Buscar

Contemporâneas Resumo G2 (fernando maia)

Prévia do material em texto

Governança Internacional (Keohane e Nye; 1984 - After Hegemony)
Tem tudo a ver com o institucionalismo neo-liberal.
Relação entre regimes e governança.
Globalização como ponto de partida.
		↳interação entre diferentes atores.
Globalização = Interdependência (a diferença é de escala, distância)
	↓		↳pode ser em plano mais restrito
↳ aumento do globalismo: redes de interdependência em distâncias multicontinentais.
-> Globalização então é a interdependência com uma abrangência global, com mais atores, maiores interações.
-> Desglobalização - diminuição do globalismo (ex: controle de epidemia). 
Abrangem várias áreas do globalismo, não só econômica (fluxo de bens, serviço, capital, que envolva atores estatais ou não em várias estâncias) (ex: transferência de tecnologia)
Globalismo militar: uso ou ameaça do uso da força em vários ligares do mundo, por parte de atores estatais ou não; (ex: blue helmets); alianças como respostas de uso da força numa ameaça global a nível regional (mas não a aliança em si); terrorismo - articulação em redes; tráfico de armas.
Globalismo ambiental: problemas ambientais; transporte de materiais pela atmosfera por longas distâncias; epidemias; causas e efeitos da destruição da camada de ozônio;
Globalismo social/cultural: troca de ideias, valores, costumes a nível mundial (ex: maio de 68). Não necessariamente gera homogeneização, talvez até reforce práticas locais (resistência).
Cooperação “After Hegemony” é possível, através de regimes e instituições.
Densidade é maior atualmente, a complexidade cresceu, antes era só a troca de produtos por dinheiro. A globalização traz adensamento das redes de interdependência (muitos fornecedores, variedade de produtos, frete, forma de produção, etc; comércio se cruza com cultura, DH, meio ambiente). 
Os tipos de globalização se cruzam.
A globalização traz incerteza (exemplos: posso viajar com um vírus; mudança de preços; entrada de terroristas)
Controle, tentativa de administração do globalismo, para que os atores não fiquem reféns uns dos outros. Esse controle ocorre através de um conjunto de regras e práticas nas interações.
Governança-> possui formas de controle da interdependência, que são os regimes e instituições internacionais, que guiam e restringem as atividades em conjunto.
Em um primeiro momento supõe-se a eficácia das instituições.
Controle => previsibilidade.
Regimes Internacionais
Keohane - para a oferta de bens públicos, deve haver um ator hegemônico que faça a provisão; mas e a demanda? O que leva os atores a demandarem essa provisão?
Regime - limitação, constrangimentos que os afetam a conduta dos atores no SI.
Keohane quer entender o porquê dos atores quererem ter esses constrangimentos, viver sob regras.
-> Regimes não alteram a racionalidade dos atores, apenas o curso de ação, as condições do ambiente, mudando a relação custo-benefício.
-> Cooperar ou não: regimes criam ambiente propício para a cooperação através dos mecanismos de constrangimento (fazem a chance de deserção diminuir).
“Falhas de mercado” - situações mediadas pelo mercado levam a resultados sub-ótimos; há atrito no mercado, ele não é perfeito; o que desvia os resultados de serem ótimos são os poréns. Há deficiências institucionais que atrapalham os atores a terem os melhores resultados (ex: custos de transação - como ter que perder tempo para negociar; falta de informações - sobre o vendedor, uma loja pode ter preço melhor que outras; incertezas - que prejudicam a cooperação total). No SI seria arriscado, por exemplo, cooperar com a Coréia do Norte.
As falhas de mercado são uma analogia entre o mercado e o SI, pois ambos contém falhas - o ambiente é anárquico, e a presença de regimes não altera essa característica, mas pode diminui-la com mecanismos de punição.
Um princípio caracteriza o surgimento de um regime (ex: regime de livre-comércio surge a partir do princípio da não-discriminação).
Quando há o regime, há previsibilidade de comportamentos, redução de incertezas, mais informações (prestação de contas).
Ao longo do tempo o regime acaba se institucionalizando e tendo “vida própria”, e isso diminui os custos de transação por diminuir a perda de tempo para discutir regras, as condições já existem, já houve uma institucionalização, é só aceitar ou não.
Institucionalização de regimes diminui as “falhas de mercado”, e não participar pode ter um custo mais alto, pois regras que te prejudicam podem ser aprovadas em um primeiro momento.
