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Exame Físico do Aparelho Locomotor

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Exame Físico do Aparelho Locomotor
Profª Regina Molina
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Revisão anatômica e fisiológica
Existem 206 ossos no corpo humano, divididos quanto a forma em quatro categorias:
Ossos longos (ossos dos membros)
Ossos curtos (ossos dos pés)
Ossos chatos ou planos (crânio, esterno, escápula e ilíaco)
Ossos irregulares (ossos da face e vértebras)
Sesamóides - São nódulos arredondados ou ovais que desenvolvem em certos tendões (patela ou rótula)
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Estrutura dos ossos
Os ossos longos possuem três porções: epífise, metáfise e diáfise.
No corte longitudinal de um osso longo podem-se observar os seguintes elementos:
Periósteo e endósteo: São membranas vascularizadas cujas células transformam-se em osteoblastos (células formadoras do osso). Tem a função de crescimento de tecidos ósseo e fonte de osteoblastos.
Cortical - formada por osso compacto
Esponjosa - O osso esponjoso é o de menor peso, tem forma de grade, com espaços ósseos nos que se encontra a medula óssea. Geralmente, localiza-se na parte interna da diáfise ou corpo dos ossos e nas extremidades ou epífise. 
Cartilagem articular - é um tipo de cartilagem que não se calcifica e que recobre as superfícies articulares das peças ósseas.
Medula óssea - é um tecido ósseo vascularizado, localizado na cavidade medular( diáfise) dos ossos longos e nos ossos chatos. 
Medula vermelha - formadora de células do sangue e a produção de elementos de defesa.
Medula amarela - Não tem função hematopoética.
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Anatomia e Função do Esqueleto Articular:
Articulações - locais de junção entre dois ou mais órgãos
Articulações fixas - ficam firmemente unidas entre si. Ex: suturas e sinartroses (articulações sólidas, não sinoviais)
Articulações móveis - Permite o esqueleto realizar movimentos: vértebras e sínfise pubiana
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Anatomia e função do sistema musculoesquelético
Os músculos são fixados por tendões ou aponeurose aos ossos, tecidos conjuntivos, outros músculos, tecidos moles ou pele. São envoltos no tecido conjuntivo chamado fáscia muscular.
Vasos sanguíneos, linfáticos e nervos que suprem o músculo.
Os músculos realizam o movimento por contração. Através da coordenação dos grupos musculares, o corpo é capaz de realizar uma grande variedade de movimentos.
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PROCESSO DE ENFERMAGEM PARA CLIENTES COM DÉFICIT DO SISTEMA LOCOMOTOR
I) Histórico 
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Entrevista
Identificação do cliente  idade, sexo, ocupação.
Checar envolvimento com práticas esportivas, condições de aquecimento para competições. Avaliar condições de crescimento (adolescência).  fatores de risco para lesões esportivas.
Investigar uso de álcool, tabagismo, dietas constantes, ingestão de cálcio inferior a 500mg diários, estrutura corporal magra e leve, nuliparidade, menopausa antes de 45 anos, pós-menopausa, história familiar de osteoporose, nacionalidade (asiático ou nativo americano)  fatores de risco para osteoporose.
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Entrevista
História da doença atual: 
 * Duração da queixa articular
 * Modo de início: - Insidioso
 - Abrupto 
 * Presença de Sinais Inflamatórios: dor, calor, rubor e edema.
 * Crepitação ou estalidos nos processos degenerativos e artralgias.
 * Dor: Aguda (gota, bursite); Surda (artrose); Localizada (doença reumatóide); Irradiada.
 * Presença de rigidez: Reumatismos 
 * Checar manifestações sistêmicas: febre, anorexia, perda de peso, fraqueza.
 * Investigar tratamentos anteriores e antecedentes familiares. 
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Entrevista
Investigar como a alteração influencia a realização das atividades diárias.
Peso e altura.
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Sinais e Sintomas
Dor (localização, intensidade, caráter)
Deformidades ósseas
Tumefações
Calor 
Rubor
Edema
Febre alta e anorexia: osteomielite
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Exame Físico
1)	Inspeção
Inspecionar extremidades, articulações e membros: Posicionar o cliente em posição confortável, podendo ser em pé, deitado ou sentado (com mãos sobre as coxas ou sobre o leito, em relaxamento).
Inspeção: Aumento de volume, rubor, atrofia, desalinhamento articular, deformidades, fístulas, tumores, condições de pele.
Inspeção da postura: Presença de genu varum ou genu valgum, pé plano ou cavo, escoliose, cifose e marcha.
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Genu Varum
Genu Valgum
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Genu Varum
genu varum: o lado direito do varum é mais importante, porque ja’ há um desgate da cartilagem com pincamento fémoro-tibial interno.  
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Exame Físico
2) Palpação
Palpação: Avaliar pela digitopressão do polegar e indicador e mão espalmada a temperatura, mobilidade e ruídos articulares, sensibilidade, consistência, contratura, força e tônus muscular.
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Exame Físico - Articulações
Forma e volume: o aumento do volume pode ser devido  edema de partes moles, excesso de líquido sinovial, espessamento de membrana sinovial, crescimento ósseo e depósitos de uratos ou cálcio.
Posição das estruturas que compõem a articulação: o desalinhamento articular pode ser a causa de artropatias degenerativas.
Massas musculares: pode levar a atrofias articulares.
Modificações das estruturas circunjacentes: presença de fístulas, tumores e irregularidades.
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Exame Físico - Articulações
Presença de Sinais Inflamatórios: indica artrite.
Crepitação: processos articulares degenerativos.
Avaliação dos movimentos das articulações: Verificação do grau de impotência funcional. 
A movimentação da articulação deve ser feita de modo delicado.
Devem ser pesquisados os movimentos ativos e passivos.
Observar as reações do cliente, principalmente em demonstração de dor.
Sempre que possível, medir a amplitude dos movimentos em graus, partindo-se de uma posição neutra que seria o ponto zero.
Não sendo possível medir em graus, remete-se à limitação total, quando a articulação está impossibilitada à movimentação.
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Fraturas
Fechadas
Abertas
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Trauma de Extremidades
Luxação
Clinicamente é impossível ver se houve fratura associada
Pode causar perda da extremidade por isquemia
verificar pulso motricidade e sensibilidade
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Exame Físico - Articulações
As seguintes articulações devem ser estudadas:
a)	Têmporo-mandibular
Abertura e fechamento da boca.
Protusão e retrocesso da mandíbula.
Movimentos de lateralidade.
b) Coluna vertebral 
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b) Coluna vertebral - Cervical
Flexão
Extensão
Rotação esquerda e direita
Lateralidade esquerda e direita
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b) Coluna vertebral – Torácica e Lombar
Rotação direita e esquerda
Flexão e extensão
Lateralidade esquerda e direita
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b) Coluna vertebral – Torácica e Lombar
Ombros
Solicitar que o cliente levante os braços em posição vertical, ao lado da cabeça.
Que posicione as mãos atrás do pescoço com os cotovelos em rotação externa.
Observar amplitude dos movimentos. Colocar as mãos sobre o ombro do cliente para investigar crepitação.
Inspecionar e palpar com as mãos espalmadas, os ombros e clavícula e escápulas.
Avaliar movimentos: Abdução (110° e 120°)
 Flexão ou elevação anterior (180°)
 Extensão ou movimentação para trás (60°)
 Rotação externa (90°)
 Rotação interna posterior (180°)
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b) Coluna vertebral – Torácica e Lombar
Cotovelos
Solicitar ao cliente que dobre os cotovelos e retifique os cotovelos.
Com os braços ao longo do corpo e os cotovelos fletidos em ângulo de 90°, vire as palmas das mãos para cima – supinação – e para baixo – pronação.
Testar amplitude dos movimentos: 
 - Extensão (0° ou 180°) 
 - Flexão (45° ou 150° a 160°)
 - Pronação e supinação (90°)
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b) Coluna vertebral – Torácica e Lombar
Punhos
Flexão palmar
(90°)
Extensão dorsal ou dorsiflexão (70°)
Desvio radial ou medial ou adução (20°)
Desvio cubital ou lateral ou abdução (30°)
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b) Coluna vertebral – Torácica e Lombar
Mãos
Solicitar ao cliente que estenda e abra os dedos de ambas as mãos.
Que feche e abra as mãos
Palpar as faces internas e externas das articulações interfalangianas com o polegar e o indicador.
Com os polegares, palpar as articulações metacarpofalangianas na região dorsal de cada articulação.
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b) Coluna vertebral – Torácica e Lombar
Quadril
Solicitar ao cliente que deite em posição neutra: com os MMII estendidos.
Que gire sua perna para dentro e para fora: rotação interna e externa.
Observar o joelho e o pé durante este movimento, para verificar amplitude.
Pedir ao paciente para fletir o quadril e tracionar seu joelho contra o tórax.
Observar se ocorre flexão do lado oposto e se a coxa oposta se mantém sobre a cama.
Pedir para o cliente abduzir e aduzir o quadril com o joelho fletido.
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b) Coluna vertebral – Torácica e Lombar
Joelhos
Solicitar ao cliente que estenda o joelho
Palpar bimanualmente, com os indicadores, as faces laterais da rótula
Pedir ao cliente para fletir o joelho.
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b) Coluna vertebral – Torácica e Lombar
Tornozelos e pés
Solicitar ao cliente que faça movimentos de dorsiflexão e flexão plantar dos tornozelos
Que faça movimento de rotação interna e externa dos pés
Flexione e estenda os artelhos
Solicitar ao cliente que ande na ponta dos dedos, para testar a flexão plantar e a movimentação dos dedos
Sobre os calcanhares, para testar a dorsiflexão
Sobre as bordas mediais dos pés, para testar a eversão dos pés
Sobre as bordas laterais dos pés, para testar inversão dos pés
Palpar as articulações com o polegar e indicador
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Exames diagnósticos complementares 
RX 
Tomografia Computadorizada
Ressonância Magnética
Cintilografia Óssea
Densitometria Óssea
Exames Laboratoriais
Mielograma e Citologia
Biópsia
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Possíveis Diagnósticos de Enfermagem e Plano de Cuidados
NANDA - Risco da integridade da pele relacionado à imobilidade.
NOC - Manterá a pele integra até o fim da internação.
 NIC 
- Manter ingesta suficiente de líquidos para hidratação (se não for contra indicado)
- Mudar de decúbito de 2/2 horas
- Observar o eritema e a despigmentação e palpar a área quanto ao calor a cada troca de posição
- Estimular a ingesta de dieta hipercalórica e hiperproteica (se não for contra indicado)
- Ensinar ao indivíduo e a família sobre as técnicas específicas para a prevenção de úlceras de pressão a serem usadas em casa
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Possíveis Diagnósticos de Enfermagem e Plano de Cuidados
NANDA - Risco de queda relacionado com incapacidade física, comprometimento neuromuscular e comprometimento perceptual e cognitivo.
NOC - Não sofrerá nenhuma queda enquanto estiver internado.
NIC 
- Manter as luzes sempre acesa à noite
- Incentivar a pessoa a solicitar auxílio
- Manter a cama no nível mais baixo à noite
- Ensinar o uso apropriado das muletas, bengalas, andadores e próteses
- Instruir as precauções de segurança para os clientes confusos
- Colocar o cliente próximo ao posto de enfermagem (se possível)
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Possíveis Diagnósticos de Enfermagem e Plano de Cuidados
NANDA - Mobilidade física prejudicada relacionado à força e a resistência insuficientes para a deambulação com prótese, muletas ou andador caracterizado por limitação na amplitude de movimentos.
NOC - Demonstrará o uso dos equipamentos adaptativos para aumentar a mobilidade até o final da internação.
NIC 
- Ensinar a realizar seqüência de movimentos ativos nos membros não afetado, no mínimo 4 vezes ao dia 
- Posicionar o alinhamento para prevenir complicações
- Providenciar a mobilização progressiva 
- Observar e ensinar o uso de: muletas, andadores, cadeiras de rodas e bandagens
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Possíveis Diagnósticos de Enfermagem e Plano de Cuidados
NANDA - Dor aguda relacionada com o distúrbio musculoesquelético caracterizado por relato verbal
NOC - Relatará melhora da dor após às intervenções necessárias.
NIC
- Avaliar a dor junto ao paciente pedindo que descreva-a
- Administrar analgésicos conforme a prescrição médica
- Orientar o paciente para comunicar a presença de dor e realizar manobras que aliviem a dor
- Aplicar modalidades de calor ou frio conforme a prescrição.
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Implementação
As intervenções terapêuticas devem ser as mais apropriadas para o problema específico e as que mais se adaptam às necessidades de cada cliente em determinado momento.
As principais implementações deve ter como objetivo aliviar a dor, manter a função neuromuscular, estabelecer medidas de manutenção à saúde, melhorar a mobilidade física, promover a auto estima e monitorizar e tratar as complicações potenciais.
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Avaliação
	A eficácia das prescrições de enfermagem é determinada por reavaliação contínua e evolução dos cuidados com base nas seguintes diretriz de observação:
Aumentar gradualmente a participação nas atividades/exercícios
Ausência de contraturas ou rigidez
Apresentar pele hidratada, limpa, seca e aquecida
Ausência de solução de continuidade cutâneo-mucosa
A família oferece cuidados e apoio necessários ao cliente
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Sinartroses – Articulações sólidas, não sinoviais. Apresentam tecido conectivo ósseo.
Divididas em:
 Articulações Cartilagíneas – Quando o tecido conectivo ósseo é uma cartilagem.
 Sincondroses – Articulações que aparecem onde os centros de ossificação estão separados. O encontro de duas frentes de ossificação separadas por uma cartilagem hialina de crescimento (primário) denomina uma sincondrose. As sincondroses são primariamente mecanismos de crescimento que após total ossificação tornam-se sinostose.
 Sincondroses cranianas:
 Esfeno-etmoidal;
 Esfeno-petrosa;
 Intra-occipital anterior;
 Intra-occipital posterior;
 Sincondroses pós-cranianas:
 Epifisiodiafisárias;
 Epifisiocorporal;
 Intra-epifisária;
 Múltipla;
 Esternais;
 Manúbrio-esternal;
 Xifoesternal;
 Sacrais.
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Insidioso adj. (fr. insidieux; ing. insidious). Diz- -se da evolução de uma doença que inicialmente não parece ser tão grave quanto realmente é, podendo estabelecer-se sem sinais.
Dor Surda : Dor que nem é forte nem aguda; dor cansada (popular). 
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