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Desenvolvimento do projeto arquitetônico em estruturas em aço

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Monografia 
 
 
 
" DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ARQUITETÔNICO EM ESTRUTURAS DE 
AÇO " 
 
 
Autor: Dora Rodrigues Alves de Oliveira 
Orientador: Prof. Fernando Pena 
 
 
 
 
 
Dezembro/2004 
Dora Rodrigues Alves de Oliveira 
Universidade Federal de Minas Gerais 
Escola de Engenharia 
Departamento de Engenharia de Materiais e Construção 
Curso de Especialização em Construção Civil 
 
 II
Dora Rodrigues Alves de Oliveira 
 
 
 
" DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ARQUITETÔNICO EM ESTRUTURAS DE AÇO" 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil 
 da Escola de Engenharia UFMG 
 
 
 
Ênfase: Tecnologia e produtividade das construções 
Orientador: Prof. Fernando Pena 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Escola de Engenharia da UFMG 
2004 
 
 
 III
SUMÁRIO 
 
1 – CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO........................................................................................... 09 
2 – CAPÍTULO 2: A COORDENAÇÃO DOS PROJETOS...................................................... 11 
3 – CAPÍTULO 3: CONDICIONANTES DO PROJETO ARQUITETÔNICO....................... 
3.1 – A estrutura..........................................................................................................14 
3.2 – A coordenação modular.....................................................................................20 
3.3 – Os sistemas de estabilização estrutural do edifício ...........................................23 
3.4 – A ordem de grandeza dos elementos estruturais................................................ 25 
3.5 – A especificação do tipo de aço...........................................................................26 
4 - DETALHES A SEREM CONSIDERADOS EM PROJETO ............................................. ..32 
4.1 – Ligação Aço-Alvenaria ......................................................................................33 
4.2 – Detalhes de Proteção Contra a Corrosão .........................................................36 
5 - ESTUDO DE CASO ........................................................................................................... ..38 
5.1 – O Centro de Arte Corpo.....................................................................................38 
5.2 – A Casa Serrana ..................................................................................................44 
6 - CONCLUSÃO .................................................................................................................... ..47 
7 - ANEXOS............................................................................................................................. ..48 
7.1 – Prescrição de normas técnicas .......................................................................... 48 
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ ..50 
8.1 – Livros ................................................................................................................. 50 
8.2 – Artigos técnicos.................................................................................................. 50 
8.3 – Manuais.............................................................................................................. 50 
8.4 – Encartes ............................................................................................................. 51 
8.5 – Monografia ........................................................................................................ 51 
8.6 – Sites .................................................................................................................... 51 
 
 IV
LISTA DE FIGURAS 
Figura 3.1 - Viga de alma cheia ............................................................................................... 14 
Figura 3.2 - Viga alveolar......................................................................................................... 14 
Figura 3.3 - Viga em forma de treliça ................................................................................................ 14 
Figura 3.4 - Viga vierendeel ou quadros .................................................................................. 14 
Figura 3.5 - Viga mista ............................................................................................................ 14 
Figura 3.6 - Lajes em concreto e chapa de aço dobrada .......................................................... 17 
Figura 3.7 - Instalação de painéis de laje reago........................................................................ 18 
Figura 3.8 - Utilização de painel wall....................................................................................... 18 
Figura 3.9 - Vista inferior da laje em painel wall .................................................................... 18 
Figura 3.10 - O Modulor ........................................................................................................... 20 
Figura 3.11 - Série de Fibonacci ............................................................................................... 20 
Figura 3.12 - Sistema métrico x Sistema antropomórfico ....................................................... 20 
Figura 3.13 - Malhas Duais ...................................................................................................... 21 
Figura 3.14 - Malhas Duais ..................................................................................................... 21 
Figura 3.15 - Simulações de descrições geométricas e projetos sobre bases modulares 
pré – definidas .................................................................................................... 21 
 Figura 3.16 - Simulações de descrições geométricas e projetos sobre bases modulares 
pré – definidas ..................................................................................................... 21 
Figura 3.17 - Representações técnicas da aplicação do sistema de coordenação modular em 
projetos ................................................................................................................ 22 
Figura 3.18 - Ações atuantes na estrutura ................................................................................ 23 
Figura 3.19 - Contraventamentos em “Y” e “K”...................................................................... 23 
Figura 3.20 - Pórtico com ligações rígidas .............................................................................. 23 
Figura 3.21 - Parede de cisalhamento....................................................................................... 23 
Figura 3.22 - Edifício contraventado em “X” ......................................................................... 24 
Figura 3.23 - Edifício em sistema de pórticos flexíveis .......................................................... 24 
Figura 3.24 - Pórticos flexíveis ............................................................................................... 24 
 
 V
Figura 3.25 - Pórticos semi - rígidos ....................................................................................... 24 
Figura 3.26 - Diagrama de aços e aplicações .......................................................................... 31 
Figura 4.1- Telas de arame zincado assentadas a cada três fiadas ............................................. 33 
Figura 4.2 –Sistema de encunhamento rígido ........................................................................... 33 
Figura 4.3- Sistema de encunhamento deformável .................................................................... 33 
Figura 4.4 - Ligação deformável: Viga-alvenaria ......................................................................33 
Figura 4.5- Cantoneiras metálicas ............................................................................................. 34 
Figura 4.6 – Perfil “U” metálico ................................................................................................ 34 
Figura 4.7- Sistema de encunhamento rígido ............................................................................ 34 
Figura 4.8 – Vão entre alvenaria e a estrutura ........................................................................... 34 
Figura 4.9 – Geometria das peças ............................................................................................. 36 
Figura 4.10 - Geometria das peças ............................................................................................ 36 
Figura 4.11- Geometria das peças ............................................................................................ 36 
Figura 4.12 - Geometria das peças ............................................................................................ 36 
Figura 4.13 - Geometria das peças ............................................................................................ 36 
Figura 4.14 – Detalles anti-corrosão das peças metálicas ......................................................... 36 
Figura 4.15- Detalles anti-corrosão das peças metálicas .......................................................... 36 
Figura 4.16 - Detalles anti-corrosão das peças metálicas .......................................................... 37 
Figura 4.17 – Detalhe de ligações adequadas ............................................................................ 37 
Figura 4.18 - Detalhe de ligações adequadas ............................................................................ 37 
Figura 4.19 - Detalhe de ligações adequadas ............................................................................ 37 
Figura 4.20 - Detalhe de ligações adequadas ............................................................................ 37 
Figura 5.1 –Vista aérea............................................................................................................... 38 
Figura 5.2 – Perspectivas isométricas do conjunto arquitetônico............................................... 38 
Figura 5.3 - Vista aérea .............................................................................................................. 38 
Figura 5.4 - Vista aérea .............................................................................................................. 38 
Figura 5.5 - Centro Cultural, vista da rampa sob o vazio da caixa interna................................. 39 
Figura 5.6 – Foyer do teatro ....................................................................................................... 39 
 
 VI
Figura 5.7 - Sede do Grupo Corpo, vista do páteo interno e área de convívio .......................... 39 
Figura 5.8 - Galeria, vista geral com portas abertas para a praça ............................................... 39 
Figura 5.9 - Centro Cultural, vista da rampa sob o vazio da caixa interna................................. 39 
Figura 5.10 – Sistema estrutural do teatro.................................................................................. 41 
Figura 5.11 - Sistema estrutural do teatro................................................................................... 41 
Figura 5.12 - Pilares que sustentam o pavilhão e pilar inclinado que sustenta sala e terraço..... 44 
Figura 5.13 - Ponte de ligação e tirantes metálicos que compõe o sistema de estabilização...... 44 
Figura 5.14 - Vista externa do bloco da sala em balanço ........................................................... 44 
Figura 5.15 - Fachada lateral direita........................................................................................... 44 
Figura 5.16 - Planta do sub-solo – setor se serviços e dependência ........................................... 45 
Figura 5.17 - Planta do pavimento intermediário, ao nível da rua ............................................. 45 
Figura 5.18 - Elevação posterior ................................................................................................ 45 
Figura 5.19 - Elevação lateral esquerda...................................................................................... 45 
Figura 5.20 - Planta do pavimento superior – setor íntimo ........................................................ 45 
Figura 5.21 - Corte Longitudinal................................................................................................ 46 
 
 
 
 
 
 
 VII
LISTA DE TABELAS 
Tabela 3.1 - Modulações Usuais ........................................................................................... 22 
Tabela 3.2 - Vigas metálicas ................................................................................................... 25 
Tabela 3.3 - As clases do aço carbono..................................................................................... 26 
Tabela 3.4 - Características dos aços-carbono......................................................................... 27 
Tabela 3.5 - Tabela de equivalência de aços ASTM especificados pela ABNT ..................... 28 
Tabela 4.1 - Resistência das ligações ...................................................................................... 34 
Tabela 4.2 - Resistência das ligações ...................................................................................... 34 
Tabela 4.3 - Resistência das ligações ...................................................................................... 34 
Tabela 7.1 Normas Técnicas.................................................................................................... 48 
 
 
 
 
 VIII
RESUMO 
Para se entender o desenvolvimento de um projeto de estrutura metálica deve-se primeiro entender que “o 
aço como elemento de construção significa uma obra racionalizada, uma obra para a qual a fábrica vai 
produzir peças que foram otimizadas no projeto de arquitetura e que serão, depois de transportadas, 
montadas no canteiro de obras”. (SANTOS, 1996) 
 
O projeto de uma obra em aço tem importância fundamental para o seu sucesso e, portanto, deverá ser 
desenvolvido de modo a atender aos requisitos de qualidade e custo necessários ao bom resultado da obra. 
Ele demanda uma lógica projetual própria, onde devem ser consideradas as exigências do material aço, as 
exigências que o processo construtivo industrializado requer e, ainda, ter qualidade arquitetônica. 
 
Para que isto seja possível, os arquitetos devem seguir um caminho projetual específico para o aço. Ou seja, 
conhecer as vantagens e restrições do processo de projeto, as linguagens técnicas, ter capacidade de 
planejamento e coordenação e etc., para então usufruir as diversas possibilidades funcionais e formais que 
envolvem o uso desta sofisticada tecnologia construtiva, resultando em projetos arquitetônicos desde os mais 
arrojados, segundo diversas formas estéticas, até os mais tradicionais. 
 
São etapas a serem considerados para a execução de uma obra em aço: projeto, fabricação, pré-montagem, 
transporte e montagem. Porém, como é objeto primeiro desta monografia, abordaremos neste trabalho os 
aspectos intrínsecos ao desenvolvimento do projeto arquitetônico para a tecnologia em aço, deixando em 
aberto os demais procedimentos que envolvem a execução deste modelo de obra. 
 
Primeiramente serão abordados aspectos referentes à coordenação do projeto, já que este é um item relevante 
dentro da cadeia de produção de um edifício metálico. Em seguida, apontaremos pontos condicionantes que 
restringem o partido arquitetônico deste tipo de projeto, terminandopor abordar os detalhes considerados 
relevantes ao bom desempenho de uma edificação em aço. 
 
Finalmente, o trabalho se conclui com a análise de dois projetos concebidos para serem desenvolvidos em 
estrutura metálica. O primeiro discorre sobre o projeto para as instalações da sede do Grupo Corpo em Nova 
Lima, MG, dos arquitetos Alexandre Brasil Garcia, Carlos Alberto Maciel, Éolo Maia e Jô Vasconcellos. O 
segundo, aborda uma residência também em Nova Lima, MG, e se desenvolve com base em entrevistas feitas 
no período de outubro a novembro 2005 ao arquiteto autor do projeto: João Diniz. Nesta etapa são tratadas 
questões então ponderadas ao longo do trabalho, no sentido de se vislumbrar na prática o que foi discorrido 
durante a monografia. 
1. INTRODUÇÃO 
 
A construção metálica está atravessando um período de grande expansão no Brasil. Desde os anos oitenta 
tem-se tido a oportunidade de vivenciar o crescimento do mercado de estruturas em aço, incrementado 
principalmente por novas tendências do setor da construção de edifícios: a construção industrializada e os 
conceitos relativos ao meio ambiente, principalmente aqueles relacionados ao desenvolvimento humano 
sustentável. 
 
A industrialização na produção de edifícios é um objetivo perseguido a partir da instalação das idéias de 
racionalização e gestão da qualidade no mercado global, onde o controle da cadeia de produção leva a 
melhores resultados no produto final e maior economia. Estas idéias têm o sentido de promover a 
organização da cadeia produtiva a partir do controle de procedimentos e do desenvolvimento de soluções que 
buscam diminuir desperdícios e agilizar o tempo de produção, atendendo exigências de prazo, custo e 
qualidade cada vez maiores no mercado imobiliário. Na construção metálica, a industrialização se dá desde a 
elaboração do projeto, passando pela fabricação dos perfis até a montagem no canteiro de obras, o que 
permite um maior controle da cadeia produtiva, fazendo com que prazos, custos e qualidade possam ser 
estabelecidos ao início e atingidos ao final do processo. 
 
Já os conceitos relativos ao meio ambiente, na construção metálica, são traduzidos por se tratar de um 
material totalmente reciclável, uma vez que esgotada a vida útil da edificação, este material pode retornar 
sob forma de sucata aos fornos das usinas siderúrgicas para ser re-processado sem perda de qualidade. 
Também no processo de produção dos perfis, a emissão de CO2 caiu pela metade e a emissão de partículas 
foi reduzida em mais de 90%. Os dispositivos de filtragem de partículas permitem que estes derivados da 
produção do aço sejam quase totalmente reciclados. A escória, por exemplo, é empregada como material 
mineral para construção de estradas, como lastro, e na produção de cimento. A melhoria contínua no 
processo de produção de perfis inclui ainda uma redução no consumo de água e a reutilização de 
praticamente todos os gases residuais para produção de energia. Simultaneamente, dentro do canteiro de 
obras, a maior organização, o menor desperdício de materiais e a menor emissão de partículas fazem com 
que este modelo de construção seja menos agressivo ao meio ambiente que os modelos tradicionais, o que 
justifica o maior interesse que este sistema vem despertando no mercado da construção de edifícios. 
 
Também, os novos investimentos em aços específicos para a engenharia e arquitetura têm difundido esta 
tecnologia. Atualmente, são fabricados pelas siderúrgicas aços com maior resistência mecânica, maior 
resistência à corrosão atmosférica e melhor aderência à pintura. Este desenvolvimento da tecnologia do 
material, juntamente com o desenvolvimento da tecnologia de construção em aço, fazem da estrutura 
metálica uma opção competitiva em relação a outros processos construtivos. Hoje, sua aplicação extrapola a 
utilização em empreendimentos como shopping centers, supermercados e escolas, se tornando atraente 
também para as construções de baixa renda, de edifícios residenciais de múltiplos andares e andares simples. 
 9
 
Porém, apesar de toda a expansão que este modelo estrutural alcançou no mercado nacional, a produção de 
edifícios em aço ainda representa uma parcela bastante inferior à produção em concreto armado. Esta 
realidade se deve a diversas situações, uma delas a “cultura do concreto armado” consolidada no setor. 
Alguns fatores que contribuem para que a produção de edifícios em estrutura metálica não seja maior no 
mercado brasileiro estão expostos abaixo: 
 
• A escassez de mão de obra: a produção em aço exige um preparo da mão de obra diferente da construção 
em estrutura tradicional. Isto leva a uma menor qualidade e quantidade de mão de obra disponível para a 
produção em estrutura metálica e a um maior valor quanto à remuneração dos profissionais qualificados. 
 
• As escolas de formação profissional de engenharia e de arquitetura, na maioria das vezes, dispoem de 
uma grade curricular baseada no ensino da produção de edifícios em estruturas em concreto armado, não 
promovendo a disseminação e o entendimento de outros sistemas, como a estrutura em aço. Esta postura 
leva à formação de profissionais vinculados a um único sistema construtivo, ou seja, inseguros quanto à 
atuação em outros modelos estruturais. 
 
• O afastamento e a inversão de valores profissionais, principalmente nos últimos vinte anos, por parte de 
arquitetos e engenheiros diminuiu substancialmente o trabalho de equipes multidisciplinares formadas 
por estes dois agentes. Esta situação contribui para o processo de inibição do desenvolvimento de 
sistemas que exigem a formação de uma equipe multidisciplinar, como é o caso das construções em aço. 
 
Com o intuito de compreender a utilização do aço na construção civil, principalmente suas potencialidades e 
complexidades relativas à produção de projetos arquitetônicos, este trabalho vem abordar o tema 
“DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS EM ESTRUTURAS DE AÇO”. 
 
 10
2. A COORDENAÇÃO DOS PROJETOS 
 
“ O grande desafio dos arquitetos é conseguir conciliar o sistema subjetivo e individual da qualidade 
arquitetônica com a precisão construtiva rigorosa normatizada pelos processos industriais”. (SANTOS, 
1996) 
 
O sistema de construção em aço é uma tecnologia industrializada, onde sua execução exige um perfeito planejamento 
logístico de todo o processo construtivo e um grau de detalhamento milimétrico da estrutura a ser executada, tendo em 
vista a precisão do processo de fábricação e montagem da obra. 
 
Para que se atinja a qualidade exigida pela estrutura, é necessário que haja uma coordenação interativa entre cada uma 
das etapas da cadeia construtiva, desde definição do produto, passando pela concepção do projeto até a finalização da 
obra. Esta coordenação torna-se parte fundamental do processo, já que a estrutura metálica não se adapta a improvisos e 
qualquer alteração projetual ou executiva devem ser planejadas com antecedência. Do contrário, tais modificações 
podem levar a um alto desprendimento de custo, à redução da qualidade e a um aumento do tempo de execução da obra. 
(MERRIGUI, 2004) 
 
Qualquer que seja o sistema construtivo, a coordenação dos projetos deve ser iniciada ainda na fase de 
definição do produto imobiliário. Esta fase, que na maioria dos processos é definida apenas por investidores 
e construtores, deve ter também a participação da equipe de projeto, que auxiliará na definição do produto 
baseados nos pré – requisitos estipulados, agindo também como direcionadora na procura e compra do 
terreno que melhor atender a estes parâmetros. 
 
A etapa de análise de viabilidade para compra do terreno deve ser abordada além dos aspectos legais de 
restrições construtivas edocumentações. Deverão ser elaborados também, antes da compra do terreno, os 
levantamentos plani-altimétricos, as sondagens e feita a verificação dos fatores de exigência do material aço 
quanto a ambientes agressivos, ventos e etc. Estes estudos levarão a um conjunto de informações ligadas aos 
aspectos estéticos, técnicos e funcionais os quais restringirão o desenvolvimento do produto e orientarão na 
elaboração de um estudo preliminar inicial, chamado briefing, o qual caracterizará a aptidão do terreno de 
acordo com os objetivos finais do empreendimento. 
 
Após definido o produto imobiliário e feita a escolha e compra do terreno, inicia-se o desenvolvimento do 
projeto a partir da formação de uma equipe multidisciplinar de trabalho. A inter-relação da equipe de projeto 
arquitetônico às demais equipes envolvidas, principalmente ao trabalho do calculista, atua de modo que as 
interfaces técnico construtivas que interferem no projeto arquitetônico sejam bem definidas e reduzam 
qualquer possibilidade de reavaliação de projetos durante a fabricação dos perfis e da obra . O entrosamento 
destas disciplinas torna-se assim um aspecto definidor da imagem e da expressão de uma obra e um fator 
relevante para o bom desenvolvimento, organização e estruturação da concepção do produto e de todo o 
projeto arquitetônico. 
 11
 
Este processo implica, então, para os arquitetos, o problema da troca do trabalho individual, artesanal, pelo 
trabalho técnico de uma equipe multidisciplinar, onde são dividas e repartidas responsabilidades de forma a 
viabilizar o produto final edificado com qualidade arquitetônica e construtiva. Pela sua formação, o arquiteto 
é quem deve controlar e assumir a responsabilidade do processo de projeto em todas disciplinas envolvidas, 
definindo os parâmetros estruturais básicos que serão desenvolvidos e depurados na atuação do calculista. A 
partir daí o projeto deve ser detalhado com a interação entre esses profissionais, dividindo assim a 
responsabilidade pelas definições que resultam na integridade física da construção. (MERRIGUI, 2004) 
 
Como interface entre o anteprojeto e os projetos executivos arquitetônico e estrutural, de fabricação e 
montagem, deve ser transmitido às equipes um conjunto de procedimentos de execução dos serviços, 
diretrizes e detalhes importantes que visam padronizar o processo projetual. São também organizadas todas 
as informações existentes que caracterizam o produto e definem o projeto, como memorial descritivo, 
sondagem e levantamento planialtimétrico, projeto legal, etc. 
 
A inspeção dos projetos deve ser feita através da adoção de mecanismos de compatibilização e conferências 
que garantam a qualidade das soluções e o atendimento às normas técnicas1. As alterações a serem feitas 
devem seguir os procedimentos de “solicitação de alteração de projetos” formulado pela equipe de trabalho. 
 
Concluindo, a coordenação de projetos em aço deve buscar promover a integração entre os participantes do 
processo construtivo, garantindo alta precisão do produto final e a comunicação fluida e exata entre todos os 
níveis da cadeia de produção, com uma maior atenção às interfaces das etapas. Estes pontos tornam-se 
importantes a medida que customizam os prazos de obra, apesar de aumentar os prazos de projeto, diminuem 
os custos da obra, apesar de aumentar os custos iniciais, bem menores que os finais, e buscam efetivamente 
concretizar os objetivos iniciais apontados pelos investidores e a qualidade final desejada pelas empresas e 
pelo mercado de edificações. 
 
1 Anexas estão as principais normas que regulamentam a construção em aço 
 12
3. CONDICIONANTES DO PROJETO ARQUITETÔNICO 
 
As idéias iniciais de projeto definidas na etapa de “Estudos Preliminares” e apresentadas sob a forma de 
fluxograma, setorização e definição da tipologia da edificação, resultam das informações levantadas pelo 
arquiteto junto ao cliente, aos órgãos públicos e entidades regulamentadoras. Os principais balizadores 
dessas “idéias” para o desenvolvimento de projetos de qualquer sistema construtivo são: os anseios dos 
proprietários; os dados físicos relativos ao terreno e seu entorno; as necessidades levantadas na definição do 
programa; as limitações da legislação; as dimensões definidas; e a disponibilidade de investimento no 
projeto. 
 
Porém, o projeto em estrutura metálica exige ainda do arquiteto definições de alguns parâmetros auxiliares 
na fase de Estudo Preliminar e anteprojeto que direcionarão o Partido Arquitetônico a ser adotado. São eles: 
 
• A estrutura: na construção industrializada em aço, várias são as formas com que este material pode ser 
utilizado. Cabe ao arquiteto identificar e balizar a melhor aplicação para cada caso; 
 
• O sistema de coordenação modular: a coordenação modular serve como forma de planejamento da 
fabricação, transporte e montagem do sistema proposto e como ferramenta direcionadora ao melhor 
aproveitamento de materiais e menor desperdício de esforços; 
 
• Os sistemas de estabilização estrutural do edifício: o arquiteto deve estabelecer o sistema ao qual a 
estrutura se submeterá, respondendo às solicitações do projeto arquitetônico e às ações de forças a serem 
absorvidas pela estrutura sem que esta seja abalada; 
 
• A ordem de grandeza dos elementos estruturais: este aspecto deve ser proposto pelo arquiteto ainda na 
fase de anteprojeto. 
 
• A especificação dos aços: a equipe multidisciplinar de projeto deve estabelecer os aços adequados ao 
bom desempenho da obra. Esta definição deverá restringir o partido arquitetônico, permitindo que o 
projeto se desenvolva de acordo com as características de cada tipo de aço; 
 
 13
3.1 A ESTRUTURA 
 
Na construção civil o aço pode ocorrer de duas formas: 
 
3.1.1 COMO SISTEMA CONSTRUTIVO 
 
Devido às suas características técnicas e acompanhando a evolução 
tecnológica, o aço tem substituído outros materiais na construção 
industrializada, sendo aplicado também como sistema construtivo. 
O aço pode ser empregado, por exemplo, como componente industrializado, 
substituindo materiais como tijolos, madeiras, vigas e pilares de 
concreto, como ocorre no sistema denominado internacionalmente 
denominado por Steel Frame. 
Fig. 3.1 - Viga de alma cheia 
 
3.1.2 COMO ELEMENTO ESTRUTURAL 
 
a. VIGAS 
• VIGAS DE ALMA CHEIA 
 
São formadas por duas mesas, interligadas por uma alma, e se 
caracterizam pelo acentuado afastamento entre as mesas. Os perfis tipo 
“I” soldados, da série CVS e VS, “I” laminados e os pedis “U” 
estruturais formados a frio são os mais utilizados para vigas. Pela 
própria forma da seção, são bastante adequados para resistir, por 
intermédio das mesas, os esforços de compressão e de tração. As mesas 
dos perfis “I” são sempre mais espessas do que as almas. 
Fig. 3.2 - Viga alveolar 
Os valores de referência, para efeito de pré - dimensionamento das 
alturas das vigas de alma cheia (seção “I”) simplesmente apoiadas, são: 
Fig. 3.3 - Viga em forma de treliça - Vigas principais - 1/14 a 1/20 do vão (para vãos de 8 a 30 m); 
- Vigas secundárias - 1/20 a 1/25 do vão (para vãos de 4,5 a 18 m). 
 
• VIGAS ALVEOLARES 
 
São obtidas a partir dos perfis tipo “I”, normalmente por recorte 
longitudinal das almas, na forma de colmeias, com posterior 
deslocamento e soldagem, ou mesmo por meio da execução de 
aberturas nas almas desses perfis. Na peça obtida por recorte da alma, a 
nova geometria da seção transversal apresentará uma altura Fig. 3.4 - Viga vierendeel ou quadros 
 14
significativamente maior do que a do perfil original, com a mesma massa inicial, portanto, com uma 
consideráveleconomia de peso. (DIAS, 2002) 
 
• VIGAS EM FORMA DE TRELIÇAS 
 
As treliças são constituídas de barras coplanares articuladas entre si e submetidas a carregamentos 
nodais. Nessas vigas, as barras podem-se articular por meio de ligação direta ou indireta. 
Na ligação direta, as barras são diretamente fixadas uma às outras por soldagem. 
A ligação indireta utiliza um elemento chamado chapa de ligação ou chapa de “ Gousset ”. 
Os valores de referência, para efeito de pré - dimensionamento da altura das treliças, são: 
1/lOa 1/25dovão(para vãos de 12a35m). 
 
• VIGAS VIERENDEEL 
 
São vigas compostas de barras resistentes na forma de quadros, unidas entre si por meio de ligações rígidas, 
que devem resistir as forças normais e cortantes e também aos momentos fletores. Em virtude da 
característica dos vínculos, as vigas-quadro são mais deformáveis do que as vigas treliças planas. Valores de 
referência: 1/15 a 1/20 do vão. 
 
• VIGAS MISTAS 
 
Resultam da associação de uma viga de aço com uma laje de concreto, sendo a ligação laje-viga realizada 
por meio de conectores. Esse trabalho solidário proporciona grande economia no peso das vigas de aço, 
principalmente quando se tratar de vigas simplesmente apoiadas. No caso da utilização de perfis “I”, a laje de 
concreto recebe boa parte dos esforços de compressão que deveriam ser absorvidos pela mesa superior do 
perfil, enquanto os esforços de tração são normalmente absorvidos pela mesa inferior do perfil de aço. 
Os conectores cumprem a função de absorver os esforços de cisalhamento horizontal e impedir o 
afastamento vertical entre a laje e a viga. 
Dentre os vários tipos de conectores, os mais recomendados são os classificados como flexíveis, do tipo pino 
com cabeça, que são igualmente os mais utilizados. 
Alguns tipos de lajes podem trabalhar no sistema misto, como, por exemplo, as lajes moldadas “in loco”, as 
lajes pré - fabricadas do tipo pré-lajes e as lajes com “decks” metálicos (“steel decks). 
O valor de referência, para efeito de pré-dimensionamento da altura das vigas mistas, são: 
1/20 a 1/25 do vão (para vãos de 6 a 20 m). 
 15
b. LAJES E PISOS 
 
O esqueleto metálico permite a utilização de vários tipos de laje como: 
 
• Laje convencional em concreto armado ou protendido ; 
• Laje mista com vigas pré-moldadas, metálicas ou não, e tijolos furados; 
• Laje de concreto com vigas metálicas, trabalhando com viga mista aço-concreto; 
• Lajes em elementos pré-fabricados de concreto, servindo de forma e trabalhando como laje mista aço-
concreto; 
• Lajes com forma metálica trabalhando como laje mista aço-concreto. 
 
Porém, alguns destes tipos de laje se caracterizam pelo baixo peso, facilidade de execução e rapidez de 
montagem sendo as mais indicadas para edifícios em estruturas metálicas. 
 
As lajes metálicas apresentam uma série de vantagens em relação às lajes convencionais, entre elas podemos 
citar: rapidez e facilidade de colocação, com o mínimo emprego de mão-de-obra; leveza, o que permite fácil 
manuseio dos painéis metálicos; dispensam a utilização de formas, já que seus elementos são pré-fabricados; 
admite que se obtenha logo após a montagem do esqueleto metálico, fixando as chapas corrugadas na 
estrutura, uma plataforma de trabalho a qual permite a execução de todos os trabalhos inerentes à construção; 
reduz a altura do prédio, da seção das colunas e das cargas nas fundações devido ao menor peso da laje; etc. 
(Freire, 2005) 
 
• LAJES COMPOSTAS CONCRETO-CHAPA DE AÇO DOBRADA 
 
Estas lajes consistem da substituição da armadura de tração convencional em ferro por uma chapa fina de aço 
laminado a frio, com espessura da ordem de 1mm, dobrada de forma com que trabalhe em conjunto com a 
camada de concreto. A chapa dobrada além de atuar como armadura, também recebe o papel de forma para a 
concretagem. 
 
É de grande importância que exista uma boa aderência entre o concreto e a chapa de aço. A ausência de 
aderência provocaria um deslizamento entre os dois materiais fazendo com que ambos deixam de trabalhar 
em conjunto, além de impossibilitar a transferência de esforços. 
 
São utilizados vários dispositivos para garantir uma boa aderência entre o concreto e a chapa de aço, sendo 
os mais comuns a utilização de estampagem de mossas na superfície da chapa, o dobramento de chapa em 
ângulos reentrantes e a soldagem de barras no sentido transversal. 
 
 16
A capacidade de carga das lajes compostas vai depender da geometria da chapa, da sua espessura, do tipo de 
aço e do tipo de concreto, podendo ser adequada para vãos de 2.5 a 4.5m, trazendo uma grande economia no 
dimensionamento das vigas e na altura do peso. 
 
Fig. 3.6 - Lajes em concreto e chapa de aço dobrada 
Fonte: Freire, 2005 
 
• PISO STEEL DECK 
 
O piso steel deck consiste na utilização de perfis de aço A446 pré-fabricados, em forma de telha trapezoidal 
revestidos por uma camada de concreto leve (argila expandida como agregado), cuja resistência mínima à 
compressão é 20MPa. Ele é utilizado como uma viga mista, como descrito anteriormente. 
 
Para o controle de fissuração é empregado uma tela soldada com área mínima igual a 0,1% da área de 
concreto acima do topo do perfil. 
 
A altura do perfil é de 75 mm com largura igual a 820mm, o comprimento varia conforme o desejado. 
 
Peso Próprio (P.P.) = 100kg/m2 
Sobrecarga = 450kg/m2. (Freire, 2005) 
 
• LAJE PRÉ-PROTENDIDA 
 
O painel treliçado é um elemento composto por uma base de concreto estrutural e armação treliçada, 
englobada parcialmente na região da armadura inferior de tração, obtendo-se junto com uma capa de 
concreto, adicionado em obra, com trabalhabilidade e espessura de acordo com o projeto da laje, obtendo-se 
uma laje treliçada maciça e pré-fabricada. 
 
Dimensões dos painéis: 
Largura: 250mm ou 300mm 
Comprimento: definido pelo projeto 
Treliça: altura e composição de aço em função do projeto 
 
 17
Para uma laje de 10cm de altura com capa de concreto de 7cm, temos 
um peso próprio equivalente a 250kgf/m2. 
 
P.P.: 250kg/m2 
S.C.: 300kg/m2 (Freire, 2005) 
 
• LAJE REAGO 
Fig. 3.7 - Instalação de painéis de laje reago 
 
A laje é composta por painéis vazados de concreto protendido, que 
acomodam facilmente todos os tipos de dutos de serviços elétricos ou 
de comunicações, trazendo uma redução de até 10cm por altura do 
piso. 
 
Os painéis apresentam largura de 990mm, comprimento variável 
conforme o projeto e as seguintes alturas: 100, 150, 200 e 250mm. 
 Fig. 3.8 - Utilização de painel wall como laje para um 
estacionamento 
P.P.: 160kg/m2 
S.C.: 390kg/m2 
 
• PAINEL WALL 
 
Os Painéis Wall são compostos de madeira maciça revestida de 
compensados com colagem à prova d´água, com espessura total de 4 
cm. Suas superfícies são revestidas de manta fenólica anti-derrapante 
que impermeabiliza e protege o painel. Suporta altas cargas podendo 
ser utilizado em estacionamentos, e mezaninos. 
Fig. 3.9 - Vista inferior da laje em painel wall de um 
estacionamento 
 
As placas apresentam as seguintes dimensões: 2.500 x 1.2000 x 40mm e necessitam de apoios a cada 1,25m. 
Peso Próprio: 20kg/m2 
Resistência: 700 kgf/m² (Freire, 2005) 
 
• CHAPA DE PISO OU CHAPA XADREZ 
 
São chapas de aço que apresentam relevos em sua superfície, obtidos na laminação das chapas ou através de 
operações de estampagem. Podem ser fabricadas a partir de chapas grossas ou finas, laminadas a quente e 
zincadas ou não. Normalmente, as chapas de piso são fornecidas sem especificação de composição química 
ou propriedades mecânicas. 
 
 18
• GRADE DE METAL ELETROFUNDIDO 
 
As grades de metal eletrofundidosãos compostas de barras de aço sob a forma de uma malha ortogonal 
soldadas, que apresentam diferentes capacidades de sobrecargas conforme a altura e o espaçamento entre as 
barras. 
 
• GRADE DE METAL EXPANDIDO 
 
A grade de metal expandido apresenta mais rigidez e resistência que as chapas lisas. É confeccionada a partir 
de chapas grossas de metal, zincadas ou não, que sofrem operações de corte e são expandidas. 
 
Por serem malhas de grande área aberta, não impedem a passagem de luz e ar, não acumulam resíduos sobre 
o piso e comportam-se como piso antiderrapante. 
 19
3.2 A COORDENAÇÃO MODULAR 
 
Historicamente vários sistemas de medidas e modulações foram propostos 
por arquitetos, principalmente ao longo do século XX. A primeira tentativa 
efetiva de padronização da indústria foi a adoção do metro com seus 
múltiplos e sub-múltiplos decimais no Sistema Internacional (S.I.), que 
também englobava grandezas como o peso e a força. O sistema métrico de 
medidas começou a ser comparado a sistemas antropomórficos por 
arquitetos interessados em estabelecer relações entre as necessidades 
humanas e as dimensões métricas. Um dos primeiros a fazer uma 
correlação métrico-antropomófica foi o arquiteto Le Corbusier, na 
experiência do Modulor, que combinava diretamente medidas relacionadas 
com o corpo humano e seu valor direto em metros. A base científica do 
estabelecimento de valores numéricos foi a série de Fibonacci, que compõe 
o número com a soma dos dois valores que o precedem. Neufert foi o 
primeiro a parametrizar medidas humanizadas com uma fração do metro, 
mais precisamente sua oitava parte. Com este valor, o módulo de 125 mm, 
estabeleceu o sistema de coordenação modular, que serviria de base para a 
reconstrução da Alemanha no pós-guerra na década de vinte através de 
sistemas industrializados. Ainda hoje, as medidas propostas pelo alemão 
são usadas para o desenvolvimento de projetos, sem contudo, relacionar os 
valores apresentados à base que os geraram: um sistema de coordenação 
modular com módulo básico de 1/8 metro ou 125mm . (MERRIGUI, 2004) 
 
Com a interferência da ISO, International Organization for Standardization 
definiu-se como “Módulo Fundamental de Norma” a medida de 600 
milímetros e sistemas de coordenação modular baseados em seus múltiplos 
e sub-mútiplos. Estes valores não possuem ainda suas referências métricas 
estabelecidas globalmente, ficando os pontos de interseção restritos aos 
grandes módulos de transporte: as dimensões padronizadas dos containers, 
dos vagões de trens e carrocerias de carretas, de 12 metros com o meio 
módulo de 6 metros. Nestas dimensões até mesmo o sistema imperial de 
medidas (em pés e polegadas) está coordenado nas medidas de 20 e 40 pés 
do meio container e do container respectivamente. O “Módulo 
Fundamental de Norma” também rege as dimensões das peças de perfis 
estruturais e chapas metálicas feitos em série (3, 6 e 12 metros), e os 
materiais de acabamento como as cerâmicas de fachada (de 100x100 mm e 
as várias medidas comuns a estes materiais: 150x150mm e 300x300), 
Fig. 3.10- O Modulor 
Fonte: MERRIGUI, 2004 
Fig. 3.11 - Série de Fibonacci: 
Un+1=Un+Un-1(U0= 0, U1=1) 
Ex..: 1 : 1 : 2 : 3 : 5 : 8... 
 Fig. 3.12 - Sist. Métrico x Antropomórfico 
(1metro/8): Módulo = 125 mm 
Fonte: Merrigui, 2004 
 
 20
passando por placas industrializadas e painéis pré-moldados. Paralelamente à 
padronização ISO, temos o sistema imperial usado pelos americanos e o sistema 
dos Japoneses baseado na referência histórica local das medidas dos Tatamis, 
com módulo básico de 900mm. (MERRIGUI, 2004) 
 
Fig. 3.13 – Malhas Duais 
Fonte: SANTOS, 1996 
 
Em projetos para a construção em aço, o grid modular é feito em malhas 
reticulares tridimensionais e, usualmente é definido pelo “Módulo Fundamental 
de Norma”, estabelecendo 600mm (e seus múltiplos) para cada lado. As malhas 
reticulares mais comuns são as quadradas, triangulares e hexagonais. Outros 
tipos de malhas podem ser adotados, sendo que preferencialmente deverão 
manter a razão de 600mm em suas dimensões. É também comum o trabalho com 
a malha principal e sua correspondente dual, fazendo com que o projeto de 
arquitetura tenha muitas possibilidades de variação de formas e volumes dentro 
do sistema de controle industrial. 
 
Porém, modular não significa que todos os componentes construtivos devam 
necessariamente ter suas dimensões padronizadas de acordo com a fábrica ou 
que o projeto deva obrigatoriamente estabelecer-se em um único módulo. É 
necessário sim ponderar sempre os parâmetros específicos de cada situação, já 
que as malhas espaciais são apenas referências, podendo ser abandonadas em 
parte ou no todo, em casos específicos, quando não atenderem aos requisitos 
dimensionais da arquitetura. 
Fig. 3.14 – Malhas Duais 
Fonte: SANTOS, 1996 
 
O objetivo do módulo fundamental no projeto de arquitetura metálica é 
proporcionar ao arquiteto inúmeras possibilidades de um desenho variado dentro 
do processo de fábrica. O sistema de coordenação modular torna-se portanto a 
principal ferramenta de estruturação, organização e relação entre a definição de 
medidas e as ações logísticas que tornarão possível sua implementação prática. 
Além disso, atua também no controle de perdas, reduzindo custos, tempo e o 
impacto ambiental e social, aumentando ainda a qualidade da obra. Contudo, 
apesar de permitir a racionalização da etapa de fabricação, pequenas perdas 
durante o processo sempre existirão, as malhas reticulares apenas contribuem 
para que estas perdas se mantenham em limites admissíveis. 
 
Fig. 3.15 e 3.16 - Simulações de 
descrições geométricas e projetos sobre 
bases modulares pré – definidas. 
Fonte: Merrigui, 2004 
 
 
É função do arquiteto elaborar um projeto bem coordenado, concebido dentro da lógica de produção 
industrializada, que ao entrar em processo de fabricação e montagem minimize perdas de materiais e 
esforços de implementação sendo, concebido em direção favorável a sua viabilidade econômico-financeira. 
As modulações mais comuns usadas de acordo com o padrão industrial de perfis são: 
 21
 
Tabela: 3.1 
MODULAÇÕES USUAIS 
3000 mm x 3000 mm 
6000 mm x 6000 mm 
6000 mm x 12000 mm 
8000 mm x 8000 mm 
7500 mm x 5000 mm 
7500 mm x 7500 mm 
7500 mm x 10000 mm 
7500 mm x 15000 mm 
 
O esquema abaixo representa as relações entre os elementos de projeto e a coordenação modular através dos 
eixos estruturais. Todos estes elementos de notação técnica e estruturação da idéias de projeto são 
ferramentas de controle do desenvolvimento do processo em direção à sua viabilidade e manutenção dos 
conceitos iniciais de projeto. 
Fig. 3.17 - Representações técnicas da aplicação do sistema de coordenação modular em projetos 
Fonte: norma Alemã DIN 1800 appud Merrigui, 2004 
 
 22
3.3 OS SISTEMAS DE ESTABILIZAÇÃO ESTRUTURAL DO EDIFÍCIO 
 
Em estruturas metálicas a definição do princípio de estabilização tem relação 
direta com a proposta arquitetônica e deve ser decidido pelo arquiteto 
juntamente com a equipe multidisciplinar de projeto, direcionando assim o 
partido arquitetônico. 
 
Toda solução estrutural seja ela em aço ou não, sofre solicitação de esforços 
tais como as ações verticais (sobrecarga e peso próprio da estrutura) e ações 
horizontais (como a ação do vento). Para que estas estruturas apresentem 
resistência à tais solicitações é preciso que se desenvolva um sistema de 
estabilização que garanta sua performance dentro dos parâmetros estabelecidos 
em projeto. Em linhas básicas, “estabilizar a estrutura significa garantir que 
sua forma não seja abalada durantea ocorrência de quaisquer solicitações, as 
quais a edificação foi projetada a suportar”.(MERRIGUI,2004) 
Fig. 3.18 - Fonte: Merrigui 2004 
Ações atuantes na estrutura induzindo à 
desestabilização dos quadros estruturais: 
• variação da diagonal 
• variação dos ângulos 
 
 
Usualmente, as soluções de estabilização em estruturas metálicas dos planos 
verticais, tanto transversal quanto longitudinalmente, são os sistemas de pórticos 
rígidos, os sistemas de contraventamento, e as soluções de paredes de 
cisalhamento em pórticos deslocáveis, os quais veremos mais 
detalhadamente a seguir. Porém, no plano horizontal a estabilização é 
garantida pela interação da laje (pano rígido) com a retícula de vigas 
(vigas-mistas), funcionando como um sistema de parede de cisalhamento 
horizontal. Na ausência da laje ou de um outro elemento que possa 
acrescentar rigidez suficiente ao plano horizontal, deve-se utilizar o 
sistema de contraventamentros, ligações rígidas entre as vigas ou 
engradamento de cobertura. Um caso típico de estabilização por 
contraventamento horizontal são as coberturas de galpões, quase sempre 
estabilizadas com cabos ou barras no plano abaixo das telhas. 
Fig. 3.19 - Fonte: SANTOS, 1996 
Contraventamentos em “Y” e “K” 
Fig. 3.20 - Fonte: MERRIGUI, 2004 
Esquema de edifício estruturado em pórtico com 
ligações rígidas 
 
 
a. CONTRAVENTAMENTO 
 
Este sistema é caracterizado pela inserção de uma peça estrutural na 
diagonal do quadro metálico, de modo a permitir o uso de elementos mais 
leves que adquiram resistência ao conjunto através da geometria 
indeformável do triângulo. Este princípio nos leva a considerar que, do 
ponto de vista estático, uma barra diagonal é suficiente para garantir a 
estabilidade do quadro. Porém, o acréscimo de duas barras em forma de 
Fig. 3.21 - Fonte: MERRIGUI, 2004 
Esquema de edifício estruturado em parede de 
cisalhamento 
 23
“X”, nos leva à soluções mais econômicas. Outras formas de 
contraventamentos também podem ser utilizadas, dependendo da 
necessidade de uso da edificação, assim temos os sistemas em “K” e 
em “Y”. 
 
b. LIGAÇÕES RÍGIDAS 
 
Estas ligações mantêm estável o pórtico formado por colunas e vigas 
metálicas, a partir do enrijecimento de uma ou mais de suas ligações, 
o que impede diretamente a variação angular deste quadro. Este tipo 
de solução inclui procedimentos mais complexos devido à inserção 
de placas de ligação mais espessas e maior volume de solda ou 
parafusos, aumentando também o peso global da estrutura e o 
trabalho homem - hora necessário para a fabricação e montagem das 
conexões. Estes procedimentos fazem com que o enrijecimento 
completo das junções dos pórticos seja uma solução menos 
econômica do que o acréscimo de barras de travamento, sendo, por 
isso, menos utilizada. 
 
c. PAREDES DE CISALHAMENTO 
 
A inserção de um elemento dentro ou faceando o quadro estrutural, com 
rigidez suficiente para garantir sua forma inicial também é uma solução 
para o problema estrutural. A rigidez necessária para garantir a 
performance da parede como estabilizadora da estrutura pode ser 
atingida com alvenarias de blocos, tijolos, painéis pré-moldados, ou com 
paredes moldadas no local, e deve ser calculada por um profissional da 
área. 
Fig. 3.23 - Fonte: DIAS, 2002. 
Edifício em sistema de pórticos flexíveis, sua 
estruturação vertical acontece através das paredes de 
cisalhamento. 
Fig. 3.22 - Fonte: DIAS, 2002. 
Edifício contraventado em “X” 
 
 
d. NÚCLEO CENTRAL RÍGIDO 
 Fig. 3.24 - Fonte: DIAS, 2002. 
Pórticos flexíveis estruturados através do sistema de 
paredes de cisalhamento. 
Fig. 3.25 - Fonte: DIAS, 2002. 
Pórticos semi - rígidos estruturados através de um 
núcleo central rígido. 
Esta opção consiste basicamente em amarrar a retícula estrutural, com 
ligações semi-rígidas e sem contraventamentos, a uma torre com rigidez 
suficiente para garantir que o esquadro e o prumo das peças estruturais 
permaneçam os mesmos estabelecidos no projeto e na montagem. A 
torre do núcleo central, rígida quase sempre, pode ser combinada a 
elementos do programa, mais precisamente aqueles associados à 
circulação vertical da edificação como caixa de escadas e elevadores . 
 24
 
O inconveniente desta solução é o descompasso entre as tecnologias. A opção mais frequente para execução 
do núcleo rígido é em concreto armado, sua velocidade de execução, por necessidade técnica da cura do 
material, pode comprometer o rendimento global da execução do edifício em estrutura metálica. 
 
3.4 A ORDEM DE GRANDEZA DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS 
 
Segundo o arquiteto João Diniz, a geometria é ocupação do arquiteto é ele quem deve lançar, mesmo que 
intuitivamente, a estrutura no projeto e sua geometria, para depois o discutir com o engenheiro estrutural as 
diversas possibilidades de soluções. 
A dimensão da peça estrutural está relacionada ao vão o qual esta peça se submete. A tabela abaixo apresenta 
as dimensões para vigas segundo esta relação. Já as definições da ordem de grandeza das colunas são menos 
complexas, pois sua resistência pode ser ajustada com a variação da espessura da chapa que as compõe. 
 
Tabela 3.2 – Vigas metálicas - Fonte: MERRIGUI 2004 
TIPO DE VIGA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 
(sem escala) 
ALTURA (a) x VÃO (v) 
Vigas “I” - Alma Cheia a = v / 20 
 
Vigas “I”-Alma Vazada 
(Alveolares) 
a = v / x 
 
Treliças 
Seção Fixa 
a = v / 10 ~ a = v / 25 
 
Treliças 
Seção Variável 
am = v / 10 ~ a = v / 25 
 
Vigas 
Vierendeel 
a = v / x 
Vigas 
Mistas 
a = v / 20 ~ a = v / 30 
 
 25
3.5 A ESPECIFICAÇÃO DO TIPO DE AÇO 
 
No desenvolvimento de um projeto arquitetônico, compreender o comportamento do material que se 
trabalha, as características que o torna adequado ou não a determinado uso é importante para que se possa 
potencializar seu desempenho através do desenvolvimento de soluções adequadas e econômicas para a 
aplicação que se deseja. 
 
No caso do aço, este estudo torna-se complexo já que o aço é produzido em uma grande variedade de tipos e 
formas, cada qual atendendo eficientemente a uma ou mais aplicações e às exigências específicas que 
surgem no mercado, levando à ocorrência de 3500 tipos1 diferentes de aços. 
 
Os aços são ligas de ferro e carbono com teor de C de 0,002 à 2%, aproximadamente. Para a sua aplicação na 
construção civil são utilizados os aços com teor de carbono na ordem de 0,18 à 0,25%, chamados aços de 
baixa liga, e os aço-carbono, que apresentam propriedades de resistência e ductilidade especiais para esta 
aplicação e adequados para a utilização em elementos da construção sujeitos a carregamento. As 
propriedades do aço podem variar consideravelmente a partir da variação da concentração de carbono e de 
outros elementos de liga adicionados propositadamente como o manganês, níquel, cromo, etc. 
 
a. AÇOS-CARBONO (Média resistência mecânica) 
De acordo com a NBR 6215, o aço-carbono é aquele que apresenta elementos de liga em teores residuais 
máximos admissíveis. Em função do teor máximo de carbono eles são divididos em três classes de acordo 
com a 2tabela abaixo: 
Tabela 3.3 – As clases do aço carbono 
CLASSE LIMITE USUAL DE 
RESISTÊNCIA (MPa) 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS 
APLICAÇÕES 
BAIXO CARBONO 
(C<ou=0,30%) 
<440 Boa tenacidade, conformabilidade e 
soldabilidade. São os mais adequados 
à construção civil 
Pontes, edifícios, navios, 
caldeiras, estruturas 
mecânicas, etc. 
MÉDIO CARBONO 
(0,30<C<0,50%) 
440 a 590 Média conformabilidade e 
soldabilidade 
Estruturas parafusadas de 
navios e vagões, tubos, 
implementosagrícolas, etc. 
ALTO CARBONO 
(C>ou=0,50%) 
590 a 780 Má conformabilidade e soldabilidade 
devido à sua baixa ductilidade, alta 
resistência ao desgaste. 
Peças mecânicas, 
implementos agrícolas, 
trilhos e rodas ferroviárias 
 
Dentre os aços estruturais existentes atualmente, o mais utilizado e conhecido é o ASTM A36, especificado 
pela American Society for Testing and Materials. A 3tabela abaixo apresenta os principais tipos de aços-
carbonos especificados pela ASTM usados no Brasil para perfis, chapas e barras: 
 
1 Fonte de dados: site do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) 
 26
Tabela 3.4 – Características dos aços-carbono 
DENOMI-
NAÇÃO 
CARACTERÍSTICA PRODU-
TO 
GRUPO / GRAU 4fy 
(MPa) 
5fu 
(Mpa) 
Perfis Todos os grupos 
Barras t < ou = 200 
A 36 É o aço mais usado em obras civis: edifícios, 
pontes e estruturas gerais. É empregado com 
ligações rebitadas, parafusadas ou soldadas. É 
produzido em espessura maior que 4,57mm. Chapas t < ou = 100 
 
250 
400 
à 
450 
Grau 33 230 260 A 570 Empregado na confecção de perfis de chapa 
dobrada devido à sua ductilidade 
Chapas Todos os 
grupos Grau 40 275 380 
Grau a 232 320 Redondo 
Grau b 296 408 
Grau a 274 320 
A 500 Apresenta-se em tubos com e sem costura. 
Tubos sem costura: espessura: 12,5mm; 
diâmetro: 258mm. Tubos com costura: 
Espessura: 10m; diâmetro: 258mm. 
Tubos 
Quad. ou 
Retang. Grau b 323 408 
A 501 Uso: tubos redondos quadrados e retangulares, 
com e sem costura; Resistência igual ao A36; 
Espessura: até 25mm; Diâmetro: 12 - 600mm 
Tubos Todos os grupos 250 408 
Grupo 1e2 345 485 Perfis 
Grupo 3 315 460 
t<ou=19 345 485 
t<ou=19 315 460 
19<ou= t < 38 290 435 
A 441 Usado onde se requer um grau de resistência 
maior. Apresenta-se em vários graus. É 
empregado em qualquer tipo de estrutura com 
ligações soldadas, rebitadas ou parafusadas. 
Chapas e 
Barras 
38<t<ou=100 275 415 
Grau 42 290 415 Perfis Todos os 
grupos Grau 50 345 450 
Grau 42 (t<ou=150) 290 415 
A572 Usado onde se requer um grau de resistência 
maior. Apresentado em vários graus. Pode ser 
empregado em qualquer tipo estrutura com 
ligações soldadas, rebitadas ou parafusadas. Chapas e 
Barras Grau 50 (t<ou=150) 345 450 
Grupo 1 e 2 345 480 Perfis 
Grupo 3 315 460 
t<ou=19 345 480 
19<t<ou=38 315 460 
A 242 Caracteriza-se por ter uma resistência à 
corrosão duas vezes a do aço carbono. Pode 
ser empregado em ligações soldadas 
parafusadas ou rebitadas e em estruturas em 
geral. 
Chapas e 
Barras 
38<t<ou=100 290 435 
Perfis Todos os grupos 345 485 
t<ou=100 315 485 
100<t<ou=127 315 460 
A 588 Usado onde requer redução de peso e maior 
resistência à corrosão atmosférica, que é 4 
vezes maior que a do aço carbono. Empregado 
em pontes, viadutos e estruturas especiais. 
Devido à sua resistência a corrosão dispensa 
pintura, exceto em ambientes agressivos. Pode 
ser empregado em ligações soldadas 
parafusadas ou rebitadas. 
Chapas e 
Barras 
127<t<ou=200 290 435 
 
 
 
A seguir, apresentamos uma 6tabela de equivalência dos aços ASTM especificados pela ABNT, os chamados 
aços NBR 
 
 
 
2 Fonte: DIAS, 2002 - p. 31 
3 site CBCA 
4 Fy = tensão de escoamento (valores mínimos) 
4 Fu = tensão de ruptura (valores mínimos) 
 
 
6 idem (2) 
 27
Tabela 3.5 – Tabela de equivalência dos aços ASTM especificados pela ABNT 
PRODUTO NORMA 
 ABNT / 
NBR 
CLASSE GRAU fy 
(Mpa) 
fu 
(Mpa) 
ASTM 
EQUIVALE
NTE 
DIN 
7007 MR - 250 - 250 400 A 36 ST - 42 
7007 AR - 290 - 290 415 A 572 GR - 
42 
ST - 46 
7007 AR - 345 - 345 450 A 572 GR - 
50 
ST - 50 
7007 AR-COR-
345 
A 345 485 A 242 GR - 1 
PERFIS 
7007 AR-COR-
345 
B 345 485 A 242 GR - 2 
e 
 A 578 
 
6649 CG - 26 - 255 410 A 36 ST - 42 
6649 / 6650 CF - 26 - 260 410 A 36 ST - 42 
5000 G - 30 - 300 415 A 572 GR - 
42 
 
5000 G - 35 - 345 450 A 572 GR - 
50 
ST – 52 
5004 F – 35 / Q - 
35 
- 340 450 A 572 GR - 
50 
ST – 52 
5008 1,2 e 2A T<ou= 
19mm 
345 480 A 588 
CHAPAS 
5920 / 5921 CF-BLAR - 340 480 A 588 
8261 Circular B 290 400 A 500 GR - 
B 
 
8261 Quadrado 
ou 
retangular 
B 317 400 A 500 GR - 
B 
 
8261 Circular C 317 427 A 500 GR - 
B 
 
TUBOS 
8261 Quadrado 
ou 
retangular 
C 345 427 
 
As usinas nacionais produzem aços equivalentes aos ASTM e NBR como os especificados pela Usiminas, 
chamados aços USI, os especificados pela Cosipa, chamados COS, os especificados pela CSN, chamados 
CSN. 
 
 
 28
b. AÇOS DE BAIXA LIGA 
 
A tendência de arquitetos contemporâneos projetarem estruturas com vãos cada vez maiores tem levado 
engenheiros, projetistas e construtores a utilizar aços de maior resistência, os chamados aços de alta 
resistência e baixa liga, de modo a evitar estruturas cada vez mais pesadas. 
 
