Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ADMISSÃO DE EMPREGADOS - Rotinas com Enfoque no eSocial Matéria elaborada com base na legislação vigente em: 20/05/2016. Sumário: 1 - Introdução 2 - Conceitos 3 - Recrutamento e Seleção 4 - Processo de Admissão 5 - Atividades Preliminares e Excludentes da Admissão 5.1 - Nacionalização do Trabalho 5.1.1 - Salário Diferenciado 5.2 - Exame Médico Admissional 5.2.1 - Atestado de Saúde Ocupacional 6 - Documentos para a Admissão 6.1 - Impossibilidade de Retenção de Documentos do Trabalhador 7 - Informação no eSocial 7.1 - Evento S-2190 - Admissão de Trabalhador - Registro Preliminar 7.2 - Evento S-2200 - Admissão de Trabalhador 7.3 - Qualificação Cadastral 8 - Atividades Nucleares 8.1 - Anotações na CTPS 8.1.1 - Retenção da CTPS - Prazo Superior a 5 dias - Contravenção Penal 8.2 - Registro de Empregados 8.2.1 - Modelo de Ficha de Registro 8.2.2 - Centralização do Registro 8.2.3 - Sistema Informatizado 8.3 - Contrato de Trabalho 8.3.1 - Contrato por Prazo Indeterminado 8.3.2 - Contrato por Prazo Determinado 8.3.2.1 - Duração 8.3.2.2 - Prorrogação 8.3.2.3 - Sucessão de Contratos 9 - Atividades Consequentes à Admissão 9.1 - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED 9.2 - Cadastro no PIS 9.3 - Vale-transporte 9.4 - Dependentes para fins de Imposto de Renda 9.4.1 - Pensão Alimentícia 9.5 - Salário-família - Documentos 9.5.1 - Termo de Responsabilidade 9.5.2 - Manutenção do Salário-família 9.6 - Inclusão na Folha de Pagamento, na GFIP/SEFIP e no eSocial 9.7 - Contribuição Sindical dos Empregados 9.8 - Contribuição Previdenciária - Empregos Concomitantes 9.8.1 - Obrigação do Empregado com Mais de 1 Vínculo 10 - Penalidades 1 - INTRODUÇÃO A admissão de empregados envolve uma série de etapas que as empresas devem observar para evitar problemas jurídicos futuros, sendo que boa parte delas deverão ser feitas antes do início da prestação de serviços, como veremos neste comentário. As rotinas de admissão iniciam pelo recrutamento e seleção do candidato à vaga, após o empregador deverá realizar várias atividades para a formalização do vínculo de emprego. O cumprimento eficiente de todas as rotinas do departamento de pessoal gerará economia para a empresa e evitará punições em ações fiscais ou judiciais. Neste comentário, analisaremos as regras de admissão de empregados contidas na Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º/05/1943 e nas legislações esparsas, bem como, as rotinas que deverão ser adotadas pelas empresas, em face a nova obrigação acessória, Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias - eSocial, instituída pelo Decreto nº 8.373, de 11/12/2014. O eSocial substituirá a prestação das informações pelo empregador da obrigação de entrega das mesmas informações em outros formulários e declarações a que estão sujeitos, tais como: CAGED, RAIS, GFIP/SEFIP, DIRF, entre outros. 2 - CONCEITOS EMPREGADOR - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços, conforme artigo 2º da CLT. Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. Toda pessoa, física ou jurídica, que admitir trabalhador como empregado é considerado empregador. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. EMPREGADO - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário, conforme artigo 3º da CLT. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. VÍNCULO DE EMPREGO - Considera-se vínculo empregatício a relação de trabalho pessoal e subordinada (relação de emprego) realizada entre empregado e empregador. 3 - RECRUTAMENTO E SELEÇÃO Os empregadores devem observar que é proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal, na forma do art. 1º da Lei nº 9.029/1995, com redação dada pela Lei nº 13.146/2015. O recrutamento tem como papel principal atrair os trabalhadores para a empresa, enquanto a seleção deve escolher o melhor candidato para o cargo a ser preenchido. O recrutamento é basicamente um sistema de informações através do qual a empresa divulga a vaga de trabalho e oferece ao mercado de trabalho oportunidades de emprego que pretende ocupar. IMPORTANTE! Para fins de contratação, o empregador não poderá exigir do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 meses no mesmo tipo de atividade (Art. 442A da CLT, acrescido pela Lei nº 11.644/2008). Pode o recrutamento processar-se de inúmeras formas, dentre as quais podemos destacar: a) Anúncios em jornais e demais veículos de comunicação; b) Agências de recrutamento; c) Cartazes ou anúncios na portaria da empresa; d) Contatos com sindicatos, associações de classe e órgãos não-governamentais; e) Contatos com universidades, escolas técnicas, centros de integração empresa-escola; f) Contatos com outras empresas que atuem no mesmo mercado. Nessa divulgação da vaga, a empresa deve se acautelar quanto ao princípio da não discriminação, que protege o trabalhador, divulgando a vaga para ambos os sexos, sem limitar a idade, o estado civil, entre outros, possibilitando que a vaga seja preenchida por todos. A seleção pode ser resumida como sendo a escolha do profissional certo para o cargo a ser ocupado. Conhecidas às informações do cargo e de seu ocupante devem ser feitas às escolhas das técnicas de seleção mais adequadas. Dentre elas, podemos relacionar as seguintes: a) Entrevistas de seleção; b) Provas de conhecimento e/ou capacidade; c) Testes psicotécnicos; d) Testes de personalidade; e e) Técnicas de simulação. Alertamos aos empregadores terem cautela também no processo da seleção do candidato à vaga para não adotar nenhuma prática discriminatória em razão de sexo, cor, estado civil, religião, idade, entre outros, a fim de evitar uma ação trabalhista com pedido de indenização por dano moral (Arts. 186 e 927 do Código Civil). 4 - PROCESSO DE ADMISSÃO Encerrando o processo de recrutamento e seleção, a empresa deve dar início à “rotina de pessoal” propriamente dita. É na implantação dessa rotina que se aplicam às legislações do Trabalho e da Previdência Social, bem como, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e do Programa de Integração Social - PIS. Abaixo reprodução do Esquema Cronográfico da Admissão, retirado da obra da obra do autor José Serson (Curso de Rotinas Trabalhistas, 37ª ed., RT, 1997), com acréscimos de minha autoria, que serão analisados, em tópicos nos itens a seguir. RECRUTAMENTO E SELEÇÃO EXAME MÉDICO NACIONALIDADE SE INAPTO, REINICIAR O PROCESSO APTO 1 APRESENTAÇÃO DEDOCUMENTOS RECIBO DE ENTREGA CTPS REGISTRO CONTRATO ESCRITO CAGED Cadastro Vale-transporte Imposto Salário-família Inclusão Contribuição Sindical Previdência: no PIS de Renda na Folha, % e teto na GFIP e conjugados no eSocial 1. Os tópicos exame médico e nacionalidade se consideram preliminares à admissão e excludentes, porque não atendido qualquer dos dois não se admite o candidato à vaga. 2. Os tópicos CTPS, Registro e Contrato escrito são nucleares, porque formalizam a admissão. 3. Os demais tópicos (CAGED, Cadastro no PIS, Imposto de Renda, Salário-família, Inclusão na Folha e na GFIP, Contribuição Sindical e Previdência) são imediatamente consequentes à admissão. 5 - ATIVIDADES PRELIMINARES E EXCLUDENTES DA ADMISSÃO Antes de admitir o candidato à vaga, a empresa deverá observar as regras da Nacionalização do Trabalho, contidas nos artigos 352 a 371 da CLT e do Exame Médico Admissional, contida no art. 168 da CLT e na Norma Regulamentadora nº 7 - NR 7, aprovada pela Portaria nº 3.214/1978. Estas duas regras são excludentes da admissão, o que significa que se o candidato à vaga for estrangeiro e a empresa não possuir 2/3 do seu quadro de pessoal com empregados brasileiros, o mesmo não poderá ser admitido. Da mesma forma, para os trabalhadores em geral (brasileiros ou estrangeiros) em relação ao exame admissional, se o trabalhador não estiver apto, o mesmo não poderá ser admitido como empregado. 