Ex: GATT (regime) -> OMC (regime já institucionalizado)
	↳acordo 	 ↳administra o conjunto de regras
Há exigência de provisão de informações constante, o que favorece a cooperação.
Para Keohane regimes são criados pelo ator hegemônico para facilitar a cooperação entre atores, corrigindo as falhas do governo. Sem as falhas no SI não seriam necessários regimes.
São demandados quando não há regras que tragam previsibilidade, quando há custos para transação e falta de informações. Facilitam os acordos (criam expectativas positivas) - mas não são acordos - se o acordo obedecer determinados padrões que o regime estabelece.
Qual o papel da hegemonia? Seria necessária para manter a força dos regimes?
O papel seria a criação dos regimes. Para Keohane a anarquia traz a possibilidade dos regimes serem efetivos. Regimes não são ordem supranacional, são criações dos Estados para corrigir deficiências institucionais que o SI tem, e facililitar a cooperação.
Como identificar um regime? Por que obedecer?
Exemplo: Regime de proteção da camada de ozônio traz características de bens públicos - o que pode trazer comportamentos de carona: me beneficio do bem por ser não-rival e não-exclusivo, mesmo se não contribuir.
Criação de mecanismos de cost-sharing. Como fazer para participarem? Para haver provisão do bem, deve haver contribuição de todos que participam do regime. Desenvolvimento econômico tenta os países a participarem do regime, mas sem contribuição (China, por exemplo).
Normas - padrões de comportamento no sentido de obrigações. Ex: MEA - Multilateral Environment Agreements: um problema que demanda participação coletiva. Mecanismos para evitar o free-ride: vinculação coletiva ao problema.
Parte do problema e da solução.
Convenção de Viena -> o protocolo é indivisível e deve ser aceito de maneira integral, sem permissão de reservas.
Protocolos são apenas a parte positiva, normativa do regime.
Keohane não analisa a eficiência das instituições de maneira aprofudada, só mostra seus efeitos na cooperação.
O autor quer mostrar que premissas realistas (anarquia e self-help) que afetam as interações, mas inova com a inclusão dos regimes.
Os regimes influenciam em como eu ajo, como adequo minha economia a eles através de incentivos. Regime altera a relação custo-benefício, altera o ambiente, e o ator responde a esse novo ambiente (pode ter custos, mas há muitas vantagens na cooperação).
A Ordem é criada pelos próprios Estados.
Sem um regime, teria que me proteger mais, ter mais custos para conseguir me manter um alcançar meus objetivos.
Há uma harmonia artificial, há vantagens para tornar a cooperação mais possível, porém nem sempre funciona. 
A acomodação de interesses comuns se torna mais possível. Não acaba com a anarquia, só corrige suas deficiências, e justamente por isso, para os efeitos serem corrigidos, que um Estado por querer aceitar ou criar regimes (explicação funcional).
Características:
Estabelecer padrão de função - o regime não tem força de lei, mas estabelece padrão de conduta, gera previsibilidade. Você se torna responsabilizado se sair do padrão.
Alterar o padrão do custo de interação - cria mecanismos para tornar o regime vantajoso; o custo de não aderir ao regime fica mais baixo que as vantagens de participar.
*”Issue-linkage”: não estar sujeito à apenas uma “issue-area”. Ex: não fazer acordo comercial pois participo de um regime de meio ambiente. O regime altera os padrões de custos dentro de outros regimes também; um regime pode ter efeitos sobre os outros(positivos ou negativos). Jogar o jogo dos regimes geralmente é mais vantajoso.
Efeitos sobre a redução de incertezas no SI.
	3 fontes geradoras de incertezas:
escassez e simetria de informação (disponibilizada para todos) - por receio ou falta de conhecimento posso deixar de me relacionar.
moral hazard - necessidade de um mecanismo de monitoramento para corrigir a imprudência (moral hazard - incentivo para ser imprudente, por exemplo um seguro de carro - algo para proteger gera incentivo contrário). No caso dos regimes, os fundos seriam o moral hazard, e o monitoramento abrandaria isso.
irresponsabilidade - firmar acordos que você não vai cumprir - por que eu sou responsável? Pois há vantagens em respeitar, vantagens econômicas.
