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PONTO 12 TRF2 Revisao 2017

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PROVA ORAL MAGISTRATURA FEDERAL – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
PONTO 12
Conteúdo
CONSTITUCIONAL: Processo Legislativo. Iniciativa Legislativa. Comissões Permanentes e Temporárias. Poderes. Fiscalização Financeira e Orçamentária. Imunidades.	1
O PROCESSO LEGISLATIVO	1
FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA	9
DEPUTADOS E SENADORES	11
Prerrogativas	11
VEDAÇÕES OU INCOMPATIBILIDADES	14
PERDA DE MANDATO 	14
Congresso é quem cassa, decide STF ao condenar Cassol	15
REUNIÕES	16
COMISSÕES PARLAMENTARES	17
COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO – CPI	18
TRIBUTÁRIO: Tributos de Competência da União Federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.	20
ITributos de Competência da União Federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.	20
IMPOSTO DE RENDA	22
DOUTRINA	22
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI.	25
DOUTRINA	25
- Os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil. (STJ. Corte Especial. EREsp 1.403.532-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para o acórdão Min. Mauro Campbell Marques, Corte Especial, julgado em 14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info 574)	26
Princípio da não cumulatividade: 	26
ITR	27
DOUTRINA	27
JURISPRUDÊNCIA	28
ADMINISTRATIVO - Responsabilidade Civil do Estado. Contratual e Extra-contratual. Causas Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade. Teoria do risco administrativo. Fatos do Príncipe e de Administração. Extinção do contrato.	34
ADMINISTRATIVO – PONTO 12. Responsabilidade civil do Estado. Contratual e extracontratual. Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade. Teoria do risco administrativo. Fatos do príncipe e de Administração. Extinção do contrato.	34
Conceito e teorias	35
5.2. Evolução histórica no direito brasileiro	36
Responsabilidade por ação e por omissão. Elementos	37
5.4. Reparação do dano:	40
5.5. Ação regressiva e litisconsórcio	41
5.6. Responsabilidade do servidor (Lei 8.112/90)	43
5.7. Jurisprudência	43
PENAL: Ilicitude. Causas de exclusão da ilicitude: estado de necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito. Crimes na exploração e utilização de energia nuclear. Crimes contra a segurança nacional. Crimes relativos a minas terrestres antipessoal (Lei n° 10.300, de 31 de outubro de 2001). Crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.	46
PREVIDENCIÁRIO: Previdência social Rural e Previdência Social Privada. Regimes especiais. Regime previdenciário do servidor estatutário. Previdência complementar.	62
PREVIDÊNCIA SOCIAL RURAL	62
SISTEMAS PRIVADOS DE PREVIDÊNCIA	66
REGIMES ESPECIAIS	66
DA PREVIDÊNCIA ESPECIAL DOS MILITARES.	66
DA PREVIDÊNCIA ESPECIAL DOS CONGRESSISTAS.	66
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL	67
REGIME PREVIDENCIÁRIO DO SERVIDOR ESTATUTÁRIO.	67
INTRÓITO.	67
DA PREVIDÊNCIA DO SERVIDOR PÚBLICO. 	67
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR do servidor público	73
CIVIL: Contratos em Espécie. Compra e Venda. Permuta. Estimatório. Doação. Locação. Empréstimo. Prestação de Serviço. Empreitada. Depósito. Mandato.	75
Mais de trinta meses	86
Menos de trinta meses	86
8. Locação não residencial	86
9. Contrato de “shopping center”	87
- Ação de retomada: A retomada do imóvel locado dar-se-á sempre por ação de despejo (art.5º), de rito ordinário (arts.59 – 66), salvo no caso de desapropriação.	87
5. MÚTUO ONEROSO OU FENERATÍCIO	89
6.2.5. RESTITUIÇÃO 	89
COMERCIAL - Sistema Financeiro Nacional. Constituição. Competência de suas Entidades Integrantes. Instituições Financeiras Públicas e Privadas. Sistema Financeiro da Habitação.	96
Execução extrajudicial no SFH:o Decreto-Lei n° 70/66 estabelece o procedimento a ser adotado na execução extrajudicial dos contratos regidos pelo SFH, a qual é realizada pro um agente fiduciário, sendo necessária intervenção do Judiciário apenas para imissão na posse do adquirente do imóvel no leilão extrajudicial, caso haja resistência do antigo devedor em desocupar o bem.	101
INTERNACIONAL PÚBLICO: Imunidade de Jurisdição e de Execução do Estado e organizações internacionais.	102
INTERNACIONAL PRIVADO: A Arbitragem sob a ótica da jurisprudência dos tribunais superiores e da Lei de Arbitragem (lei n° 9.307, de 23.09.1996).	105
PROCESSO CIVIL - Dos Recursos. Disposições Gerais. Apelação. Agravo. Embargos de Declaração.	115
PROCESSO PENAL: Os recursos em geral. Apelação. Recurso em sentido estrito. Protesto por novo júri. Embargos. Carta testcmunhável. Reclamação. Recurso Especial. Recurso Extraordinário. Agravo em Execução Penal. Os processos nos Tribunais. Habeas corpus. Mandado de segurança em matéria penal. Revisão criminal.	136
IOs recursos em geral. 	138
DIREITO AMBIENTAL – Áreas de preservação permanente e unidades de conservação 	172
I.Áreas de preservação permanente 	172
OUTRAS NOVIDADES:	175
APP x RLF	175
II. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO:	176
2.1. Gestão do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.	176
2.2.3 Criação, Implantação e Gestão das Unidades de Conservação:	179
2.1.3.1. Normas Gerais:	179
● Criadas por ato do Poder Público. 	179
Para Paulo Bessa Antunes, a criação se dá por decreto, enquanto para Vladimir Passos de Freitas, por lei, decreto ou resolução. Frederico Amado entende que a criação ocorre por lei ou decreto.	179
2.1.3.2. Zonas de Amortecimento:	179
HUMANOS: A incorporação do direito internacional dos direitos humanos pelo ordenamento jurídico brasileiro. 	180
ECONÔMICO - Liberdade de iniciativa econômica. Limitações e condicionamentos. O liberalismo econômico e o Estado intervencionista.	182
Princípios Institucionais da Magistratura: Da magistratura de carreira. 	186
CONSTITUCIONAL: Processo Legislativo. Iniciativa Legislativa. Comissões Permanentes e Temporárias. Poderes. Fiscalização Financeira e Orçamentária. Imunidades.
			O PROCESSO LEGISLATIVO
	O termo processo legislativo, segundo Alexandre de Moraes, pode ser compreendido sob dois aspectos: o jurídico e o sociológico. JURIDICAMENTE pode ser considerado o conjunto ordenado de disposições que disciplinam o procedimento de produção de leis e atos normativos. SOCIOLOGICAMENTE, consiste no conjunto de fatores reais que impulsionam e direcionam os legisladores a exercitarem as suas tarefas.
	O processo legislativo, em âmbito federal, encontra-se regulado constitucionalmente nos artigos 59 e seguintes da Carta Magna, sendo que as suas normas básicas são de reprodução obrigatória nas constituições estaduais, segundo copiosa jurisprudência do STF. Em nível infraconstitucional, possui disciplina básica na LINDB e na lei exigida no art. 59, parágrafo único, da CF, qual seja, a Lei Complementar n.º 95/98 (que dispõe sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis).
	A inobservância de normas que disciplinam o processo legislativo poderá gerar a inconstitucionalidade formal do ato normativo produzido (não quanto às normas regimentais; aqui será mera questão interna corporis). Segundo jurisprudência do STF, em regra, os projetos de lei não podem ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade, exceto quando ofendam cláusula pétrea ou desrespeitem o devido processo legislativo (por meio de MS impetrado por parlamentar). Entendimento diverso implicaria tolher as discussões e deliberações do projeto de lei nas Casas Legislativas e, consequentemente, causaria interferência indevida de um Poder sobre o outro.
FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO
O processo legislativo possui três fases: fase introdutória, em que ocorre a iniciativa legislativa; fase constitutiva, formada pelas emendas, deliberação ou votação e a sanção ou veto; fase complementar, em que ocorrem a promulgação e a publicação.