5.1 - NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO As empresas em geral são obrigadas a manter no seu quadro de pessoal, quando composto de 3 ou mais empregados, uma proporcionalidade de empregados brasileiros, na forma do artigo 352 da CLT. NOTA ITC: Equiparam-se aos brasileiros, ressalvado o exercício de profissões reservadas aos brasileiros natos ou aos brasileiros em geral, os estrangeiros que, residindo no país há mais de 10 anos, tenham cônjuge ou filho brasileiro, e os portugueses. A proporcionalidade será de 2/3 de empregados brasileiros, podendo, entretanto, ser fixada proporcionalidade inferior, em atenção às circunstâncias especiais de cada atividade, mediante ato do Poder Executivo. A proporcionalidade é obrigatória não só em relação à totalidade do quadro de empregados, como ainda em relação à correspondente folha de salários (Artigo 354 da CLT). Não se compreendem na proporcionalidade os empregados que exerçam funções técnicas especializadas, desde que, a juízo do Ministério do Trabalho, haja falta de trabalhadores nacionais (Artigo 357 da CLT). 2 3 Envio dos eventos do eSocial: S-2190 e/ou S-2200 5.1.1 - Salário Diferenciado Nenhuma empresa, ainda que não sujeita à proporcionalidade do art. 352 da CLT, poderá pagar a brasileiro que exerça função análoga, a juízo do MTPS, à que é exercida por estrangeiro a seu serviço, salário inferior ao deste, excetuando-se os casos seguintes (Art. 358 da CLT): a) quando, nos estabelecimentos que não tenham quadros de empregados organizados em carreira, o brasileiro contar menos de 02 anos de serviço, e o estrangeiro mais de 2 anos; b) quando, mediante aprovação do Ministério do Trabalho, houver quadro organizado em carreira em que seja garantido o acesso por antiguidade; c) quando o brasileiro for aprendiz, ajudante ou servente, e não o for o estrangeiro; d) quando a remuneração resultar de maior produção, para os que trabalham à comissão ou por tarefa. Nos casos de falta ou cessação de serviço, a dispensa do empregado estrangeiro deve proceder à de empregado brasileiro que exerça função análoga. 5.2 - EXAME MÉDICO ADMISSIONAL O empregador deve submeter o candidato à vaga de emprego ao exame médico admissional, previsto no art. 168 da CLT e na Norma Regulamentadora nº 07 (NR 7), que trata do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO. O exame médico ocupacional, que deverá ser realizado por médico do trabalho integrante do PCMSO da empresa, compreende a realização de: a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental; e b) exames complementares. O custo destes exames é por conta do empregador. Os exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer. A contratação do candidato à vaga ficará condicionada ao resultado do exame, caso seja satisfatório, a empresa poderá contratar o trabalhador como empregado. Segundo a NR 7 (Item 7.4.3.1), o exame médico admissional deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades. Orientamos que ele seja efetuado pelo menos uns 5 dias antes da admissão, principalmente se houver exames complementares a serem realizados. 5.2.1 - Atestado de Saúde Ocupacional O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será comunicado ao trabalhador, observados os preceitos da ética médica, conforme § 5º do art. 168 da CLT. O médico do trabalho deverá emitir o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em 2 vias, para cada exame médico que realizar, sendo que, a 1ª via ficará arquivada no local de trabalho, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho, e a 2ª via do ASO será entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. IMPORTANTE! As informações do ASO admissional serão prestadas no eSocial e constarão do evento S-2200 - Admissão de Trabalhador, devendo ser informado tão somente a data do ASO, o número do CRM do médico encarregado do exame médico admissional e a UF de expedição do CRM. O ASO deverá conter no mínimo (Item 7.4.4.3 da NR 7): a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função; b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST; c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados; d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM; e) definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu; f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato; g) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina - CRM. Não há modelo definido para o Atestado de Saúde Ocupacional. Dessa forma, o médico poderá adotar o modelo que melhor atenda às suas necessidades, desde que sejam observadas as informações mínimas exigidas. A título de ilustração, abaixo, apresentamos um modelo de Atestado de Saúde Ocupacional: ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL Nome: Cargo/Função: DI: Empresa: Exame: ( ) Admissional ( ) Periódico ( ) Mudança de Função ( ) Demissional ( ) Retorno ao Trabalho ( ) Outros Riscos da Função: Exame(s) Complementar(es): Data da Realização: Conclusão: ( ) Apto ( ) Inapto Médico Coordenador: CRM: Ass. do Médico: CRM: Local e data: Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas, deverão ser registrados em prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade do médico coordenador do PCMSO. Estes registros deverão ser mantidos por período mínimo de 20 anos após o desligamento do trabalhador. 6 - DOCUMENTOS PARA A ADMISSÃO Para a admissão, a empresa precisará dos seguintes documentos para possibilitaro registro de empregados: a) Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS; b) Cédula de Identidade (RG ou RNE, se for estrangeiro); c) Cadastro de Pessoa Física - CPF; d) Título de Eleitor; e) Cadastro no PIS/PASEP; f) Grau de Instrução - Comprovante de escolaridade; g) Endereço completo - Comprovante de endereço; h) Documento de quitação do serviço militar, para os homens com idade de 19 anos a 45 anos; i) Comprovação do Estado civil - Certidão de Nascimento ou Certidão de Casamento; j) Certidão de Nascimento dos filhos de até 21 anos ou inválidos de qualquer idade, necessário para pagamento do salário-família e para dedução de dependentes; k) Cartão da Criança ou Caderneta de Vacinação, dos filhos menores de 7 anos de idade, somente para os trabalhadores de baixa renda; l) Comprovante de frequência à escola dos filhos a partir dos 7 anos, somente para os trabalhadores de baixa renda; m) Termo de Responsabilidade ou Declaração de inexistência de filhos, somente para os trabalhadores de baixa renda; n) Declaração de dependentes, para fins do cálculo do Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF; o) Ofício e/ou Sentença sobre Pensão Alimentícia; p) Termo de Opção ao Vale-transporte ou Declaração de não opção ao Vale-transporte; q) Atestado de Saúde Ocupacional - ASO; e r) Outros documentos, conforme atividade/profissão, como CNH para motorista profissional, Carteira da OAB para advogados, etc. Estes documentos devem ser apresentados antes da admissão, pois deverão ser utilizados para o registro do empregado e para prestar informações no CAGED, no eSocial, na folha de pagamento e na GFIP. IMPORTANTE! É proibido ao empregador na contratação ou na manutenção do emprego do trabalhador, fazer exigência de quaisquer documentos discriminatórios ou obstativos para a contratação, especialmente certidão negativa de reclamatória trabalhista, teste, exame, perícia, laudo, atestado ou declaração relativos à esterilização ou a estado de gravidez (Art. 1º da Portaria MTE nº 41/2007). 6.1 - IMPOSSIBILIDADE DE RETENÇÃO DE DOCUMENTOS DO TRABALHADOR Nenhuma pessoa física ou jurídica, de direito púbico ou privado, poderá reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda que apresentado por fotocópia autenticada, inclusive, comprovante de quitação do serviço militar, título de eleitor, CTPS, certidão de nascimento, certidão de casamento, carteira nacional de habilitação, entre outros, conforme art. 1º da Lei nº 5.553/1968. Assim, quando o empregador estiver de posse dos documentos apresentados pelo candidato à vaga não poderá reter o documento original de identificação pessoal e/ou o apresentado em cópia autenticada, contudo a empresa poderá reproduzir cópia simples ou digitalizar estes documentos para fins de armazenamento e controle. A retenção de documentos constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3 (três) meses ou multa. 