias elencadas na lei d e torturas. A intenção do agente é causar intenso 
sofrimento à vítima. 
 
No homicídio qualificado pela tortura, o dolo d o agente é de matar e n a tortura o dolo do agente é causar 
intenso sofrimento à vítima e a morte acontece à título de culpa. (PRETERDOLOSO) 
Perigo comum é aquele que traz perigo d e dano, à integridade físic a ou p atrimonial de outrem. (EXP LOSÃO, 
INCÊNDIO). 
Na impunidade o agente não quer esconder o crime, mas autoria. 
Ex: O agente mata a úni ca testemunha que o viu cometendo um outro crime, portanto, ele está cometendo um 
homicídio para assegurar a impunidade.
Na ocultação o a gente n ão quer que o crime seja descoberto. Na impunidade pode até ser, mas a autoria não 
será. 
 
 Inciso VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino [ incluído pela Lei 13.142/20 15 
- Feminicídio] 
 
 Inciso VII – contra auto ridade ou agente des crito nos Art. 142e 144 da CF, integrantes do siste ma 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da funç ão ou em decorrência dela, ou 
contra seu cônjuge, com panheiro ou parente consanguíneo até te rceiro grau, em r azão dessa condição 
[incluído pela Lei 13.104/2015] 
 
§ 2o - A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: 
I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
- Na dosimetria d a p ena, a competência do julgamento de crimes contra a vida sempre é do tribu nal do júri – 
competência constitucional. Quem faz o julgamento é o jurado – conselho de sentença. 
- Uma vez condenado, quem aplica a pena é o juiz. 
 
Circunstâncias agravantes [Art. 61, 62] 
 
- A p resença de mais de uma qualificante é comum durante a an álise da aplicação da pena (ex.: matar por 
motivo torpe com uso de emboscada e por meio cr uel). 
Como o juiz aplica a pena?
HÁ TRÊS CORRENTES DOUTRINÁRIAS DIVERGENTES: 
 
1. (Corrente majoritária) Diante de mais de uma qualificadora: utiliz a apenas uma para qualificar o homicídio 
(1ª fase) e as demais utiliza como circunstancias agravantes genérica s [ver Art. 61] (2ª fase). 
 
2. Quanto maior a presença de qualificadora, mais próximo o juiz vai balizar a pena pa ra a pena máxima. 
Utiliza apenas a quantidade de qualificadoras para estabelecer a pena -base [Art. 59] (1ª fase). 
 
3. Quando houv er mais de uma qualificadora, o j uiz fixará uma delas para qualificar o homicídio (1ª fase) e as 
demais ele usará o Art. 61 (2ª fase) e usará residualmente uma 3ª ou 4ª qualificadora para circunstancias 
judiciais desfavoráveis (da 1ª fase).
Obs: Asfixia é meio agravante. Não entra nas circunstâncias genéricas, ou seja, se presente no crime o juiz 
deverá utilizá-la como qualificadora. 
 
Ex: matou a própria mulher porque desconfiava que ela estava o traindo (FEMINICÍDIO). 
 
 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, 
aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
 I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
 II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
 III - o regime inicial de cumprim ento da pena privativa de liberdade; 
 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. 
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 
 I - a reincidência; 
 II - ter o agente cometido o crime: 
 a) por moti vo fútil ou torpe; 
 b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; 
 c) à trai ção, de emboscada, ou mediante dissim ulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou 
impossível a defesa do ofendido; 
 d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tort ura ou outro meio insidioso ou cruel, ou d e que podia 
resultar perigo comum; 
 e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
 f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulh er na forma da lei específica; 
 g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; 
 h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
 i) quando o ofendido estava sob a im ediata proteção da autoridade; 
 j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pú blica, ou de desgraça 
particular do ofendido; 
 l) em estado de embriaguez preordenada. 
 
A pena é fixada em 3 fases: 1ª fase: pena base; 2ª fase: circunstâncias atenuantes e agravantes; 3ª fase: causas de 
diminuição e aumento tanto da parte geral como especial. 
 
CRIME HEDIONDO 
 
Hediondo = que fede, que causa repulsa, causa indignação. 
[Art. 1º, I, Lei 8072/90 – Lei de crimes hediondos] : Serão classificados como hediondo o homicídi o (Art. 121, 
CP) quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio e homicídio qualificado.
Assim, homicídio simples será hediondo - se praticado em grupo de extermínio , ainda que praticado por um só 
agente - e todo homicídio qualificado é hediondo. 
 
Grupo de extermínio: o agente comete o crime sem ver as características pessoais da vítima, mas mata 
conforme o grupo o qual a vítima pertence (judeu, homo afetivo, negro). Hoje quem faz o papel de grupo de 
extermínio são as milícias. 
 
Matar em atividade de grupo de extermínio é, em regra, mot ivo torpe. Assim, o homicídio praticado por pr ática 
de extermínio é qualificado. Logo, essa previsão de “homicídio simples com pratica de extermínio” tende a não 
ter aplicação. 
 
- O HOMICÍDIO PRIVILEGIADO É HEDIONDO? 
 
Não, por falta de previsão legal, conforme o princípio da taxatividade. Além disso, no homicídio privilegiado o 
motivo sempre será nobre e o motivo nobre não coexiste com as circunstâncias subjetivas do homicídio 
qualificado. 
 
- Existe homicídio ao mesmo tempo qualificado e privilegiado? 
Corrente majoritária: É possível, mas com a seguinte obs ervação: só haverá se por MOTIVO NOBRE – 
circunstância subjetiva (homicídio privilegiado) + CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS (homicídio qualificado). 
Ex.: quero matar o estuprador da minha filha, mas com tortura. – Nunca posso juntar as circunstâncias 
subjetivas (motivação) do qualificado + as circunst âncias subjetivas do privilegiado. 
 
- O HOMICÍDIO QUALIFICADO PRIVILEGIADO AO MESMO TEMPO É HEDIO NDO? 
 
Ex: eu quero matar o estuprador da minha filha...só que eu quero que ele sofra...eu retiro as unhas dele (tortura), 
que qualifica o crime. Não será hediondo. 
 
Corrente majoritária, inclusive STF e STJ: Não entende como hediondo. 
 
1º fundamento: 
falta de previsão legal; 
 
2º fundamento: 
o mot ivo nobre do privilégio não se coaduna com a repugnância do crime hediondo, o 
motivo nobre prevalece 
3º fundamento: 
Art. 67 diz que no concurso de agravantes e atenuantes genéricos prevalecem os 
motivos determinantes do crime. 
 
 Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas 
circunstâncias preponderantes, entendendo -se como tais as que resultam dos motivos determinantes do 
crime, da personalidade do agente e da reincidência.
HOMICÍDIO CULPOSO [Art. 121, § 3º] – agente querendo praticar uma conduta lícita, mas por negligencia, 
imprudente ou imperícia, acaba cometendo um homicídio. 
 
Ex: Deixo um vaso cair de cima de meu prédio e mato um transeunte. 
- Homicídio culposo de trânsito: o agente n ão responde pelo Art. 121, § 3 º do CP. Caso ocorra, responde pelo 
Art. 302 do CTB (Lei 9.503/97), conforme o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. 
 
AUMENTO DE PENA [ Art. 121, § 4º]: 
 
- Homicídio culposo: aumento de 1/3 se o crime for pr aticado por imperícia profissional (ex.: descuido 
médico); deix ar de prestar socorro à vítima; não procura diminuir as consequências do c rime (ex .: deix ar de 
pagar os medicamentos se a vítima não tiver condições); fuga para evitar a prisão em flagrante.
§ 4ºo No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância deregra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o ag ente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não 
procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o 
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
 
Ex: O agente está manuseando a arma e, acidentalmente, realiza um disparo que atinge outra pessoa e foge. 
Nos casos em que o agente causar acidente em que além de parentes, tenham outras vítim as, o a gente só poderá 
ter o perdão em relação aos pa rentes. Em relação às outr as vít imas, responderá ao a gente normalmen te por 
culpa. 
 
