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LABORATÓRIO CLÍNICO

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HEMATOLOGIA ERITROGRAMA E LEUCOGRAMA 
 O sangue é o único tecido líquido, com matriz extracelular abundante, composto por plasma e 
vários tipos celulares: 
• Glóbulos vermelhos 
➢ Hemácias 
➢ Plaquetas 
• Glóbulos brancos 
➢ Monócito 
 
➢ Eosinófilos 
 
➢ Basófilos 
 
➢ Neutrófilos 
 
➢ Linfócitos 
 
 
 O plasma é composto 92% de água, 6-8% de proteínas, 0,8% sais, 0,6% lipídeos e 0,1% glicose. 
Porque Examina-se o sangue? 
• Ter uma ideia do estado geral do paciente, uma suspeita clínica; 
• Confirmar um diagnóstico; 
• Verificar se animal tem habilidade de combater a infecção; 
• Progresso de certas doenças; 
• História clínica e outros exames são fundamentais para o diagnóstico (não só o hemograma); 
• Alguns achados são inespecíficos e comuns para várias patologias. 
Coleta 
 Minimizar o estresse do animal na coleta, coletar lentamente, com calibre de agulha adequado. 
Obrigatoriamente o tubo de coleta possui anticoagulante (EDTA, citrato, heparina), fazer inversão e 
rotação pelo menos 15 vezes. 
• EDTA – para grande maioria das espécies, mamíferos, ele que promove maior preservação 
morfológica das células (tampa roxa). 
• Heparina – para coleta de sangue de répteis e aves (tampa verde). 
• Citrato - coleta de sangue para dosagem de glicose (tampa cinza). 
 Cuidado com o tempo de espera para o exame pois é um tecido vivo, podendo haver perda ou 
introdução de líquido. Fazer o esfregaço sanguíneo logo após a coleta, e conservar o tubo em geladeira 
(em pé) identificado. 
Hematopoese 
• Mamíferos– extravascular, na porção vermelha da medula óssea 
• Aves - intravascular 
• Fetos – saco vitelínico 
• Após 21 dias do nascimento – no fígado, baço e medula. 
*A medula é hematopoiética desde o nascimento até a morte. 
*O baço (reservatório de hemácias) e o fígado mantem seu poder hematopoiético. 
 
Células Totipotentes 
 No organismo existe sempre um equilíbrio entre a formação e destruição de células, e o tempo 
entre uma e outra varia entre espécies. 
 
*A mais primitiva célula tronco hematopoiética pluripotencial tem capacidade de autorenovar-se. 
 
 
 
ERITRÓCITOS 
Produção 
 É mantida pela quantidade de oxigênio circulante (PaO2), qualquer diminuição causa hipóxia 
renal, os rins liberam eritropoetina que estimula a medula óssea a produzir e liberar hemácias. A ordem 
de formação é: 
 