7 - INFORMAÇÃO NO ESOCIAL O eSocial estabelece a forma com que passam a ser prestadas as informações trabalhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais relativas à contratação e utilização de mão de obra onerosa, com ou sem vínculo empregatício, e de produção rural. O eSocial substituirá o procedimento de envio das diversas declarações, formulários, termos e documentos relativos a relação de trabalho. As informações referentes a períodos anteriores à implantação do eSocial devem ser enviadas pelos sistemas utilizados à época. As informações são prestadas ao eSocial por meio de eventos, classificados em 4 grupos: Eventos Iniciais; Eventos de Tabelas; Eventos Não Periódicos e Eventos periódicos. Cada evento possui um leiaute específico. Estes leiautes podem ser encontrados no Anexo I do Manual de Orientações do eSocial - MOS, versão 2.1, aprovada pela Resolução CGeSocial nº 02/2015. As informações da admissão do trabalhador serão prestadas por meio do Evento S-2190 e/ou S-2200. Estes eventos compõe os Eventos Não Periódicos. 7.1 - EVENTO S-2190 - ADMISSÃO DE TRABALHADOR - REGISTRO PRELIMINAR O evento S-2190 - Admissão de Trabalhador - Registro Preliminar é opcional e será utilizado quando não for possível enviar todas as informações do evento S-2200 - Admissão de Trabalhador até o final do dia imediatamente anterior ao do início da respectiva prestação do serviço. Neste evento será informado apenas: CNPJ/CPF do empregador; CPF do trabalhador; Data de nascimento; e Data de admissão do empregado. É imprescindível o envio posterior do evento S-2200 - Admissão de Trabalhador para complementar as informações da admissão e regularizar o registro do empregado. Caso não seja enviado o evento S-2200 a admissão não é confirmada no sistema, devendo a empresa fazer a exclusão do evento S-2190 até o final do dia da data de admissão originalmente informada. Para envio deste evento, é necessário o envio do evento S-1000 - Informações do Empregador/Contribuinte. Este evento será utilizado apenas para informar admissão de empregados regidos pela CLT. Este evento pode ser utilizado para um único contrato de trabalho entre um empregador e um trabalhador. No caso de mais de um contrato de trabalho, com a mesma data de admissão e mesmo trabalhador, deve ser registrado diretamente o evento S-2200 - Admissão de trabalhador. 7.2 - EVENTO S-2200 - ADMISSÃO DE TRABALHADOR O evento S-2200 - Admissão de Trabalhador registra a admissão do empregado regido pela CLT, registrando as informações cadastrais e do contrato de trabalho. Este evento S-2200 deve ser enviado até o final do dia imediatamente anterior ao do início da prestação do serviço, exceto se o empregador fizer a opção de enviar as informações preliminares por meio do evento S-2190. Neste caso, o prazo de envio do evento S-2200 será até o dia 7 do mês subsequente ao da admissão. O evento S-2200 será utilizado somente para informar as admissões ocorridas depois da entrada em vigor do eSocial. Para envio deste evento, a empresa deverá enviar antes os eventos S-1000 - Informações do Empregador/Contribuinte e das tabelas do empregador/contribuinte no eSocial. Um mesmo trabalhador pode ter mais de um vínculo empregatício com o mesmo empregador, inclusive vínculos concomitantes. Neste caso, para cada vínculo será enviado um evento S-2200 e deve ser atribuída uma matrícula para cada vínculo. A recepção do evento S-2200 - Admissão de Trabalhador é habilitada até 30 dias antes da data prevista para a admissão. No evento S-2200 deverão ser informados: Nome; CTPS; Número do NIS (PIS/PASEP); Sexo; Cor; Estado civil; Grau de Instrução; Documentos pessoais do trabalhador (CPF, RG, RNE, CNH, Registro no órgão de classe); Endereço do empregado; Data e local de Nascimento; Informações dos Dependentes; Número de Matrícula; Tipo de Regime Trabalhista; Tipo de Regime Previdenciário; Data de admissão; Tipo de Regime de Jornada de Trabalho; Data-base da Categoria; Enquadramento sindical; Cargo; Remuneração; Tipo do Contrato de Trabalho; Local de Trabalho; Informações sobre o ASO Admissional; Entre outros, conforme leiaute disponível no Anexo I do MOS. Em caso de envio indevido de evento S-2200, o evento pode ser excluído, desde que não tenham sido enviados eventos posteriores para o mesmo vínculo, e também não tenha sido enviado qualquer arquivo de folha de pagamento relativo a período igual ou posterior à data de admissão informada no evento original. Nos casos de retificação de evento de admissão em que já tenha sido efetuado envio posterior de outros eventos periódicos e não periódicos (para o mesmo vínculo), inclusive remuneração (em períodos posterioresà admissão do trabalhador), deve ser observada a necessidade de retificação dos mesmos. Neste caso, para manter a integridade dos dados do Registro de Eventos Trabalhistas - RET, com as informações da folha de pagamento, o evento só é considerado válido após a retificação dos referidos eventos. 7.3 - QUALIFICAÇÃO CADASTRAL Os empregados serão identificados no eSocial pelo trio de informações “CPF x NIS (NIT, PIS/PASEP ou SUS) x Data de nascimento” que deve estar consistente no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS, e será validado no ato da transmissão dos eventos do eSocial. A inconsistência gerará recusa no recebimento do evento S-2200 - Admissão de Trabalhador. O empregador deverá dar atenção especial às informações cadastrais de seus empregados, certificando-se de sua consistência com o CNIS e, se necessário, proceder a regularização das inconsistências antes da data de entrada em vigor do eSocial. Para facilitar o trabalho de regularização cadastral, foi criada uma aplicação Módulo Consulta Qualificação Cadastral on-line para verificar se o CPF e o NIS estão aptos para serem utilizados no eSocial (Resolução CGeSocial nº 04/2015). Está disponível para utilização pelo usuário o módulo de "Consulta Qualificação on-line" que permite até 10 (dez) consultas simultâneas e pode ser utilizado por empregados, empregadores, contribuintes individuais, etc. O acesso ao aplicativo deve ser feito a partir do endereço eletrônico: http://www.esocial.gov.br/QualificacaoCadastral.aspx. Para a pesquisa a empresa deverá informar o nome do trabalhador, a data de nascimento, o número do CPF e o número do NIS. Após a verificação cadastral, o aplicativo retornará o resultado para o usuário sobre a validação de cada campo informado (nome, data de nascimento e números de CPF e NIS) com os dados constantes das bases CPF e CNIS, informando quais os campos estão com divergências. Nos casos de divergências nos dados informados, o aplicativo apresentará as orientações para que se proceda a correção. - Divergências relativas ao CPF (situação "suspenso", "nulo" ou "cancelado", nome ou data de nascimento divergente) - o aplicativo apresentará a mensagem orientativa de onde deverá requisistar a alteração dos dados; - Divergências relativas ao NIS (CPF ou data de nascimento divergentes) - o usuário deverá estar atento, pois a orientação será dada de acordo com o ente responsável pelo cadastro do NIS (INSS, CAIXA ou BANCO DO BRASIL). IMPORTANTE! As alterações cadastrais efetuadas pela CAIXA serão reconhecidas pelo Aplicativo em até 7 (sete) dias após o ajuste. 8 - ATIVIDADES NUCLEARES Neste item analisaremos as atividades que formalizam a admissão do empregado, como a anotação na CTPS, o registro do empregado e a formalização do contrato de trabalho. 