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006 Plano de Aula 06 Sociologia Jurídica

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Plano	de	Aula:	SOCIEDADE	BRASILEIRA	E	INSTITUICOES	DE
DIREITO:	O	LEGISLATIVO
SOCIOLOGIA	JURÍDICA	-	CCJ0269
Título
SOCIEDADE	BRASILEIRA	E	INSTITUICOES	DE	DIREITO:	O	LEGISLATIVO
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
6
Tema
SOCIEDADE	BRASILEIRA	E	INSTITUICOES	DE	DIREITO:	O	LEGISLATIVO	
	
Objetivos
Objetivo	1	-	Entender	o	direito	como	resultado	de	um	processo	histórico	e
dinâmico	de	lutas	por	conquistas.	
Objetivo	2	-	Reconhecer	a	importância	das	instituições	legislativas	nos
diferentes	níveis	governamentais.	
Objetivo	3	-	Conhecer	o	processo	de	escolha	dos	legisladores	e	a	qualidade	do
sistema	eleitoral.	
Objetivo	4	-	Identificar	criticamente	a	questão	da	qualidade	e	quantidade	da
produção	legislativa	brasileira.	
Estrutura	do	Conteúdo
ESTRUTURA	DO	CONTEÚDO	DESTA	AULA	
	
SOCIEDADE	BRASILEIRA	E	INSTITUIÇÕES	DE	DIREITO	
A	Constituição	brasileira	de	1988	
A	relevância	das	instituições	de	Direito	
	
O	PROCESSO	DE	ESCOLHA	DOS	LEGISLADORES,	QUALIDADE	DO	SISTEMA
ELEITORAL	E	DA	PRODUÇÃO	LEGISLATIVA	BRASILEIRA	
O	Sistema	Eleitoral	
Quadro	atual	do	Sistema	Eleitoral	no	Brasil	
O	processo	de	escolha	dos	legisladores	e	a	qualidade	do	sistema
eleitoral	
Como	se	elege	um	senador?	
E	os	deputados	e	vereadores,	como	são	eleitos?	
A	Reforma	política	e	eleitoral	
Sobre	a	produção	legislativa	brasileira	
UM	ESBOÇO	CONCEITUAL	DOS	TÓPICOS	RELACIONADOS:	
Este	conteúdo	deverá	ser	trabalhado	ao	longo	da	aula	da	semana,	cabendo
ao	professor	a	dosagem	do	conteúdo,	de	acordo	com	as	condições	objetivas	e
subjetivas	de	cada	turma.	
Segue,	a	seguir,	uma	sugestão	de	leitura	de	caráter	complementar	ao	texto	do
livro	didático:	
PODER	LEGISLATIVO.	PROCESSO	DE	ESCOLHA	DOS	LEGISLADORES,	QUALIDADE	DO
SISTEMA	ELEITORAL	E	DA	PRODUÇÃO	LEGISLATIVA	
Organização	do	estado	republicano,	democrático	e	representativo	
O	art.	1º	da	Constituição	Federal	estabelece	que	a	República	Federativa	do
Brasil	constitui-se	em	Estado	democrático	de	direito.	O	parágrafo	único	desse
artigo	dispõe	que	todo	poder	emana	do	povo,	que	o	exerce	por	meio	de
representantes	eleitos	ou	diretamente.	(CF,	1988).	
Significa	dizer	que	os	constituintes	brasileiros,	inspirando-se	na	moderna
doutrina	jurídica	e	democrática,	comungam	do	princípio	de	que	a	atuação	do
Estado	deve	se	pautar	pela	estrita	observância	das	normas	legais	e	não	pelo
capricho	ou	a	vontade	circunstancial	de	seus	dirigentes.		
O	conceito	de	Estado	moderno	está	estreitamente	vinculado	com	a	noção	de
poder	institucionalizado,	isto	é,	o	Estado	se	forma	quando	o	poder	se	assenta
em	uma	instituição	e	não	em	um	indivíduo.	Assim,	podemos	dizer	que,	no
Estado	moderno,	não	há	poder	absoluto,	pois	mesmo	os	governantes	devem
se	sujeitar	ao	que	está	estabelecido	na	Lei.	
