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Vigilância Sanitária

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE: VIGILÂNCIA SANITARIA E VIGILÂNCIA 
ALIMENTAR E NUTRICIONAL 
 
Sandra Impagliazzo e Giovane Vieira 
 
VIGILANCIA SANITÁRIA 
Já imaginou como seria a vida das pessoas se não houvesse nenhum 
controle sobre os produtos que consumimos? Alimentos sem condições de 
consumo, estabelecimentos sem higiene, produção de medicamentos sem 
fiscalização, dentre muitos outros exemplos. 
De acordo com a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, : 
“Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações 
capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de 
intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio 
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de 
serviços de interesse da saúde, abrangendo: 
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, 
se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e 
processos, da produção ao consumo; 
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam 
direta ou indiretamente com a saúde.” 
 
Assim, temos garantido por lei os meios de controle sobre tudo o que 
consumidos e sobre todas os serviços que podem interferir na nossa saúde. A 
Vigilância Sanitária tem como função eliminar ou ao menos diminuir os riscos 
presente no meio ambiente, na produção de bens e em sua circulação e na 
prestnação de serviços. Dsta forma, tem o poder de interferir diretamente nos 
fatores determinantes do processo saúde–doença. 
É através da Vigilância Sanitária que o Estado pode intervir na relação 
entre o produtor e o consumidor. Isto pode ocorrer de duas formas: 
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1. Pelo controle da forma de produção, ao determinar as normas e os 
padrões de produção e fiscalizando o cumprimento destas normas, 
previnndo assim o risco de agravos a saúde decorrentes do consumo. 
2. Pela elucidação dos determinantes de determinado risco e, 
conseqüentemente, pela reparação do dano, caso ele venha a ocorrer. 
 
A Vigilância Sanitária tem como missão controlar vários tipos de riscos: 
• Ambientais � água (consumo e mananciais hídricos), esgoto, lixo 
(doméstico, industrial, hospitalar), vetores e transmissores de doenças 
(mosquitos,barbeiro,animais), poluição do ar, do solo e de recursos 
hídricos, transporte de produtos perigosos, etc. 
• Ocupacionais � processo de produção, substâncias, intensidades, 
carga horária, ritmo e ambiente de trabalho 
• Iatrogênicos � (decorrentes de tratamento médico e uso de serviços de 
saúde) medicamentos, infecção hospitalar, sangue e hemoderivados, 
radiações ionizantes, tecnologias médico-sanitárias, procedimentos e 
serviços de saúde 
• Institucionais � creches, escolas, clubes, hotéis, motéis, portos, 
aeroportos, fronteiras, estações ferroviárias e rodoviárias, salão de 
beleza, saunas, etc. 
• Sociais � transporte, alimentos, substâncias psicoativas, violências, 
grupos vulneráveis, necessidades básicas insatisfeitas 
 
Para lidar com tantos riscos, o campo de abrangência da Vigilância 
Sanitária é bastante amplo. Podemos didaticamente subdividir esta área de 
atuação em dois grandes subsistemas: Bens e serviços de Saúde e Meio 
Ambiente 
O SUBSISTEMA DE BENS E SERVIÇOS enfoca a produção de bens de 
consumo e serviços de saúde que podem interferir de alguma forma na saúde 
das pessoas. Os principais bens e serviços que demandam controle sanitário 
são: 
• Tecnologias de alimentos 
• Tecnologias de beleza, limpeza e higiene 
• Tecnologias de produção industrial e agrícola 
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• Tecnologias médicas 
• Tecnologias do lazer 
 
Já o SUBSISTEMA DO MEIO AMBIENTE se relaciona aos elementos 
presentes no meio (naturais ou construídos pelo ser humano) que podem trazer 
riscos a população. Fazem parte deste subsistema: 
• Meio natural (a água, ar, solo e atmosfera) 
• Meio construído, (edificações e formas do uso e parcelamento do 
solo) 
• Ambiente de trabalho 
 
Podemos pensar em inúmeros exemplos onde a Vigilancia Sanitária teve 
uma atuação fundamental para a prevenção dos danos e risco a saude das 
pessoas. Podemos citar o controle da qualidade do sangue que, antes da 
epidemia da AIDS era comercializado livremente em bancos de sangue 
privados. Ou então, o controle na produção e comercialização de 
medicamentos. Os produção, distribuição e consumo de produtos alimentícios 
tambem passa pela fiscalização da Vigilância Sanitária. 
O órgão responsável pela Vigilância Sanitária é a Agencia Nacional de 
Vigilância Sanitária (www.portal.anvisa.gov.br ) 
 
VIGILANCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL 
A fome e a desnutrição são a origem de muitos agravos a saúde e de 
muitos casos de óbito em todo o mundo. Segundo a Organizações das 
Nações Unidas (ONU), há 1 bilhão de pessoas passam fome em todo o mundo. 
Segundo estimativas das Nações Unidas e de organizações de ajuda 
humanitária, o mundo está diante da ameaça de o século 21 tornar-se o século 
da fome. 
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Diante deste quadro, o Brasil adotou algumas iniciativas importantes 
para o enfrentamento desta situação. Uma destas iniciativas foi criação da 
Política Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional em 1999. 
A Política Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional visa 
“a garantia da qualidade dos alimentos colocados para 
consumo no País, a promoção de práticas alimentares 
saudáveis e a prevenção e o controle dos distúrbios 
nutricionais, bem como o estímulo às ações intersetoriais que 
propiciem o acesso universal aos alimentos.” (Ministério da 
Saúde, 2003) 
 
Para isso, a Vigilância Alimentar e Nutricional estabeleceu um conjunto 
de diretrizes que possibilitam o alcance desta meta. São suas diretrizes: 
— Acesso universal aos alimentos a partir do estímulo às ações 
intersetoriais 
— Garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da prestação de 
serviços neste contexto; 
— Monitoramento da situação alimentar e nutricional; 
— Promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis; 
— Prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças 
associadas à alimentação e nutrição; 
— Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos. 
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional/SISVAN tem como 
objetivo informar sobre as condições nutricionais da população, servindo de 
base para a tomada de decisões pelos responsáveis por políticas, 
planejamento e gerenciamento de programas relacionados com a melhoria dos 
padrões de consumo alimentar e do estado nutricional. 
 
Fonte: 
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— Batista-Filho Malaquias & Rissin, Anete; Vigilância Alimentar e 
Nutricional: Antecedentes, Objetivos e Modalidades. A VAN no 
Brasil Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 9 (supl. 1): 99-105, 1993�
— Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA; 
www.portal.anvisa.gov.br 
— Brasil, ANVISA, Cartilha de Vigilância Sanitária Brasília,agosto de 
2002 2a. edição 
— Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Política nacional de alimentação e nutrição / 
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de 
Atenção Básica. – 2. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2003. 
— Eduardo, Maria Bernadete de Paula Vigilância Sanitária, volume 8 – 
São Paulo : Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 
1998. – (Série Saúde & Cidadania)

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