1. Proeritroblasto; 
2. Eritroblasto basófilo; 
3. Eritroblasto policromático; 
4. Eritroblasto ortocromático; 
5. Reticulócitos; 
6. Hemácias. 
Hemácias 
 Célula em forma de disco bicôncavo, de tamanho entre 6-7 µm. Tem a função de transportar 
oxigênio para os tecidos, e seu tempo de vida intravascular varia entre: 
• Cães – 100 dias 
• Gatos – 85 e 90 dias 
 A destruição das hemácias pode ser intravascular e extravascular pelos macrófagos do baço, 
medula e fígado. 
 Nas hemácias existem aproximadamente 400.000x103 moléculas de hemoglobina, importantes 
para carrear oxigênio e ferro (90 de seu peso seco). É um conjugado proteico de heme com globina (P.M. 
64,458). Cada hemoglobina contém 3,34 mg de Fe e carrega 1,34 ml de O2. Existem três tipos de 
hemoglobina: 
• Fetal 
• Embrionária 
• Adulta 
Degradação de Hemácias 
 São degradadas em hemoglobina livre, que fica entre 1 a 7 horas livre, depois é oxidada e 
excretada pelos rins ou destruída. O ciclo da hemoglobina ocorre da seguinte maneira: 
• Globina – é lisada em aminoácidos, que são utilizados para formar novas proteínas. 
• Heme – é degradado em ferro que é reutilizado, e bilirrubina que se liga a albumina (bilirrubina 
indireta) indo para o fígado, onde é conjugada com ácido glicurônico, se tornando hidrossolúvel 
(bilirrubina direta) que é excretada como: 
➢ Bile 
➢ Urobilina e estercobilina – nas fezes 
➢ Urobilinogênio – na urina. 
ANEMIAS 
 Diminuição do número de hemácias, da quantidade de hemoglobina ou da porcentagem de 
hematócrito. 
Classificação 
As anemias são classificadas de acordo com: 
• Resposta medular: 
➢ Regenerativa – medula responde produzindo e liberando células jovens (reticulócitos), 
exceto em equinos. 
➢ Não regenerativa – não existem reticulócitos, ocorrendo geralmente por lesões 
medulares, causadas por tumores, radiação e infecção. 
• Morfologia: sempre confirmar no exame microscópico das hemácias, confiando sempre no que 
você vê. O volume corpuscular médio (VCM) classifica as anemias em: 
➢ Macrocíticas 
➢ Microcíticas 
➢ Normocíticas 
• A concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM): 
➢ Normocrômicas 
➢ Hipocrômicas. 
*Não existe anemia hipercrômica, pois as hemácias possuem um limite para hemoglobina. 
Anemia Macrocítica e Hipocrômica 
 É a remissão de perdas agudas de sangue ou hemólises agudas, onde o grau depende da 
severidade da anemia e da resposta medular frente a presença de reticulócitos. A reticulocitose como 
resposta da anemia aumenta o VCM e diminui o CHCM. 
Anemia Normocítica e Normocrômica 
 Ocorre por depressão seletiva da eritropoese em doenças crônicas como infecções, nefrite, 
uremia, neoplasias e certas alterações endócrinas. Nestes casos a resposta reticulocitária é ausente ou 
insignificante. 
Anemia Microcítica e Hipocrômica 
 Resulta de uma deficiência de ferro ou uma falha no uso de ferro na síntese de hemoglobina. A 
mudança morfológica das hemácias dependem do tempo de duração e da severidade da anemia, 
ocorrendo perda crônica de sangue, deficiência de cobre e piridoxina (VitB6). 
Anemia Microcífica Normocrômica e normocítica Hipocrômica 
São encontradas durante o desenvolvimentos das anemias por deficiência de ferro; 
Patofisiológia 
• Perda Aguda de Sangue - inicialmente os parâmetros se apresentam normais, após dois dias 
ocorre uma anemia normocítica e normocrômica. A reticulocitose inicia-se após aproximadamente 
72 a 96 horas. As manifestações clínicas variam de acordo com o grau de hemorragia. 
 O baço injeta eritrócitos na circulação para compensar a oxigenação, e os fluidos extra 
vasculares movem-se para o espaço intravascular. A reticulocitose é vista após o 3º dia de 
hemorragia. 
 
• Perda Crônica de Sangue - geralmente é uma anemia ferropriva (baixos níveis de ferro) portanto 
é microcítica e hipocrômica. 
 
• Anemias Hemolíticas – ocorre quando a meia vida da hemácia é reduzida, devido a defeitos na 
célula ou alterações microvasculares. Pode ser intravascular (hemoglobinemia, hemoglobinúria e 
icterícia) ou extra vascular. 
 São geralmente regenerativas, de origem infecciosa ou não-infecciosa. Normalmente 
macrocíticas e hipocrômicas. 
 
➢ Anemia hemolítica imunomediada (AHIM) – normal em cães e gatos, devido a 
dirofilariose, linfoma, lúpus eritematoso, drogas ou medicamentos. Ocorre a presença de 
esferócitos, células fantasmas e auto aglutinação. 
 
 
➢ Anemia hemolítica por corpúsculos de Heinz – compostos oxidantes na circulação agem 
na hemoglobina que precipita, ocorre por exemplo, pela ingestão de cebola e 
acetominofeno (paracetamol). Podem ser encontrados excentrócitos. 
 
*comum em gatos no caso de diabetes mellitus, doenças hepáticas e hipertireoidismo. 
 
A anemia hemolítica pode ocorrer também por: 
➢ Infecção de Hemobartonela felis e H. canis; 
➢ Babesiose; 
➢ Deficiência de piruvato quinase; 
➢ Deficiência de fosfofrutoquinase; 
➢ Hemólise mecânica. 
 
• Anemia por defeito de maturação – padrão não regenerativo (ausência de policromasia e 
reticulocitose), produção de hemácias ineficientes, classificadas por defeito de maturação 
nuclear e citoplasmática. 
 
