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Quem decide a hora certa de morrer

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Quem decide a hora certa e morrer?
Optar por lutar por cada segundo a mais de vida é uma batalha e tanto entre aqueles que diariamente sofrem com a dor e o sofrimento de carregar consigo o peso de uma vida cujo tic-tac está sendo contado. O que fazer quando se descobre que só há mais 6 meses, 4 semanas ou 5 dias de vida? Um novo caminho surge: acelerar a morte. Uma decisão nem sempre tomada por aqueles que sofrem com a dor. Pacientes inconscientes ocasionalmente são submetidos às decisões de familiares e médicos, iniciando mais uma problematização: o homicídio. 
A eutanásia não-consentida não torna nada menos do que quem a pratica um homicida por tirar o direito a vida e aproveitamento daquele que sofre com uma doença terminal. Decidir por um indivíduo que não está apto para ter plena certeza da prática da eutanásia não justifica considerar tal ato como um alívio para o sofrimento dor. Decidir o direito à vida de alguém significa carregar sobre si o peso de ser um assassino.
Ainda que haja quem opte e exija a eutanásia, quem sofre não quer morrer: quer o alivio da dor. Ao olhar contraditório do paciente, há outra questão a ser enfrentada e que se opõe ao desejo de cidadãos como, por exemplo, de Holanda e Bélgica, cujas leis já foram aprovadas, médicos que estudaram durante anos para assegurar a vida daqueles que estão nesta e em outras situações serão submetidos a conviver com o mesmo sentimento de quem pratica sem permissão: tirar a vida de alguém.
E quem sabe, quem tem em mãos a decisão de escolher qual caminho seguir deseja somente isso: ter o poder de ter o futuro em suas mãos. A aprovação da eutanásia em países que ainda não aprovaram esta lei geraria repercussões que afetariam não somente um ser, mas uma sociedade inteira. Um ciclo de afetos e laços que foram criados durante a vida. Aproveitar cada momento até que chegue a hora certa seria o ideal para dizer que apesar do sofrimento, a vida valeu a pena.

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