8.1 - ANOTAÇÕES NA CTPS O trabalhador selecionado deve apresentar sua CTPS, além dos demais documentos citados no item 6 deste comentário, para que esta seja anotada e assinada pelo empregador. A CTPS será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48 horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, na forma do art. 29 da CLT. Para documentar a entrega e a devolução da CTPS, a empresa poderá se utilizar dos modelos a seguir: RECIBO DE ENTREGA DA CARTEIRA DE TRABALHO PARA ANOTAÇÕES Florianópolis/SC, _____ de _______________ de _____. Carteira de Trabalho nº ____________________ Série _____________ Nome ____________________________________________________________________ Recebemos a Carteira Profissional supra discriminada para atender as anotações necessárias e que será devolvida dentro de 48 horas, de acordo com a Lei em vigor. ____________________________________ Assinatura do Empregador COMPROVANTE DE DEVOLUÇÃO DA CARTEIRA DE TRABALHO Florianópolis/SC, _____ de _______________ de _____. Carteira de Trabalho nº ____________________ Série _____________ Nome ____________________________________________________________________ Recebi em devolução a Carteira de Trabalho supra discriminada com as respectivas anotações. ____________________________________ Assinatura do Empregado Não terá validade a CTPS que apresentar emendas, rasuras, falta ou troca de fotografias e que não contiver a impressão digital do titular, sua assinatura e assinatura do emissor, salvo as exceções previstas no artigo 17 da CLT. As anotações concernentes aos dados do empregador e do contrato de trabalho devem ser anotadas na parte de Contrato de Trabalho da CTPS. As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma e pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta. Na parte de Anotações Gerais da CTPS a empresa poderá apenas fazer as anotações legais e que não tenham espaço específico nesta para anotação, tais como as condições especiais do contrato (adoção de contrato por prazo determinado, inclusive de experiência; adoção do contrato de aprendizagem; contrato de trabalho em regime de tempo parcial; retificação de anotação incorreta em algum espaço da CTPS, entre outras). As anotações deverão ser feitas sem abreviaturas, ressalvando-se, ao final de cada assentamento, as emendas, entrelinhas, rasuras ou qualquer circunstância que possa gerar dúvida. As anotações poderão ser feitas mediante o uso de carimbo ou etiqueta gomada, bem como de qualquer meio mecânico ou eletrônico de impressão, desde que autorizado pelo empregador ou seu representante legal (§ 2º do art. 5º da Portaria MTE nº 41/2007). 8.1.1 - Retenção da CTPS - Prazo Superior a 5 dias - Contravenção Penal Como vimos, a legislação laboral determina que o empregador deve ficar de posse da CTPS do trabalhador para anotações somente pelo prazo de 48 horas, sob pena de multa administrativa. Se a empresa retiver por mais de 5 dias a CTPS do trabalhador, este ato constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 a 3 meses ou multa penal, conforme Lei nº 5.553/1968. Quando a infração for praticada por preposto ou agente de pessoa jurídica, considerar-se-á responsável quem houver ordenado o ato que ensejou a retenção, a menos que haja, pelo executante, desobediência ou inobservância de ordens ou instruções expressas, quando, então, será este o infrator. 8.2 - REGISTRO DE EMPREGADOS As empresas, individuais ou coletivas, ou equiparadas, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admitem, assalariam e dirigem a prestação pessoal de serviços, estão obrigadas ao registro dos seus respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico (Artigos 2º e 41 da CLT). O empregado não pode iniciar as atividades sem que esteja registrado no estabelecimento. O empregador pode adotar qualquer modelo para registro de empregados, em fichas ou livros, de qualquer dimensão, incluir informações que desejar, desde que relevantes para o exercício profissional e que não firam a privacidade e a intimidade do empregado, devendo constar os seguintes elementos mínimos indispensáveis (Portaria MTE nº 41/2007): I - nome do empregado, data de nascimento, filiação, nacionalidade e naturalidade; II - número e série da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS; III - número de identificação do cadastro no Programa de Integração Social - PIS ou no Programa de Formação do Patrimônio do Serviço Público - PASEP; IV - data de admissão; V - cargo e função; VI - remuneração; VII - jornada de trabalho; VIII - férias; e IX -acidente do trabalho e doenças profissionais, quando houver. É conveniente que haja espaço suficiente para anotação das alterações do contrato de trabalho inicial e outras observações que interessem à proteção do trabalhador. O registro do empregado deve estar sempre atualizado e numerado sequencialmente por estabelecimento, cabendo ao empregador ou ao seu representante legal a responsabilidade pela autenticidade das informações nele contidas. NOTA ITC: Desde 20/06/2001 a obrigação de legalizar o primeiro livro ou grupo de fichas de registro, foi revogada pela Lei nº 10.243, de 19/06/2001. 8.2.1 - Modelo de Ficha de Registro A ficha de registro de empregados poderá ter o formato conforme modelo reproduzido na página a seguir: REGISTRO DE EMPREGADOS - MODELO DE FICHA EMPREGADOR: ENDEREÇO: NÚMERO DE ORDEM NOME DO EMPREGADO Nº DE MATRÍCULA NOME DO PAI NACIONALIDADE NOME DA MÃE NACIONALIDADE DATA DE NASCIMENTO IDA DE NACIONALIDADE ESTADO CIVIL LOCAL DE NASCIMENTO U.F. CARTEIRA DE IDENTIDADE Nº CTPS Nº SÉRIE Nº CERTIF. DE RESERVISTA Nº CATEGO RIA CPF / CIC CBO Nº CARTEIRA MODELO 19 Nº É CASADO(A) COM BRASILEIRO(A)? É NATURALIZADO(A)? TEM FILHOS BRASILEIROS? DATA EM QUE CHEGOU AO BRASIL Nº DO REGISTRO GERAL NOME DO(A) CONJUGE QUANTOS FILHOS? AUTENTICAÇÃO DO MTB ENDEREÇO MUDANÇA DE ENDEREÇO COR ALTUR A PESO CABEL OS OLHOS SINAIS NOMES DOS DEPENDENTES / BENEFICIÁRIOS PARENTESCO DATA DE NASCIMENTO PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL - PIS CADASTRADO EM: SOB O Nº NO BANCO: ENDERE ÇO: BANC O: AGÊNC IA: DATA DE ADMISSÃO DATA DO REGISTRO CARGO SEÇÃO SALÁRIO INICIAL R$ COMISSÕES TAREFA FORMA DE PAGAMENTO SITUAÇÃO PERANTE O FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO HORÁRIO DE TRABALHO É OPTANTE? DATA DE OPÇÃO DATA DE RETRATAÇÃO ENTRADA INTERVALO PARA ALMOÇO SAÍDA DESCANDO SEMANAL BANCO DEPOSITÁRIO Declaro que estou de pleno acordo com as informações acima e que exprimem a verdade. ASSINATURA DO EMPREGADO CARIMBO E VISTO DO EMPREGADOR DATA DEMISSÃO: POLEGAR DIREITO ASSINATURA 8.2.2 - Centralização do Registro O empregador poderá adotar controle único e centralizado do registro de empregados, desde que os empregados portem cartão de identificação contendo seu nome completo, número de Frente inscrição no PIS/PASEP, horário de trabalho e cargo ou função (Art. 3º da Portaria MTE nº 41/2007). O registro de empregados de prestadores de serviços poderá permanecer na sede da contratada, caso atendido a exigência contida acima. 8.2.3 - Sistema Informatizado O empregador poderá efetuar o registro de empregados em sistema informatizado que garanta a segurança, a inviolabilidade, a manutenção e a conservação das informações e que (Art. 5º da Portaria MTE nº 41/2007): I - mantenha registro individual em relação a cada empregado; II - mantenha registro original, individualizado por empregado, acrescentando-lhe as retificações ou averbações, quando for o caso; e III - assegure, a qualquer tempo, o acesso da fiscalização trabalhista às informações, por meio de tela, impressão de relatório e meio magnético. O sistema deverá conter rotinas autoexplicativas, para facilitar o acesso e o conhecimento dos dados registrados. As informações e relatórios deverão conter data e hora do lançamento, atestada a sua veracidade por meio de rubrica e identificação do empregador ou de seu representante legal nos documentos impressos. O sistema deverá possibilitar à fiscalização o acesso às informações e dados dos últimos doze meses. As informações anteriores a 12 meses poderão ser apresentadas no prazo de 2 a 8 dias via terminal de vídeo ou relatório ou por meio magnético, a critério do Auditor Fiscal do Trabalho. 