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Penal III - Parte especial / Título I: Dos crimes contra a pessoa Título I: DOS CRIMES CONTRA A PESSOA Capítulo I: Dos crimes contra a vida HOMICÍDIO [Art. 121] – Matar alguém. Ou ocisão (extinção) da vida humana causada pelo homem. HOMICÍDIO - simples - privilegiado: causa especial de diminuição de pena - qualificado - Bem jurídico tutelado: vida humana. - Definição de morte: Lei 9434/97, com as alterações pela lei 10.211/2001, Art. 3º – Lei d e Transplante – Considera-se que uma pessoa faleceu quando há a chamada a morte encefálica. - Tipo penal: matar - Sujeito passivo: qualquer pessoa viva, nascida de mulher. - Sujeito ativo: qualquer pessoa - Elemento subjetivo: dolo (= intenção, consciência e vontade de produzir o resultado morte) O homicídio será simples quando não houver nenhuma de diminuição do § 1º ou nenhum a causa de aumento do § 2º. - Tipo de crime: material, comum, instantâneo de efeitos permanentes, uni ou mono subjetivo (pode ser praticado por apenas 1 pessoa); plurissubsistente (p osso fracionar o inter-criminis, ou seja, há a tentati va), crime de dano. OBS: 1) Qualificadora X causas de aumento: qualificadora estabelece novos parâmetros de pena - um máximo e mínimo da pena. Causas de aumento estabelece um acréscimo de fração, não tem um valor definido. 2) Privilégio X causas de diminuição: privilégio está para a qualificadora (pena com valor definido de mínimo e máximo). Causas de diminuição está para a causa de aumento (define fração). OBS: 1) Crime de perigo X crime de dano: crime de perigo não exige a violação ao bem jurídico tutelado, a mera exposição já expõe perigo à sociedade (ex.: porte de drogas, porte ilegal de arma). Crime de dano exige violação ao bem jurídico tutelado. 2) Objeto material do crime X bem jurídico tutelado: Bem jurídico tutelado é o bem jurídico importante para a convivência social. Objeto material é coisa ou pessoa que re caia sobre a conduta criminosa. As vezes eles de coincidem, mas não é uma regra. HOMICÍDIO S IMPLES (pena - reclusão, de 6 a 20 anos): podemos definir por exclusão - quando não houver nenhuma causa de diminuição do §1º ou sem nenhuma qualificadora do §2º. § 1º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. No § 1º que são causas de diminuição de pena, a doutrina vai chamar de HOMICÍDIO PRIVILEGIADO. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (na verdade é uma causa especial de diminuição de redução de pena, de 1/6 a 1/3): homicídio praticado pelo agente por motivo nobre: Relevante valor moral: a quele em que o agente at ua no seu próprio interesse, sentimento pessoal. (Ex.: assassinado do estuprador da sua filha; eutanásia, ou naquele caso em que o agente chama o nordestino de corno). Relevante valor social: diz respeito ao interesse de toda a sociedade, e nã o somente do agente. (Ex.: matar o traficante de drogas que vende drogas na sua rua) Sob domínio1 de violenta emoção após injusta provocação: o agente foi provocado diretamente pela vítima. (Ex: matar alguém logo após a vítima caluniar o agente; matar o a mante da esposa após pegá -los em flagrante na própria cama do casal) 1OBS: Sob domí nio de violenta emoção [Art. 121, §1º] X sob influência de violenta emoção [Art. 65, III, c]: Domínio é imediatamente logo após; sob influência é momento depois, mas ainda motivado pela emoção. Ex 1: Imagina que o agente pega su a mul her na cama com o melhor amigo e sob domí nio de forte emoção resolve matar o amante. Neste caso não vai configurar ‘DOMÍN IO DE FORTE EMOÇÃO. Ex 2: Imagina que o a gente pega sua mulhe r na cama com o melhor amigo. Ele pensa sobre o que aconteceu e três dias depois resolve matar o amante. Neste caso não vai configurar ‘ DOMÍNIO DE FORTE EMOÇÃO, mas “INFLUÊNCIA DE EMOÇÃO, de acordo com A rt. 65, III, c. Art. 65 – São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III – Ter o agente: c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima. No segundo exemplo, a influência da emoção será uma atenuante genérica que vai incidir na 2ª fase da aplicação da pena. § 2°- Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com em prego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro m eio in sidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou m ediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos HOMICÍDIO QUALIFICADO (pena - reclusão, de 12 a 30 anos): se o homicídio é cometido: Inciso I e II (motivos do homicídio) – pagamento1, promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe (repugnante); por motivo fútil. (banal). 1 OBS: - Pagamento do homicídio tem que ter valor patrimonial? DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA Há necessidade de ter valor patrimonial? Há necessidade de valor patrimonial, podendo ser pago por f avor sexual ou trabalho laboral? - O mandante do crime pago, responde também pela qualificadora? Divergência entre duas correntes. Majoritariamente, entende-se que o mandante não vai responder necessariamente por homicídio qualificado [Art. 30] , pois a corrente entende que não haverá comunicação entre as circunstâncias (pois o pagamento não é elementar ao crime, é circunstância - subjetiva), ou seja, não necessariamente o mandante responderá a mesma qualificadora do executor. Corrente minoritária entende que mesmo sendo uma circunstância subjetiva, quando entra em contato com o executor, responde por comuni c ação do crime. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA É um crime material porque o tipo penal exige uma conduta e um resultado. A doutrina entende que os incisos I, e II são os motivos. O inciso III é o meio de execução. O inciso IV é o modo de execução. E o inciso V é o chamado motivo consequencial ou pelos fins em que o agente atua. É um crime instantâneo de efeitos permanentes e se consuma no exato momento em que a pessoa morre. É um crime uni ou monosubjetivo porque pode ser praticado por apenas u ma pessoa. Crime plurisubjetivo: Associação criminosa TENTATIVA O agente pode tentar matar alguém e não conse guir por circunstâncias alheias à vontade dele. É um crime plurisubsistente porque o iter criminis pode ser fracionado. O homicídio deixa vestígio que é o corpo da vítima. É indispensável o exame de corpo de delito? Quando um corpo desaparece a pessoa fi ca impune? Se puder fazer exame de corpo de delito, podemos dizer que não houve homicídio? O exame de corpo de delito indireto, conforme prevê o Art. 167, CPP, diz: Quando não há corpo, comprova-se o crime através de testemunhas, provas. Ex: Caso Elisa Samúdio. O elemento subjetivo do crime de homicídio é o DOLO: simples, privilegiado e qualificado. A doutrina chama esse dolo do homicídio de ANIMUS NECANDI OBJETO DO CRIME DE HOMICÍDIO – é a pessoa que morreu. Neste crime o objeto coincide com o bem jurídico tutelado vida. O homi cídio se qualificaquando ele é feito mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe. PAGA: é aquele em que o agente comete o crime mediante paga. PROMESSA: é aquele pagamento posterior. MOTIVO TORPE: motivo repugnante. Ex: Matar por herança, matar pra ficar com o marido da outra. Ex: A mulher pede ao agente que mate s eu marido e exige como fo rma de pagamento f avor sexual. Paga ou promessa tem que ter valor patrimonial? DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA 1ª CORRENTE – NELSON HUNGRIA – Defende que a paga ou promessa tem que ter valor patrimonial. 2ª CORRENTE – ROGÉRIO GRECO – entende que por tratar-se de crime contra a vida e pelo fato do legislador não ter feito nenhuma restrição econômica, essa paga ou promessa n ão precisa ter, necessariamente, valor patrimonial ou econômico. E a pessoa que paga o assassino responde por essa qualificadora? Ex: Eu contratei um matador de aluguel para matar meu concorrente por 10 mil. O assassino vai responder por homicídio qualificado e o mandante vai responder por essa qualificadora: DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA A corrente majoritá ria entende que o mandante não vai responder, necessariamente, por essa paga o u promessa de recompensa e por que essa corrente entende assim? 1º - Se o crime é comet ido mediante paga ou promessa de recompensa , duas pessoas estão pr esentes nesse crime: o mandante e o matador, baseado nos Art. 29 e 30, do CP. Art. 29 - Quem , de qual quer m odo, concorre para o crime in cide nas penas a este com inadas, na m edida de sua culpabilidade. Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Por que o mandante não vai responder por essa qualificadora motivo torpe? Porque é qualificadora é subjetiva e o Art. 30 diz que não se comunicam as circunstâncias subjetivas ou pessoais, salvo se elementares do crime. Se retirarmos esse motivo torpe, o homicídio vai continuar existindo, portanto, o assassino responde por homicídio qualificado e o mandante responde por homicídio simples ou eventualmente privilegiado. Ex: O mandante descobre que a filha foi estuprada e contrata um assassino para matar o estuprador. Pai vai responder por homicídio privilegiado (motivo nobre) e o assassino vai responder por homicídio qualificado. 2ª CORRENTE Entende que mesmo sendo uma circunstância subj etiva, essa circunstância entra no conhecimento d o mandante, porque foi ele quem pagou. Vai se comunicar po rtanto e ambos vão responder pelo homicídio qualificado pelo motivo torpe. Ex: Suponha que uma pessoa discuta no trânsito com outra pessoa e manda alguém mata -la me diante paga. Ambos responderão por homicídio qualificado, o mandante pelo motivo fútil e o assassino pelo motivo torpe (PAGA). -Vingança e ciúme configuram motivo torpe? Depende da causa caso concreto. - Motivo fútil: é aquele desproporcional em relação à causa que o motivou. Matar alguém por moti vo banal (ex.: futebol, matar alguém por discussão de time, discussão de transito, dívida de R $ 10,00). - Vin gança e ciúme configuram motivo fútil? Depende da causa caso concreto. Mas a doutrina entendeu que diante da morte do cônjuge de lon ga data que queria largá-lo para ficar com outra pessoa não é motivo fútil – é homicídio simples. - Homicídios sem motivo é fútil? A doutrina é divergente: para a corrente m ajoritária, mata r com ausência de motivo já desqualifica o crime fútil - é homicídio simples. Porém, Grecco e Capez entende m que matar sem motivo torna o crime fútil. - Embriaguez retira o motivo fútil? A embriaguez, em regra, não exclui a motivação fútil, quando voluntária (vou beber at é cair para comemorar), culposa ou pré-ordenada, sendo que neste último caso, ainda incidirá uma agravante genérica. Apenas a embriaguez causada por causo fortuito ou força maior (sem saber ou alguém ob rigar a embriaguez) poder á excluir esta qualificadora do homicídio. Inciso III (meios de ex ecução) – emprego de veneno, fogo, explosi vo, asfixia, tortura ou outro meio cruel. - O emprego de veneno tem que ser insidioso (escondido, sem conhecimento da vítima). - Veneno: é qualquer pro cesso/substância químico ou bioquímico que cause danos à saúde da vítima. - Forma cruel: qualquer forma que causa sofrimento à vítima, ou perigo. - Tortura: é causar sofri mento intenso e atroz na vítima, por meio de violência física ou psíquica por qualquer dos motivos ou circunstâncias enquadradas na Lei de Tortura 9455/97. - Homicídio praticado por tortura X tortur a qual ificada pela mo rte: o primeiro tem por objetivo matar. O segundo o objetivo é torturar, mas a vítima morre, ou seja, crime preterdoloso, tem dolo de tortura e culpa no homicídio (ex.: caso Amarildo). - Perigo comum: é aqu ele que causa perigo de dano à inte gridade físic a, vida ou patrimônio à um número indeterminado de pessoas (ex.: uso de explosivo) Inciso IV (são os modos de execução do homicídio) – traição, emboscada ou dissimulação que dificulta defesa do ofendido. - Traição: elemento de surpresa, pelas costas, reprovável porque não dá chances à vítima. - Emboscada: espécie de traição...se por em campana. - Dissimulação: finge ser amiga; dissimula uma situação; age usando a confiança da vítima. Inciso V (homicídio consequencial ou p elos fins) – para assegurar a execução, a ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime. OPINIÕES DA DOUTRINA - Nesta qualificadora, se mpre há a presença de outro crime. Para garantir a execução, o agente comete um homicídio teleológico, ou seja, comete-se o homi cídio para garantir que o outro crime ocorra (ex.: o a gente quer roubar uma loja e mata o vi gilante no dia anterior para deix ar a loja vulnerável); Ocultação – homicídio consequencial, ou seja, para es conder um crime o agente comete um homicídio; na impunidade, o agente mata para esconder a identida de do autor, n ão do crim e (ex.: matar testemunha do crime); garantir vantagem é matar alguém para garantir vantagem sobre o lucro de outro crime (matar o par ceiro de crime para ficar com mais dinheiro). HOMICÍDIO QUALIFICADO X TORTURA Na tortura o dolo do agente é causar intenso sofrimento da vítima, por meio de violência física ou psíquica por qualquer dos motivos e circunstâncias elencadas na lei d e torturas. A intenção do agente é causar intenso sofrimento à vítima. No homicídio qualificado pela tortura, o dolo d o agente é de matar e n a tortura o dolo do agente é causar intenso sofrimento à vítima e a morte acontece à título de culpa. (PRETERDOLOSO) Perigo comum é aquele que traz perigo d e dano, à integridade físic a ou p atrimonial de outrem. (EXP LOSÃO, INCÊNDIO). Na impunidade o agente não quer esconder o crime, mas autoria. Ex: O agente mata a úni ca testemunha que o viu cometendo um outro crime, portanto, ele está cometendo um homicídio para assegurar a impunidade. Na ocultação o a gente n ão quer que o crime seja descoberto. Na impunidade pode até ser, mas a autoria não será. Inciso VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino [ incluído pela Lei 13.142/20 15 - Feminicídio] Inciso VII – contra auto ridade ou agente des crito nos Art. 142e 144 da CF, integrantes do siste ma prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da funç ão ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, com panheiro ou parente consanguíneo até te rceiro grau, em r azão dessa condição [incluído pela Lei 13.104/2015] § 2o - A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. - Na dosimetria d a p ena, a competência do julgamento de crimes contra a vida sempre é do tribu nal do júri – competência constitucional. Quem faz o julgamento é o jurado – conselho de sentença. - Uma vez condenado, quem aplica a pena é o juiz. Circunstâncias agravantes [Art. 61, 62] - A p resença de mais de uma qualificante é comum durante a an álise da aplicação da pena (ex.: matar por motivo torpe com uso de emboscada e por meio cr uel). Como o juiz aplica a pena? HÁ TRÊS CORRENTES DOUTRINÁRIAS DIVERGENTES: 1. (Corrente majoritária) Diante de mais de uma qualificadora: utiliz a apenas uma para qualificar o homicídio (1ª fase) e as demais utiliza como circunstancias agravantes genérica s [ver Art. 61] (2ª fase). 2. Quanto maior a presença de qualificadora, mais próximo o juiz vai balizar a pena pa ra a pena máxima. Utiliza apenas a quantidade de qualificadoras para estabelecer a pena -base [Art. 59] (1ª fase). 3. Quando houv er mais de uma qualificadora, o j uiz fixará uma delas para qualificar o homicídio (1ª fase) e as demais ele usará o Art. 61 (2ª fase) e usará residualmente uma 3ª ou 4ª qualificadora para circunstancias judiciais desfavoráveis (da 1ª fase). Obs: Asfixia é meio agravante. Não entra nas circunstâncias genéricas, ou seja, se presente no crime o juiz deverá utilizá-la como qualificadora. Ex: matou a própria mulher porque desconfiava que ela estava o traindo (FEMINICÍDIO). Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprim ento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência; II - ter o agente cometido o crime: a) por moti vo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à trai ção, de emboscada, ou mediante dissim ulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tort ura ou outro meio insidioso ou cruel, ou d e que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulh er na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a im ediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pú blica, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. A pena é fixada em 3 fases: 1ª fase: pena base; 2ª fase: circunstâncias atenuantes e agravantes; 3ª fase: causas de diminuição e aumento tanto da parte geral como especial. CRIME HEDIONDO Hediondo = que fede, que causa repulsa, causa indignação. [Art. 1º, I, Lei 8072/90 – Lei de crimes hediondos] : Serão classificados como hediondo o homicídi o (Art. 121, CP) quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio e homicídio qualificado. Assim, homicídio simples será hediondo - se praticado em grupo de extermínio , ainda que praticado por um só agente - e todo homicídio qualificado é hediondo. Grupo de extermínio: o agente comete o crime sem ver as características pessoais da vítima, mas mata conforme o grupo o qual a vítima pertence (judeu, homo afetivo, negro). Hoje quem faz o papel de grupo de extermínio são as milícias. Matar em atividade de grupo de extermínio é, em regra, mot ivo torpe. Assim, o homicídio praticado por pr ática de extermínio é qualificado. Logo, essa previsão de “homicídio simples com pratica de extermínio” tende a não ter aplicação. - O HOMICÍDIO PRIVILEGIADO É HEDIONDO? Não, por falta de previsão legal, conforme o princípio da taxatividade. Além disso, no homicídio privilegiado o motivo sempre será nobre e o motivo nobre não coexiste com as circunstâncias subjetivas do homicídio qualificado. - Existe homicídio ao mesmo tempo qualificado e privilegiado? Corrente majoritária: É possível, mas com a seguinte obs ervação: só haverá se por MOTIVO NOBRE – circunstância subjetiva (homicídio privilegiado) + CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS (homicídio qualificado). Ex.: quero matar o estuprador da minha filha, mas com tortura. – Nunca posso juntar as circunstâncias subjetivas (motivação) do qualificado + as circunst âncias subjetivas do privilegiado. - O HOMICÍDIO QUALIFICADO PRIVILEGIADO AO MESMO TEMPO É HEDIO NDO? Ex: eu quero matar o estuprador da minha filha...só que eu quero que ele sofra...eu retiro as unhas dele (tortura), que qualifica o crime. Não será hediondo. Corrente majoritária, inclusive STF e STJ: Não entende como hediondo. 