• Anemias com hipoplasia medular generalizada – a citotoxidade generalizada pode ser 
ocasionada por: 
a) Agentes infecciosos –vírus da leucemia felina ou erliquiose. 
b) Tóxicos – estrógenos e quimioterápicos. 
 
➢ Anemias mielotísicas – doenças neoplásicas (leucemias) ou não neoplásicas (mielofibrose 
que ocorre na radiação ou na intoxicação por estrógeno). 
➢ 
• Anemias regenerativas – a produção pela medula óssea é aumentada, presença de 
policromatofilia (hemácias jovens) e aumento e reticulócitos. Sempre que houver aumento de 
policromasia deve-se indicar a contagem de reticulócitos. 
Em cima reticulócitos e em baixo eritrócitos 
policromatófilicos. 
 
• Anemias não regenerativas – ocorrem por perda sanguínea ou hemólise, apresentam células 
normocíticas e normocrômicas. 
Análise Microscópica das Hemácias 
 Após fazer o esfregaço, a lâmina deve ser corada com corantes como Giemsa, panótico e 
Rosenfeld, que possuem corantes ácidos (eosina) e básicos (azul de metileno). 
✓ Estruturas com compostos básicos ligam-se ao corante ácido ficando vermelho, como grânulos de 
eosinófilos. 
✓ Estruturas ácidas ligam-se ao corante básico ficando azul como o DNA/RNA e grânulos de 
basófilos. 
 
Atenção aos termos: 
• Anisocitose – tamanhos diferentes, checa-se com o VCM, podendo apresentar normocitose, 
macrocitose ou microcitose. 
 
• Policromasia – cores diferentes, checa-se com o CHCM, apresentando normocromia ou 
hipocromia. 
 
• Poiquilocitose – eritrócitos com formas diferentes. 
➢ Acantócitos – forma de dedos de luvas, ocorre em doenças do fígado e do baço. 
 
➢ Acuminócito – forma de fuso, normal em caprinos. 
➢ Target cel – forma de alvo, indica deficiência de ferro, doenças do baço e do fígado. 
 
➢ Dacriócito – forma de lágrima, indica desordens mieloproliferativas. 
 
➢ Drepanócito – forma de foice, rara. 
 
➢ Carenada – forma de engrenagem de relógio, ocorre em linfoma, glomerulonefrite e 
cavalos após exercícios ou falha técnica. 
➢ Ovalócitos – deficiência na parede celular devido a falta de determinadas proteínas, sendo 
normal em aves, répteis e camelídeos. 
esfregaço cacatua 
➢ Knizócito – forma de cesta, resposta de anemias em cães. 
➢ Esquisócito – fragmentos de hemácias, ocorre em trauma, nefrose e neoplasia. 
 
➢ Estomatócito – forma de boca, ocorre em cães com anemia crônica, mas é normal em 
bovinos e ovinos. 
 
➢ Esferócitos – anemia hemolítica, transfusões e processos autoimunes. 
 
➢ Corpúsculo de Heinz – precipitação de hemoglobina, normal em felinos. 
 
 
PLAQUETAS 
 São fragmentos do citoplasma do megacariócito, tendo sua produção regulada pela 
trombopoetina, sendo derivada do endotélio vascular, fígado e fibroblastos. Tem a função de: 
• Fazer manutenção da integridade vascular; 
• Formar tampão plaquetário para hemostasia; 
• Agir como pró-coagulante da membrana lipídica, formando a fibrina; 
• Agir na cicatrização vascular, produzindo fator de crescimento derivado de plaquetas (FCDP). 
• Estimulam a migração de células endoteliais e produzem músculo liso; 
• Desempenham papel fundamental na inflamação, pois liberam substâncias vaso ativas, que 
modulam os neutrófilos. 
 As plaquetas tem distribuição homogênea ou em grumos, e fazem satelismo em volta de 
neutrófilos. As plaquetas gigantes são mais funcionais que plaquetas normais. São destruídas por 
macrófagos e as senis são sequestradas pelo baço e fígado. 
 
