Relatório final Estrututras Urbanas Bairro Santa Margarida

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SUSTENTABILIDADE NO ESPAÇO URBANO: PROPOSTAS PARA O BAIRRO SANTA MARGARIDA, COLATINA, ESPÍRITO SANTO�
MENESES, Amanda Guimarães
MARCHETE, Amanda
PEREIRA, Aryelle Maciel
PERIM, Bruna Bredofw
OLIVEIRA, Dayanne Diwlyan Raash de
RESUMO
Este trabalho explora urbanisticamente o bairro Santa Margarida, na cidade de Colatina, Espírito Santo. O bairro, que é praticamente residencial, com exceção de pequenos comércios locais, possui pontos negativos que influenciam no desenvolvimento sustentável do mesmo, esses enumerados e discutidos no decorrer do trabalho. Suas potencialidades, também enumeradas, serviram como metodologia para pautar possíveis intervenções, para a melhora do bairro e de seu desenvolvimento sustentável urbanístico. Com auxilio de visitas in loco, imagens, documentos e diálogos com moradores, pôde-se elaborar as interferências necessárias para a melhoria do bairro, e aperfeiçoá-las no decorrer do trabalho, com colaboração de assuntos estudados em sala na disciplina de Urbanismo I e Estruturas Urbanas. 
Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável, Santa Margarida, Potencialidades.
Introdução
O Santa Margarida está localizado na cidade de Colatina, Espírito Santo. É um bairro pequeno e grande parte da sua extensão é composta por residências. Foram analisadas suas potencialidades, com o objetivo de destacá-las, e problemas, a fim de revitalizá-los. Para detectar as necessidades do local foram realizadas visitas in loco e entrevistou-se os moradores. Dessa forma foi possível analisar as maiores dificuldades do bairro, como: o acúmulo de lixo nas ruas, calçadas irregulares, ausência de área de lazer, presença de áreas de risco, bem como a precariedade dos pontos de ônibus. Propostas de revitalização foram pensadas com base nas maiores necessidades do bairro, com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos moradores.
Análise da situação atual
Embasando-se nos trabalhos realizados e apresentados ao longo da disciplina de Estruturas Urbanas I, foi possível realizar uma análise onde se aponta os pontos críticos e passíveis de intervenções. O estudo para o bairro Santa Margarida permitiu analisar, primeiramente, os principais problemas do bairro.
No resultado da análise, obtivemos que os problemas que mais se destacaram, foram: a) grande ausência de áreas livres (espaços de uso público); b) presença de áreas de risco; c) calçadas irregulares; d) deposito irregular de lixo; e) calçamento; f) ausência de projetos sociais; g) carência de transporte coletivo nos fins de semana; h) pontos de ônibus desorganizados; i) ausência de ciclovias; j) deficiência de áreas verdes; 
Áreas livres:
Figura 01: Mapa das Áreas Verdes e Livres do Bairro Santa Margarida.
Fonte: Elaboração Amanda Meneses.
A Figura 01 expõe uma área verde delimitada pela Prefeitura da cidade de Colatina, que está hachurada, áreas livres de edificações, em verde, e a área livre do Loteamento, em rosa, que não pode ser habitada devido à falta de Saneamento Básico.
Vivências e Relações Sociais
Como é possível perceber na Figura 01, a área livre de edificações é extensa, entretanto ela é mal utilizada. As vivências e relações sociais são produzidas, em lugar de espaços públicos e áreas verdes, em locais como a Igreja, bares, calçadas sombreadas, e até mesmo na rua. As crianças utilizam o “campinho”, que na realidade é um terreno vazio que se encontra após o loteamento, utilizado por elas em busca de lazer. A Figura 02 mostra o Campinho, ainda na questão social o bairro Santa Margarida.
Figura 02: Campinho.
Fonte: Bruna Perim, 2014.