1º fundamento: falta de previsão legal; 2º fundamento: o mot ivo nobre do privilégio não se coaduna com a repugnância do crime hediondo, o motivo nobre prevalece 3º fundamento: Art. 67 diz que no concurso de agravantes e atenuantes genéricos prevalecem os motivos determinantes do crime. Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo -se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. HOMICÍDIO CULPOSO [Art. 121, § 3º] – agente querendo praticar uma conduta lícita, mas por negligencia, imprudente ou imperícia, acaba cometendo um homicídio. Ex: Deixo um vaso cair de cima de meu prédio e mato um transeunte. - Homicídio culposo de trânsito: o agente n ão responde pelo Art. 121, § 3 º do CP. Caso ocorra, responde pelo Art. 302 do CTB (Lei 9.503/97), conforme o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. AUMENTO DE PENA [ Art. 121, § 4º]: - Homicídio culposo: aumento de 1/3 se o crime for pr aticado por imperícia profissional (ex.: descuido médico); deix ar de prestar socorro à vítima; não procura diminuir as consequências do c rime (ex .: deix ar de pagar os medicamentos se a vítima não tiver condições); fuga para evitar a prisão em flagrante. § 4ºo No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância deregra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o ag ente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. Ex: O agente está manuseando a arma e, acidentalmente, realiza um disparo que atinge outra pessoa e foge. Nos casos em que o agente causar acidente em que além de parentes, tenham outras vítim as, o a gente só poderá ter o perdão em relação aos pa rentes. Em relação às outr as vít imas, responderá ao a gente normalmen te por culpa. - Homicídio doloso: aumento de 1/3 se o crime for praticado contra menor de 14 anos ou maior de 60. Perdão judicial (ver. Art. 120) [ Art. 121, § 5º º]: sempre em crime culposo. Ocorre se as consequências incidirem de tal fo rma no a gente, que torna a sanção pen al desnecessária (Ex.: pai, por negligência, esquece o filho no carro e matando-o). § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tã o grave que a sanção penal se torne desnecessária. Ex: Um pai acidentalmente mata o próprio filho. O pai esquece o filho dentro do carro (negligência). O PERDÃO JUDICIAL É UM DIREITO SUBJETIVO OU UMA FACULDADE DO JU IZ? A doutrina faz distinção: se a ví tima for parente do agente, é sempre um direito subjetivo do réu. Mas não se tratando de parente (ex.: amigo), será uma faculdade do juiz perdoar ou não. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLI O AO SUICÍDIO [ Art. 122] Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a s eis anos, se o su icídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: AUMENTO DE PENA I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência I – Praticado por motivo egoístico (ex.: induzir suicídio do irmão para ficar com toda a herança). S ó há crime se houver lesão corporal grave ou resultar em morte. II – Se a vítima é menor: considera-se “menor” apenas entre 14 e 18 anos (analogia ao Art. 217 -A), pois se menor de 14 anos, ainda não tem compreensão ou capacidade de discernim ento, sendo considerado homicídio. O mesmo vale para o tot almente sem c apaz de resistência (totalmente embriagado) ≠ capacidade DIMINUÍDA de resistência (pilequinho ou drogado). - Se eu induzir ao suicídio e a pessoa sofrer lesão leve, haverá crime? Não, não há tentativa no crime de indução ou inst igação. O induzimento, instigação ou auxílio ao s uicídio é um crime com resultado condicionado ao resultado naturalístico. A conduta é atípica, é um indiferente penal. Nos casos de lesão grave haverá o crime de INDUZIMENTO OU INSTIGAÇÃO AO SUICÍDIO. Tipo de participação do agente Moral - por induzimento: o agente faz nascer a ideia de s uicídio na vítima. Ex: Isso mesmo, se mata...está ruim pra todo mundo...eu, se fosse você já teria dado um tiro na minha cabeça! - por instigação: a vítima já tem a vontade e o agente dá apoio. Ex: Um fala pro outro: pô cara, tá acontecendo isso...tô querendo me matar. Se matar sim....Vaaiiii...se joga! Material - prest ação de auxíl io material: dá condi ções, auxílio material, mas o ato não inclui participação na execução. Ex: empresta uma arma. Qualquer p essoa pode se r o agente ativo desse c rime , mas, o sujeito passivo tem que ter discernimento. Caso não tenha discernimento (criança, bêbada ou incapaz), o agente ativo responde por homicídio. Ex: Um louco achou qu e podia voar. O agente falou que ele poderia v oar com duas penas de passarinho e entregou as penas. O louco tentou voar e morreu. O AGENTE, ENTÃO, PRATICOU HOM ICÍDIO. OBS: Eutanásia ≠ Ortanásia ≠ Distanásia - Suicídio: não é um crime no Brasil, mas não é um ato lícito. Tanto que o constrangimento mesmo sob violência contra a pessoa que quer cometer suicídio é lícita [ Art. 146, § 3º]. Se na figura de garantidor e consciente da vonta de de suicídio, se nada fi zerem, respondem por homicídio por omissão (mãe que nada faz diante do filho em depressão que ameaça suicídio com frequência; guarda carcerário que não obriga à força a alimentação intravenosa do preso em greve de fome). - P acto de morte: Ex.: casal que resolve suicidar-se por inalação de gás devido à proibição de namoro da família. Situações: 1) Homem liga o gás e mulher fecha as frestas da casa e ambos sobrevivem – ambos respondem por tentativa de homicídio um contra o outro, pois praticaram atos de execução. S e ele sobrevive e ela morre, ele vai responder por homicídio consumado. 2) Homem li ga o gás e mul her fecha as frestas da casa e um só sobrevive – o sobrevivente r esponde por homicídio consumado. 3) Só o homem abre o gás e fecha a s frestas do ambiente, ambos sobrevivem com lesão grave – ele responde por tentativa de homicídio e ela por indu ção ao suicídio. Se ele sofress e lesão leve, ela não responderia por nada. 4) Suicídio separadamente devido ao pacto, mas ambos saem com lesão g rave – ambos respondem por indução ao suicídio. TENTATIVA – Não há COMPETÊNCIA – Tribunal do Júri, pois trata-se de crime doloso contra a vida Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça I – se o crime é praticado por motivo egoístico II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. - Testemunha de Jeová que se nega a receber transfusão de sangue, o que deve fazer o médico? Médico é garantidor e, por lei, TEM O BRIGAÇÃO a aplicar a transfusão de sangue, pois entr e o conflito religioso e a vida, o médico tem que proteger o bem maior – a vida. Se não fizer a tr ansfusão, o médico responde por indução, instigação ou auxílio ao suicídio de maneira omissiva imprópria. INFANTICÍDIO Art. 123 – Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. A doutrina explica que é uma modalidade de homicídio especial, porém com necessidade da pr esença de tais traços marcantes: a) Que o delito seja praticado sob influência do estado puerperal pela própria mãe; b) Tenha por objeto o próprio filho; c) Que seja cometido durante o parto ou logo depois. Sujeito ativo: mãe – infanticídio é um crime próprio. Sujeito passivo: neonato ou recém-nascido. Tipo de crime: plurissubjetivo, ou seja, cabe tentativa, cabe fracionamento do crime. - Puerpério: período cronologicamente va riável, durante a qual se d esenrolam tod as as m