 
Trombocitose 
Aumento do número de plaquetas, que pode ocorrer por: 
• Trombocitose Essencial – distúrbio mieloproliferativo raro, associado a sangramentos, ocorrendo 
em cães de meia idade ou idosos. Os acometidos apresentam anemia não regenerativa ou 
regenerativa, macroplaquetas ocasionais. 
• Trombocitose Secundária – aumento transitório das plaquetas, que ocorre em neoplasias 
(linfoma, melanoma, mastocitoma, mesotelioma), distúrbios gastrintestinais (pancreatite, 
hepatite, doença intestinal inflamatória, colite), doenças imunomediadas, hemorragias e 
traumatismos. 
• Trombocitose Fisiológica – aumento da mobilização de plaquetas do compartimento esplênico e 
não esplênico (pulmões). 
Trombocitopenia 
 Diminuição do número de plaquetas no sangue. Os acometidos apresentam petéquias como sinal 
clinico, e ocorre devido a: 
• Produção anormal – aplasia, hipoplasia, pancitopenia devido a fármacos citotóxicos, infiltração 
medular, megacariocitopoese ineficiente devido a síndrome mielodisplásica. 
• Remoção acelerada – destruição imunomediada por fármacos, infecções e auto anticorpos, ou 
remoção não imunológica que ocorre na CID, vasculite, neoplasias, infecção e sangramento. 
 
HEMOSSEDIMENTAÇÃO 
 Teste não específico onde os eritrócitos precipitam num dado intervalo de tempo, utilizado para 
triagem, devendo ser realizado em no máximo 6 horas após a coleta. Esta hemossedimentação aumenta 
devido a: 
• Infecção generalizada; 
• Infecção aguda; 
• Dermatites; 
• Artrites; 
• Infecção crônica; 
• Trauma extenso; 
• Hipoparatireoidismo; 
• Sindrome de Cushing; 
• Neoplasias; 
• Gestação; 
• Estágio final de doença renal; 
• Anemias. 
 
LEUCOGRAMA 
Exame de sangue que avalia leucócitos, que podem ser: 
• Granulócitos – neutrófilos, basófilos e eosinófilos. 
• Agranulócitos – linfócitos e monócitos. 
Fatores Fisiológicos que Influenciam o Leucograma 
• Estresse 
• Idade – bovino e canino jovem possuem leucocitose, e suínos leucopenia. 
*linfopenia em bezerros e suínos jovens, mas no cão uma linfocitose. 
• Sexo – vacas e cadelas em fase inicial de lactação possuem leucocitose com neutrofilia; idem em 
vacas no cio. 
• Raça – puro sangue inglês possui leucocitose e neutrofilia. 
 
NEUTRÓFILOS 
 Originados da medula óssea, tem como função destruir bactérias, fungos e alguns parasitas, além 
de destruir células infectadas, ampliar reação inflamatória e regular a granulocitopoese. Circulam por 
cerca de dez horas no sangue e são a segunda linha de defesa após a pele. 
 
Mielopoese 
 
• Pool circulante – neutrófilos são obtidos na venopunção. 
• Pool Marginal – estão no endotélio dos vasos capilares e vênulas (baço e pulmão). 
*Uma vez migrado para os tecidos os neutrófilos não voltam para o pool circulante. 
*neutrófilos são destruídos no baço, fígado e medula óssea. 
 A transição de mieloblasto para neutrófilo segmentado dura de 3 a 6 dias, e a meia vida deles na 
circulação é de 5,5 a 7,5 horas. Já a meia vida no tecido varia de 1 a 4 dias. 
 