Fases do procedimento:	
	Iniciativa
b. Discussão e votação
c. Sanção ou veto
d. Promulgação e Publicação
INICIATIVA LEGISLATIVA
Algumas autoridades e pessoas têm a iniciativa de produção
legislativa, mas algumas somente têm iniciativa para determinadas matérias determinadas pela CF.
A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe:
-a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional;
- ao Presidente da República; 
- ao Supremo Tribunal Federal; 
- aos Tribunais Superiores;
- ao Procurador-Geral da República;
- aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
I – INICIATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: (PELA SIMETRIA APLICA-SE AOS OUTROS CHEFES DO PODER EXECUTIVO)
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
OBS: não é necessário “lei” para criar empregos públicos na administração indireta. Basta fazer concurso e contratar.
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; 
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; (CONCORRENTE COM O PGR e DPG – vide art. 134, §4º)
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; OBS: Presidente pode, por decreto, (re)arrumar a administração pública federal na forma como preferir, mas não pode criar ou extinguir órgãos públicos (precisa de lei!).
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
A iniciativa privativa do PR obedece a 03 regras:
1. Apreciação inicial da câmara
2. O legislativo não poderá apresentar emendas que importem no aumento das despesas previstas
3. Emendas: pertinência temática (também cabe emenda em MP)
II – INICIATIVA do STF: Lei Orgânica da Magistratura Nacional (artigo 93) e subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
III – INICIATIVA do STF, tribunais superiores e TJ:
OBS: Cabe ao STJ propor a criação de um novo TRF ou mesmo propor a alteração do n° de desembargadores de um TRF (exemplo: lei 9968/00). Por outro lado, os tribunais cuja composição é delimitada pela própria CF, só podem ter suas características alteradas por meio de Emenda Constitucional.
	1. Alteração do número de membros
	2. Criação e extinção de cargos
	3. Fixação de seus subsídios
	4. Organização judiciária
IV – INICIATIVA POPULAR (artigo 61, § 2º): [OBS: nos Municípios, a iniciativa popular se dá por meio de 5% do eleitorado.]
	1. 1% do eleitorado Nacional
	2. 5 Estados, no mínimo
	3. 0,3% dos eleitores de cada Estado, no mínimo.
As constituições estaduais devem prever a iniciativa popular em âmbito estadual, como disposto no artigo 27. No caso de iniciativa de lei municipal o percentual do eleitorado é de 5%.
A doutrina majoritária entende que não cabe a iniciativa popular para a proposta de emenda. Entretanto há doutrina dizendo que pode (JOSÉ AFONSO DA SILVA), porque é contrassenso não permitir ao titular do poder a possibilidade de emendar a CF.
Jurisprudência sobre “vício de iniciativa”:
A usurpação de iniciativa gera inconstitucionalidade formal do projeto de lei, sendo insanável, mesmo que a iniciativa seja do Presidente da República e ele sancione a lei. Neste sentido, ADIn nº 1.391-2/SP. Desta forma, a Súmula nº 5 do STF (“A sanção do projeto supre a falta de iniciativa do Poder Executivo”) foi superada pelo seu próprio entendimento.
O STF tem entendimento de que, no plano federal, não há vício de iniciativa nas PEC’s deflagradas pela Câmara ou pelo Senado que tratem das matérias descritas no art. 61, §1º, CF. Isso porque esse dispositivo garantiu iniciativa privativa ao Presidente da República para as leis que versem sobre esses assuntos, mas não para as emendas constitucionais (com base nisso, o STF reputou constitucional a EC 74/2013, de iniciativa parlamentar, que conferiu autonomia à DPU e à DPDF – Info 826).
De outro giro, a mesma Corte entende que essa reserva de matérias deve ser respeitada pelo Constituinte Derivado Decorrente, de modo que, no âmbito dos Estados, é inconstitucional a emenda de iniciativa parlamentar que trate de matérias sujeitas à iniciativa privativa do Chefe do Executivo. (Info 774).
EMENDAS A PROJETO DE LEI – É possível que haja emendas parlamentares em projetos de lei de iniciativa dos Poderes Executivo e Judiciário, desde que cumpram dois requisitos: a) guardem pertinência temática com a proposta original; b) não acarretem aumento de despesas.
Segundo o art. 63 da CF, não será admitida emenda parlamentar que importe em aumento da despesa: 1) prevista nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §§ 3.º e 4.º, da CF (matéria orçamentária) e 2) nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público. Também não pode haver emenda no caso de delegação imprópria, que ocorre quando a lei delegada é submetida à votação pelo Parlamento (art. 68, § 3º).
DELIBERAÇÃO OU VOTAÇÃO – A deliberação ou votação é geralmente precedida de estudos e pareceres de comissões técnicas (permanentes ou especiais). O art. 58, § 2.º, I, da CF, ainda permite às comissões, em razão da matéria de sua competência, votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa. Tal forma de votação é denominada de DELEGAÇÃO INTERNA CORPORIS por Manoel Gonçalves Ferreira Filho, isto é, delegação do plenário para a comissão.	
Os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, e dos cidadãos, bem como as medidas provisórias (inovação da E.C. n.º 32/01), terão início na Câmara dos Deputados (art. 61, § 2.º c/c art. 64, CF). O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar. Nesse caso, o projeto de lei somente pode ser reapresentado em outra sessão legislativa, salvo se estiver assinado pela maioria absoluta dos membros da casa legislativa. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República que, aquiescendo, o sancionará.
SANÇÃO OU VETO – A SANÇÃO é a aquiescência do Presidente da República aos termos de um projeto de lei aprovado pelo Parlamento, podendo ser EXPRESSA (o Presidente manifesta a sua concordância no prazo de até quinze dias úteis) ou TÁCITA (decorrido o prazo, o silêncio do Presidente da República importa em sanção, na forma do art. 66, § 3º, da CF). 
O VETO é a manifestação expressa irretratável de discordância do chefe do Poder Executivo com o conteúdo (parcial ou total) do projeto de lei aprovado pelo Legislativo. Pode ser jurídico (controle de constitucionalidade pelo Chefe do Executivo) ou político (existência ou não de interesse público). De acordo com a EC 76/2013, o veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. (art. 66, § 4.º, CF), não sendo mais realizado em escrutínio secreto. Esgotado esse prazo sem deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final (art. 66, § 6.º, CF). Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República (art. 66, § 5.º,
CF).Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º (SANÇÃO TÁCITA) e § 5º (DERRUBADA DE VETO), o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
Características do veto:
1. Expresso
2. Irretratável
3. Motivado
4. Supressivo – artigo 66, § 2º (em bloco)
5. Superável ou relativo – § 4º (pelo Congresso Nacional em Sessão conjunta e aberta, maioria absoluta)
6. Controle Jurisdicional – (não pode – discricionariedade e natureza dúplice)
O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea (art. 66, § 2.º, CF). Isso evita que o veto, por exemplo, de apenas uma palavra, altere substancialmente o sentido da norma legal. 
Os decretos legislativos e resoluções são dispensados de sanção ou veto, bem como as emendas à Constituição, que são promulgadas pela Mesa das duas Casas (CF, art. 60, §3º).
É possível o desrespeito à ordem cronológica para análise dos vetos, em situações excepcionais (MS 31816 AgR-MC/DF, 27/02/1013).
PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DA LEI – É o instrumento que declara a existência da lei e ordena sua execução. A promulgação é um ato legislativo de comunicação, aos destinatários da lei, de que esta foi criada com determinado conteúdo, que passará, a partir desse momento, a gerar efeitos. Desta forma, a lei nasce com a sanção ou com a rejeição do veto, mas seus efeitos somente se produzem a partir da promulgação (esse é o entendimento amplamente majoritário, embora haja quem afirme ser a promulgação o ato que transforma o projeto em lei). Em regra, é o Presidente da República quem promulga a lei. Não sendo por ele promulgada dentro de 48 (quarenta e oito) horas, se for o caso de sanção tácita ou rejeição de veto, o Presidente do Senado Federal a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, o Vice-Presidente do Senado irá fazê-lo.
A PUBLICAÇÃO é o mecanismo pelo qual se transmite a promulgação da lei (declaração solene de sua existência e de seu conteúdo) aos seus destinatários. Com a publicação no Diário Oficial, presume-se de conhecimento público a existência e o conteúdo da lei e, por conseqüência, seu cumprimento obrigatório. A publicação é condição para a lei entrar em vigor e tornar-se eficaz, mas a produção de efeitos propriamente dita só ocorre após ultrapassado o período de “vacatio legis”, quando se inicia a VIGÊNCIA da lei.