- Homicídio doloso: aumento de 1/3 se o crime for praticado contra menor de 14 anos ou maior de 60. 
 
Perdão judicial (ver. Art. 120) [ Art. 121, § 5º º]: sempre em crime culposo. Ocorre se as consequências 
incidirem de tal fo rma no a gente, que torna a sanção pen al desnecessária (Ex.: pai, por negligência, esquece o 
filho no carro e matando-o). 
 § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da 
infração atingirem o próprio agente de forma tã o grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 
Ex: Um pai acidentalmente mata o próprio filho. O pai esquece o filho dentro do carro (negligência). 
O PERDÃO JUDICIAL É UM DIREITO SUBJETIVO OU UMA FACULDADE DO JU IZ? 
 
A doutrina faz distinção: se a ví tima for parente do agente, é sempre um direito subjetivo do réu. Mas não se 
tratando de parente (ex.: amigo), será uma faculdade do juiz perdoar ou não. 
 
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLI O AO SUICÍDIO [ Art. 122] 
 Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: 
 Pena - reclusão, de dois a s eis anos, se o su icídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da 
tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
 Parágrafo único - A pena é duplicada:
AUMENTO DE PENA 
 I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
 II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência 
I – Praticado por motivo egoístico (ex.: induzir suicídio do irmão para ficar com toda a herança). S ó há crime se 
houver lesão corporal grave ou resultar em morte. 
 
II – Se a vítima é menor: considera-se “menor” apenas entre 14 e 18 anos (analogia ao Art. 217 -A), pois se 
menor de 14 anos, ainda não tem compreensão ou capacidade de discernim ento, sendo considerado homicídio. 
O mesmo vale para o tot almente sem c apaz de resistência (totalmente embriagado) ≠ capacidade DIMINUÍDA 
de resistência (pilequinho ou drogado). 
- Se eu induzir ao suicídio e a pessoa sofrer lesão leve, haverá crime? 
 
Não, não há tentativa no crime de indução ou inst igação. O induzimento, instigação ou auxílio ao s uicídio é um 
crime com resultado condicionado ao resultado naturalístico. A conduta é atípica, é um indiferente penal. 
Nos casos de lesão grave haverá o crime de INDUZIMENTO OU INSTIGAÇÃO AO SUICÍDIO. 
Tipo de participação 
do agente 
Moral 
- por induzimento: o agente faz nascer a ideia de s uicídio na vítima. 
Ex: Isso mesmo, se mata...está ruim pra todo mundo...eu, se fosse você 
já teria dado um tiro na minha cabeça! 
- por instigação: a vítima já tem a vontade e o agente dá apoio. 
Ex: Um fala pro outro: pô cara, tá acontecendo isso...tô querendo me 
matar. Se matar sim....Vaaiiii...se joga! 
Material 
- prest ação de auxíl io material: dá condi ções, auxílio material, mas o 
ato não inclui participação na execução. Ex: empresta uma arma.
Qualquer p essoa pode se r o agente ativo desse c rime , mas, o sujeito passivo tem que ter discernimento. Caso 
não tenha discernimento (criança, bêbada ou incapaz), o agente ativo responde por homicídio. 
 
Ex: Um louco achou qu e podia voar. O agente falou que ele poderia v oar com duas penas de passarinho e 
entregou as penas. O louco tentou voar e morreu. O AGENTE, ENTÃO, PRATICOU HOM ICÍDIO. 
 
 
OBS: Eutanásia ≠ Ortanásia ≠ Distanásia
- Suicídio: não é um crime no Brasil, mas não é um ato lícito. Tanto que o constrangimento mesmo sob 
violência contra a pessoa que quer cometer suicídio é lícita [ Art. 146, § 3º]. 
Se na figura de garantidor e consciente da vonta de de suicídio, se nada fi zerem, respondem por homicídio por 
omissão (mãe que nada faz diante do filho em depressão que ameaça suicídio com frequência; guarda carcerário 
que não obriga à força a alimentação intravenosa do preso em greve de fome). 
 
- P acto de morte: Ex.: casal que resolve suicidar-se por inalação de gás devido à proibição de namoro da 
família. 
Situações: 
1) Homem liga o gás e mulher fecha as frestas da casa e ambos sobrevivem – ambos respondem por tentativa de 
homicídio um contra o outro, pois praticaram atos de execução. S e ele sobrevive e ela morre, ele vai responder 
por homicídio consumado. 
2) Homem li ga o gás e mul her fecha as frestas da casa e um só sobrevive – o sobrevivente r esponde por 
homicídio consumado. 
3) Só o homem abre o gás e fecha a s frestas do ambiente, ambos sobrevivem com lesão grave – ele responde 
por tentativa de homicídio e ela por indu ção ao suicídio. Se ele sofress e lesão leve, ela não responderia por 
nada. 
4) Suicídio separadamente devido ao pacto, mas ambos saem com lesão g rave – ambos respondem por indução 
ao suicídio. 
 
TENTATIVA – Não há 
COMPETÊNCIA – Tribunal do Júri, pois trata-se de crime doloso contra a vida 
 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça 
 
I – se o crime é praticado por motivo egoístico 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
 
- Testemunha de Jeová que se nega a receber transfusão de sangue, o que deve fazer o médico? 
Médico é garantidor e, por lei, TEM O BRIGAÇÃO a aplicar a transfusão de sangue, pois entr e o conflito 
religioso e a vida, o médico tem que proteger o bem maior – a vida. Se não fizer a tr ansfusão, o médico 
responde por indução, instigação ou auxílio ao suicídio de maneira omissiva imprópria.
INFANTICÍDIO 
 
Art. 123 – Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. 
 
A doutrina explica que é uma modalidade de homicídio especial, porém com necessidade da pr esença de tais 
traços marcantes: 
 
a) Que o delito seja praticado sob influência do estado puerperal pela própria mãe; 
b) Tenha por objeto o próprio filho; 
c) Que seja cometido durante o parto ou logo depois. 
Sujeito ativo: mãe – infanticídio é um crime próprio. 
Sujeito passivo: neonato ou recém-nascido. 
Tipo de crime: plurissubjetivo, ou seja, cabe tentativa, cabe fracionamento do crime. 
- Puerpério: período cronologicamente va riável, durante a qual se d esenrolam tod as as m anifestações 
involutivas e de recuperação da genitália feminina após o p arto. Estado normal que TODA mulher que p ariu 
passa. 
 
- Estado Puerperal: é um critério biopsíquico no qual ex ige a conjugação do estado puerperal, com a influência 
exercida na a gente. É como se a mulher colocasse a culpa na criança por tudo o que ela está passa ndo. Se não 
houver essa influência, seu crime será homicídio. Nem toda mulher passa por esse estado psíquico. 
 
- É necessária perícia paraprovar que a mãe estava em estado puerperal? 
Não, a doutrina presume que a mulher após o parto esteja em estado puerperal. Não é necessária perícia. 
 
