Buscar

DIREITO NO BRASIL IMPERIAL

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Clique para editar o estilo do título mestre
Clique para editar o estilo do subtítulo mestre
*
*
*
O DIREITO NO BRASIL IMPERIAL
Unidade territorial;
Período das regências marcado por conturbações;
Dois partidos: Liberal e Conservador;
Construção de um Estado centralizado – relativa homogeneidade ideológica (Faculdades de Direito);
*
*
*
Século XIX: surgimento e ampliação da produção cafeeira, com manutenção da importância da escravidão).
Propriedades: surgimento de propriedades de terra irregulares;
CONSTITUCIONALISMO E LIBERALISMO: necessidades de uma nova ordem
O BRA independente deveria ter uma Constituição.
*
*
*
No plano internacional, a necessidade de uma Constituição ligava-se a influências: a) constitucionalismo; b) expansão da filosofia liberal; c) movimentos de independência da América (Norte e Central).
Formação e consolidação dos Estados modernos europeus: constitucionalismo e codificação.
Constitucionalismo moderno: combate ao poder dos governantes, normas jurídicas de organização e limitação do poder político, maior segurança nas relações com o Estado (Constituições escritas).
*
*
*
Filosofia liberal repercutiu sobre todo o mundo ocidental.
Tese fundamental do Liberalismo: a idéia de que o homem, individualmente considerado, deve ser o alicerce de todo o sistema social e político.
Matrizes filosóficas do Liberalismo no século XVIII: Rousseau, Montesquieu e Locke.
Do estado de natureza (homens livres) ao pacto/contrato social (formação do Estado e poder social).
*
*
*
Esta corrente compreende:
1. Todo o poder emana do povo; 2. O Estado só deve exercer as funções que a sociedade, individual ou coletivamente, não consegue desenvolver.
Assim, A ação do Estado é excepcional e restrita enquanto a da sociedade é ampla.
Características jurídicas específicas do Liberalismo:
a) Liberdade pessoal, individualismo e tolerância;
*
*
*
b) direitos econômicos e individuais, como direito à propriedade, à herança e à plena liberdade de produzir, de comprar, de vender;
c) Representação política, divisão dos poderes, descentralização administrativa, soberania popular entre outras formas de participação do maior número possível de cidadãos na estrutura administrativa do Estado.
Busca da democracia e liberdade política, mesmo sem se conceber no início representatividade popular.
*
*
*
No início do governo de D. Pedro I, houve luta contra o absolutismo e a favor da descentralização político-administrativa.
Reivindicações não vitoriosas no primeiro momento. Mas alertaram para a necessidade de construção de um arcabouço jurídico do recente país independente, o que se deu em 2 frentes: a) reestruturação do ordenamento jurídico e elaboração de uma Constituição do Império; b) implantação de cursos jurídicos no país que fossem capazes de formar o jovem para a atuação jurídica e política na sociedade.
*
*
*
Assim, antes mesmo da proclamação da Independência, iniciaram-se: a) estudos e projetos para instalação de cursos de Ciências Jurídicas e Sociais no país; b) preparação para construção de outro ordenamento jurídico com revisão das Ordenações Filipinas e convocação de Assembléia Constituinte.
A Constituição de 1823 e a Carta Constitucional de 1824
Convocação da Constituinte: 03.06.1822. medida contra o processo de recolonização das Cortes Portuguesas (eleitos 100 deputados).
*
*
*
Direito de voto para a Constituinte: todo cidadão, casado ou solteiro, sendo emancipado e tendo mais de 20 anos.
Principal redator: Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado.
Documento inteligente e moderno, inspirado no Iluminismo (aspectos democráticos e de liberdades burguesas – respeito à soberania Nacional e ao liberalismo econômico).
Propostas do projeto de Constituição de 1823:
*
*
*
Restrição na participação de estrangeiros na vida política nacional (portugueses);
Tendência classista na discriminação dos poderes políticos;
Condicionantes ao voto baseado na renda (farinha de mandioca);
Valorização da representação nacional (Câmara);
Sujeição das forças armadas ao Parlamento e não ao Imperador.
Falta de entendimento da Assembléia e esvaziamento dos poderes do imperador contribuiu para que este a destituição da mesma.
*
*
*
Constituiu comissão para fazer outra Constituição (40 dias), que foi encaminhada aos municípios para sugestões.
25.03.1824 (Constituição outorgada, sem participação popular). Inovações jurídicas:
Institucionalização da monarquia parlamentar ou monarquia constitucional;
Exacerbado individualismo econômico (participação desta elite no governo);
Centralização do governo (Poder Moderador – imperador não sujeito a responsabilidade alguma);
*
*
*
d) Participação popular restrita, com voto censitário (homens livres com renda superior a cem mil réis);