Ressalte-se que algumas leis, mesmo após iniciada sua vigência, não produzem efeitos em sua completude por expressa determinação constitucional. Ex: arts. 16 e 150, III, “b” e “c”, da CF.
PROCEDIMENTO LEGISLATIVO SUMÁRIO está previsto no §1º do artigo 64, CF. Vai ocorrer diante de REQUISIÇÃO do Presidente, que solicitará a urgência. Somente é cabível nas hipóteses de iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo. Com a requisição, cada Casa Legislativa terá 45 dias para apreciação do projeto. Se vencido o prazo e não for apreciado o projeto, haverá trancamento de pauta, com paralisação de todas as deliberações legislativas. O prazo total para tramitação dos processos em caráter de urgência é de 100 dias, levando em conta que além dos 45 dias fixado para cada casa, ainda é estabelecido o prazo de 10 dias para apreciação de emendas, previsto no §3º do artigo 64.
Porém, tais prazos não correm nos períodos de recesso nem se aplicam aos projetos de código.
HIPÓTESES DE TRANCAMENTO DE PAUTA:
1) MEDIDA PROVISÓRIA (artigo 62, § 6º): a partir do 45° dia após a publicação da MP, para a apreciação da medida. O prazo de 45 dias aqui é comum para ambas as casas legislativas. Vide abaixo que o trancamento se dá apenas em relação às demais proposições cujas matérias também pudessem ser tratadas por Medida Provisória (ou seja, os projetos que versem sobre os temas do art. 62, §1º - para os quais a edição de MP é proibida – podem continuar tramitando normalmente), conforme Informativo 870 do STF. Ademais, registre-se que o prazo não corre durante o período de recesso parlamentar.
2) URGÊNCIA PRESIDENCIAL (artigo 64, § 2º): prazo de 45 dias para Câmara e outro prazo de 45 dias para o Senado se manifestarem sobre a proposição que tramite em regime de urgência. O trancamento da pauta não se aplica às deliberações legislativas que tenham prazo constitucional determinado (ex: MP). Os prazos do §2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
3) VETO (artigo 66, § 6º): esgotado o prazo de 30 dias para apreciação do veto, será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. A apreciação é feita em sessão conjunta. Assim, a apreciação de veto acaba tendo precedência em relação às outras duas hipóteses de trancamento de pauta. Há quem entenda em sentido contrário. Contudo, é certo que a redação do §6º do artigo 66 foi dada pela EC 32/01, que alterou toda a sistemática das MP. Assim, caso fosse intenção da emenda priorizar a apreciação das MP nas hipóteses de trancamento de pauta, o teria feito expressamente, o que não ocorreu. 
PROCEDIMENTOS LEGISLATIVOS ESPECIAIS
	a. Emendas à constituição
	b. Leis Financeiras
	c. Leis Delegadas
	d. Medidas provisórias
	e. Leis Complementares	
ESPÉCIES LEGISLATIVAS:
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
				1) EMENDAS À CONSTITUIÇÃO1	Há autores que afirmam que o Poder Constituinte Derivado não é poder constituinte exatamente por estar a emenda à constituição submetida ao processo legislativo.
As propostas de emendas constitucionais são de iniciativa de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; do Presidente da República; ou de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (art. 60, I a III, CF). 
A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros, e será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60, §§ 2.º e 3.º, CF). Se a proposta de emenda for rejeitada ou havida por prejudicada, a sua matéria não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60, § 5.º, CF).
O poder de emendar a Constituição é atribuído a um dos poderes constituídos (Poder Legislativo) que, quando exerce esta função, passa a ser denominado de Poder Constituinte Derivado Reformador. Ele desempenha uma função de adequação do texto constitucional à realidade fática. A sua natureza é jurídica e encontra seu fundamento de realidade na própria Constituição. A reforma da CF pode ser por:
a. Emendas (art. 60)
b. Revisão Constitucional (art. 3º, ADCT)
As emendas sofrem limitações, já que são elementos normativos hierarquicamente inferiores à CF, são elas (artigo 60)
a. Circunstanciais
b. Formais
c. Materiais
	A) CIRCUNSTANCIAIS, a CF não poderá ser emendada na vigência de (por falta de harmonia):
	a. Intervenção Federal
b. Estado de Defesa
c. Estado de Sítio
	B) FORMAIS/PROCEDIMENTAIS
	a. iniciativa restrita (1/3 Dep/Sen; PR; +1/2 AL, com maioria relativa membros)
b. 2 turnos
c. 3/5 dos membros
d. de cada Casa do CN
	C) MATERIAIS
	a. Cláusulas Pétreas
b. vedações implícitas
As vedações de natureza material correspondem às cláusulas pétreas ou núcleo rígido da Constituição. São tão caras ao Estado Democrático de Direito que não serão sequer objeto de DELIBERAÇÃO propostas de EC tendentes a aboli-las2 A CF diz que não se pode aboli-las, o que
não que dizer que sejam cláusulas imutáveis. É possível modificar ou mesmo restringir institutos correlatos, desde que não se atinja o seu núcleo essencial.
. Caso isso ocorra, o próprio processo legislativo pode ser impugnado via mandado de segurança, no STF, por qualquer parlamentar.
Existem cláusulas pétreas explícitas e cláusulas pétreas implícitas:
• São EXPLÍCITAS (art. 60, § 4º):
a) a forma federativa de Estado; 
b) o voto direto, secreto, universal e periódico; 
c) a separação dos Poderes; 
d) os direitos e garantias individuais.
Segundo o entendimento do STF:
1- todo o art. 5º é cláusula pétrea, inclusive os tratados internacionais de direitos humanos incorporados na forma do art. 5º, §3º;
2- do art. 6º ao 17, só são cláusulas pétreas os princípios asseguradores da dimensão social, política e nacional; aqueles que são necessários à essência dessas dimensões, que garantem a existência dos mesmos. Só podem ser declarados diante do caso concreto. Ex.: já foi decidido que o princípio da proteção do trabalho é cláusula pétrea, art. 7º, I;
3- também são cláusulas pétreas outros princípios que decorram implicitamente do regime e dos princípios adotados pela constituição. É o que decorre do art. 5º, § 2º, da CF. Com fundamento nesse dispositivo é que o STF já declarou serem cláusulas pétreas os princípios e limitações ao direito de tributar, que são decorrentes da própria sistemática da CF. Esses princípios são direitos e garantias individuais e também cláusulas pétreas.
• São limites IMPLÍCITOS do poder de reforma aqueles que, embora não escritos, decorrem da própria sistemática constitucional. Costuma-se apontar os seguintes limites implícitos:
	A titularidade do poder;
	Os próprios limites explícitos já consagrados na CF, temporais, circunstanciais e materiais, como o art. 60, § 4° (vedação à dupla reforma);
	Impossibilidade de permissão da perpetuidade dos mandatos (sua temporariedade é assento do princípio republicano).
A E.C. n.º 45/04, atendendo às reivindicações de prestigiada doutrina, equiparou às emendas constitucionais os tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros (CF, art. 5º, § 3º). De acordo com o STF, os tratados internacionais sobre direitos humanos celebrados e incorporados ao nosso ordenamento jurídico em momento anterior à EC nº 45/04 ou que não tenham passado pelo procedimento semelhante ao das emendas à Constituição, terão natureza supralegal, ou seja, permanecerão acima das leis infraconstitucionais, mas abaixo da Constituição.
OBS: Limitação circunstancial é o mesmo limitação temporal?
- Segundo a lição de Alexandre de Moraes, não. Ambas não se confundem. As limitações temporais não foram consagradas pela CF e consistem na vedação, por determinado lapso de tempo, de alterabilidade das normas constitucionais. Havia previsão desse tipo de limitação na Constituição do Império de 1824, em seu art. 174. As circunstanciais dizem respeito a situações excepcionais que não autorizam modificação durante sua ocorrência. São elas: estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal.
				2) LEI COMPLEMENTAR E LEI ORDINÁRIA
Pode-se dizer que as matérias reguláveis por lei ordinária são determinadas em função daquelas da lei complementar, uma vez que deverão ser objeto de lei complementar as matérias que forem taxativamente previstas na Constituição Federal, enquanto todas as demais matérias poderão ser objeto de lei ordinária (campo material residual).