- Durante o parto X após o parto: se o parto for normal, considera -se “durante o parto” o período a partir do 
momento em que há dilatação do útero e rompimento da membrana amniótica; no parto cesáreo, considera -se 
“durante o p arto” quand o há incisão das camadas abd ominais. “Logo depois do parto”, o estado puerperal, em 
regra, dura entre 6 a 8 semanas, se gundo a medi cina. Após 8 semanas, a mãe que mata o filho responde por 
homicídio.
A CONSUMAÇÃO ocorre com a morte do neonato. 
Cabe TENTAT IVA? Sim. A mãe, sob influência do estado puerperal, se diri ge ao berçário para mata r seu filho e 
alguém impede. 
Se a mãe, em estado puerperal, mata a criança errada no berçário? 
Responde por infanticídio, devido ao er ro de tipo (matar o próp rio filho é erro de tipo, não d e pessoa). Conduta 
atípica no que se refere a homicídio. 
 
CONCURSO DE PESSOAS NO INFANTICÍDIO: estado puerperal é condição elementar e, segundo o Art. 30, 
vai comunicar ao crime: 
 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares 
do crime. 
 
1) Se pai e mãe matam o recém-nato com a mãe em estado puerperal: pa i responderá por infanticídio em co -
autoria com a mãe. 
2) Se a mãe em estado puerperal matar e o p ai apenas auxil iar: o pai é partícipe de infanticídio e a mãe é agente 
autora do infanticídio. 
3) Se a mãe em estado puerperal induzir o pai a matar o filho: 
 
DIVERGÊNCIA DOUT RINÁRIA – uma corrente diz que estado puerperal é personalíssima, a ssim, o pai 
responde por homicídio e a mãe por infanticídio; outra corrente (Grecco e Capez) diz que a hipótese precisa s er 
analisada sob a ótic a do Art. 30, lo go, ambos respondem por infanticídio. Grecco diz que, embora ele ent enda
pessoalmente que o pai devesse responder por homicídio , por força do Art. 30, não há out ra forma se não há de 
comunicar o crime ao pai, que também responde por infanticídio. 
 
ABORTO 
 
É a interrupção do processo fisiológico da gestação, com a consequente morte do feto. 
- Quando se inicia a proteção da lei penal sobre a vida? 
A vida se inicia na fecundação do óvulo pelo espermatoz óide, porém para a tutela da lei penal, só após 14 dias 
após a fecundação, quando há a nidação, ou seja, quando o óvulo fecundado adere na parede do útero, 
começando-se assim o processo embrionário. Por isso as pílulas do dia seguinte e DIU são permiti das, pois 
agem antes da nidação. 
 
- Até onde vai a proteção do crime de aborto? Da nidação até o momento do parto. 
 
- Gravidez ectópica e tubária não são prote gidas pela lei penal , pois essa gestação ocorre fora do útero. Assim, 
pode ser feito o aborto desse tipo de gravidez. 
 
- Espécies de aborto: 
a) Natural ou espontânea – sem interesse penal 
b) Provocado (dolosa ou culposamente) - 
 
Aborto doloso: 
 
ABORTO PROVOCA DO PELA GESTANTE OU COM SEU CONSE NTIMENTO 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque. 
-Sujeito ativo: depende da modalidade de aborto: pode ser só a mãe; ou a mãe + o terceiro que provocou 
Sujeito passivo: o produto da concepção 
 
- ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO SEM CONSENTIMENTO DA GESTANTE 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante 
 
Sujeito ativo: o terceiro que provocou 
Sujeito passivo: a mãe e o produto da concepção 
 
- ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM CONSENTIMENTO DA GESTANT E 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante 
 
Sujeito ativo: a mãe e o terceiro que provocou 
Sujeito passivo: o produto da concepção 
 
OBS: Aborto culposo: não houve previsão legal do aborto. 
Consumação do crime: no exato momento da morte do produto da concepção. 
Cabe tentativa e não conseguir por circunstâncias alheias à vontade da mãe ou de terceiros. 
Ex: A mulher está na sala de parto está em ato executório? Não. Está meramente em atos preparatórios, que não 
são possíveis. 
Início dos atos executórios: no momento que o médico inicia as manobras para o aborto. Ex: a mulher na cama 
aguardando a ação do médico. 
Tipo de crime: plurissubjetivo, ou seja, cabe tentativa, cabe fracionamento do crime. 
FORMA QUALIFICADA 
 
Art. 127 - As penas com inadas nos dois artigos anteriores são au mentadas de um terço, se, em conseqüência 
do aborto ou dos m eios empregados para provocá -lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são 
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
 
Se a mãe morrer ou ter lesões graves, a mãe passa a ser sujeito passivo, pois ela só consentiu o aborto. A Vida é 
um bem de direito indisponível. 
O Art. 127 traz modalidade de crime preterdoloso, ou seja, com dolo no antecedente e culpa no consequente. O 
Art. 127 tem que s er a t ítulo de culpa na lesão o u morte na mã e - e só s e aplica aos Art. 125 e 126, pois se 
houver dolo na lesão ou morte, o agente responde por aborto simples e lesão corporal grave ou morte. 
 
 
MEIOS DE REALIZAÇÃO DO ABORTO: 
 
a) Meios químicos: são substâncias que provocam o aborto (ex.: fósforo, chumbo, mercúrio). 
 
b) Métodos físicos: são mecanismos traumáticos (ex.: punção, curetagem, bolsa de água quente ou choque 
elétricos em máquina estática). 
 
c) Métodos psíquicos: agem sob o psiquismo da mulher (ex.: susto, terror). 
 
Art. 128 -Não se pune o aborto praticado por médico: 
 
Inciso I – ABORTO N ECESSÁRIO (ou aborto terapêutico ou curativ o): nesta hipótese, o mé dico tem que 
escolher entre salvar entre a vida do feto ou da gestante, optando , conforme a legislação, por resguardar a vida 
desta última. 
OBS: Caso um não-médico pratique o aborto para salvar a vida da mãe, este pode justificar em seu benefício a 
excludente de ilicitude: Estado de necessidade. 
Ex: Uma pessoa com conhecimento médico será beneficiado por esse insti tuto? Sim. Somente nos casos de 
estado de necessidade 
 
Inciso II – ABORTO NO CASO DE GRAVIDEZ RESULTANTE DE ES TUPRO ( aborto sen timental ou 
humanitário): neste, a m ulher é vítima de estupro, portanto, a lei optou no sentido d e qu e aquela gestante não 
pode levar a termo uma gestação para a qual ela nã o concorreu voluntariamente.
OBS: (Não é necessário autoriz ação judicial para a prática deste aborto, bastando apresentar a ocorrência 
policial). 
 
Basta a apresentação de registro policial. 
 
Caso a mulher diga que foi vítima e for descoberta, ela poderá responderá por tentativa de aborto. 
 
- Num acidente de tr ânsito, se o condutor mata o feto da grávid a do outro carro ou do seu mesmo, responderá 
por lesão corporal culposa, uma vez que não existe aborto culposo. 
 
- No caso de aborto de gravidez de gêmeos, a mãe nos casos de auto-aborto ou consentimento, ela responde por 
um ou mais abortos? Segundo ROGÉRIO GRECO ela r esponde por concurso formal (= uma ú nica ação que 
produzem dois ou m ais resultados) impróprio (= tem desígnio para todos os resultados; é a cu mulação de 
penas). 
 
- Agressão em mulher sabidamente grávida: responderá conforme o dolo do agente. Se com objetiv o de causar 
aborto: Art. 125, causar aborto sem consentimento da ges tante. Sem objet ivo de causar, Art. 129, §2º, V, lesão 
corporal grave seguida de aborto (conduta preterdolosa).
Art. 129-Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem 
V - aborto 
 
- Grávida que comete suicídio: S e a intenção dela é se matar, está no dolo dela a morte da criança. Se feto 
morrer, aborto; se o feto sobrevive, responde por crime tentado. 
 
- Em casos de anencéfalo, o STF entende que nessas hipóteses não incidem os Arts. 124 ao 126, assim 
autorizam os médicos a realizarem o aborto. 
 