anifestações involutivas e de recuperação da genitália feminina após o p arto. Estado normal que TODA mulher que p ariu passa. - Estado Puerperal: é um critério biopsíquico no qual ex ige a conjugação do estado puerperal, com a influência exercida na a gente. É como se a mulher colocasse a culpa na criança por tudo o que ela está passa ndo. Se não houver essa influência, seu crime será homicídio. Nem toda mulher passa por esse estado psíquico. - É necessária perícia paraprovar que a mãe estava em estado puerperal? Não, a doutrina presume que a mulher após o parto esteja em estado puerperal. Não é necessária perícia. - Durante o parto X após o parto: se o parto for normal, considera -se “durante o parto” o período a partir do momento em que há dilatação do útero e rompimento da membrana amniótica; no parto cesáreo, considera -se “durante o p arto” quand o há incisão das camadas abd ominais. “Logo depois do parto”, o estado puerperal, em regra, dura entre 6 a 8 semanas, se gundo a medi cina. Após 8 semanas, a mãe que mata o filho responde por homicídio. A CONSUMAÇÃO ocorre com a morte do neonato. Cabe TENTAT IVA? Sim. A mãe, sob influência do estado puerperal, se diri ge ao berçário para mata r seu filho e alguém impede. Se a mãe, em estado puerperal, mata a criança errada no berçário? Responde por infanticídio, devido ao er ro de tipo (matar o próp rio filho é erro de tipo, não d e pessoa). Conduta atípica no que se refere a homicídio. CONCURSO DE PESSOAS NO INFANTICÍDIO: estado puerperal é condição elementar e, segundo o Art. 30, vai comunicar ao crime: Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 1) Se pai e mãe matam o recém-nato com a mãe em estado puerperal: pa i responderá por infanticídio em co - autoria com a mãe. 2) Se a mãe em estado puerperal matar e o p ai apenas auxil iar: o pai é partícipe de infanticídio e a mãe é agente autora do infanticídio. 3) Se a mãe em estado puerperal induzir o pai a matar o filho: DIVERGÊNCIA DOUT RINÁRIA – uma corrente diz que estado puerperal é personalíssima, a ssim, o pai responde por homicídio e a mãe por infanticídio; outra corrente (Grecco e Capez) diz que a hipótese precisa s er analisada sob a ótic a do Art. 30, lo go, ambos respondem por infanticídio. Grecco diz que, embora ele ent enda pessoalmente que o pai devesse responder por homicídio , por força do Art. 30, não há out ra forma se não há de comunicar o crime ao pai, que também responde por infanticídio. ABORTO É a interrupção do processo fisiológico da gestação, com a consequente morte do feto. - Quando se inicia a proteção da lei penal sobre a vida? A vida se inicia na fecundação do óvulo pelo espermatoz óide, porém para a tutela da lei penal, só após 14 dias após a fecundação, quando há a nidação, ou seja, quando o óvulo fecundado adere na parede do útero, começando-se assim o processo embrionário. Por isso as pílulas do dia seguinte e DIU são permiti das, pois agem antes da nidação. - Até onde vai a proteção do crime de aborto? Da nidação até o momento do parto. - Gravidez ectópica e tubária não são prote gidas pela lei penal , pois essa gestação ocorre fora do útero. Assim, pode ser feito o aborto desse tipo de gravidez. - Espécies de aborto: a) Natural ou espontânea – sem interesse penal b) Provocado (dolosa ou culposamente) - Aborto doloso: ABORTO PROVOCA DO PELA GESTANTE OU COM SEU CONSE NTIMENTO Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque. -Sujeito ativo: depende da modalidade de aborto: pode ser só a mãe; ou a mãe + o terceiro que provocou Sujeito passivo: o produto da concepção - ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO SEM CONSENTIMENTO DA GESTANTE Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante Sujeito ativo: o terceiro que provocou Sujeito passivo: a mãe e o produto da concepção - ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM CONSENTIMENTO DA GESTANT E Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante Sujeito ativo: a mãe e o terceiro que provocou Sujeito passivo: o produto da concepção OBS: Aborto culposo: não houve previsão legal do aborto. Consumação do crime: no exato momento da morte do produto da concepção. Cabe tentativa e não conseguir por circunstâncias alheias à vontade da mãe ou de terceiros. Ex: A mulher está na sala de parto está em ato executório? Não. Está meramente em atos preparatórios, que não são possíveis. Início dos atos executórios: no momento que o médico inicia as manobras para o aborto. Ex: a mulher na cama aguardando a ação do médico. Tipo de crime: plurissubjetivo, ou seja, cabe tentativa, cabe fracionamento do crime. FORMA QUALIFICADA Art. 127 - As penas com inadas nos dois artigos anteriores são au mentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos m eios empregados para provocá -lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Se a mãe morrer ou ter lesões graves, a mãe passa a ser sujeito passivo, pois ela só consentiu o aborto. A Vida é um bem de direito indisponível. O Art. 127 traz modalidade de crime preterdoloso, ou seja, com dolo no antecedente e culpa no consequente. O Art. 127 tem que s er a t ítulo de culpa na lesão o u morte na mã e - e só s e aplica aos Art. 125 e 126, pois se houver dolo na lesão ou morte, o agente responde por aborto simples e lesão corporal grave ou morte. MEIOS DE REALIZAÇÃO DO ABORTO: a) Meios químicos: são substâncias que provocam o aborto (ex.: fósforo, chumbo, mercúrio). b) Métodos físicos: são mecanismos traumáticos (ex.: punção, curetagem, bolsa de água quente ou choque elétricos em máquina estática). c) Métodos psíquicos: agem sob o psiquismo da mulher (ex.: susto, terror). Art. 128 -Não se pune o aborto praticado por médico: Inciso I – ABORTO N ECESSÁRIO (ou aborto terapêutico ou curativ o): nesta hipótese, o mé dico tem que escolher entre salvar entre a vida do feto ou da gestante, optando , conforme a legislação, por resguardar a vida desta última. OBS: Caso um não-médico pratique o aborto para salvar a vida da mãe, este pode justificar em seu benefício a excludente de ilicitude: Estado de necessidade. Ex: Uma pessoa com conhecimento médico será beneficiado por esse insti tuto? Sim. Somente nos casos de estado de necessidade Inciso II – ABORTO NO CASO DE GRAVIDEZ RESULTANTE DE ES TUPRO ( aborto sen timental ou humanitário): neste, a m ulher é vítima de estupro, portanto, a lei optou no sentido d e qu e aquela gestante não pode levar a termo uma gestação para a qual ela nã o concorreu voluntariamente. OBS: (Não é necessário autoriz ação judicial para a prática deste aborto, bastando apresentar a ocorrência policial). Basta a apresentação de registro policial. Caso a mulher diga que foi vítima e for descoberta, ela poderá responderá por tentativa de aborto. - Num acidente de tr ânsito, se o condutor mata o feto da grávid a do outro carro ou do seu mesmo, responderá por lesão corporal culposa, uma vez que não existe aborto culposo. - No caso de aborto de gravidez de gêmeos, a mãe nos casos de auto-aborto ou consentimento, ela responde por um ou mais abortos? Segundo ROGÉRIO GRECO ela r esponde por concurso formal (= uma ú nica ação que produzem dois ou m ais resultados) impróprio (= tem desígnio para todos os resultados; é a cu mulação de penas). - Agressão em mulher sabidamente grávida: responderá conforme o dolo do agente. Se com objetiv o de causar aborto: Art. 125, causar aborto sem consentimento da ges tante. Sem objet ivo de causar, Art. 129, §2º, V, lesão corporal grave seguida de aborto (conduta preterdolosa). Art. 129-Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem V - aborto - Grávida que comete suicídio: S e a intenção dela é se matar, está no dolo dela a morte da criança. Se feto morrer, aborto; se o feto sobrevive, responde por crime tentado. - Em casos de anencéfalo, o STF entende que nessas hipóteses não incidem os Arts. 124 ao 126, assim autorizam os médicos a realizarem o aborto. - Aborto eugênico: aborto de feto doente. É vedado no Brasil. Capítulo II: Das lesões corporais CRIME DE LESÃO CORPORAL Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Modalidades de lesão corporal: a) LESÃO CORPORAL LEVE [Art. 129, caput] Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. b) LESÃO CORPORAL GRAVE [Art. 129, §1º] § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; Exemplo de ocupações habituais: Jogar bola todo final de semana...ir à faculdade. ESS AS AT IVIDADES HABITUAIS NÃO PRECISAM TER CUNHO LABORAL II - perigo de vida; Esse perigo é só a título de culpa, pois se pratico com dolo é TENTATIVA DE HOMICÍDIO