	
As leis complementares, para a sua elaboração, terão por procedimento o mesmo das leis ordinárias, com exceção do quorum de aprovação, que será, conforme o art. 69, da CF, por maioria absoluta. É bastante controversa no direito pátrio a existência de hierarquia entre as leis complementares e ordinárias. Defendem a existência de hierarquia: Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Pontes de Miranda, Geraldo Ataliba e outros. Contra: Celso Bastos, Michel Temer e outros. A orientação atual do STF é de não vislumbrar hierarquia entre lei ordinária e lei complementar, tratando-se de campos materiais distintos. Isso ficou claro no julgamento da COFINS, cuja decisão encontra-se abaixo (há vários outros precedentes). Não há hierarquia porque uma não é fundamento de validade da outra (LC não determina a forma nem o conteúdo de LO). Ambas retiram seu fundamento de validade da CF.
Se uma matéria de LO for tratada por LC, há duas posições: (a) LC é INCONSTITUCIONAL: os que defendem essa tese indicam que, em que pese o quórum qualificado de aprovação, há uma efetiva VIOLAÇÃO AO PROCESSO LEGISLATIVO; se a CF determinou as matérias que seriam tratadas por LO e LC, não pode o parlamento decidir de forma diversa. (b) LC é CONSTITUCIONAL (STF): o STF reconhece a constitucionalidade, mas ressalva que a sua natureza jurídica é de LO, o que tem como consequência que poderá ser modificada no futuro por LO (apenas formalmente é LC).
				3) LEI DELEGADA
A lei delegada, prevista no art. 59, IV, e 68 da Constituição, é uma exceção ao princípio da indelegabilidade de atribuições de um Poder para outro. A delegação é para o Presidente da República, e chama-se delegação externa corporis, porque é para fora do Poder Legislativo. A delegação se faz por meio de resolução do Congresso Nacional (art. 68, par. 2º), que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício,mediante solicitação do Chefe do Executivo ao Congresso Nacional. 
São INDELEGÁVEIS:
- os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional (leis e decretos legislativos) e de competência privativa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, 
- as leis sobre organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
- a legislação sobre nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais, 
- Legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamento. 
- Matérias reservadas à lei complementar. 
Se a resolução determinar, haverá apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, em votação única, caso em que são vedadas emendas (delegação imprópria). De qualquer modo, compete ao CN sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem dos limites da delegação legislativa (controle de constitucionalidade repressivo realizado pelo Legislativo).
				4) MEDIDAS PROVISÓRIAS
Apesar dos abusos efetivados com o decreto-lei, a prática demonstrou a necessidade de um ato normativo excepcional e célere, para situações de relevância e urgência. Pretendendo regularizar esta situação e buscando tornar possível e eficaz a prestação legislativa do Estado, o legislador constituinte de 1988 previu as chamadas medidas provisórias. A Emenda Constitucional nº 32 teve como finalidade diminuir a discricionariedade, prevendo uma série de limitações materiais, bem como a impossibilidade de reedições sucessivas.
Súmula Vinculante 54: “A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de 30 dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.”
Observação: o art. 2º da EC 32/2001 dispôs que as medidas provisórias editadas até aquela data (11/09/2001) permaneceriam em vigor até que medida provisória ulterior a revogasse expressamente ou até que fosse apreciada pelo Congresso Nacional.
A doutrina afirma que os Estados e Municípios podem editar medidas provisórias, desde que haja previsão na Constituição estadual e na Lei Orgânica.
O art. 62 da CF/88 determina que, em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. Uma vez editada, a MP permanecerá em vigor pelo prazo de 60 dias e será submetida, imediatamente, ao Poder Legislativo, para apreciação. A medida provisória
poderá excepcionalmente exceder o prazo constitucional de 60 dias, se for editada antes do recesso parlamentar. Por exemplo, uma medida provisória publicada em 14 de dezembro somente perderá sua vigência em 14 de março do ano seguinte, permanecendo em vigor por mais de 120 dias, em face da existência do recesso parlamentar de final de ano. Havendo, porém, convocação extraordinária, entendemos que o prazo constitucional das medidas provisórias não ficará suspenso durante os trabalhos legislativos, em face da nova redação do §8º, do art. 57, que determina sua inclusão automática na pauta de votação.
RELEVÂNCIA E URGÊNCIA
O STF pode declarar a inconstitucionalidade de uma MP por falta de relevância e urgência, apesar de inicialmente ter refutado essa possibilidade por tratar-se de mérito do legislativo. Atualmente, o STF analisa quando objetivamente o caso não é relevante e urgente. O STF entende que a MP deve ser objeto de controle, no tocante aos pressupostos constitucionais (relevância e urgência), pelo Executivo e pelo Legislativo. Apenas excepcionalmente, quando a inconstitucionalidade for flagrante e objetiva, pode o Judiciário analisar tais pressupostos.
NATUREZA JURÍDICA
Não é lei, é ato que tem força de lei. Não é lei porque não é ato nascido do Poder Legislativo. Porém, pode versar sobre qualquer matéria, com exceção de matérias entregues à lei complementar, a matéria penal e as demais indicadas no artigo 62, §1º. A doutrina também aponta como vedadas as matérias que não podem ser objeto de delegação legislativa3 cabe MP para matéria que está vedada à lei delegada? NÃO, nos termos do artigo 68, §1º. Se nem com a concordância do titular do poder pode ser feito, quanto mais sem essa autorização. Mas quase todas as matérias que estão tratadas aqui, já estão vedadas pelo artigo 62. EXCETO: DIREITOS INDIVIDUAIS.
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LIMITAÇÕES
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I – relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; (PENAL PODE QUANDO FOR PARA BENEFICIAR O RÉU – entendimento não pacífico; vide Estatuto do Desarmamento)
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; [§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62]
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
III – reservada a lei complementar; (e também à Lei Delegada, cujas matérias estão contidas nas vedações do inciso I, exceto no que diz respeito aos “direitos individuais”)
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 
No artigo 246 há outra vedação à MP, toda a matéria que foi objeto de emenda não pode ser regulada por medida provisória, isso é para proteger as EC 19 e 20. 
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos4 Como se deve interpretar essa menção a “impostos”? Há duas correntes:
1ª corrente (tese fazendária, encampada por Leandro Paulsen): a interpretação deve ser LITERAL, ou seja, somente para os impostos é que se deve contar a anterioridade a partir da conversão em lei. Para os outros tributos, a anterioridade continua a ser medida a partir da publicação da MP.
2ª corrente (Hugo de Brito Machado): interpretação extensiva. O termo “impostos” deve ser interpretado como “tributos”.
, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II (II, IE, IPI, IOF, IEG), só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
No caso do §2º, há uma MP que não produz efeitos imediatos, porque somente a lei de conversão (ao final do processo legislativo) produzirá efeitos jurídicos para o contribuinte. É o único caso que existe na CF. 
Essa nova “forma de contar” a anterioridade tributária também foi inovação trazida pela EC 32/2001, antes da qual, segundo o STF, a anterioridade era contada com base na data da “1ª edição” (época em que eram possíveis diversas reedições sucessivas).
4.3.4 EFICÁCIA E PROCEDIMENTO
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
ATENÇÃO: o dispositivo acima trata da chamada ULTRA-ATIVIDADE JURÍDICA das medidas provisórias, isto é, mesmo não mais existentes, as medidas provisórias continuam regulando as relações jurídicas constituídas sob sua égide, caso o CN não edite Decreto Legislativo para regulá-las no prazo de 60 dias de sua rejeição ou da perda da eficácia.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Em. Constitucional nº 32, de 2001)
Considerações sobre o bloqueio de pauta:
A respeito do referido bloqueio de pauta, o Ministro Celso de Mello, em decisão monocrática proferida no MS 27931, impetrado contra ato do Presidente da Câmara dos Deputados, entendeu como legítima a interpretação dada pelo Presidente daquela Casa, no sentido de que somente as matérias que podem ser veiculadas por medida provisória ficam sobrestadas, enquanto as demais, por estarem excluídas do objeto da MP, devem ter sua tramitação assegurada(O Ministro reconheceu ao Legislativo o chamado poder de agenda, que representa a prerrogativa institucional de permitir ao CN o poder de selecionar e de apreciar, de modo inteiramente autônomo, as matérias que considere revestidas de importância política, social, cultural, econômica e jurídica para a vida do País, o que ensejará – na visão e na perspectiva do Poder Legislativo (e não nas do Presidente da República) – a formulação e a concretização, pela instância parlamentar, de uma pauta temática própria, sem prejuízo do bloqueio procedimental a que se refere o § 6º do art. 62 da Constituição).
