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o caso dos exploradores de caverna

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O jusnaturalismo é um Direito não positivado que está acima das regras de um Estado, está baseado na condição de sobrevivência natural do homem, ou seja, o jusnaturalismo é justo por natureza e não por lei. Numa lei natural existe o instinto de sobrevivência que apela para o ato de qualquer amplitude considerando a preservação da vida. O jusnaturalismo aparece na Declaração de Independência do Estados Unidos da América (1776) e na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) que constitui os incipientes atos da Revolução Francesa. No direito natural, se age de forma razoável. Aristóteles em A Política diz que, o melhor regime, talvez, não se governa com base na lei. Uma forma de Direito Natural. Encontra-se, ainda,  jusnaturalismo, no liberalismo, estoicismo e principalmente no cristianismo. Está no Direito Natural o que é concernente às leis da natureza, enquanto que no Direito Positivado o que é concernente às leis postas. Para o jusnaturalismo uma norma não é válida, nem justa. "O Direito natural não é escrito, não é criado pela sociedade, nem é formulado pelo Estado. Como o objetivo natural indica, é um direito espontâneo, que se origina da própria natureza social do homem e que é revelada pela conjugação da experiência e razão. É constituída por um conjunto de princípios, e não de regras, de caráter uiversal, eterno, imutável." (Introdução ao Estudo do Direito - NADER, Paulo. Ed. Forense, pag. 77).
 No juspositivismo o que vale é o que está escrito na lei. Numa feitura de normas jurídicas não se observa a moral, a não ser como forma de adequação ao bem comum. A moral é dificilmente explicada, pois para ela existem varias interpretações e conceitos, que vão de acordo com a base de uma crença. Portanto, diante do princípio de igualdade de Direito não se deve olhar pela moral de um para julgar todos. Nesse sentido, prova o bem comum ser de melhor escolha para um regimento de lei. A teoria do positivismo é a teoria que se governa pela razão, pelo fato, pela melhor adequação e, quando exclui a moral, é para não privilegiar uma só parte.
O caso dos Exploradores de Caverna - Discurso Crítico - Corrente Juspositivista
O presente caso foi um crime premeditado e calculado friamente durante longas 8horas. Ademais dizer que o governo se ausentou quando lhe questionaram acerca das dúvidas de Wetmore é absurdo. Tendo em vista que foi movida toda a máquina estatal para socorrer os exploradores. Diante das circunstancias, aplica-se o juspositivismo, ou seja, o direito que está na lei, e a lei é clara: todo aquele que intencionalmente prive a vida de outrem, deverá ser punido!
É também muita falácia argumentar no caso em questão que estes homens não estavam sujeitos às leis porque se encontravam em estado de natureza, porém é importante ressaltar os seguintes questionamentos: em que momento isso ocorreu? Quando estavam assassinando o colega Wetmore? Ou quando no lançamento dos dados? Com essas indagações, percebe-se que a defesa partindo dos jusnaturalistas estão agindo com emoção ao relatarem de maneira fantasiosa o caso com base numa doutrina tão fantasiosa quanto.
A discussão sobre a situação dos exploradores vai além: é o valor da vida humana. O caso traz embates de cunho moral, regras de conduta e o mais importante, o alcance da lei. É deste modo que, não se convém a justificativa de “estado de natureza”, porquanto que matar alguém para se alimentar e sobreviver não configura-se como ético ou legal. Assim, o descumprimento da lei não se justifica.
Se hipoteticamente, esses indivíduos sejam absolvidos no argumento do estado da natureza, então esse seria o limite e justificativa para o seu descumprimento e que a sobrevivência estaria acima de qualquer norma e qualquer lei (humana), abriria-se assim um precedente perigoso. E ainda, estariam efetivando a possibilidade do assassinato se tornar uma ação que visa o bem comum. Algo extremamente perigoso que traria a possibilidade de libertação de criminosos perigosos, assassinos, pondo em risco a vida de várias famílias, de toda a sociedade.
Portanto, as leis devem ser aplicadas, para o bem comum, para a segurança jurídica. “Dura lex sed lex”. Os exploradores cometeram um homicídio e, portanto, devem ser condenados.

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