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29/03/2016 1 Disciplina Bioquímica clínica Prof.ª Yvonne Klimesch DIABETES MELLITUS CARBOIDRATOS A glicose pode se combinar com a “proteína transportadora” nas membranas celulares e assim conseguem sua difusão para o interior das células: difusão facilitada (pequena parte); Suas concentrações no sg são controladas dentro de limites estreitos por vários hormônios, sendo os + importantes os produzidos pelo pâncreas: insulina e glucagon. 29/03/2016 2 INSULINA Pequeno peptídio sintetizado nas céls β das ilhotas de Langerhans (pâncreas); Secretada após alimentação (pouca secreção durante o jejum): aumenta de ~10x dentro de 3 a 5 min após elevação aguda da glicose; Efeito: tornar as membranas plasmáticas permeáveis a glicose, promovendo a incorporação celular e o armazenamento de glicose (combustível metabólico) e inibindo a mobilização dos depósitos de energia presentes no fígado e nos músculos; INSULINA Age por meio de receptores das membranas (principalmente no fígado, músculos e tecido adiposo); Aumenta a atividades das enzimas que promovem a síntese de glicogênio (glicogênese): aprox. 60% da glicose é armazenada; Φ insulina - - glicose não penetra nas células - - ⇑ glicose sangue (hiperglicemia) 29/03/2016 3 GLUCAGON Polipeptídio formado pelas células α2 das ilhotas de Langerhans; Secretado durante o jejum : sua secreção é inibida pela [ ] da glicose sanguínea; Promove a “quebra” do glicogênio em glicose (glicogenólise) pela ativação da fosforilase. glicose no sangue hipoglicemia (jejum): acarreta ⇑ 2 a 3 x valor basal hiperglicemia (após alimentação): acarreta ⇓ 50 % IMPORTÂNCIA DA REGULAÇÃO DA GLICOSE SANGUÍNEA Além dos carboidratos, os lipídeos e as proteínas, também podem servir como fonte de energia para as células; Mas a glicose é o único nutriente utilizado pelo cérebro, pela retina e pelo epitélio germinativo das gônadas; Os neurônios deixam passagem “livre” para a glicose, sofrendo pouca influência da insulina. 29/03/2016 4 ALTERAÇÃO DAS[ GLICOSE] NO SANGUE Valores Normais (jejum): 65,0 a 99,0 mg/dL : Normal 100,0 a 125,0 mg/dL : Alterado (investigar) > 126,0 mg/dL : Sugere diabetes (confirmar) Aumento das concentrações de glicose: HIPERGLICEMIA Diabetes Diminuição das concentrações de glicose: HIPOGLICEMIA Seg.ADA,Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus.Diabetes Care,27,s1,S5-S14,2004: DIABETES MELLITUS 29/03/2016 5 DIABETES MELLITUS DEFINIÇÃO da ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE DIABETES (ADA) Grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, devido a defeito na secreção de insulina, na sua ação, ou ambos. A hiperglicemia crônica está associada a longo prazo com dano, disfunção e falência de diversos órgãos, especialmente os olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. Expert Committee on the Diagnosis and Classification of Diabetes ADA 1997 DIABETES MELLITUS É uma síndrome com múltiplas causas caracterizada pela hiperglicemia devido: falta absoluta ou relativa de insulina e/ou resistência à insulina Pode ser primário ou secundário a outras doenças: Primário: diabetes mellito insulino dependente (tipo I) e diabetes mellito não-insulino dependente (tipo II) Secundário: diversas causas, entre elas doença pancreática, doença endócrina, medicamentos e anormalidade no receptor de insulina (raro)// 29/03/2016 6 CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DOS DISTÚRBIOS DA GLICEMIA I. Diabetes mellitus tipo 1 a. Mediado por processo imune b. Idiopático II. Diabetes mellitus tipo 2 III. Outros tipos específicos (secundários) Defeitos genéticos na função da célula b Defeitos genéticos na ação da insulina Doenças do pâncreas exócrino Endocrinopatias Induzido por drogas / produtos químicos Infecções Síndromes genéticas associadas