- Aborto eugênico: aborto de feto doente. É vedado no Brasil. 
 
Capítulo II: Das lesões corporais 
 
CRIME DE LESÃO CORPORAL 
 
Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 
Modalidades de lesão corporal: 
 
a) LESÃO CORPORAL LEVE [Art. 129, caput] 
 
Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. 
 
b) LESÃO CORPORAL GRAVE [Art. 129, §1º] 
 
 § 1º Se resulta: 
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
Exemplo de ocupações habituais: Jogar bola todo final de semana...ir à faculdade. ESS AS AT IVIDADES 
HABITUAIS NÃO PRECISAM TER CUNHO LABORAL 
 II - perigo de vida; 
Esse perigo é só a título de culpa, pois se pratico com dolo é TENTATIVA DE HOMICÍDIO 
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
Essa debilidade permanente não precisa ser etern a, mas duradoura. O que há é um enfraquecimento funcional. 
O membro continua no lugar. Mesmo que a vítima tenha feito tratamento e recuperado os movimentos, o crime 
já estará perfeito. 
ESSA DEBILIDADE PERMANENTE PODE ADVIR DE CULPA e DOLO 
Ex: O homem que manca. HÁ UMA DEBILIDADE DO MEMBRO 
Ex: a vítima teve um olho lesionado, ou seja, mas o outro olho está bom. Há uma debilidade do SENTIDO 
Ex: Lesão em um rim (DEBILIDADE DE DA FUNÇÃO RENAL) 
 IV - aceleração de parto (PRETERDOLOSO)
Essa aceleração do parto é só a tí tulo de culpa, pois se houver dolo, caracterizad a está a TENTATIVA DE 
ABORTO. 
c) LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA [Art. 129, §2º] 
 
§ 2° Se resulta: 
 I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
Essa incapacidade permanente é pra qualquer trabalho. 
Ex: S e um jogador de futebol, após sofrer lesão corporal, ficar inutil izado para a prática desportiva, poderá ele 
exercer outro trabalho, como por exemplo assistente-técnico. 
Ex: um cirurgião que não pode operar, pode clinicar. 
 II - enfermidade incurável; 
 III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
 IV - deformidade permanente; 
Não precisa ser eterna, mas duradoura. Tem que ser relevante. 
EX: Se um namorado joga ácido no rosto da namorada ou dá um soco que deforme seu rosto. 
São consideradas deformidade permanente quando essa deformidade é nos glúteos? Alguns entendem que sim , 
outros autores entendem que não. 
 V - aborto 
d) Lesão corporal seguida de morte [Art. 129, § 3º] – São as mesmas hipóteses do homicídio 
 
§ 3° - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o 
risco de produzí-lo. 
 
e) Lesão corporal culposa [Art. 129, §6º] 
 
§ 6° - Se a lesão é culposa 
 
f) Lesão corporal decorrente de violência doméstica [Art. 129, §9º] – inclusive para lesão corporal leve 
 
§ 9o - Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irm ão, cônjuge ou companheiro, ou com 
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o ag ente das relações dom ésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade. 
 
a) Lesão corporal leve [Art. 129, caput – por exclusão] – competência do Jecrim 
- “Ofender” = lesar, ferir ou atacar. 
- “Integridade” = dirigida a saúde física e psíquica (grave). Veri fica-se por essa redação que o tipo penal não 
protege apenas a inteireza anatômica, mas també m sob o ponto de vista psíquico. 
- “Outrem” = ser vivo nascido de mulher. 
 
- É necessário submeter a vítima a exame pericial [Art. 167 e 168 do CPC].
- Ação penal no crime de lesão corporal leve é condicionada à representação penal contra o agente. 
 
- O ATO DE LESÃO CORPORAL LEVE É DISPONÍVEL (TATUAGE M, SADOMASOQUISM O), LESÕES 
ACIMA DISS O NÃO SÃO DISPONÍVEIS JURIDICAMENTE. 
 
b) Lesão corporal de natureza grave [Art. 129, §1º] 
Inciso I – “Ocupações habituais” = atividade roti neira indep endente de ter caráter laborativa tanto culposo 
quanto doloso 
Inciso II – “Perigo de vida”. Apenas doloso. Se for só culposo será tentativa. 
Inciso III – “debilidade” = enfraquecimento ou redução funcion al de membro, sentido ou função. Aceita forma 
tanto culposa quanto dolosa. 
Inciso IV – “aceleração (antecipação) de parto” . Apenas na forma culposa (conduta preterdolosa). Se tiver 
intenção, não será antecipação do parto, será lesão corporal. 
 
c) Lesão corporal gravíssima [Art. 129, §2º] 
Inciso I – “incapacidade permanente” (incapacidade duradoura, não eterna) para TODA atividade laboral, não 
só para o trab alho da época da les ão, mas para q ualquer form a de trabalho. Aceita forma tanto c ul posa quanto 
dolosa. 
Inciso II – Enfermidad e incurável – pode ser culposa ou dolosa. É a doença cuja curabilidade não é conseguida 
no atual estágio da medicina (ex.: lepra, tuberculose, sífilis, epilepsia, A IDS*). 
* quando a agente transmite o vírus dolos amente à vítima, dependendo do seu dolo, ele pode praticar essa 
modalidade de lesão corporal gravíssima, ou o Art. 131 ou ainda, segundo Rogério Greco, tentativa de 
homicídio. 
Inciso III – dolosa ou culposa. Mais que enfraquecimento, essa qualificadora ex ige a perda, isto é, a ablação ou 
inutilização de qualquer membro, ou seja, mesmo existindo membro, ele não terá função alguma. 
Inciso IV – “deformidade” é a modificação estética da form a anterior. O que se exige é que essa deformidade 
tenha um certo significa do, não podendo ser irr elevante; porém independente de possibilidade de correção 
cirúrgica. 
OBS: 
- Se a marca não é visível, HÁ D IVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA. A corrente majoritária entende que não será 
deformidade permanente , devendo ser a mesma aparente. Rogério Greco entende que pouco importa se a 
deformidade é aparente ou não. Se apenas o marido tiver acesso à marca, deve também ser considerada lesão 
corporal grave. 
- Em recente informativo do STF: diante de uma deformidade permanente corrigida por cirurgia reparadora, 
mesmo assim, a deformidade será considerada como lesão corporal grave. 
Inciso V – aborto: somente preterdoloso (dolo na lesão e culpa no aborto). 
 
d) Lesão corporal seguida de morte [129, § 3º] 
Agente tem dolo na prática de lesão e culpa no resultado morte (preterdoloso), mas a morte precisa ser 
previsível, pois o não previsível foge da responsab ilidade penal, é inimputável ao agente. 
 
[129, § 4º] – Diminuição de pena (1/6 a 1/3): se o agente comete o crime devido a motivo de relevante valor 
social ou moral ou sob d omínio de violenta emoção devido a injusta provocação feita pela vítima. A hipótese do 
§ 4º aplica a qualquer modalidade de lesão cor poral, inclusive a prevista no §9 º, a despeito da sua posição 
topográfica no direito penal. 
 
[129, § 5º] – Substituição da pena: diz respeito às lesões leves. 
Inciso I – de relevante valor moral ou social, ou levado por grande emoção (descrito no § 4º). 
Inciso II – o jui z pode determinar multa para ambas as partes envolvidas (briga de bar; briga de to rcida 
organizada), onde a agressão foi recíproca.
e) Lesão corporal culposa [Art. 129, §6º] 
Crime de pequeno potencial ofensivo e, assim como lesão corporal lev e, ex ige representação.Se ocorrer em 
veículo automotor, respo nderá pela lei 9503/07, Art. 303. 
 