Além	disso,	no	Estado	Democrático	de	Direito	também	é	fundamental	que	a
Lei	
seja	a	expressão	da	vontade	popular,	exercida	por	meio	de	seus
representantes	eleitos	ou	de	forma	direta.	Portanto,	duas	noções	importantes
também	estão	vinculadas	com	o	conceito	de	Estado	Republicano:	a
democracia	e	a	representação	política.	
Democracia	é	uma	palavra	de	origem	grega	que	significa	?poder	do	povo?
(sendo	?demos?	povo	e	?cratos?	poder).	Em	Atenas,	na	Grécia	clássica	(século
IV	a.C.),	o	poder	era	exercido	por	uma	assembléia	de	cidadãos,	a	quem
competia	elaborar	as	principais	normas	da	vida	em	comunidade	e	decidir	as
questões	de	interesse	comum.	Contudo,	nem	todos	os	membros	da	sociedade
podiam	participar:	estavam	excluídos	as	mulheres,	os	escravos	e	os
estrangeiros	que,	em	conjunto,	eram	a	maioria	da	população.	
Atualmente,	em	função	da	complexidade	das	sociedades	e	do	expressivo
número	de	cidadãos	habilitados	a	participar	do	processo	democrático,	a
experiência	da	democracia	direta	não	é	mais	possível.	Assim,	no	Estado
moderno	a	democracia	é	representativa,	isto	é,	os	cidadãos	escolhem,	por
intermédio	do	voto,	os	representantes	que	irão	decidir	os	assuntos	públicos
no	âmbito	do	Poder	Executivo	(Presidente	da	República,	Governador	de	Estado
e	Prefeito)	e	Legislativo	(Senador,	Deputado	Federal,	Deputado	Estadual	e
Vereador).	Apesar	da	escolha	periódica	dos	representantes,	a	fonte	de	todo
poder	legítimo	permanece	nas	mãos	dos	cidadãos,	de	acordo	com	o	parágrafo
único	do	art.	1º	da	Constituição	Federal:	?todo	o	poder	emana	do	povo,	que	o
exerce	por	meio	de	representantes	eleitos	ou	diretamente,	nos	termos	desta
Constituição?.	Além	disso,	os	representantes	não	estão	acima	da	Lei	nem	da
obrigação	de	prestarem	contas	de	seus	atos	perante	os	eleitores.	Em	cada
eleição,	os	cidadãos	são	soberanos	em	sua	decisão	a	respeito	da
permanência	ou	não	dos	representantes	nos	cargos	que	estão	ocupando.		
O	papel	dos	representantes	eleitos	é	votar	de	acordo	com	a	vontade	dos
homens	e	mulheres	de	quem	receberam	essa	delegação.	Por	isso,	eles
precisam	estar	em	permanente	contato	com	a	população,	para	saber	quais
são	suas	aspirações,	desejos,	reivindicações,	reclamações.	
Os	três	poderes	e	suas	atribuições	
Outra	característica	do	Estado	Constitucional	Moderno	é	o	estabelecimento	da
separação	entre	os	Poderes	Legislativo,	Executivo	e	Judiciário	por	meio	de	um
sistema	de	freios	e	contrapesos	que	evita	a	predominância	de	um	Poder	sobre
os	demais.	Segundo	a	célebre	formulação	de	Montesquieu,	filósofo,	jurista	e
político	francês	do	século	XVIII,	?tudo	estaria	perdido	se	uma	só	pessoa,	ou	um
só	corpo	de	notáveis,	de	nobres	ou	do	povo,	exercesse	estes	três	poderes:	o
de	fazer	as	Leis,	o	de	executar	as	decisões	públicas	e	o	de	punir	os	delitos	ou
contendas	entre	os	particulares?.	
Avançando	em	relação	a	esta	concepção	de	Montesquieu,	o	Estado
Constitucional	Moderno,	mais	do	que	designar	pessoas	diferentes	para	essas
funções	diversas,	determinou	papéis	institucionais	diferenciados	para	os
Poderes	Executivo,	Legislativo,	e	Judiciário.	O	art.	2º	da	Constituição	Brasileira
estabelece	que	?são	Poderes	da	União,	independentes	e	harmônicos	entre	si,
o	Legislativo,	o	Executivo	e	o	Judiciário?.	