III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; Essa debilidade permanente não precisa ser etern a, mas duradoura. O que há é um enfraquecimento funcional. O membro continua no lugar. Mesmo que a vítima tenha feito tratamento e recuperado os movimentos, o crime já estará perfeito. ESSA DEBILIDADE PERMANENTE PODE ADVIR DE CULPA e DOLO Ex: O homem que manca. HÁ UMA DEBILIDADE DO MEMBRO Ex: a vítima teve um olho lesionado, ou seja, mas o outro olho está bom. Há uma debilidade do SENTIDO Ex: Lesão em um rim (DEBILIDADE DE DA FUNÇÃO RENAL) IV - aceleração de parto (PRETERDOLOSO) Essa aceleração do parto é só a tí tulo de culpa, pois se houver dolo, caracterizad a está a TENTATIVA DE ABORTO. c) LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA [Art. 129, §2º] § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; Essa incapacidade permanente é pra qualquer trabalho. Ex: S e um jogador de futebol, após sofrer lesão corporal, ficar inutil izado para a prática desportiva, poderá ele exercer outro trabalho, como por exemplo assistente-técnico. Ex: um cirurgião que não pode operar, pode clinicar. II - enfermidade incurável; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; Não precisa ser eterna, mas duradoura. Tem que ser relevante. EX: Se um namorado joga ácido no rosto da namorada ou dá um soco que deforme seu rosto. São consideradas deformidade permanente quando essa deformidade é nos glúteos? Alguns entendem que sim , outros autores entendem que não. V - aborto d) Lesão corporal seguida de morte [Art. 129, § 3º] – São as mesmas hipóteses do homicídio § 3° - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo. e) Lesão corporal culposa [Art. 129, §6º] § 6° - Se a lesão é culposa f) Lesão corporal decorrente de violência doméstica [Art. 129, §9º] – inclusive para lesão corporal leve § 9o - Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irm ão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o ag ente das relações dom ésticas, de coabitação ou de hospitalidade. a) Lesão corporal leve [Art. 129, caput – por exclusão] – competência do Jecrim - “Ofender” = lesar, ferir ou atacar. - “Integridade” = dirigida a saúde física e psíquica (grave). Veri fica-se por essa redação que o tipo penal não protege apenas a inteireza anatômica, mas també m sob o ponto de vista psíquico. - “Outrem” = ser vivo nascido de mulher. - É necessário submeter a vítima a exame pericial [Art. 167 e 168 do CPC]. - Ação penal no crime de lesão corporal leve é condicionada à representação penal contra o agente. - O ATO DE LESÃO CORPORAL LEVE É DISPONÍVEL (TATUAGE M, SADOMASOQUISM O), LESÕES ACIMA DISS O NÃO SÃO DISPONÍVEIS JURIDICAMENTE. b) Lesão corporal de natureza grave [Art. 129, §1º] Inciso I – “Ocupações habituais” = atividade roti neira indep endente de ter caráter laborativa tanto culposo quanto doloso Inciso II – “Perigo de vida”. Apenas doloso. Se for só culposo será tentativa. Inciso III – “debilidade” = enfraquecimento ou redução funcion al de membro, sentido ou função. Aceita forma tanto culposa quanto dolosa. Inciso IV – “aceleração (antecipação) de parto” . Apenas na forma culposa (conduta preterdolosa). Se tiver intenção, não será antecipação do parto, será lesão corporal. c) Lesão corporal gravíssima [Art. 129, §2º] Inciso I – “incapacidade permanente” (incapacidade duradoura, não eterna) para TODA atividade laboral, não só para o trab alho da época da les ão, mas para q ualquer form a de trabalho. Aceita forma tanto c ul posa quanto dolosa. Inciso II – Enfermidad e incurável – pode ser culposa ou dolosa. É a doença cuja curabilidade não é conseguida no atual estágio da medicina (ex.: lepra, tuberculose, sífilis, epilepsia, A IDS*). * quando a agente transmite o vírus dolos amente à vítima, dependendo do seu dolo, ele pode praticar essa modalidade de lesão corporal gravíssima, ou o Art. 131 ou ainda, segundo Rogério Greco, tentativa de homicídio. Inciso III – dolosa ou culposa. Mais que enfraquecimento, essa qualificadora ex ige a perda, isto é, a ablação ou inutilização de qualquer membro, ou seja, mesmo existindo membro, ele não terá função alguma. Inciso IV – “deformidade” é a modificação estética da form a anterior. O que se exige é que essa deformidade tenha um certo significa do, não podendo ser irr elevante; porém independente de possibilidade de correção cirúrgica. OBS: - Se a marca não é visível, HÁ D IVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA. A corrente majoritária entende que não será deformidade permanente , devendo ser a mesma aparente. Rogério Greco entende que pouco importa se a deformidade é aparente ou não. Se apenas o marido tiver acesso à marca, deve também ser considerada lesão corporal grave. - Em recente informativo do STF: diante de uma deformidade permanente corrigida por cirurgia reparadora, mesmo assim, a deformidade será considerada como lesão corporal grave. Inciso V – aborto: somente preterdoloso (dolo na lesão e culpa no aborto). d) Lesão corporal seguida de morte [129, § 3º] Agente tem dolo na prática de lesão e culpa no resultado morte (preterdoloso), mas a morte precisa ser previsível, pois o não previsível foge da responsab ilidade penal, é inimputável ao agente. [129, § 4º] – Diminuição de pena (1/6 a 1/3): se o agente comete o crime devido a motivo de relevante valor social ou moral ou sob d omínio de violenta emoção devido a injusta provocação feita pela vítima. A hipótese do § 4º aplica a qualquer modalidade de lesão cor poral, inclusive a prevista no §9 º, a despeito da sua posição topográfica no direito penal. [129, § 5º] – Substituição da pena: diz respeito às lesões leves. Inciso I – de relevante valor moral ou social, ou levado por grande emoção (descrito no § 4º). Inciso II – o jui z pode determinar multa para ambas as partes envolvidas (briga de bar; briga de to rcida organizada), onde a agressão foi recíproca. e) Lesão corporal culposa [Art. 129, §6º] Crime de pequeno potencial ofensivo e, assim como lesão corporal lev e, ex ige representação.Se ocorrer em veículo automotor, respo nderá pela lei 9503/07, Art. 303. [129, §7º] – Aumento de pena: nas mesmas hipóteses de aumento de pena no homicídio [Art. 121, §§ 4º e 6º]. [129, §8º] – Diminuição da pena: aplica-se “perdão judi cial” igual a oferecida no homicídio [ Art. 121, § 5º]. f) Lesão corporal decorrente de violência do méstica [Art. 129, §9º] Se a vítima for homem ou mulher, desde que haja uma relação de convívio entre eles. Mas se a vítima for mulher, ainda incidirá os institutos agravantes da Lei Maria da P enha (para aplicação da Lei da Maria da Penha, o sexo do agente independe do sexo). Ação Penal Incondicionada. Se homem a vítima, a ação é condicionada à representação. [129, §10] – nos casos de lesão grave, gravíssima [§1 º e §2º] ou seguida de morte [§ 3º] + com convívio entre eles [§9º], a pena é aumentada em 1/3. [129, §11] – em qualquer caso d e lesão (leve , grave ou gravíssima) + com convívio entre eles (doméstico descrito no §9) e a vítima for portadora de deficiência física, a pena é aumentada em 1/3. Capítulo III: Da periclitação da vida e da saúd e PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO Art. 130 – exposição ao perigo de contágio venéreo1 (dolo de perigo; não tem dolo de transmitir). Crime próprio (o agente tem que estar infectado), a vítim a pode ser qualquer pessoa. O agente se contenta com mera colocação em risco do bem tutelado. TENTATIVA: O agente quer, mas a vítima percebe que ele tem a doença. - Se o contágio fo r proposital, mas não sexual 1, o agente responderá por lesão corporal (mais grave), não p elo artigo 130. 