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Resumo - Da posse (aquisicao e interditos possessorios)

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DA POSSE: AQUISIÇÃO E INTERDITOS 
POSSESSÓRIOS
Resumo: Apresentar o conceito de posse, explicando o significado das teorias subjetiva e objetiva. Abordar a diferença entre posse, propriedade e detenção. Esclarecer como se dá a aquisição da posse e suas formas (originária e derivada). Apontar quais são os vícios da posse. Encerra fazendo uma análise dos interditos possessórios (suas características, as ações possessórias e outras ações). 
01) CONCEITO DE POSSE E SUAS TEORIAS
Antes de apresentar o conceito do que vem a ser a posse, cabe apresentar as duas principais teorias que discorrem sobre a mesma como categoria jurídica.
Teoria subjetiva: Tem por principal defensor Savigny e entende que a posse é o poder direto que a pessoa tem de dispor fisicamente de um bem, com a intenção de tê-lo para si e defende-lo contra agressões de terceiros.
A teoria subjetiva é composta por dois elementos: O corpus e o animus domini
Já a teoria objetiva tem por principal doutrinador Ihering, e considera que para a constituição da posse basta que a pessoa disponha fisicamente da coisa, ou tenha a mera possibilidade de exercer esse contato. Então, o elemento da teoria objetiva é apenas o corpus.
O Código Civil/2002 adotou como regra, a teoria objetiva, quando em seu Art. 1.196 apresenta o conceito de possuidor: é todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
Apesar de ter seguido a teoria objetiva, é importante acrescentar também a ideia de função social da posse: que a posse tenha um efeito social e econômico
02) DIFERENÇA ENTRE POSSE, PROPRIEDADE E DETENÇÃO
É relevante apresentar algumas distinções conceituais no estudo da posse:
Diferença entre posse e propriedade: Segundo Venosa, como a posse é considerada um poder de fato juridicamente protegido sobre a coisa, distingue-se do caráter da propriedade, que é direito, somente se adquirindo por título justo e de acordo com as formas instituídas no ordenamento.
Diferença entre posse e detenção: O CC, em seu Art. 1.198, apresenta o conceito de detentor, que não se confunde com o de possuidor. O detentor possui uma relação de dependência econômica para com outro, conservando a posse em nome de terceiro, observando-se um vínculo de subordinação.
O detentor não pode invocar, em nome próprio, as ações possessórias.
03) AQUISIÇÃO DA POSSE: FORMAS ORIGINÁRIAS E DERIVADAS 
O Art. 1.204 do CC aponta em que momento ocorre a aquisição da posse.
A aquisição da posse ocorre desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Segundo a doutrina, existem duas formas básicas de aquisição da posse:
Formas originárias: Nela, ocorre um contato direto entre a pessoa e a coisa, não existindo nenhum vínculo entre o adquirente e o possuidor anterior. Nas formas originárias, o adquirente fica isento dos ônus e vícios que a posse anterior pudesse sofrer. Ex: Apreensão de bem móvel.
Formas derivadas: Há uma intermediação pessoal, existindo a presença de vínculo que estabelece relação jurídica entre o adquirente e o transmitente. Nas formas derivadas, o adquirente não fica isento dos ônus e vícios anteriores. Ex: Tradição (que pode ser real, simbólica ou ficta).
O Art. 1.205 do CC elenca quem pode adquirir a posse: 01) o próprio sujeito; 02) seu representante; 03) terceiro sem mandato (dependendo de ratificação)
04) VÍCIOS DA POSSE
Podem ser de três tipos
Posse violenta – Obtida por meio de esbulho, assemelhando-se ao crime de roubo.
Posse clandestina – Obtida às escondidas, de forma oculta, à surdina, assemelhando-se ao crime de furto.
Posse precária – Obtida com abuso de confiança ou de direito, assemelhando-se aos crimes de estelionato ou apropriação indébita.
Em qualquer desses casos, a posse será tida como injusta. Mesmo assim, ainda é considerada posse, podendo ser defendida contra terceiros.
O CC admite a convalidação da posse violenta e da clandestina.
05) INTERDITOS POSSESSÓRIOS
São as ações possessórias diretas.
O possuidor poderá propô-las para manter-se na posse ou para que a posse lhe seja restituída.
Em caso de ameaça à posse – Caberá a ação de interdito proibitório.
Em caso de turbação – Caberá a ação de manutenção de posse.
Em caso de esbulho – Caberá a ação de reintegração de posse. 
O interdito proibitório tem por finalidade proteger o possuidor de perigo iminente, tendo natureza preventiva.
A manutenção de posse visa a preservação da posse.
A reintegração de posse almeja a devolução da posse.
Uma das características dos interditos possessórios é a fungibilidade das ações, que vem consagrada no Art. 554 do NCPC, permitindo que o juiz converta uma ação em outra.
Outra característica que pode ser apontada aos interditos possessórios é sua natureza dúplice, que vem prevista no Art. 556 do NCPC, significando que o réu pode, em sua contestação, alegar que foi ofendido em sua posse e demandar a proteção possessória em face do autor.
No que tange ao procedimento aplicável aos interditos possessórios, deve-se fazer a distinção entre posse nova e posse velha.
No caso de posse nova (menos de ano e dia), segue-se o procedimento especial (Arts. 554 ao 568 do NCPC).
No caso de posse velha (mais de ano e dia), segue-se o procedimento comum. 
06) OUTRAS AÇÕES
Além dos interditos possessórios, existem outras ações que o possuidor poderá utilizar:
Nunciação de obra nova: Pode ser manejada pelo possuidor de prédio que esteja sendo prejudicado (ou na iminência de ser), em razão da realização de obra em andamento no imóvel vizinho. Essa ação foi extinta no NCPC, o que não significa a ausência de proteção (através do procedimento comum e o uso das tutelas provisórias).
Dano infecto: Prevista no Art. 1.280 do CC e poderá ser proposta quando houver justo receio de prejuízo pela ruina de prédio vizinho. Tem caráter preventivo e pressupõe dano iminente e provável.
Embargos de terceiro: Encontra-se previsto no Art. 674 do NCPC e seus pressupostos básicos são: 
3.1) Um ato de apreensão ou ameaça de apreensão judicial;
3.2) Ser proprietário ou possuidor do bem;
3.3) Não ser parte no processo;
3.4) Observar o prazo previsto no Art. 675 do NCPC
Imissão na posse: Confere ao interessado a posse de determinado bem a que faz jus e do qual foi privado.

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