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
Sobre o parecer da comissão mista:
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
No julgamento da ADI 4.029, em 2012, o STF entendeu tratar-se de fase obrigatória no processo de conversão da medida provisória em lei ordinária. Porém, por razões de segurança jurídica, para manutenção dos diplomas legais já editados com esse vício de tramitação, modularam-se os efeitos da decisão, para dar eficácia ex nunc, prevalecendo hígidos os dispositivos anteriores aprovados com esse vício.
A análise da MP pela Comissão Mista é entendida como uma forma de controle de constitucionalidade repressivo realizado pelo Legislativo. (repressivo, porque a MP já produz efeitos desde a publicação)
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
A MP editada em uma sessão legislativa ordinária e rejeitada pode ser reapresentada em sessão legislativa extraordinária? O STF não se manifestou, mas ao que parece a CF quis proteger a reedição pelo ano.
Sobre as emendas parlamentares:
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
O Presidente editou a MP, que é convertida em lei. Irá a mesma para a sanção ou veto do Presidente? Se não houve nenhuma modificação, não precisa; se houve uma modificação do texto, deverá ser encaminhada para a apreciação do Presidente. As alterações que os parlamentares fizerem somente vão valer depois de aprovada a modificação pela lei de conversão, antes disso permanece a MP com o texto original.
Obs. 1: O parlamentar pode emendar a MP para incluir medida vedada para MP? SIM, mas irá valer somente depois da lei de conversão. O fundamento de vedação de matérias à MP é a segurança jurídica, mas durante a apreciação do processo legislativo pode ser acrescentada matéria que seja vedada à MP.
Obs. 2: É incompatível com a CF a apresentação de emendas parlamentares sem relação de pertinência temática com a MP submetida à apreciação. É o que o STF chamou de “contrabando legislativo” na ADI 5127/DF (Info 803). Naquela ocasião, apesar de decidir pela inconstitucionalidade das emendas parlamentares fruto de “contrabando”, o STF conferiu eficácia “ex nunc” à decisão, de modo que esse entendimento só deve valer para as MP’s convertidas em lei após a data do julgamento da ADI (15/10/2015).
A MP pode ser objeto de controle de constitucionalidade? SIM. Proposta a ADI contra a MP, deferida uma cautelar, o prazo de aprovação da MP fica suspenso. Na decisão final da ADI, se a MP é tida por inconstitucional, ela desaparece, não podendo continuar a tramitar. Se é tida por constitucional, o prazo recomeça a ser contado. Se não foi deferida a liminar, a MP continua até a sua conversão, assim a inicial da ADI deve ser emendada para incluir a lei de conversão. 
O vício da MP contamina a lei de conversão? SIM. 
Nas emendas dos parlamentares é possível emendar com matéria de iniciativa privativa do PR? NÃO.
Pode haver MP estadual? SIM, desde que prevista na CE e respeitada a simetria, haja vista a inexistência no texto da CF/88 de qualquer cláusula que implique restrição ou vedação ao poder autônomo dos Estados quanto ao uso de medidas provisórias. Ademais, o fato de que a EC 5/95 - ao alterar o §2º do art. 25 da CF, vedando a edição de medida provisória pelos Estados relativamente à exploração e concessão dos serviços locais de gás canalizado, implicitamente permitiu a adoção de medidas provisórias quanto às demais hipóteses.
Cabe a ADPF contra a MP? Em tese cabe. Mas a chance de ocorrer é praticamente nenhuma, porque a ADPF exige a comprovação da EFETIVA CONTROVÉRSIA JUDICIAL, ficando difícil a comprovação até a sua conversão. É mais provável que seja cabível em face da lei de conversão.
Quando o Presidente edita a MP não pode retirá-la? NÃO, pode até editar outra, mas não pode retirar a que foi editada.
				5) DECRETO LEGISLATIVO
Em geral, cabível nas hipóteses de matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49) e de efeitos externos. São eles os que referendam atos do Presidente da República, aprovam os que dependem de sua prévia autorização e que apreciam contas do Presidente da República. Quanto ao seu processo legislativo, há hipóteses em que a deflagração do processo formativo depende do Presidente da República, e em outras depende da iniciativa de membro ou comissão do Congresso Nacional. A discussão se passa no Congresso Nacional. A aprovação se dá por maioria simples (art. 47). Sendo de competência exclusiva do Congresso Nacional, não há sanção. A promulgação é feita pelo Presidente do Senado Federal, que o manda publicar.
				6) RESOLUÇÕES
Resoluções são os atos de competência privativa do Congresso Nacional, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, geralmente com efeitos internos, utilizados para as competências previstas na Constituição (artigos 51 e 52) e nos respectivos regimentos internos. A Constituição prevê outros casos: delegação ao Presidente da República (art. 68, § 2º), fixação de alíquotas de ICMS pelo Senado (art. 155, §2º, IV e V). 
	Segundo Celso Bastos, “a promulgação é feita pela Mesa da Casa Legislativa que as expedir”. Quando se tratar de resolução do Congresso Nacional, a promulgação é feita pela Mesa do Senado Federal.
	
				4.1 HIERARQUIA
A EC é hierarquicamente superior às demais espécies legislativas. 
Em regra, as matérias serão tratadas por lei ordinária. Somente serão reguladas por LC quando a CF expressamente o disser. O campo da LC está demarcado na CF, não restando dúvida sobre a matéria que será tratada por lei complementar. STF e STJ dizem que não existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, pois ambas possuem campos materiais distintos estabelecidos pela Constituição. Ambas retiram seu fundamento de validade da Constituição Federal.
Sendo assim, uma LC pode tratar de matéria de LO? Sim. A LC pode tratar de matéria residual (LO) sem ser invalidada, por questão de economia legislativa. No entanto, esta lei formalmente complementar será materialmente uma lei ordinária, o que significa que ela poderá ser revogada por outra lei ordinária.
Pode, ao contrário, uma LO tratar de matéria de LC? Não, nenhum outro ato normativo pode tratar de matéria de LC (nem mesmo medida provisória ou tratado internacional). No caso, a LO não cumpre os requisitos formais do processo legislativo, porque essa matéria deveria ser aprovada por MAIORIA ABSOLUTA e não por maioria simples.
Destaque-se apenas que algumas leis ordinárias, anteriores à CF/88, foram por ela recepcionadas com status de lei complementar, nas matérias em que a Constituição atual exige LC, mas a Constituição vigente à época não fazia essa exigência (exemplo: CTN, nas matérias em que a CF exige lei complementar).
			FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
	O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.
O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
A Constituição Federal disciplina, nos artigos 70 a 75, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, com auxílio do Tribunal de Contas da União e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Determina, no último dispositivo, que essas normas se aplicam, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. 
Da análise dos referidos dispositivos, é possível enxergar a fiscalização contábil, financeira e orçamentária sob três ângulos:
1. QUANTO À ATIVIDADE CONTROLADA, a fiscalização abrange a contábil, a financeira, a orçamentária, a operacional e a patrimonial, o que permite a verificação da contabilidade, das receitas e despesas, da execução do orçamento, dos resultados, dos acréscimos e das diminuições patrimoniais;
2. QUANTO AOS ASPECTOS: abrange o controle de legalidade dos atos; de legitimidade (exame de mérito a fim de verificar se, além de legal, a despesa é legítima, tal como a atender a ordem de prioridade estabelecida no plano plurianual); economicidade (a Administração Pública deve prezar pelo melhor custo-benefício na realização das despesas); fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos; cumprimento de programas e metas.
3. QUANTO ÀS PESSOAS CONTROLADAS: abrange União, Estados, Municípios, Distrito Federal e entidades da Administração Direta e Indireta, bem como qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
	Maioria da doutrina afirma que se trata de uma função típica do Poder Legislativo.