O	Poder	Executivo	
No	caso	do	sistema	presidencialista	de	governo	adotado	pela	Constituição
Brasileira	de	1988,	ao	Poder	Executivo,	exercido	pelo	Presidente	da	República
com	o	auxílio	dos	Ministros	de	Estado,	cabe	a	função	de	praticar	os	atos	de
chefia	de	Estado	(representar	a	nação),	de	Governo	e	de	Administração.	
	
Segundo	os	arts.	84	e	61	da	Constituição	Federal,	compete	privativamente	ao
Presidente	da	República,	entre	outras	funções,	sancionar,	promulgar	e	fazer
publicaras	Leis,	iniciar	o	processo	legislativo	quando	se	tratar	da	criação	de
cargos,	funções	ou	empregos	públicos	na	administração	direta	ou	autárquica,
ou	aumento	de	sua	remuneração,	dispor	sobre	a	organização	e	funcionamento
da	administração	federal	e	vetar	projetos	de	Lei,	total	ou	parcialmente.	
O	poder	de	veto	é	uma	prerrogativa	do	sistema	de	controle	mútuo	entre	os
Poderes:	quando	o	Presidente	considerar	um	Projeto	de	Lei	aprovado	pelo
Congresso	Nacional	como	inconstitucional	ou	contrário	ao	interesse	público,
poderá	vetá-lo	total	ou	parcialmente	(por	exemplo,	excluir	um	artigo	deste).
Contudo,	o	veto	presidencial	poderá	ser	derrubado	pelo	voto	da	maioria
absoluta	dos	Deputados	e	Senadores,	reunidos	em	sessão	conjunta,	mediante
votação	secreta.	
Entretanto,	com	o	objetivo	de	assegurar	o	equilíbrio	entre	os	Poderes,	o	art.
85	da	Constituição	Federal	estabelece	que	são	crimes	de	responsabilidade	os
atos	do	Presidente	da	República	que	atentem	contra	o	livre	exercício	do	Poder
Legislativo,	do	Poder	Judiciário,	do	Ministério	Público	e	dos	Poderes
constitucionais	das	unidades	da	Federação.	
O	Poder	Legislativo	
No	contexto	da	divisão	de	Poderes	estabelecida	pelo	constitucionalismo
moderno,	o	papel	do	Poder	Legislativo	é	fundamental,	pois	cabe	a	este,	entre
outras	funções,	a	elaboração	das	leis	e	a	fiscalização	dos	atos	dos	demais
poderes	da	União.	As	leis	são	elaboradas	de	forma	abstrata,	geral	e
impessoal,	pois	são	feitas	para	todas	as	pessoas	e	não	devem	atendera
interesses	ou	casos	individuais.	
O	Poder	Legislativo	é	o	poder-símbolo	do	regime	democrático	representativo.	A
amplitude	e	diversidade	da	representação	dos	diversos	segmentos	faz	do
Parlamento	uma	verdadeira	síntese	da	sociedade.	É	no	Legislativo	que	a
sociedade	se	encontra	melhor	espelhada,	com	presença	mais	visível	no	âmbito
dos	poderes	constituídos	para	governá-la	e	protegê-la.	Por	tal	razão,	a	história
do	Poder	Legislativo	encontra-se	no	centro	da	história	de	um	país.	
No	Brasil	atual,	o	Poder	Legislativo	é	exercido	pelo	Congresso	Nacional,	que	se
compõe	da	Câmara	dos	Deputados	e	do	Senado	Federal.	A	Câmara	é
composta	por	Deputados,	eleitos	para	um	mandato	de	quatro	anos,	pelo
sistema	proporcional,	de	acordo	com	população	de	cada	Estado	e	do	Distrito
Federal	(no	limite	mínimo	de	8	e	máximo	de	70	Deputados	representando	o
povo	de	cada	unidade	da	federação).	
Os	Deputados	Federais	são	um	espelho	da	sociedade	brasileira.	Como	todas
as	categorias,	faixas	e	estratos	sociais	existentes	no	País,	eles	possuem
virtudes	e	defeitos,	diferentes	maneiras	de	pensar,	projetos	os	mais	diversos
para	enfrentar	os	problemas	brasileiros.	Mas	todos,	sem	exceção,	defendem
ardorosamente	suas	propostas	e	idéias	?	o	que	faz	da	Câmara	o	espaço	de
debate	aprofundado	das	questões	de	interesse	público,	um	espaço	de
acordos	e	consensos,	de	negociações	legítimas	em	torno	do	futuro	do	País.	