e) Constituição de um Judiciário dependente (no orçamento, ao Legislativo; no exercício das atividades, ao Moderador);
f) Direitos e garantias individuais, conforme Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 (ex.: “certa liberdade de religião”).
Na Constituição de 1824, não há menção a escravos. O Estado permanece escravocrata e latifundiário.
Há regulação da situação dos cidadãos passivos. São os que não podem votar nem são votados.
*
*
*
Os cidadãos passivos tiveram seus direitos básicos garantidos na Constituição: direitos civis de liberdade, propriedade, segurança de suas vidas e de seus bens (exigências liberais).
A Constituição de 1824 estabeleceu um rol de direitos individuais (o que havia de moderno à época) e adotou a separação dos poderes, que acrescentou o Moderador aos 3 clássicos.
Além da Constituição, eram necessários códigos.
*
*
*
PRINCIPAIS CODIFICAÇÕES: Código Criminal, Código Comercial e projetos de Código Civil
Necessidade de regulação dos aspectos da vida nacional.
Primeira medida: manter as leis portuguesas, a fim de evitar brecha legislativa.
Primeiro código foi o Criminal (1830), avançado para a época. Foi o primeiro Código Penal da América Latina e vigorou até 1890.
*
*
*
A Constituição, no art. 179, definia as diretrizes e regras gerais para as regras criminais no país: inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros (base o princípio da legalidade), recrutamento do exército estabelecimento de prioridade do uso de punição que estabelecia que ninguém será sentenciado senão pela autoridade competente, por lei anterior e conforme regulado.
Tratava o Código dos crimes e penas. Dividia-se em: I – definia os crimes de forma abstrata, os crimes justificáveis, o criminoso, as circunstâncias agravantes e atenuantes, etc; II – definia as penas.
*
*
*
O Código Criminal apresentava vertente liberal, alterando o rígido sistema que imperava (autor do projeto: Bernardo Pereira de Vasconcelos).
Porém, não foi suficiente para promover a igualdade, pois não regulavam os direitos criminais de negros e índios.
Principais pontos do Código Criminal:
Estabeleceu que não há crime ou delito sem lei que o qualifique;
*
*
*
b) Maioridade penal aos 14 anos;
c) Criação do “crime justificável” (cometido para evitar mal maior, o que afastava a punição). Ex.: castigo moderado dos pais sobre filhos, dos mestres sobre discípulos, dos senhores sobre escravos, etc;
d) O criminoso responderia na justa medida pelo crime praticado, calculado, em caso de dúvida, em favor do ofendido;
e) Manutenção da pena de morte para infrações mais graves, prevendo a graça do Poder Moderador, com a conversão em prisão perpétua;
f) Outras penas: galés, prisão com trabalhos, prisão simples, multas, privação de direitos políticos, etc;
*
*
*
g) Imprescritibilidade das penas (alterada pelo CPP dois anos depois);
h) Crimes específicos contra a Sociedade ou o Império (Ex.: tomar armas sob bandeira inimiga, tentar destruir a Constituição o a forma de governo,
etc.).
Apesar da tendência mais liberal do código, sua aplicação era competência do Conselho de Jurados (Tribunal do Júri), composto pelas oligarquias (moralidade e atitudes conservadoras).
Código de Processo Criminal (29.11.1832):
*
*
*
Principais características:
Novos papéis para os municípios que foram habilitados a exercer atividades judiciárias e policiais;
Distinção entre crimes públicos (ação penal do promotor e cidadãos) e crimes particulares (ofendidos);
Disposição sobre o processo em geral (provas, acareação, audiências, prescrição), bem como dois tipos de processo – sumário e ordinário;
Previsão do Conselho de Jurados, em 3 etapas: júri da acusação ou pronúncia (23 membros) e júri de sentença (12 jurados);
*
*
*
e) Inclusão no rol de direitos do habeas corpus prisão ou constrangimento em sua liberdade).
Disposição provisória acerca da administração da justiça civil (1832): maior celeridade – dispensa da conciliação, e possibilidade ao juiz de reperguntar as testemunhas ou realizar outras diligências.
Princípio da imediatidade e ampliação dos poderes do juiz na condução do processo.
*
*
*
CÓDIGO COMERCIAL (1850)
Feição liberal; um dos redatores: Irineu Evangelista de Sousa (Barão de Mauá).
Processo de modernização do Brasil.
Pontos do Código Comercial: conceito de comerciante, obrigações e prerrogativas, contratos e obrigações mercantis, contrato de compra e venda, embarcações, capitães, causas e conseqüências de quebra.
*
*
*
A sociedade e a burguesia da época, vinculada aos latifundiários, deu prioridade à regulamentação da vida econômica sobre a vida civil, o que fez com que as disposições do código fossem aplicadas no direito privado comum enquanto não surgissem leis específicas (advento do Código Civil de 1916).

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais