Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS CAL 5104 - MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS PROFESSORA: MARÍLIA MIOTTO CONTAGEM DE BOLORES E LEVEDURAS ALUNOS: ALINE RILZA, ANA CAROLINE PADILHA, DAINARA MARQUES E LEONARDO GRIEBLER FILET FLORIANÓPOLIS, 24 DE MAIO DE 2018 INTRODUÇÃO As bactérias, os bolores e as leveduras deteriorantes fazem parte da microbiota dominante das frutas e dos vegetais (BEUCHAT, 1996). Fatores como, técnica de colheita, armazenamento, processamento, manipulação, sanitização, são determinantes para o controle da invasão por fungos e por outros microrganismos (FRANCO, 2005). Bolores e leveduras são considerados microrganismos de interesse alimentar, pois podem atuar causando alterações benéficas no alimento o transformando em outro, podem causar alterações químicas prejudiciais para o alimento e podem representar riscos à saúde. a presença de fungos nos alimentos, pode se tornar um perigo à saúde pública, uma vez que os bolores produzem micotoxinas. (FRANCO, 2005). Em comparação às bactérias, bolores e as leveduras são mais resistentes a baixas atividades de água e pHs ácidos. Por essa razão, deterioram alimentos como vegetais e produtos de panificação. Mesmo utilizando métodos de preservação para controlar o crescimento de fungos são como altas temperaturas (para desnaturar esporos), conservantes com ácidos fracos (por exemplo, ácido ascórbico) e antibióticos como natacilina, alguns fungos já apresentam resistência a eles. Um exemplo são os fungos capazes de degradar o ácido ascórbico produzindo pentadienos de odor desagradável.(FORSYTHE,2002) De acordo com a Resolução Normativa nº15/78, a geleia é o produto obtido pela cocção de frutas inteiras ou em pedaços, polpa ou suco de frutas (inteiras, em pedaços em polpa ou suco) adicionadas de açúcar e água, e concentrado até consistência gelatinosa. Por apresentar em condições de pH ácido e sólidos solúveis elevados, e uma grande quantidade de açúcar (aumenta a pressão osmótica do meio e, consequentemente, diminui a atividade de água do alimento) é considerada um ambiente propício para o crescimento de bolores e leveduras visto que são mais resistentes a essas condições.(HARRIGAN,1991) A microbiologia é fator essencial na avaliação da qualidade de alimentos, sendo necessário considerar as consequências de todas as práticas envolvidas na produção, processamento, armazenamento e distribuição desses produtos, para estabelecer os riscos de contaminação por patógenos passíveis de causar danos à saúde do consumidor (OLIVEIRA , 2006). Rodrigues et al. (2005) afirma que, os microrganismos presentes são oriundos de práticas inadequadas no processamento ou relacionados a enfermidades dos manipuladores e do aumento dos danos aos tecidos vegetais, levando à perda de suas qualidades sensoriais e nutricionais, ocasionando sua degradação. De acordo com o exposto, a prática laboratorial foi estabelecer a contagem de bolores e leveduras em amostra de geléia de morango. OBJETIVO Essa aula prática teve como objetivo a contagem de bolores e leveduras em geleia de morango, utilizando o método de semeadura em superfície. MATERIAIS Amostra de geléia de morango; Micropipeta de 1000 uL; Micropipeta de 100 uL; Colher para pesagem Ponteiras de plástico; Tubos de ensaio com tampas Erlenmeyer; Balança semi-analitica Placas de petri; Vortex; Água peptonada; Ágar PDA + ácido tartárico 10% ; Estufa bacteriológica; Alça de Drigalski; Bico de Bunsen MÉTODO Ao receber a amostra de geléia, foi pesado em balança semi-analitica próximo ao bico de Bunsen para manter o ambiente propício, 25 g da amostra de geléia e 225 g de água peptonada em um erlenmeyer com capacidade de 500 mL. Com isso obtivemos a diluição 10-1. Após isso, com os tubos previamente identificados