[129, §7º] – Aumento de pena: nas mesmas hipóteses de aumento de pena no homicídio [Art. 121, §§ 4º e 6º]. 
 
[129, §8º] – Diminuição da pena: aplica-se “perdão judi cial” igual a oferecida no homicídio [ Art. 121, § 5º]. 
 
f) Lesão corporal decorrente de violência do méstica [Art. 129, §9º] 
Se a vítima for homem ou mulher, desde que haja uma relação de convívio entre eles. Mas se a vítima for 
mulher, ainda incidirá os institutos agravantes da Lei Maria da P enha (para aplicação da Lei da Maria da Penha, 
o sexo do agente independe do sexo). 
 
Ação Penal Incondicionada. Se homem a vítima, a ação é condicionada à representação. 
 
[129, §10] – nos casos de lesão grave, gravíssima [§1 º e §2º] ou seguida de morte [§ 3º] + com convívio entre 
eles [§9º], a pena é aumentada em 1/3. 
 
[129, §11] – em qualquer caso d e lesão (leve , grave ou gravíssima) + com convívio entre eles (doméstico 
descrito no §9) e a vítima for portadora de deficiência física, a pena é aumentada em 1/3. 
Capítulo III: Da periclitação da vida e da saúd e 
 
PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO 
 
Art. 130 – exposição ao perigo de contágio venéreo1 (dolo de perigo; não tem dolo de transmitir). Crime 
próprio (o agente tem que estar infectado), a vítim a pode ser qualquer pessoa. 
 
O agente se contenta com mera colocação em risco do bem tutelado. 
 
TENTATIVA: O agente quer, mas a vítima percebe que ele tem a doença. 
- Se o contágio fo r proposital, mas não sexual 1, o agente responderá por lesão corporal (mais grave), não p elo 
artigo 130. 
1 Ambos os casos cabem tentativa. 
 
Ele sabedor ser portador de uma doença, o dolo é de perigo, não de transmitir a doença. 
- Cabe moléstia e exige prova pericial. 
- O conceito de DST é uma norma penal em branco qu e tem que ser complementada com documento do 
Ministério da Saúde. AIDS não é uma DST. Apesar de ser transmitida pelo sexo. 
Sujeito ativo: a pessoa contaminada 
Sujeito passivo: qualquer pessoa 
 
[Art. 130, §1º] – Aumento de pena: se o agente tem dolo de transmitir a doença. O agente tem dolo de dano. 
 
TENTATIVA: Não consegue transmitir por circunstâncias alheias à sua vontade. 
 
[Art. 130, §2º] – Somente procede mediante representação. 
 
Em caso de estupro com agente infectado e consciente da DST - a pena é majorada em 1/6 a metade [ Art. 234-
A, VI] 
 
- Se, depois da contaminação sexual, ocorrer lesão corporal, o agente continuará respondendo pelo Art. 130. 
PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE 
 
Art. 131 – prat icar qualquer ato (sexual ou não) com o fim de transmitir a outrem m oléstia grave (dolo de 
dano), apesar de estar no capítulo de perigo. 
 
- O conceito de moléstia grave é uma norma penal em branco que tem que ser complementada com documento 
do Ministério da Saúde (ex.: cólera, malária, tuberculose, difteria). 
 
DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA 
- Em caso da A IDS, a d outrina se divi de: R ogério Grecco diz que o dolo de contá gio d e A IDS é tentativa de 
homicídio, já que não tem cura. J á para outra parte da doutrina e para o STF, a transmissão dolosa de AIDS é o 
enquadrado no Art. 131. 
 
- Crime formal que se consuma com qualquer ato capaz de transmitir a moléstia, independente de haver a 
transmissão de fato. Cabe tentativa. 
Ex: se o agente não estiver contaminado, mas pega um cotonete contaminado, ele responderá por lesão 
corporal. 
- S e um agente tenta tr ansmitir uma moléstia grave achando qu e est á co ntaminado com a moléstia, mas não 
está. Não ser á esse crime , será o crime de lesão corporal, pois o crime é p róprio (o agente precisa ser capaz de 
contaminar). 
 
Sujeito ativo: o contaminado Sujeito passivo: qualquer pessoa 
 
- Se um agente com AIDS , com intenção de contaminar outrem que, sem seu conhecimento, também tem A IDS, 
será um crime impossível [ Art. 17], devido à impropriedade do objeto, pois o objeto não pode ser contaminado 
uma vez que já está contaminado. (CRIME IMPOSSÍVEL) 
 
PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM 
 
Art. 132 – Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente. 
 
Há o dolo de perigo; não tem dolo de dano. Ele não quer causar morte ou lesão corporal, mas sabe da exposição 
de perigo. Ex.: atirador de facas; caso conc reto do comerciante que n ão queria pagar carro -forte e deixava a 
funcionária para levar di nheiro; pedir à funcionária para limpar janela do lado de fora; patrão não fornecer EP I 
ao funcionário exposto. 
OBS: 
- Diante de disparo de arma de fogo sem intenção de matar, responderá pela lei 10.826/2003, Art. 1 5, pois o Art. 
132 é subsidiário expresso pois está escrito que “se o fato não constitui crime mais grave”. 
 
 
ABANDONO DE INCAPAZ 
 
Art. 133 - abandon ar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualqu er 
motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono. 
“Cuidado” – é aquela pessoa que, em regra, não precisa de ninguém pra cuidar dela, mas que por uma 
circunstância, ela precisa de assistência. 
Ex: Uma pessoa acamada....marido que cuida da esposa acamada. 
“Abandonar” = deixar a pessoa à própria sorte, sem cuidado, sem condições de autocuidado, autonomi a
“Guarda” = instituto do direito civil; é a assistência dada à pessoa que dela não prescinde; não é algo eventual , é 
 
“Vigilância” = comport a a segurança pessoal do agente assistido, sem o rigor d a guarda (ex .: guia de excursão 
de crianças... Guia de escalada). 
“Autoridade” = envolv e uma rel ação que pode ser de natu reza pública o u privada (ex .: Estado x abrigo para 
menores infratores; pais x filhos). 
- Crime próprio: tanto de sujeito como de agente, pois só pode praticar o crime o sujeito que tem a guarda, 
vigilância ou cuidado. 
Sujeito passivo é aquele que precisa de cuidado, guarda, vigilância... 
- Consum ação: o crime irá se consumar no exato momento em que a vítima estiver ex posta , concretamente, aos 
riscos resultantes do abandono. Não é qualquer abandono que vai configurar esse delito. 
Ex: Se o agente deixa uma criança sab endo que ela pode correr perigo concreto, o agente poderá responder por 
tentativa de homicídio. 
- Cabe tentativa: Se o agente for pego no exato momento do abandono. 
[133, §1º] – se resulta lesão corporal de natureza grave. (Pr eterdolosa) 
[133, §2º] – se resulta a morte. (Preterdolosa) 
Nos casos dos §§ 1º e 2º o dolo do agente é de ABANDONAR e que em razão desse abandono, v enha ocorrer 
resultado agravador. 
[133, §3º] – aumento de pena: inciso I – abandono em local ermo; inciso II – agente é ascendente ou 
descendente, tutor ou curador; se a vítima é maior de 60 anos (estatuto do idoso). 
 
ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO 
 
Art.134 – Expor ou abandonar recém nascido, para ocultar desonra própria. 
 
Tem o mesmo sentido do abandono de incapaz (deixar ao desamparo), porém é par a RN e há o quadro 
específico de “ocultar desonra própria”. 
 