Áreas de risco
No bairro Santa Margarida, precisamente na Avenida das Nações, há um trecho acidentado de encosta. Neste trecho existe a presença de algumas edificações, vegetação nativa baixa (sem raízes) e aparentemente muitas rochas. Durante o período de fortes chuvas ocorre o deslizamento dessa área. O deslizamento é um fenômeno comum em áreas de relevo acidentado, sobretudo nas encostas. Esse processo pode ocorrer em locais onde não há ocupação humana, no entanto, são mais comuns em terrenos onde houve a retirada da cobertura vegetal original, que é responsável pela consistência do solo e que impede, através das raízes, o escoamento das águas. Esse fenômeno acarreta diversos problemas, como a interdição da Avenida, prejudicando o transito, provocando acidentes, entre outros.
Calçadas irregulares
Apesar de o bairro ser “novo” as calçadas não foram uma prioridade dos habitantes e menos ainda do poder público. As edificações providenciam calçadas somente para sua própria utilização, sem a preocupação de regularizar para todo o bairro. 
Lixo urbano
Ao longo de todo o bairro é possível encontrar lixo espalhado por calçadas e ruas, que ficam expostos e susceptíveis a curiosidade de animais. Sem lixeiras de coletas seletivas e pontos de coleta, a situação em relação ao lixo se apresenta de forma precária e sob descaso por parte, tanto do poder público, quanto dos moradores, portanto, levando-se em consideração de que quando o assunto é lixo, envolve-se a questão cultural dos habitantes do bairro. O bom funcionamento dos pontos de coleta seletiva deve partir da disposição dos moradores, que deverão utilizar os pontos e se desfazerem do seu lixo de forma correta.
Calçamento
O atual calçamento existente no bairro Santa Margarida é feito por bloquetes, o que permitem permeabilidade às ruas. Entretanto, esse tipo de sistema é extremante propício a irregularidades no calçamento, provocando buracos e consequentemente possíveis acidentes.
Projetos sociais
O Santa Margarida começou a se desenvolver cerca de 30 anos atrás, nesta ocasião não existiam sistemas de água, energia e nem mesmo calçamento. Tais elementos foram aparecendo após a instalação do Ifes no bairro. Ainda hoje não existem praças ou parques que propiciem lazer a seus habitantes. Houve uma época em que havia uma associação de moradores, porém com o falecimento do Presidente, esta não teve apoio para continuar vigente. 
Transporte coletivo
Em entrevista com os moradores constatou-se que aos fins de semana a presença de ônibus no bairro é de extrema deficiência, sendo que este visa atender a demanda do único equipamento urbano presente no bairro, o Ifes. A empresa responsável por este transporte alega que não é viável economicamente intensificar esse tráfego no local aos fins de semana.
Pontos de ônibus
Os pontos de ônibus ao longo do bairro são demarcados apenas por placas, exceto em frente ao Ifes onde existe um mobiliário urbano. Ainda assim, o existente é utilizado ao decorrer de todo o dia, visto que o Ifes funciona nos três turnos, e este não apresenta aspectos de segurança e conforto aos usuários. No local existe baixa luminosidade, principalmente à noite, e durante o dia não possui sombreamento suficiente, portanto não proporciona bem estar às pessoas.
Ciclovias
Não há no bairro presença de ciclovias, provavelmente devido ao seu aclive muito acentuado. Durante as visitas in loco, foram vistos poucos ciclistas, as bicicletas geralmente são utilizadas a fins de recreação e não muitas em função de transporte.
Áreas verdes
O bairro é basicamente composto por uma via principal, outra paralela a essa e as perpendiculares que as ligam. A arborização existente encontra-se principalmente na principal e sua paralela. A prefeitura determinou uma área de preservação permanente no bairro (ver Figura 03), entretanto essa área apresenta um baixo índice de vegetação, evidenciando que não existe nenhum tipo de preservação e manutenção desta área. O Santa Margarida é predominantemente quente, o que faz com que as pessoas aproveitem os poucos espaços arborizados para a prática de lazer.