	
Já	o	Senado	Federal	compõe-se	de	Senadores,	eleitos	para	um	mandato	de	8
anos,	pelo	sistema	majoritário,	em	número	de	três	para	cada	unidade	da
federação,	representando	os	Estados	e	o	Distrito	Federal.	A	representação	de
cada	Estado	e	do	Distrito	Federal	é	renovada	de	quatro	em	quatro	anos,
alternadamente,	por	um	e	dois	terços.	
As	atribuições	do	Congresso	Nacional	
As	atribuições	do	Congresso	Nacional	estão	estabelecidas	nos	Arts.	48	e	49
da	Constituição	Federal.	Além	dessas,	o	art.	51	define	mais	algumas	que	são
privativas	apenas	da	Câmara	dos	Deputados	e	o	art.	52	aquelas	que	são
apenas	do	Senado	Federal.	
O	Congresso	Nacional	exerce	sua	atribuição	legislativa	sobre	todas	as
matérias	de	competência	da	União,	especialmente	sobre	as	questões
tributárias	(arrecadação	e	distribuição	de	recursos	públicos);	o	planejamento
das	ações	de	governo,	por	meio	das	leis	de	planejamento	e	orçamentárias,
que	definem	em	que	os	recursos	públicos	federais	serão	gastos;	organização
do	território	nacional,	particularmente	com	relação	às	áreas	dos	Estados,
ouvidas	as	Assembleias	Legislativas;	criação	de	órgãos	públicos,	cargos	e
empregos	públicos	federais;	telecomunicações	e	radiodifusão;	questões
monetárias,	dentre	outras.	Dentre	as	demais	e	variadas	matérias	sobre	as
quais	compete	ao	Congresso	Nacional	legislar,	encontram-se,	por	exemplo:
todos	os	ramos	do	direito;	desapropriação;	águas,	energia	e	informática;
serviço	postal;	comércio	exterior	e	interestadual;	jazidas	minerais;	emigração	e
imigração;	nacionalidade,	cidadania	e	naturalização;	diretrizes	e	bases	da
educação;	registros	públicos;	licitação	e	contratos	na	administração	pública;
defesa	nacional;	e	propaganda	comercial.	
Ao	Congresso	Nacional	compete	ainda	privativamente	decidir	sobre	tratados	e
acordos	internacionais	que	impliquem	algum	ônus	para	o	patrimônio	nacional;
autorizar	o	Presidente	da	República	a	declarar	guerra	ou	celebrar	a	paz	ou
permitir	o	trânsito	no	País	de	forças	estrangeiras;	autorizar	o	afastamento	do
País	do	Presidente	e	do	Vice-Presidente	da	República	por	período	superior	a
quinze	dias;	fixar	os	subsídios	do	Presidente,	do	Vice-Presidente	da	República,
dos	Deputados,	dos	Senadores;	julgar	as	contas	do	Presidente	da	República;
fiscalizar	os	atos	do	Poder	Executivo;	sustar	os	atos	normativos	deste	Poder
que	ultrapassem	o	que	estiver	estabelecido	em	lei,	dentre	várias	outras.	
Entre	as	atribuições	privativas	(isto	é,	que	não	podem	ser	delegadas	para
outro	Poder)	da	Câmara	dos	Deputados	referentes	à	função	de	fiscalização
exercida	pelo	Poder	Legislativo	em	relação	ao	Poder	Executivo,	podemos	citar
as	seguintes:	a)	autorizar,	por	dois	terços	de	seus	membros,	a	instalação	de
processo	contra	o	Presidente	e	o	Vice-Presidente	da	República	e	os	Ministros
de	Estado;	b)	proceder	à	tomada	de	contas	do	Presidente	da	República,
quando	não	apresentadas	ao	Congresso	Nacional	dentro	de	sessenta	dias
após	a	abertura	da	sessão	legislativa.		