com diabetes IV. Diabetes mellitus gestacional ADA 1997 IV. WHO 1999 DIABETES MELLITO TIPO I Pode ser : Imune-mediada : Presença de auto-imunidade, na maioria das vezes, diagnosticada pela presença de auto-anticorpos (anti-célula β, complexo HLA). Não imune-mediada: de etiologia desconhecida, não há anticorpos = forma “idiopática”. Ambas com destruição das células β e ausência de produção de insulina 29/03/2016 7 ~ 90% dos casos ocorre antes dos 30 anos de idade (pico entre 9-14 anos) – início agudo (dias ou semanas); ~ 10% dos casos início lento após os 35 anos: Latente Autoimune Diabetes em Adultos (LADA) – confundida com tipo 2 (diferença: não são obesos) Caracteriza-se pela tendência à cetoacidose (acidose por formação de corpos cetônicos); Acomete menos de 15 % dos casos de diabetes. DIABETES MELLITO TIPO I DIABETES MELLITUS TIPO 1 Sinais e Sintomas: Perda de peso; Grande eliminação de urina (poliúria); 29/03/2016 8 DIABETES MELLITUS TIPO 1 Sinais e Sintomas: Sede (polidipsia); Fome (polifagia); Desânimo, fraqueza e cansaço físico DIABETES MELLITUS TIPO 1 Sinais e Sintomas: Lesões nas pernas com deficiência de cicatrização; Problemas na Visão; Infecções frequentes (pele, urina e mucosa). 29/03/2016 9 DIABETES MELLITO TIPO 2 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DO DM TIPO 2 Distribuição universal Prevalência variável nas populações e grupos étnicos Relacionado à industrialização e ao estilo de vida ocidental Incidência crescente especialmente em países em desenvolvimento 29/03/2016 10 DIABETES MELLITUS TIPO 2 Tipo mais comum de DM (mais de 85 % dos casos) Pode ocorrer em qualquer idade: + comum após os 40 anos Distúrbios característicos: secreção deficiente de insulina e/ou resistência insulínica: resistência dos tecidos periféricos às ações da insulina – Pode ter níveis ⇑ ou normais de insulina (lembre-se que no tipo I não tem ) Etiologia: desconhecida; porém, sabe-se que contribuem: Fatores etiopatogênicos Genéticos Ambientais (obesidade e sedentarismo) FATORES DE RISCO PARA Diabetes Mellitus tipo 2 Idade > 45 anos Excesso de peso (IMC ≥ 27 kg/m2) Antecedente familiar de diabetes Hipertensão arterial (≥ 140 / 90 mmHg) HDL ≤ 35 mg/dl e triglicérides ≥ 250 mg/dl Ocorrência de diabetes gestacional TOTG anormal (valores “pré-diabéticos”) 29/03/2016 11 DIABETES MELLITUS TIPO 2 Controle com exercícios/dieta Uso de medicamentos orais Uso de insulina Principais Sintomas: Infecções frequentes; Alteração visual (visão embaçada); Dificuldade na cicatrização de feridas; Formigamento nos pés; Furunculose. Complicações tardias MICROANGIOPATIA: anormalidades nas paredes dos pequenos vasos sanguíneos (espessamento da membrana basal) ⇑ Glicose no plasma atrai H2O e desidrata as céls dos vasos sanguíneos vasos anormais - ⇓ irrigação sanguínea para os tecidos ⇓ cicatrização e promove gangrena membros (morte do tecido por falta de suprimento sanguíneo) 29/03/2016 12 Complicações tardias MACROANGIOPATIA (aterosclerose acelerada): doença coronária prematura; Está relacionada com : hipertrigliceridemia (⇓glicose - ⇑ quebra de lipídeos como fonte de Ɛ) ; ⇑ glicação de proteínas (ficam + densas) :. predisposição para Infarto do miocárdio, avc, trombose nas pernas. Complicações tardias RETINOPATIA: desidratação das células dos vasos sg provoca lesão dos minúsculos vasos sg da parte de trás do olho pode levar à cegueira. NEFROPATIA: o rim é lesado pela exaustão da reabsorção da glicose. 