Estes aços são utilizados toda vez que se deseja: 
 
• Aumentar a resistência mecânica, permitindo um acréscimo da carga unitária da estrutura ou tornando 
possível uma diminuição proporcional da seção, ou seja, o emprego de seções mais leves; 
• Melhorar a resistência à corrosão atmosférica; 
• Melhorar a resistência ao choque e o limite de fadiga; 
• Elevar a relação do limite de escoamento para o limite de resistência à tração, sem perda apreciável da 
ductilidade 
 
Dentre os aços desta categoria merecem destaque os chamados aços Patináveis ou Aclimáveis, que 
apresentam como principal característica a resistência à corrosão atmosférica, muito superior à do aço 
carbono convencional, conseguida pela adição de pequenas quantidades de elementos de liga (Manganês, 
Silício, Enxofre, Fósforo, Cobre, Níquel, Cromo, nióbio, Titânio), de forma que se obtenha alta resistência, 
mantendo sua boa ductilidade, tenacidade, soldabilidade, resistência à corrosão e à abrasão. 
 
Estes aços quando expostos à atmosfera desenvolvem em sua camada superficial uma camada de óxido 
compacta e aderente, que funciona como uma barreira, chamada pátina, contra o prosseguimento do processo 
corrosivo, possibilitando a utilização destes aços sem qualquer revestimento. A pátina só se desenvolve 
quando a superfície metálica for submetida a ciclos alternados de ação climática (chuva, nevoeiro umidade, 
sol e vento). O tempo necessário para a sua formação varia em função do tipo de atmosfera a que o aço está 
exposto, sendo em geral 18 meses a 3 anos; após um ano , porém, o material já apresenta uma homogênea 
coloração marrom-claro. A tonalidade definitiva, uma gradação escura do marrom, será função da atmosfera 
predominante e da freqüência com que a superfície do material se molha e se seca. 
 
São enquadrados em diversas normas, tais como as normas brasileiras NBR 5008, 5920, 5921, 6215 e 7007 e 
as norte-americanas ASTM A242, A588 e A709, que especificam limites de composição química e 
propriedades mecânicas, estes aços têm sido utilizados no mundo inteiro na construção de pontes, viadutos, 
silos, torres de transmissão de energia, etc. De acordo com a NBR 6215, são aços com teor de carbono 
inferior ou igual a 0,25%, com um teor total de elementos de liga inferior a 2,0% e com limite de escoamento 
igual ou superior a 300MPa. 
 
 29
A possibilidade de se obter aços patináveis com alta resistência proporciona uma redução na espessura das 
peças, quando comparadas ao aço-carbono, o que reduz o consumo e melhora o aproveitamentodo material. 
Os aços de alta resistência e baixa liga disponíveis no mercado são USI-SAC-350, COS-AR-COR 500 e 
CSN 500, que possuem alta resistência mecânica. 
 
Devem se citados também os aços que, apesar de sua alta resistência à corrosão, possuem média resistência 
mecânica e com custo unitário médio menor do que o anterior. São eles: USI-SAC 250 e 300, COS-AR-COR 
400 e 400E , CSN 420. 
 
Os aços patináveis são hoje largamente utilizados em pontes, viadutos, passarelas, edifícios de andares 
múltiplos, edifícios industriais, estações ferroviárias e rodoviárias, residências, caixa d’água, etc., sendo 
empregados sem qualquer proteção em ambientes que possam formar inteiramente a camada de óxido 
protetor (pátina). De uma forma geral, atmosferas classificadas como industrial não muito agressiva, rural, 
urbana e marítima (distante mais de 600 m da orla marítima) podem abrigar aplicações de aços patináveis 
sem revestimento. Porém, em atmosferas industriais consideradas altamente agressivas, marinhas severas (à 
distância de até 600 m da orla marítima) ou em locais em que as condições climáticas ou de utilização não 
permitam o desenvolvimento completo da pátina protetora, diminuindo assim a sua resistência à corrosão, é 
indicado o uso do aço patinável com revestimento. Os revestimentos apresentam excelente aderência aos 
aços patináveis, com um desempenho no mínimo duas vezes superior em relação ao mesmo revestimento 
aplicado sobre o aço carbono comum. 
 
c. AÇOS RESISTENTES AO FOGO 
 
Os aços resistentes ao fogo são basicamente resultado de modificações de aços resistentes à corrosão 
atmosférica. 
 
As adições são ajustadas sempre no limite mínimo possível, de forma que garantam um valor determinado e 
elevado de resistência mecânica à tração, proporcionando também boa soldabilidade e mantendo o padrão de 
excelente resistência à corrosão atmosférica, intrínseco ao aço de origem. 
 
Alguns dos aços resistentes ao fogo são os produzidos pela Cosipa (COS-AR-COR FIRE 500) e pela 
Usiminas (USI-FIRE-400 e USI-FIRE-490) 
 
Como em qualquer material, as propriedades do aço não dependem somente de sua composição química, 
mas, estão diretamente relacionadas à sua estrutura, que também é determinada pelos processamentos ao 
qual o material é submetido durante a sua fabricação. No caso do aço, os tratamentos térmicos, de 
deformação mecânica e da velocidade de solidificação, alteram a estrutura do material conferindo 
propriedades físicas, mecânicas e químicas adequadas às suas diversas aplicações. 
 30
 
Os processos de alteração da estrutura do aço são dados pelo processamento primário, através da 
solidificação (lingotamento e fundição), metalurgia do pó, pelo processamento mecânico, que envolve 
deformação plástica: laminação, trefilação, forjamento, extrusão, entre outros, e pelo processamento térmico: 
operações de aquecimento e resfriamento, recozimento, têmpera, revenimento, entre outros. 
 
O aço é uma liga obtida sob rígido controle, fazendo com que as características de cada tipo de liga sejam 
bastante confiáveis. Por isto os coeficientes de segurança em um projeto podem ser bem baixos, permitindo o 
uso de uma quantidade de material muito próxima daquela exigida pelos esforços máximos. Por ser um 
material isótropo e homogêneo sua aplicação independe da direção de aplicação do esforço. (DIAS, 2002) 
 
Os fluxos seguintes, esclarecidos pelo encarte da Usiminas “O Aço na Construção Civil”, apresentam um 
modelo de orientação na escolha dos aços apropriados a cada aplicação em função dos aspectos ambientais e 
condições estruturais. 
Segundo o encarte, o fluxo apresentado considera sempre as solicitações predominantes (tração, compressão 
ou flexão). Deve-se também considerar as limitações dimensionais determinantes do projeto em todos os 
casos. 
 
 
 
Fig. 3.26 – Diagrama de aços e aplicações 
 31
4. DETALHES A SEREM CONSIDERADOS EM PROJETO 
 
“A idéia de qualidade dentro da cadeia de produção vem fazendo com que os profissionais de 
construção procurem otimizar ganhos em função dos insumos envolvidos em uma obra. Insumos são 
considerados não só os materiais de construção, como também o homem-hora, a mão-de-obra de 
execução e, principalmente, a mão-de-obra de projeto. É a mão de obra do projeto que otimiza os 
insumos utilizados na construção como um todo, pois nos projetos que utilizam sistemas 
industrializados, o controle de custos e qualidade construtiva está expresso nos desenhos que 
determinam, de uma maneira precisa, volumes de materiais e tolerâncias em milímetros”. (SANTOS, 
1996) 
 
O projeto de detalhamento engloba a visão geral da proposta de execução, apresentando grande 
número de informações técnicas que fazem com que, a partir da liberação dos desenhos, a obra possa 
ser integralmente orçada e viabilizada. Por convenção internacional, adota-se o sistema SI de medidas 
como base para o desenvolvimento de projetos em estruturas metálicas, tais medidas devem ser dadas 
em milímetros. 
 
Uma referência importante no detalhamento é a apresentação das cotas de eixo a eixo da estrutura. Os 
eixos estruturais são determinados na modulação arquitetônica e permitem melhor visualização das 
soluções de projeto. 
 
Outro importante procedimento no detalhamento de projetos é a definição das dimensões 
arquitetônicas das peças. O dimensionamento arquitetônico faz com que características culturais 
próprias a cada arquiteto possam ser mantidas com as proporções intentadas. Como visto no capítulo 
anterior, para executar esse dimensionamento, o arquiteto e o calculista trabalham em conjunto. Cabe 
ao arquiteto determinar o tipo de desenho, altura e largura dos perfis, trabalhando o calculista com as 
espessuras, que vão resistir aos esforços atuantes sobre o conjunto. 
 
Assim, para os projetos feitos em estrutura metálica temos, como uma subdivisão do projeto de 
detalhamento os projetos de fabricação e montagem dos perfis metálicos. 
 
Nos projetos de fabricação são elaborados os detalhes de todos os elementos componentes da 
estrutura. Dependendo da necessidade de precisão, as peças são mostradas isoladamente ou em 
conjunto. Para uma treliça, por exemplo, são indicados os comprimentos das peças, a localização dos 
furos, os parafusos, as listas de materiais, etc. (Dias, 2002) 
 
Já os projetos de montagem trazem uma representação mais esquemática, sob a forma de diagramas, 
mostrando o sistema estrutural, a indicação das numerações ou marcas de cada peça, o seu 
posicionamento e a sequência de montagem. Além disso, podem fornecer informações 
complementares para o montador, como: a peça mais pesada, o raio máximo de trabalho do 
equipamento de montagem, a metodologia de montagem, etc. (Dias, 2002) 
 
Também nesta etapa de projeto devem ser especificados todos os materiais a serem utilizados, 
quantificados os volumes de insumos para vedações e acabamentos e detalhados todas as ligações 
aço-aço e as ligações aço à outros materiais, com o objetivo de precisar os dados para otimização de 
recursos a serem empregados. 
 32
Dentre os detalhes de ligação, um importante projeto é a ligação entre a estrutura 
metálica e a alvenaria de vedação. A seguir veremos os principais pontos 
necessários à estabilidade das alvenarias no sistema estrutural em aço. 
 