8.3 - CONTRATO DE TRABALHO O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado (Artigo 443 da CLT). Quando a empresa admitir o trabalhador como empregado, deverá ajustar com o mesmo o tipo de contrato de trabalho (Prazo indeterminado ou Prazo Determinado). IMPORTANTE! A informação do tipo de contrato de trabalho será prestada no eSocial, no evento S-2200 - Admissão de Trabalhador - Informações do Contrato de Trabalho. No contrato deve constar as condições reais da prestação de serviços, tais como: função; salário; horário diário de trabalho; intervalo para descanso/refeição; início do contrato; tipo do contrato; jornada de trabalho semanal; local de trabalho; entre outras. Segundo o art. 444 da CLT, as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e ás decisões das autoridades competentes. 8.3.1 - Contrato por Prazo Indeterminado O contrato de trabalho por prazo indeterminado, realiza-se, de regra, no que se refere à sua duração, sem determinação de prazo. Juridicamente a indeterminação do prazo se presume, por conseguinte deverá a empresa quando adotar contrato de trabalho por prazo determinado fazer de forma expressa, ou seja, por escrito. 8.3.2 - Contrato por Prazo Determinado Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando (Art. 443, § 2º, da CLT): a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividade empresarial de caráter transitório; c) de contrato de experiência. NOTA ITC: Para saber mais sobre o tema consultar matérias do ano de 2016, em Artigos/Matérias, Área Trabalho e Previdência, intituladas: CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO - Considerações e CONTRATO DE EXPERIÊNCIA - Considerações. 8.3.2.1 - Duração O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá ser estipulado por mais de 2 anos. E o contrato de experiência não poderá exceder de 90 dias. (Artigo 445 da CLT). 8.3.2.2 - Prorrogação O contrato de trabalho por prazo determinado, que for prorrogado mais de uma vez, passará a vigorar sem determinação de prazo (Art. 451 da CLT). 8.3.2.3 - Sucessão de Contratos Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos (Art. 452 da CLT). 9 - ATIVIDADES CONSEQUENTES À ADMISSÃO Após a formalização da admissão do empregado, a empresa ainda deverá observar uma série de obrigações a cumprir relacionadas a admissão, que serão tratadas nos itens seguintes. 9.1 - CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS A admissão do empregado seja qual for à forma do contrato de trabalho deve ser comunicada ao MTE até o dia 7 do mês subsequente à admissão, através do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED, instituído pela Lei nº 4.923/1965. Desde 1º/10/2014, por força da Portaria MTE nº 1.129/2014, alterada pela Portaria MTE nº 509/2015, para os fins do seguro-desemprego, as informações relativas a admissões deverão ser prestadas: na data de iníciodas atividades do empregado, quando este estiver em percepção do Seguro-Desemprego ou cujo requerimento esteja em tramitação; no prazo estipulado em notificação para comprovação do registro do empregado lavrada em ação fiscal conduzida por Auditor-Fiscal do Trabalho. As empresas devem entregar o CAGED por meio eletrônico (internet ou disquete), podendo fazer a utilização do Aplicativo do CAGED Informatizado - ACI disponível no site do Ministério do Trabalho ou pelo sistema da folha de pagamento. Os arquivos gerados pelo ACI são validados automaticamente. A transmissão do CAGED deve ser com certificado digital válido, padrão ICP Brasil, para por todos os estabelecimentos que possuam a partir de 20 trabalhadores no 1º dia do mês de movimentação (Portaria MTE nº 2.124, de 20/12/2012). As declarações poderão ser transmitidas com o certificado digital de pessoa jurídica, emitido em nome do estabelecimento, ou com certificado digital do responsável pela entrega da declaração, sendo este o CPF ou o CNPJ. Para os estabelecimentos com até 36 movimentações por competência, o MTE, disponibiliza na internet o Formulário Eletrônico do CAGED - FEC. Que permite o cadastramento de até 36 movimentações por estabelecimento, garante informações corretas, pois todos os campos são autoexplicativos e imprime a 2ª via do Comprovante de Envio pelo seu Browser. As orientações de como declarar o CAGED devem ser obtidas no endereço: http://portal.mte.gov.br/caged/como-declarar.htm. 9.2 - CADASTRO NO PIS O Programa de Integração Social - PIS, foi criado pela Lei Complementar nº 7/1970, e objetiva o pagamento anual do abono salarial aos trabalhadores. Ele é direcionado para quem trabalha em empresas privadas, que recebem até 2 (dois) salários por mês e possui o cadastro no PIS há mais de 5 (cinco) anos. Ao ser admitido, o empregado deve exibir o comprovante de cadastramento no PIS/PASEP e caso o mesmo não tiver o documento de inscrição, a empresa deve exigir, como requisito de admissão, que ele vá tirar uma 2ª via. Se o empregado não tiver inscrição no PIS/PASEP, o empregador deverá cadastrá-lo, imediatamente após a sua admissão. O cadastro no PIS é feito pelo empregador na Caixa Econômica Federal que disponibiliza duas formas de realizar o procedimento: através do Conectividade Social - CNS em lote ou então por meio do acesso direto da empresa no sistema. Se optar pelo cadastro em lote, o empregador gastará menos tempo, pois poderá cadastrar todos os seus funcionários rapidamente e em uma única vez e precisará esperar, no prazo de 5 (cinco) dias, a resposta da Caixa. O acesso ao CNS é feito por meio de certificado digital padrão ICP-Brasil. O número do PIS será utilizado para identificá-lo no recolhimento/recebimento do FGTS, Seguro- Desemprego, Abono Salarial e também no ato da aposentadoria. A manutenção do cadastro é feita somente pelo próprio inscrito, que deve procurar a CAIXA quando necessitar atualizar seus dados cadastrais. 9.3 - VALE-TRANSPORTE O empregado faz jus ao vale-transporte caso necessite se utilizar do transporte coletivo público para se deslocar entre residência-trabalho e vice-versa, conforme disposto na Lei nº 7.418/1985. Para usufruir o benefício do vale-transporte, o empregado deve declarar, por escrito, ao empregador: a) Seu endereço residencial; b) Os serviços e meios de transporte mais adequados ao seu deslocamento residência-trabalho e vice-versa; c) Que se compromete a utilizar o vale-transporte exclusivamente para o seu efetivo deslocamento residência-trabalho e vice-versa. As informações prestadas pelos empregados devem ser atualizadas anualmente ou sempre que ocorrer alterações das circunstâncias mencionadas nas letras "a" e "b", supra, sob pena de suspensão da concessão do benefício, até que seja cumprida essa exigência. A empresa poderá utilizar o modelo abaixo: TERMO DE OPÇÃO AO VALE-TRANSPORTE Empresa/Razão Social: _____________________________________________________ Endereço: ________________________________________________________________ CNPJ: ___________________________________________________________________ Nome do Funcionário: ______________________________________________________ Função: _____________________________ CTPS nº/série: _______________________ Interessado em receber o Vale-transporte, ciente da minha participação, referente ao desconto que me cabe em meu recibo de salário (até 6% do meu salário base), nos termos da Lei nº 7.418, de 16/12/1985, forneço as informações necessárias para tanto. Endereço residencial: ________________________________________________________ TRANSPORTES UTILIZADOS DA RESIDÊNCIA-TRABALHO-RESIDÊNCIA (Meio de Transporte Utilizado) (Preço