seguimos com as diluições. Para a diluição 10-2 foi retirada uma alíquota de 1 mL (1000 uL) da diluição 10-1 e transferido para um tubo contendo 9 mL de água peptonada e homogeneizado em vórtex por aproximadamente 30 segundos. Para a diluição 10-3, foi transferida uma alíquota de 1 mL (1000 uL) da diluição 10-2 para um outro tubo contendo 9 mL de água peptonada, homogeneizado em vórtex. Para a diluição 10-4, foi transferida uma alíquota de 1 mL (1000 uL) da diluição 10-3 para o outro tubo contendo 9 mL de água peptonada, homogeneizado em vórtex. Após preparadas as diluições e com as placas de Ágar PDA + ácido tartárico 10% identificadas, foram plaqueados 100 uL das diluições 10-2,10-3 e10-4, em três placas (1 para cada diluição), pelo método de semeadura em superfície, utilizando a alça de Drigalski, para distribuição homogênea da amostra e incubadas com a tampa virada para cima, em estufa a 25ºC por 5 dias. O meio Ágar PDA com adição de ácido tartárico 10%, é seletivo para o crescimento de bolores e leveduras. O pH ácido do meio, inibe o crescimento bacteriano tornando-o seletivo e a infusão de batata (PDA) estimula a produção de esporos em bolores e produção de pigmentos em alguns dermatófitos. Realizamos a contagem propriamente dita 5 dias depois, após dar o tempo dos bolores e leveduras crescerem. A contagem de superfície, é feita a olho nu com o auxílio de canetas marcadoras, para identificar as colônias. RESULTADOS Escolhemos a placa 10-3 para realizar a contagem, que deveria conter entre 15 e 150 colônias. Obtivemos 15 colônias na placa 10-3, realizando os cálculos para contagem, ajustando diluição e quantidade plaqueada, sendo assim o resultado foi de 1,5x105 UFC/mL. Contagens elevadas representam, além do aspecto deteriorante, que pode levar inclusive à rejeição do produto, um risco à saúde pública devido à possível produção de micotoxinas por algumas espécies de bolores. Espécies como Aspergillus spp. produzem as aflatoxinas, principalmente a A. flavus e A. parasiticus. Outro gênero de relevância do ponto de vista alimentar e o Fusarium sp. que produz micotoxinas que causam danos à saúde. ( FRANCO,2003) CONCLUSÃO De acordo com os padrões sanitários estabelecidos pela RDC 12 /2001-MS ,purês e doces em pasta ou massa e similares, incluindo geléias, não comercialmente estéreis podem apresentar no máximo 104 UFC/g de bolores e leveduras. Conforme o resultado obtido em aula, a amostra de geléia estaria imprópria para consumo. REFERÊNCIAS ANVISA. Agência Nacional de vigilância Sanitária. Microbiologia de alimentos. Resolução RDC n°12 de 02 de janeiro de 2001. Disponível em: <http//portal.anvisa.gov.br> acesso em: 10/4/2018. BEUCHAT, L. R. Pathogenic microorganisms associated to fresh produce. Journal of Food Protection, v. 59, p. 204-216, 1996. FRANCO, B.D.G.M.; LANDGRAF, M. Microbiologia de alimentos. São Paulo: Atheneu, 2005 FRANCO, B. D. G.; LANDGRAF, M. Microbiologia de alimentos. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2003. FORSYTHE, StephenJ. Microbiologia da segurança alimentar. Porto alegre: Artmed, 2002. Harrigan WF, Park RWA. Making safe food: a managment guide for microbiological quality. Londres: Academic Press; 1991 BATISTA, A.G.; OLIVEIRA, B.D’A.; OLIVEIRA, M.A.; GUEDES, T.J.; SILVA, D.F.; PINTO, N.A.V.D. Parâmetros de qualidade de polpas de frutas congeladas: uma abordagem para produção do agronegócio familiar no Alto Vale do Jequitinhonha. Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.7, n.4, p.49-54, dez. 2013.6 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução Normativa nº 15, de 4 de maio de 1978. Aprova o Regulamento técnico para fabricação de geleia de frutas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 24 jul. 1978. Seção 410ª, n. 12, p. 11-4.
Compartilhar