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Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna Prof. MSc. José Fábio Abreu de Andrade 1Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Torque do Motor: • O torque de um motor de combustão interna, que varia conforme sua curva de torque, é o resultado do produto da força atuante sobre o pistão pelo raio projetado do virabrequim; • O torque geralmente é expresso em kgf.m ou em N.m e é indicado juntamente com a rotação em que foi medido; • O torque máximo de um motor, que ocorre a determinada rotação, é inferior ao torque que ocorre em sua rotação máxima; 2Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Torque Motor: • A rotação de torque máximo é importante de ser conhecida para identificação dos momentos ideais de mudança de marcha, aproveitando o torque máximo do motor, com melhor rendimento e economia de combustível; • Para verificar o torque em cada situação de rotação, é necessário consultar a curva de torque do motor. 3Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: 4Máquinas de Combustão Interna � Potência do Motor: • Um motor converte a energia química do combustível em trabalho. A potência é o trabalho desenvolvido pelo motor em uma determinada unidade de tempo; • A potência de um motor é usualmente expressa em Watts ou em CV (cavalo vapor), onde 1 CV = 736 Watts; • De posse do torque (T) e sabendo em que rotação (N) ele ocorre é possível determinar a potência (P) desprendida pelo motor naquele instante usando a seguinte equação: � Curva Torque x Potência: Exemplo de curva de Potência e torque de um motor (VW EA 113 1.6 l) 5Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Dinamômetro de Motor: • As curvas de potência e torque são geradas com o uso de dinamômetros, que submetem o motor aos diversos regimes; • No dinamômetro o motor é submetido a cargas e rotações controladas, podendo simular diversas condições de funcionamento; • No aparelho são monitorados diversos parâmetros de funcionamento, como temperatura do motor, pressão de óleo lubrificante, consumo de combustível. 6Máquinas de Combustão Interna � Dinamômetro de Motor: 7Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Cilindrada do Motor: • Representa o somatório dos volumes internos dos cilindros do motor. Assim, um motor que possui 4 cilindros, onde cada um tem o volume de 250 cm3, possui a cilindrada de 1.000 cm3, ou 1,0 litro. • A cilindrada representa a quantidade de mistura ar combustível que o motor consegue conter em seus cilindros; • A cilindrada é expressa em centímetros cúbicos ou, comercialmente, em litros. Geralmente a cilindrada de um motor é aproximada para o número inteiro superior mais próximo para simplificação. 8Máquinas de Combustão Interna � Cilindrada do Motor: 9Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Potência específica: • É um valor de referência para comparação entre a eficiência de motores; • É encontrado dividindo-se a potência máxima do motor (em CV) pela cilindrada em litros. 10Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Taxa de Compressão: • Especifica quantas vezes a mistura é comprimida durante a fase de compressão. • A taxa de compressão (TC) é calculada em função da relação entre o volume total (Vt) e o volume da câmara (Vc); 11Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: 12Máquinas de Combustão Interna � Taxa de Compressão: • Vd é o volume deslocado e Vc é o volume da câmara; Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Taxa de Compressão: • O rendimento de um motor é proporcional à sua taxa de compressão, porém esta é limitada à capacidade do combustível resistir à compressão, medida pela octanagem; • As taxas variam conforme o combustível utilizado: � Motores à gasolina - entre 9:1 e 11:1; � Motores à álcool e gás natural veicular (GNV) - cerca de 12:1; � Motores a Diesel em torno de 20:1; • Os motores equipados com compressor ou turbo possuem a taxa de compressão menor devido ao maior enchimento dos cilindros provocada por eles, evitando problemas de detonação causados pela alta compressão da mistura. 13Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Eficiência Volumétrica: • Quanto maior a quantidade de ar admitido, maior é a potência que pode ser fornecida por um mesmo motor na mesma rotação; • A relação entre o ar admitido e o volume deslocado pelos pistões é indicado como a eficiência volumétrica de um motor (ηV %); • Equação: � Q [lpm] – Quantidade de ar admitido em litros por minuto. � O fator 0,5 deve-se ao fato de que, em um motor 4 tempos, o ar é admitido apenas uma vez em cada rotação do virabrequim. 14Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Rendimento de um Motor: • É a relação entre a potência mecânica fornecida pelo motor no eixo virabrequim e a que lhe é disponibilizada pelo combustível durante o seu funcionamento. • O motor de combustão interna aproveita apenas uma pequena parcela da energia resultante da queima do combustível. Motor a gasolina tem a seguinte distribuição: � 35% - Calor retirado através dos gases de escapamento; � 32% - Calor dissipado pelo sistema de arrefecimento; � 08% - Atritos internos decorrentes do funcionamento do motor; � 25% - Energia mecânica efetivamente disponível no volante do motor. • Motor Diesel possui um rendimento superior, podendo passar dos 35%. 15Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Diagrama de um Motor: 16Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Relação Ar Combustível: • A mistura admitida por um motor de combustão interna só queimará em uma determinada faixa de relação. Essa relação, denominada relação ar combustível, define a relação de peso entre o ar e o combustível admitido; � ϒ – peso específico do ar; � b – quantidade de combustível consumido em cm3; � t – tempo de consumo de combustível em segundos; � r – peso específico do combustível. 17Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Relação Ar Combustível: • A relação ar combustível possível de ser queimada em um motor na prática varia de 8:1 a 21:1 (rica e pobre, respectivamente); • Peso específico do ar – é uma unidade que expressa o peso do ar por unidade de volume em Kg/m3. O valor varia em função da pressão e temperatura do ar: � Po – Pressão atmosférica em mmHg; � Td – Temperatura da atmosfera em bulbo seco (°C). 18Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Relação Ar Combustível: • Supondo que a gasolina é composta unicamente por hexano (C6H14), a quantidade de ar necessária para queimar 1 Kg de combustível é calculada: � O ar é composto por aproximadamente 79% de Nitrogênio (N2) e 21% de oxigênio (O2); � Massa molecular do N2 é 14 x 2 = 28; � Massa molecular do O2 é 16 x 2 = 32; � A massa de N2 será: � A massa de O2 será: 19Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Relação Ar Combustível: � Quando ocorre a queima completa do combustível, a reação é a seguinte: �A quantidade de O2 necessária para queimar completamente 1 Kg de combustível é X Kg: 86 : 304 = 1 : X → X = 3,56 kg � A relação de massa do O2 no ar é: ≈ 23% � A relação de massa do N2 no ar é: ≈ 77% � A relação de massa de Nitrogênio e Oxigênio é 77 : 23, e a quantidade de nitrogênio necessária é Y Kg: 77 : 23 = Y : 3,56 → Y = 11,8 kg 20Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Relação Ar Combustível: � Finalmente, a quantidade de ar necessária será igual a: X + Y = 3,53 + 11,8 = 15,33 (relação teórica) • Relação ar combustível teórica 15,33:1 é conhecida como razão estequiométrica, considerando uma queima completa com gasolina pura. • No Brasil, o uso de uma mistura de cerca de 22% à gasolina, faz com que a razão estequiométrica fique em 13,8:1. 21Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Processo de Combustão em um Motor: • Infelizmente, em um motor de combustão interna não ocorre a queima completa do combustível. Diversos fatores ocasionam a queima incompleta do combustível, dentre eles: � Tempo reduzido para a reação entre o combustível e o oxigênio do ar; � A mistura ar combustível não é formada perfeitamente, deixando locais com excesso de oxigênio e outros com falta, tornando a queima no interior da câmara de combustão heterogênea; � O ar admitido contém outros elementos além do oxigênio (Nitrogênio e outros gases em menor proporção); � Variações de carga, rotação, temperatura do ar e do próprio motor provocam alterações na combustão, com alimentação com misturas fora da razão estequiométrica. 22Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Processo de Combustão em um Motor: • Em uma combustão completa, os únicos subprodutos resultantes da queima da gasolina são o dióxido de carbono, Água e Nitrogênio; • A mistura real proporciona uma queima não ideal, produzindo outros subprodutos, muitos dos quais tóxicos e com emissão restrita pelo PROCONVE – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores. 23Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Processo de Combustão em um Motor: • Gases não poluentes: � Pelos gases do escapamento de um veículo sai uma mistura de gases composta por 99% de gases não poluentes, que em sua maioria não trazem problemas à saúde, são eles: �Nitrogênio – parte integrante do ar que respiramos, não participa como fonte de energia na queima – 71%; �Vapor d’água – compõe cerca de 9% dos gases de escape; �Dióxido de carbono (CO2) – compõe cerca de 18% dos gases eliminados. É um dos responsáveis pelo Efeito Estufa; �Oxigênio e gases inertes – cerca de 1% dos gases do escapamento. Corresponde ao oxigênio não utilizado durante a queima e os demais gases que compõe o ar atmosférico em reduzida quantidade. 24Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Processo de Combustão em um Motor: • Gases poluentes: � Apesar de comporem apenas 1% dos gases expelidos, são extremamente danosos à saúde e ao meio ambiente, o que os torna indesejados e alvo de restrito controle pelas legislações ambientais ao redor do mundo, são eles: �Monóxido de carbono – inodoro e incolor, o CO é extremamente tóxico. Respirá-lo em uma concentração de 0,3% em volume mata em apenas 30 minutos. �Óxidos de Nitrogênio – o ar, quando submetido a elevadas temperaturas e pressões, propicia a formação dos óxidos de nitrogênio que, combinados com o vapor d’água na atmosfera, pode formar o ácido nítrico (formação de chuva ácida); 25Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Processo de Combustão em um Motor: • Gases poluentes: �Hidrocarbonetos – correspondem ao combustível não queimado, ou queimado parcialmente. Além de formarem fuligem – aquela substância que escurece os tubos de descarga dos carros – são cancerígenos. �Partículas sólidas – especialmente vistos em motores Diesel, são uns dos responsáveis pela fumaça preta desse tipo de veículo. Também causam problemas à saúde; �Compostos de enxofre – o enxofre, não totalmente eliminado na produção da gasolina, pode provocar a formação de compostos que, combinados ao vapor d’água, se transformam em ácidos sendo nocivos à saúde e danificando o escapamento e o catalisador; 26Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Processo de Combustão em um Motor: • Gases poluentes: �Aldeídos (CHO) – são voláteis cancerígenos e provocam irritações nas vias respiratórias. São especialmente gerados através da queima do álcool puro (etanol) ou do álcool anidro presente à gasolina. 27Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Processo de Combustão em um Motor: • Combustão anormal - Detonação: � Quando ocorre a centelha da vela, uma frente de chama é formada, elevando rapidamente a pressão no interior da câmara de combustão. A auto-ignição, ou detonação, ocorre quando essa elevação provoca uma nova onda de pressão em algum local, devido ao surgimento de queima da mistura sem a faísca da vela. � Esse fenômeno de combustão anormal traz prejuízos à queima devido aos esforços desordenados gerados no interior do cilindro, que podem inclusive gerar ruídos metálicos, denominados batidas de pino. � Se permanecer durante longos períodos, além da queda no rendimento e ruído, o fenômeno da detonação traz sérios danos ao motor danificando os pistões. 28Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Processo de Combustão em um Motor: • Combustão anormal - Detonação: � A detonação pode ser causada por combustível inadequado (octanagem fora da especificação), temperatura muito elevada ou sistema de ignição regulado inadequadamente. É possível eliminar ou atenuar a detonação atrasando a ignição. Nesse caso a pressão no interior dos cilindros é ligeiramente menor, o que acaba por impedir a formação de novas frentes de chama. 29Máquinas de Combustão Interna Conceitos Básicos de um Motor de Combustão Interna: � Processo de Combustão em um Motor: • Combustão anormal – Pré-ignição: � Também denominada ignição de superfície, é causada pela presença de um ponto quente no interior da câmara, dando origem a uma frente de chama independente da centelha da vela de ignição; � A pré-ignição tem geralmente as origens em impurezas de carvão e válvulas ou velas incorretas; � Um motor carbonizado costuma apresentar problemas de pré-ignição na medida em que o carvão depositado na cabeça do pistão, válvulas e sedes de válvulas agem como pontos quentes, dando origem a frentes de chama anteriores à combustão provocada pela vela de ignição; 30Máquinas de Combustão Interna
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