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Nitrogênio BB072 2018 O nitrogênio (N) é considerado elemento essencial para as plantas, pois está presente na composição das mais importantes biomoléculas, tais como ATP, NAD, NADP, clorofila, proteínas e inúmeras enzimas (MIFLIN & LEA, 1976; HARPER, 1994). Em muitos sistemas de produção, a disponibilidade de nitrogênio é quase sempre um fator limitante, influenciando o crescimento da planta mais do que qualquer outro nutriente. Atmosfera: 78 % N2 (NΞN)- reservatório indisponível as plantas O nitrogênio é necessário em maior quantidade pelas plantas Modificado de Buchanan (2000) Importância do N -Nas plantas, é componente responsável por várias reações além de fazer parte da estrutura da clorofila e de enzimas e proteínas. -Por ser elemento essencial, seu balanço afeta a formação de raízes, a fotossíntese, a produção e translocação de fotoassimilados e a taxa de crescimento das folhas e raízes, sendo o crescimento foliar primeiramente afetado com consequente diminuição no crescimento das plantas e na produtividade. A molécula de NΞN tem três ligações covalentes. Para transformar o nitrogênio molecular em outras formas de nitrogênio (NH3 por exemplo), essas 3 ligações têm que ser quebrados. Esse processo necessita 950 kJ/mol. FIXAÇÃO INDUSTRIAL (formação de fertilizantes) Em 1910-1914, Haber e Bosch desenvolveram um método para produzir amônia a partir do nitrogênio molecular atmosférico, isso permitiu o crescimento da indústria dos fertilizantes em grande escala. Indústrias de produtos nitrogenados – 80x106 ton/ano de fertilizantes nitrogenados FIXAÇÃO ATMOSFÉRICA Ciclo do Nitrogênio O ciclo do N envolve 5 etapas importantes e que ocorrem concomitantemente 1-Amonificação 2-Nitrificação 3-Desnitrificação Transformação do nitrogênio no solo Amonificação • O nitrogênio orgânico é convertido para amônia (NH3) por uma variedade de microorganismos; • Parte da amônia pode retornar para a atmosfera (100 milhões de toneladas por ano) por volatilização, porém a maioria é convertida em nitrato pelas bactérias presentes no solo. Nitrificação • A 1ª etapa na formação de nitrato é a oxidação de NH3 para NO 2- (nitrito) pelas bactérias do gênero Nitrossomonas e Nitrococus. • Em seguida, NO2- é oxidado para NO3- (nitrato) pelas bactérias do gênero Nitrobacter. Desnitrificação • Algumas bactérias anaeróbicas reduzem o NO3- para nitrogênio gasoso (N2, NO e N2O), o qual é perdido para a atmosfera (170 milhões de toneladas por ano). • Estas bactérias utilizam o NO3- no lugar do O2, como receptor final de elétrons para a respiração. • Este processo é comum em ambientes pobres em oxigênio (solos inundados ou compactados, etc.) Nitrificação ou Desnitrificação 4- Assimilação & Fixação Do Nitrogênio Assimilação do Nitrato NO3 NO3 NO3 NO3 NO3 NO3 NO2 Ou NH4+ Nitrato é a forma de N absorvida pelas plantas e usada nos mais diversos processos fisiológicos. Nas plantas superiores, a assimilação de nitrogênio (N) é o segundo maior processo metabólico, sendo superado apenas pela fotossíntese. As plantas absorvem o N do solo principalmente nas formas de nitrato e amônio, disponíveis a partir da mineralização da matéria orgânica ou pela aplicação de fertilizantes químicos. Em cultivos comerciais, após a melhoria das qualidades químicas e microbiológicas do solo (obtidas por meio de calagem e adubações corretivas), o nitrato é a principal forma de N disponível para as plantas. Entretanto, em áreas onde o pH do solo é naturalmente baixo ou não foi devidamente corrigido, a atividade microbiana é baixa, impedindo a conversão do amônio em nitrato. Nessas condições, os fertilizantes nitrogenados aplicados na forma de ureia (principal fonte de N nos fertilizantes comerciais brasileiros) não são transformados em nitratos, permanecendo no perfil do solo como amônio e, nesse caso pode ser absorvido. ABSORÇAO E ASSIMILAÇÃO DO NITRATO ABSORÇÃO DO NITRATO A absorção do NO3- é um transporte ativo secundário ( requer gasto de ATP) e é mediada por dois tipos de carregadores:os carregadores de baixa afinidade (operam quando a concentração externa de N é alta) e os carregadores de alta afinidade que atuam sob baixas concentrações externas de N. Uma vez absorvido pela célula, o nitrato é reduzido a nitrito pela redutase do nitrato (RN) e, em seguida, a amônio, pela redutase do nitrito (RNI). Esse amônio é imediatamente assimilado por meio da ação conjunta das enzimas glutamina sintetase (GS) e glutamato sintase (GOGAT). Os processos de redução e assimilação de N podem ocorrer nas folhas e/ou raízes, de maneira simultânea ou não entre esses órgãos, de acordo com a espécie e com as condições ambientais. ASSIMILAÇAO DO NITRATO: NITRATO NITRITO • enzima sintetizada de novo • A localização: no CITOSOL e pode estar próxima a membrana do cloroplasto durante o tempo de redução (facilita o rápido transporte de NO2 - para dentro do cloroplasto, pois é um composto altamente tóxico). ASSIMILAÇAO DO NITRATO: NITRITO AMONIO