Fatores que influenciam Nº de neutrófilos 
• Produção e liberação medular; 
• Alteração entre os compartimentos; 
• Migração tecidual. 
Neutrofilia 
Aumento de neutrófilios no sangue, no qual os mecanismos são: 
✓ Saída do pool marginal para o circulante; 
✓ Diminuição da migração tecidual; 
✓ Aumento da produção ou saída da medula; 
Possui duas causas: 
• Fisiológica – febre, excitação e exercícios (adrenalina). 
• Drogas – corticoide endógeno e exógeno 
E dois princípios: 
• Primário – saída da medula para o sangue; 
• Secundário – perda da adesividade da parede. 
 A neutrofilia ocorrem em 30% dos casos por processos infecciosos ou inflamatórios, como por 
exemplo: 
✓ Inflamação aguda – sepse, necrose tecidual, doenças imunomediadas. 
✓ Inflamação crônica supurativa – piometra, abscessos, piotorax, piodermite e neoplasias. 
✓ Inflamação crônica compensada – equilíbrio entre produção medular e demanda tissular. 
 Ocorre também em anemia hemolítica ou hemorragias, leucemias granulocíticas e distúrbios 
hereditários. 
• Desvio à esquerda – segue o sentido contrário da ordem de maturação da célula (neutrófilo 
segmentado → mieloblasto), é classificada quanto ao tipo celular em: 
➢ + ou leve – aumento de bastonetes. 
➢ ++ ou moderado – aumento de metamielócitos. 
➢ +++ ou marcado – aumento de mielócitos epromielócitos. 
➢ ++++ ou acentuado – aumento de mieloblasto. 
My – mielócitos; M - mieloblastos 
É classificada quanto a produção medular em: 
• Regenerativa – quando existe leucocitose. 
• Degenerativa – quando ocorre uma leucopenia, ou o número de leucócitos está normal ou 
levemente aumentado. 
Neutrófilos Tóxicos 
Comum em doenças inflamatórias intensas ou toxemia, onde os neutrófilos apresentam: 
✓ Basófila citoplasmática; 
✓ Vacuolização citoplasmática; 
✓ Corpúsculos de Dohle (seta menor); 
✓ Formas anormais de núcleo; 
✓ Classificam-se em +, ++, +++; 
✓ Podemos encontrar no citoplasma – Ehrlichia, Hepatozoon e Histoplasma. 
 
 
Neutropenia 
Diminuição de neutrófilos no sangue, ocorre pelos seguintes mecanismos: 
✓ Aumento ou desvio de células para o pool marginal; 
✓ Diminuição da sobrevida intravascular; 
✓ Aumento da migração tecidual; 
✓ Redução na produção medular ou na saída da medula. 
Causas: 
• Deficiência na produção medular – reações a fármacos (estrógenos, fenilbutazona, 
sulfatrimetropim, cloranfenicol, griseofulvina e outros), substâncias químicas tóxicas, agentes 
infecciosos como Parvovirus, panleucopenia felina, leucemia felina e ehrlichia. 
 As hemácias e plaquetas podem estar com sua produção diminuídas resultando em anemia 
não regenerativa e trombocitopenia. 
 
• Demanda tecidual aguda – processo inflamatório grave, geralmente ocorre desvio à esquerda, e 
alterações tóxicas nos neutrófilos. Ocorre na metrite, ruptura de vísceras, mastite gangrenosa. 
*prognostico ruim ou reservado. 
 
• Aumento da marginalização – devido a anafilaxia e endotoxiemia. 
 
• Drogas mielotóxicas – estrógenos, cloranfenicol, fenilbutazona, cefalosporina, sulfadiazina, 
trimetropin, thiacetasinamida. 
 
• Radiação ionizante; 
• Necrose medular; 
• Perda do espaço hematopoético – neoplasias medulares, osteopetrose, mielofibrose e 
hereditariedade. 
EOSINÓFILOS 
 São produzidos na medula e em menor grau no baço, timo e linfonodos cervicais em alguns 
animais de laboratórios. São reconhecidos no estágio de mielócito graças a seus grânulos. A vida média 
intravascular no cão é de 1 hora e no homem de 4 a 6 horas, e uma vez nos tecidos dificilmente voltam 
para a circulação. 
 
• Pool circulante 
• Pool marginal 
 É encontrado em alguns tecidos como intestino delgado, pulmão, pele e útero. Sua migração para 
os tecidos ocorre por quimiotáteis como antígeno/anticorpo, histamina, ECF-A, ativadores de 
complementos, leucotrienos, etc. 
Função 
• Controle de parasitas; 
• Resposta alérgica e inflamatória; 
• Coagulação e fibrinólise; 
• Atividade bactericida e fagocítica limitadas, desempenhando papel importante na destruição de 
células neoplásicas. 
Eosinofilia 
Aumento de eosinófilos no sangue, pelos seguintes mecanismos 
✓ Aumento na produção; 
✓ Saída da medula em grande quantidade; 
✓ Redistribuição das células para o pool marginal; 
✓ Aumento da sobrevida vascular. 
 Causado por processos alérgicos, parasitários e inflamatórios crônicos (fungos e corpos estranhos), 
além de neoplasias como mastocitomas e mais raramente o linfoma e leucemia eosinofílica. 
Eosinopenia 
Diminuição de eosinófilos no sangue, pelos seguintes mecanismos: 
✓ Diminuição na produção; 
✓ Diminuição na saída pela medula; 
✓ Acentuada destruição intravascular; 
✓ Presença deles em tecidos comprometidos com processos alérgicos ou parasitários (pulmão, pele, 
útero, intestino delgado). 
 Causado por processos alérgicos ou parasitários teciduais, processos infecciosos e inflamatórios e 
estresse (diminui a produção), lise intravascular, sequestro para órgãos ricos em células fagocitárias, 
aumento da migração tecidual. 
 