Figura 03: Área verde.
Fonte: Bruna Perim.
Por outro lado, o bairro apresenta diversas potencialidades. São elas: a) vista para o cartão postal da cidade; b) áreas de possíveis revitalizações; c) áreas para expansão; d) ruas arborizadas; e) infraestrutura do Instituto Federal do EspíritoSanto (Ifes), localizado no bairro.
Revisão bibliográfica
Programa de Metas 2013-2016: Um convite ao planejamento urbano participativo - Projeta Sampa.
Em março de 2013, a prefeitura de São Paulo apresentou o Programa de Metas para a cidade, este se propõe a dar os primeiros passos no caminho da construção de um processo de planejamento participativo e transparente que aponte os eixos de superação das desigualdades sociais, econômicas e regionais.
O Programa de Metas é uma exigência de uma emenda à Lei Orgânica do Município, fica acrescentado o Art. 69 o Art. 69-A, neste caso uma emenda do município de São Paulo:
	“Art. 69-A. O Prefeito, eleito ou reeleito, apresentará o Programa de Metas de sua gestão, até noventa dias após a sua posse, que conterá as prioridades: as ações estratégicas, os indicadores e metas quantitativas para cada um dos setores da Administração Pública Municipal, Subprefeituras e Distritos da cidade, observando, no mínimo, as diretrizes de sua campanha eleitoral e os objetivos, as diretrizes, as ações estratégicas e demais normas da lei do Plano Diretor Estratégico.”
Foram realizadas audiências públicas promovidas pela prefeitura, a fim de ter conhecimento das áreas prioritárias de acordo com a população. Depois de 35 audiências feitas, obteve-se o gráfico encontrado na Figura 04:
Figura 04: Os 10 temas mais demandados. 
Fonte: Prefeitura de São Paulo. Elaboração: Prefeitura de São Paulo.
A prefeitura também recebeu propostas especificadas. A Figura 05 expõe as 15 mais adotadas pela população:
Figura 05: Os 15 temas especificados mais demandados. 
Fonte: Prefeitura de São Paulo. Elaboração: Prefeitura de São Paulo.
As audiências foram importantes para que os dirigentes do município colocassem como prioridade em seu plano de metas aquilo que a população ansiava, e via como etapa importante para o desenvolvimento da cidade.
No Plano de Metas, foram estabelecidos objetivos a serem alcançados, e estes, serviram de partido para organizar as metas, segundo os eixos temáticos e as articulações da população.
GuAn Sustainable City - Desenvolvimento de um bairro ecológico urbano no sul Guan, China.
Figura 06: Guan, cidade sustentável. 
Fonte: Escritório Latz + Partner.
O sul de Guan é caracterizado por ambos em rápido desenvolvimento da indústria moderna e sua estrutura agrária de idade. A Figura 06 expõe uma imagem aérea do desenvolvimento do projeto.
O escritório Latz + Partner estabelece que plano para o novo bairro continuará assumindo a produção agrícola que desempenhará um papel importante no futuro. A estratégia de design urbano visa conciliar agroindústria com a renovação e desenvolvimento urbano.
A pegada urbana será mantida em alguns pontos, enquanto em outros será dobrada as alturas dos edifícios e colocando a produção agrícola e de energia solar nos telhados. As extremidades do bairro serão ligadas por um corredor parque.
A segunda fase construirá blocos flexíveis no núcleo do novo bairro, colocado em direção ao sol para orientação ideal, devido ao clima. A rede rodoviária irá fornecer acesso direto aos edifícios. As áreas de escritório, comerciais e de uso misto estão concentradas em torno de aglomerados em forma de T, em bulevares arborizados, com edifícios residenciais acima com vista para espaços abertos situados na parte superior do segundo andar.