Já	no	Senado	Federal,	encontram-se	entre	suas	atribuições	privativas	as	de
processar	e	julgar	o	Presidente	e	o	Vice-Presidente	da	República	,	Ministros	de
Estado,	Comandantes	das	Forças	Armadas,	Ministros	do	Supremo	Tribunal
Federal,	Procurador-Geral	da	República	e	Advogado-Geral	da	União	nos	casos
de	crime	de	responsabilidade;	aprovar	operações	de	empréstimo	externo	da
União,	Estados,	Distrito	Federal	e	Municípios,	dentre	outras;	A	aprovação	do
Poder	Legislativo	federal	é,	portanto,	indispensável	para	todas	as	questões
importantes	que	determinam	o	funcionamento	e	a	organização	de	nossa
sociedade.	
O	Poder	Judiciário	
Enquanto	ao	Poder	Legislativo	compete	elaborar	as	Leis,	ao	Executivo	(em	nível
federal,	estadual	e	municipal)	executar	as	Leis	e	administrar	o	País,	ao	Poder
Judiciário	compete	o	poder	de	julgar	os	conflitos	que	surjam	no	país	em	face
das	Leis	elaboradas	pelo	Poder	Legislativo.	Cabe	ao	Poder	Judiciário	aplicar	a
Lei	?	que	é	abstrata,	genérica	e	impessoal	?	a	um	caso	específico	que	envolva
algumas	pessoas	em	um	conflito	qualquer	e	decidir,	de	forma	isenta	e
imparcial,	quem	tem	razão	naquela	questão.	
O	processo	judicial	é	o	modo	por	meio	do	qual	o	Poder	Judiciário	exerce	a
função	de	solucionar	conflitos	de	interesse.	Para	resolver	os	conflitos	o	Poder
Judiciário	se	utiliza	das	Leis	elaboradas	pelo	Poder	Legislativo,	dos	costumes
vigentes	em	nossa	sociedade	e	da	jurisprudência,	isto	é,	do	conjunto	de
decisões	anteriores	já	emitidas	pelo	próprio	Poder	Judiciário,	além	da	doutrina.	
O	que	é	Reforma	Política?	
Há	muito	tempo	vem	sendo	falado	sobre	a	necessidade	de	uma	reforma
política	no	Brasil.	O	tema	é	assunto	constante	entre	especialistas	e	pessoas
que	discutem	sobre	os	destinos	de	nossa	política	partidária,	portanto	é
assunto	importante	para	todos	os	brasileiros,	especialistas	ou	não	e,	em
particular,	para	os	estudiosos	do	Direito.		
Com	as	manifestações	populares	ocorridas	em	junho	de	2013	o	assunto	ainda
ganhou	um	maior	destaque	após	o	discurso	da	presidenta	da	República.	Nas
rádios,	canais	de	TV,	sites	e	redes	sociais	o	tema	foi	propagado	e	bastante
discutido.	Mas	afinal,	o	que	vem	a	ser	uma	reforma	política?	
Por	reforma	política	se	entende	como	um	conjunto	de	propostas	para	uma
reorganização	do	sistema	político	brasileiro	que	não	foram	modificados	na
Assembleia	Nacional	Constituinte	(1987/1988).	Foi	no	final	da	década	de	1990
que	o	debate	sobre	a	reforma	política	tomou	a	forma	como	o	que	vem	sendo
discutindo	hoje,	se	configurando	em	torno	de	alguns	pontos:	a	reorganização
ampla	das	regras	do	sistema	político	e	da	forma	de	financiamento	de
campanha,	a	criação	de	novas	instituições	capazes	de	aumentar	a
participação	e	os	diferentes	padrões	de	interação	entre	instituições
representativas	e	participativas.	Isso	significa	que	desde	o	final	do	século
passado	se	discute	a	necessidade	de	haver	modificações	no	modelo	político
nacional.	