1 Ambos os casos cabem tentativa. Ele sabedor ser portador de uma doença, o dolo é de perigo, não de transmitir a doença. - Cabe moléstia e exige prova pericial. - O conceito de DST é uma norma penal em branco qu e tem que ser complementada com documento do Ministério da Saúde. AIDS não é uma DST. Apesar de ser transmitida pelo sexo. Sujeito ativo: a pessoa contaminada Sujeito passivo: qualquer pessoa [Art. 130, §1º] – Aumento de pena: se o agente tem dolo de transmitir a doença. O agente tem dolo de dano. TENTATIVA: Não consegue transmitir por circunstâncias alheias à sua vontade. [Art. 130, §2º] – Somente procede mediante representação. Em caso de estupro com agente infectado e consciente da DST - a pena é majorada em 1/6 a metade [ Art. 234- A, VI] - Se, depois da contaminação sexual, ocorrer lesão corporal, o agente continuará respondendo pelo Art. 130. PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE Art. 131 – prat icar qualquer ato (sexual ou não) com o fim de transmitir a outrem m oléstia grave (dolo de dano), apesar de estar no capítulo de perigo. - O conceito de moléstia grave é uma norma penal em branco que tem que ser complementada com documento do Ministério da Saúde (ex.: cólera, malária, tuberculose, difteria). DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA - Em caso da A IDS, a d outrina se divi de: R ogério Grecco diz que o dolo de contá gio d e A IDS é tentativa de homicídio, já que não tem cura. J á para outra parte da doutrina e para o STF, a transmissão dolosa de AIDS é o enquadrado no Art. 131. - Crime formal que se consuma com qualquer ato capaz de transmitir a moléstia, independente de haver a transmissão de fato. Cabe tentativa. Ex: se o agente não estiver contaminado, mas pega um cotonete contaminado, ele responderá por lesão corporal. - S e um agente tenta tr ansmitir uma moléstia grave achando qu e est á co ntaminado com a moléstia, mas não está. Não ser á esse crime , será o crime de lesão corporal, pois o crime é p róprio (o agente precisa ser capaz de contaminar). Sujeito ativo: o contaminado Sujeito passivo: qualquer pessoa - Se um agente com AIDS , com intenção de contaminar outrem que, sem seu conhecimento, também tem A IDS, será um crime impossível [ Art. 17], devido à impropriedade do objeto, pois o objeto não pode ser contaminado uma vez que já está contaminado. (CRIME IMPOSSÍVEL) PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM Art. 132 – Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente. Há o dolo de perigo; não tem dolo de dano. Ele não quer causar morte ou lesão corporal, mas sabe da exposição de perigo. Ex.: atirador de facas; caso conc reto do comerciante que n ão queria pagar carro -forte e deixava a funcionária para levar di nheiro; pedir à funcionária para limpar janela do lado de fora; patrão não fornecer EP I ao funcionário exposto. OBS: - Diante de disparo de arma de fogo sem intenção de matar, responderá pela lei 10.826/2003, Art. 1 5, pois o Art. 132 é subsidiário expresso pois está escrito que “se o fato não constitui crime mais grave”. ABANDONO DE INCAPAZ Art. 133 - abandon ar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualqu er motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono. “Cuidado” – é aquela pessoa que, em regra, não precisa de ninguém pra cuidar dela, mas que por uma circunstância, ela precisa de assistência. Ex: Uma pessoa acamada....marido que cuida da esposa acamada. “Abandonar” = deixar a pessoa à própria sorte, sem cuidado, sem condições de autocuidado, autonomi a “Guarda” = instituto do direito civil; é a assistência dada à pessoa que dela não prescinde; não é algo eventual , é “Vigilância” = comport a a segurança pessoal do agente assistido, sem o rigor d a guarda (ex .: guia de excursão de crianças... Guia de escalada). “Autoridade” = envolv e uma rel ação que pode ser de natu reza pública o u privada (ex .: Estado x abrigo para menores infratores; pais x filhos). - Crime próprio: tanto de sujeito como de agente, pois só pode praticar o crime o sujeito que tem a guarda, vigilância ou cuidado. Sujeito passivo é aquele que precisa de cuidado, guarda, vigilância... - Consum ação: o crime irá se consumar no exato momento em que a vítima estiver ex posta , concretamente, aos riscos resultantes do abandono. Não é qualquer abandono que vai configurar esse delito. Ex: Se o agente deixa uma criança sab endo que ela pode correr perigo concreto, o agente poderá responder por tentativa de homicídio. - Cabe tentativa: Se o agente for pego no exato momento do abandono. [133, §1º] – se resulta lesão corporal de natureza grave. (Pr eterdolosa) [133, §2º] – se resulta a morte. (Preterdolosa) Nos casos dos §§ 1º e 2º o dolo do agente é de ABANDONAR e que em razão desse abandono, v enha ocorrer resultado agravador. [133, §3º] – aumento de pena: inciso I – abandono em local ermo; inciso II – agente é ascendente ou descendente, tutor ou curador; se a vítima é maior de 60 anos (estatuto do idoso). ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO Art.134 – Expor ou abandonar recém nascido, para ocultar desonra própria. Tem o mesmo sentido do abandono de incapaz (deixar ao desamparo), porém é par a RN e há o quadro específico de “ocultar desonra própria”. Ex: mãe solteira....filho fora da relação conjugal. - Crime próp rio: específico à mãe apenas como a gente (a doutrina não pe rmite a figura do pai como agente, pois só ela tem tal “desonra própria” expressa na lei. Caso o pai abandone sozinho será abandono de incapaz). - Vítima só pod e ser o RN (criança com pouc as horas ou dias de nascimento) . Se a criança tiver meses, será configurado abandono de incapaz,ou se a mãe não quiser simplesmente cuidar do RN (sem elemento de desonra própria), será abandono de incapaz. - Consumação: quando em razão do abandono o RN estiver realmente exposto à perigo concreto (à própria sorte). Assim, dar ou entregar o RN para alguém cuidar não é o abandono descrito neste Art., pois neste caso a criança não está, efetivamente, abandonada. - É um crime que cabe tentativa, porém s e ab andonar no leito de um rio ou numa lix eira, a m ãe assume o risco de matar, ent ão ela responderá por tentativa de homicídio. O pai em concurso pode cometer esse crime, mas sozinho não, tendo em vista o núcleo do tipo penal “desonra própria”. [133, §1º] – se resulta lesão corporal de natureza grave. [133, §2º] – se resulta a morte. CRIME DE OMISSÃO DE SOCORRO Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível fazê -lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desam paro ou em grave e imin ente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade públi ca. Conduta omissiva própria (“própria” significa qu e há previsão no códi go penal), praticada por qualquer pessoa sem risco pessoal. Núcleo do tipo: deixar de prestar assistência Criança perdida: é aquela que os pais perderam. Criança abandonada: é aquela deixada à própria sorte DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA Ex: Várias pesso as estão no local do c aso concreto e nin guém faz nada. Todas responderão por omissão de socorro? E se uma delas diz: eu vou socorrer! As outras pessoas responderão por omissão de socorro? NÃO! Pois o socorro é uma obrigação solidária. E se assistência tiver de ser prestada por du as ou mais pessoas em função do tamanho ou peso d a vítima , as que se omitirem responderão pelo delito? Sim CONSUMAÇÃO Uma corrente diz que o crime se consuma no exato m omento em que o agente puder agir, sem risco pessoal, e se omitir. ROGÉRIO GRECO e C ÉSAR ROBERTO BITTENCOURT entendem que para o crime se p erfazer, além da omissão do agente, é necessário que o bem jurídico esteja em perigo concreto. Ex: uma pessoa está se afogando, mas quando o agente ia prestar o socorro, ele viu um surfista socorrer a vítima. Para a 1ª corrente o crime de omissão de socorro já se consumou no momento em que agente se omitiu. Para a 2ª corrente o bem jurídico não ficou ex posto a perigo concreto. O bem jurídico precisa estar, concretamente, em perigo, ainda que outrem preste assistência. - Omissão própria X omissão imprópria = comissivo por omissão (só o agente garantidor pode praticar) - Divergência doutrinária na consumação do crime: 1ª corrente: no ex ato momento da omissão de assistência sem risco à pessoa (ex .: pessoa se afogando e um surfista indo socorrer e por iss o eu não vou – já está consumado o crime de omissão, pois eu tinha que me jogar ao mar a tempo e à hora do perigo). 