REDUTASE DO NITRITO (RNi) • É uma enzima dependente de FERREDOXINA (FD). • Enzima preexistente • É formada de uma sub-unidade de 60-64 KDa de massa molecular e contém siro-heme como grupo prostético (4Fe-4S) no seu sítio ativo. • Localização: plastídeos O AMONIO NÃO ACUMULA NA CÉLULA POIS ELE É TOXICO. EFEITO TOXICO DA AMONIA A amônia dissipa o gradiente de pH entre as membranas. NH4+ + OH- NH3 + H2O ASSIMILAÇAO DO NITRATO: AMONIO COMPOSTOS ORGÂNICOS 1- GLUTAMINA SINTETASE (GS) •Enzima responsável pela assimilação do NH4+(NH3), o qual é incorporado na forma no glutamato pela aminação no C5 resultado na formação da glutamina. •A catálise da GS é dependente de ATP para converter Glu em Gln e está presente em todos os tecidos das plantas. • Porta de entrada da amônia para a formação dos aminoácidos em plantas superiores. •Localização: CITOSOL (GS1) e CLOROPASTOS (GS2) ou PLASTÍDIOS 2- DESIDROGENASE DO GLUTAMATO - GDH •Enzima mitocondrial de vários tecidos vegetais •Dependente de NADH • Importante em tecidos senescentes ASSIMILAÇAO DO NITRATO: AMONIO COMPOSTOS ORGÂNICOS ASSIMILAÇAO DO NITRATO: AMONIO COMPOSTOS ORGÂNICOS 3- GLUTAMATO SINTASE (GOGAT) •É a enzima responsável pela transferência do grupo amida da Gln para o Oxoglutarato para produzir 2 moléculas de glutamato (Glu). •Duas diferentes formas de GOGAT estão presentes em plantas superiores: Uma utiliza a Ferredoxina reduzida (FD) como fonte de poder redutor e está presente em altas concentrações nas folhas (cloroplastos). A outra utiliza o NADH e está presente em baixas concentrações nas folhas, mas tem um grande papel na fixação do N2 pelos nódulos. Resumindo FIXAÇÃO SIMBIÓTICA DO NITROGÊNIO ATMOSFÉRICO FIXAÇÃO SIMBIÓTICA DO NITROGÊNIO ATMOSFÉRICO ►Na fixação biológica de nitrogênio, o N2 da atmosfera é convertido para NH3, que pode ser posteriormente incorporado em compostos orgânicos (assimilação). ►A fixação biológica de nitrogênio pode ser feita por bactérias de vida livre (fixação assimbiótica do N) ou por bactérias que formam associações com plantas superiores (fixação simbiótica do N). Acacia angustissima FORMAÇÃO DO NODULO As etapas de criação da simbiose entre Rhizobium e uma leguminosa. 1-Sob deficiência de nitrogênio, a raiz secreta flavonóides. Estesatraem os rizóbios que vivem no solo por quimiotaxia positiva e ativa os genes responsáveis pela nodulação (genes NOD). 2 - Os rizóbios anexam as extremidades dos pêlos radiculares (lectinas). 3 – O fio de infecção cresce e os nizóbios crescem e produzem fatores Nod. Sua biossíntese é realizada por enzimas que são codificadas por genes ativados pelos genes NOD. Esses fatores difundem até o parênquima do córtex da raiz e induzem a divisão celular. O primórdio do nódulo é formado. 4- após o tubo de infecção atingir o primórdio nódulo, o Rhizobium entram nas células por fagocitose. 5- O enorme aumento no volume da célula hospedeira acompanhada da diferenciação de Rhizobium em bacteróides que aumentan seu volume (10X); perdem os cílios e são incapazes de se dividirem. Os Bacterioides são os responsáveis pela fixação de N2. FISIOLOGIA DA FIXAÇAO SIMBIOTICA DO NITROGÊNIO Neste tipo de associação, a leguminosa fornece carboidratos para a bactéria, que quando oxidados produzem os elétrons necessários para a redução do N2 , em troca, a bactéria fornece à leguminosa o nitrogênio fixado (NH4+ ). A reação é catalisada pelo complexo nitrogenase e demanda muita energia: Essa reação requer 8 elétrons sendo 6 para redução do N2 e 2 para redução de 2H + para H2. NADH + H + e ATP são fornecidos pelo ciclo do citrato e cadeia respiratória. Os elétrons passam primeiro para NADH e depois para a ferredoxina. A ferredoxina reduzida fornece os elétrons para o complexo nitrogenase. Este complexo é formado por 2 proteínas- Proteína Fe e Proteína Fe-Mo Complexo Nitrogenase é constituído por 2 proteínas: 1. Fe-proteína: • Massa molecular: 30–72 kDa; • 2 sub-unidades proteicas; • 4 átomos de Fe-S (Fe4 -S4 ); • Irreversivelmente inativada por O2 (meia-vida de 30 a 45 s) 2. MoFe-proteína: • Massa molecular: 180–235 kDa; • 4 sub-unidades protéicas; • 28 átomos de Fe-S e 2 átomos de Mo; • Também inativada por O2 (meia-vida de 10 minutos no ar) A Nitrogenase não é especifica para o N2 sendo capaz de reduzir outras substancias: Por exemplo: (A redução de acetileno (C2H2) para etileno (C2H4) é utilizado para determinar a atividade da nitrogenase, por cromatografia) -Sob condições naturais, quantidades substanciais de H+ são reduzidas ao gás H2. -Nos rizóbios, 30 a 60% da energia fornecida para a nitrogenase podem ser perdidos como H2 , diminuindo a eficiência da fixação do nitrogênio. -Alguns rizóbios tem uma hidroge- nase que cliva o H2 e gera elétrons para a fixação do nitrogênio. - A nitrogenase é irreversivelmente inativada pelo O2 - LEGHEMOGLOBINA Transporte de N pela planta UREÍDEOS Amino ácidos Qual a melhor forma para transporte de N? C/N amidas PLANTA SEM NODULO PLANTA NODULADA
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