da Passagem) Comprometo-me a utilizar o vale-transporte exclusivamente para os deslocamentos residência- trabalho-residência, bem como a manter atualizadas as informações acima prestadas. Declaro, ainda, que as informações supra, são a expressão da verdade, ciente de que o erro nas mesmas ou o uso indevido do Vale constituirá falta grave passível de demissão por justa causa e configura crime de falsidade ideológica, de que trata o art. 299 do Código Penal, sujeitando o empregado às penas de reclusão de até três anos, além de multa. Local e data. Nome e Assinatura do Empregado IMPORTANTE! A declaração falsa ou o uso indevido do vale-transporte, pelo empregado, constitui falta grave, passível de punição com a rescisão do contrato de trabalho por justa causa. Caso o empregado não faça uso do vale-transporte, o mesmo deverá formalizar o termo de renúncia ao vale-transporte, conforme modelo a seguir, e expor o motivo pelo qual não fará uso, tais como: residir próximo ao local de trabalho, utilizar veículo próprio para o deslocamento, entre outros. TERMO DE RENÚNCIA AO VALE-TRANSPORTE Empresa/Razão Social: ________________________________________________________ Endereço: ___________________________________________________________________ CNPJ: ______________________________________________________________________ Nome do Funcionário: _________________________________________________________ Endereço: ___________________________________________________________________ Bairro: ____________________ Cidade: ____________ Estado: ___ CEP: _____________ CTPS nº/série: _______________________ Função: _________________________________ Declaro, para os devidos fins, que não desejo usufruir do benefício do Vale-Transporte, instituído pela Lei nº 7.418/1985 e alterações pela Lei nº 7.619/1987, conforme motivo(s) abaixo assinalado(s), comprometendo-me a comunicar à empresa se houver, no futuro, qualquer modificação nas razões que determinaram esta minha decisão. MOTIVO(S) DA RENÚNCIA: 01 - Residência próxima ao local de trabalho. 02 - Meio de transporte próprio. 03 - Custo do transporte inferior a 6% do salário-base. 04 - Outros: __________________________________________________________ Local e data. Nome e Assinatura do Empregado 9.4 - DEPENDENTES PARA FINS DE IMPOSTO DE RENDA Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF, poderá ser deduzida do rendimento tributável a quantia equivalente a R$ 189,59 por dependente, a partir do mês de Abril do ano-calendário de 2015 (Lei nº 13.149/2015). O contribuinte pode considerar como seus dependentes as pessoas relacionadas a seguir: a) Cônjuge; b) O companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de 5 anos, ou por período menor se da união resultou filho; c) A filha, o filho, ou a enteada ou o enteado, até 21 anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; d) O menor pobre até21 anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha guarda judicial; e) O irmão, neto ou bisneto, sem arrimo dos pais, até 21 anos, desde que o contribuinte detenha guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; f) Os pais, avós, bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis, ou não, superiores ao limite de isenção mensal; g) O absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador. Os dependentes citados nas letras "c" e "e" poderão ser assim considerados, até 24 anos de idade, desde que estejam cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de 2º grau (Lei nº 9.250/1995, art. 35, § 1º). Para fins de desconto do IRRF, os beneficiários devem informar à fonte pagadora os dependentes a serem utilizados na determinação da base de cálculo, devendo a declaração ser firmada por ambos os cônjuges, no caso de dependentes comuns (§ 6º do art. 90 da Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014). DECLARAÇÃO DE DEPENDENTES PARA FINS DE IMPOSTO DE RENDA Nome do Declarante: ____________________________________ Matrícula: ______________ Endereço: ___________________________________________________________________ Estado civil: _________________ CPF: ___________________ Departamento: _____________ Em obediência à legislação de imposto de renda, venho pela presente declaração informar que tenho como encargo de família, os seguintes dependentes: Nº DE ORDEM NOME RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA DATA DE NASCIMENTO GRAU DE INSTRUÇÃ O Declaro sob as penas da lei, que as informações aqui prestadas são verdadeiras e de minha inteira responsabilidade, não cabendo à V. Sª (fonte pagadora) qualquer responsabilidade perante a fiscalização (§ 6º do art. 90 da Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014). Local e data. Assinatura do declarante Assinatura do cônjuge No caso de filhos de pais separados, poderão ser considerados dependentes os que ficarem sob a guarda do contribuinte, em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente (Lei nº 9.250/1995, art. 35, § 3º). Quando ambos os cônjuges auferem rendimentos, os dependentes comuns ao casal podem ser considerados no cálculo do IR/Fonte incidente sobre os rendimentos do trabalho assalariado, percebidos mensalmente por um ou outro cônjuge, sendo vedada a dedução concomitante de um mesmo dependente, na determinação da base de cálculo do IR, por mais de um contribuinte (Lei nº 9.250/1995, art. 35, § 4º). 9.4.1 - Pensão Alimentícia Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida a importância paga a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Lei nº 9.250/1995, art. 4º, inciso II, e art. 78 do RIR). A partir do mês em que iniciar o pagamento da pensão alimentícia é vedada a dedução, relativa ao mesmo beneficiário, do valor correspondente a dependente. Caberá ao prestador da pensão fornecer o comprovante do pagamento à fonte pagadora, quando esta não for responsável pelo respectivo desconto. 9.5 - SALÁRIO-FAMÍLIA - DOCUMENTOS O salário-família é o benefício previdenciário devido aos empregados na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer condição até a idade de 14 (quatorze) anos ou inválido de qualquer idade, independente de carência e desde que o salário-de-contribuição mensal seja inferior ou igual a R$ 1.212,64, na forma do art. 65 e seguintes da Lei nº 8.213/1991 e art. 4º da Portaria Interministerial MTPS/MF nº 01/2016. Filhos de qualquer condição são aqueles havidos ou não da relação de casamento, ou adotados, que possuem os mesmos direitos e qualificações dos demais, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação, nos termos do § 6º do art. 227 da Constituição Federal. Equiparam-se aos filhos, mediante comprovação da dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob a tutela do segurado, desde que este tutelado não possua bens aptos a garantir-lhe o sustento e a educação. A empresa é responsável pelo pagamento deste benefício aos empregados de baixa renda e para este fim deverá exigir que os mesmos apresentem os seguintes documentos para habilitação ao referido benefício: Certidão de nascimento do filho; Caderneta de vacinação ou equivalente, quando o dependente conte com até 6 (seis) anos de idade; Comprovação de invalidez, a cargo perícia Médica do INSS, quando dependente maior de 14 (quatorze) anos; e Comprovante de frequência à escola, quando dependente a partir de 7 (sete) anos. NOTA ITC: Para os equiparados a filho deve ser apresentada a certidão judicial de tutela do menor e, em se tratando de enteado, a certidão de nascimento do dependente e a certidão de casamento do segurado ou provas da união estável entre o(a) segurado(a) e o(a) genitor(a) do enteado. A comprovação de frequência escolar será feita mediante apresentação de documento emitido pela escola, na forma de legislação própria, em nome do aluno, onde conste o registro de frequência regular ou de atestado do estabelecimento de ensino, comprovando a regularidade da matrícula e frequência escolar do aluno. Quando o pai e a mãe forem segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos terão direito ao salário-família. O salário-família será pago mensalmente ao empregado, pela empresa, com o respectivo salário. As cotas do salário-família pagas pela empresa deverão ser deduzidas quando do recolhimento das contribuições sobre a folha de salário. As cotas do salário-família não serão incorporadas, para qualquer efeito, à remuneração do empregado. O empregado deve dar quitação à empresa de cada recebimento mensal do salário-família, na própria folha de pagamento ou por outra forma admitida, de modo que a quitação fique plena e claramente caracterizada. A empresa deverá guardar todos os documentos referentes a concessão, manutenção e pagamento das cotas do salário-família pelo período de 10 (dez) anos, para fins de fiscalização. 