Lucas Rocha Furtado entende que não se reconhece às decisões do TCU natureza judicial, pois não integra o Poder Judiciário e pelo fato de que as decisões proferidas pelos Tribunais de Contas se regem por normas de Direito Administrativo e Constitucional, e não Processual. Não se pode deixar de reconhecer, ainda, que as decisões dos Tribunais de Contas não são imutáveis, não gerando coisa julgada, visto que podem ser desconstituídas pelo Poder Judiciário. O Ministro Sepúlveda Pertence no MS 24544 chegou a reconhecer que as decisões dos Tribunais de Contas, não obstante tenham natureza administrativa, estão em patamar superior aos meros atos administrativos, possuindo o que denominou de “colorido quase jurisdicional”.
	
Essa informação não conflita com a Súmula nº 347 – STF (“O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público”), visto que o Legislativo também pode realizar controle de constitucionalidade.
ATRIBUIÇÕES: 
	Opinativa ou consultiva: elaboração de parecer prévio às contas anuais do Presidente da República (art. 71, I, CF); responder à consulta formulada por autoridade competente sobre matérias de sua competência (Lei orgânica do TCU, art. 1, XVII); prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas (art. 71, VII, CF).
	Fiscalizadora (art. 71, IV, V, VI e XI CF): realizar, por iniciativa própria ou do Legislativo, ou de comissão técnica ou inquérito, auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nos órgãos e entes do Poder Público; fiscalizar contas nacionais de empresas supranacionais que tenha capital da União; fiscalizar os recursos repassados por meio de convênio; acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União e da adm. Indireta, mediante inspeção e auditoria ou por meio de demonstrativos próprios; efetuar o cálculo das quotas dos fundos de participação (art. 161 CF); decidir sobre denúncia em matéria de licitação e contratos administrativos; acompanhar a evolução patrimonial dos agentes públicos (Lei 8.730/93); acompanhar o cumprimento da LRF; regulamentar e fiscalizar a divisão dos recursos da CIDE; representar ao poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
O STF reconheceu ao TCU poder cautelar para prevenir lesão futura ao erário, como decorrência da teoria dos poderes implícitos: TCU pode expedir medida cautelar para prevenir lesão futura ao erário: O Tribunal de Contas da União e os Tribunais de Contas estaduais têm legitimidade para expedir medidas cautelares para prevenir lesão futura ao erário. O entendimento, por maioria de votos, é do Supremo Tribunal Federal. Uma dessas medidas é a indisponibilidade de bens por prazo não superior a um ano, consoante art. 44, §2º, da Lei Orgânica do TCU (Lei nº 8.443/92). A Corte entendeu que, se o TCU e TCEs estão incumbidos de zelar pela fiscalização e interesse público, podem sim prevenir lesões futuras. Foi a primeira vez que o TCU garantiu o direito de adotar medida cautelar para preservar resultado final de seu julgamento. Assim, o entendimento do artigo 71 da Constituição Federal foi ampliado pelos ministros. (O Des. Marcus Abraham publicou um artigo sobre isso no Jota.info, intitulado “Os tribunais de contas e o poder cautelar de indisponibilidade de bens”).
Art.74,§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Essa denúncia pode ser anônima? O STF, MS 24.405, já decidiu que TCU não pode manter o sigilo do autor da denúncia, o denunciado tem direito de saber quem é o denunciante, é inconstitucional o sigilo do autor da denúncia.
E nos casos em que o TCU não sabe quem denunciou, pode o TCU apurar a denúncia anônima? O STF não enfrentou essa questão; até hoje tem se entendido que se as denúncias anônimas tiverem um mínimo de razoabilidade devem ser apuradas pelas autoridades. 
Quanto à matéria constitucional, apesar de ser em caráter incidental, o pleno do STJ manifestou-se pela possibilidade de apuração pelo TCU com base em denúncia anônima.
	De Julgamento de Contas: julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público (art. 71, II, CF). Observação: As empresas públicas e as sociedades de economia mista, entidades integrantes da Administração Indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante seus bens estarem sujeitos ao regime de direito privado e a aplicação do regime celetista aos seus funcionários" 
( MS 26117/DF- Distrito Federal).
	De Registro: aprecia a legalidade da admissão de pessoal da Adm. Direta e Indireta, salvo cargo em comissão. Aprecia a concessão de aposentadoria, reformas e pensões, salvo melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório (art. 71, III, CF).
Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão (salvo quando decorre mais de cinco anos entre a data de ingresso do processo administrativo no Tribunal de Contas da União e a efetiva apreciação do registro de aposentadoria. Essa relativização do teor da SV 03 atende aos princípios da boa-fé e da confiança legítima.) (...) MS 27.682 AgR, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, julgamento em 17.4.2012, DJe de 15.6.2012)
	Sancionadora: Aplica multa em caso de ilegalidade de despesa; declara a inabilitação (05 a 08 anos) para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança em casos graves; declara a inidoneidade do licitante por até cinco anos (artigo 71, VIII, CF).
	Corretiva: (IMPORTANTE) – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; sustar, se não atendido, a execução do ATO impugnado, comunicando a decisão à câmara dos deputados e ao senado federal (art. 71, IX e X, CF); pode, ainda, adotar todas as medidas necessárias à correção das irregularidades em CONTRATOS, caso o Congresso ou o Executivo não o façam no prazo de 90 dias, inclusive determinando a anulação da avença (art. 71, §§ 1º e 2º, CF).
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
§1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
As sanções do TCU podem gerar sanções de natureza civil e administrativa (ex: declaração de inidoneidade, multa). Todavia, mesmo que o agente tenha praticado falta funcional, na forma da Lei n. 8.112, o TCU não tem o condão de impor sanção disciplinar.
PROCESSOS DE CONTAS: Modalidades de Contas: 
1) contas anuais (ordinárias): 
		contas de governo: previstas nos arts. 49, IX e 71, I da CF. TCU elabora parecer prévio, cabendo ao CN julgar as contas. Leva em conta aspectos gerais relacionados à execução dos orçamentos públicos federais, notadamente a compatibilidade com a LRF. Verifica aspectos macroeconômicos. 
		contas de gestão: definidas no art. 71, II da CF. Devem expressar a legalidade, legitimidade e a economicidade dos atos administrativos que compreendem a gestão do administrador (Lucas Rocha Furtado. Curso de Direito Administrativo). Verificam-se os atos dos ordenadores de despesas das diversas unidades administrativas.
Observação importante (Info 834 STF, agosto/2016):
Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas de Prefeito, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores. STF. Plenário. RE 848826/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834). 
Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. STF. Plenário. RE 729744/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834).
2) contas especiais: decorre da omissão em prestar contas, não comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União, desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, de que resulte dano ao erário.
STF, Info 408: O Tribunal de Contas da União, por força do disposto no art. 71, II, da CF, tem competência para proceder à tomada de contas especial de administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das entidades integrantes da administração indireta, não importando se prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica.
JULGAMENTO DAS CONTAS: As contas podem ser julgadas das seguintes formas: a) regulares: exatidão contábil e de acordo com a legalidade e economicidade dos atos de gestão; b) regulares com ressalvas: quando evidenciarem impropriedade ou falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário; determina-se a correção das irregularidades como forma de prevenir futuras falhas c) irregulares. Tribunal condena ao pagamento da dívida, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora devidos, podendo, ainda, aplicar multa. A decisão é título executivo extrajudicial.
IMPORTANTE: O STF tem posicionamento no sentido de que o Tribunal de Contas ou o Ministério Público que nele atua não tem legitimidade para executar suas decisões: Somente o ente da Administração Pública prejudicado, por meio de sua advocacia pública, possui legitimidade para executar títulos executivos extrajudiciais cujos débitos hajam sido imputados por Cortes de Contas no desempenho de seu mister constitucional. 2. Agravo regimental não provido.
(RE 525663 AgR, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 30/08/2011, DJe-196 DIVULG 11-10-2011 PUBLIC 13-10-2011 EMENT VOL-02606-02 PP-00197).