BASÓFILOS 
 São raros tanto no sangue quanto na medula óssea, são muito parecidos com mastócitos, pois 
possuem grânulos basofílicos contendo histamina e heparina. É produzido pela mesma célula progenitora 
que os mastócitos, e tem inter-relação com os eosinófilos. São mais frequentes em ruminantes e equinos, 
e a basofilia ocorre simultaneamente com a eosinofilia. 
q 
Função 
• Grânulos de histamina tem função em reações de hipersensibilidade; 
• Grânulos de heparina tem função anticoagulante; 
• Sintetizam muitas citocinas que modulam reações inflamatórias. 
*Grânulos de histamina, serotonina, prostaglandinas e leucotrienos. 
Basofilia 
 Aumento de basófilos no sangue que ocorre concomitantemente com a eosinofilia, devido a 
reações alérgicas e de sensibilidade, parasitas, hiperlipemia (distúrbios metabólicos) e leucemia 
basofilica. 
 
LINFOCITOS 
Classificação 
• Tamanho – pequeno, médio e grande; 
• Vida média – pequena e longa; 
• Resposta imunológica – linfócito B, linfócito T, não B e não T. 
 Na maioria nas espécies os linfócitos circulantes no sangue são classificados em T e B, sendo 
produzidos na medula óssea e órgãos linfoides (timo, linfonodos, baço, placa de Peyer e tonsilas), 
primariamente nos linfonodos. Os linfoblastos e pró-linfócitos são morfologicamente identificados, mas B 
e T dificilmente. 
 
 
 Na espécie humana os linfócitos de vida longa vivem 4,3 anos e em 1% da população pode chegar 
a 20 anos. Os de vida curta vivem de poucas horas a 5 dias. Ao contrário dos granulócitos, 70% dos 
linfócitos periféricos que entram no tecido voltam para a circulação, e geralmente são linfócitos T. 
• Pool marginal – localização desconhecida 
• Pool circulante - Os linfócitos diferentes de outras células recirculam, indo do sangue para 
linfonodos, depois para linfa e dela para o sangue novamente. O tempo do circuito é de 
aproximadamente 8-12 horas, e os linfócitos podem viver por meses a anos. 
Função 
✓ Imunidade celular (linfócitos T) - formam e liberam citocinas. 
✓ Imunidade humoral (linfócitos B)- se diferenciam em plasmócitos que produzem 
imunoglobulinas. 
✓ Células de memória - memorizando a presença do antígenos, penetrando nos linfonodos e 
iniciando uma resposta imunocelular e humoral. 
Tipos de Linfócitos 
• Linfocitos B – se tornam plasmócitos e produzem anticorpos; 
• Linfocitos T – podem ser: 
➢ Inflamatória – recruta monócitos e neutrófilos para o sítio da infecção; 
➢ Citotóxico – atacam vírus e talvez células tumorais; 
➢ Helper – auxiliam na formação de anticorpos. 
Linfocitose 
Aumento de linfócitos no sangue, ocorre pelos seguintes mecanismos: 
✓ Emoção ou estresse emocional – devido a liberação de epinefrina, onde no gato, bovino e ovino 
pode ser superior de 10 vezes o número na circulação normal. 
✓ Infecções crônicas 
✓ Tumores – linfomas, linfossarcomas, leucemias... 
✓ Vacinação. 
Linfopenia 
Diminuição de linfócitos no sangue, pelos seguintes mecanismos: 
✓ Estresse – linfólise no sangue e nos tecidos linfoides; desvio dos linfócitos do sangue para outros 
compartimentos ou ambos. 
✓ Diminuição da linfopoese – por irradiação, quimioterapia ou timectomia. 
✓ Cães em estágios finais da insuficiência renal. 
✓ Interrupção na circulação linfática. 
✓ Infecções virais agudas, pela destruição de linfócitos ou sequestro para órgãos linfoides. 
✓ Leucemias. 
✓ Enteropatias (perda proteica) devido a drenagem de linfócitos pela linfa. 
✓ Deficiência de zinco. 
 