Ex: mãe solteira....filho fora da relação conjugal. 
- Crime próp rio: específico à mãe apenas como a gente (a doutrina não pe rmite a figura do pai como agente, 
pois só ela tem tal “desonra própria” expressa na lei. Caso o pai abandone sozinho será abandono de incapaz). 
- Vítima só pod e ser o RN (criança com pouc as horas ou dias de nascimento) . Se a criança tiver meses, será 
configurado abandono de incapaz,ou se a mãe não quiser simplesmente cuidar do RN (sem elemento de 
desonra própria), será abandono de incapaz. 
- Consumação: quando em razão do abandono o RN estiver realmente exposto à perigo concreto (à própria 
sorte). Assim, dar ou entregar o RN para alguém cuidar não é o abandono descrito neste Art., pois neste caso a 
criança não está, efetivamente, abandonada. 
- É um crime que cabe tentativa, porém s e ab andonar no leito de um rio ou numa lix eira, a m ãe assume o risco 
de matar, ent ão ela responderá por tentativa de homicídio. 
O pai em concurso pode cometer esse crime, mas sozinho não, tendo em vista o núcleo do tipo penal “desonra 
própria”. 
[133, §1º] – se resulta lesão corporal de natureza grave. 
[133, §2º] – se resulta a morte.
CRIME DE OMISSÃO DE SOCORRO 
 
Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível fazê -lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou 
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desam paro ou em grave e imin ente perigo; ou não pedir, 
nesses casos, o socorro da autoridade públi ca. 
 
Conduta omissiva própria (“própria” significa qu e há previsão no códi go penal), praticada por qualquer pessoa 
sem risco pessoal. 
 
Núcleo do tipo: deixar de prestar assistência 
 
Criança perdida: é aquela que os pais perderam. 
Criança abandonada: é aquela deixada à própria sorte 
 
DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA 
 
Ex: Várias pesso as estão no local do c aso concreto e nin guém faz nada. Todas responderão por omissão de 
socorro? E se uma delas diz: eu vou socorrer! As outras pessoas responderão por omissão de socorro? NÃO! 
Pois o socorro é uma obrigação solidária. 
 
E se assistência tiver de ser prestada por du as ou mais pessoas em função do tamanho ou peso d a vítima , as que 
se omitirem responderão pelo delito? Sim 
 
CONSUMAÇÃO 
 
Uma corrente diz que o crime se consuma no exato m omento em que o agente puder agir, sem risco pessoal, e 
se omitir. 
 
ROGÉRIO GRECO e C ÉSAR ROBERTO BITTENCOURT entendem que para o crime se p erfazer, além da 
omissão do agente, é necessário que o bem jurídico esteja em perigo concreto. 
 
Ex: uma pessoa está se afogando, mas quando o agente ia prestar o socorro, ele viu um surfista socorrer a 
vítima. 
 
Para a 1ª corrente o crime de omissão de socorro já se consumou no momento em que agente se omitiu. 
 
Para a 2ª corrente o bem jurídico não ficou ex posto a perigo concreto. O bem jurídico precisa estar, 
concretamente, em perigo, ainda que outrem preste assistência. 
 
- Omissão própria X omissão imprópria = comissivo por omissão (só o agente garantidor pode praticar) 
- Divergência doutrinária na consumação do crime: 
1ª corrente: no ex ato momento da omissão de assistência sem risco à pessoa (ex .: pessoa se afogando e um 
surfista indo socorrer e por iss o eu não vou – já está consumado o crime de omissão, pois eu tinha que me jogar 
ao mar a tempo e à hora do perigo). 
2ª corrente: não basta a omissão no exato tempo da omi ssão, é necessário o perigo concreto (ex.: pessoa se 
afogando e um surfista indo socorrer e por isso eu não vou – não está consumado o crime de omissão, pois o 
perigo não era eminente). 
- Não cabe tentativa: crime omissivo não cabe tentativa.
CONCURSO DE AGENTES – D IVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA 
 
Doutrina convencional: não existe qualquer tipo de coautoria ou participação no crime de omissão, pois cada 
um responde isoladamente, não sendo o caso de concurso de agentes. 
Doutrina mais recente (Rogério Greco, Cézar R oberto Bitencourt) entende que um crime omissivo cabe tanto 
coautoria (ex.: duas pessoas juntas que instigam/dissuadem um ao outro para não ajudar alguém) como 
participação (ex.: alguém liga para outra avi sando que existe uma pessoa ferida no imóvel e esta di ssuade para 
que a pessoa caia fora sem prestar auxílio. 
 
MAUS-TRATOS 
 
Art. 136 - expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua au toridade, guarda ou vigilância, para fins de 
educação, ensino, tr atamento ou custódia, quer privando -a de alim entação ou cuidados, quer sujeitando-a a 
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina. 
“Educação” = é a ativida de para infundir hábitos para aperfeiçoamento do aspecto moral ou cultural visando a 
formação da personalidade humana. 
“Ensino” = é o estrito trabalho docente de ministrar conhecimento. 
“Tratamento” = compreende não só o cuidado clínico e a assistência ao doente, como ainda ação de prover a 
subsistência de uma pessoa. 
“Custódia” = é a detenção de alguém em virtude de motivos que a lei autoriz a. 
“Trabalho excessivo”: extensão de horas 
“Trabalho inadequado”: t em relação com a qualidade do trabalho 
- Direito de corrigir 
- Os §§ 1 a 3 preveem aumento de pena. §§ 1º e 2º para crime preterdoloso (dolo de praticar maus tratos e acaba 
gerando a lesão ou morte). No § 3º prevê aumento para agressão em crianças menores de 14 anos. 
 
RIXA 
 
Art. 137 – Participar de rixa, salvo para separar os contendores. 
 
RIXA QUALIFICADA s e resulta morte ou lesão corporal grave. 
 
É a briga entre mais de duas pessoas (mínimo de 3 pessoas), acompanhadas de vias de fato ou viol ência 
recíproca (briga entre si, sem definição de qu em começou, confusão generalizada). E pode s er praticada ex 
improviso (de repente, sem previsão de acontecer) ou ex proposito (ex.: encontro pela internet para esse fim). 
- Briga entre 2 torcidas organizadas dif erentes não é rix a, pois ex istem 2 lados opostos definidos. P orém a briga 
entre 3 torcidas organizadas (Fla X Vasco X Flu) haverá rixa, pois haverá briga generalizada, serão todos contra 
todos. 
Ex: A e B (juntos) brigam contra C. Tem rix a? Não, pois existem 2 grupos. 
Ofensa, sem agressão física ou vias de fato (empur rões, puxões de cabelo, etc..), não é rixa. 
Tem que ter contato físic o? Não necessariamente. Os a gentes podem jogar pedras...ou outros objetos. 
 
DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA 
A doutrina mais antiga d iz que o crime de rixa só pode ocorrer ex improviso. A doutrina modern a afirma que 
tanto pode ser EX IMPROVISO ou EX PROPOSITO. 
- CONSUMAÇÃO: quando os agentes dão iníci o aos atos de agressão, que podem acarretar em lesão corporal 
ou morte.
- Cabe tentativa, principalmente na rix a ex propósito (ex.: briga generalizada marcada pela internet em 
determinada estação de metrô e a polícia que já estava monitorando, ap arece na estação , leva todo mundo). 
Pode haver fracionamento do iter criminis, principalmente na EX PROPOSITO. 
 
OBS 1: Nos casos de lesão e morte: todos os participantes da briga serão responsabiliz ados pelas cons equências 
que vierem decorrer da rixa agravada pelo resultado: 
 
1) No caso de não identificado o a gressor: todos respondem pelo resultado agravador por les ão ou morte, 
independente de não ter sido o causador da lesão. 
2) Diante da identificação do agressor: o agressor responde por homicídio dolos o + rixa simples; os outros 
participantes respond em por rixa qualificada; a vítima lesionada gravemente (que também estava na rix a) não 
responde pelo resultado agravador, mas responde pela rixa simples. 
 