2ª corrente: não basta a omissão no exato tempo da omi ssão, é necessário o perigo concreto (ex.: pessoa se afogando e um surfista indo socorrer e por isso eu não vou – não está consumado o crime de omissão, pois o perigo não era eminente). - Não cabe tentativa: crime omissivo não cabe tentativa. CONCURSO DE AGENTES – D IVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA Doutrina convencional: não existe qualquer tipo de coautoria ou participação no crime de omissão, pois cada um responde isoladamente, não sendo o caso de concurso de agentes. Doutrina mais recente (Rogério Greco, Cézar R oberto Bitencourt) entende que um crime omissivo cabe tanto coautoria (ex.: duas pessoas juntas que instigam/dissuadem um ao outro para não ajudar alguém) como participação (ex.: alguém liga para outra avi sando que existe uma pessoa ferida no imóvel e esta di ssuade para que a pessoa caia fora sem prestar auxílio. MAUS-TRATOS Art. 136 - expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua au toridade, guarda ou vigilância, para fins de educação, ensino, tr atamento ou custódia, quer privando -a de alim entação ou cuidados, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina. “Educação” = é a ativida de para infundir hábitos para aperfeiçoamento do aspecto moral ou cultural visando a formação da personalidade humana. “Ensino” = é o estrito trabalho docente de ministrar conhecimento. “Tratamento” = compreende não só o cuidado clínico e a assistência ao doente, como ainda ação de prover a subsistência de uma pessoa. “Custódia” = é a detenção de alguém em virtude de motivos que a lei autoriz a. “Trabalho excessivo”: extensão de horas “Trabalho inadequado”: t em relação com a qualidade do trabalho - Direito de corrigir - Os §§ 1 a 3 preveem aumento de pena. §§ 1º e 2º para crime preterdoloso (dolo de praticar maus tratos e acaba gerando a lesão ou morte). No § 3º prevê aumento para agressão em crianças menores de 14 anos. RIXA Art. 137 – Participar de rixa, salvo para separar os contendores. RIXA QUALIFICADA s e resulta morte ou lesão corporal grave. É a briga entre mais de duas pessoas (mínimo de 3 pessoas), acompanhadas de vias de fato ou viol ência recíproca (briga entre si, sem definição de qu em começou, confusão generalizada). E pode s er praticada ex improviso (de repente, sem previsão de acontecer) ou ex proposito (ex.: encontro pela internet para esse fim). - Briga entre 2 torcidas organizadas dif erentes não é rix a, pois ex istem 2 lados opostos definidos. P orém a briga entre 3 torcidas organizadas (Fla X Vasco X Flu) haverá rixa, pois haverá briga generalizada, serão todos contra todos. Ex: A e B (juntos) brigam contra C. Tem rix a? Não, pois existem 2 grupos. Ofensa, sem agressão física ou vias de fato (empur rões, puxões de cabelo, etc..), não é rixa. Tem que ter contato físic o? Não necessariamente. Os a gentes podem jogar pedras...ou outros objetos. DIVERGÊNCIA DOUTR INÁRIA A doutrina mais antiga d iz que o crime de rixa só pode ocorrer ex improviso. A doutrina modern a afirma que tanto pode ser EX IMPROVISO ou EX PROPOSITO. - CONSUMAÇÃO: quando os agentes dão iníci o aos atos de agressão, que podem acarretar em lesão corporal ou morte. - Cabe tentativa, principalmente na rix a ex propósito (ex.: briga generalizada marcada pela internet em determinada estação de metrô e a polícia que já estava monitorando, ap arece na estação , leva todo mundo). Pode haver fracionamento do iter criminis, principalmente na EX PROPOSITO. OBS 1: Nos casos de lesão e morte: todos os participantes da briga serão responsabiliz ados pelas cons equências que vierem decorrer da rixa agravada pelo resultado: 1) No caso de não identificado o a gressor: todos respondem pelo resultado agravador por les ão ou morte, independente de não ter sido o causador da lesão. 2) Diante da identificação do agressor: o agressor responde por homicídio dolos o + rixa simples; os outros participantes respond em por rixa qualificada; a vítima lesionada gravemente (que também estava na rix a) não responde pelo resultado agravador, mas responde pela rixa simples. OBS 2: - Se um indivíduo sai no meio da rixa, antes da morte ocorrer: responde pela qualificadora também, pois deu causa à confusão que resultou a morte. - Se o indivíduo entra na rixa depois damorte ter acontecido: responde pela rix a sim ples, pois em nada influenciou no resultado. OBS 3: - Desistência voluntária só pode ocorrer quando você podendo prosseguir na execução não faz. É a chamada “ponte de ouro”, onde você só responde até os atos praticados por você. Mas já dentro da briga de rixa, mesmo que o agente saia no início, não há desistência (porque o crime já está consum ado), responderá pelo resultado que dele vier por consequência – rixa qualificada. Sujeito ativo e passivo: Todos Capítulo V: Dos crimes contra a honra Calúnia CRIMES CONTRA A HONRA: Difamação Injúria - Honra objetiva: diz respeito ao conceito que a pessoa acha que tem na so ciedade, ou sej a, é o respeito que ele acha que tem na sociedade. - Honra subjetiva: é o conceito que ela tem dela mesma, de seus atributos físicos e psíquicos. CALÚNIA Art. 138 – Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. É o crime mais grave contra a honra de uma pessoa. 1) tem que ser imputação de um FATO determinado (específico), não é uma característica da vida. 2) o agente obrigatoriamente sabe que o fato é FALSO, a vítima não cometeu o crime, ou mesmo o fato nem existiu; 3) além de falso, o fato deve ser um CRIME. Ex: A imputa B um furto no shoppi ng. Ele sabe que não foi B quem praticou. Esta falsidade pode a contecer de duas formas: 1) o fato nem existiu 2) o fato pode ter existido, mas não foi aquela pes soa que realizou. FATO DETERMINADO: quando, aonde, quem.. Ex: dizer que a pessoa vive de pequenos furtos não é CALÚNIA (Não é determinado) Ex: Dizer que fulano vive de estupros não é calúnia, mas dizer que fulano estuprou B, aí sim é calúnia. É um fato. Ex: S e alguém disser que fulano é contraventor, n ão é calúnia, pois contravenção não é crime. Neste caso pode - se invocar DIFAMAÇÃO. - CONSUMAÇÃO: quando o fato chegar ao conh ecimento de um terceiro, mesmo sem o conhecimento da própria vítima, atingindo a honra objetiva. - Não cabe tentativa oralmente, pois se o terceiro que ouve a calúnia não acredita, a calúnia já foi realiz ada; mas cabe tentativa escrita (ex.: carta caluniosa extraviada). A calúnia pode ser escrita, oral, gestual.. - Prescrição: contados a partir da consumação do crime, ou seja, começa q uando o terceiro toma conhecimento do fato. - Decadência: 6 meses após o conhecimento da pessoa caluniosa pela VÍTIMA. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA Art. 339 – Dar causa à instauração de investigação policial, de processo ju dicial, de in vestigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando -lhe crime de que o sabe inocente. Denunciação Caluniosa X Calúnia A Denunciação caluniosa se dá quando o agente leva ao conhecimento de autoridade um conduta praticada por alguém, sabendo que é falso ou não existiu, e essa autoridade instaura uma investigação contra a pessoa – princípio da especialidade. Esse agente, pode ser, inclusive, punido pelo uso indevido da máquina administrativa. [Art. 138, §1º] – propalar (espalhar) informação caluniosa sabendo ser falsa: responderá pela mesma pena. [Art. 138, §2º] – possibilidade de calúnia aos mortos (apesar do morto ser tratado como coisa pelo direito, por isso sem honra para ser protegida) a punição é em respeito à honra da família – de todos os crimes contra a honra, só a calúnia é punida contra os mortos. Art. 138, § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº 1 do Art. 141; III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Bem jurídico tutelado: A honra objetiva EXCEÇÃO DA VERDADE: é a possibil idade do sujeito que cometeu um crime contra a honr a, provar a veracidade do fato imputado. Momento processual (da apr esentação da queixa -crime). N este caso, o autor da queixa-crime vira exceptor (réu); e o réu vira excipiente (autor da exceção). Apenas em 3 casos não há possibilidade de prov ar que o fato é verdadeiro (ainda que a imputação seja de f ato verdadeiro, o a gente vai responder pela calúnia): a) Quando o caluniado for Presidente da R epública ou Chefe do Governo Estran geiro; b) Quando por aquela acusação que lhe foi feita, a pessoa acusada j á tiver sido absolvido por senten ça transitada em julgado; c) Quando o crime do qu a l acuso o o fendido é cri me de A ção Penal Privada e não há sentença condenatória irrec orrível. Ex: A imputa falso crime a B... B (autor) entra com ação contra A (réu) e A vai tentar provar que o fato imputado a B é v erdadeiro. Correm dois proc essos paralelos. Na exceção da verdade A se rá autor e B s erá o réu. Exceções que impedem o aparelhamento da exceç ão da verdade I - se, constituindo o fato imputado crime de ação penal privada, o ofend ido não foi condenado por sentença irrecorrível; Obs: R OGÉRIO GRECO entende que pelo princípio do contraditório e da ampla defesa , mesmo que o fato seja objeto de ação penal privada, o autor pode provar apenas para ser absolvido na ação. Uma coisa é o autor querer provar que o crime existiu e outra coisa é ele exercer seu direito de defesa. II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº 1, do Art. 1 41; Porque ninguém é legitimado na Constituição para a cionar judicialment e o Chefe do Ex ecutivo , exceto o Procurador-Geral da República. III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. DIFAMAÇÃO Art. 139 – Difamar alguém, im putando-lhe falso ofensivo à sua reputação. Atribuição de um FATO desonroso à terceiro, n ão importando se o fato é verdadeiro, falso ou fato (ou crime) criminoso definido (é a “fofoca”). Assim como na calúnia, a o fensa é feita à honra objetiva e se cons uma a partir do conhecimento do terceiro. Se envolvendo um crime, tem que ser indeterminado, fato nã o específico. (Ex.: fulano vive da prostituição; sai com homem casado; acusar alguém de ter ganhado a vida rouba ndo). É um fato? Sim. Esse fato é ofensivo à reputação? Sim Importa saber se o fato é verdadeiro ou falso? Não Se o fato é crime, mas não é definido, ou seja, é vago, caracterizará a difamação. BEM JURÍDICO TUTELADO: Honra objetiva, pois denigre-se a ima gem da pessoa diante da sociedade. CONSUMAÇÃO: Se consuma quando terceiro toma conhecimento que não o ofendido. E quando eu falo um fato ofensivo diretamente à vít ima e leva a conhecimento de terceiro haverá o crime? A doutrina entende que quando a própria vítima leva ao conh ecimento de terceiro fato ofensivo, não há crime de difamação. Podendo haver o crime de INJÚRIA. Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passivo: qualquer pessoa mesma o mais vi l dos seres humanos. Já uma criança e loucos não podem ser sujeitos passivos de crimes contra a honr a, pois não tem discernimento para entender. Os pais podem representar judicialmente. Parágrafo único: Exceção da verdade : só possível se proferida em face d e um funcionário público em razão das suas funções, pois haverá interesse do Estadoem descobrir se é verdade ou mentira, logo, cabe à exceção da verdade (ex .: falar que f ulano que é dir etora da escola enriqueceu desviando dinheiro de merenda). Em tese é uma difamação. Se eu disser que determi nado funcionário da administração pública à noite vive de prostituição, não cabe exceção da verdade. Pode-se apontar fato ofensivo a empresas. A empresa pod e ter uma reputa ção negativ a. (Ex: Diz er que a co ca- cola mistura mármore na sua composição) Prazos prescricional e decadencial normalmente são diferentes. - S e o fato im putado falsamente for uma contrave nção penal (crime -anão, mais brando que um crime de fato), não será calúnia, será di famação – princípio da legalidade estrita (ex.: falar para outrem que fulano todos os dias joga o jogo do bicho na esquina da rua tal). INJÚRIA Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. Imputa um a qualidade negativa (não fato) a alguém; ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Ofensa à honra subjetiva. Pode ser a m era expressão de uma opinião, um defeito, um a atribuição de qualidade n egativa. É um xingamento. (Ex: Seu gordo....seu burro...podendo estar associado à nacionalidade, religião) Bem jurídico tutelado: Honra subjetiva, ou seja, o que a pessoa pensa de si mesmo . CONSUMAÇÃO: quando o próprio ofendido tomar conhecimento. Ex: E se A falou para B que C é burro e essa ofensa chega ao conhecimento da vítima, há injúria? Sim, e se consumará quando C tomar conhecimento. Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passivo: qualquer pessoa, menos a empresa. Os prazos decadencial e prescricional correm juntos. - Injúria simples: Art. 140, caput - Injúria real: Art. 140, §2º - Injúria pr econceituosa: Art. 140, § 3º OBS: A inj úria preconceituosa tem injuria condicionada a representação [Art. 145, § único]. [Art. 140, §1º] – o juiz pode deixar de aplicar a pena (dar espécie de perdã o-judicial) em duas situações: I - quando o ofendido tiver provocado a injúria II - qu ando houver retorsão (resposta!) im ediata, que consista em outra injúria. (Ex: seu imundo! O outro responde imediatamente: sua anta!) NOS CASOS DO §1º NÃO SERÁ INJÚRIA. [Art. 140, §2º] – injúria real se dá quando a ofensa é por meio físico. Ex: Vou bater na sua bunda...vou te dar um tapa na cara. Com violência ou vias de fato. É sempre para humilhar. (ex.: dar um tapa na cabeça de um careca para humilhá-lo; dar uma banda em alguém na frente de todos; jogar cocô na cara de alguém; cuspir na cara de alguém). [Art. 140, § 3º] – injúria racial, cor, etnia, religião, origem ou condição (idosa ou portadora de de ficiência): é a modalidade de crime co ntra a honra mais grave. (Ex: chamar de m acaco...branco azedo, amarelo (raça)...só podia ser judeu, cigano (etnia). Velho caquético. Fulano é Paraíba...paraguaio. Tudo isso com animus inj uriandi. Ex: no caso do jogador DANIEL ALVES quand o jogaram banana no estádio, não é injúria, mas sim CRIME DA LEI DE RACISMO. Pois aquele ato inci ta em grande escala um comportamento RACISTA. É mais do que atribuir uma expressão negativa. Ex: No caso da torcedora de futebol do grêmio, o crime foi de injúria preconceituosa, pois a torcedora chamou o atleta de macaco. OBS: Empresa não poderá ser vítima do crime de injúria, pois não pode sofre de ofensa subjetiva. Aumento de pena de todas as modalidades de crime contra a honra [Art. 141] – A reprovabilidade neste casos é maior em função do que elas representam. Art. 141 – As penas cominadas neste Capítulo aumentam -se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: Inciso I: contra presidente ou chefe de estrangeiro. Inciso II: contra funcionário público em razão de suas funções. Inciso III: diante várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação d o crime contra a honra. Várias pessoas diz a doutrina que são no mínimo 3 pessoas. Inciso IV: contra pessoa m aior de 60 anos ou portador de deficiência (exceto no crim e de injúria) Parágrafo único: se o crime é mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. Exclusão de qualquer crime contra a injúria e difamação [Art. 142] Art. 142 – Não constituem injúria ou difamação punível: Inciso I: a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou seu Procurador; A doutrina chama de “imunidade ju diciária”. É a ofensa em juízo, na discussão da causa. ROGÉRIO GRECO entende que o até o juiz pode ser ofendido. Inciso II: a opinião desfavorável da crítica l iterária, artística ou científica, salvo quando inequívoca intenção de injuriar ou difamar; Inciso III: o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou inform ação que preste no cumprimento do seu dever de ofício. Parágrafo único: nos incisos I e III, responde por injúria ou difamação quem lhe dá publicida de. RETRATAÇÃO Art. 143 – O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isent o de pena. Querelado é o réu. Durante a ação e antes da sentença, o juiz vai extinguir o processo. [Art. 143] – é desdizer o que foi dito. Se antes da sentença do crime de calúnia e difamação, o querelado (réu) fizer retratação, fica isento da pena. Durante a ação e antes da sentença, o juiz vai extinguir o processo. Não precisa ser aceita e é um ato unilateral. Na injúria não é possível devido à possi bilidade de soar como chacota. ( Ex: imagina que alguém chama uma pessoa de QI de alface e durante a ação o réu quer se retratar dizendo que o Q I é o de gênio). Art. 144 – S e, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difam ação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em Juízo. Aquele qu e se recusa a dá -las ou, a critério do ju iz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. A vítima que se sentir ofendida pela calúnia, difamação ou injúria requerer explicações em juízo (Notificação). Caso o querelante se recuse a dar ex plicações ou as dá de f orma insatisfatória (à julgar do jui z), responde p ela ofensa. (Ex: essa delegada é mais macho do que qualquer homem!). Pode ser um elogio ou pode ser uma frase d iscriminadora. É para saber o real significado d a frase. A vítima pode pedir explicações da frase. Quem tem que entender é o ofendido. Caso n ão aceita, a ofendida entra com uma queixa -crime e a pessoa terá o direito a se defender. Art. 145 – Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, n o caso do Art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Necessidade de queixa da pessoa que se julgar ofendida, ou seja, mediante representação do ofendido. - Crime de Ação Privada (é condicionado ao ofendido ou seu representante legal representação em juízo criminal); à exceção nos casos descritos no Art. 141, incisos I (contra o Presidente ou chefe de Estado estrangeiro) e II (contra funcionário público), b em como no Art. 140, § 3º (Injúria Preconceituosa) que são crimes de ação pública c ondicionada (dependem de denúncia, da r epresentação do ofendido, e é de in iciativa do MP). Capítulo VI: Dos crimes contra a liberdade individual CONSTRANGIMENTO ILEGAL Art. 146 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido,
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