 
Linfócitos Ativados 
 São linfócitos antigênicamente estimulados, linfócitos com transformação blástica. Possuem a 
seguinte morfologia: 
• Núcleo grande; 
• Cromatina reticulada com nucléolos possivelmente visíveis; 
• Citoplasma azul claro e intenso. 
 
Linfócitos Atípicos 
Estão presentes em doenças infecciosas e neoplásicas, se apresentando morfologiamente: 
• Células grandes; 
• Núcleo fendido; 
• Raramente possuem grânulos azurrófilos no citoplasma. 
 
Plasmócito 
 Trata-se de um linfócitoB maduro, que produz anticorpos, sendo raramente visto no sangue 
periférico 
 
MONÓCITOS 
 Células originadas da medula, que vão para corrente sanguínea e logo para vários tecidos e 
cavidades naturais passando a se chamar macrófagos. 
 
Funções 
• Fagocitose; 
• Regulação da resposta imune; 
• Destruição de debris celulares; 
• Secreção de inúmeras substâncias (mediadores inflamatórios) 
Monocitose 
Aumento de monócitos no sangue, causado por: 
• Inflamação ou infecção crônica; 
• Corticoide endógeno ou exógeno em cães, mas nem sempre em bovinos, equinos e felinos; 
• Leucemias. 
*geralmente ocorre junto com a neutrofilia. 
*monócitos tóxicos – ocorrem em casos de septicemias agudas bacterianas. 
 
PROGNÓSTICO HEMATOLÓGICO 
• Favorável – reaparecem os linfócitos, eosinófilos e os leucócitos, voltando a normalidade, 
desaparece desvio a esquerda e granulações tóxicas. 
 
• Reservado – eosinopenia duradoura, linfopenia intensa, presença de granulações toxicas 
evidentes, desvio a esquerda degenerativo. 
 
COMO INTERPRETAR O HEMOGRAMA 
 Analisar qualitativamente e quantitativamente tanto o leucograma quanto o eritrograma, ou seja, 
verificar o número de celulas e as características morfológicas na lâmina. 
Análise do Leucograma 
 Verificar o numero total de células e fazer contagem diferencial, questionando se existe, 
inflamação aguda ou crônica, estresse, necrose tecidual, hipersensibilidade sistêmica, toxemia 
sistêmica. 
Inflamação - ocorre monocitose e neutrofilia com desvio a esquerda, pode ocorrer eosinofilia quando o 
processo é intestinal, pulmonar ou genital. O número total de leucócitos pode estar normal, baixo ou 
elevado. 
• Estresse – o exame pode apresentar neutrofilia, eosinopenia, linfopenia ou monocitose. 
• Necrose tecidual – monocitose que pode também ocorrer em quadros de inflamação. 
• Hipersensibilidade sistêmica – ocorre eosinofilia cujas causas já foram citadas. 
• Leucograma inflamatório agudo – neutrofilia com desvio a esquerda regenerativo, linfopenia e 
monocitose. 
• Leucograma inflamatório crônico – existem dois padrões: 
1. Leucocitose marcante com desvio a esquerda, neutrófilos tóxicos e monocitose. 
Geralmente acompanhada por anemia e hiperglobulinemia. 
 
2. Contagem anormal ou discretamente aumentada de leucócitos, com contagem de 
neutrófilos normal ou ligeiramente aumentada, sem desvio a esquerda, linfócitos e 
monócitos normais. 
• Resposta típica de um processo inflamatório grave – neutropenia com desvio a esquerda, 
linfopenia e monocitose variável. 
• Toxemia sistêmica – neutrófilos tóxicos no sangue periférico. 
 
Análise do Eritrograma 
 Analisar quantitativamente e qualitativamente, questionando se existe anemia, se ela é 
regenerativa ou não: 
 Analisar o esfregaço que nos dará uma ideia de regeneração devido ao aumento de 
policromatófilos e contagem de reticulócitos. 
Anemia Regenerativa 
✓ Hemoglobinemia e hemoglobinúria indica hemólise. 
✓ Contagem elevada de reticulócitos, esferócitos, corpúsculos de Heinz, esquizócitos, hemácias 
fantasmas, excentrócitos, agentes etiológicos. 
Anemia Arregenerativa 
✓ Doença inflamatória normocítica e normocrômica discreta a moderada; 
✓ Deficiencia de ferro; 
✓ Anemia megaloblástica; 
✓ Mielofibrose - dacriócito e ovalócito, leucopenia. 
✓ Presença de grande número de eritroblastos com ausência de policromasia no estroma celular. 
 