9.5.1 - Termo de Responsabilidade Para efeito de concessão e manutenção do salário-família, o segurado deve firmar termo de responsabilidade, no qual se comprometa a comunicar à empresa ou ao INSS qualquer fato ou circunstância que determine a perda do direito ao benefício, ficando sujeito, em caso do não cumprimento, às sanções penais e trabalhistas Abaixo, modelo de Termo de Responsabilidade de salário-família, aprovada pela Portaria/MPS nº 3.040/1982: PREVIDÊNCIA SOCIAL INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL TERMO DE RESPONSABILIDADE (CONCESSÃO DE SALÁRIO-FAMÍLIA - PORTARIA Nº MPAS - 3.040/82) EMPRESA Nº CNPJ NOME DO SEGURADO CTPS OU DOC DE IDENTIDADE BENEFICIÁRIOS NOME DO FILHO DATA DO NASCIMENTO Pelo presente TERMO DE RESPONSABILIDADE declaro estar ciente de que deverei comunicar de imediato a ocorrência dos seguintes fatos ou ocorrências que determinem a perda do direito ao salário-família. - ÓBITO DE FILHO; - CESSAÇÃO DA INVALIDEZ DE FILHO INVÁLIDO; - SENTENÇA JUDICIAL QUE DETERMINE O PAGAMENTO A OUTREM (Casos de desquite ou separação, abandono de filho ou perda do pátrio poder). Estou ciente, ainda, de que a falta de cumprimento do compromisso ora assumido, além de obrigar à devolução das importâncias indevidas, sujeitar-me-á às penalidades previstas no art. 171 do Código Penal e à rescisão do contrato de trabalho, por justa causa, nos termos do art. 482 da Consolidação das Leis do Trabalho. LOCAL DATA Impressão Digital ASSINATURA____________________________________________________________ IMPORTANTE! A falta de comunicação oportuna de fato que implique cessação do salário- família, bem como a prática, pelo empregado, de fraude de qualquer natureza para o seu recebimento, autoriza a empresa a descontar dos pagamentos de cotas devidas com relação a outros filhos ou, na falta delas, do próprio salário do empregado ou da renda mensal do seu benefício, o valor das cotas indevidamente recebidas, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, observado o disposto no § 2º do art. 154 do Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999. Tendo havido divórcio ou separação judicial de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do poder familiar, o salário-família passará a ser pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver determinação judicial nesse sentido. 9.5.2 - Manutenção do Salário-família A manutenção do salário-família está condicionada à apresentação: Anual, no mês de novembro, de caderneta de vacinação dos filhos e equiparados até os 6 (seis) anos de idade; e Semestral, nos meses de maio e novembro, de frequência escolar para os filhos e equiparados a partir dos 7 (sete) anos completos. A empresa suspenderá o pagamento do salário-família se o segurado não apresentar o atestado de vacinação obrigatória e a comprovação de frequência escolar do filho ou equiparado, nas épocas definidas acima até que a documentação seja apresentada, observando que: não é devido o salário-família no período entre a suspensão da cota motivada pela falta de comprovação da frequência escolar e sua reativação, salvo se provada a frequência escolar no período; e se após a suspensão do pagamento do salário-família, o segurado comprovar a vacinação do filho, ainda que fora de prazo, caberá o pagamento das cotas relativas ao período suspenso. 9.6 - INCLUSÃO NA FOLHA DE PAGAMENTO, NA GFIP/SEFIP E NO ESOCIAL O empregador deverá incluir os empregados admitidos na folha de pagamento, na forma do art. 32, inciso I, da Lei nº 8.212/1991 e do art. 47, inciso III, da Instrução Normativa RFB nº 971/2009. O empregador está obrigado a elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, de forma coletiva por estabelecimento, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização e resumo geral, nela constando: a) discriminados, o nome de cada segurado e respectivo cargo, função ou serviço prestado; b) agrupados, por categoria, os segurados empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual; c) identificados, os nomes das seguradas em gozo de salário-maternidade; d) destacadas, as parcelas integrantes e as não-integrantes da remuneração e os descontos legais; e e) indicado, o número de cotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso. Após a elaboração da folha de pagamento, as informações contidas na mesma são transmitidas aos órgãos do Governo (RFB, INSS e CC FGTS) por meio da GFIP/SEFIP, na forma do art. 32, inciso IV, observando as instruções de preenchimento contidas no Manual da GFIP/SEFIP - Versão 8.4. Com a entrada em vigor do eSocial, que substituirá a GFIP/SEFIP, conforme Circular CAIXA nº 683/2015, as informações da folha de pagamento serão prestadas nos eventos S-1200 - Remuneração do Trabalhador (base para o FGTS e as contribuições previdenciárias) e S-1210 - Pagamentos de Rendimentos do Trabalho (base para o imposto de renda), observando as instruções de preenchimento contidas no MOS - Versão 2.1. 9.7 - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS Na admissão os empregadores devem ficar atento a outra obrigação, que é a contribuição sindical, prevista no artigo 578 e ss. da CLT. Ao admitir empregado após o mês de março de cada ano (mês destinado ao desconto da contribuição sindical), a empresa deve solicitar que o empregado apresente a prova de quitação da Contribuição Sindical do respectivo ano. Essa comprovação pode ser feita mediante apresentação da CTPS, com a anotação do desconto da contribuição sindical, ou pelo recibo de salário do mês de Março, onde conste o desconto do referido tributo. No caso de não ser apresentada a comprovação do desconto, o empregador deverá fazer o desconto da contribuição sindical no primeiro mês subsequente à admissão. O valor da Contribuição Sindical corresponde a 1 (um) dia de trabalho do empregado qualquer que seja a forma de remuneração, conforme dispõe o art. 580, inciso I, da CLT. O recolhimento desta contribuição sindical será efetuado até o último dia útil do mês seguinte ao do desconto, através da Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Urbana - GRCSU. Para os empregados admitidos no mês de janeiro ou fevereiro, o desconto deverá ser feito no mês de março. 9.8 - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - EMPREGOS CONCOMITANTES Para fins do cálculo das contribuições previdenciárias dos empregados de forma correta, o empregador deverá observar que o empregado que exerce, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma dessas atividades, na forma do § 2º art. 12 da Lei nº 8.212/1991, devendo contribuir, portanto, em relação a todas elas. A contribuição social previdenciária do segurado empregado deve ser calculada mediante a aplicação da alíquota de 8% (oito por cento), 9% (nove por cento) ou 11% (onze por cento) sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de acordo com a faixa constante da tabela publicada periodicamente, observando o valor do teto máximo do salário-de-contribuição. Como o salário-de-contribuição do segurado empregado é a soma de todos os valores recebidos no mês, caso o segurado trabalhe para mais de um empregador, seu salário-de-contribuição é a soma do que recebe de cada um deles, conforme art. 28 da Lei nº 8.212/1991. IMPORTANTE! A empresa que possuir empregados com múltiplos vínculos deverá prestar esta informação no eSocial, dentro do evento S-1200 - Remuneração do Trabalhador, informando o CNPJ do(s) outro(s) empregador(es) e o valor da remuneração recebida na(s) outra(s) empresa(s) sobre a qual houve desconto da contribuição do segurado. 