Projeto Nós do Morro – Vidigal
O Projeto Nós do Morro, é uma iniciativa do ator e jornalista Gutti Fraga, e tem como objetivo de proporcionar acesso à arte, à cultura para crianças, jovens e adultos do Morro do Vidigal. O projeto oferece atividades e curso nas áreas de teatro (atores e técnicos) e cinema (roteristas, diretores e técnicos). Dando possibilidades maiores às pessoas que tem poucas oportunidades devido à renda e preconceito. Dados do site Nós do Morro (2009), mostram que a participação de artistas desse projeto tem aumentado cada vez mais, na televisão e cinema.
Um quadrado - um parque - uma paisagem (Centrumplein, Emmen, Holanda)
A cidade de Emmen é a criação de um novo centro na interface da cidade e do campo.
Centrumplein é atualmente tem como entorno uma via e um grande parque de estacionamento que é cercado por um centro comercial e pela prefeitura para o leste, e há uma cidade histórica por trás dela. 
Um teatro e zoológico estão previstos para o lado ocidental. Uma vez que o túnel proposto e parque de estacionamento subterrâneo estão no lugar, esta parte da cidade pode ser reconstruída para atender às aspirações de diferentes grupos de usuários.
Uma praça com o uso de madeira quente e espelhos d’água água, geram 'duras' e 'suaves' áreas de paisagem intercaladas com áreas de comércio e administração, cultura e recreação. A área pavimentada com pedra foi alternada com vegetação, e como um tapete molda e se conecta o desenvolvimento heterogéneo. Essas ilhas paisagem criam um novo espaço aberto urbano (ver Figura 07).
Figura 07: Centrumplein, Emmen, Holanda. 
Fonte: Escritório Latz + Partner.
 The Red Ribbon (Hebei - China)
O Red Ribbon e uma fita vermelha que atravessa o parque Qinhuangdao. Foi inserido num contexto de terreno e da vegetação natural, são de cerca de 500 metros, integrando as funções de iluminação, assentos, interpretação ambiental e orientação. Conservando o mais natural possível o corredor fluvial, esse projeto demonstra como uma solução de design minimalista pode alcançar uma melhoria dramática para a paisagem (ver Figura 08).
O parque está localizado no rio Tanghe na margem urbana oriental de Qinhuangdao. A reportagem do ArchDaily, listou as seguintes condições que o local apresentava como oportunidades e desafios para a realização do projeto:
● Boas circunstâncias ecológicas: O local foi coberto por vegetações nativas, proporcionando habitats variados para diversas espécies;
● Mal cuidado e deserto: Localizado à beira de uma cidade de praia, o local era um depósito de lixo, com uma favela deserta e instalações de irrigação obsoletas, como valas e torres de água;
● Problemas em potencial de segurança e acessibilidade: Coberto com arbustos e gramíneas sem cuidado, o local era praticamente inacessível e, portanto, perigoso para as pessoas usarem;
● Exigências funcionais: Com a expansão urbana invadindo, o local foi usado pelas novas comunidades para recreação, incluindo a pesca, natação e corrida;
● Pressão do desenvolvimento: o corredor natural do rio, provavelmente seria substituído por diques de concreto e flores ornamentais.
O grande desafio do projeto foi o de preservar os habitats naturais ao longo do rio, ao mesmo tempo em que tinha a meta da criação de novas oportunidades de lazer e educação ambiental.
O Red Ribbon foi concebido como um elemento vivo dentro de um ambiente de vegetação verde e água azul, curvando-se com o terreno. Ele integra um calçadão, iluminação e assentos. Feito de fibra de vidro, é iluminado por dentro, num vermelho brilhante à noite (ver Figura 9). Possui 60 centímetros (24 polegadas) de altura e varia em largura de 30 a 150 centímetros (11 polegadas a 59 polegadas). 
Cruzamentos e passagens para animais de pequeno porte foram construídos. As perfurações foram feitas na superfície superior da fita, criando um padrão pontilhado, em que luzes e várias gramíneas crescem no local.
