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Vygotsky x Piaget

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
LICENCIATURA EM QUÍMICA
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
TURMA: 2014.2
Graduanda: Íngrede F. Silva
Professor: Éder Amaral
Entrega: 29/11/2014
Um comparativo Entre Jean Piaget e Lev Vygotsky
	
Um Comparativo Entre Jean Piaget e Lev Vygotsky
Jean Piaget (1896-1980) é considerado um dos maiores autores da área de psicologia. Sua obra é de grande importância por inserir no contexto psicológico, temas como psicologia da inteligência, afetividade, moral e educação. Lev Vygotsky (1896-1934) é uma das principais referências na área da educação, já que Piaget não possui o foco na nessa área, nem no que acontece na escola.
A obra de Jean Piaget trata do desenvolvimento da inteligência e da construção do conhecimento. Ele batizou sua teoria de Epistemologia Genética, pois epistemologia significa parte da filosofia que estuda o conhecimento. E genética nesse contexto representa genes e evolução. Como a criança é o ser que mais constrói conhecimento, Piaget fez diversos experimentos com crianças para tentar responder a seguinte pergunta: como os homens constroem o conhecimento?
Ele então começou a definir a inteligência. Para ele, inteligência pode ser descrita enquanto função (fazer o sujeito se adaptar ao seu meio) e enquanto estrutura (a inteligência é uma organização de complexos que permite um nível de conhecimento superior se o nível de organização for complexo ou conhecimento inferior se o nível de organização for menos complexo). O crescimento da inteligência não se limita tanto pelo acumulo de informações, mas, sobretudo por uma reorganização da própria inteligência.
Nas obras de Jean Piaget encontram-se conceitos importantes para a compreensão do desenvolvimento da inteligência segundo sua teoria. A Assimilação é quando o sujeito entra em contato com o objeto e retira dele algumas informações. E essas informações não são outras quaisquer porque naquele sujeito existe uma organização mental. Outro conceito importante é Acomodação, que diz respeito a organização que o sujeito tem para conhecer o mundo e ser capaz de se modificar para interagir com as singularidades do objeto. A Equilibração vem da ideia de equilíbrio, ou seja, o sujeito que entra em contato com um objeto novo pode entrar em conflito (pois o objeto pode ser diferente, estranho). Para conhecer o objeto, o sujeito tem que acomodar-se desse objeto. Esse processo é a busca do equilíbrio e estabilidade da organização mental. A equilibração é um processo dinâmico. Abstrações Empíricas são informações que o sujeito retira do objeto de conhecimento. Nesse processo, o sujeito também reflete sobre a maneira de se relacionar com o objeto. Já o conceito de Abstração Reflexiva significa que o sujeito retira informações da ação sobre o objeto. Para Piaget, o processo de desenvolvimento da inteligência na criança se dá por ela pensar sobre o mundo e sobre suas ações naquele mundo. O Estágio é o desenvolvimento da inteligência e esse desenvolvimento não é linear. Ele se dá por rupturas ou saltos e os estágios representam uma lógica de inteligência que será superada por um estágio superior. Cada salto representa uma qualidade de inteligência. Piaget dividiu esses saltos em três estágios: o Estágio Sensório-Motor (0 a 24 meses), que desmitifica o pensamento de que a criança só adquire inteligência após a dominação da linguagem. Quando a criança começa a falar, ela só tem o que falar porque ela construiu esse mundo antes, ou seja, existe inteligência pré-verbal. O Estágio Pré-Operatório (2 a 7 anos) é a capacidade do sujeito de pensar em um objeto através de outro objeto (representação). Antes (estágio sensório-motor) a inteligência era limitada a ações, agora a inteligência alcançou o patamar da representação. Há dois pontos importantes nesse estágio: a introdução à linguagem e a introdução à moralidade. As lacunas e dificuldades nessa fase serão superadas na fase operatória. 