9.8.1 - Obrigação do Empregado com Mais de 1 Vínculo O empregado que possuir mais de 1 (um) vínculo, deverá comunicar a todos os seus empregadores, mensalmente, a remuneração recebida até o limite máximo do salário-de- contribuição, envolvendo todos os vínculos, a fim de que o empregador possa apurar corretamente o salário-de-contribuição sobre o qual deverá incidir a contribuição social previdenciária do segurado, bem como a alíquota a ser aplicada, na forma do art. 64 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009. Para o cumprimento do disposto acima, o segurado deverá apresentar os comprovantes de pagamento das remunerações como segurado empregado, inclusive o doméstico, relativos à competência anterior à da prestação de serviços, ou declaração, sob as penas da lei, de que é segurado empregado, inclusive o doméstico, consignando o valor sobre o qual é descontada a contribuição naquela atividade ou que a remuneração recebida atingiu o limite máximo do salário- de-contribuição, identificando o nome empresarial da empresa ou empresas, com o número do CNPJ, ou o empregador doméstico que efetuou ou efetuará o desconto sobre o valor por ele declarado. Quando o segurado empregado receber mensalmente remuneração igual ou superior ao limite máximo do salário-de-contribuição, a declaração supracitada poderá abranger várias competências dentro do exercício, devendo ser renovada, após o período indicado na referidadeclaração ou ao término do exercício em curso, ou ser cancelada, caso haja rescisão do contrato de trabalho, o que ocorrer primeiro. O empregado deverá manter sob sua guarda cópia da declaração referida, juntamente com os comprovantes de pagamento, para fins de apresentação ao INSS ou à fiscalização da RFB, quando solicitado. 10 - PENALIDADES O empregador que descumprir com as obrigações tratadas neste comentário, estará sujeito, na hipótese de fiscalização pelo Ministério do Trabalho, pelo Ministério da Fazenda ou pelo Ministério da Previdência Social, ao pagamento de multas administrativa. Para as infrações à legislação trabalhista, aplicam-se as multas constantes da Tabela de Multa Administrativa, prevista na Portaria MTb nº 290/1997, já convertida para o Real (R$): NATUREZA INFRAÇÃO BASE LEGAL VALOR Obrigatoriedade da CTP CLT, art. 13 CLT, art. 55 R$ 402,53 Falta de anotação da CTPS CLT, art. 29 CLT, art. 54 R$ 402,53 Extravio ou inutilização da CTPS CLT, art. 52 CLT, art.52 R$ 201,27 Retenção da CTPS CLT, art. 53 CLT, art. 53 R$ 201,27 Não comparecimento audiência para anotação CTPS CLT, art. 54 CLT, art. 54 R$ 402,53 Anotação indevida em CTPS do menor CLT, art. 435 CLT, art. 435 R$ 402,53 Medicina do Trabalho - PCMSO - Exame médico CLT, art. 168 CLT, art. 201 Multa variável de no mínimo R$ 402,53 e no máximo R$ 4.025,33 Contrato Individual do Trabalho CLT, arts. 442 a 508 CLT, art. 510 R$ 402,53 Contribuição Sindical CLT, arts. 578 a 610 CLT, art. 598 Multa variável de no mínimo R$ 8,05 e no máximo R$ 8.050,65 Vale-transporte Lei nº 7.418/85 Lei nº 7.418/85, art. 3º R$ 170,26 por empregado Seguro-desemprego Lei nº 7.998/90 Lei nº 7.998/90, art. 25 Multa variável de no mínimo R$ 425,64 e no máximo R$ 42.564,00 CAGED - Atraso na comunicação de até 30 dias Lei nº 4.923/65 Lei nº 4.923/65, art. 10 R$ 4,46 por empregado CAGED - Atraso na comunicação de 31 a 60 dias Lei nº 4.923/65 Lei nº 4.923/65, art. 10 R$ 6,70 por empregado CAGED - Atraso na comunicação acima de 60 dias Lei nº 4.923/65 Lei nº 4.923/65, art. 10 R$ 13,41 por empregado FGTS - Falta de depósito Lei nº 8.036/90 Lei nº 8.036/90, art. 23, I Multa variável de no mínimo R$ 10,64 e no máximo R$ 106,41, por empregado FGTS - Omitir informações sobre conta vinculada Lei nº 8.036/90 Lei nº 8.036/90, art. 23, II Multa variável de no mínimo R$ 2,13 e no máximo R$ 5,32, por empregado FGTS - Apresentar informações com erros ou omissões Lei nº 8.036/90 Lei nº 8.036/90, art. 23, III Multa variável de no mínimo R$ 2,13 e no máximo R$ 5,32, por empregado FGTS - Deixar de computar parcela da remuneração Lei nº 8.036/90 Lei nº 8.036/90, art. 23, IV Multa variável de no mínimo R$ 10,64 e no máximo R$ 106,41, por empregado FGTS - Deixar de efetuar os depósitos após notificação Lei nº 8.036/90 Lei nº 8.036/90, art. 23, V Multa variável de no mínimo R$ 10,64 e no máximo R$ 106,41, por empregado O recolhimento das multas administrativas supracitadas será realizado através de DARF, observadas as orientações da Portaria MTb nº 148/1996. As multas administrativas por descumprimento da legislação previdenciária estão definidas no art. 283 do RPS e na Portaria Interministerial MTPS/MF nº 01/2016. Por infração a qualquer dispositivo das Leis nºs 8.212/1991 e 8.213/1991, para a qual não haja penalidade expressamente cominada no art. 283 do RPS, fica o responsável sujeito a multa variável de R$ 2.143,04 a R$ 214.301,53, conforme a gravidade da infração, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 290 a 292 do RPS. A multa administrativa será aplicada a partir de R$ 2.143,04 nas seguintes infrações: a) deixar a empresa de preparar folha de pagamento das remunerações pagas, devidas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com este Regulamento e com os demais padrões e normas estabelecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social; b) deixar a empresa de se matricular no Instituto Nacional do Seguro Social, dentro de 30 (trinta) dias contados da data do início de suas atividades, quando não sujeita a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; c) deixar a empresa de descontar da remuneração paga aos segurados a seu serviço importância proveniente de dívida ou responsabilidade por eles contraída junto à seguridade social, relativa a benefícios pagos indevidamente; d) deixar a empresa de efetuar os descontos das contribuições previdenciárias devidas pelos segurados a seu serviço; e) entre outros. A multa administrativa previdenciária por deixar de transmitir a GFIP/SEFIP; transmitir a GFIP/SEFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores; ou transmitir a GFIP/SEFIP com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores, é de: a) 2% ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20%, observando-se o valor da multa mínima; b) R$ 20,00 para cada grupo de 10 informações incorretas ou omitidas. Para fins de aplicação da multa de 2%, considera-se como data inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como data final o dia da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. Caso seja a apresentação da GFIP/SEFIP realizada no prazo fixado em intimação, a multa será reduzida a 75%, observado o valor da multa mínima. A multa mínima a ser aplicada será de R$ 200,00, tratando-se de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária e de R$ 500,00 nos demais casos. Fonte: Editorial ITC Atenção! De acordo com o disposto no caput e inciso XIII do art. 7º, e nos arts. 24, 29 e 101 a 184, da Lei nº 9610/1998 (Direitos Autorais) e no artigo 184 do Decreto-Lei nº 2848/1940 (Código Penal), na redação dada pela Lei nº 10.695/2003, é expressamente proibida, por qualquer meio, a reprodução parcial e/ou total de matérias exclusivas do site: www.itcnet.com.br, exceto a impressão e a citação ou referência bibliográfica de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
Compartilhar