Cinco pavilhões na forma de nuvens são distribuídos ao longo da fita. Estes fornecem proteção contra a luz solar dura, as oportunidades para encontros sociais, pontos focais visuais e colocação de placas de interpretação ambiental. Flores ornamentais perenes nas cores branco, amarelo, roxo e azul aparecem como um patchwork nos campos anteriormente desolados.
O vermelho brilhante da fita acende esta densa vegetação, ligando a vegetação natural diversificada e os quatro jardins de flores. A fita funciona como um dispositivo estrutural que reorganiza o local anteriormente bastante mal cuidado e inacessível. O lugar se tornou cada vez mais urbanizado; este parque em sintonia com as necessidades dos moradores daregião, mantem seus processos ecológicos e serviços naturais intactos.
Figura 08: The Red Ribbon (Hebei - China). 
Fonte: ArchDaily.
Figura 09: The Red Ribbon (Hebei - China). 
Fonte: ArchDaily.
Propostas para o desenvolvimento sustentável do bairro Santa Margarida
O bairro Santa Margarida conta com muitas potencialidades. Algumas delas foram exploradas na disciplina de Urbanismo I, outras foram observadas durante as aulas de Estruturas Urbanas e Meio Ambiente e serão destacadas, assim como as primeiras, no presente relatório como propostas para a revitalização sustentável, em todos os âmbitos da sustentabilidade, do bairro.
As seguintes propostas estarão de acordo com os problemas do bairro, citados no item 1 deste relatório. 
Grande ausência de áreas livres (espaços de uso público)
A grande ausência de áreas livres de uso público no bairro, como praças ou parques, é notória. O bairro carente de locais de integração social para lazer, conta apenas com um “campinho de futebol”, demarcado apenas por critério dos moradores. Nada sinaliza que há algum local de lazer por ali, somente sabe-se por moradores e quando estes o levam ao local.
Foi percebida, então, a necessidade gritante por um local que atendesse a essa demanda. A solução proposta foi o projeto de uma praça para o bairro, que possuísse espaços atrativos para pessoas de todas as faixas etárias e permitisse que todos os moradores fizessem um bom uso das mesmas.
Quando se relaciona o problema em questão e o desenvolvimento sustentável do bairro, percebe-se que a solução encontrada é viável pois supre esses dois quesitos. No primeiro, atende às necessidades pelo lazer e, no segundo, cria espaços verdes, influenciando na dinâmica sustentável.
Presença de áreas de risco
O cuidado com as áreas verdes do bairro também é essencial para a diminuição da presença de áreas de risco. Conhecida por todos por sua capacidade de se enraizar no solo, a vegetação é capaz de conter deslizamentos causados pelas chuvas, tirando proveito até para si, pois retém a água necessária para sua sobrevivência.
Por isso, aqui também se encaixam os projetos praça/parques e agricultura urbana/horta. Assim como um novo projeto que foi desenvolvido pensando exclusivamente nesse problema: as obras de contenção.
Calçadas irregulares
Por ser um bairro de população carente e pouco cuidado pelo poder municipal, as calçadas do bairro são irregulares e mal cuidadas, quando não são apenas o afastamento que a o morador precisa deixar para a mesma, deixando assim o espaço de terra batida.
Assunto discutido tanto na disciplina de Urbanismo I, quanto da de Estruturas Urbanas e Meio Ambiente, a presença de calçadas regulares é questão de acessibilidade e desenvolvimento sustentável social.
A readequação das calçadas irregulares para calçadas cidadãs foi a primeira solução pensada para o problema, pois é, além de tudo, uma forma de incentivar o pedestre a utilizar seu espaço na via e fazer isso de forma confortável e segura.
Depósito irregular de lixo
O depósito irregular de lixo no bairro, assim como outros problemas, é visível com facilidade no decorrer de toda a extensão do bairro. 