No Estágio Operatório (7 anos em diante), o sujeito irá interagir com o mundo através da representação de mundo. É reversível, pois ele tem a possibilidade de imaginar e pensar a sobre a ação. Esse estágio é a conquista da organização do pensamento, que permite chegar à verdade sem contradições. O estágio operatório é ainda divido em concreto (idade de 7 a 11 anos. A criança faz uso da capacidade operatória apenas em cima de objetos que ela possa manipular ou de situações que ela possa vivenciar ou lembrar) e em formal (12 anos em diante. A criança é capaz de aplicar a sua lógica a objetos e contextos puramente hipotéticos e estranhos a sua vivência).
Sobre a educação, Jean Piaget (mesmo não sendo da área pedagógica), desenvolveu uma teoria para ainda tentar responder sua pergunta inicial. Ele utiliza o termo Construtivismo. O construtivismo Piagetiano é a construção do conhecimento sendo um processo interno e solitário, no sentido de que é realizada no interior do sujeito, e só pode ser efetuada por ele mesmo. Quanto a importância do social no desenvolvimento da inteligência da criança, Piaget afirma que a interação social tem um lugar bem claro a construção do desenvolvimento do sujeito. Se não houver interação, ou comunicação no meio social não há desenvolvimento cognitivo.
O método de pesquisa de Piaget é através da criação de situações problema que devem ser resolvidas por crianças de diversas faixas etárias, em que ele verifica se as crianças conseguem resolver o problema e quais as dificuldades que essas crianças encontram para resolver este problema.
Para comparar esses dois autores, também é preciso entender as teorias propostas por Lev Vygotsky. Esse autor se inclina na área da educação, valoriza a escola, o trabalho do professor e o papel do educador na formação do sujeito.
A concepção de Vygotsky sobre o desenvolvimento é gerada através de planos genéticos de desenvolvimento. Para ele, o funcionamento psicológico não está previamente pronto no sujeito e não é recebido como um pacote pronto do ambiente. Assim como Piaget, Vygotsky leva em consideração coisas que em de dentro do sujeito e coisas que vem do meio em que ele se encontra. Essa postura é chamada de Interacionismo. 
A postulação interacionista do Vygotsky foca nos planos genéticos. Para ele, são quatro entradas de desenvolvimento que juntas caracterizam o funcionamento psicológico do ser humano. A primeira é a Filogênese, que diz respeito a história própria de cada ser, que define limites e possibilidades de funcionamento psicológico, ou seja, tem uma série de características do corpo humano que servirá de fundamento psicológico depois. O cérebro humano é flexível, que gera a possibilidade do sujeito se adaptar de acordo o meio. A Ontogênese significa o desenvolvimento de um indivíduo de determinada espécie. Em uma espécie, cada membro tem um caminho de desenvolvimento em certa sequência. Vygotsky se apoia na natureza biológica do ser e na pertinência do homem na espécie. A terceira entrada de desenvolvimento é a Sociogênese, que é a história da cultura em que o sujeito está inserido. Cada cultura organiza o desenvolvimento de uma forma diferente. A última entrada é a Microgênese, que diz respeito ao fato de cada fenômeno psicológico ter sua própria história. Entre o não saber e o saber, um tempo passou e algo aconteceu com o sujeito. A microgênese é a porta aberta dentro da teoria para o não determinismo, onde a cultura define por onde o sujeito pode se desenvolver. Existem fatores na história de cada indivíduo que vão definir a singularidade em cada momento da vida do sujeito.
Vygotsky chama o uso de signos de Mediação Simbólica, que é a ideia de intermediação (algo interposto entre uma coisa e outra). No caso do ser humano, a ideia básica de Vygotsky é que a relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas sim mediada. Essa mediação pode ser feita através de instrumentos (se relacionar com as coisas do mundo usando ferramentas, instrumentos que fazem a mediação da ação) e signos (formas posteriores de mediaçãoque fazem a interposição entre o sujeito e o objeto, sem ser concreto e sim simbólico). Daí surge a possibilidade do homem de fazer a representação mental de um mundo que é só simbólico. 