*”sunk costs” - fazer um investimento inicial (Keohane concorda com os realistas - ator hegemônico acabaria com esses custos iniciais, mas não com a manutenção, que seria feita pelos atores). Criar um regime novo é mais custoso do que adaptar um regime, e por isso a preservação deles é importante, é um objetivo em si. Não se abre mão tão facilmente do regime. Ele traz certeza, redução de custos, e mesmo se o ator hegemônico não se mantiver, os outros atores conseguem fazer a manutenção, pois vêem as vantagens e não querem que as deficiências institucionais voltem.
Há projeção para o futuro da continuidade das interações, e consequentemente dos ganhos futuros. Há essa alteração de cálculo para os atores. Os regimes prolongam as rodadas de cooperação em um jogo.
(Axelrod)
Interesses:
Batalha dos sexos - problema de coordenação, pois um dos dois ganha e o outro aceita. Mesmo na situação mais antagônica, ficar junto já é algo resolvido. (Ex prático: camada de ozônio - há vontade de cooperar).
Stag Hunt - há coordenação e cooperação possíveis.
Dilema dos prisioneiros - problema de colaboração, pois há cooperação ou não (deserção).
Na política internacionais há algumas áreas que se aproximam desses casos, como o comércio.
No caso da camada de ozônio, há uma disposição a cooperar, mas também é o “coelho”, que seria a possibilidade de um forte desenvolvimento econômico.
“Sombra do futuro”:
Há situações em que os horizontes de futuro são diferentes.
No stag hunt o horizonte é maior (algo que vai durar mais: estou com fome agora, depois também, e se eu “queimar meu filme” agora, depois vou ficar sem - amplio as chances de cooperação).
Há situações que geram incentivos mais imediatos e outras a longo prazo (as vezes uns se sobrepõem a outros). Com as instituições há um vínculo do comportamento presente ao do futuro, elas reforçam o horizonte a longo prazo a partir de decisões tomadas no presente.
Nº de atores:
O número de atores maior torna mais difícil identificar o desertor, e isso acaba aumentando o custo de transação (ter que se comunicar, ter espaço maior para reuniões, etc) e as chances de free-riding; monitoramento é mais difícil, punição é mais difícil.
Com as instituições há mecanismos de monitoramento, redução de custos criando grupos menores.
Há algumas áreas onde a cooperação é melhor, pois existem instituições mais desenvolvidas (como no comércio), e outras é mais difícil cooperar (como na segurança).
Debate Neo-Neo (final dos anos 80, início anos 90)
> Neo-Realistas (Grieco, 1993) 
x
- Neo-Liberais (institucionalismo neo-liberal, Keohane, 1993)
> Na anarquia instituições não funcionam
- Instituições corrigem problemas no sistema
> Grieco diz que Keohane está olhando para a parte menos relevante do SI. Para ele, a anarquia é um ambiente descentralizado, e não há ninguém para impor leis.
- Com as instituições, para Keohane, há alguma referência de responsabilidade, e assim acordos podem ser cumpridos, pode haver cooperação.
> Anarquia é o agente garantidor da própria sobrevivência, do self-help
	↳ é ponto de partida
- Nas instituições, o ambiente é favorável para os que cooperam.
> Para os realistas o problema de não ter uma entidade que garanta segurança é até benéfico, pois cada ator desenvolve um elemento de auto-ajuda quando está no limite (não considerado pelos institucionalistas).
-> Institucionalistas querem gerar muitos ganhos através da cooperação, mas aí há o problema dos ganhos relativos, que podem agravar a situação de anarquia e self-help (segundo os realistas). Os Estados devem ser cautelosos com a cooperação por isso, segundo Grieco.
> Num ambiente de self-help, se há instituições e cooperação, podem haver trapaça por não existir um ator que possa punir. Mesmo participando de instituições, no limite eu traio.
- Keohane: criar condições para o bem-estar
> Grieco: as condições para o bem-estar podem prejudicar a sobrevivência. Instituições podem existir, mas no limite não podem impôr as regras, não podem abrandar os efeitos da anarquia.
- Keohane responde a Grieco:
	 ↳Sobre trapaça: não será eliminada, mas a presença da rede de instituições e regimes exerce papel positivo na redução das chances de trapaça no SI - ela gera custos para os atores dentro do regime.
	↳Sobre ganhos relativos: não acontece o tempo todo; nem sempre essa preocupação está presente. Há uma condicionalidade, nem sempre ocorre, não existe em qualquer situação. Os Estados levam em conta capacidade e condições - mesmo um ganho maior, só é alarmante se converterem-no em capacidade (não ocorre o tempo todo);
A cooperação em certas áreas como direitos humanos não tem como gerar um ganho relativo que possa ser convertido em capacidade militar. Em uma aliança militar os ganhos relativos podem até ser bons para fortalecer um ajudador (porém pode virar ameaça). Condições - intenções, percepção - se for meu amigo, qual o problema de ter ganhos maiores?
Cadê a empiria?
↳Conferências na década de 90; instituições internacionais crescendo; OTAN amplia-se.
- Para Keohane, a estabilidade no quesito das relações entre estados nos anos 90 ocorreu por causa das instituições internacionais.
Mearsheimer (2001)
Poder: o que é? Por que buscá-lo?
O que é?
↳Precisamos pensar em 2 dimensões, lembrando que Mearsheimer não trabalha com soft power, apenas hard power: poder latente/potencial - população e riqueza; poder concreto - exército (marinha e aeronáutica são apoio, até mesmo logístico), na terra tudo é decidido, conquista de territórios (primazia do poder terrestre).
Grandes Potências - Estados com população grande, ricos e com grande e bem treinado exército. O quanto de população e riqueza pode ser convertido em poder concreto quem decide é o Estado. 
Só poder latente ou só poder concreto não fazem uma GP.
Por que Estados buscam poder?
5 premissas para entender o SI para Mearsheimer:
Anarquia do Sistema
Todos os Estados possuem alguma capacidade ofensiva - mesmo sem tecnologia; gera medo nos outros.
Incerteza - principalmente com relação às intenções, ao que o Estado fará com seu poder. A mera capacidade que cada Estado tem já gera medo, mesmo antes de um conflito.
Sobrevivência - preocupação constante em manter integridade territorial, em existir como unidade.
Estados como atores racionais que pensam estrategicamente - custo-benefício - para se manterem vivos.
Consequências das premissas são importantes.
Quanto poder o Estado quer?
Para Waltz ele quer o suficiente para sobreviver, mas sem acionar o dilema de segurança, ou seja, um pouco de poder. Just enough.
Para Mearsheimer não tem como saber qual é a quantidade exata necessária, então é melhor ter o máximo, para poder maximizar as chances de segurança. Quanto mais forte, menos refém das capacidades alheias. O ideal é que eu seja uma hegemonia global (única grande potência do SI), ser o mais forte, pois assim ninguém me mete medo; PORÉM essa posição é virtualmente impossível de ser alcançada por causa do “stopping power of water” - a dificuldade que é projetar poder, proteger e supervisionar todo o mundo, tendo que atravessar oceanos para combater ameaças - tem custos altos! Tem que ter muito poder latente. Há um risco: desembarque anfíbio - você está mais vulnerável,pois suas armas estão empacotadas em um navio. A vantagem é da defesa, que pode esperar. Risco alto.
Como contornar os problemas e chegar à hegemonia global?
Armas nucleares - a superioridade nuclear (Estado não teme o contra-ataque) é possível:
quando só você possui armas, porém hoje em dia muitos estados possuem, então não é possível (só de 1945 - 1949); 
quando há um “splendid 1st strike” e eliminar a possibilidade de contra-ataque, mas é muito difícil identificar onde todas as armas e silos estão, principalmente em grandes territórios (caso dos ICBMs que ficam em terra) e mais difícil quando são os SLBMs, que ficam em submarinos, ou B-52s, aviões-tanque e aviões carregados de bombas, ou seja, tudo muito improvável de ocorrer.
quando há a possibilidade de defesa (escudos anti-mísseis); nos EUA, Bush filho instalou os escudos na Polônia e Rep. Tcheca - você tem bombas, mas fica “imune” - ICBM sai da atmosfera - para explodir -> mísseis interceptadores (porém podem falhar - não há ainda escudo infalível); pode ter aumento de chances de contra-ataque: só existiria chance de superioridade nuclear se houvessem dispositivos infalíveis de defesa.
Hegemonia Regional - Mearsheimer
Posso não ser hegemonia global, mas é possível projetar poder em uma região; territórios contíguos, vizinhos são mais facilmente domináveis.
- Hegemonias Regionais não querem competidores - peers. Em sua região já não há quem o ameace, mas não quer outras HR em outras regiões também, pois poderiam ser ameaças.
O objetivo é eliminar competidores, e não necessariamente conquistar território - e com isso a HR acaba tomando uma postura conservadora.
	Ponto cego na teoria: ser única HR não o faz HG?
Há um mínimo de resguardo com a separação por oceanos, mas as vezes não é o suficiente.
Se houverem duas ou mais potências em outra região, não causa preocupação no país que é HR (2 potências na região B não intimidam a HR na região A, pois uma se ocupa em brigar com a outra). HR se beneficia da competição entre as potências.
Mas na possibilidade de formação de alianças entre as potências, ainda assim podem não conseguir ter poder para bater de frente com a HR.
Offshore Balancer: HR ir a outra região combater a potência.
Pode haver uma multipolaridade equilibrada entre as potências, e uma pode ter mais poder, configurando uma multipolaridade desequilibrada.
Em regiões de multipolaridade desequilibrada é mais perigoso para a HR, pois há definido o possível concorrente, e as chances dos vizinhos “conterem” essa potência mais forte são pequenas, porque já existe uma vantagem. Alianças são menos eficazes.
Bipolaridade é o sistema mais estável, menos chances de desequilíbrio; mas na bipolaridade menos estável, desequilibrada, aí há uma grande ameaça.
Exemplo de multipolaridade desequilibrada: China na Ásia; EUA preocupados - aumenta a frota naval no pacífico (60% lá e 40% no Atlântico).
No cenário de Mearsheimer, o Japão poder ascender como potência militar seria algo positivo para os EUA (HR).
O cenário mais preocupante dos 3 (mutip. equilibrada, deseq. e bipolaridade), onde há mais ameaça para a HR é a multipolaridade desequilibrada, pois nos outros dois há possibilidade de rápida redistribuição de poder.
O que contribui para o cenário de estabilidade nos anos 90:
-> No pós-Guerra Fria: EUA como HR (não há competidores nas Américas) e tende a ter comportamento conservador, como “força pacificadora”.
Relativa tranquilidade pode ser explicada por isso.
Ao longo dos anos 90 houve um baixo nível de competição, distribuição equivalente de poder.
Na Europa era bipolaridade: Rússia e EUA (como offshore balancer, com sua presença na Europa pela OTAN), ambos com armas nucleares.
Relativa tranquilidade também; Rússia tinha muitos problemas domésticos para resolver para se preocupar com os EUA.
Anos 2000 na Ásia: multipolaridade equilibrada. Na região as potências são: Rússia (!), EUA (com presença através de bases militares por lá; como offshore balancer para tentar conter o crescimento chinês) e China (querendo HR na região).
No caso da China, ainda que o Japão tivesse um exército qualitativamente melhor, a China teria quantitativamente, em uma proporção de 10 pra 1.
-> A China vem melhorando sua capacidade militar, o que faz dela ima possível HR na Ásia, caso consolide seu poder. O cenário pode passar de uma multipolaridade equilibrada para multipolaridade desequilibrada (processo em curso atualmente), o que levaria à instabilidade com maiores chances de conflito com alguma potência regional ou com o offshore balancer.
A retirada de tropas da Índia só interessa se houver diminuição de contingente no exército chinês (não houve), ou se houver deslocamento das tropas (só estaria transferindo a ameaça - geração de conflitos - para um local onde há ameaça mais imediata).
A proximidade da China com os EUA deve ser lida à luz do jogo de poder - monitorar a ameaça é algo importante. É possível que haja guerra no futuro.
Outro cenário possível seria uma nova Guerra Fria, com proxy wars - se ocorresse não abalaria o argumento de Mearsheimer.
A China pode tentar, estrategicamente, se infiltrar em zonas de influência norte-americanas, principalmente utilizando a economia, fazendo parcerias para desenvolvimento e investindo em lugares como a América Latina e o Oriente Médio (já o faz).
4 estratégias para aumentar o poder que qualquer Estado pode usar para alterar a balança de poder em seu benefício:
Guerra - conquistar territórios, adquirir recursos (população, riqueza, exército), apesar de gastar recursos também, mas espera que os ganhos sejam maiores. No mínimo, ganha mais poder destruindo o oponente.
Chantagem - ameaça do uso da força; sem custos, só ganhos. Mas nem sempre funciona, a credibilidade da intimidação pode variar.
Bait and Bleed - incitar um conflito entre o rival e um terceiro, e ficar de longe esperando eles se acabarem.
Sangria, ou Bloodletting - tentativa de prolongar um conflito em que o seu rival se encontra envolvido para enfraquecê-lo. Ex: URSS x Afeganistão - EUA ajudam o Afeganistão (age como proxy war).
Estratégias para evitar que outros Estados se fortaleçam.
Para Waltz - 2 opções:
✓Balancing (externo: alianças; interno: mobilizar recursos internos para contenção da ameaça) [preferível!]
vs.
✘Bandwagoning (se juntar ao mais forte) [estratégia de Estados fracos!Só utilizar se for a melhor opção]
Para Mearsheimer - 2 opções:
Balancing
vs.
Buck-passing (o “buck-catcher” o “protege” e contém a ameaça por você. 2 critérios para escolher seu “protetor”: poder para conter a ameaça e proximidade da ameaça) [Estados preferem, pois não há custos]
Buck-passing é insuficiente na bipolaridade. É mais atrativo e eficiente em sistemas multipolares; melhor no sistema de multipolaridade equilibrada, pois os poderes das potências são mais equivalentes, o que torna possível a contenção.
Unipolaridade 
Layne (1993)
Pós-GF.
Layne diz que a unipolaridade não durará para os EUA no pós-GF; será passageira, talvez um período de transição.
Outras potências irão surgir e se sobrepôr ao poso desequilibrado que é os EUA, e talvez formar alianças para se contrapôr ao ator hegemônico.
Layne revê e adapta Waltz.
Os Estados com taxas de crescimento maio são as maiores potências, que surgem para cumprir o imperativo do sistema de que ele não pode ficar desequilibrado (Layne relembra Gilpin). Multipolaridade como balanceamento de poder.
Bipolaridade → Unipolaridade → Multipolaridade
 (GF)		 (atualmente)		(futuro)
			↳poder não está equilibrado, o que faz muitos atores quererem balancear
O poder unipolar (EUA) pode usar o artifício de ser benigno com os outros atores, fazendo-os ter ganhos e prolongando pouco a unipolaridade, mas não pode muito tempo, pois há o problema dos ganhos relativos -> a própria unipolaridade (que não é duradoura) cria condições para seu fim.
Nem eliminando as potências que forem surgindo a unipolaridade dura, pois os recursos do hegemon uma hora irão acabar; seiraapenas tapar o sol com uma peneira.
O unipolar sendo benigno e provendo proteção e segurança acaba fazendo as potências terem menos despesas; acaba criando condições para seu próprio fim.
-> Estratégias de preponderância não funcionam.
-> Anos 2000: cenário de multipolaridade se forma no sistema; relações competitivas, maior propensão à guerra, conflitos por causa de segurança, cooperação mais difícil. Previa um sistema mais turbulento.
Não houve guerra entre potências;
Wohlforth (1999)
Como explicar o SI funcionando bem?
A unipolaridade é durável.
3 características estruturais do SI pós-GF:
Unipolar (EUA reúne muito poder)
Sistema mais pacífico (unipolaridade é + pacífica)
Mais durável
SI define-se pela grande concentração de poder nas mãos de um único Estado. Não é uma multipolaridade desequilibrada com um pólo mais forte, é um Estado com MUITO mais poder (capacidade; hard power). Olhando para o conjunto de cap., os EUA são SEMPRE melhores.
Menor tendência a guerra (entre potências), menos ameaças, não há quem messa forças -> menos competição.
Assimetria grande de poder gera mais clareza quando a quem é mais forte, então os rivais sabem que não terão chances. O gap de poder é muito grande. Estados acabam gastando menos com defesa; níveis de competição são menores no pós-GF; não há como balancear o poder.
A geografia dos EUA é levada em consideração também -> contribui para a durabilidade (para confrontá-lo, é necessário passar por oceanos).
-> Alianças: muitos atores talvez não conseguissem, fora que muitos atores juntos não funcionam: alianças tendem a ser ineficazes.
-> Individual: impossível, China - rural em sua maioria, Rússia - não é mais o que era.
-> Integração regional ✩- Europa verdadeiramente unificada poderia reunir no futuro poder suficiente para fazer frente aos EUA. MAS deve aprofundar muito a integração, que não é o que parece que está ocorrendo. Pode gerar redistribuição de poder (finalmente!).
-> A manutenção da unipolaridade depende mais então dos EUA (por isso olhar para a economia deles é importante; se os EUA caírem há redistribuição de poder), como ele vai administrar sua posição (podendo usar instituições internacionais e utilizar outros atores para contribuir para divisão de custos); administração mais eficiente faz a unipolaridade se prolongar (mas não eternamente).
Se China e Rússia ascenderem, pode haver redistribuição de poder (mas é muito mais difícil).
ACABOU, PORRAAAAAAAAA

Continue navegando