MS 27339/DF: MP DO TRIBUNAL DE CONTAS - O Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas estaduais não dispõe de fisionomia institucional própria e, não obstante as expressivas garantias de ordem subjetiva concedidas aos seus Procuradores pela própria Constituição da República (art. 130), encontra-se consolidado na "intimidade estrutural" dessas Cortes de Contas (RTJ 176/540-541), que se acham investidas - até mesmo em função do poder de autogoverno que lhes confere a Carta Política (CF, art. 75) - da prerrogativa de fazer instaurar, quanto ao Ministério Público especial, o processo legislativo concernente à sua organização.
STF: O Ministério Público especial junto aos Tribunais de Contas estaduais não dispõe das garantias institucionais pertinentes ao Ministério Público comum dos Estados-membros, notadamente daquelas prerrogativas que concernem à autonomia administrativa e financeira dessa Instituição, ao processo de escolha, nomeação e destituição de seu titular e ao poder de iniciativa dos projetos de lei relativos à sua organização. Precedentes.
Observação importante:
O entendimento tradicional sempre foi no sentido de
que o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas não pertence ao Ministério Público, integrando a estrutura institucional do Tribunal de Contas.
Porém, em agosto de 2017, a 2ª Turma do STJ (RMS 52.741) entendeu que o Ministério Público de Contas tem legitimidade para atuar fora do Tribunal de Contas em defesa de suas prerrogativas. No caso em análise, o MP de contas de Goiás impetrou MS contra ato presidente do TCE, dos demais conselheiros e do auditor substituto que determinou o arquivamento de representação promovida para apurar supostas irregularidades na licitação da nova sede administrativa do Tribunal.
			
	DEPUTADOS E SENADORES
ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS: É o regime jurídico administrativo e processual aplicável aos Deputados e Senadores.
			Prerrogativas
As prerrogativas referem-se ao cargo de parlamentar (ratione muneris) e não à pessoa que o ocupa. Por isso, são irrenunciáveis (STF, RTJ 155/399). O seu fundamento maior é a necessidade de independência e autonomia do parlamentar. São comumente classificadas da seguinte forma: imunidade material, imunidade processual, privilégio de foro, isenção do serviço militar e limitação ao dever de testemunhar.
Súmula n.º 245 do STF: “A imunidade parlamentar (processual) não se estende ao co-réu sem essa prerrogativa.”
OBS. Tem prevalecido que a natureza jurídica da imunidade material é de causa de exclusão da tipicidade, impedindo até mesmo a instauração de inquérito ou qualquer outro ato de persecução. Portanto, se o fato é atípico, não há possibilidade de coautoria, pois não há infração penal. Assim, a súmula 245 diz respeito à imunidade processual, não material.
Súmula n.º 704 do STF: “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”.
IMUNIDADE MATERIAL ou INVIOLABILIDADE PARLAMENTAR
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
A imunidade material implica a subtração da responsabilidade penal e civil do parlamentar, por suas opiniões, palavras e votos, pois se trata de cláusula de irresponsabilidade geral do Direito Constitucional material. 
O STF tem acentuado que protege o parlamentar em todas as suas manifestações que guardem relação com o exercício do mandato (que guardem conexão com o desempenho da função legislativa ou tenham sido proferidas em razão dela), ainda que produzidas fora do recinto da própria Casa Legislativa, ou, com maior razão, quando exteriorizadas no âmbito do Congresso Nacional. Vê-se, assim, que a incidência desta imunidade relaciona-se com o exercício do mandato, independentemente de onde tenha sido feito o pronunciamento.
Frise-se que a imunidade parlamentar material também estende o seu manto protetor (1) às entrevistas jornalísticas, (2) à transmissão, para a imprensa, do conteúdo de pronunciamentos ou de relatórios produzidos nas Casas Legislativas (RTJ 172/400-401, Rel. Min. ILMAR GALVÃO) e (3) às declarações feitas aos meios de comunicação social (RTJ 187/985, Rel. Min. NELSON JOBIM).
Para que as afirmações feitas pelo parlamentar possam ser relacionadas ao exercício do mandato, devem revelar teor minimamente político, referido a fatos que estejam sob debate público, sob investigação em CPI ou em órgãos de persecução penal ou, ainda, sobre qualquer tema que seja de interesse de setores da sociedade, do eleitorado, de organizações ou quaisquer grupos representados no parlamento ou com pretensão à representação democrática.
DENTRO DO RECINTO: em princípio, trata-se de imunidade absoluta, salvo falta de decoro parlamentar. Dentro do Parlamento, a imunidade abrange qualquer manifestação do parlamentar, mesmo que se trate de aspectos privados, particulares. Fica sujeito, contudo à punição da própria Casa Legislativa. Há, no entanto, julgado recente no qual o STF relativizou essa posição. No caso, o deputado Jair Bolsonaro ofendeu a deputada Maria do Rosário na Casa, mas em entrevista para veículos de comunicação de grande circulação. Nesta situação, o STF entendeu que a imunidade material não pode ser absoluta (Inq. 3932/DF, Rel. Min. Luiz Fux: O fato de o parlamentar estar em seu gabinete no momento em que a concedera é meramente acidental, já que não foi ali que se tornaram públicas as ofensas, mas sim por meio da imprensa e da internet).
FORA DO RECINTO: tudo que tiver pertinência com a atividade parlamentar.
NATUREZA JURÍDICA DA IMUNIDADE MATERIAL:
Há, sobre o tema, 3 correntes:
1 – causa de exclusão da ilicitude. CRÍTICA: excludentes de ilicitude não obstam inquérito e ação penal, não se coadunando com a circunstância da imunidade material.
2 – causa de isenção de pena. CRÍTICA: casos de isenção de pena não obstam inquérito e ação penal, não se coadunando com a circunstância da imunidade material.
3 – causa de exclusão de tipicidade. Por ser fato atípico, impede a instauração de inquérito policial ou ação penal. É O ENTENDIMENTO QUE TEM PREVALECIDO NO STF(Inq 2.674, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 26‑11‑2009, Plenário, DJE de 26‑2‑2010.)
OBS: Quanto à ausência de responsabilidade civil, não obstante o STF já houvesse firmado o entendimento de que estava abarcada pela inviolabilidade prevista no art. 53, foi incluída explicitamente por meio da E.C. n.º 35/01
IRRETROATIVIDADE DA IMUNIDADE PARLAMENTAR: Não se pode aplicar, retroativamente, a cláusula da imunidade parlamentar em sentido material, estendendo-a a atos praticados antes da investidura do denunciado no ofício legislativo, salientando que o objetivo da imunidade é garantir o livre exercício do mandato e não proteger quem não é parlamentar (STF, INQ-1024).
SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DAS IMUNIDADES EM CASO DE LICENCIAMENTO: com o cancelamento da Súmula 4, STF, firmou-se o entendimento no sentido de que o congressista afastado do cargo perde o direito à imunidade parlamentar e, via de conseqüência, há o término da suspensão da prescrição. INQ 725-RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 8.5.2002.(INQ-725). TAL ENTENDIMENTO NÃO SE APLICA À PRERROGATIVA DE FORO: (Inq 777-3-QO/TO, rel. min. Moreira Alves, DJ de 1º-10-1993)
IMUNIDADE PROCESSUAL OU FORMAL
Dividem-se em:
- imunidade em relação à prisão;
- imunidade em relação ao processo.
Incidem sobre qualquer infração penal (Crime e contravenção); porém não se aplicam aos processos de natureza civil, administrativa ou disciplinar. 
1 – DIREITO DE NÃO SER PRESO (art. 53, §2º, CF):DESDE A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA
		Imunidade à prisão preventiva e temporária (freedom from arrest):
Congressistas se encontram em estado de relativa incoercibilidade pessoal.
		Estão sujeitos à prisão em flagrante por crime inafiançáveis:
Cumpridas as formalidades e lavrado o auto de prisão, a autoridade policial deve encaminhar o auto à Câmara ou Senado, em 24 horas, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.OBS: É uma decisão política (o juiz quando examina o flagrante dá uma decisão jurídica), mas o CN examina se politicamente é adequado e se há o preenchimento das condições de prisão. O STF já decidiu que em situações excepcionais pode ser afastada essa prerrogativa (nos casos em que os demais membros da casa legislativa também estejam implicados na mesma investigação, como ocorreu na Operação Dominó em relação aos membros da Assembleia Legislativa de Rondônia).
E se o crime for afiançável? É possível a intervenção para cessar a prática delituosa, porém NÃO SE PODE LAVRAR o auto de prisão em flagrante.