OBS 2: 
- Se um indivíduo sai no meio da rixa, antes da morte ocorrer: responde pela qualificadora também, pois deu 
causa à confusão que resultou a morte. 
- Se o indivíduo entra na rixa depois damorte ter acontecido: responde pela rix a sim ples, pois em nada 
influenciou no resultado. 
 
OBS 3: 
- Desistência voluntária só pode ocorrer quando você podendo prosseguir na execução não faz. É a chamada 
“ponte de ouro”, onde você só responde até os atos praticados por você. Mas já dentro da briga de rixa, mesmo 
que o agente saia no início, não há desistência (porque o crime já está consum ado), responderá pelo resultado 
que dele vier por consequência – rixa qualificada. 
 
Sujeito ativo e passivo: Todos 
 
Capítulo V: Dos crimes contra a honra 
 
 
 
Calúnia 
CRIMES CONTRA A 
HONRA: 
Difamação 
 
Injúria 
 
- Honra objetiva: diz respeito ao conceito que a pessoa acha que tem na so ciedade, ou sej a, é o respeito que ele 
acha que tem na sociedade. 
- Honra subjetiva: é o conceito que ela tem dela mesma, de seus atributos físicos e psíquicos. 
 
CALÚNIA 
 
Art. 138 – Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. 
 
É o crime mais grave contra a honra de uma pessoa. 
 
1) tem que ser imputação de um FATO determinado (específico), não é uma característica da vida. 
2) o agente obrigatoriamente sabe que o fato é FALSO, a vítima não cometeu o crime, ou mesmo o fato nem 
existiu; 
3) além de falso, o fato deve ser um CRIME. 
 
Ex: A imputa B um furto no shoppi ng. Ele sabe que não foi B quem praticou. Esta falsidade pode a contecer de 
duas formas: 
 
1) o fato nem existiu
2) o fato pode ter existido, mas não foi aquela pes soa que realizou. 
 
FATO DETERMINADO: quando, aonde, quem.. 
 
Ex: dizer que a pessoa vive de pequenos furtos não é CALÚNIA (Não é determinado) 
Ex: Dizer que fulano vive de estupros não é calúnia, mas dizer que fulano estuprou B, aí sim é calúnia. É um 
fato. 
 
Ex: S e alguém disser que fulano é contraventor, n ão é calúnia, pois contravenção não é crime. Neste caso pode -
se invocar DIFAMAÇÃO. 
- CONSUMAÇÃO: quando o fato chegar ao conh ecimento de um terceiro, mesmo sem o conhecimento da 
própria vítima, atingindo a honra objetiva. 
- Não cabe tentativa oralmente, pois se o terceiro que ouve a calúnia não acredita, a calúnia já foi realiz ada; mas 
cabe tentativa escrita (ex.: carta caluniosa extraviada). 
A calúnia pode ser escrita, oral, gestual.. 
- Prescrição: contados a partir da consumação do crime, ou seja, começa q uando o terceiro toma conhecimento 
do fato. 
- Decadência: 6 meses após o conhecimento da pessoa caluniosa pela VÍTIMA. 
 
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA 
 
Art. 339 – Dar causa à instauração de investigação policial, de processo ju dicial, de in vestigação 
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando -lhe crime 
de que o sabe inocente. 
 
Denunciação Caluniosa X Calúnia 
 
A Denunciação caluniosa se dá quando o agente leva ao conhecimento de autoridade um conduta praticada por 
alguém, sabendo que é falso ou não existiu, e essa autoridade instaura uma investigação contra a pessoa – 
princípio da especialidade. Esse agente, pode ser, inclusive, punido pelo uso indevido da máquina 
administrativa. 
 
 
[Art. 138, §1º] – propalar (espalhar) informação caluniosa sabendo ser falsa: responderá pela mesma pena. 
[Art. 138, §2º] – possibilidade de calúnia aos mortos (apesar do morto ser tratado como coisa pelo direito, por 
isso sem honra para ser protegida) a punição é em respeito à honra da família – de todos os crimes contra a 
honra, só a calúnia é punida contra os mortos. 
Art. 138, § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença 
irrecorrível 
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº 1 do Art. 141; 
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
 
Bem jurídico tutelado: A honra objetiva 
 
EXCEÇÃO DA VERDADE: é a possibil idade do sujeito que cometeu um crime contra a honr a, provar a 
veracidade do fato imputado. Momento processual (da apr esentação da queixa -crime). N este caso, o autor da 
queixa-crime vira exceptor (réu); e o réu vira excipiente (autor da exceção).
Apenas em 3 casos não há possibilidade de prov ar que o fato é verdadeiro (ainda que a imputação seja de f ato 
verdadeiro, o a gente vai responder pela calúnia): a) Quando o caluniado for Presidente da R epública ou Chefe 
do Governo Estran geiro; b) Quando por aquela acusação que lhe foi feita, a pessoa acusada j á tiver sido 
absolvido por senten ça transitada em julgado; c) Quando o crime do qu a l acuso o o fendido é cri me de A ção 
Penal Privada e não há sentença condenatória irrec orrível. 
 
Ex: A imputa falso crime a B... B (autor) entra com ação contra A (réu) e A vai tentar provar que o fato 
imputado a B é v erdadeiro. Correm dois proc essos paralelos. Na exceção da verdade A se rá autor e B s erá o 
réu. 
 
Exceções que impedem o aparelhamento da exceç ão da verdade 
 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação penal privada, o ofend ido não foi condenado por sentença 
irrecorrível; 
 
Obs: R OGÉRIO GRECO entende que pelo princípio do contraditório e da ampla defesa , mesmo que o fato seja 
objeto de ação penal privada, o autor pode provar apenas para ser absolvido na ação. Uma coisa é o autor querer 
provar que o crime existiu e outra coisa é ele exercer seu direito de defesa. 
 
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº 1, do Art. 1 41; 
 
Porque ninguém é legitimado na Constituição para a cionar judicialment e o Chefe do Ex ecutivo , exceto o 
Procurador-Geral da República. 
 
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
 
 
DIFAMAÇÃO 
 
Art. 139 – Difamar alguém, im putando-lhe falso ofensivo à sua reputação. 
 
Atribuição de um FATO desonroso à terceiro, n ão importando se o fato é verdadeiro, falso ou fato (ou crime) 
criminoso definido (é a “fofoca”). Assim como na calúnia, a o fensa é feita à honra objetiva e se cons uma a 
partir do conhecimento do terceiro. Se envolvendo um crime, tem que ser indeterminado, fato nã o específico. 
(Ex.: fulano vive da prostituição; sai com homem casado; acusar alguém de ter ganhado a vida rouba ndo). 
É um fato? Sim. 
Esse fato é ofensivo à reputação? Sim 
Importa saber se o fato é verdadeiro ou falso? Não 
 
Se o fato é crime, mas não é definido, ou seja, é vago, caracterizará a difamação. 
 
BEM JURÍDICO TUTELADO: Honra objetiva, pois denigre-se a ima gem da pessoa diante da sociedade. 
 
CONSUMAÇÃO: Se consuma quando terceiro toma conhecimento que não o ofendido. 
 
E quando eu falo um fato ofensivo diretamente à vít ima e leva a conhecimento de terceiro haverá o crime? A 
doutrina entende que quando a própria vítima leva ao conh ecimento de terceiro fato ofensivo, não há crime de 
difamação. Podendo haver o crime de INJÚRIA. 
 