Os problemas causados pelo incorreto tratamento do lixo são conhecidos e atingem a todos, desde os moradores e usuários do bairro em questão como o próprio bairro e solo.
A solução adotada na disciplina de Urbanismo I foi a distribuição de pontos de coleta seletiva pelo bairro, com a intenção de que, se for mais fácil o acesso do morador ao local correto de descarte do lixo, ele assim o faça. As caçambas de coleta seletiva também objetivam incentivar a separação dos lixos secos e úmidos em casa, para que seja possível a reciclagem de materiais.
No decorrer da disciplina de Estruturas Urbanas e Meio Ambiente, no entanto, surgiu a ideia de desenvolver um local de coleta de lixo orgânico, que será tratado e servirá como adubo para a horta comunitária desenvolvida no bairro.
Calçamento
O calçamento do bairro é muitas vezes interrompido por buracos causados por um somatório de fatores, como má colocação dos bloquetes e ações do tempo, como chuvas fortes e enxurradas. 
Para uma adequação sustentável do calçamento das vias, uma solução seria a adequação do mesmo não mais com bloquetes, mas com asfalto permeável, permitindo uma melhor pavimentação da via sem perder a capacidade de permeabilidade com o solo.
A solução encontrada não atenderia somente a parte já ocupada do bairro, mas também o loteamento anexo, quando esse passasse por sua etapa de pavimentação.
Ausência de projetos sociais
O bairro Santa Margarida é carente não só de áreas físicas de interação social, mas também de projetos que promovam o desenvolvimento da sua população.
Sua primeira deficiência é não possuir associação de moradores, como já citado no item 1.6 deste trabalho. Para isso, uma das propostas pensadas foi a de incentivar o desenvolvimento de uma nova associação de moradores para o bairro, visto que esta trará benefícios como a organização dos moradores e a ação de reivindicar os direitos da população do bairro, além de ser um espaço comunitário do povo, para que esse possa trabalhar juntos e unidos por melhores condições de vida.
Também no decorrer desse trabalho, durante os estudos de caso, foi citado o Projeto “Nós do Morro”, que acontece no Morro do Vidigal – RJ. Seria interessante a implantação de projetos como esse para que a população do bairro tivesse acesso à cultura do cinema e do teatro, por exemplo.
Carência de transporte coletivo nos fins de semana
Quanto a carência de transporte coletivo nos finais de semana, pode-se perceber a relação direta que existe entre essa situação e a ausência de uma associação de moradores no bairro. Se a mesma existisse, seria muito mais fácil para a população conseguir algum resultado vantajoso junto à prefeitura e a empresa responsável pelo transporte coletivo da cidade.
Pontos de ônibus desorganizados
Os pontos de ônibus existentes no decorrer do bairro são desorganizados e mal estruturados. Para solucionar esse problema, durante a disciplina de Urbanismo I eles foram reorganizados na extensão do bairro, além de ter sido desenvolvido um projeto de mobiliário urbano para ele.
Para que ficasse ainda melhor e mais agradável para os moradores, três dos pontos de ônibus que pertencem ao bairro tiveram uma atenção especial no seu desenvolvimento. O primeiro deles está localizado no projeto da praça. Ficará localizado onde hoje já está o ponto final do bairro. A intenção é que se torne confortável nos quesitos de conforto térmico e ergonômico. 
O segundo foi o ponto de ônibus localizado em frente ao Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes. O uso desse local é frequente durante todo o dia, justificativa disso é a presença da escola no local. Por isso, foi pensado em tornar o local do ponto em uma mini praça, trazendo conforto, mas também segurança e arborização para o local (ainda mais do que já possui).
O terceiro e último, está localizado no trevo que dá acesso ao morro. A intenção é que o local se torne agradável e um chamariz para o bairro, pois será um ponto de uso não só do transporte coletivo de dentro da cidade, mas também para o transporte intermunicipal.