AULAS PRÁTICAS 
Técnicas Para Hemograma 
 A câmara de Neubauer espelhada, é dividida em duas regiões, permitindo analisar o sangue de 
dois animais diferentes, ou fazer um diferencial no mesmo animal. Cada câmara possui a seguintes 
ranhuras: 
 
 O L (a área do círculo também) indica onde serão contados os leucócitos, e o H (somente os 5 
quadrados pretos) onde serão contadas as hemácias, mas observe que cada quadrado preto (H) possui 16 
quadrados dentro: 
 
Serão utilizados diluentes diferentes entre o leucograma e eritrograma. 
 
Eritrograma 
• Preenchimento da Câmara 
1. Antes de tudo deve-se montar a câmara de Neubauer, fixando a lamínula com cuspe ou 
água; 
2. Com uma pipeta de volume variável (botão com dois estágios) regulada, coletar 1990µl de 
líquido de Gowers (lisa leucócitos e plaquetas) apertando o primeiro estágio, e colocar no 
tubo, apertando o primeiro estágio depois o segundo; 
3. Homogeneizar o sangue fazendo 15 movimentos; 
4. Coletar 10µl de sangue e colocar no tubo sem fazer bolhas, aspirando diluente para lavar a 
pipeta; 
5. Homogeinizar; 
6. Preencher um capilar e transferir para câmara; 
 
• Contagem de Hemácias – as hemácias devem ser contadas até a segunda linha (rosas), e em cada 
quadrado escolher um “L” para não contar a mesma célula duas vezes. 
 
 
• Macro hematócrito – homogeneizar sangue e pegar com uma pipeta de Pasteur, preencher com 
sangue um tubo de Wintrobe até o “10” que indica 100% da amostra, colocar na centrifuga e 
avaliar. 
• Micro hematócrito – homogeneizar sangue preencher capilar, colocar na massinha pra fechar uma 
das pontas. Levar a micro centrífuga (não esquecer de balancear o peso), depois avaliar na tabela 
de microhematócrito. 
 
• Esfregaço sanguíneo – homogeneizar a amostra, coletar sangue com um capilar e colocar uma 
gota no inicio da lâmina, fazer esfregaço da seguinte maneira: 
 
 
Depois deve secar, colorir com panótico. 
 
Por fim fazer a contagem diferencial de 100 células, utilizando o pianinho. 
 
 
*amostra de sangue – plasma avermelhado indica hemólise e leitoso indica lipemia. 
Leucograma 
• Preenchimento da Câmara 
7. Antes de tudo deve-se montar a câmara de Neubauer, fixando a lamínula com cuspe ou 
água; 
8. Com uma pipeta de volume variável (botão com dois estágios) regulada, coletar 380µl de 
líquido de Turk (lisa hemácias) apertando o primeiro estágio, e colocar no tubo, apertando 
o primeiro estágio depois o segundo; 
9. Homogeneizar o sangue fazendo 15 movimentos; 
10. Coletar 20µl de sangue e colocar no tubo sem fazer bolhas, aspirando diluente para lavar a 
pipeta; 
11. Homogeinizar; 
12. Preencher um capilar e transferir para câmara; 
 
• Contagem de Leucócitos – Contar as quatro áreas indicadas, e multiplicar por 50 (válida para 
diluição de 380/20), indicando assim a quantidade de leucócitos por microlitro de sangue. 
 
*Seguir as mesmas regras do eritrograma. 
• Esfregaço sanguíneo – feito para contagem diferenciar de leucócitos, contando 100 células, 
anotando quantos de cada e fazer: 
𝑵Ø/𝑳Ø/𝑬Ø/𝑩Ø/𝑴Ø
𝟏𝟎𝟎
= 𝒄𝒐𝒏𝒕𝒂𝒈𝒆 𝒓𝒆𝒍𝒂𝒕𝒊𝒗𝒂 % 
 
 Por exemplo, se após a contagem eu tenho 60% de NØ num total de 700.000 células, 
significa que tenho 420.000 neutrófilos por mililitro de sangue.