Mas	até	hoje	não	existe	um	consenso	entre	os	especialistas	sobre	quais	são
as	reformas	necessárias	para	o	sistema	político	brasileiro.	Atualmente,	estes
são	os	principais	tópicos	de	discussão	sobre	a	reforma	política	no	Brasil:	
Financiamento	público	de	campanhas;	
Lista	fechada;	
Cláusula	de	barreira;	
Proposta	de	um	Sistema	Nacional	de	Participação	
Aplicação	Prática	Teórica
Os	conhecimentos	apreendidos	serão	de	fundamental	importância	para	a
reflexão	teórica,	envolvendo	a	compreensão	necessária	de	que	o	direito,	para
ser	entendido	e	estudado	como	fenômeno	cultural	e	humano,	precisa	ser
tomado	como	sistema	disciplinador	de	relações	de	poder,	a	partir	da
metodologia	utilizadaem	sala	com	a	aplicação	dos	casos	concretos,	a	saber:		
CASO	CONCRETO
O	SISTEMA	ELEITORAL	BRASILEIRO
O	sistema	eleitoral	é	baseado	no	voto	direto	e	secreto,	ou	seja,	o	eleitor	vota
diretamente	no	candidato	ao	cargo	a	ser	preenchido,	de	maneira	sigilosa,	já
que	seu	voto	não	pode	ser	divulgado	a	terceiros.
Acontece	que	as	distorções	na	representação	política	que	atingem	os	dois
atores	principais	(eleitor	e	candidato)	podem	ser	assim	formuladas:
1.	(uma	eleição)	será	ainda	mais	democrática	quanto	menores	forem	as
desigualdades	prevalecentes	no	sistema	eleitoral	que	atribuem	valor	diferente
ao	voto;	no	limite,	o	voto	de	todos	e	de	cada	um	deverá	ter	o	mesmo	valor.
2.	quanto	maior	a	proporcionalidade	efetivada	pela	lei	eleitoral,	mais
democrático	será	o	sistema	eleitoral.	Primeiro,	porque	tratará	com	igualdade
os	partidos,	independentemente	de	sua	força	eleitoral;	e,	segundo,	porque
será	menos	excludente,	no	sentido	de	não	negar	representação	política	às
parcelas	do	eleitorado	que	tiverem	optado	por	partidos	que	vierem	a	se	revelar
eleitoralmente	menores?	(Lima	Junior,	1997b,	p.	84).
As	distorções	em	um	sistema	de	representação	têm	sido	reunidas	na	literatura
sob	o	título	geral	de	desproporcionalidades	que	atingem	o	cidadão	eleitor,	o
partido,	o	sistema	partidário	como	um	todo	e	o	próprio	Poder	Legislativo.
Tendo	em	conta	as	distorções	especificas	do	processo	eleitoral	brasileiro
mencionadas	no	texto,	em	relação	a	condição	dos	eleitores	e	dos	candidatos,
responda:
1-	Qual	o	processo	de	seleção	dos	legisladores	no	Brasil?	Quais	as	principais
distorções	que	este	processo	apresenta?	
2-	De	que	maneira	a	Justiça	Eleitoral	Brasileira	tem	contribuído	para	o
aprimoramento	do	sistema	político	vigente?
QUESTOES	OBJETIVAS
1.	Os	constituintes	de	1988	registraram	no	texto	da	Constituição	os	direitos
fundamentais	da	pessoa	humana	e	previram	os	meios	para	garanti-los,
afixando	responsabilidades.	Considerando	o	texto	acima,	analise	as	seguintes
afirmações:
I	-	Definiram,	no	seu	art.	1º,	os	fundamentos	que	constituem	sua	base	em
relação	aos	direitos	individuais	e	coletivos.
II	-	Entre	os	direitos	fundamentais	estão	a	cidadania,	a	dignidade	da	pessoa
humana,	os	valores	sociais	do	trabalho	e	da	livre-iniciativa	e	o	pluralismo
político.
III	-	No	art.	3º,	determinaram	como	finalidades	principais	do	Estado	brasileiro	a
construção	de	uma	sociedade	livre,	justa	e	solidária.
É	correto	apenas	o	que	se	afirma	em:
A)	I	apenas.
B)	II	apenas.
C)	I	e	III	apenas.
D)	II	e	III	apenas.
E)	I,	II	e	III.
2.	O	alistamento	eleitoral	e	o	voto	são	facultativos	para	os
a)	analfabetos.
b)	funcionários	da	Justiça	Eleitoral.
c)	candidatos	a	cargos	eletivos	nas	eleições	majoritárias.
d)	candidatos	a	cargos	eletivos	nas	eleições	proporcionais.
e)	maiores	de	dezoito	anos.

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