		Outros desdobramentos:
Impossibilidade de prisão civil por dívida alimentícia; impossibilidade de ser conduzido para depor. 
1.4. Vale lembrar que os Parlamentares não têm imunidade formal quanto à prisão decorrente de condenação definitiva. “O§ 2º do art. 53 da CF/88 veda apenas a prisão penal cautelar
(provisória) do parlamentar, ou seja, não proíbe a prisão decorrente da sentença transitada em julgado, como no caso de Deputado Federal condenado definitivamente pelo STF.” STF. Plenário. AP 396 QO/RO, AP 396 ED-ED/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 26/6/2013 (Info 712).A perda do mandato eletivo, contudo, depende de decisão da Casa Legislativa, nos termos do art. 55, VI, e seu § 2º, da Constituição.
ATENÇÃO: STJ: Imunidade parlamentar não se aplica para execução da pena após condenação em segundo grau. AgRg no EREsp 1.262.099 (26/10/2016). Em seu voto, o relator Min. Nefi Cordeiro disse: “Assim, imunidade formal não tem o condão de excluir a responsabilidade penal do parlamentar, decorrente de sentença penal condenatória, impedindo, apenas, a decretação de prisão cautelar.” (pende de decisão em recurso ainda esse acórdão)
PRISÃO DO SENADOR DELCÍDIO DO AMARAL (AC 4039 – 2ª Turma, Min. Teori Zavascki, 24/11/2015): Fundamentos: (a) garantia de natureza relativa – excepciona prisão em flagrante de crime inafiançável; (b) estado de flagrância do crime de organização criminosa (crime permanente – art. 2º, caput e § 2º, da Lei 12.850/2013); (c) inafiançabilidade decorrente do art. 324, IV, do CPP (presença dos motivos que autorizam a preventiva – art. 312); (d) necessidade de interpretação sistemática e teleológica do § 2º do art. 53; (e) gravidade da situação, atentatória à própria jurisdição do STF. 
2 – POSSIBILIDADE DE SUSTAÇÃO DO PROCESSO CRIMINAL POR DELIBERAÇÃO DA CASA LEGISLATIVA (art. 53, §§ 3º e 5º, CF):POR CRIME OCORRIDO APÓS A DIPLOMAÇÃO
	O STF recebe a denúncia contra o parlamentar e cientifica a Casa Legislativa.
	A Casa Legislativa:
- por iniciativa de qualquer partido político nela representado
- por voto da maioria dos membros (absoluta, portanto)
- pode sustar o andamento da ação penal 
- a sustação deve ocorrer antes da decisão final do STF
- o pedido de sustação deve ser apreciado em até 45 dias pela Mesa Diretora
- a sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato (art. 53, § 5º, CF): em caso de licença para assumir outro cargo, cessa a suspensão.
- com relação ao coautor, deve haver cisão do processo.
- EXTINTO O MANDATO: reinicia a fluência do prazo prescricional; possibilita o prosseguimento imediato do processo (Desnecessidade de nova manifestação da casa legislativa).
ATENÇÃO: o procedimento acima não se aplica a crimes cometidos antes da diplomação. 
ATENÇÃO: Não há mais necessidade de autorização prévia da respectiva Casa para ser iniciado o processo criminal, apenas do STF, como supervisor das investigações. Ademais, a Polícia Federal não está autorizada a abrir de ofício inquérito policial para apurar a conduta de parlamentares federais ou do próprio Presidente da República.
ATENÇÃO: A nova disciplina da imunidade formal, em face de sua natureza processual, tem aplicação imediata, permitindo aos tribunais o início da ação penal em relação a todas as infrações penais praticadas por parlamentares, inclusive em relação àquelas em que a licença - até então exigida - tivesse sido negada. Extinto o instituto da licença, e autorizada, portanto, a instauração ou prosseguimento da investigação ou da ação penal, a prescrição, que estava suspensa, volta a fluir.
3 – PRERROGATIVA DE FORO:
	Deputados e Senadores, desde a expedição do Diploma, devem ser julgados pelo STF, nas infrações penais comuns (inclusive crimes contra a vida, crimes eleitorais, contravenções, crimes de menor potencial ofensivo);
	E se o processo já estiver em curso quando da diplomação? Os autos são remetidos ao STF, considerando-se válidos os atos já praticados.
	E se o mandato se extinguir com o processo já em curso? Cessa o foro privilegiado e os autos retornam ao juízo comum.
	E se o mandato acabar quando já iniciado, mas não finalizado o julgamento pelo STF? Não desloca a competência (STF – inq. 2295/MG – 2009) e conclui-se o julgamento no STF.
	Há necessidade de autorização para instauração de inquérito policial contra parlamentar? Não há necessidade de autorização da Casa Legislativa, porém há necessidade de autorização do STF (Inq. 2411 QO/ MT – 24.10.07)
SUPLENTE DE SENADOR E PRERROGATIVA DE FORO: os suplentes não têm jus às prerrogativas inerentes ao cargo enquanto o titular estiver em exercício, possuindo, apenas, mera expectativa do direito de substituir, eventualmente, o Senador com o qual foram eleitos. Dessa forma, entendeu-se que a atração da competência do Supremo, de natureza intuitufuncionae, ocorre, desde a diplomação, unicamente em relação ao titular eleito para exercer o cargo, havendo, por isso, de se fazer uma interpretação restritiva do art. 53, § 1º, da CF. Precedente citado: ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006). Inq 2453 AgR/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 17.5.2007. (Inq-2453)
PARLAMENTAR PODE RENUNCIAR AO MANDATO PARA NÃO SER JULGADO NO STF?
Via de regra, sim, a renúncia ao mandato é ato legítimo. Destaca-se o disposto no § 4º do artigo 55: “A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º”. Porém, quando verificada evidente manobra para escapar de condenação, sobretudo em razão da proximidade do julgamento, o ato é ilegítimo. Assim já decidiu o STF:Renúncia de mandato: ato legítimo. Não se presta, porém, a ser utilizada como subterfúgio para desloca­mento de competências constitucionalmente definidas, que não podem ser objeto de escolha pessoal. Impossibilidade de ser aproveitada como expediente para impedir o julgamento em tempo à absolvição ou à condenação e, neste caso, à definição de penas. (AP 396, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 28‑10‑2010, Plenário, DJE de 28‑4‑2011.) Vide: AP 333, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 5‑12‑2007, Plenário, DJE de 11‑4‑2008.
IMPORTANTE: Recentemente, STJ e STF mudaram seus entendimentos sobre foro por prerrogativa de função em relação à improbidade administrativa. STJ disse que não se aplica o foro por prerrogativa de função às ações de improbidade:
(AgRg na Rcl 12514/MT, Rel. Min. Ari Pargendler, Corte Especial, julgado em 16/09/2013). 
(AI 786438 AgR, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 04/11/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-228 DIVULG 19-11-2014 PUBLIC 20-11-2014).
EXCEÇÃO:Ministros do STF e Presidente da República.
SIGILO DA FONTE e Limitação ao dever de testemunhar
Em princípio, os parlamentares têm o dever de testemunhar. Porém, o parlamentar não pode ser conduzido sob vara. Pelo princípio da independência e harmonia entre os Poderes, o juiz deve convidá-lo a prestar seu depoimento em dia e hora convenientes. Aliás, é o que preveem o art. 411, VI, do Código de Processo Civil e o 221 do Código de Processo Penal. Contudo, não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhe confiaram ou delas receberam informações (art. 53, § 6º). 
INCORPORAÇÃO ÀS FORÇAS ARMADAS
Isenção do Serviço Militar 
Não deixa de ser uma espécie de imunidade, porque o parlamentar fica imune a uma obrigação imposta pela Constituição a todos os brasileiros (art. 143). A incorporação às Forças Armadas, mesmo em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da sua Casa. Se renunciar ao mandato, pode incorporar-se sem a licença. 
ESTADO DE SÍTIO
Art. 53 § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados FORA do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
Regra: Continuidade;
Exceção: Suspender (voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva; ato praticado fora do recinto do congresso e incompatível com a execução da medida)
O artigo só fala no ESTADO DE SÍTIO (art. 137 CF), o ESTADO DE DEFESA é menos grave (art. 136), e não tendo previsão,

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