Sujeito ativo: qualquer pessoa 
 
Sujeito passivo: qualquer pessoa mesma o mais vi l dos seres humanos. Já uma criança e loucos não podem ser 
sujeitos passivos de crimes contra a honr a, pois não tem discernimento para entender. Os pais podem 
representar judicialmente.
Parágrafo único: Exceção da verdade : só possível se proferida em face d e um funcionário público em razão das 
suas funções, pois haverá interesse do Estadoem descobrir se é verdade ou mentira, logo, cabe à exceção da 
verdade (ex .: falar que f ulano que é dir etora da escola enriqueceu desviando dinheiro de merenda). Em tese é 
uma difamação. 
 
Se eu disser que determi nado funcionário da administração pública à noite vive de prostituição, não cabe 
exceção da verdade. 
 
Pode-se apontar fato ofensivo a empresas. A empresa pod e ter uma reputa ção negativ a. (Ex: Diz er que a co ca-
cola mistura mármore na sua composição) 
 
Prazos prescricional e decadencial normalmente são diferentes. 
- S e o fato im putado falsamente for uma contrave nção penal (crime -anão, mais brando que um crime de fato), 
não será calúnia, será di famação – princípio da legalidade estrita (ex.: falar para outrem que fulano todos os 
dias joga o jogo do bicho na esquina da rua tal). 
 
 
INJÚRIA 
 
Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. 
 
Imputa um a qualidade negativa (não fato) a alguém; ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Ofensa à 
honra subjetiva. 
Pode ser a m era expressão de uma opinião, um defeito, um a atribuição de qualidade n egativa. É um 
xingamento. (Ex: Seu gordo....seu burro...podendo estar associado à nacionalidade, religião) 
 
Bem jurídico tutelado: Honra subjetiva, ou seja, o que a pessoa pensa de si mesmo . 
CONSUMAÇÃO: quando o próprio ofendido tomar conhecimento. 
Ex: E se A falou para B que C é burro e essa ofensa chega ao conhecimento da vítima, há injúria? Sim, e se 
consumará quando C tomar conhecimento. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa 
Sujeito passivo: qualquer pessoa, menos a empresa. 
Os prazos decadencial e prescricional correm juntos. 
- Injúria simples: Art. 140, caput 
- Injúria real: Art. 140, §2º 
- Injúria pr econceituosa: Art. 140, § 3º 
OBS: A inj úria preconceituosa tem injuria condicionada a representação [Art. 145, § único]. 
[Art. 140, §1º] – o juiz pode deixar de aplicar a pena (dar espécie de perdã o-judicial) em duas situações: 
I - quando o ofendido tiver provocado a injúria 
II - qu ando houver retorsão (resposta!) im ediata, que consista em outra injúria. (Ex: seu imundo! O outro 
responde imediatamente: sua anta!) NOS CASOS DO §1º NÃO SERÁ INJÚRIA. 
[Art. 140, §2º] – injúria real se dá quando a ofensa é por meio físico. 
Ex: Vou bater na sua bunda...vou te dar um tapa na cara. Com violência ou vias de fato. É sempre para 
humilhar. (ex.: dar um tapa na cabeça de um careca para humilhá-lo; dar uma banda em alguém na frente de 
todos; jogar cocô na cara de alguém; cuspir na cara de alguém).
[Art. 140, § 3º] – injúria racial, cor, etnia, religião, origem ou condição (idosa ou portadora de de ficiência): é a 
modalidade de crime co ntra a honra mais grave. (Ex: chamar de m acaco...branco azedo, amarelo (raça)...só 
podia ser judeu, cigano (etnia). Velho caquético. Fulano é Paraíba...paraguaio. Tudo isso com animus inj uriandi. 
 
Ex: no caso do jogador DANIEL ALVES quand o jogaram banana no estádio, não é injúria, mas sim CRIME 
DA LEI DE RACISMO. Pois aquele ato inci ta em grande escala um comportamento RACISTA. É mais do que 
atribuir uma expressão negativa. 
Ex: No caso da torcedora de futebol do grêmio, o crime foi de injúria preconceituosa, pois a torcedora chamou 
o atleta de macaco. 
OBS: Empresa não poderá ser vítima do crime de injúria, pois não pode sofre de ofensa subjetiva. 
 
Aumento de pena de todas as modalidades de crime contra a honra [Art. 141] – A reprovabilidade neste 
casos é maior em função do que elas representam. 
 
Art. 141 – As penas cominadas neste Capítulo aumentam -se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
 
Inciso I: contra presidente ou chefe de estrangeiro. 
Inciso II: contra funcionário público em razão de suas funções. 
Inciso III: diante várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação d o crime contra a honra. Várias 
pessoas diz a doutrina que são no mínimo 3 pessoas. 
Inciso IV: contra pessoa m aior de 60 anos ou portador de deficiência (exceto no crim e de injúria) 
Parágrafo único: se o crime é mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. 
 
Exclusão de qualquer crime contra a injúria e difamação [Art. 142] 
 
Art. 142 – Não constituem injúria ou difamação punível: 
 
Inciso I: a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou seu Procurador; 
 
A doutrina chama de “imunidade ju diciária”. É a ofensa em juízo, na discussão da causa. ROGÉRIO 
GRECO entende que o até o juiz pode ser ofendido. 
 
Inciso II: a opinião desfavorável da crítica l iterária, artística ou científica, salvo quando inequívoca 
intenção de injuriar ou difamar; 
 
Inciso III: o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou inform ação que preste 
no cumprimento do seu dever de ofício. 
 
Parágrafo único: nos incisos I e III, responde por injúria ou difamação quem lhe dá publicida de. 
 
RETRATAÇÃO 
 
Art. 143 – O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isent o 
de pena. 
 
Querelado é o réu. Durante a ação e antes da sentença, o juiz vai extinguir o processo. 
[Art. 143] – é desdizer o que foi dito. Se antes da sentença do crime de calúnia e difamação, o querelado (réu) 
fizer retratação, fica isento da pena. Durante a ação e antes da sentença, o juiz vai extinguir o processo. Não 
precisa ser aceita e é um ato unilateral. 
 Na injúria não é possível devido à possi bilidade de soar como chacota. ( Ex: imagina que alguém chama uma 
pessoa de QI de alface e durante a ação o réu quer se retratar dizendo que o Q I é o de gênio).
Art. 144 – S e, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difam ação ou injúria, quem se julga 
ofendido pode pedir explicações em Juízo. Aquele qu e se recusa a dá -las ou, a critério do ju iz, não as dá 
satisfatórias, responde pela ofensa. 
 
 A vítima que se sentir ofendida pela calúnia, difamação ou injúria requerer explicações em juízo 
(Notificação). Caso o querelante se recuse a dar ex plicações ou as dá de f orma insatisfatória (à julgar do jui z), 
responde p ela ofensa. (Ex: essa delegada é mais macho do que qualquer homem!). Pode ser um elogio ou pode 
ser uma frase d iscriminadora. É para saber o real significado d a frase. A vítima pode pedir explicações da frase. 
Quem tem que entender é o ofendido. Caso n ão aceita, a ofendida entra com uma queixa -crime e a pessoa terá o 
direito a se defender. 
 
Art. 145 – Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, n o caso 
do Art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
 
 Necessidade de queixa da pessoa que se julgar ofendida, ou seja, mediante representação do ofendido. 
 
- Crime de Ação Privada (é condicionado ao ofendido ou seu representante legal representação em juízo 
criminal); à exceção nos casos descritos no Art. 141, incisos I (contra o Presidente ou chefe de Estado 
estrangeiro) e II (contra funcionário público), b em como no Art. 140, § 3º (Injúria Preconceituosa) que são 
crimes de ação pública c ondicionada (dependem de denúncia, da r epresentação do ofendido, e é de in iciativa do 
MP). 
 
Capítulo VI: Dos crimes contra a liberdade individual 
 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
 
Art. 146 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido,

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