Sobre Pensamento e Linguagem Vygotsky diz em sua teoria que o uso de signos foram construídos culturalmente e o homem desenvolveu a capacidade de entender esses signos. A principal causa desse desenvolvimento é a linguagem, pois todos os grupos humanos tem uma língua e ela é o principal instrumento de representação dos seres humanos. 
Quando se fala de linguagem através do pensamento de Vygotsky o melhor termo a ser usado é língua, pois ele não está falando de uma linguagem qualquer e sim a fala ou discurso do sujeito. A língua é um objeto de atenção primordial de Vygotsky, pois é a partir disso que ele começa a pensar sobre o desenvolvimento do pensamento. Ele trabalha com duas funções básicas da língua: a primeira é a função de Comunicação, pois para ele as pessoas primeiramente desenvolveram a língua para se comunicar. A segunda função da linguagem é o Pensamento Generalizante, que é onde a língua se encaixa com o pensamento. Nesse ponto, Piaget e Vygotsky divergem, já que para Piaget o pensamento aparece antes da linguagem, sendo uma das suas formas de expressão.
Então, para Vygotsky, a relação entre linguagem e pensamento é tipicamente humana e importante para a definição do que é o funcionamento psicológico humano. Porém, o sujeito não nasce com essa relação, ela é desenvolvida ao longo do desenvolvimento psicológico tanto na Filogênese quanto na Ontogênese. Quando a crianças nasce, ela se integra a um meio que já faz isso da língua e ela vai se apropriando da língua ao longo do seu desenvolvimento. Para Vygotsky, o primeiro uso da linguagem é da fala socializada. O ponto de chegada da língua (ponto mais desenvolvido de todos) é chamado de discurso interior. É nesse momento que surge a chamada Fala Egocêntrica. Esse termo foi criado por Piaget e Vygotsky se apropriou dessa ideia no seu discurso, porém com concepções diferentes, pois Vygotsky trabalha com as coisas que ocorrem de fora para dentro no sujeito e Piaget de dentro para fora. Ou seja, para Vygotsky a existência da fala egocêntrica indica que a fala está sendo posta para dentro. Um exemplo da fala egocêntrica é quando a criança fala sozinha enquanto brinca.
Sobre desenvolvimento e aprendizagem, aspectos importantes na teoria de Vygotsky, é dito por ele que o desenvolvimento se dá de fora para dentro, por causa da cultura e da imersão do sujeito no mundo humano em volta dele. Assim, a aprendizagem aparece para definir os rumos do desenvolvimento. É a aprendizagem que promove o desenvolvimento, porque o mundo faz com que sujeito aprenda e dessa forma ele se desenvolve. Aqui há um contraponto entre Vygotsky e Piaget, pois para Piaget é o justamente o oposto: quando o sujeito se desenvolve é que ele aprende. E aprende dependendo do estágio de desenvolvimento.
Concluindo, entre as principais semelhanças entre Jean Piaget e Lev Vygotsky estão o Construtivismo, o Interacionismo, a defesa da importância do respeito ao nível da criança na colocação mínima e máxima para cada ensinamento e o pensamento de que a imaginação surge da ação, que é de grande importância na formação da consciência.
Referências
TREVISO, V, C. ALMEIDA, J, L, V. O Conhecimento em Jean Piaget e o Desenvolvimento Escolar. Cadernos e Educação: Ensino e Sociedade. Disponível em < http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cadernodeeducacao/sumario/31/04042014074544.pdf> Acesso em 25 de novembro de 2014. 
NEVES, R, A; DAMIANI, M, F. Vygotsky e as Teorias de Aprendizagem. UNIrevista. Vol 1, Nº 2. Abril de 2006. Disponível em < http://www.miniweb.com.br/educadores/Artigos/PDF/vygotsky.pdf> Acessado em 27 de novembro de 2014.
Vídeos:
Jean Piaget, por Yves De La Taille: https://www.youtube.com/watch?v=RuShcmUC-cc
Lev Vygotsky: https://www.youtube.com/watch?v=dd2u2GsASuA

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