A figura 10 apresenta uma das propostas para os pontos de ônibus para o bairro Santa Margarida. O ponto apresentado é o localizado em frente à guarita do Ifes.
Figura 10: Proposta de ponto de ônibus 
Fonte: Aryelle Maciel Pereira, 2014.
Ausência de ciclovias
A ausência de ciclovias do bairro é, dentre os problemas citados no bairro, o menor deles. Isso porque o bairro tem um aclive acentuado, o que não incentivaria o uso da ciclovia, mesmo que ela existisse. 
O uso predominante das bicicletas no bairro, como visto durante as visitas ao Santa Margarida na disciplina de Urbanismo I, é maior para o lazer do que para o transporte em si. Por isso a não existência de um projeto de ciclovias para o bairro.
Deficiência de áreasverdes
Para solucionar o problema da ausência de áreas verdes no bairro Santa Margarida, as propostas seriam as já citadas horta e praça.
Isso porquê, em ambas, haverá uma preocupação especial em arborizar os espaços, pois, além de serem usados para o lazer dos moradores, terão a função de trazer conforto térmico para o bairro, também deficiente de arborização.
Vale lembrar que a presença de áreas verdes em um bairro também influencia no papel sanitário e na defesa e recuperação do meio ambiente. Além disso, desempenham um papel relevante à saúde, pois constituem barreiras dispersoras de poeira e ruído – minimizando a poluição sonora e atmosférica –, e na absorção das chuvas, diminuindo a área impermeabilizada do bairro.
Conclusão
O bairro Santa Margarida, atualmente, possui uma leva de situações desfavoráveis para o seu desenvolvimento sustentável, tais como: áreas de risco habitadas, inexistência de áreas verdes e áreas de vivência, transporte publico falho, entre outros. Porém os mesmos podem ser resolvidos com um bom projeto urbanístico, levando em conta que o bairro possui um amplo número de potencialidades, que colaboram para que o mesmo se desenvolva sustentavelmente, são elas: a infraestrutura que o Ifes Campus Colatina, localizado no bairro, pode oferecer para a população do mesmo, ruas arborizadas, uma vasta área de expansão, uma bela vista para o Rio Doce e uma extensa área para revitalização e implantação de áreas de vivência social. Seguindo esse pensamento, as propostas de intervenção citadas, como a proposta de uma praça comunitária, as contenções em áreas de risco, a horta comunitária, a readequação das calçadas irregulares para calçadas cidadãs, a revitalização das áreas verdes, a coleta do lixo, e mais outras soluções encontradas, são eficientes para os problemas dispostos no decorrer do trabalho. 
Referências
EMENDA Nº 30 À LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Plano de Metas. Disponível em: <http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/emenda> Acesso: 22 de Junho de 2015.
LATZ + PARTNER. Urban Transformations Projects. Disponível em: < http://www.latzundpartner.de/en/projekte/urbane-transformation/centrumplein-emmen-nl/> Acesso: 22 de Junho de 2015.
LATZ + PARTNER. Urban Transformations Projects. Disponível em: < http://www.latzundpartner.de/en/projekte/urbane-transformation/guan-sustainable-city/> Acesso: 22 de Junho de 2015.
ARCH DAILY. Parque Red Ribbon / Turenscape. Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/01-156629/parque-red-ribbon-turenscape> Acesso: 22 de Junho de 2015.
PLANEJASAMPA. Programa de Metas 2013-2016. Disponível em: <http://planejasampa.prefeitura.sp.gov.br/metas/o-programa/> Acesso: 22 de Junho de 2015.
SOBRE O NÓS. Projeto Nós do Morro. Disponível em: <http://www.nosdomorro.com.br/sobre-o-n%C3%B3s.html> Acesso em: 22 de Junho de 2015.
� Trabalho apresentado à disciplina de Estruturas Urbanas.
Curso de Arquitetura e Urbanismo.�IFES – Colatina.
Professora: Aline Vargas da Silveira.
Período: 2015/1.