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Medicalização e Diagnóstico Psiquiátrico

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Psicopatologia II- Aula 2
Medicalização
Prof. Ms. Camila Alves Soares
Capítulo 1- as diversas faces do fenômeno
Medicalização: metade do século XX pós guerra
Contexto: criação dos sistemas de saúde 
Papel social do doente (Parsons- 1951):
“papéis para o doente que s encontram culturalmente disponíveis na sociedade e que funcionam para legitimar o desvio da norma que a doença evidencia ao mesmo tempo que têm a função de abrir caminhos para a relação reintegradora médico-paciente” (p. 19)
Capítulo 1- as diversas faces do fenômeno
Postulado de Parsons:
1. O doente fica isento das obrigações sociais normais;
2. Isento de responsabilidade pelo seu próprio estado, e não se pode esperar dela que se recupere por um ato de vontade;
3. Expectativa social de que estar doente é indesejável e deve se empenhar em sua recuperação;
4. Obrigação de procurar ajuda tecnicamente competente; 
Estar doente é uma construção social.
Capítulo 1- as diversas faces do fenômeno
Papel social do médico/psicólogo:
Reivindica jurisdição sobre a doença e sobre qualquer coisa que a ela possa ser anexada;
Controle social exercido pela medicina, antes ocupado pela religião e pela lei (ZOLA, 1972);
Capítulo 1- as diversas faces do fenômeno
Medicalização da sociedade (Zola):
Expansão do que na vida cotidiana é considerado como relevante para a prática da medicina;
2. Poder da medicina se impondo como algo natural;
3. Acesso a área tidas como tabus;
Nada escapa ao olhar médico
4. Expansão do que na medicina é reputado como boas práticas;
Orientação sobre prática de vidas adequadas
Capítulo 1- as diversas faces do fenômeno
O processo de perda de autonomia dos sujeitos:
Morte, dor e doença como parte da existência humana;
Destruição da capacidades de lidar satisfatoriamente com tais experiências;
“medicalização do orçamento”
Capítulo 1- as diversas faces do fenômeno
Fabricação da doença mental (Thomas Szasz):
“Desresponsabilização da sociedade e dos indivíduos de seus comportamentos , transformando o que é da ordem política, moral e existencial em fenômenos tratados como doenças”
Doença mental= doença metafórica
Doença mental como novo “flogístico”
Capítulo 1- as diversas faces do fenômeno
A epidemia da drogas psiquiátricas:
Aliança entre medicina e indústria farmacêutica- 1950
Criação de novos doentes;
Doente- médico-indústria;
Introdução de drogas novas ou maquiadas;
2. Diagnosticar doenças
A necessidade de classificar:
DSM: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM)- Associação americana de Psicologia.
bíblia da psiquiatria -> Tantas mudanças por quê?
“os transt. Mentais são consequências de desequilíbrios químicos no cérebro”.
CID 10: Classificação internacional de doenças
2. Diagnosticar doenças
Confiabilidade:
Estabelecimento de consenso
Ex: “os sintomas eu um pesquisador estuda em são paulo serão distintos dos estudados por outro, seja nessa mesma cidade ou em outra qualquer, como Harvard”?
Validade
Verdade a partir da confiabilidade.
Kraeplin: pai da psiquiatria moderna
2. Diagnosticar doenças
Contribuições de Kraeplin:
Identificar, com base nos sintomas, um discreto número de transtornos psiquiátricos, ainda que alguns possam ocorrer em mais de um transtorno, cada transtorno tem uma típica configuração de sintomas;
Diferentes transtornos estão associados a distintos tipos de patologia no cérebro, assim como também a etiologias correspondentes.
2. Diagnosticar doenças
2. Diagnosticar doenças
O Paradigma psiquiátrico:
Sintomas, prognóstico, causalidade biológica e tratamento médico;
SINTOMAS
Não há especificidade de sintoma para cada transtorno mental;
2. PROGNÓSTICO
Não há capacidade preditiva.
2. Diagnosticar doenças
Falta de confiabilidade no próprio diagnóstico;
Exemplos: “conforme o diagnostico emitido por ocasião as entrevistas de admissão, ao dados eram organizados de tal forma que fosse confirmado o que já havia sido concebido como conceito, como categoria de diagnóstico”.
Independentemente da extensão das entrevistas, maioria dos diagnosticos é dada logo nos primeiros minutos.
2. Diagnosticar doenças
Alguns problemas decorrentes da falta de confiabilidade:
Pessoas sem transtornos estão sendo etiquetadas como tal;
Pessoas que verdadeiramente precisam de acompanhamento não são identificadas;
Uso errôneo dos seguros saúde;
Organismos de saúde utilizando quantitativos equivocados;
Medicamentos e psicoterapias direcionadas equivocadamente a outras pessoas com transt. distintos.
3. Medicalização: incluir ou excluir
DSM depende de pressões políticas;
Exclusão: caso da homossexualidade (Anos 70)
Discussão para elaboração do DSM III;
Movimentos de contracultura;
Que lugar a sociedade queria atribuir às relações homossexuais?
3. Medicalização: incluir ou excluir
Inclusão: transtorno de estresse pós-traumático
Reconhecimento do sofrimento;
Veteranos de guerra do Vietnã;
Articulações com familiares, movimentos sociais e profissionais de saúde.

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