29/03/2016 13 NEUROPATIA: devido à microangiopatia dos vasos sanguíneos do nervo e ao metabolismo anormal de glicose nas células nervosas ( ⇑ glicose no sg ⇑ glicose no SNC). Os nervos mais longos do corpo, aqueles que vão para as pernas, são os primeiros a serem lesados, causando dor e perda de sensibilidade (anestesia) nos pés. A neuropatia autonômica corresponde à lesão dos nervos que controlam o funcionamento “automático” vital, como a digestão, a função sexual e a diurese (urina). Complicações tardias DIABETES MELLITO TRATAMENTO 29/03/2016 14 Tipos de insulina O pâncreas fabrica dois tipos de insulina: Gotas contínuas conhecidas como insulina basal, que permanecem em níveis baixos no sangue o tempo todo. Bolus Grandes quantidades de insulina, são liberadas quando há aumento de açúcar no sangue, geralmente após as refeições As insulinas de ação rápida encontradas nas farmácias proporcionam ação semelhante à bolus, necessária após as refeições. Já as injeções de insulina de ação intermediária e lenta imitam o fornecimento basal natural do corpo. Diabetes mellitus : Tratamento Depende do tipo de Diabetes Mellitus ou do distúrbio correlato INSULINA EXÓGENA: DM tipo 1 precisam de um programa terapêutico que libere tanto a insulina basal quanto a bolus. HIPOGLICEMIANTES ORAIS: DM tipo 2 injeções de insulina basal, já que o pâncreas ainda fornece insulina necessária para as refeições. Alguns diabéticos tipo 2 necessitam de insulina basal e bolus Alguns diabéticos tipo 2 não precisam de injeções de insulina apenas o uso de Hipoglicemiantes orais 29/03/2016 15 DIABETES GESTACIONAL DIABETES GESTACIONAL: Conceito É a intolerância aos carboidratos de qualquer intensidade que inicia ou é reconhecida, pela primeira, vez na gestação; OMS classifica como diabete gestacional DM propriamente Intolerância diminuída à glicose Diabetes na gestação I) DM prévio à gestação II) DM diagnosticado na gestação – DM gestacional 29/03/2016 16 DIABETES GESTACIONAL: Estado de intolerância à glicose que surge durante a gestação, geralmente entre a 24ª e a 28ª semana, associada à complicações materno-fetais. É semelhante ao DM tipo 2; Causada pela incapacidade das Ilhotas pancreáticas em produzir insulina suficiente para a demanda na gravidez ou efeito de diversos hormônios da gravidez que aumentam a resistência periférica insulínica; Aumento da incidência de pré-eclâmpsia e da necessidade de parto cesárea. 29/03/2016 17 DIABETE GESTACIONAL Fatores de Risco Não são confiáveis Idade > 25 anos IMC > 25 kg/m2 Diabete em parente de 1º grau História de DM gestacional História obstétrica de macrossomia, malformação, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia HIPOGLICEMIA A hipoglicemia não é um diagnóstico, porém um sinal bioquímico associado com um grupo diversificado de doenças; A hipoglicemia é a concentração de glicose sanguínea abaixo dos limites normais encontrados no jejum, mas é difícil definir limites específicos. 29/03/2016 18 Hipoglicemia: classificação Hipoglicemia assintomática: somente laboratorial; Hipoglicemia leve ou moderada: o paciente reconhece os sintomas e consegue tratar sozinho; Hipoglicemia grave: existe perda da consciência sendo necessária a intervenção de outras pessoas; Hipoglicemia: causas Diminuição da produção ou liberação de glicose hepática – diminuição do glucagon; Diminuição da produção de fontes energéticas alternativas; Limitação de substrato(atraso ou esquecimento das refeições) Aumento da utilização da glicose(atividade física prolongada); Uso de bebidas alcoólicas - efeito da insulina Uso de insulina 29/03/2016 19 Hipoglicemia: sintomas Tremor Palidez Taquicardia Sudorese fria Palpitação Irritabilidade Fome cefaléia Sonolência Confusão mental Perda de memória Distúrbios visuais Anormalidades motoras e sensitivas Convulsão coma Hipoglicemia: tratamento Oferecer algum líquido contendo açúcar (uma colher de sopa) ou refrigerante comum(uma xícara de chá) ou meio copo de suco de laranja puro ou três balas ou tablete de glicose. Após, oferecer algum alimento tipo pão, biscoito ou fruta; Caso não consiga engolir, coloque açúcar sublingual.
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