4.1 LIGAÇÃO AÇO-ALVENARIA 
 
“O termo “Ligações” das alvenarias é conhecido na engenharia como todas as 
soluções adotadas para unir ou desunir as alvenarias no contato com a 
estrutura suporte”.(NASCIMENTO, 2004) 
 
Para a definição do modelo de ligação adequado, torna-se necessário o 
conhecimento dos mecanismos de fixação e suas capacidades de desempenho. A 
escolha do sistema está diretamente ligada ao tipo e ao vão da estrutura a ser 
fechada com a alvenaria de vedação.Assim temos, de acordo com 
NASCIMENTO (2004), a distância entre os apoios como um fator definidor 
para a escolha do sistema de ligação entre a alvenaria e o pilar: 
 
• Vãos até 4,5 m: atrito lateral (rugosidade - chapisco) - Tipo Vinculada 
 
• Vãos entre 4,5 e 6,5 m (fixação lateral com tela soldada ou ferro dobrado de 
amarração) - Tipo Vinculada. 
 
• Vãos maiores ou igual a 6,5 m (fixação lateral e superior com folha de EPS 
(cantoneiras) ou argamassa expansiva). Tipo Desvinculada. 
 
Quando se deseja uma ligação rígida ou semi-rígida, a interação entre as 
alvenarias e os pilares de aço pode ser feita com a utilização de barras de aço de 
espera, conhecidas como ferro - cabelo (4 a 6 mm de diâmetro e 30 a 40 cm de 
comprimento), em forma de “U’, soldadas ao perfil a cada 40cm 
aproximadamente, ou a cada 3 fiadas, e solidarizadas à alvenaria pelo 
enchimento de 2 cm de argamassa, durante o seu assentamento. Como variante 
pode-se também utilizar telas eletrossoldadas de arame zincado com malha de 15 
x 15 e fio de 1,5 mm de diâmetro. 
Fig. 4.1 / Fonte: NASCIMENTO, 2004 
Telas de arame zincado assentadas a cada 
3 fiadas 
Fig. 4.2 / Fonte: NASCIMENTO, 2004 
Sistema de encunhamento rígido. 
Este sistema, quando adotado, deve 
considerar pequenas deformações 
estruturais sobre a alvenaria 
Fig. 4.4 / Fonte: NASCIMENTO, 2004 
Fig. 4.3 / Fonte: NASCIMENTO, 2004 
Sistema de encunhamento deformável 
Ligação deformável: viga-alvenaria. 
 Neste sistema de encunhamento deve-se 
adotar o processo de confinamento lateral 
pelas cantoneiras, em função da necessidade 
de absorver todos os efeitos de 
movimentação da estrutura. 
 
A eficiência destes dispositivos é variável. Numa análise de desempenho, 
NASCIMENTO (2004), nos apresenta a seguinte tabela: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33
Tabela 4.1 – Resistência das ligações 
Fonte: NASCIMENTO, 2004 – p.21. 
 
SISTEMA 
RESISTÊNCIA AO 
ARRANCAMENTO 
(Kgf) 
LOCAL DA 
RUPTURA 
Fita metálica perfurada 220 Fita 
Fita metálica corrugada 400 Fita 
Ferro de amarração ø5,0mm 400 Fixação 
Tela soldada ø 1.65 mm 800 Corpo do fio 
Fig. 4.5 / Fonte: NASCIMENTO, 2004 
Cantoneiras metálicas (planta) fixadas 
através de pinos de aço-zincado ou através 
de soldagem. 
 
Já a resistência ao cisalhamento da junta horizontal reforçada com dispositivo 
metálico é representada pela seguinte tabela: 
 
Tabela 4.2 – Resistência das ligações 
Fonte: NASCIMENTO, 2004 appud MEDEIROS 1999 – p.21. 
FIXAÇÃO RESISTÊNCIA AO 
CISALHAMENTO (Kgf) 
Sem fixação metálica 500 
Ferro cabelo 800 
Ferro dobrado de amarração 1800 Fig. 4.6 / Fonte: DIAS, 2002 
Perfil “U” metálico Tela soldada 2100 
 
Fig. 4.3 / Fonte: NASCIMENTO, 2004 
Sistema de encunhamento rígido. 
Este sistema quando adotado, 
considera pequenas deformações 
estruturais sobre s alvenaria. 
Os resultados apresentados mostram uma grande diferença e maior eficiência 
para a tela soldada e o ferro dobrado. Conclui-se que a utilização de ferro liso 
“ferro cabelo” uni-direcionado não altera as características da ligação, não sendo 
eficiente no sistema de ligação quando utilizado sozinho. (NASCIMENTO, 
2004) 
 
A tabela a seguir comprova a eficiência da ligação por arraste e a necessidade de 
provocar esta ligação, e não apenas a aderência da barra. 
 
Tabela 4.3 – Resistência das ligações 
Fonte: NASCIMENTO, 2004 – P.21 - Ensaio de arrancamento por tração direta do sistema de 
fixação numa alvenaria já com carga de compressão. 
SISTEMA DE FIXAÇÃO RESISTÊNCIA AO 
ARRANCAMENTO 
(Kgf) 
TIPO DE RUPTURA 
Ferro CA 60 – 5mm (reto) 240 Interface fio / argamassa 
Fita metálica 340 Interface fio / argamassa 
Ferro dobrado de amarração 540 Corpo da argamassa 
Tola soldada 760 Corpo da argamassa 
 
Para os sistemas com o objetivo de absorver as movimentações diferenciadas, 
costuma-se aplicar nas ligações mecânicas entre as alvenarias e os pilares, um 
material deformável. Deve-se usar materiais como cortiça, isopor ou poliestireno. 
Fig. 4.7 / Fonte: DIAS, 2002 
O tradicional encunhamento rígido deve 
ser evitado em estruturas deslocáveis, ou 
semi-deslocáveis. 
Fig. 4.8 / Fonte: DIAS, 2002 
Espaçamento entre a alvenaria e a 
estrutura. Para que haja uma adequada 
fixação do vão entre a alvenaria e a 
estrutura, deverá ser deixado um 
espaçamento compatível com o sistema de 
fixação superior da alvenaria especificado 
em projeto. 
 34
As juntas de vedação entre as alvenarias e os elementos estruturais de aço devem ser arrematadas por 
mata - juntas ou selantes flexíveis. 
 
Ao se trabalhar com estruturas flexíveis, o encunhamento (encontro superior entre as alvenaria e as 
vigas de aço) através de tijolos inclinados ou mesmo através de argamassas deve ser evitado, sempre 
que possível. A deformação das vigas de aço apresenta sérios problemas para as alvenarias de 
vedação, razão pela qual se recomenda a substituição do tradicional encunhamento por uma junta de 
solidarização, de material deformável capaz de absorver essas tensões. Para isto, são utilizadas 
cantoneiras (perfis formados a frio em forma de “U”) com argamassa expansiva ou folhas de ESP 
(poliestireno expandido) fixadas ao longo dos perfis metálicos. Também placas de EPS, com 
aproximadamente 15 mm de espessura, podem ser usadas para isolar a alvenaria da estrutura metálica, 
absorvendo, assim, eventuais deformações provenientes da estrutura ou da própria alvenaria. (DIAS, 
2002) 
 
Estas juntas deverão ser marcadas com sulcos e preenchida com selantes flexíveis, da mesma forma 
que no encontro com os pilares, por ocasião do revestimento. No caso da adoção dessas juntas, o 
contraventamento lateral da alvenaria será assegurado pela solução de solidarizar as alvenarias com os 
pilares de aço. 
 
Uma maneira que contribui para reduzir ao mínimo o aparecimento de fissuras nas alvenarias é a 
execução dos panos de fechamento da edificação de cima para baixo ou alternando os pavimentos, 
para que as deflexões dos andares superiores, provenientes do carregamento das alvenarias, não sejam 
transmitidas aos andares inferiores. 
 
Também, a última fiada de alvenaria deverá ser executada somente depois que toda a estrutura estiver 
totalmente carregada. No caso de alvenarias com blocos de concreto celular autoclavado, um 
procedimento adicional consiste em cortar na diagonal todos os blocos da faixa horizontal junto às 
mesas inferiores das vigas, criando assim um plano de cisalhamento que irá minimizar o aparecimento 
de trincas ou fissuras provocadas por eventual introdução de esforço de deformação. 
 
As alvenarias aparentes, como as constituídas por tijolos maciços de barro ou laminados, por 
exemplo, devem garantir a sua estanqueidade pelo adensamento da argamassa nas juntas verticais e 
horizontais mediante a pressão de um tijolo contra o outro durante o assentamento e pelo frisamento 
das juntas, dando maior compacidade á argamassa, dificultando a penetração e facilitando o 
escoamento das águas pluviais que incidem sobre os panos de fachada. 
 
A perfeita solução da ligação entre a alvenaria e a estrutura metálica, torna-se para o edifício fator 
relacionado à qualidade do produto final. Numa edificação estruturada em aço, as naturais 
movimentações das alvenarias e da estrutura podem induzir à tensões sobre o elemento de vedação. 
Para se evitar que a resultante das deformações impostas seja superior às deformações admitidas pela 
alvenaria, aplica-se as soluções de ligações adequadas a cada tipo de estrutura. Do contrário, tais 
deformações podem levar ao aparecimento de fissuras, ou mesmo a ocorrência de destacamento do 
elemento de vedação, comprometendo, assim, o desempenho do material através da possibilidade de 
infiltração de água. 
 35
DETALHES DE PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO 
 
Temos uma

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